Proteção elétrica de pessoas e instalações_e-book
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<strong>Proteção</strong> <strong>elétrica</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>pessoas</strong> e <strong>instalações</strong><br />
Lucínio Preza <strong>de</strong> Araújo
Índice<br />
Ação da eletricida<strong>de</strong> no corpo humano 3<br />
<strong>Proteção</strong> das <strong>pessoas</strong> 4<br />
O diferencial 6<br />
Regimes <strong>de</strong> neutro da re<strong>de</strong> 9<br />
Aparelhos <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> uma instalação <strong>elétrica</strong> 12<br />
<strong>Proteção</strong> contra sobrecargas 15<br />
<strong>Proteção</strong> contra curto-circuitos 16<br />
Seletivida<strong>de</strong> dos aparelhos <strong>de</strong> proteção 19<br />
Subtensão 23<br />
Sobretensão 24<br />
Pára-raios 27<br />
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Ação da eletricida<strong>de</strong> no corpo humano<br />
A corrente <strong>elétrica</strong> ao atravessar o corpo humano provoca 3<br />
efeitos:<br />
• Contração dos músculos (tetanização)<br />
• Queimaduras<br />
• “Desorganização” completa no músculo cardíaco<br />
(fibrilação ventricular)<br />
Parâmetros a ter em conta na avaliação dos riscos:<br />
U C Tensão <strong>de</strong> contacto (tensão a que o corpo fica sujeito)<br />
I C Corrente que circula pelo corpo<br />
R Resistência do corpo<br />
T Tempo <strong>de</strong> passagem da corrente<br />
Choque elétrico (eletrocussão)<br />
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Protecção das <strong>pessoas</strong><br />
Nas <strong>instalações</strong> eléctricas <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>vem ser adoptadas medidas <strong>de</strong>stinadas a<br />
garantir a protecção das <strong>pessoas</strong> contra os chamados choques eléctricos.<br />
Segundo as R.T.I.E.B.T. (Parte 4 – Secção 41), nas <strong>instalações</strong> <strong>de</strong> utilização <strong>de</strong>vem<br />
ser tomadas medidas <strong>de</strong>stinadas a garantir a protecção das <strong>pessoas</strong> contra os<br />
contactos directos e os contactos indirectos.<br />
Contacto direto<br />
Se uma pessoa entra em<br />
contacto com uma parte<br />
activa <strong>de</strong> um elemento sob<br />
tensão, por negligência ou<br />
<strong>de</strong>srespeito das instruções<br />
<strong>de</strong> segurança diz-se que<br />
ficou submetida a um<br />
contacto directo.<br />
<strong>Proteção</strong> contra contactos diretos<br />
<br />
<br />
<br />
Isolamento por construção (barreiras físicas ou invólucros).<br />
Emprego <strong>de</strong> circuitos em MBTS (Muito Baixa Tensão <strong>de</strong> Segurança):<br />
50V em locais secos ou 25V em locais húmidos.<br />
Dispositivo diferencial <strong>de</strong> alta sensibilida<strong>de</strong> (6, 12 ou 30 mA).<br />
Para protecção das <strong>pessoas</strong> contra os contactos directos as R.T.I.E.B.T (Secção 412)<br />
preconizam essencialmente medidas preventivas que, em alguns casos po<strong>de</strong>m ser<br />
complementadas pela instalação <strong>de</strong> dispositivos diferenciais <strong>de</strong> alta sensibilida<strong>de</strong> (<strong>de</strong> 6,<br />
12 ou 30 mA).<br />
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Contacto indireto<br />
Se uma pessoa entra em<br />
contacto com um elemento que<br />
está aci<strong>de</strong>ntalmente sob tensão<br />
<strong>de</strong>vido, por exemplo a um<br />
<strong>de</strong>feito <strong>de</strong> isolamento, a<br />
electrocussão é consequência<br />
<strong>de</strong> um <strong>de</strong>feito imprevisível e<br />
não da negligência da pessoa.<br />
Esse contacto <strong>de</strong>signa-se por<br />
contacto indirecto.<br />
<strong>Proteção</strong> contra contactos indiretos:<br />
(Secção 413 das RTIEBT)<br />
<br />
Utilização <strong>de</strong> aparelhos com a classe II <strong>de</strong> isolamento.<br />
Separação <strong>de</strong> circuitos (utilização <strong>de</strong> um transformador <strong>de</strong> isolamento )<br />
<br />
<br />
Ligação das massas dos aparelhos à terra.<br />
Dispositivo diferencial<br />
Para a protecção das <strong>pessoas</strong> contra os contactos indirectos no regime <strong>de</strong> neutro TT,<br />
instala-se no início do circuito um disjuntor diferencial (DDR) ou interruptor diferencial<br />
(ID) e ligam-se as massas metálicas dos equipamentos a um condutor <strong>de</strong> terra que<br />
será ligado a um eléctrodo <strong>de</strong> terra.<br />
A diferença<br />
fundamental entre o<br />
disjuntor diferencial e o<br />
interruptor diferencial<br />
resi<strong>de</strong> no facto <strong>de</strong> o<br />
disjuntor, além <strong>de</strong> ter<br />
protecção diferencial<br />
(contra as correntes <strong>de</strong><br />
fuga), tal como o<br />
interruptor diferencial,<br />
tem também protecção<br />
magnetotérmica, isto é,<br />
contra sobrecargas e<br />
curto-circuitos. Portanto o<br />
disjuntor é mais<br />
completo, sendo o<br />
interruptor utilizado<br />
quando as outras<br />
protecções (contra<br />
sobrecargas e curtocircuitos)<br />
já estão<br />
asseguradas por outros<br />
órgãos <strong>de</strong> protecção.<br />
Transformadores <strong>de</strong> isolamento (230V/230V) são transformadores com igual número <strong>de</strong> espiras no<br />
primário e no secundário cuidadosamente isolados, <strong>de</strong> forma que o circuito secundário esteja<br />
completamente separado do circuito primário e, portanto da re<strong>de</strong>. Desta maneira, mesmo que haja um<br />
contacto à massa não há retorno através da terra. Este processo emprega-se em máquinas <strong>de</strong> soldadura<br />
<strong>elétrica</strong>, fornos elétricos e po<strong>de</strong> ser usado também nas casas <strong>de</strong> banho dos hotéis.<br />
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O diferencial<br />
O circuito <strong>de</strong> <strong>de</strong>teção do diferencial regista a diferença entre a corrente que “entra” (I F )<br />
e a corrente que “sai” (I N ).<br />
Caso haja diferença entre I F e I N regista-se uma corrente <strong>de</strong> fuga que vai excitar a<br />
bobina <strong>de</strong> <strong>de</strong>teção que provoca o disparo do disjuntor diferencial.<br />
Botão<br />
ON/OFF<br />
Botão <strong>de</strong><br />
teste<br />
Relé <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>tecção<br />
Bobina <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>tecção<br />
Bobina do neutro<br />
Resistência <strong>de</strong><br />
teste<br />
NA AUSENCIA DE DEFEITO:<br />
IF = IN (já que não há corrente <strong>de</strong> fuga para a terra).<br />
ΦF = ΦN<br />
ΦF – ΦN = 0<br />
logo não há corrente induzida na bobina <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção que acciona o relé. Os contactos<br />
continuam fechados. A instalação funciona normalmente.<br />
NA PRESENÇA DE UM DEFEITO DE ISOLAMENTO:<br />
IF > IN (já que há corrente <strong>de</strong> fuga para a terra).<br />
ΦF > ΦN<br />
ΦF – ΦN ≠ 0<br />
logo há corrente induzida na bobina <strong>de</strong> <strong>de</strong>tecção que acciona o relé. Os contactos<br />
abrem. A instalação é <strong>de</strong>sligada.<br />
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Sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um diferencial<br />
A sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um aparelho diferencial é o valor da corrente resultante <strong>de</strong> um<br />
<strong>de</strong>feito – Corrente diferencial - residual estipulada In – que faz abrir obrigatoriamente<br />
o circuito <strong>de</strong>feituoso.<br />
Existem aparelhos diferenciais <strong>de</strong> alta, média e baixa sensibilida<strong>de</strong>.<br />
Sensibilida<strong>de</strong><br />
Alta (mA)<br />
Média (mA)<br />
Baixa (A)<br />
In<br />
6 – 12 – 30<br />
100 – 300 – 500<br />
1 – 3 – 5 – 10 – 20<br />
O sistema <strong>de</strong>ve garantir que a tensão <strong>de</strong> contacto seja inferior a 50V (massas não<br />
empunháveis) ou 25 V (massas empunháveis), ou seja, que o aparelho <strong>de</strong> protecção<br />
corte o circuito quando a tensão <strong>de</strong> contacto atingir os valores indicados. O produto da<br />
resistência <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> protecção pela intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente que faz funcionar o<br />
diferencial terá <strong>de</strong> ser inferior à tensão limite convencional <strong>de</strong>finida (25V ou 50V).<br />
R x In ≤ 25V<br />
R x In ≤ 50V<br />
Se houver massas empunháveis<br />
Se não houver massas empunháveis<br />
R – Resistência <strong>de</strong> terra <strong>de</strong> protecção em Ω.<br />
In – Corrente <strong>de</strong> funcionamento do aparelho <strong>de</strong> protecção ou seja a corrente diferencial – residual estipulada do<br />
aparelho diferencial.<br />
Relação sensibilida<strong>de</strong>/resistência <strong>de</strong> terra<br />
Valores máximos da resistência <strong>de</strong> terra em função da sensibilida<strong>de</strong> do aparelho <strong>de</strong><br />
protecção diferencial, por exemplo, se for <strong>de</strong> 500mA:<br />
Se houver massas empunháveis<br />
Se não houver massas empunháveis<br />
R x In ≤ 25V →<br />
R x In ≤ 50V →<br />
R ≤ 25 : 0,5 →<br />
R ≤ 50 : 0,5 →<br />
R ≤ 50 Ω<br />
R ≤ 100 Ω<br />
Selecção <strong>de</strong> aparelhos diferenciais conforme os valores máximos da resistência <strong>de</strong><br />
terra.<br />
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Terra <strong>de</strong> proteção<br />
Terminal principal<br />
<strong>de</strong> terra<br />
Quadro <strong>de</strong> entrada<br />
Condutor principal<br />
<strong>de</strong> protecção<br />
Condutores <strong>de</strong><br />
protecção<br />
Barramento <strong>de</strong> terra do<br />
quadro <strong>de</strong> entrada<br />
Condutor <strong>de</strong> terra<br />
Eléctrodo <strong>de</strong> terra<br />
Terra <strong>de</strong> protecção<br />
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Regimes <strong>de</strong> neutro da re<strong>de</strong><br />
Sistema TT<br />
Deteção duma corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito que circula para a terra promovendo o corte da<br />
alimentação através <strong>de</strong> dispositivos sensíveis à corrente diferencial.<br />
T – Ligação directa do neutro à terra <strong>de</strong> serviço.<br />
T – Massas ligadas directamente à terra <strong>de</strong> protecção.<br />
Posto <strong>de</strong> transformação<br />
MT<br />
BT<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />
L1<br />
L2<br />
L3<br />
N<br />
N<br />
Receptor<br />
PE<br />
Terra <strong>de</strong> serviço<br />
Terra <strong>de</strong> protecção<br />
O sistema TT é o mais comum, sendo aplicado na generalida<strong>de</strong> das alimentações <strong>de</strong><br />
energia eléctrica.<br />
Vantagens:<br />
Sistema mais simples no estudo e na concepção.<br />
Fácil localização dos <strong>de</strong>feitos.<br />
Desvantagem:<br />
Corte da instalação ao primeiro <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> isolamento.<br />
Nota: Deve ser efectuado o teste periódico ao disjuntor ou interruptor diferencial.<br />
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Sistema TN<br />
Num primeiro <strong>de</strong>feito a corrente toma um valor baixo limitando uma possível subida do<br />
potencial das massas. Não necessita <strong>de</strong> corte.<br />
T – Ligação directa do neutro à terra <strong>de</strong> serviço.<br />
N – Massas ligadas directamente ao neutro.<br />
TN-C – Condutor neutro (N) e <strong>de</strong> protecção (PE) comuns (PEN)<br />
Posto <strong>de</strong> transformação<br />
MT<br />
BT<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />
L1<br />
L2<br />
L3<br />
N<br />
PEN<br />
Receptor<br />
Terra <strong>de</strong> serviço<br />
TN-S – Condutor neutro (N) e <strong>de</strong> protecção (PE) separados<br />
Posto <strong>de</strong> transformação<br />
MT<br />
BT<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />
L1<br />
L2<br />
L3<br />
N<br />
N<br />
PE<br />
Receptor<br />
Terra <strong>de</strong> serviço<br />
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Utiliza-se fundamentalmente em certas <strong>instalações</strong> industriais e em re<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> é difícil<br />
conseguir boas ligações à terra ou não é viável a utilização <strong>de</strong> dispositivos diferenciais.<br />
Vantagens:<br />
O esquema TN-C apresenta uma economia para a instalação porque elimina a<br />
necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um condutor.<br />
Os aparelhos <strong>de</strong> protecção contra sobreintensida<strong>de</strong>s po<strong>de</strong>m assegurar a protecção<br />
contra contactos indirectos.<br />
Desvantagens:<br />
Corte da instalação ao primeiro <strong>de</strong>feito <strong>de</strong> isolamento.<br />
Precauções acrescidas para não ser cortado o condutor neutro que também é <strong>de</strong><br />
protecção.<br />
Maiores riscos <strong>de</strong> incêndio <strong>de</strong>vido às elevadas correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito.<br />
Sistema IT<br />
A corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito é transformada em curto-circuito cortado pelo dispositivo <strong>de</strong><br />
proteção contra sobreintensida<strong>de</strong>s. As massas são mantidas num potencial não<br />
perigoso.<br />
I – Neutro isolado da terra ou ligado à terra por impedância <strong>de</strong> valor elevado.<br />
T – Massas ligadas directamente à terra <strong>de</strong> protecção.<br />
Posto <strong>de</strong> transformação<br />
MT<br />
BT<br />
Re<strong>de</strong> <strong>de</strong> distribuição<br />
L1<br />
L2<br />
L3<br />
N<br />
N<br />
Z<br />
Impedância<br />
Receptor<br />
PE<br />
Terra <strong>de</strong> serviço<br />
Terra <strong>de</strong> protecção<br />
É o sistema mais indicado quando se preten<strong>de</strong> evitar o corte automático ao primeiro<br />
<strong>de</strong>feito. As salas <strong>de</strong> operações nos hospitais são um exemplo <strong>de</strong> aplicação.<br />
Vantagem:<br />
Este sistema assegura a melhor continuida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço em exploração.<br />
Desvantagem:<br />
Custo da instalação.<br />
Necessita <strong>de</strong> técnicos <strong>de</strong> manutenção e conservação com preparação a<strong>de</strong>quada.<br />
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Aparelhos <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong> uma instalação <strong>elétrica</strong><br />
Os aparelhos <strong>de</strong> protecção têm como função proteger todos os elementos que<br />
constituem uma instalação eléctrica contra os diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos que po<strong>de</strong>m<br />
ocorrer.<br />
Os principais tipos <strong>de</strong> <strong>de</strong>feitos que po<strong>de</strong>m ocorrer num circuito são:<br />
Sobreintensida<strong>de</strong>s<br />
Sobretensões<br />
Subtensões<br />
Sobreintensida<strong>de</strong><br />
Se a corrente eléctrica <strong>de</strong> serviço (IB) ultrapassar o valor máximo (Iz) permitido nos<br />
condutores diz-se que há uma sobreintensida<strong>de</strong>.<br />
Por exemplo, <strong>de</strong>masiados aparelhos ligados simultaneamente num mesmo<br />
circuito po<strong>de</strong>m originar uma sobrecarga que é uma sobreintensida<strong>de</strong> em que a<br />
corrente <strong>de</strong> serviço no circuito é superior ou ligeiramente superior à intensida<strong>de</strong><br />
máxima permitida nos condutores (IB>Iz).<br />
Se, por exemplo, dois pontos do circuito com potenciais eléctricos diferentes<br />
entram em contacto directo entre si estamos na presença <strong>de</strong> um curto – circuito<br />
que é uma sobreintensida<strong>de</strong> em que a corrente <strong>de</strong> serviço no circuito é muito superior à<br />
intensida<strong>de</strong> máxima permitida nos condutores (IB>>Iz).<br />
Aparelhos <strong>de</strong> protecção contra sobreintensida<strong>de</strong>s<br />
Para proteger os circuitos contra sobreintensida<strong>de</strong>s (sobrecargas ou curto – circuitos)<br />
são usados disjuntores magnetotérmicos ou corta circuitos fusíveis que<br />
interrompem automaticamente a passagem da corrente no circuito, evitando um<br />
sobreaquecimento dos condutores que po<strong>de</strong> originar um incêndio.<br />
Disjuntores <strong>de</strong> baixa tensão<br />
Um disjuntor é constituído pelo relé, com um órgão <strong>de</strong><br />
disparo (disparador) e um órgão <strong>de</strong> corte ( o interruptor)<br />
e dotado também <strong>de</strong> convenientes meios <strong>de</strong> extinção do<br />
arco eléctrico (câmaras <strong>de</strong> extinção do arco eléctrico).<br />
Como disjuntor mais vulgar fabrica-se o disjuntor<br />
magnetotérmico que possui um relé electromagnético<br />
que protege contra curto – circuitos e um relé térmico,<br />
constituído por uma lâmina bimetálica, que protege<br />
contra sobrecargas.<br />
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Características dos disjuntores<br />
• Corrente estipulada (vulgarmente <strong>de</strong>signada por calibre): valor para o qual o<br />
disjuntor não actua.<br />
Correntes estipuladas: 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 – 63 – 80 – 100 – 125 A.<br />
• Corrente convencional <strong>de</strong> não funcionamento: valor para o qual o disjuntor<br />
não <strong>de</strong>ve funcionar durante o tempo convencional.<br />
• Corrente convencional <strong>de</strong> funcionamento: valor para o qual o disjuntor <strong>de</strong>ve<br />
funcionar antes <strong>de</strong> terminar o tempo convencional.<br />
• Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte: corrente máxima <strong>de</strong> curto-circuito que o disjuntor é capaz <strong>de</strong><br />
interromper sem se danificar.<br />
Os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> corte estipulados normalizados são: 1,5 – 3 – 4,5 – 6 – 10 KA<br />
EXEMPLO:<br />
Calibre<br />
(I n )<br />
Corrente convencional <strong>de</strong><br />
não funcionamento (I nf )<br />
Corrente convencional <strong>de</strong><br />
funcionamento (I 2 )<br />
Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte<br />
(P dc )<br />
16 A<br />
18 A (1,13 x I n )<br />
23 A (1,45 x I n )<br />
6 KA<br />
Para uma corrente estipulada do disjuntor ≤ 63A o tempo convencional é <strong>de</strong> 1 hora, para uma corrente<br />
estipulada > 63 A o tempo convencional é <strong>de</strong> 2 horas.<br />
Curva característica do disjuntor<br />
Consoante os fabricantes, tendo em conta as zonas características <strong>de</strong> funcionamento,<br />
po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>finir-se vários tipos <strong>de</strong> disjuntores:<br />
Tipo B (equivalente ao tipo L na<br />
norma francesa e alemã): o seu<br />
limiar <strong>de</strong> disparo magnético é baixo<br />
(3 a 5 In), i<strong>de</strong>al para curto – circuitos<br />
<strong>de</strong> valor reduzido. Utilizados<br />
principalmente na proteção <strong>de</strong><br />
cargas resistivas.<br />
Tipo C (equivalente ao tipo U e tipo<br />
G na norma francesa e alemã<br />
respectivamente): o seu limiar <strong>de</strong><br />
disparo magnético (5 a 10 In)<br />
permite-lhe cobrir a maioria das<br />
necessida<strong>de</strong>s.<br />
Tipo D (equivalente ao tipo D e tipo<br />
K na norma francesa e alemã<br />
respectivamente): o seu limiar <strong>de</strong><br />
disparo magnético alto (10 a 20 In)<br />
permite utilizá-lo na protecção <strong>de</strong><br />
circuitos com elevadas pontas <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> arranque. Utilizados principalmente na<br />
proteção <strong>de</strong> fortes cargas indutivas.<br />
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Fusíveis<br />
Um corta – circuito fusível é constituído por um fio ou lâmina<br />
condutora, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> um invólucro.<br />
O fio ou lâmina condutora (prata, cobre, chumbo…) é<br />
calibrado <strong>de</strong> forma a po<strong>de</strong>r suportar sem fundir, a intensida<strong>de</strong><br />
para a qual está calibrado.<br />
Se a intensida<strong>de</strong> ultrapassar razoavelmente esse valor, ele<br />
<strong>de</strong>ve fundir (interrompendo o circuito) tanto mais <strong>de</strong>pressa<br />
quanto maior for o valor da intensida<strong>de</strong> da corrente.<br />
Tipos <strong>de</strong> fusíveis<br />
Fusível Gardy Fusível <strong>de</strong> rolo Fusível <strong>de</strong> facas Fusível cilíndrico<br />
Tamanho Calibre Tamanhos mais usuais:<br />
00<br />
0<br />
1<br />
2<br />
3<br />
4<br />
160A<br />
200A<br />
250A<br />
400A<br />
630A<br />
1250A<br />
5 x 20 mm<br />
8,5 x 31,5 mm<br />
10,3 x 38 mm<br />
14 x 51 mm<br />
22 x 58 mm<br />
Características dos fusíveis<br />
• Corrente estipulada (In) é a intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente que o fusível po<strong>de</strong> suportar<br />
permanentemente sem fundir.<br />
Correntes estipuladas: 2 – 4 – 6 – 8 – 10 – 12 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40 – 50 – 63 – 80 – 100 –<br />
125 – 160 – 200 – 250 – 315 – 400 – 500 – 630 – 800 – 1000A<br />
• Corrente convencional <strong>de</strong> não funcionamento (Inf) valor da corrente para o<br />
qual o fusível não <strong>de</strong>ve funcionar durante o tempo convencional.<br />
• Corrente convencional <strong>de</strong> funcionamento (I2) valor da corrente para o qual o<br />
fusível <strong>de</strong>ve funcionar antes <strong>de</strong> terminar o tempo convencional<br />
• Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte (Pdc) é a máxima intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> corrente que o fusível é capaz<br />
<strong>de</strong> interromper, sem <strong>de</strong>struição do invólucro do elemento fusível.<br />
• Tensão nominal (Un) é a tensão que serve <strong>de</strong> base ao dimensionamento do<br />
fusível, do ponto <strong>de</strong> vista do isolamento eléctrico.<br />
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Curva característica do fusível<br />
Curva intensida<strong>de</strong> - tempo <strong>de</strong> fusão – é a<br />
curva que relaciona os valores da<br />
intensida<strong>de</strong> à qual o fusível fun<strong>de</strong> com o<br />
respectivo tempo que o fusível <strong>de</strong>mora a<br />
fundir.<br />
O fusível não fun<strong>de</strong> para a sua intensida<strong>de</strong><br />
nominal (IN) ou calibre.<br />
O fusível fun<strong>de</strong> em B mais <strong>de</strong>pressa do que<br />
em A, visto que I é mais elevado em B.<br />
2<br />
Tipos <strong>de</strong> fusíveis<br />
Fusíveis <strong>de</strong> acção lenta – tipo gG<br />
Fusíveis que protegem contra sobrecargas e contra curto-circuitos os circuitos com<br />
pontas <strong>de</strong> corrente não elevadas. Por exemplo, cargas resistivas (ação lenta).<br />
Fusíveis <strong>de</strong> acção rápida – tipo aM<br />
Fusíveis que protegem exclusivamente contra curto-circuitos. Destinam-se à proteção<br />
<strong>de</strong> circuitos com fortes cargas indutivas. Por exemplo, motores.<br />
Têm ação rápida e se o circuito a proteger necessitar <strong>de</strong> proteção contra sobrecargas,<br />
terá <strong>de</strong> ser feita por outro dispositivo (por exemplo, relé térmico).<br />
Protecção contra sobrecargas<br />
A protecção contra sobrecargas das canalizações eléctricas é assegurada se as<br />
características dos aparelhos <strong>de</strong> protecção respeitarem simultaneamente as seguintes<br />
condições:<br />
A corrente estipulada do dispositivo <strong>de</strong> protecção (In) seja maior ou igual à corrente <strong>de</strong><br />
serviço da canalização respectiva (IB) e menor ou igual que a corrente máxima<br />
admissível na canalização (IZ).<br />
IB ≤ In ≤ IZ<br />
A corrente convencional <strong>de</strong> funcionamento do dispositivo <strong>de</strong> protecção (I2) seja menor<br />
ou igual que 1,45 a corrente máxima admissível na canalização (IZ).<br />
I2 ≤ 1,45 IZ<br />
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Exercício <strong>de</strong> aplicação<br />
Seleccione o calibre (In) do disjuntor <strong>de</strong> protecção contra sobrecargas <strong>de</strong> uma<br />
canalização constituída por condutores H07V-U com secção <strong>de</strong> 2,5 mm 2 , em tubo, que<br />
vai alimentar uma máquina <strong>de</strong> lavar roupa cuja intensida<strong>de</strong> <strong>de</strong> serviço (IB) é <strong>de</strong> 14,6 A.<br />
IB = 14,6 A<br />
s = 2,5 mm 2 → IZ = 19,5 A (Quadro 52-C1 - Parte 5 / Anexos das RTIEBT)<br />
1ª condição:<br />
IB ≤ In ≤ IZ<br />
A intensida<strong>de</strong> nominal do disjuntor (In) terá que ser maior ou igual a 14,6 A (IB).<br />
Sabendo que as correntes estipuladas dos disjuntores são <strong>de</strong> 10 – 16 – 20 – 25 – 32 – 40<br />
– 50 – 63 – 80 – 100 – 125 A, encontramos nessa situação o disjuntor com uma<br />
intensida<strong>de</strong> nominal <strong>de</strong> 16 A. Assim, a 1ª condição está verificada:<br />
14,6 < 16 < 19,5<br />
2ª condição:<br />
I2 ≤ 1,45 x Iz<br />
A corrente convencional <strong>de</strong> funcionamento (I2) do disjuntor <strong>de</strong> 16 A é <strong>de</strong> 23 A (1,45 x<br />
In). A 2ª condição está verificada já que:<br />
23 ≤ 1,45 x 19,5<br />
23 < 28,3<br />
O calibre ou a intensida<strong>de</strong> nominal do disjuntor a utilizar seria <strong>de</strong> 16A.<br />
Protecção contra curto-circuitos<br />
A protecção contra curto-circuitos das canalizações eléctricas é assegurada se as<br />
características dos aparelhos <strong>de</strong> protecção respeitarem simultaneamente as seguintes<br />
condições:<br />
Regra do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte: o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte não <strong>de</strong>ve ser inferior à corrente <strong>de</strong> curtocircuito<br />
presumida no ponto <strong>de</strong> localização.<br />
Icc ≤ Pdc<br />
Regra do tempo <strong>de</strong> corte: o tempo <strong>de</strong> corte resultante <strong>de</strong> um curto-circuito em<br />
qualquer ponto do circuito não <strong>de</strong>verá ser superior ao tempo correspon<strong>de</strong>nte à<br />
elevação da temperatura do condutor ao seu máximo admissível.<br />
Para curto-circuitos <strong>de</strong> duração até 5s, o tempo aproximado correspon<strong>de</strong>nte à elevação<br />
da temperatura do condutor ao seu máximo admissível é dado pela expressão:<br />
√t = K x (S / Icc)<br />
t - tempo expresso em segundos<br />
S – secção dos condutores em mm 2<br />
Icc – corrente <strong>de</strong> curto-circuito em A, para um <strong>de</strong>feito franco no ponto mais afastado do circuito.<br />
K – constante, variável com o tipo <strong>de</strong> isolamento e da alma condutora, igual a 115 para condutores <strong>de</strong><br />
cobre e isolamento em PVC.<br />
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Exercício <strong>de</strong> aplicação<br />
Verificar se o disjuntor <strong>de</strong> 16A anteriormente seleccionado para protecção contra<br />
sobrecargas po<strong>de</strong> ser utilizado na protecção conta curto – circuitos sabendo que:<br />
H07V-U 3G4mm 2<br />
QE<br />
H07V-U 3G2,5mm 2<br />
MLR<br />
5 m<br />
10 m<br />
Consi<strong>de</strong>re a resistivida<strong>de</strong> do cobre (ρ) igual a 0,017 Ω.mm 2 / m<br />
Regra do po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte<br />
• Cálculo da resistência do conduto a jusante do quadro eléctrico (QE):<br />
R = (ρ x l) / s → R = (0.017 x 10) / 2,5 → R = 0,068 Ω<br />
• Cálculo da resistência do conduto a montante do quadro eléctrico (QE):<br />
R = (ρ x l) / s → R = (0.017 x 5) / 4 → R ≈ 0,021 Ω<br />
• Resistência total do condutor: 0,068 + 0,021 = 0,089 Ω<br />
• Cálculo da corrente <strong>de</strong> curto – circuito:<br />
Icc = U / R → Icc = 230 / 0,089 → Icc ≈ 2584 A<br />
Se esse disjuntor tiver um po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> corte (Pdc) <strong>de</strong> 3KA po<strong>de</strong> ser utilizado, já que<br />
cumpre a condição: Icc ≤ Pdc<br />
NOTA: Os po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> corte estipulados normalizados são: 1,5 – 3 – 4,5 – 6 – 10 KA<br />
Regra do tempo <strong>de</strong> corte<br />
O aparelho <strong>de</strong> proteção terá <strong>de</strong> cortar a corrente <strong>de</strong> curto-circuito num tempo inferior ao<br />
calculado pela expressão:<br />
√t = K x (S / Icc)<br />
t - tempo <strong>de</strong> corte <strong>de</strong> um curto – circuito expresso em segundos<br />
S – secção dos condutores em mm 2<br />
Icc – corrente <strong>de</strong> curto-circuito em A, para um <strong>de</strong>feito franco no ponto mais afastado do circuito.<br />
K – constante, variável com o tipo <strong>de</strong> isolamento e da alma condutora, igual a 115 para condutores <strong>de</strong><br />
cobre e isolamento em PVC.<br />
√t = K x (S / Icc)<br />
√t = 115 x (2,5 / 2584)<br />
√t = 0,11<br />
(√t) 2 = (0,11) 2<br />
t = 0,0121 s<br />
t = 12,1 ms<br />
O disjuntor magnetotérmico corta a corrente <strong>de</strong> curto-circuito <strong>de</strong> 2584 A num tempo<br />
inferior a 12,1 ms, como se po<strong>de</strong> observar nas curvas características a seguir<br />
representadas, o tempo <strong>de</strong> corte seria <strong>de</strong> 6 ms.<br />
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Selectivida<strong>de</strong> dos aparelhos <strong>de</strong> protecção<br />
Diz-se que há selectivida<strong>de</strong> dos aparelhos <strong>de</strong> protecção quando em caso <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito<br />
apenas actua o aparelho <strong>de</strong> protecção imediatamente a montante do <strong>de</strong>feito.<br />
Na prática a selectivida<strong>de</strong> é garantida se:<br />
• A intensida<strong>de</strong> nominal do corta circuito fusível colocado a montante for igual ou<br />
maior a três vezes a intensida<strong>de</strong> nominal do corta-circuitos fusível colocado a<br />
jusante (selectivida<strong>de</strong> entre corta-circuitos fusível).<br />
• A intensida<strong>de</strong> nominal do disjuntor colocado a montante for igual ou maior a<br />
duas vezes a intensida<strong>de</strong> nominal do disjuntor colocado a jusante<br />
(selectivida<strong>de</strong> entre disjuntores).<br />
• As curvas características do aparelho <strong>de</strong> protecção contra sobrecargas e do<br />
aparelho <strong>de</strong> protecção contra curto-circuitos forem tais que actue o primeiro<br />
aparelho situado a montante (selectivida<strong>de</strong> entre disjuntores e corta –<br />
circuitos fusível).<br />
Selectivida<strong>de</strong> entre corta-circuitos fusível<br />
I N F 1 ≥ 3 x I N F 2<br />
Exemplo:<br />
Defeito<br />
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Selectivida<strong>de</strong> entre disjuntores<br />
I N D 1 ≥ 2 x I N D 2<br />
Defeito<br />
Selectivida<strong>de</strong> Parcial<br />
Tempos <strong>de</strong> funcionamento iguais para corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito diferente.<br />
Selectivida<strong>de</strong> Parcial entre 2 disjuntores<br />
Selectivida<strong>de</strong> Total<br />
Tempos <strong>de</strong> funcionamento diferentes para correntes <strong>de</strong> <strong>de</strong>feito diferentes.<br />
Selectivida<strong>de</strong> total entre 3 disjuntores<br />
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Selectivida<strong>de</strong> entre disjuntores e corta – circuitos fusível<br />
Defeito<br />
Como se po<strong>de</strong> ver pelo gráfico, para a mesma intensida<strong>de</strong> da corrente o fusível actua<br />
primeiro que o disjuntor, assegurando-se assim a selectivida<strong>de</strong> na protecção eléctrica.<br />
Seletivida<strong>de</strong> entre diferenciais<br />
<br />
Diferencial geral do tipo S – Protecção selectiva<br />
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* *<br />
* Tipos <strong>de</strong> diferenciais em função das características <strong>de</strong> funcionamento:<br />
Tipo G – Usos gerais – Característica <strong>de</strong> funcionamento instantânea.<br />
Tipo S – Utilização com selectivida<strong>de</strong> – Características <strong>de</strong> funcionamento selectiva em relação ao<br />
aparelho do tipo G, obtida a partir e uma temporização fixa <strong>de</strong> disparo <strong>de</strong> 40 ms.<br />
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Subtensão<br />
A proteção contra a falta ou abaixamento <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong>ve ser estabelecida quando<br />
existam equipamentos que possam sofrer avarias ou serem perturbados no seu normal<br />
funcionamento, como é o caso dos motores e equipamentos informáticos ou outros<br />
baseados na eletrónica.<br />
As subtensões po<strong>de</strong>m ocorrer por:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Excesso <strong>de</strong> carga ligada (originando quedas <strong>de</strong> tensão nas linhas e cabos)<br />
Desequilíbrio acentuado na re<strong>de</strong> trifásica<br />
Rotura <strong>de</strong> uma das fases<br />
Contactos à terra <strong>de</strong> uma fase<br />
Dispositivos <strong>de</strong> proteção contra os abaixamentos <strong>de</strong> tensão:<br />
<br />
<br />
Relés sensíveis aos abaixamentos <strong>de</strong> tensão<br />
Contatores sem encravamento.<br />
Não é obrigatório prever dispositivos <strong>de</strong> protecção contra os abaixamentos <strong>de</strong> tensão<br />
se as avarias causadas na instalação ou nos equipamentos constituírem um risco<br />
aceitável e não representarem perigo para as <strong>pessoas</strong>.<br />
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Sobretensão<br />
As sobretensões (aumento da tensão) po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong> origem externa (<strong>de</strong>scarga<br />
atmosférica) ou <strong>de</strong> origem interna (falsas manobras, <strong>de</strong>ficiências <strong>de</strong> isolamento com<br />
linhas <strong>de</strong> tensão mais elevada).<br />
Descarregador <strong>de</strong> Sobretensão<br />
Para a protecção contra sobretensões usa-se<br />
um <strong>de</strong>scarregador <strong>de</strong> sobretensões (DST) a<br />
instalar à entrada da instalação (a montante ou<br />
a jusante do dispositivo diferencial). Quando o<br />
DST for estabelecido a montante do dispositivo<br />
diferencial o maior inconveniente é resultante do<br />
facto <strong>de</strong>sse dispositivo não proteger as<br />
<strong>instalações</strong> associadas ao DST e, por isso, há<br />
perigo <strong>de</strong> choque elétrico para as <strong>pessoas</strong>.<br />
De salientar que os DST não protegem as<br />
<strong>instalações</strong> contra as <strong>de</strong>scargas atmosféricas<br />
directas seja sobre as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> distribuição, seja<br />
sobre os edifícios.<br />
Relativamente aos efeitos indirectos nas<br />
<strong>instalações</strong> eléctricas, os níveis das<br />
sobretensões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m do tipo <strong>de</strong> re<strong>de</strong> e<br />
alimentação (aérea, subterrânea) e das características da alimentação.<br />
Este tipo <strong>de</strong> protecção para a<br />
segurança justifica-se porque é<br />
comum nos dias <strong>de</strong> hoje, a<br />
existência nas <strong>instalações</strong> <strong>de</strong><br />
equipamentos electrónicos<br />
sensíveis, nomeadamente no<br />
domínio da informática e telecomunicações que po<strong>de</strong>riam sofrer avarias.<br />
Montagem <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> sobretensões<br />
Por razões <strong>de</strong> eficácia da protecção, os <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> sobretensões <strong>de</strong>vem ser<br />
instalados, em regra, na origem da instalação ou sua proximida<strong>de</strong> (quadro <strong>de</strong> entrada)<br />
e são ligados <strong>de</strong> forma a<strong>de</strong>quada entre os condutores activos (fase + neutro) e a terra.<br />
N F<br />
Ligação <strong>de</strong> um DST na re<strong>de</strong> monofásica no regime <strong>de</strong><br />
neutro TT.<br />
PE<br />
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Ligação <strong>de</strong> um DST na re<strong>de</strong> trifásica no regime <strong>de</strong> neutro TT.<br />
As ligações dos DST ao terminal principal <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>vem ser feitas com condutores <strong>de</strong><br />
secção não inferior a 4 mm 2 , ou 10 mm 2 no caso do edifício ser dotado <strong>de</strong> pára-raios,<br />
<strong>de</strong>vendo o seu comprimento ser o mais curto possível.<br />
Os DST não po<strong>de</strong>m ficar instalados em locais com risco <strong>de</strong> incêndio ou <strong>de</strong> explosão.<br />
Para que seja criteriosa a seleção dos DST a instalar, apresentam-se no quadro<br />
seguinte os valores <strong>de</strong> sobretensões presumidas nas várias zonas <strong>de</strong> cada instalação,<br />
<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a origem até aos equipamentos especiais.<br />
Principais Caraterísticas <strong>de</strong> um DST<br />
Imax (corrente máxima <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga) é o pico <strong>de</strong> corrente máximo <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong><br />
onda curta que o DST é capaz e <strong>de</strong>sviar à terra sem se danificar.<br />
Nível <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong> tensão Up – Este é o parâmetro que <strong>de</strong>fine a acção do<br />
<strong>de</strong>scarregador <strong>de</strong> sobretensões, limitando a tensão aos seus terminais a este valor.<br />
Esta tensão <strong>de</strong>ve ser menor que a tensão <strong>de</strong> isolamento dos aparelhos a proteger.<br />
Tensão máxima <strong>de</strong> trabalho Uc – Valor da tensão a que um dispositivo <strong>de</strong> protecção<br />
contra sobretensões po<strong>de</strong> estar permanentemente ligado; <strong>de</strong>ve-se ter em consi<strong>de</strong>ração<br />
a tensão nominal da re<strong>de</strong> Un e as tolerâncias possíveis.<br />
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Exigência legal <strong>de</strong> protecção<br />
A obrigação <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do:<br />
- Tipo <strong>de</strong> alimentação (aérea, subterrânea ou mista)<br />
- Nível ceráunico (NC) do local ou região.<br />
Modo <strong>de</strong> alimentação da<br />
instalação <strong>de</strong> BT<br />
Nível ceráunico<br />
Exigência <strong>de</strong> protecção<br />
contra sobretensões<br />
Re<strong>de</strong> subterrânea. Qualquer Não obrigatório.<br />
Alimentação mista (aérea –<br />
subterrânea).<br />
Qualquer tipo, em edifícios<br />
equipados com pára-raios.<br />
NC ≤ 25 dias por ano. Não obrigatório.<br />
NC > 25 dias por ano Recomendado ou Obrigatório .<br />
Obrigatório.<br />
Níveis ceráunicos em Portugal<br />
Nível ceráunico – Número <strong>de</strong> dias<br />
por ano em que se ouvem<br />
trovoadas.<br />
Esta variável traduz a probabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas<br />
atmosféricas.<br />
Obrigatório quando o nível das sobretensões transitórias seja superior ao nível <strong>de</strong> referência (4KV para<br />
re<strong>de</strong>s monofásicas e 6KV para as re<strong>de</strong>s trifásicas).<br />
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As sobretensões atmosféricas po<strong>de</strong>m afectar os edifícios (<strong>de</strong>scargas directas) e as<br />
<strong>instalações</strong> eléctricas e <strong>de</strong> telecomunicações (efeitos indirectos).<br />
As <strong>de</strong>scargas directas são prevenidas com a utilização <strong>de</strong> pára-raios nos edifícios.<br />
No que se refere aos efeitos indirectos a protecção é assegurada por dispositivos <strong>de</strong><br />
protecção <strong>de</strong>signados por <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> sobretensão (DST).<br />
Pára-Raios<br />
Conjunto <strong>de</strong> equipamentos cuja finalida<strong>de</strong> é proteger um edifício ou uma estrutura e o<br />
respectivo conteúdo contra os efeitos perniciosos das <strong>de</strong>scargas atmosféricas directas<br />
neles inci<strong>de</strong>ntes.<br />
NOTA: O Pára-raios <strong>de</strong>verá ficar colocado pelo menos a 2 metros do ponto mais alto<br />
(segundo NP4426).<br />
Para que um pára-raios seja tanto quanto possível económico e eficaz, o<br />
correspon<strong>de</strong>nte projecto <strong>de</strong>ve ser elaborado em coor<strong>de</strong>nação com o projecto <strong>de</strong><br />
construção civil da estrutura a proteger.<br />
Elementos fundamentais <strong>de</strong> um pára-raios<br />
Captor, condutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida e eléctrodo <strong>de</strong> terra.<br />
Condutor <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scida<br />
Captor<br />
Eléctrodo<br />
<strong>de</strong> terra<br />
Os materiais a utilizar nos diversos componentes dos pára-raios são o cobre, o ferro<br />
galvanizado e o aço inoxidável.<br />
Para evitar a corrosão das ligações, <strong>de</strong>ve-se procurar que tanto quanto possível, todos<br />
os elementos do sistema sejam compostos pelo mesmo tipo <strong>de</strong> material.<br />
O sistema <strong>de</strong> protecção <strong>de</strong>verá ser construído <strong>de</strong> baixo para<br />
cima, sendo a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> terras imperativamente o primeiro<br />
elemento a ser posto em funcionamento.<br />
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Captor<br />
Parte do pára-raios que se <strong>de</strong>stina a interceptar as <strong>de</strong>scargas atmosféricas inci<strong>de</strong>ntes<br />
no volume a proteger.<br />
Captor do tipo<br />
Franklin<br />
Captor ionizante<br />
eletrónico<br />
Captor ionizante<br />
piezoelétrico<br />
Captor perfil<br />
especial<br />
Captor arti<br />
Haste vertica<br />
Tipos <strong>de</strong> captores artificiais<br />
Captor do tipo Franklin<br />
São constituídas por um ou mais elementos condutores da mesma natureza (cobre ou<br />
ferro galvanizado ou aço inoxidável).<br />
Captores ionizantes ou <strong>de</strong> avanço à ignição<br />
Consiste na capacida<strong>de</strong> do pára-raios antecipar a <strong>de</strong>scarga atmosférica e <strong>de</strong>finir o<br />
percurso do raio.<br />
Condutores <strong>de</strong> cobertura<br />
Destinam-se a<br />
conduzir a corrente <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os<br />
captores até às<br />
<strong>de</strong>scidas. Pela sua<br />
posição elevada,<br />
condutores po<strong>de</strong>m<br />
eles próprios, <strong>de</strong><br />
captores, integrando<br />
caso sistemas <strong>de</strong><br />
condutores<br />
emalhados do tipo<br />
<strong>de</strong> Faraday.<br />
captor artificial<br />
(Gaiola <strong>de</strong> Faraday)<br />
captor artificial<br />
(haste vertical tipo Franklin)<br />
(condutores <strong>de</strong> cobertura)<br />
condutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida<br />
estes<br />
servir,<br />
nesse<br />
gaiola<br />
Emalhado <strong>de</strong> condutores (Gaiola <strong>de</strong> Faraday)<br />
É composto, a nível <strong>de</strong> cobertura, por um polígono, formado por condutores instalados<br />
no perímetro superior da estrutura.<br />
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Captores naturais<br />
Po<strong>de</strong>m ser usados como captores naturais os elementos metálicos existentes na parte<br />
superior da estrutura a proteger e suficientemente dimensionados para suportar o<br />
impacto directo <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scarga, tais como coberturas <strong>de</strong> chaminés, clarabóias,<br />
<strong>de</strong>pósitos, tomadas <strong>de</strong> ar dos sistemas <strong>de</strong> climatização, etc.<br />
Os captores naturais são integrados nos pára-raios através dos condutores <strong>de</strong><br />
cobertura.<br />
captor artificial<br />
(Gaiola <strong>de</strong> Faraday)<br />
captor artificial<br />
(haste vertical tipo Franklin)<br />
(condutores <strong>de</strong> cobertura)<br />
condutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida<br />
Condutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida, simplesmente <strong>de</strong>scida ou baixada<br />
Parte do pára-raios <strong>de</strong>stinada a conduzir a corrente<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga <strong>de</strong>s<strong>de</strong> os captores até aos eléctrodos<br />
<strong>de</strong> terra.<br />
A <strong>de</strong>scida po<strong>de</strong> ser artificial ou natural.<br />
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Descidas artificiais<br />
As <strong>de</strong>scidas artificiais <strong>de</strong>vem ser em<br />
condutores nus <strong>de</strong> cobre (secção ≥ 16<br />
mm 2 ), <strong>de</strong> ferro galvanizado ou <strong>de</strong> aço<br />
inoxidável (secção ≥ 50 mm 2 ).<br />
traçado a seguir pelas <strong>de</strong>scidas <strong>de</strong>ve ser<br />
quanto possível rectilíneo e vertical, <strong>de</strong><br />
forma a minimizar o percurso entre os<br />
elementos captores e a terra. O condutor<br />
baixada <strong>de</strong>ve ser o mais rectilíneo possível<br />
evitando curvas.<br />
As <strong>de</strong>scidas <strong>de</strong>vem ser, em regra,<br />
instaladas à vista, fixadas à superfície<br />
exterior da estrutura a proteger por meio <strong>de</strong><br />
elementos <strong>de</strong> suporte apropriados,<br />
estabelecidos à razão <strong>de</strong> dois por metro, no<br />
mínimo.<br />
Deve-se realizar uma ligação à terra por<br />
cada baixada.<br />
Cada <strong>de</strong>scida artificial <strong>de</strong>ve ser dotada <strong>de</strong><br />
ligador <strong>de</strong>stinado a efectuar as<br />
verificações e medições necessárias.<br />
Na baixada <strong>de</strong>ve ser instalado,<br />
obrigatoriamente um ligador amovível <strong>de</strong> forma a efectuarem-se medições <strong>de</strong> terra. O<br />
valor da resistência <strong>de</strong> terra <strong>de</strong>ve ser inferior a 10 Ohm.<br />
A norma NP4426, recomenda a instalação <strong>de</strong> um contador <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas para<br />
verificação e manutenção do pára-raios. No caso <strong>de</strong> se aplicar um contador <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>scargas, ele <strong>de</strong>verá ser aplicado acima do ligador amovível.<br />
Abaixo do ligador amovível é instalada uma protecção mecânica <strong>de</strong> baixada com altura<br />
não inferior a 2 metros para evitar actos <strong>de</strong> vandalismo e manter assim a conservação<br />
da mesma.<br />
Descidas naturais<br />
Po<strong>de</strong>m ser utilizadas como <strong>de</strong>scidas naturais os elementos metálicos existentes na<br />
estrutura a proteger que dêem garantias <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> eléctrica, apresentem baixa<br />
impedância e possuam a robustez mecânica necessária.<br />
Como exemplos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scidas naturais referem-se as guias <strong>de</strong> elevadores, as escadas<br />
metálicas exteriores, etc.<br />
Nas estruturas <strong>de</strong> betão armado, permite-se o aproveitamento da armadura metálica do<br />
betão para a função <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida natural, condicionado à garantia <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong><br />
eléctrica da mesma.<br />
Eléctrodo <strong>de</strong> terra<br />
Eléctrodo <strong>de</strong> terra<br />
Dispositivo constituído por um corpo condutor ou por um conjunto <strong>de</strong> corpos<br />
condutores em contacto íntimo com o solo assegurando uma ligação eléctrica com a<br />
terra.<br />
A ligação à terra tem como finalida<strong>de</strong> a dispersão na massa condutora da terra da<br />
corrente proveniente <strong>de</strong> qualquer <strong>de</strong>scarga atmosférica que incida no pára-raios.<br />
Todos os pontos <strong>de</strong> ligação enterrados <strong>de</strong>vem ser preservados dos efeitos da<br />
humida<strong>de</strong>, por envolvimento em meio não higroscópico (massa ou fita betuminosa, por<br />
exemplo).<br />
http://www.prof2000.pt/users/lpa Página 30<br />
Condutor <strong>de</strong> <strong>de</strong>scida<br />
Ligador<br />
O<br />
<strong>de</strong><br />
um
Eléctrodo em anel<br />
O eléctrodo <strong>de</strong> terra preferencial a utilizar num pára-raios é o eléctrodo em anel,<br />
constituído por um condutor instalado na base das fundações do edifício ou embebido<br />
no maciço <strong>de</strong> betão das fundações.<br />
Nestes casos, o eléctrodo em anel <strong>de</strong>ve, preferencialmente, ser constituído por ferro<br />
galvanizado por imersão a quente.<br />
Alternativamente po<strong>de</strong> ser utilizado um condutor em anel, enterrado a uma<br />
profundida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aproximadamente 0,80 m e envolvendo a estrutura a proteger.<br />
Estrutura<br />
a proteger<br />
Eléctrodo<br />
em anel<br />
Se para as <strong>instalações</strong> eléctricas do edifício for utilizado um eléctrodo em anel este<br />
<strong>de</strong>ve ser também utilizado como eléctrodo do pára-raios.<br />
Eléctrodo do tipo radial<br />
Para estruturas <strong>de</strong> dimensões tais que o raio do eléctrodo em anel resulte inferior a 8<br />
m, po<strong>de</strong>m utilizar-se eléctrodos do tipo radial (em forma <strong>de</strong> “pata <strong>de</strong> ave”),<br />
constituídos por três condutores (no mínimo <strong>de</strong> 6 a 8 m cada) <strong>de</strong>rivados <strong>de</strong> um ponto<br />
comum e enterrados horizontalmente no solo a uma profundida<strong>de</strong> mínima <strong>de</strong> 0,8 m.<br />
Se não se optar pelo eléctrodo em anel, a cada <strong>de</strong>scida <strong>de</strong>ve correspon<strong>de</strong>r um<br />
eléctrodo <strong>de</strong> terra.<br />
http://www.prof2000.pt/users/lpa Página 31
Constituem eléctrodos <strong>de</strong> terra natural as estruturas metálicas enterradas que façam<br />
parte ou penetrem no edifício ou estrutura a proteger. São ainda normalmente<br />
utilizadas para aquele fim as fundações em betão armado, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que a sua<br />
continuida<strong>de</strong> eléctrica seja assegurada.<br />
Devido ao facto <strong>de</strong> se tornar difícil verificar as características dos eléctrodos <strong>de</strong> terra<br />
naturais e, sobretudo, pela dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> garantir a manutenção daquelas<br />
características ao longo do tempo a utilização do eléctrodos naturais não dispensa a<br />
instalação <strong>de</strong> eléctrodos artificiais.<br />
Ligações equipotenciais<br />
Todas as canalizações ou estruturas condutoras enterradas (água, esgotos, ar<br />
comprimido, combustíveis, electricida<strong>de</strong>, telecomunicações, etc.) cujo traçado se situe<br />
a menos <strong>de</strong> 3 m <strong>de</strong> qualquer ponto do conjunto <strong>de</strong> eléctrodos <strong>de</strong> terra do pára-raios<br />
<strong>de</strong>vem ser interligadas com aquele conjunto <strong>de</strong> eléctrodos <strong>de</strong> terra por meio <strong>de</strong><br />
condutores <strong>de</strong> cobre (secção ≥ 16 mm 2 ), <strong>de</strong> ferro galvanizado ou <strong>de</strong> aço inoxidável<br />
(secção ≥ 50 mm 2 ).<br />
Prevenção da tensão <strong>de</strong> passo 1<br />
A dissipação no solo <strong>de</strong> uma onda <strong>de</strong> corrente <strong>de</strong> <strong>de</strong>scarga origina sempre o<br />
aparecimento <strong>de</strong> um elevado potencial no conjunto <strong>de</strong> eléctrodos <strong>de</strong> terra e,<br />
consequentemente, no terreno circundante, originando normalmente uma situação <strong>de</strong><br />
risco para as <strong>pessoas</strong> e animais que ali se encontrem.<br />
Para diminuir a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aci<strong>de</strong>nte por acção da tensão <strong>de</strong> passo, <strong>de</strong>ve ser<br />
tomada pelo menos uma das seguintes medidas:<br />
- estabelecer no local, fazendo parte do eléctrodo <strong>de</strong> terra, um emalhado <strong>de</strong><br />
condutores horizontais enterrados no solo, não <strong>de</strong>vendo as dimensões da malha<br />
exce<strong>de</strong>r 5 m x 5 m;<br />
- prever na zona crítica um tapete <strong>de</strong> material isolante não higroscópico (asfalto<br />
por exemplo) com uma espessura mínima <strong>de</strong> 50 mm;<br />
- aumentar a profundida<strong>de</strong> dos eléctrodos <strong>de</strong> terra para valores superiores a 1 m.<br />
Por outro lado, <strong>de</strong>ve ser dada preferência, sempre que possível, a eléctrodos <strong>de</strong><br />
terra com a forma <strong>de</strong> anel em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> eléctrodos do tipo radial.<br />
1 A tensão <strong>de</strong> passo é a d.d.p. entre dois pontos à superfície da terra a uma distância <strong>de</strong> 1 metro.<br />
Se num dado momento, existir no ponto A um potencial com o valor U A e ao mesmo tempo existir no ponto B,<br />
distante 1 metro do ponto A, um potencial com o valor U B , então a tensão <strong>de</strong> passo neste local tem um valor U p que<br />
é exactamente igual à diferença U A - U B , ou seja U p = U A - U B<br />
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Conservação e exploração<br />
Verificações e medições a realizar:<br />
- o bom estado <strong>de</strong> conservação, <strong>de</strong> fixação e <strong>de</strong> funcionamento dos captores, das<br />
<strong>de</strong>scidas, dos elementos <strong>de</strong> ligação, etc., com confirmação, por medição da<br />
respectiva continuida<strong>de</strong> eléctrica;<br />
- o bom estado <strong>de</strong> funcionamento dos <strong>de</strong>scarregadores <strong>de</strong> sobretensão existentes<br />
no pára-raios;<br />
- o valor da resistência <strong>de</strong> contacto do eléctrodo <strong>de</strong> terra, o qual não <strong>de</strong>ve ser<br />
superior em mais <strong>de</strong> 50% ao valor obtido aquando da primeira inspecção, nunca<br />
<strong>de</strong>vendo exce<strong>de</strong>r 10 Ω.<br />
NOTA:<br />
Descarregador <strong>de</strong> sobretensões (DST ): Aparelho <strong>de</strong>stinado a proteger o<br />
equipamento eléctrico contra sobretensões transitórias elevadas e a limitar a duração e<br />
amplitu<strong>de</strong> da corrente.<br />
Classificação dos edifícios e estruturas<br />
Com o fim <strong>de</strong> aconselhar quais os edifícios e estruturas a equipar com um pára-raios<br />
estes classificam-se quanto às consequências das <strong>de</strong>scargas (CD) e quanto à altura<br />
e implantação (AI).<br />
Classificação das estruturas quanto às Consequências das Descargas (CD)<br />
CD 1<br />
Estruturas comuns<br />
CD 2<br />
Estruturas<br />
envolvendo riscos<br />
específicos<br />
CD 3<br />
Estruturas<br />
envolvendo riscos<br />
para as imediações<br />
São estruturas sem riscos especiais e não incluídas<br />
nos pontos seguintes.<br />
Edifícios frequentados por gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> <strong>pessoas</strong><br />
(escolas, hotéis, cinemas, centros comerciais,<br />
quartéis, hospitais, etc.).<br />
Edifícios cujo conteúdo seja <strong>de</strong> elevado valor<br />
económico ou cultural (museus, bibliotecas, etc.).<br />
Estruturas sujeitas a riscos <strong>de</strong> incêndio (armazéns <strong>de</strong><br />
cortiça, papel, etc.).<br />
Estruturas on<strong>de</strong> existam elementos especialmente<br />
sensíveis às sobretensões, nomeadamente<br />
componentes electrónicos (computadores,<br />
equipamentos <strong>de</strong> telecomunicações, etc.).<br />
São estruturas cujo tipo <strong>de</strong> utilização po<strong>de</strong> fazer com<br />
que os riscos esperados como consequência <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>scarga atmosférica se estendam para o exterior do<br />
volume a proteger (exemplos: estruturas contendo<br />
produtos tóxicos, radioactivos, etc. e estruturas<br />
sujeitas a risco <strong>de</strong> explosão).<br />
http://www.prof2000.pt/users/lpa Página 33
Classificação das estruturas quanto à Altura e Implantação (AI)<br />
AI 1<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong><br />
risco<br />
atenuado.<br />
AI 2<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong><br />
risco normal.<br />
AI 3<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong><br />
risco<br />
agravado.<br />
A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incidência das <strong>de</strong>scargas atmosféricas vem<br />
reduzida se:<br />
- a estrutura se localiza numa área relativamente extensa e contínua<br />
<strong>de</strong> estruturas <strong>de</strong> altura semelhante (cida<strong>de</strong>, florestas, etc.);<br />
- a estrutura tem à sua volta e nas proximida<strong>de</strong>s imediatas outras<br />
estruturas ou objectos isolados, <strong>de</strong> altura significativamente superior;<br />
- a estrutura se localiza num vale escarpado, cuja profundida<strong>de</strong><br />
exceda a altura da estrutura.<br />
São estruturas cuja altura e implantação não alteram<br />
significativamente a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>scarga<br />
atmosférica, relativamente à probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>scarga no solo por elas ocupado.<br />
A probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> incidência <strong>de</strong> <strong>de</strong>scargas atmosféricas consi<strong>de</strong>rase<br />
gran<strong>de</strong> se:<br />
- a estrutura tem uma altura superior a 25 metros;<br />
- a estrutura se salienta num terreno plano, afastado <strong>de</strong> árvores ou<br />
<strong>de</strong> outras estruturas;<br />
- a estrutura se localiza no alto <strong>de</strong> uma elevação <strong>de</strong> terreno<br />
significativa;<br />
- a estrutura está implantada junto <strong>de</strong> um <strong>de</strong>sfila<strong>de</strong>iro ou penhasco,<br />
nomeadamente, na orla marítima.<br />
Necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> protecção contra <strong>de</strong>scargas atmosféricas<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong> risco<br />
atenuado<br />
(AI 1)<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong> risco<br />
normal<br />
(AI 2)<br />
Estruturas em<br />
situação <strong>de</strong> risco<br />
agravado<br />
(AI 3)<br />
Estruturas comuns<br />
(CD 1)<br />
DISPENSÁVEL<br />
ACONSELHÁVEL<br />
ACONSELHÁVEL<br />
Estruturas<br />
envolvendo riscos<br />
específicos<br />
(CD 2)<br />
ACONSELHÁVEL<br />
NECESSÁRIO<br />
NECESSÁRIO<br />
Estruturas<br />
envolvendo riscos<br />
para as imediações<br />
(CD 3)<br />
NECESSÁRIO<br />
NECESSÁRIO<br />
NECESSÁRIO<br />
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