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Devocionário - Lições que enriquecem

As mensagens deste devocionário se propõem a elevar sua alma a Deus com o fim de que você goze de sua comunhão.

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1


DA FONTE DO MILAGRE<br />

2Reis 4.1-7<br />

1 Certo dia, a mulher de um dos discípulos dos profetas foi falar a<br />

Eliseu: "Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes <strong>que</strong> ele temia o<br />

Senhor. Mas agora veio um credor <strong>que</strong> está <strong>que</strong>rendo levar meus<br />

dois filhos como escravos". 2 Eliseu perguntou-lhe: "Como posso<br />

ajudá-la? Diga-me, o <strong>que</strong> você tem em casa?" E ela respondeu: "Tua<br />

serva não tem nada além de uma vasilha de azeite". 3 Então disse<br />

Eliseu: "Vá pedir emprestadas vasilhas a todos os vizinhos. Mas<br />

peça muitas. 4 Depois entre em casa com seus filhos e feche a porta.<br />

Derrame da<strong>que</strong>le azeite em cada vasilha e vá separando as <strong>que</strong> você<br />

for enchendo". 5 Depois disso ela foi embora, fechou-se em casa<br />

com seus filhos e começou a encher as vasilhas <strong>que</strong> eles lhe traziam.<br />

6 Quan­do todas as vasilhas estavam cheias, ela disse a um dos<br />

filhos: "Traga-me mais uma". Mas ele respondeu: "Já acabaram".<br />

Então o azeite parou de correr. 7 Ela foi e contou tudo ao homem de<br />

Deus, <strong>que</strong> lhe disse: "Vá, venda o azeite e pague suas dívidas. E você<br />

e seus filhos ainda poderão viver do <strong>que</strong> sobrar"<br />

Já li e ouvi dezenas de mensagens na passagem bíblica <strong>que</strong><br />

conta o milagre da multiplicação do azeite da viúva para esta pagar<br />

a dívida herdada de seu marido e <strong>que</strong> poderia lhe retirar os filhos<br />

violentamente.<br />

Senão todas, mas boa parte das mensagens enfatiza a ação do<br />

homem no milagre. De verdade não consigo ver nada nesse texto<br />

<strong>que</strong> enalteça o homem ou os elementos materiais como motivo<br />

suficiente para a operacionalização do milagre em <strong>que</strong>stão. Nem a<br />

mulher, nem os filhos, nem o histórico do marido, nem os vizinhos,<br />

nem as vasilhas, nem o óleo da botija são fatores primordiais ao<br />

acontecimento do milagre.<br />

O foco é Deus!<br />

Analisemos mais de perto toda a <strong>que</strong>stão. Comecemos com a<br />

informação de <strong>que</strong> o morto era temente a Deus (2Reis 4.1). Na<br />

verdade essa informação pode tanto inocentar como acusar o<br />

falecido. Será <strong>que</strong> ele enquanto viveu foi do tipo <strong>que</strong> não soube<br />

administrar bem seus recursos? Ou será <strong>que</strong> ele foi apenas vítima de<br />

2


uma crise nacional <strong>que</strong> acometia seu país? Assim a doutrina <strong>que</strong> diz<br />

<strong>que</strong> Deus age mediante nossa ação nesse caso não pode ser afirmada.<br />

A mãe. Essa teria seus méritos na realização do milagre? O<br />

texto apenas a apresenta como uma pedinte, aflita e sem a menor<br />

ideia do <strong>que</strong> fazer, exceto clamar em desespero a Deus por uma<br />

solução. A pergunta do profeta demonstra o estado de<br />

vulnerabilidade dessa mulher: o <strong>que</strong> tens em casa? Ela respondeu:<br />

tua serva não tem nada em casa (2Reis 4.1-2). Nada nela aponta<br />

algum requisito como elemento operante do milagre como <strong>que</strong>rem<br />

dizer alguns <strong>que</strong> trataram dessa passagem bíblica.<br />

Nem mesmo o profeta se constitui como fonte do milagre. Ao<br />

ouvir o relato sofrido da viúva o profeta pergunta à viúva e a si<br />

mesmo: <strong>que</strong> te hei de fazer? (2Reis 4.2). Sua pergunta mostra a nós<br />

<strong>que</strong> em si mesmo o profeta era tão ineficiente para gerar o milagre<br />

como o era a história do morto, a viúva e seus filhos.<br />

E o <strong>que</strong> dizer dos vizinhos? Os vizinhos também não podem<br />

ser tidos como requisito para <strong>que</strong> o milagre acontecesse. Eles apenas<br />

emprestaram vasilhas sem mesmo saber para qual fim seriam usadas<br />

já <strong>que</strong> o milagre tinha propósito particular (2Reis 4.3-4).<br />

Há ainda afirmação por parte dos <strong>que</strong> asseguram <strong>que</strong> para Deus<br />

realizar milagres alguns elementos precisam estar presentes. Nesse<br />

caso o pouco de azeite <strong>que</strong> havia na botija da viúva em casa era a<br />

centelha da ignição para o acontecimento do milagre e as vasilhas<br />

eram necessárias e <strong>que</strong> só parou de jorrar azeite quando não mais<br />

havia vasilhas disponíveis. De fato não. Deus em sua soberania<br />

havia determinado a quantidade de vasilhas <strong>que</strong> deviam ser cheias<br />

já <strong>que</strong> o propósito do milagre era pagar a dívida <strong>que</strong> se não paga<br />

levaria as crianças embora e suprir para <strong>que</strong> a viúva tivesse meios<br />

suficientes para viver, não para enricar (2Reis 4.5-7).<br />

Deus não precisa de nada para realizar um milagre. Ele é<br />

poderoso em todas as situações.<br />

Os personagens dessa história são muitos. A viúva, o morto, as<br />

crianças, os vizinhos, o profeta, os elementos (indiretamente), mas<br />

o motivo da realização do milagre é um só: Deus e seu amor gracioso<br />

pelos <strong>que</strong> sofrem e nada podem fazer diante das duras circunstâncias<br />

da vida neste mundo muitas vezes dramáticas.<br />

Longe de tornar o homem um qual<strong>que</strong>r o fato de nenhum dos<br />

personagens desse texto ser o motivo necessário para o milagre,<br />

3


encontramos a segurança de <strong>que</strong> podemos ir à presença de Deus<br />

suplicar seu favor e sua graça irá jorrar de seu trono em benefício do<br />

<strong>que</strong> sofre e o busca.<br />

Exploradores da fé transferem para métodos, pessoas e coisas<br />

o motivo do milagre com fim espúrio. Outros o fazem por pura<br />

ingenuidade de achar <strong>que</strong> Deus precisa do homem para operar seus<br />

feitos.<br />

A Deus glórias sempre!<br />

4


DA PERSISTÊNCIA<br />

2 Reis 2.1-15<br />

1 Quando o Senhor levou Elias aos céus num redemoinho, aconteceu<br />

o seguinte: Elias e Eliseu saíram de Gilgal, 2 e no caminho disse-lhe<br />

Elias: "Fi<strong>que</strong> aqui, pois o Senhor me enviou a Betel". Eliseu, porém,<br />

disse: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong> não te deixarei<br />

ir só". Então foram a Betel. 3 Em Betel os discípulos dos profetas<br />

foram falar com Eliseu e perguntaram: "Você sabe <strong>que</strong> hoje o<br />

Senhor vai levar para os céus ­o seu mestre, separando-o de você?"<br />

Respondeu Eliseu: "Sim, eu sei, mas não falem nisso". 4 Então Elias<br />

lhe disse: "Fi<strong>que</strong> aqui, Eliseu, pois o Senhor me enviou a Jericó".<br />

Ele respondeu: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong> não te<br />

deixarei ir só". Desceram então a Jericó. 5 Em Jericó os discípulos<br />

dos profetas foram falar com Eliseu e lhe perguntaram: "Você sabe<br />

<strong>que</strong> hoje o Senhor vai levar para os céus o seu ­mestre, separando-o<br />

de você?" Respondeu Eliseu: "Sim, eu sei, mas não falem nisso". 6<br />

Em seguida Elias lhe disse: "Fi<strong>que</strong> aqui, pois o Senhor me enviou<br />

ao rio Jordão". Ele respondeu: "Juro pelo nome do Senhor e por tua<br />

vida <strong>que</strong> não te deixarei ir só!" Então partiram juntos. 7 Cin<strong>que</strong>nta<br />

discípulos dos profetas os acompanharam e ficaram olhando a<br />

distância, quando Elias e Eliseu pararam à margem do Jordão. 8<br />

Então Elias tirou o manto, enrolou-o e com ele bateu nas águas. As<br />

águas se dividiram, e os dois atravessaram em chão seco. 9 Depois<br />

de atravessar, Elias disse a Eliseu: "O <strong>que</strong> posso fazer em seu favor<br />

antes <strong>que</strong> eu seja levado para longe de você?" Respondeu Eliseu:<br />

"Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético". 10<br />

Disse Elias: "Seu pedido é difícil; mas, se você me vir quando eu for<br />

separado de você, terá o <strong>que</strong> pediu; do contrário, não será atendido".<br />

11 De repente, enquanto caminhavam e conversavam, apareceu um<br />

carro de fogo puxado por cavalos de fogo <strong>que</strong> os separou, e Elias foi<br />

levado aos céus num redemoinho. 12 Quando viu isso, Eliseu gritou:<br />

"Meu pai! Meu pai! Tu eras como os carros de guerra e os cavaleiros<br />

de Israel!" E, quando já não podia mais vê-lo, Eliseu pegou as<br />

próprias vestes e as rasgou ao meio. 13 Depois pegou o manto de<br />

Elias, <strong>que</strong> tinha caído, e voltou para a margem do Jordão. 14 Então<br />

bateu nas águas do rio com o manto e perguntou: "Onde está agora<br />

o Senhor, o Deus de Elias?" Tendo batido nas águas, elas se<br />

5


dividiram e ele atravessou. 15 Quando os discípulos dos profetas,<br />

vindos de Jericó, viram isso, disseram: "O espírito profético de Elias<br />

repousa sobre Eliseu". Então foram ao seu encontro, prostraram-se<br />

diante dele e disseram:<br />

Dou muitas glórias a Deus pela sabedoria do espírito santo no<br />

livro de segundo Reis pela forma como as histórias postas em<br />

sequência da outra nos fornecem ensinos valiosos.<br />

Em contrapartida aos exemplos de teimosia <strong>que</strong> tratei no texto<br />

anterior, temos agora a oportunidade de ver em Eliseu um lindo<br />

exemplo de persistência. Persistência é uma bênção!<br />

A história de Eliseu começa na verdade em 1Reis 19.19-21.<br />

Temos no texto de primeiro Reis as informações do chamado de<br />

Eliseu para suceder Elias. Como filho dedicado <strong>que</strong> era, o texto<br />

apresenta Eliseu na companhia de seu pai arando a terra da família<br />

para o plantio. Talvez essa fosse a fonte de subsistência da família.<br />

Num gesto simbólico de transferência de posição Elias <strong>que</strong> foi<br />

ao encontro de Elias em sua casa, desveste sua capa e a entrega a<br />

Eliseu. Gesto esse <strong>que</strong> foi prontamente entendido pelo jovem Eliseu.<br />

De imediato ao gesto Eliseu faz uma festa e se despede de seus<br />

familiares e amigos para ser tornar o auxiliar de Elias.<br />

A partir desse episódio Eliseu nutriu e desenvolveu em seu<br />

coração o desejo de ser o profeta sucessor de Elias. Desejo é um dos<br />

elementos da persistência (2Reis 2.9). Entretanto, o desejo abrigado<br />

no coração do futuro profeta ficou resguardado por outro elemento<br />

muito importante na persistência – a espera. Eliseu não deixou <strong>que</strong><br />

o desejo dominasse sua mente, aguardou, serviu, aprendeu, não<br />

partiu para meios impróprios para obter o <strong>que</strong> desejava seu coração.<br />

Tempos atrás Eliseu escolhido para ser profeta de Deus<br />

manteve-se firme a esse chamado mesmo enfrentando provas para<br />

fazê-lo pensar acerca da seriedade do ministério profético. Uma das<br />

provas pela qual Eliseu passou foi percorrer num único dia cerca de<br />

cin<strong>que</strong>nta quilômetros a pé sob as investidas de pessoas <strong>que</strong><br />

consciente ou inconscientemente <strong>que</strong>riam desestimulá-lo de estar<br />

com o mestre Elias até o momento de sua partida (2Reis 2.1-7).<br />

Tivesse Deus pedido a opinião do mestre Elias creio <strong>que</strong> este<br />

diria estar Eliseu aprovado, faltava entretanto a aprovação de Deus<br />

6


(2Reis 2.9-10). Eliseu muito certo do <strong>que</strong> <strong>que</strong>ria pediu a Elias <strong>que</strong><br />

como herança lhe fosse dada porção duplicada do poder <strong>que</strong> esteve<br />

sobre seu mestre. Longe de esse ser um pedido arrogante ou<br />

desprestigiar o mestre, era, na verdade, um elogio. Demonstrava<br />

honra e a humildade de entender <strong>que</strong> para ser um bom profeta e estar<br />

á altura do <strong>que</strong> fora seu mestre precisava de mais poder para isso.<br />

Na cultura hebraica uma maneira de honra ao outro era <strong>que</strong>rer ser<br />

melhor do <strong>que</strong> fora o anterior. Acho <strong>que</strong> em todas as culturas seja<br />

assim também. Deus entendeu a intenção de Eliseu e concedeu a ele<br />

o <strong>que</strong> desejava seu coração (2Reis 2.11-15).<br />

Em seguida a receber porção dobrada do poder <strong>que</strong> estava<br />

sobre Elias (a ação do espírito Santo nele e através dele), os atos<br />

praticados por Eliseu não foi para impressionar <strong>que</strong>m o observava<br />

ou exibir poder, mas para comprovar na prática se seu pedido havia<br />

sido devidamente atendido (2reis 2.11-14).<br />

A persistência demonstrada por Eliseu para chegar ao posto<br />

para o qual antes já havia sido escolhido traça uma linha divisória<br />

bem expressiva entre persistência e teimosia. A teimosia prejudica,<br />

se firma em propósitos egoístas, rouba tempo, recursos e energia e<br />

até a vida das pessoas <strong>que</strong> direta ou indiretamente se envolvem com<br />

o teimoso e a do próprio teimoso, enquanto <strong>que</strong> a persistência se<br />

firma em propósitos nobres, busca a aprovação de Deus no <strong>que</strong> faz,<br />

espera pelo tempo certo de agir, beneficia ao possuidor e aos demais,<br />

enobrece a vida, valoriza os recursos, energia e a vida.<br />

Foi a persistência de Eliseu e não sua teimosia <strong>que</strong> o fez um<br />

dos profetas mais nobres da história do povo de Deus.<br />

7


DA TEIMOSIA E PESOAS TEIMOSAS<br />

2 Reis 1.7-16; 2.15-18<br />

2 Reis 1.7-16<br />

7 O rei lhes perguntou: "Como era o homem <strong>que</strong> os encontrou e<br />

disse isso?" 8 Eles responderam: "Ele vestia roupas de pelos e usava<br />

um cinto de couro". O rei concluiu: "Era o tesbita Elias". 9 Em<br />

seguida mandou um oficial com cin<strong>que</strong>nta soldados procurar Elias.<br />

O oficial o encontrou sentado no alto de uma colina, e lhe disse:<br />

"Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu desças". 10 Elias respondeu<br />

ao oficial: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong> desça fogo do céu e<br />

consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" E desceu fogo do céu e<br />

consumiu o oficial e seus soldados. 11 Depois disso o rei enviou<br />

outro oficial com mais cin<strong>que</strong>nta soldados. E ele disse a Elias:<br />

"Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu desças imediatamente". 12<br />

Respondeu Elias: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong> desça fogo do céu e<br />

consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" De novo, fogo de Deus<br />

desceu do céu e consumiu o oficial e seus soldados. 13 Então o rei<br />

enviou um terceiro oficial com outros cin<strong>que</strong>nta soldados. O oficial<br />

subiu o monte, caiu de joelhos diante de Elias e implorou: "Homem<br />

de Deus, tem consideração por minha vida e pela vida destes<br />

cin<strong>que</strong>nta soldados, teus servos! 14 Sei <strong>que</strong> desceu fogo do céu e<br />

consumiu os dois primeiros oficiais com todos os seus soldados.<br />

Mas agora tem consideração por minha vida!" 15 O anjo do Senhor<br />

disse a Elias: "Acompanhe-o; não tenha medo dele". Então Elias se<br />

levantou, desceu com ele e foi falar com o rei. 16 Ao chegar, disse<br />

ao rei: "Assim diz o Senhor: 'Acaso não há Deus em Israel? Por <strong>que</strong><br />

você mandou consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom? Por isso você<br />

não se levantará mais dessa cama e certamente morrerá!'<br />

2 Reis 2.15-18<br />

15 Quando os discípulos dos profetas, vindos de Jericó, viram isso,<br />

disseram: "O espírito profético de Elias repousa sobre Eliseu". Então<br />

foram ao seu encontro, prostraram-se diante dele e disseram: 16<br />

"Olha, nós, teus servos, temos cin<strong>que</strong>nta homens fortes. Deixa-os<br />

sair à procura do teu mestre. Talvez o Espírito do Senhor o tenha<br />

8


levado e deixado em algum monte ou em algum vale". Respondeu<br />

Eliseu: "Não mandem ninguém". 17 Mas eles insistiram até <strong>que</strong>,<br />

constrangido, consentiu: "Podem mandar os ho­mens". E mandaram<br />

cin<strong>que</strong>nta homens, <strong>que</strong> procuraram Elias por três dias, mas não o<br />

encontraram. 18 Quando voltaram a Eliseu, <strong>que</strong> tinha ficado em<br />

Jericó, ele lhes falou: "Não disse a vocês <strong>que</strong> não fossem?"<br />

Pode existir certa semelhança entre persistência e teimosia,<br />

mas depois <strong>que</strong> definimos as duas cuidadosamente percebemos <strong>que</strong><br />

as semelhanças são apenas e somente aparentes. A teimosia causa<br />

terríveis e às vezes irreversíveis males. Observemos na vida de<br />

pessoas teimosas os males <strong>que</strong> a teimosia causa. Comecemos com o<br />

rei Acazias de Israel, filho de Acabe.<br />

Acazias sofrera um grave acidente caindo pelas grades de um<br />

quarto <strong>que</strong> ficava no andar de cima de seu palácio, talvez. Em<br />

decorrência da <strong>que</strong>da sua saúde ficou gravemente debilitada dia após<br />

dia (2Reis 1.2).<br />

Acabe, o pai e Acazias, o filho haviam presenciado os<br />

tremendos milagres realizados por Elias o profeta de Deus além dos<br />

ensinos ministrados por esse profeta de Jeová. Apesar de tantas<br />

manifestações poderosas a família (não só Acabe e o filho, mas<br />

todos igualmente) se mantinha teimosamente distante de Deus<br />

praticando tudo o <strong>que</strong> a Deus desagradava. O escritor do segundo<br />

livros de Reis relata um episódio entre os muitos quando o rei<br />

mesmo á beira da morte desprezava Deus confiando sua sorte ao<br />

deus de sua família (2reis 1.2-4).<br />

Somada á doença decorrente da <strong>que</strong>da o reino agora presidido<br />

por Acazias depois da morte do pai enfrentava uma séria rebelião<br />

por parte de um rei vassalo <strong>que</strong> percebendo a instabilidade do reino<br />

<strong>que</strong>ria livrar-se dos pesados impostos <strong>que</strong> desde o tempo de Acabe<br />

Israel impunha sobre ele (2reis 1.1; 3.4-5).<br />

Creio <strong>que</strong> o acidente foi permitido por Deus como um gesto de<br />

misericórdia para <strong>que</strong> esse rei mudasse seu rumo na vida em relação<br />

a Deus Jeová e gozasse da bênção deste. O rei insistiu teimosamente<br />

em suas atitudes contra Deus até encontrar por juízo de Deus Jeová<br />

a morte (2reis 1.3,17).<br />

O texto bíblico em <strong>que</strong> esta mensagem se baseia é muito rico<br />

em ensino sobre os males da teimosia. O Espírito santo indica <strong>que</strong> o<br />

9


teimoso, além de desperdiçar a própria vida, ainda desperdiça a vida<br />

dos outros. O texto nos diz <strong>que</strong> o rei enviou duas guarnições de<br />

cin<strong>que</strong>nta homens e seu capitão para afrontar Deus através de<br />

afrontar seu profeta, Elias. O modo como os capitães trataram o<br />

profeta mostra o mesmo desdém <strong>que</strong> tinha o rei para com deus Jeová<br />

e tudo o <strong>que</strong> se relacionava ou pertencia a ele. Os capitães e suas<br />

guarnições imitaram o rei na teimosia contra Deus. Assim como o<br />

rei, as guarnições tinham sido confrontadas pelo profeta de Deus, a<br />

história de Israel registrava os muitos milagres de Jeová como forma<br />

de evidenciar sua soberania, mas ainda assim foi ao rei <strong>que</strong><br />

preferiram seguir. Morreram em decorrência da teimosia no errado.<br />

Nesse ponto posso afirmar <strong>que</strong> um dos perigos da teimosia é<br />

<strong>que</strong> ela levar ao desperdício de vidas. Quantas pessoas nesse mundo<br />

já não morreram em consequência de desprezar os bons caminhos<br />

de Deus para suas vida e trilharam afrontosamente nas trilhas do erro<br />

flertando a cada dia com o perigo iminente até <strong>que</strong> a morte os levou?<br />

Glórias a Deus pela ação do espírito Santo <strong>que</strong> em sua<br />

soberania enri<strong>que</strong>ce o texto bíblico saído da mão do escritor com<br />

informações preciosas para <strong>que</strong> os filhos de Deus optem sempre pela<br />

vida e nunca pela morte.<br />

Voltando ao caso das duas guarnições e seus capitães enviadas<br />

ao profeta de deus pelo rei Acazias, além de terem atentado contra a<br />

própria vida, os teimosos desperdiçaram tempo, recursos e energia.<br />

O rei empregou sua força bélica em tamanho descomunal (cin<strong>que</strong>nta<br />

homens) contra um profeta em idade já adiantada. A ideia de <strong>que</strong> a<br />

força era descomunal fica mais evidente quando temos a informação<br />

<strong>que</strong> o reino vivia uma rebelião externa (o rei de Moabe ensaiava uma<br />

guerra contra Israel). Recursos despendidos em objetivo errado e<br />

desproporcional ao alvo. O rei ocupava o tempo precioso do profeta<br />

de Deus <strong>que</strong> teve <strong>que</strong> se ocupar com algo <strong>que</strong> cabia ao rei e a Deus.<br />

Não é forçoso nessa altura afirmar <strong>que</strong> a teimosia desperdiça<br />

mais <strong>que</strong> só a vida, mas ainda <strong>que</strong> a pessoa não morra em<br />

decorrência de sua estupidez, eu tempo, recursos e energia estará<br />

seriamente comprometido causando prejuízos a si e tantas vezes a<br />

pessoas inocentes (o <strong>que</strong> não era o caso das duas guarnições, mas do<br />

profeta de Deus e muitos súditos do reino, pessoas de bem).<br />

A sabedoria do espírito santo de Deus é fortemente percebida<br />

no entrelaçamento das histórias nesse segundo livro de Reis. As<br />

10


histórias postas lado a lado evidenciam os temas do livro, teimosia<br />

é um destes.<br />

Um grupo de homens conhecidos como “Discípulos de<br />

profeta” é outra mostra de <strong>que</strong> gente teimosa desperdiça recursos<br />

valiosos para no fim se virem frustrados com as próprias ações.<br />

O segundo texto em <strong>que</strong> fundamento essa meditação (2Reis<br />

2.15-18) mostra <strong>que</strong> numa atitude teimosa o grupo de homens,<br />

discípulos de profeta contra as orientações do agora recémempossado<br />

Eliseu. Esse grupo acreditava <strong>que</strong> Deus havia de fato<br />

trasladado Elias para o céu, mas <strong>que</strong> seu corpo havia ficado e<br />

deixado (jogado) em algum lugar da região. Insistiram com Eliseu<br />

para montar uma força-tarefa para irem à procura do corpo do<br />

mestre. Cin<strong>que</strong>nta homens despedaçando tempo, energia e recursos<br />

em uma missão fútil <strong>que</strong> fora desaprovada por Eliseu para ao fim<br />

ouvirem o profeta dizer “não disse a vocês <strong>que</strong> não fossem?” em tom<br />

de severa reprimenda.<br />

Cansaço, frustração, vergonha da teimosia depois de três dias<br />

de caminhada desnecessária.<br />

Com base em tudo aqui exposto sobre a teimosia posso afirmar<br />

eu a teimosia difere da persistência pela insistência em não acatar<br />

bons conselhos, disposição para o erro (ou ações fúteis)<br />

desperdiçando tempo, recursos, energia e vida para no fim se vir<br />

frustrado mental e espiritualmente.<br />

Cuidemos <strong>que</strong> nossas atitudes não sejam fundamentadas na<br />

teimosia. O antídoto para <strong>que</strong> isso aconteça é prestar atenção a<br />

palavra dirigida a nós com o fim de nos desviar de um fim.<br />

11


DAS IMPRESSÕES PRECIPITADAS<br />

2Reis 3.21-27<br />

21 Quando os moabitas ficaram sabendo <strong>que</strong> os reis tinham vindo<br />

para atacá-los, todos os <strong>que</strong> eram capazes de empunhar armas, do<br />

mais jovem ao mais velho, foram convocados e posicionaram-se na<br />

fronteira. 22 Ao se levantarem na manhã seguinte, o sol refletia na<br />

água. Para os moabitas <strong>que</strong> estavam defronte dela, a água era<br />

vermelha como sangue. 23 Então gritaram: "É sangue! Os reis<br />

lutaram entre si e se mataram. Agora, ao sa<strong>que</strong>, Moabe!" 24 Quando,<br />

porém, os moabitas chegaram ao acampamento de Israel, os<br />

israelitas os atacaram e os puseram em fuga. Entraram no território<br />

de Moabe e o arrasaram. 25 Des­truíram as cidades e, quando<br />

passavam por um campo cultivável, cada homem atirava uma pedra<br />

até <strong>que</strong> ficasse coberto. Taparam todas as fontes e derrubaram toda<br />

árvore frutífera. Só Quir-Haresete ficou com as pedras no lugar, mas<br />

homens armados de atiradeiras a cercaram e também a atacaram. 26<br />

Quando o rei de Moabe viu <strong>que</strong> estava perdendo a batalha, reuniu<br />

setecentos homens armados de espadas para forçar a passagem, para<br />

alcançar o rei de Edom, mas fracassou. 27 Então pegou seu próprio<br />

filho, o filho mais velho, <strong>que</strong> devia sucedê-lo como rei, e o sacrificou<br />

sobre o muro da cidade. Isso trouxe grande ira contra Israel, de modo<br />

<strong>que</strong> eles se retiraram e voltaram para a sua própria terra.<br />

É da natureza humana obter impressões das pessoas, das coisas<br />

e das situações. Impressão <strong>que</strong>ro significar uma leitura superficial<br />

(muitas vezes) de algo, de uma situação ou de uma pessoa ou mais.<br />

A<strong>que</strong>la análise sem bastante fundamentação para uma tomada de<br />

decisão.<br />

Foi exatamente essa falta de ponderação demorada <strong>que</strong><br />

acometeu o rei de Moabe e seu povo e <strong>que</strong> os levou a uma séria<br />

catástrofe.<br />

Moabe <strong>que</strong>ria se livrar do pesado jugo de Israel e seus pesados<br />

impostos. O reino de Israel se aprontou para enfrentar Moabe para<br />

não permitir <strong>que</strong> esse tivesse êxito na tentativa de libertar-se. Israel<br />

aliou-se a Judá e a Edom. O rei de Moabe por sua vez fez uma boa<br />

leitura da situação e concluiu <strong>que</strong> para enfrentar a coalisão Israel,<br />

Judá e Edom todos, do pe<strong>que</strong>no ao grande, deveriam ir à guerra bem<br />

12


armados e prontos para vencer. Não importava outra coisa <strong>que</strong> não<br />

vencer. Era uma leitura adequada do caso (2Reis 3.21).<br />

Porém, num momento seguinte mudou o rei de Moabe de<br />

estratégia. Viram as águas <strong>que</strong> corriam nas imediações onde<br />

estavam acampados avermelhadas e concluíram sem consulta<br />

elaborada <strong>que</strong> se tratava de sangue. Concluíram <strong>que</strong> os reinos<br />

aliados tinham se matado entre si e dessa conclusão largaram as<br />

armas e saíram desarmados para recolher os bens dos reis e seus<br />

exércitos <strong>que</strong> ele, Moabe julgava mortos (2Reis 3.22-23).<br />

Como chegaram a essa impressão? De uma impressão não<br />

conferida. Impressão baseada em visão curta. Adquiriram do fato de<br />

terem confiado sem investigar.<br />

A tragédia decorrente dessa ação baseada na pressa de concluir<br />

sem investigar trouxe uma derrota dura para o reino de Moabe <strong>que</strong>,<br />

agora, certamente, destruído ainda tinha <strong>que</strong> pagar os altos impostos<br />

cobrados pelo reino de Israel (2Reis 3.24-26). A falsa impressão<br />

conduziu o rei a cometer a loucura de matar o próprio filho na<br />

esperança de <strong>que</strong> seu deus salvasse o reino da tragédia (2Reis 3.27).<br />

Fica esse relato bíblico como aviso para não sermos<br />

displicentes ao ponto de basearmos nossas decisões em impressões<br />

não fundamentadas para <strong>que</strong> evitemos sérios prejuízos, muitos<br />

irreversíveis.<br />

13


DE PESSOAS FALIDAS OU MORTAS<br />

2 Reis 1.2-6; 9-18<br />

2 Certo dia, Acazias caiu da sacada do seu quarto no palácio de<br />

Samaria e ficou muito ferido. Então enviou mensageiros para<br />

consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom, para saber se ele se<br />

recuperaria. 3 Mas o anjo do Senhor disse ao tesbita Elias: "Vá<br />

encontrar-se com os mensageiros do rei de Samaria e pergunte a<br />

eles: Acaso não há Deus em Israel? Por <strong>que</strong> vocês vão consultar<br />

Baal-Zebube, deus de Ecrom? 4 Por isso, assim diz o Senhor: 'Você<br />

não se levantará mais dessa cama e certamente morrerá!' " E Elias<br />

foi embora. 5 Quando os mensageiros voltaram ao rei, ele lhes<br />

perguntou: "Por <strong>que</strong> vocês voltaram?" 6 Eles responderam: "Um<br />

homem veio ao nosso encontro e nos disse: 'Voltem ao rei <strong>que</strong> os<br />

enviou e digam-lhe: Assim diz o Senhor: "Acaso não há Deus em<br />

Israel? Por <strong>que</strong> você mandou consultar Baal-Zebube, deus de<br />

Ecrom? Por isso você não se levantará mais dessa cama e certamente<br />

morrerá!" ' "... 9 Em seguida mandou um oficial com cin<strong>que</strong>nta<br />

soldados procurar Elias. O oficial o encontrou sentado no alto de<br />

uma colina, e lhe disse: "Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu<br />

desças". 10 Elias respondeu ao oficial: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong><br />

desça fogo do céu e consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" E<br />

desceu fogo do céu e consumiu o oficial e seus soldados. 11 Depois<br />

disso o rei enviou outro oficial com mais cin<strong>que</strong>nta soldados. E ele<br />

disse a Elias: "Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu desças<br />

imediatamente". 12 Respondeu Elias: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong><br />

desça fogo do céu e consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" De<br />

novo, fogo de Deus desceu do céu e consumiu o oficial e seus<br />

soldados. 13 Então o rei enviou um terceiro oficial com outros<br />

cin<strong>que</strong>nta soldados. O oficial subiu o monte, caiu de joelhos diante<br />

de Elias e implorou: "Homem de Deus, tem consideração por minha<br />

vida e pela vida destes cin<strong>que</strong>nta soldados, teus servos! 14 Sei <strong>que</strong><br />

desceu fogo do céu e consumiu os dois primeiros oficiais com todos<br />

os seus soldados. Mas agora tem consideração por minha vida!" 15<br />

O anjo do Senhor disse a Elias: "Acompanhe-o; não tenha medo<br />

dele". Então Elias se levantou, desceu com ele e foi falar com o rei.<br />

16 Ao chegar, disse ao rei: "Assim diz o Senhor: 'Acaso não há Deus<br />

em Israel? Por <strong>que</strong> você mandou consultar Baal-Zebube, deus de<br />

14


Ecrom? Por isso você não se levantará mais dessa cama e certamente<br />

morrerá!' " 17 E Acazias morreu, conforme a palavra do Senhor<br />

anunciada por Elias. Como não tinha filhos, Jorão foi o seu sucessor<br />

no segundo ano do reinado de Jeorão, rei de Judá, filho de Josafá.<br />

18 O­s demais acontecimentos do reinado de Acazias e suas<br />

realizações estão escritos nos registros históricos dos reis de Israel.<br />

E depois da morte de Acabe, Moabe se rebelou contra Israel<br />

(2Reis 1.1). É com essa declaração <strong>que</strong> se inicia o segundo livro de<br />

reis na Bíblia.<br />

A declaração indica <strong>que</strong> o rei ascendendo ao trono herdava um<br />

reino em convulsão quase para perder um de seus reinos vassalos de<br />

onde tirava renda para sua opulência. No caso em <strong>que</strong>stão a perda<br />

seria considerável. Cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros<br />

(2Reis 3.4). Se isso ocorresse o reino estaria em falência.<br />

Voltando um pouco na história ficamos sabendo <strong>que</strong> toda a<br />

família de Acabe, incluindo o rei <strong>que</strong> agora subia ao trono por causa<br />

de agressiva desobediência a Deus estava sentenciada ao<br />

desaparecimento por morte (1Reis 21.21-22; 22.52-54). Essa<br />

sentença põe o rei Acazias, o <strong>que</strong> ascendia ao trono, no corredor da<br />

morte, caso não restaurasse sua vida para praticar o <strong>que</strong> era bom e<br />

agradável a Deus.<br />

Porém, Deus, em sua grande misericórdia permitiu <strong>que</strong> o rei<br />

sofresse um grave acidente para com isso atrair sua atenção para lhe<br />

fazer bem. Não <strong>que</strong> Deus não houvesse insistido várias vezes com<br />

essa família. O fez e em todas foi desprezado. Acazias caiu do andar<br />

superior de uma casa sua (2Reis 1.2-6).<br />

Estranhamente o rei insistiu em desobedecer a Deus até <strong>que</strong> as<br />

feridas decorrentes do acidente o levaram à morte.<br />

Mais estranho ainda é <strong>que</strong> pessoas como o rei Acazias têm<br />

discípulos. Além da nação <strong>que</strong> estava desviada de Deus juntamente<br />

com o rei copiando suas más atitudes, duas guarnições militares a<br />

serviço do rei são prova disso. Envidas pelo rei ao profeta o<br />

desrespeitaram como se fossem o próprio rei diante do profeta de<br />

Deus (2Reis 1.9-12).<br />

Acazias, um rei à beira da falência e no corredor da morte<br />

insistia em desobedecer ainda mais a Deus, morreu e os <strong>que</strong> o<br />

15


DE PESSOAS QU APRENDEM COM OS BONS EXEMPLOS<br />

E AS QUE NÃO<br />

2Reis 1.9-16<br />

9 Em seguida mandou um oficial com cin<strong>que</strong>nta soldados procurar<br />

Elias. O oficial o encontrou sentado no alto de uma colina, e lhe<br />

disse: "Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu desças". 10 Elias<br />

respondeu ao oficial: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong> desça fogo do<br />

céu e consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" E desceu fogo do<br />

céu e consumiu o oficial e seus soldados. 11 Depois disso o rei<br />

enviou outro oficial com mais cin<strong>que</strong>nta soldados. E ele disse a<br />

Elias: "Homem de Deus, o rei ordena <strong>que</strong> tu desças imediatamente".<br />

12 Respondeu Elias: "Se sou homem de Deus, <strong>que</strong> desça fogo do<br />

céu e consuma você e seus cin<strong>que</strong>nta soldados!" De novo, fogo de<br />

Deus desceu do céu e consumiu o oficial e seus soldados. 13 Então<br />

o rei enviou um terceiro oficial com outros cin<strong>que</strong>nta soldados. O<br />

oficial subiu o monte, caiu de joelhos diante de Elias e implorou:<br />

"Homem de Deus, tem consideração por minha vida e pela vida<br />

destes cin<strong>que</strong>nta soldados, teus servos! 14 Sei <strong>que</strong> desceu fogo do<br />

céu e consumiu os dois primeiros oficiais com todos os seus<br />

soldados. Mas agora tem consideração por minha vida!" 15 O anjo<br />

do Senhor disse a Elias: "Acompanhe-o; não tenha medo dele".<br />

Então Elias se levantou, desceu com ele e foi falar com o rei. 16 Ao<br />

chegar, disse ao rei: "Assim diz o Senhor: 'Acaso não há Deus em<br />

Israel? Por <strong>que</strong> você mandou consultar Baal-Zebube, deus de<br />

Ecrom? Por isso você não se levantará mais dessa cama e certamente<br />

morrerá! '“<br />

É lamentável como de modo geral nós os seres humanos<br />

precisemos sofrer para aprender e desperdiçemos aprender pelo<br />

exemplo ou pela informação, pela observação. Outros, entretanto,<br />

uma minoria, aprende para não sofrer.<br />

No texto bíblico em <strong>que</strong>stão essa verdade é acentuada em três<br />

guarnições de cin<strong>que</strong>nta soldados e seus respectivos capitães<br />

enviadas pelo rei Acazias para trazer à força o profeta Elias à sua<br />

presença para ter com ele uma ação sórdida, certamente.<br />

A primeira guarnição incorporando o ânimo rebelde do rei<br />

postou-se diante de Deus e num tom desrespeitoso e ameaçador<br />

16


ordenara ao profeta <strong>que</strong> fosse com eles até o rei. Ainda <strong>que</strong> o<br />

tratamento dessa guarnição a Elias fosse pelo título a ele devido, o<br />

espírito era de ameaça e rebeldia. Deus os julgou então e os<br />

sentenciou à morte instantânea (2Reis 1.9-10).<br />

Uma segunda guarnição foi enviada pelo rei. O ânimo era o<br />

mesmo. O desrespeito era o mesmo. O tom desafiador e com má<br />

intenção era a mesma para com o homem de Deus. A essa guarnição<br />

Deus também julgou e os condenou à morte instantânea (2Reis 2.11-<br />

12).<br />

Entretanto, a terceira guarnição com seu capitão entendeu a<br />

lição <strong>que</strong> Deus enviava. De modo respeitoso, pondo-se de joelhos<br />

perante o profeta de Deus, não em sinal de adoração, mas de<br />

reconhecimento de autoridade, pediu gentilmente <strong>que</strong> o homem de<br />

Deus descesse com eles para atender ao rei. O profeta o fez por<strong>que</strong><br />

entendeu <strong>que</strong> havia respeito e humildade nessa guarnição ainda <strong>que</strong><br />

precisassem cumprir uma ordem de um rei bestial (2Reis 2.13-15).<br />

O próprio rei <strong>que</strong> já havia sido orientado pelo profeta de Deus<br />

a restaurar seus caminhos insistia em ser rebelde contra Deus, não<br />

observado a morte das duas guarnições enviadas e uma <strong>que</strong> voltou<br />

com sucesso por agir do modo certo, morreu por não aprender com<br />

os bons exemplos.<br />

A mensagem de Deus para nós é <strong>que</strong> prefiramos aprender pela<br />

informação e pelo exemplo a fim de <strong>que</strong> infortúnios nos sejam<br />

poupados.<br />

17


DE PESSOAS QUE NOS DESEQUILIBRAM<br />

EMOCIONALMENTE E COMO LIDAR COM A SITUAÇÃO<br />

2Reis 3.4-15<br />

4 Ora, Messa, rei de Moabe, tinha muitos rebanhos e pagava como<br />

tributo ao rei de Israel cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros.<br />

5 Mas, depois <strong>que</strong> Acabe morreu, o rei de Moabe rebelou-se contra<br />

o rei de Israel. 6 Então, na<strong>que</strong>la ocasião, o rei Jorão partiu de<br />

Samaria e mobilizou todo o Israel. 7 Também enviou esta mensagem<br />

a Josafá, rei de Judá: "O rei de Moabe rebelou-se contra mim. Irás<br />

acompanhar-me na luta contra Moabe?"Ele respondeu: "Sim, eu<br />

irei. Serei teu aliado, os meus soldados e os teus, os meus cavalos e<br />

os teus serão um só exército". 8 E perguntou: "Por qual caminho<br />

atacaremos?" Respondeu Jorão: "Pelo deserto de Edom". 9 Então o<br />

rei de Israel partiu com os reis de Judá e de Edom. Depois de uma<br />

marcha de sete dias, já havia acabado a água para os homens e para<br />

os animais. 10 Exclamou, então, o rei de Israel: "E agora? Será <strong>que</strong><br />

o Senhor ajuntou a nós, os três reis, para nos entregar nas mãos de<br />

Moabe?" 11 Mas Josafá perguntou: "Será <strong>que</strong> não há aqui profeta<br />

do Senhor, para <strong>que</strong> possamos consultar o Senhor por meio dele?"<br />

Um conselheiro do rei de Israel respondeu: "Eliseu, filho de Safate,<br />

está aqui. Ele era auxiliar de Elias". 12 Josafá prosseguiu: "A palavra<br />

do Senhor está com ele". Então o rei de Israel, Josafá e o rei de Edom<br />

foram falar com ele. 13 Eliseu disse ao rei de Israel: "Nada tenho<br />

<strong>que</strong> ver com você. Vá consultar os profetas de seu pai e de sua mãe".<br />

Mas o rei de Israel insistiu: "Não, pois foi o Senhor <strong>que</strong> nos ajuntou,<br />

três reis, para entregar-nos nas mãos de Moabe". 14 Então Eliseu<br />

disse: "Juro pelo nome do Senhor dos Exércitos, a <strong>que</strong>m sirvo, <strong>que</strong>,<br />

se não fosse por respeito a Josafá, rei de Judá, eu não olharia para<br />

você nem mesmo lhe daria atenção. 15 Mas agora tragam-me um<br />

harpista". Enquanto o harpista estava tocando, o poder do Senhor<br />

veio sobre Eliseu.<br />

O ser humano é afetado pelas emoções tanto para bem quanto<br />

para mal. É preciso saber lidar com as emoções, principalmente<br />

quando são pessoas <strong>que</strong> se fazem desagradáveis <strong>que</strong> promovem em<br />

nós algum desequilíbrio emocional. Deus bondosamente nos dá<br />

18


através do texto de 2Reis 3.4-15 princípios para dominarmos nossas<br />

emoções para <strong>que</strong> não soframos seu males.<br />

Aproveitando-se um período tenso no reino de Israel o rei de<br />

Moabe aproveita para iniciar uma ação de libertação de seu reino do<br />

domínio de Israel e dos pesados impostos <strong>que</strong> tinha <strong>que</strong> pagar (2Reis<br />

3.4-9).<br />

Em contrapartida o rei de Israel não permitiria <strong>que</strong> o levante<br />

prosperasse. Convidou uma força bélica poderosa para se opor à<br />

ação do rei de Moabe. O reino de Judá e o reino de Edom.<br />

Passadas as revistas, exército em marcha, sete dias depois<br />

defrontam-se com um problema para o qual não haviam se<br />

preparado. Faltou água para todos. O problema se agravava pelo fato<br />

da escolha da rota. A região desértica e árida (2Reis 3.8-9).<br />

Identifico o rei de Israel como um “desequilibrador de<br />

emoções”. Seu primeiro disparo foi contra o piedoso rei de Judá,<br />

Josafá (2reis 3.10). Sua agressão não foi a esmo. Sabendo <strong>que</strong> Josafá<br />

era temente a Deus Jeová acusou ao Deus de Josafá de tê-los posto<br />

em maus lençóis,<br />

Josafá, entretanto, não se deixou levar pelo insulto e, apelou<br />

para a<strong>que</strong>le contra <strong>que</strong>m o rei de Israel acusava, o Deus Jeová (2Reis<br />

3.11-12). Josafá, talvez institivamente tenha percebido <strong>que</strong> travar<br />

ofensas com um desequilibrador de emoções seria uma guerra sem<br />

fim e improdutiva.<br />

Apresento então nesse ponto o primeiro princípio para<br />

neutralizar as investidas de pessoas <strong>que</strong> se fazem desagradáveis<br />

quando atentam contra nossas emoções: apelar serenamente para<br />

<strong>que</strong> Deus tome partido de nossa causa para <strong>que</strong> nos defenda e nos<br />

fortaleça.<br />

O rei de Israel um típico desequilibrador de emoções lança sua<br />

segunda investida ardilosa. Dessa vez contra o profeta de Deus,<br />

Eliseu (2reis 3.13). Acusou novamente o Deus do profeta de pô-lo<br />

juntamente com seus aliados em situação vexatória. Diante do rei o<br />

profeta de Deus sente asco dado o histórico de maldades e<br />

desrespeito a Deus e sua lei da parte desse profeta e de sua família.<br />

O profeta de Deus ficou tão abalado emocionalmente <strong>que</strong> não<br />

pode ouvir a voz de Deus com clareza num primeiro momento. Teve<br />

<strong>que</strong> pedir <strong>que</strong> alguém dedilhasse para ele ouvir uma música suave.<br />

19


Foi só depois de alguns minutos ouvindo a melodia <strong>que</strong> conseguiu<br />

por fim ouvir Deus e sua sentença.<br />

Da atitude do profeta de Deus podemos anunciar o segundo<br />

princípio para neutralizar pessoas desagradáveis <strong>que</strong> investem para<br />

prejudicar nossas emoções. Qual é esse princípio? Procuremos<br />

meios naturais <strong>que</strong> nos devolva o equilíbrio. A música,<br />

medicamentos prescritos, atividades físicas, técnicas de<br />

relaxamento, etc.<br />

A técnica escolhida pelo profeta foi tão eficiente <strong>que</strong> ele<br />

conseguiu anunciar, depois de ouvir claramente, a mensagem de<br />

Deus para o caso.<br />

Sendo o Espírito Santo de Deus o iluminador de nossas<br />

mentes, ele nos permite ainda enxergar proveniente do texto bíblico<br />

outro importante princípio para neutralizarmos as investidas de<br />

pessoas desagradáveis ou situações contra nossas emoções. Esse<br />

princípio está no relatos dos versos 13 e 14.<br />

O profeta de Deus <strong>que</strong> já estava abalado emocionalmente por<br />

seu embate com o rei de Israel não procura mais motivo para afetar<br />

seus nervos. Ele ignora, creio <strong>que</strong> propositalmente, o rei de Edom,<br />

<strong>que</strong> era outro rei com um histórico de rebeldia contra Deus e seus<br />

mandamentos.<br />

Portanto, vale enumerar aqui mais um princípio para não<br />

sucumbirmos às investidas contra nossas emoções. Ignorar<br />

problemas de menor porte.<br />

As emoções são importantes e devemos cuidar delas. Elas<br />

podem ajudar se bem administradas e atrapalhar se perdermos o<br />

controle delas e seus prejuízos afetarão nosso desenvolvimento tanto<br />

na obra de Deus como em outras áreas da vida se nos descuidarmos.<br />

20


DE PESSOAS QUE PROCURAM PROBLEMAS<br />

2Reis 2.23-25<br />

23 De Jericó Eliseu foi para Betel. No caminho, alguns meninos <strong>que</strong><br />

vinham da cidade começaram a caçoar dele, gritando: "Suma daqui,<br />

careca!" 24 Voltando-se, olhou para eles e os amaldiçoou em nome<br />

do Senhor. Então, duas ursas saíram do bos<strong>que</strong> e despedaçaram<br />

quarenta e dois meninos. 25 De Betel prosseguiu até o monte<br />

Carmelo e dali voltou a Samaria.<br />

É marcante o contraste entre as histórias nos capítulos um a<br />

três do segundo livro de Reis na Bíblia. A mim é certo <strong>que</strong> o Espírito<br />

santo conduziu o escritor bíblico a organizar seu material de modo<br />

<strong>que</strong> lidas em sequência as histórias servem de apoio uma às outras.<br />

A história narrada em 2 Reis 2.23-25 fala de um grupo de<br />

rapazes <strong>que</strong> ridicularizavam o profeta de Deus recém empossado no<br />

cargo por Deus, por meio de <strong>que</strong>m Deus mesmo já havia através de<br />

realizações milagrosas provado <strong>que</strong> agora este era o profeta em<br />

evidência, substituto de Elias.<br />

O uso da palavra meninos ou rapazinhos como aparece no<br />

texto <strong>que</strong> serve de base para esta mensagem e noutras versões de<br />

Bíblias, na verdade fala de pessoas de cerca dos vinte anos de idade<br />

ou próximo disso. Portanto, capazes de saber exatamente o <strong>que</strong><br />

estavam fazendo. Resolveram ainda assim desacatar o homem de<br />

Deus posto no cargo pelo próprio Deus (2Reis 2.23). Por conta de a<br />

agressão ter sido premeditada, consciente o castigo veio à altura da<br />

ofensa. Duas ursas com fome ou mesmo acompanhada de seu<br />

filhotes matou a quarenta e dois destes inconse<strong>que</strong>ntes rapazes<br />

(2Reis 2.24).<br />

O Espírito Santo permitiu <strong>que</strong> o escritor bíblico registrasse<br />

essa história para <strong>que</strong> possamos dizer <strong>que</strong>: <strong>que</strong>m se fecha para<br />

obedecer tendo sinais evidentes de <strong>que</strong> o <strong>que</strong> está posto não pode ou<br />

não deve ser violado, desrespeitado acabará por sofrer sérios<br />

castigos. A rebeldia não é algo com a qual devamos brincar.<br />

21


DO CONTENTAMENTO<br />

2Reis 4.8-10, 13<br />

8 Certo dia, Eliseu foi a Suném, onde uma mulher rica insistiu <strong>que</strong><br />

ele fosse tomar uma refeição em sua casa. Depois disso, sempre <strong>que</strong><br />

passava por ali, ele parava para uma refeição. 9 Em vista disso, ela<br />

disse ao marido: "Sei <strong>que</strong> esse homem <strong>que</strong> sempre vem aqui é um<br />

santo homem de Deus. 10 Vamos construir lá em cima um quartinho<br />

de tijolos e colocar nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma<br />

lamparina para ele. Assim, sempre <strong>que</strong> nos visitar ele poderá ocupálo".<br />

Contentamento é o estado se sentir contente, feliz com o <strong>que</strong><br />

tem ou com o <strong>que</strong> é. Não é um convite para a preguiça, mas um<br />

estado de gratidão <strong>que</strong> conduz ao uso responsável dos bens sem a<br />

sede insana de ter mais do <strong>que</strong> tem ou ser mais do <strong>que</strong> o <strong>que</strong> já é.<br />

Sede insana viu? Não desejo legítimo a lutar pelo <strong>que</strong> é bom.<br />

Essa definição pode ser bem aplicada ao profeta Eliseu e ao<br />

casal de Suném. Ele com a ascensão ao ofício de profeta gozava de<br />

uma boa relação com o rei e com as demais autoridades da nação.<br />

Ainda <strong>que</strong> soubesse <strong>que</strong> tinha tanta projeção e, <strong>que</strong>, se quisesse<br />

poderia ter o <strong>que</strong> desejasse, aceitou ser hóspede de um casal num<br />

quarto simples com uma mobília modesta num recuado da casa do<br />

casal. Ele não se aproveitou da boa vontade dessa gente, mas foi<br />

agradecido pelo gesto amoroso deles (2Reis 2.8-10).<br />

O contentamento do profeta se devia ao fato de saber <strong>que</strong> Deus<br />

nos dá aquilo de <strong>que</strong> precisamos para viver na medida certa e no<br />

tempo certo.<br />

Satisfação e alegria é <strong>que</strong> podemos vê no casal sunamita<br />

também. A proposta do profeta de interceder por eles junto às<br />

autoridades maiores do país teve como resposta “eu habito no meio<br />

do meu povo” (2Reis 4.13). Significava dizer: tenho tudo de <strong>que</strong><br />

preciso para viver sossegadamente e conviver o <strong>que</strong> me falta.<br />

O casal rico repartiu do <strong>que</strong> tinham com o profeta e, creio <strong>que</strong><br />

o faziam com outros também. Casa, comida, mobília, amizade,<br />

aconchego eram presentes de um coração cheio de contentamento.<br />

A alegria de saber <strong>que</strong> tinham recebido muitas bênçãos de Deus os<br />

22


fazia viver gratamente e ainda repartir. A gratidão guiava suas vidas<br />

não a sandice pelo <strong>que</strong>rer mais.<br />

O contentamento é por si só uma bênção para <strong>que</strong>m o possui.<br />

Evita a angústia de uma vida atribulada de sempre viver a busca de<br />

algo mais <strong>que</strong> sempre perde o valor quando se obtém. De viver o<br />

ciclo vicioso do <strong>que</strong>rer sem medida. A falta de contentamento leva<br />

á doença de nem se<strong>que</strong>r usufruir do <strong>que</strong> se tem por<strong>que</strong> se está sempre<br />

ocupado com o <strong>que</strong> estaria para vir. O mundo está estressado pelo<br />

desejo de sempre mais.<br />

23


DO PREÇO QUE TEMOS QUE PAGAR PELO CHAMADO<br />

DE DEUS<br />

2Reis 2.1-14<br />

1 Quando o Senhor levou Elias aos céus num redemoinho, aconteceu<br />

o seguinte: Elias e Eliseu saíram de Gilgal, 2 e no caminho disse-lhe<br />

Elias: "Fi<strong>que</strong> aqui, pois o Senhor me enviou a Betel". Eliseu, porém,<br />

disse: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong> não te deixarei<br />

ir só". Então foram a Betel. 3 Em Betel os discípulos dos profetas<br />

foram falar com Eliseu e perguntaram: "Você sabe <strong>que</strong> hoje o<br />

Senhor vai levar para os céus ­o seu mestre, separando-o de você?"<br />

Respondeu Eliseu: "Sim, eu sei, mas não falem nisso". 4 Então Elias<br />

lhe disse: "Fi<strong>que</strong> aqui, Eliseu, pois o Senhor me enviou a Jericó".<br />

Ele respondeu: "Juro pelo nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong> não te<br />

deixarei ir só". Desceram então a Jericó. 5 Em Jericó os discípulos<br />

dos profetas foram falar com Eliseu e lhe perguntaram: "Você sabe<br />

<strong>que</strong> hoje o Senhor vai levar para os céus o seu ­mestre, separando-o<br />

de você?" Respondeu Eliseu: "Sim, eu sei, mas não falem nisso". 6<br />

Em seguida Elias lhe disse: "Fi<strong>que</strong> aqui, pois o Senhor me enviou<br />

ao rio Jordão". Ele respondeu: "Juro pelo nome do Senhor e por tua<br />

vida <strong>que</strong> não te deixarei ir só!" Então partiram juntos. 7 Cin<strong>que</strong>nta<br />

discípulos dos profetas os acompanharam e ficaram olhando a<br />

distância, quando Elias e Eliseu pararam à margem do Jordão. 8<br />

Então Elias tirou o manto, enrolou-o e com ele bateu nas águas. As<br />

águas se dividiram, e os dois atravessaram em chão seco. 9 Depois<br />

de atravessar, Elias disse a Eliseu: "O <strong>que</strong> posso fazer em seu favor<br />

antes <strong>que</strong> eu seja levado para longe de você?" Respondeu Eliseu:<br />

"Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito profético". 10<br />

Disse Elias: "Seu pedido é difícil; mas, se você me vir quando eu for<br />

separado de você, terá o <strong>que</strong> pediu; do contrário, não será atendido".<br />

11 De repente, enquanto caminhavam e conversavam, apareceu um<br />

carro de fogo puxado por cavalos de fogo <strong>que</strong> os separou, e Elias foi<br />

levado aos céus num redemoinho. 12 Quando viu isso, Eliseu gritou:<br />

"Meu pai! Meu pai! Tu eras como os carros de guerra e os cavaleiros<br />

de Israel!" E, quando já não podia mais vê-lo, Eliseu pegou as<br />

próprias vestes e as rasgou ao meio. 13 Depois pegou o manto de<br />

Elias, <strong>que</strong> tinha caído, e voltou para a margem do Jordão. 14 Então<br />

bateu nas águas do rio com o manto e perguntou: "Onde está agora<br />

24


o Senhor, o Deus de Elias?" Tendo batido nas águas, elas se<br />

dividiram e ele atravessou.<br />

O profeta Elias ao saber da parte de Deus <strong>que</strong> sua missão como<br />

profeta do Senhor acabaria na<strong>que</strong>le dia resolveu fazer um rally a pé<br />

na companhia de seu ajudante e aprendiz Eliseu. Os dois<br />

percorreram subindo e descendo, sob sol escaldante e clima árido e<br />

de vegetação escassa cerca de cin<strong>que</strong>nta quilômetros.<br />

O <strong>que</strong> o profeta e o discípulo fizeram? Elias orientou seus<br />

demais discípulos, os exortou a serem fieis ao Senhor e à sua<br />

Palavra, pregou nas ruas das cidades por andou na<strong>que</strong>le dia, visitou<br />

amigos <strong>que</strong> fez ao longo da vida e <strong>que</strong> os veria pela última vez,<br />

advertiu as cidades desobedientes de Israel a se converterem para<br />

<strong>que</strong> gozassem da bênção de Deus e conversaram bastante entre si<br />

(mestre e discípulo) sobre os momentos felizes e os dissabores <strong>que</strong><br />

tiveram ao longo do ministério profético e os momentos <strong>que</strong> ele,<br />

Elias viveu só muitas vezes apenas com a ajuda de Deus. Reviveu<br />

os grandes milagres e Eliseu registrava tudo em seu coração sabendo<br />

<strong>que</strong> a<strong>que</strong>le seria o último dia <strong>que</strong> desfrutaria da companhia de seu<br />

mestre e amigo.<br />

Certamente <strong>que</strong> nas conversas particulares com seu mestre,<br />

Eliseu demonstrava muita determinação e comprometimento ao<br />

chamado divino ao ministério profético, mas será <strong>que</strong> submetido à<br />

prova Eliseu se mostraria com a mesma determinação?<br />

Glórias a Deus! Eliseu depois de uma prova dura, andar<br />

cin<strong>que</strong>nta quilômetros em um só dia provou estar realmente<br />

compromissado com o chamado divino. A segunda prova a <strong>que</strong><br />

Eliseu foi submetido na<strong>que</strong>le dia foi não se separar um centímetro<br />

<strong>que</strong> fosse de seu mestre como forma de saber se seu pedido para<br />

herdar poder dobrado para a execução do ministério profético em<br />

lugar de Elias se confirmaria. O fato é <strong>que</strong> nas duas provas Eliseu se<br />

fez aprovado.<br />

A história de Eliseu registrada nesse trecho bíblico nos leva a<br />

perguntar a nós mesmos se estamos realmente dispostos a suportar<br />

provas (administradas por Deus) para a realização do trabalho <strong>que</strong><br />

Deus nos chama.<br />

25


DO SENSO COLETIVO AO INVÉS DO INDIVIDUALISMO<br />

2Reis 1.13-16<br />

13 Então o rei enviou um terceiro oficial com outros cin<strong>que</strong>nta<br />

soldados. O oficial subiu o monte, caiu de joelhos diante de Elias e<br />

implorou: "Homem de Deus, tem consideração por minha vida e<br />

pela vida destes cin<strong>que</strong>nta soldados, teus servos! 14 Sei <strong>que</strong> desceu<br />

fogo do céu e consumiu os dois primeiros oficiais com todos os seus<br />

soldados. Mas agora tem consideração por minha vida!" 15 O anjo<br />

do Senhor disse a Elias: "Acompanhe-o; não tenha medo dele".<br />

Então Elias se levantou, desceu com ele e foi falar com o rei.<br />

O texto de 2 Reis capítulo um e verso treze ao quinze consta a<br />

história marcante de um capitão <strong>que</strong> tinha sob seu comando<br />

cin<strong>que</strong>nta homens e estavam a serviço do rei de Israel.<br />

Quem era esse homem na intimidade? Qual o nome dele? Não<br />

temos resposta nenhuma a essas perguntas no texto sagrado. Talvez<br />

apenas um herói anônimo como muitos <strong>que</strong> embelezam o mundo e<br />

nem todo olho vê. Se ele era um crente em Jeová também não o<br />

sabemos. Mas de acordo com o texto bíblico uma informação muito<br />

importante sobre esse capitão faz dele um homem digno de nosso<br />

respeito. Ele não era um individualista. Prezava pelo senso coletivo.<br />

O individualista é autocentrado, pensa em si acima de tudo em<br />

prejuízo dos demais (seus iguais). Faz dos outros matéria-prima para<br />

obter seus planos.<br />

O capitão da terceira guarnição enviada pelo rei ao profeta de<br />

Deus tomando por lição o <strong>que</strong> acontecera às duas outras também<br />

enviadas pelo rei ao profeta de Deus pôs-se de joelho em sentido de<br />

respeito para com o profeta <strong>que</strong> havia sido desacatado pelos capitães<br />

anteriores e fez uma súplica: Homem de Deus, seja, peço-te preciosa<br />

aos teus olhos a minha vida e a vida destes cin<strong>que</strong>nta, teus servos<br />

(2Reis 1.13).<br />

Como podemos perceber, para este capitão não somente a sua<br />

vida era valiosa, mas igualmente a dos cin<strong>que</strong>nta seus subordinados.<br />

A atitude desse homem conquistou a graça do profeta de Deus e do<br />

Deus do profeta <strong>que</strong> lhe assegurou a vida e a confiança do profeta a<br />

ele (2Reis 1.13-15).<br />

26


Pessoas assim, fi<strong>que</strong>mos certos, cooperam muito mais para um<br />

mundo melhor ou para o bem de qual<strong>que</strong>r outra instituição na face<br />

da terra do <strong>que</strong> um ser individualista cujo interesse é unicamente o<br />

seu em prejuízo de tudo e de todos.<br />

Deus nos criou para vivermos em coletividade para benefício<br />

de todos.<br />

27


DO USO DOS DONS<br />

2Reis 4.8-13<br />

8 Certo dia, Eliseu foi a Suném, onde uma mulher rica insistiu <strong>que</strong><br />

ele fosse tomar uma refeição em sua casa. Depois disso, sempre <strong>que</strong><br />

passava por ali, ele parava para uma refeição. 9 Em vista disso, ela<br />

disse ao marido: "Sei <strong>que</strong> esse homem <strong>que</strong> sempre vem aqui é um<br />

santo homem de Deus. 10 Vamos construir lá em cima um quartinho<br />

de tijolos e colocar nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma<br />

lamparina para ele. Assim, sempre <strong>que</strong> nos visitar ele poderá ocupálo".<br />

11 Um dia, quando Eliseu chegou, subiu ao seu quarto e deitouse.<br />

12 Ele mandou o seu servo Geazi chamar a sunamita. Ele a<br />

chamou e, quando ela veio, 13 Eliseu mandou Geazi dizer-lhe:<br />

"Você teve todo este trabalho por nossa causa. O <strong>que</strong> podemos fazer<br />

por você? Quer <strong>que</strong> eu interceda por você ao rei ou ao comandante<br />

do exército?" Ela respondeu: "Estou bem entre a minha própria<br />

gente".<br />

Para a grande maioria dos evangélicos falar em dom significa<br />

a<strong>que</strong>las habilidades sobrenaturais concedidas pelo Espírito Santo<br />

com as quais grandes operações são realizadas unicamente pelo<br />

poder e direção do Espírito Santo. De fato essa é uma definição de<br />

dom, porém, não a única.<br />

Dons são posses ou habilidades concedidas por Deus de <strong>que</strong><br />

dispomos desde o nascimento e aperfeiçoadas ou aumentadas (no<br />

caso das posses) por meio do trabalho laborioso, do uso consciente<br />

ou dos estudos, etc.<br />

É desse tipo de dom <strong>que</strong> trata o texto de 2Reis 4.8-13.<br />

Uma senhora rica e de boa liderança e reputação observava<br />

atentamente o homem de Deus todas as vezes <strong>que</strong> este vinha a<br />

Suném, cidade natal da ilustre senhora e de seu marido. Da<br />

observação concluiu ela <strong>que</strong> este era um sério homem de Deus. Que<br />

sinais Eliseu teria dado para <strong>que</strong> esta mulher chegasse a tão acertada<br />

conclusão? Ele poderia, por exemplo, ter realizado algum sinal<br />

miraculoso na<strong>que</strong>la cidade. Ele poderia através de seus ensinos ter<br />

impactado o coração de muitas pessoas da cidade, incluindo o da<br />

mulher e, ao mesmo tempo em <strong>que</strong> ensinava vivia seus ensinos. Seu<br />

28


comportamento pessoal o denunciava como homem de Deus<br />

qualificado ao cargo.<br />

Seja lá qual tenha sido o motivo da conclusão da senhora<br />

sunamita ela resolveu usar seus dons (concedidos por Deus) para<br />

facilitar a vida desse ilustre servo do Senhor Jeová. Primeiramente<br />

ela proporcionou boa conversa, companhia e alimentação (2Reis<br />

4.8). À medida <strong>que</strong> concluía ser Eliseu um sério homem de Deus<br />

ampliou as facilidades para tornar o trabalho do homem de Deus<br />

mais agradável. Construiu um quarto simplesmente mobilado, mas<br />

muito aconchegante (2Reis 4.9-10).<br />

Essa mulher e seu esposo usaram os dons <strong>que</strong> Deus havia lhes<br />

dado para facilitar a vida de alguém e o fizeram de modo tão<br />

louvável <strong>que</strong> ficou registrado no coração de Deus <strong>que</strong> permitiu um<br />

registro em sua Palavra, a Bíblia.<br />

Porém, o rico texto não oferece apenas um exemplo de pessoa<br />

<strong>que</strong> usa os dons dados por Deus (os naturais) para trazer alívio a<br />

outras vidas. O próprio profeta ofereceu facilitar a vida da mulher e<br />

de seu esposo intercedendo em favor dela junto ao rei ou junto a<br />

maior autoridade policial nacional (2Reis 4.11-13).<br />

O profeta ao longo da vida angariou muito respeito. Com o<br />

povo, com o rei e com as demais autoridades. Assim ele poderia e<br />

devia usar estes dons para melhorar a situação das pessoas.<br />

Essa singela história na Palavra de Deus nos ensina <strong>que</strong><br />

devemos facilitar a vida das pessoas com todos os dons <strong>que</strong> Deus<br />

nos deu, sejam posses ou influência. Esses sons sempre estão em<br />

nosso poder de operacionaliza-los.<br />

29


DO VALOR DAS MULHERES<br />

2Reis 4.1; 4.8-17; 22-23<br />

2Reis 4.1<br />

1 Certo dia, a mulher de um dos discípulos dos profetas foi falar a<br />

Eliseu: "Teu servo, meu marido, morreu, e tu sabes <strong>que</strong> ele temia o<br />

Senhor. Mas agora veio um credor <strong>que</strong> está <strong>que</strong>rendo levar meus<br />

dois filhos como escravos".<br />

2Reis 4.8-17<br />

8 Certo dia, Eliseu foi a Suném, onde uma mulher rica insistiu <strong>que</strong><br />

ele fosse tomar uma refeição em sua casa. Depois disso, sempre <strong>que</strong><br />

passava por ali, ele parava para uma refeição. 9 Em vista disso, ela<br />

disse ao marido: "Sei <strong>que</strong> esse homem <strong>que</strong> sempre vem aqui é um<br />

santo homem de Deus. 10 Vamos construir lá em cima um quartinho<br />

de tijolos e colocar nele uma cama, uma mesa, uma cadeira e uma<br />

lamparina para ele. Assim, sempre <strong>que</strong> nos visitar ele poderá ocupálo".<br />

11 Um dia, quando Eliseu chegou, subiu ao seu quarto e deitouse.<br />

12 Ele mandou o seu servo Geazi chamar a sunamita. Ele a<br />

chamou e, quando ela veio, 13 Eliseu mandou Geazi dizer-lhe:<br />

"Você teve todo este trabalho por nossa causa. O <strong>que</strong> podemos fazer<br />

por você? Quer <strong>que</strong> eu interceda por você ao rei ou ao comandante<br />

do exército?" Ela respondeu: "Estou bem entre a minha própria<br />

gente". 14 Mais tarde Eliseu perguntou a Geazi: "O <strong>que</strong> se pode<br />

fazer por ela?" Ele respondeu: "Bem, ela não tem filhos, e seu<br />

marido é idoso". 15 Então Eliseu mandou chamá-la de novo. Geazi<br />

a chamou, ela veio até a porta,<br />

16 e ele disse: "Por volta desta época, no ano <strong>que</strong> vem, você estará<br />

com um filho nos braços". Ela contestou: "Não, meu senhor. Não<br />

iludas a tua serva, ó homem de Deus!" 17 Mas, como Eliseu lhe<br />

dissera, a mulher engravidou e, no ano seguinte, por volta da<strong>que</strong>la<br />

mesma época, deu à luz um filho.<br />

30


2Reis 4.22-13<br />

22 Ela chamou o marido e disse: "Preciso de um servo e de uma<br />

jumenta para ir falar com o homem de Deus. Vou e volto logo". 23<br />

Ele perguntou: "Mas por <strong>que</strong> hoje? Não é lua nova nem sábado!"<br />

Ela respondeu: "Não se preocupe".<br />

Nesses tempos modernos o feminismo está fortemente em<br />

voga. Entre as muitas reivindicações das mulheres, muitas legítimas,<br />

sem dúvida está a busca de se igualar ao gênero masculino. O tal<br />

movimento feminista tem muitas vezes desfigurado as mulheres<br />

fazendo-as es<strong>que</strong>cer de cultivar virtudes <strong>que</strong> valorizam os dois<br />

sexos.<br />

A Palavra de Deus sempre enaltece as mulheres e fornece<br />

ensinos valiosos para <strong>que</strong> elas sejam ícones de valor.<br />

No texto de 2Reis 4.1 encontramos a história de uma mulher,<br />

mãe, viúva lutando pela sorte de seus filhos. Age de maneira<br />

inteligente na busca de solucionar seu dilema herdado. Apela a Deus<br />

e depois <strong>que</strong> recebe de Deus a solução para seu caso vive de forma<br />

equilibrada com o <strong>que</strong> ganhou do Senhor Deus Jeová. O escritor<br />

bíblico registrou essa história real para enaltecer essa mulher e dála<br />

como modelo para as demais.<br />

O mesmo livro de Reis em seus capítulos iniciais exalta a<br />

postura de outra mulher. Ela era sunamita de nascimento, rica e<br />

casada. Gozava de boa reputação junto a seu marido por<strong>que</strong> sempre<br />

agia sensatamente. Até o próprio profeta de Deus sempre <strong>que</strong> tratava<br />

<strong>que</strong>stões da casa o fazia com ela (2reis 4.8-10, 12, 22-23).<br />

A Palavra de Deus nunca desprestigia as mulheres. Antes<br />

sempre exalta a<strong>que</strong>las <strong>que</strong> se destacam pelas virtudes, pela luta por<br />

causas nobres, cujos comportamentos são valiosos para ser<br />

exemplos para a formação de outras. A história de mulheres sábias<br />

<strong>que</strong> sempre se destacaram pela bravura são temas de narrativas<br />

bíblicas.<br />

As mulheres devem <strong>que</strong>rer se destacar sim, lutar por seus<br />

direitos e o fazê-lo por meio das virtudes não pela sensualidade ou<br />

pela força. Cabe aos homens de Deus apoiá-las. Valorizá-las e com<br />

isso se assemelharão a Deus <strong>que</strong> ama e valoriza as mulheres.<br />

31


DOS DONS ESPIRITUAIS<br />

2Reis 4.14-17<br />

14 Mais tarde Eliseu perguntou a Geazi: "O <strong>que</strong> se pode fazer por<br />

ela?" Ele respondeu: "Bem, ela não tem filhos, e seu marido é<br />

idoso". 15 Então Eliseu mandou chamá-la de novo. Geazi a chamou,<br />

ela veio até a porta, 16 e ele disse: "Por volta desta época, no ano<br />

<strong>que</strong> vem, você estará com um filho nos braços". Ela contestou: "Não,<br />

meu senhor. Não iludas a tua serva, ó homem de Deus!" 17 Mas,<br />

como Eliseu lhe dissera, a mulher engravidou e, no ano seguinte, por<br />

volta da<strong>que</strong>la mesma época, deu à luz um filho.<br />

Nós podemos e devemos tornar melhor a vida das pessoas por<br />

meio de nossos dons naturais. O texto de 2Reis 4.8-13 não nos deixa<br />

dúvida quanto a isso. Porém a<strong>que</strong>les <strong>que</strong> foram chamados para o<br />

reino de Deus e para fazer este crescer, pois Deus opera através dos<br />

chamados, não por<strong>que</strong> precise, mas como um gesto de misericórdia,<br />

recebem no ato da conversão dons concedidos pelo Espírito Santo<br />

com os quais removerá situações e barreiras <strong>que</strong> os dons naturais<br />

nunca o fariam sozinhos.<br />

Depois de ter se prontificado a facilitar a vida da senhora<br />

sunamita junto ao rei ou ao capitão do exército, Eliseu não teve paz<br />

em seu coração e se perguntava o <strong>que</strong> poderia fazer em favor da<strong>que</strong>la<br />

agradável e boa senhora (2Reis 4.14). Então o profeta soube <strong>que</strong> ela<br />

não tinha filhos por <strong>que</strong>stão de infertilidade dela ou do esposo (2Reis<br />

4.14).<br />

No tempo do profeta e da mulher reverter um caso de<br />

infertilidade não estava ao alcance da medicina nem dos tratamentos<br />

naturais da época. Era algo <strong>que</strong> só o dono da vida poderia fazer como<br />

o fez em diversas situações. Eliseu, usando do dom de operação de<br />

maravilhas, em sintonia com a vontade de Deus, pois o dom não<br />

funciona independente do doador nem sem sintonia com a vontade<br />

do doador, disse à mulher <strong>que</strong> ela ganharia o <strong>que</strong> há muito <strong>que</strong>ria,<br />

mas <strong>que</strong> tinha se acostumado com a situação ficando com uma ponta<br />

de desassossego na alma <strong>que</strong> não era bem substituído por outras<br />

alegrias. Um ano depois a mulher teve seu bebê como dissera o<br />

profeta (2Reis 4.15-17).<br />

32


O público imediato do milagre era a mulher, o marido, as<br />

pessoas da época da mulher e do profeta e o público para <strong>que</strong>m o<br />

livro de Reis foi escrito (os <strong>que</strong> estavam no cativeiro babilônico). O<br />

objetivo desse milagre foi abençoar a vida de um casal <strong>que</strong><br />

abençoava a vida de outras pessoas. Também, tinha o objetivo de<br />

ensinar para todos <strong>que</strong> para Deus não há impossíveis. Tinha o<br />

objetivo de Deus se apresentar como um Deus amoroso <strong>que</strong> sara as<br />

feridas de <strong>que</strong>m sofre (seja <strong>que</strong> dor for) e, <strong>que</strong> todos poderiam se<br />

achegar a si (Deus) e entregar a ele suas dores na certeza do consolo.<br />

Para nós em tempos tão distantes fica a mesma lição e uma a<br />

mais. A de <strong>que</strong> na falta de sanar as dores das pessoas com nossos<br />

dons naturais devemos usar os dons <strong>que</strong> Deus nos deu, os dons<br />

espirituais. Esses dons são diversos, porém, vão mais fundo <strong>que</strong><br />

qual<strong>que</strong>r outra habilidade <strong>que</strong> tenhamos. Não sejamos negligentes<br />

com nossos dons.<br />

33


DOS RECURSOS CERTOS PARA UMA VIDA DE BOA<br />

QUALIDADE<br />

2 Reis 2.19-22<br />

19 Alguns homens da cidade foram dizer a Eliseu: "Como podes ver,<br />

esta cidade está bem localizada, mas a água não é boa e a terra é<br />

improdutiva". 20 E disse ele: "Ponham sal numa tigela nova e<br />

tragam-na para mim". Quando a levaram, 21 ele foi à nascente,<br />

jogou o sal ali e disse: "Assim diz o Senhor: 'Purifi<strong>que</strong>i esta água.<br />

Não causará mais mortes nem deixará a terra improdutiva'“. 22 E até<br />

hoje a água permanece pura, conforme a palavra de Eliseu.<br />

Todas as populações do mundo procuraram se estabelecer<br />

próximo aos grandes reservatórios de água. Rios, lagos, lagoas,<br />

açudes e até o mar foram disputados pelas populações mundiais. O<br />

grande Egito deveu sua prosperidade ao Nilo. A água é a base do<br />

desenvolvimento. Os povos mais ricos do mundo certamente<br />

exploraram muito bem esse recurso primordial a tudo. Podemos até<br />

mesmo insistir em dizer <strong>que</strong> a água é a base da prosperidade.<br />

A lógica de se estabelecer próximo de um reservatório de<br />

águas foi seguida à risca por uma comunidade de homens da cidade<br />

de Jericó. Porém, a despeito da boa ideia o reservatório <strong>que</strong> abastecia<br />

a cidade e devia ser fonte de prosperidade e desenvolvimento era de<br />

má qualidade deixando a terra improdutiva e o desenvolvimento<br />

parado (2Reis 2.19).<br />

Os moradores de Jericó relataram o caso a Deus através de seu<br />

profeta Eliseu. O relato sensibilizou Deus <strong>que</strong> usou seu profeta como<br />

canal de um milagre de cura para a<strong>que</strong>le reservatório estéril <strong>que</strong><br />

deixava a vida dos seres e a terra estéril também. O milagre se<br />

constituiu de apenas por um punhado de sal num prato novo e jogar<br />

no reservatório da água estéril. Imediatamente ao ato as água<br />

ficaram totalmente de boa qualidade, boa para o uso em geral e<br />

proporcionando vida <strong>que</strong> até então não tinha feito (2Reis 2.2-22).<br />

Glórias a Deus por<strong>que</strong> nada em sua palavra foi registrado por<br />

acaso ou sem utilidade. O milagre da cura das águas em Jericó<br />

registrada pelo escritor bíblico dirigido pelo Espírito Santo nos<br />

permite dizer <strong>que</strong> se <strong>que</strong>remos boa qualidade de vida precisamos<br />

34


ancorar nossas vidas próximo dos reservatórios saudáveis de água<br />

<strong>que</strong> Deus criou e nos deu.<br />

Deus estabeleceu fonte saudáveis de água bem próximo a nós.<br />

Certamente <strong>que</strong> o maior desses reservatórios é a Palavra de Deus.<br />

Ela inesgotável e sempre de boa qualidade proporcionando sempre<br />

o <strong>que</strong> é bom para nós. Devemos considerar <strong>que</strong> há outros<br />

reservatórios dos quais devemos nos apropriar. A amizade com<br />

pessoas de bem, os estudos, os exercícios físicos, a medicina, a<br />

oração, a comunhão com os irmãos, a família, a igreja como lugar<br />

de reunião, o trabalho, a pregação bíblica, a alimentação, etc. Todos<br />

esses itens existem proporcionados por Deus para <strong>que</strong> tenhamos<br />

vida abundante.<br />

Considerando o texto bíblico podemos ainda dizer <strong>que</strong>, se,<br />

porventura, nossos mananciais não estão proporcionando vida com<br />

qualidade devemos suplicar <strong>que</strong> Deus os cure para <strong>que</strong> dali<br />

possamos obter vida, e Deus em sua bondade o fará (2Reis 2.22).<br />

35


DA IMPORTÂNCIA DA TEOLOGIA PARA UM<br />

COMPORTAMENTO CORRETO COM DEUS<br />

2Reis 5.15-19<br />

15 Então Naamã e toda a sua comitiva voltaram à casa do homem<br />

de Deus. Ao chegar diante do profeta, Naamã lhe disse: "Ago­ra sei<br />

<strong>que</strong> não há Deus em nenhum outro lugar, senão em Israel. Por favor,<br />

aceita um presente do teu servo". 16 O profeta respondeu: "Juro pelo<br />

nome do Senhor, a <strong>que</strong>m sirvo, <strong>que</strong> nada aceitarei". Embora Naamã<br />

insistisse, ele recusou. 17 E disse Naamã: "Já <strong>que</strong> não aceitas o<br />

presente, ao menos permite <strong>que</strong> eu leve duas mulas carregadas de<br />

terra, pois teu servo nunca mais fará holocaustos e sacrifícios a<br />

nenhum outro deus senão ao Senhor. 18 Mas <strong>que</strong> o Senhor me<br />

perdoe por uma única coisa: quando meu senhor vai adorar no<br />

templo de Rimom, ­eu também tenho <strong>que</strong> me ajoelhar ali, pois ele<br />

se apoia em meu braço. Que o Senhor perdoe o teu servo por isso".<br />

19 Disse Eliseu: "Vá em paz".<br />

Em nossos dias tem havido um desprezo terrível para com a<br />

teologia. Teologia é o estudo da pessoa de Deus e da relação dele<br />

com a criação, especialmente com o ser humano, coroa de sua<br />

criação. Mas teologia é por extensão o estudo da fé correta em Deus<br />

sem o qual não poderemos nos relacionar bem com ele.<br />

Muitos ajuntamentos de cristãos têm se concentrado em<br />

ensinamentos de curto prazo (teologias eventuais) e não na teologia<br />

bíblica. Por isso não é de admirar o surgimento de tantos desses<br />

ajuntamentos causando males na sociedade em <strong>que</strong> está inserida e<br />

permitindo <strong>que</strong> o nome de Deus seja ridicularizado.<br />

Longe de nos afastar do fervor, o estudo sério das doutrinas<br />

bíblicas nos faz ativos para o engrandecimento e promoção da obra<br />

de Deus no mundo. Basta lembrar <strong>que</strong> os grandes avivamentos se<br />

sustentaram pela ênfase no estudo da Palavra de Deus. Foi assim no<br />

tempo do avivamento promovido pelo rei Ezequias. No período de<br />

Esdras/Neemias e, não deixemos de lembrar o <strong>que</strong> disse o profeta<br />

Oseias: o meu povo perece por falta de conhecimento. Foi a falta de<br />

apego ao estudo da Escritura <strong>que</strong> levou o povo de Israel aos<br />

cativeiros. A verdade é <strong>que</strong> o desprezo ao estudo teológico das<br />

36


Escrituras (acaba sendo redundância falar assim, por<strong>que</strong> a Escritura<br />

é teologia) é o início da ruína de um ajuntamento cristão.<br />

Nosso texto é uma mostra do quanto o conhecimento teológico<br />

é importante. Como o profeta poderia saber <strong>que</strong> além da cura do<br />

corpo Naamã também teve a cura da alma? Ouvindo sua declaração<br />

de fé. Sua teologia.<br />

Vejamos o conteúdo teológico da declaração de fé de Naamã.<br />

Agora, reconheço <strong>que</strong> em toda a terra não há Deus [senão em Israel]<br />

(2Reis 5.15). Declara sua crença no único e verdadeiro Deus. O<br />

culto <strong>que</strong> Naamã declarou prestaria a Deus estava em conformidade<br />

com o <strong>que</strong> a lei de Deus exigia (2Reis 5.17). Naamã entendia suas<br />

obrigações sócias, mas não <strong>que</strong>ria <strong>que</strong> suas obrigações sociais<br />

trouxesse impedimento a seu relacionamento com Deus (2Reis<br />

5.18).<br />

Diante dessa formidável declaração de fé o profeta não podia<br />

dizer outra coisa senão: vá em paz (2Reis 5.19).<br />

Não nos iludamos achando <strong>que</strong> podemos agradar a Deus à<br />

parte de um conhecimento pleno de Deus com base no estudo das<br />

Escrituras sagradas. Deus tem compromisso com <strong>que</strong>m o honra e<br />

obedece sua Palavra não com <strong>que</strong>m <strong>que</strong>rendo agradar a Deus<br />

inventa seus pensamentos torcendo os de Deus.<br />

37


DA CEGUEIRA VOLUNTÁRIA<br />

2Reis 4.42-44<br />

42 Veio um homem de Baal-Salisa, trazendo ao homem de Deus<br />

vinte pães de cevada, feitos dos primeiros grãos da colheita, e<br />

também algumas espigas verdes. Então Eliseu ordenou ao seu servo:<br />

"Sirva a todos". 43 O auxiliar de Eliseu perguntou: "Como poderei<br />

servir isso a cem ho­mens?" Eliseu, porém, respondeu: "Sirva a<br />

todos, pois assim diz o ­Senhor: 'Eles comerão, e ainda sobrará'“. 44<br />

Então ele serviu a todos e, conforme a palavra do Senhor, eles<br />

comeram e ainda sobrou.<br />

Não importa quantos milagres presenciemos se não estocamos<br />

no coração e tiramos deles aprendizado. Ou seja, se não aprendemos<br />

a lição de nada a diante. Cada milagre realizado por Deus e<br />

registrado em sua Palavra tem uma lição. De modo geral nos<br />

comunica <strong>que</strong> ele é todo-poderoso sobre tudo e todos; <strong>que</strong> nada lhe<br />

é impossível ou difícil.<br />

Geazi era o auxiliar imediato de Eliseu. Nessa função já havia<br />

visto muitos milagres realizado por Deus por meio de seu profeta.<br />

Mesmo <strong>que</strong> estivessem em lugar privilegiado seu coração não<br />

aprendia nada das lições deixadas por Deus quando realizava um<br />

milagre (muitos).<br />

Um pouco de alimento era alimento suficiente para cem<br />

homens. O profeta de Deus sabia disso. Tanto <strong>que</strong> ao receber a oferta<br />

ordenou a seu auxiliar <strong>que</strong> pusesse diante dos cem homens para <strong>que</strong><br />

estes comessem. Ao receber a ordem Geazi retrucou: "Como poderei<br />

servir isso a cem ho­mens?". A pergunta evidenciava como Geazi se<br />

dispunha se cegar a despeito de tanta luz diante dele. Geazi já havia<br />

visto muito para tal pergunta.<br />

A insistência do profeta de Deus mostra <strong>que</strong> Geazi era um<br />

lerdo em aprender: Sirva a todos, pois assim diz o ­Senhor: 'Eles<br />

comerão, e ainda sobrará' (era uma reprimenda a seu servo tão<br />

disposto a ficar cego). Deus multiplicará. Deus multiplicará. Eliseu<br />

estava dando um cho<strong>que</strong> na cegueira de seu auxiliar.<br />

A cegueira espiritual se apega a nossas almas quando mesmo<br />

vivenciando grandes realizações do Senhor ignoramos a lição de <strong>que</strong><br />

38


Deus pode tudo. Senão aprendemos essa lição viveremos a na<br />

permanente escuridão do desespero existencial.<br />

39


DA COBIÇA<br />

2Reis 5.20-27<br />

20 Geazi, servo de Eliseu, o homem de Deus, pensou: "Meu senhor<br />

foi bom demais para Naamã, a<strong>que</strong>le arameu, não aceitando o <strong>que</strong> ele<br />

lhe ofereceu. Juro pelo nome do Senhor <strong>que</strong> correrei atrás dele para<br />

ver se ganho alguma coisa". 21 Então Geazi correu para alcançar<br />

Naamã, <strong>que</strong>, vendo-o se aproximar, desceu da carruagem para<br />

encontrá-lo e perguntou: "Está tudo bem?" 22 Geazi respondeu:<br />

"Sim, tudo bem. Mas o meu senhor enviou-me para dizer <strong>que</strong> dois<br />

jovens, discípulos dos profetas, acabaram de chegar, vindos dos<br />

montes de E­fraim. Por favor, dê-lhes trinta e cinco quilos de prata<br />

e duas mudas de roupas finas". 23 "Claro", respondeu Naamã, "leve<br />

setenta quilos". Ele insistiu com Geazi para <strong>que</strong> os aceitasse e<br />

colocou os setenta quilos de prata em duas sacolas, com as duas<br />

mudas de roupas, entregando tudo a dois de seus servos, os quais<br />

foram à frente de Geazi, levando as sacolas. 24 Quan­do Geazi<br />

chegou à colina onde morava, pegou as sacolas das mãos dos servos<br />

e as guardou em casa. Mandou os homens de volta, e eles partiram.<br />

25 Depois entrou e apresentou-se ao seu senhor, Eliseu. E este<br />

perguntou: "Onde você esteve, Geazi?" Geazi respondeu: "Teu<br />

servo não foi a lugar algum". 26 Mas Eliseu lhe disse: "Você acha<br />

<strong>que</strong> eu não estava com você em espírito quando o homem desceu da<br />

carruagem para encontrar-se com você? Este não era o momento de<br />

aceitar prata nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas, ovelhas,<br />

bois, servos e servas. 27 Por isso a lepra de Naamã atingirá você e<br />

os seus descendentes para sempre". Então Geazi saiu da presença de<br />

Eliseu já leproso, parecendo neve.<br />

Quando a Palavra de Deus acende o sinal de aviso acerca de<br />

algum perigo, é urgente termos atenção ao aviso disparado. Os<br />

riscos contidos no desprezo ao <strong>que</strong> Deus assinala pode ser muito<br />

desastroso.<br />

No texto de 2Reis 5.20-27 encontramos uma advertência<br />

quanto a cobiça. Lendo o texto bíblico podemos construir uma boa<br />

definição de cobiça. Cobiça é <strong>que</strong>rer ter mais do <strong>que</strong> o <strong>que</strong> é<br />

necessário.<br />

40


Geazi, o auxiliar de Eliseu, ficou indignado com o <strong>que</strong> ele<br />

considerou uma desfeita de Eliseu ao rejeitar os valiosos presentes<br />

oferecidos pelo novo crente em Jeová Naamã. Graciosamente<br />

Naamã o fez (2Reis 5.20). Lembremos <strong>que</strong> num primeiro momento<br />

os valiosos bens <strong>que</strong> Naamã trazia serviriam para pagar o preço de<br />

sua cura. Era assim o comportamento dos falsos profetas de sua<br />

terra. Naamã veio de uma realidade onde os profetas faziam suas<br />

supostas curas ou outros feitos para obter lucro. Mas num segundo<br />

momento foi a gratidão <strong>que</strong> conduziu Naamã a <strong>que</strong>rer deixar uma<br />

oferta de tudo o <strong>que</strong> trazia ao profeta de Deus. Deus, no entanto,<br />

orientou seu servo a não pegar nada absolutamente na<strong>que</strong>le<br />

momento. Isso poderia afetar a fé nova de Naamã ou o convívio<br />

entre a nação de Israel e a Síria.<br />

Na sua indignação Geazi montou um plano em nome do<br />

Senhor (2Reis 5.21-24). O plano incluía: correr o mais rápido<br />

possível para alcançar Naamã; se utilizar de uma falsa situação de<br />

necessidade do profeta e de dois de seus discípulos; pedir um valor<br />

<strong>que</strong> fosse alto para ele Geazi, mas muito baixo para Naamã cujo<br />

coração estava cheio da alegria da ação de Deus; trazer o <strong>que</strong><br />

ganhasse e esconder do profeta de Deus.<br />

Ele não contava <strong>que</strong> Deus estava vendo tudo e comunicando a<br />

seu profeta. O grave dessa <strong>que</strong>stão é Geazi fez tudo em nome de<br />

Deus (2Reis 5.20).<br />

O <strong>que</strong> Geazi pediu era além do <strong>que</strong> precisava para si. E isso<br />

faz parte da natureza do cobiçoso. O cobiçoso não usará por muito<br />

tempo metade do <strong>que</strong> tem, mesmo assim <strong>que</strong>r. Além do mais,<br />

alegações do <strong>que</strong> cobiça são sempre vestidas de boas intenções. No<br />

caso de Geazi o <strong>que</strong> pedia seria para suprir uma necessidade urgente<br />

(2Reis 5.22).<br />

Chega a ser cômico <strong>que</strong> para suprir uma urgência Geazi tenha<br />

aceitado 70 quilos de prata e duas mudas de roupas de festa. A<br />

doação era tão grande <strong>que</strong> precisou ser carregada por dois homens<br />

montados a cavalo (2Reis 5.23-24).<br />

Esses detalhes do texto servem para nos abrir os olhos <strong>que</strong> a<br />

cobiça nos leva a <strong>que</strong>rer coisas <strong>que</strong> não conseguiremos carregar nem<br />

usufruir. Por causa da cobiça perdemos a reputação e manchamos a<br />

reputação de outros. Acredito <strong>que</strong> Naamã e seus soldados não<br />

acreditaram na história de Geazi. A cobiça ainda nos leva a<br />

41


desprezar a providência de Deus em nosso favor <strong>que</strong> nos dá o de <strong>que</strong><br />

precisamos na hora apropriada (2Reis 5.25-26). A cobiça tem o<br />

castigo de Deus (2Reis 5.27).<br />

O coração de todo ser humano é predisposto para a cobiça, por<br />

isso é urgente <strong>que</strong> tomemos cuidado para <strong>que</strong> ela não se instale em<br />

nossos corações trazendo desgraças.<br />

42


DA FÉ QUE PRODUZ BEM-ESTAR<br />

2Reis 5.1-4<br />

1 Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era muito<br />

respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o Senhor<br />

dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso. 2 Ora,<br />

tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina,<br />

<strong>que</strong> passou a servir a mulher de Naamã. 3 Um dia ela disse à sua<br />

senhora: "Se o meu senhor procurasse o profeta <strong>que</strong> está em<br />

Samaria, ele o curaria da lepra". 4 Naamã foi contar ao seu senhor o<br />

<strong>que</strong> a menina israelita dissera.<br />

Uma menina arrancada de sua terra, de sua casa, da companhia<br />

de seus pais e irmãos, de seus vizinhos e amigos, de seus sonhos por<br />

um bando armado e violento <strong>que</strong> invadiu sua terra deixando mortos<br />

e feridos, além de muitos bens levados. A moça sonhadora era agora<br />

serviçal numa terra distante e estranha longe de seus sonhos<br />

sonhados acordada.<br />

O referido acima não é o enredo de um romance. É a história<br />

real de uma moça da terra de Israel. Ela foi capturada pelo exército<br />

siro e agora trabalha (em regime escravo) na casa do comandante do<br />

exército da Síria.<br />

A moça <strong>que</strong> tinha todos os insumos para uma vida amargurada<br />

e triste e poderia <strong>que</strong>rer o mal de seus raptores tem nos lábios uma<br />

mensagem de boas-novas para eles (2Reis 5.2-3).<br />

Naamã o general, na casa de <strong>que</strong>m a menina era serviçal,<br />

embora muito famoso e herói de guerra, era leproso. A lepra era uma<br />

doença <strong>que</strong> segregava socialmente <strong>que</strong>m por ela era acometido. O<br />

convívio social ficava restrito pelo medo do contágio e pelo<br />

preconceito. Além do desgaste da reclusão o doente ia pouco a<br />

pouco perdendo membros e a saúde em geral. Não é de se estranhar<br />

<strong>que</strong> a esposa de Naamã e o próprio imediatamente ao ouvirem a<br />

notícia da moça de <strong>que</strong> se ele fosse a Israel o profeta de Deus o<br />

curaria, partiu sem demora (2Reis 5.4).<br />

O <strong>que</strong> tornava essa moça tão especial ao ponto de pensar no<br />

bem-estar de outros quando ela mesma não vivia situação ideal? Sua<br />

fé em Deus é a resposta (2Reis 5.3). Ela sabia <strong>que</strong> apesar de sua<br />

situação Deus tinha um plano em curso <strong>que</strong> seria de alcance bem<br />

43


maior. Como ela sabia? Pelo fato de crer <strong>que</strong> Deus é perfeito em<br />

tudo <strong>que</strong> faz e permite. Ela estava ali não por acaso. Deus a estava<br />

mantendo para algo bem maior <strong>que</strong> só a cura do comandante do<br />

exército, seu patrão. Deus a usou para unir duas nações inimigas.<br />

A fé dessa moça <strong>que</strong> a fez pensar no bem-estar do outro trouxe<br />

não somente paz aos países <strong>que</strong> viviam em guerra (Israel e Síria) e<br />

a cura a Naamã, mas melhorou essencialmente a vida dela. Devemos<br />

pensar <strong>que</strong> depois da cura de seu patrão e de sua salvação eterna a<br />

menina passou a ser vista como alguém muito importante. Seu<br />

senhor como já foi evidenciado pelo texto bíblico se tornou amável,<br />

gentil em decorrência de sua fé em Deus.<br />

As lições dessa passagem bíblica são muitas. A fé cura nossas<br />

feridas. A fé nos leva a confiar em Deus mesmo quando não<br />

entendemos a situação pela qual estamos passando e nos faz saber<br />

<strong>que</strong> há um bom plano em curso por Deus. Por pensar assim era <strong>que</strong><br />

a vida dessa moça era estável. Podia compartilhar novidades boas.<br />

A fé nos leva a pensar no bem dos outros (até mesmo de <strong>que</strong>m não<br />

nos dá motivo de amá-lo) e com isso somos beneficiados por<br />

extensão do bem <strong>que</strong> promovemos. A fé dessa medida e a nossa tem<br />

alcance mundial. Duas nações se tornaram amigas pela ação de fé<br />

de uma jovem moça.<br />

Seria interessante <strong>que</strong> a história fosse emoldurada e posta na<br />

parede de nossa casa por onde mais passamos para <strong>que</strong> toda vez<br />

pudéssemos <strong>que</strong> a lêssemos nos estimulássemos com a fé dessa<br />

pe<strong>que</strong>na gigante e ser a nossa fé em Deus em ação a mola propulsora<br />

de significantes mudanças para o mundo e para nós em particular.<br />

44


DA FÉ QUE TRAZ ESTABILIDADE EM MOMENTOS<br />

DIFÍCEIS<br />

2Reis 4.18-37<br />

18 O menino cresceu e, certo dia, foi encontrar-se com seu pai, <strong>que</strong><br />

estava com os ceifeiros. 19 De repente ele começou a chamar o pai,<br />

gritando: "Ai, minha cabeça! Ai, minha cabeça!" O pai disse a um<br />

servo: "Leve-o para a mãe dele". 20 O servo o pegou e o levou à<br />

mãe. O menino ficou no colo dela até o meio-dia e morreu. 21 Ela<br />

subiu ao quarto do homem de Deus, deitou o menino na cama, saiu<br />

e fechou a porta. 22 Ela chamou o marido e disse: "Preciso de um<br />

servo e de uma jumenta para ir falar com o homem de Deus. Vou e<br />

volto logo". 23 Ele perguntou: "Mas por <strong>que</strong> hoje? Não é lua nova<br />

nem sábado!" Ela respondeu: "Não se preocupe". 24 Ela mandou<br />

selar a jumenta e disse ao servo: "Vamos rápido; só pare quando eu<br />

mandar". 25 Assim ela partiu para encontrar-se com o homem de<br />

Deus no monte Carmelo. Quando ele a viu a distância, disse a seu<br />

servo Geazi: "Olhe! É a sunamita! 26 Corra ao seu encontro e<br />

pergunte a ela: 'Está tudo bem com você? Tudo bem com seu<br />

marido? E com seu filho? '“ Ela respondeu a Geazi: "Está tudo bem".<br />

27 Ao encontrar o homem de Deus no monte, ela se abraçou aos seus<br />

pés. Geazi veio para afastá-la, mas o homem de Deus lhe disse:<br />

"Deixe-a em paz! Ela está muito angustiada, mas o Senhor nada me<br />

revelou e escondeu de mim a razão de sua angústia". 28 E disse a<br />

mulher: "Acaso eu te pedi um filho, meu senhor? Não te disse para<br />

não me dar falsas esperanças?" 29 Então Eliseu disse a Geazi:<br />

"Ponha a capa por dentro do cinto, pegue o meu cajado e corra. Se<br />

você encontrar alguém, não o cumprimente e, se alguém o<br />

cumprimentar, não responda. Quando lá chegar, ponha o meu cajado<br />

sobre o rosto do menino". 30 Mas a mãe do menino disse: "Juro pelo<br />

nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong>, se ficares, não irei". Então ele<br />

foi com ela. 31 Geazi chegou primeiro e pôs o cajado sobre o rosto<br />

do menino, mas ele não falou nem reagiu. Então Geazi voltou para<br />

encontrar-se com Eliseu e lhe disse: "O menino não voltou a si". 32<br />

Quando Eliseu chegou à casa, lá estava o menino, morto, estendido<br />

na cama. 33 Ele entrou, fechou a porta e orou ao Senhor. 34 Depois<br />

deitou-se sobre o menino, boca a boca, olhos com olhos, mãos com<br />

mãos. Enquanto se debruçava sobre ele, o corpo do menino ia se<br />

45


a<strong>que</strong>cendo. 35 Eliseu levantou-se e começou a andar pelo quarto;<br />

depois subiu na cama e debruçou-se mais uma vez sobre ele. O<br />

menino espirrou sete vezes e abriu os olhos. 36 Eliseu chamou Geazi<br />

e o mandou chamar a sunamita. E ele obedeceu. Quando ela chegou,<br />

Eliseu disse: "Pegue seu filho". 37 Ela entrou, prostrou-se a seus pés,<br />

curvando-se até o chão. Então pegou o filho e saiu.<br />

Uma situação fora do habitual tirou o casal sunamita da rotina<br />

plácida em <strong>que</strong> viviam. A rotina deles era simples. Plantar, colher,<br />

supervisionar os empregados, cuidar do filho, namorar, viver enfim.<br />

Essa estabilidade foi rompida quando devido a uma forte insolação<br />

o filho nascido de um milagre morreu (2Reis 4.18-21).<br />

A despeito da morte do filho a mãe manteve a calma.<br />

Metodicamente subiu ao quarto do profeta, deitou o menino na<br />

cama, fechou a porta. Pediu ao marido <strong>que</strong> preparasse um animal<br />

para ela fosse se encontrar com o homem de Deus, orientou o<br />

empregado <strong>que</strong> a acompanharia, escondeu o ocorrido do marido e<br />

saiu para seu compromisso determinada (2Reis 4.21-23).<br />

Qual a explicação para o comportamento dessa senhora diante<br />

de situação tão grave? Fé em Deus é a explicação. Sua fé pode ser<br />

comprovada no fato de ir a busca do homem de Deus e não cair no<br />

desespero ou dá o caso por perdido (2Reis 4.22-23).<br />

A fé em Deus proporciona estabilidade diante de situações<br />

difíceis em <strong>que</strong>m a tem.<br />

Todo o procedimento da mãe só apontava para sua<br />

determinação e estabilidade proveniente de sua fé em Deus.<br />

Determinou a ação do empregado; chegando na cidade não quis falar<br />

com ninguém exceto com o homem de Deus; sua conversa com o<br />

profeta foi franca embora sua alma estivesse amargurada (2Reis<br />

4.24.28).<br />

Era a fé da sunamita <strong>que</strong> controlava suas emoções e ações.<br />

A mãe aflita <strong>que</strong> demonstrou determinação baseada na fé em<br />

Deus foi atendida por Deus Jeová <strong>que</strong> sempre se volta para os <strong>que</strong><br />

se achegam a ele com fé. Deu de volta o filho amado <strong>que</strong> ela podia<br />

pensar no fundo de sua alma estava perdido para sempre (2Reis<br />

4.31-37).<br />

A atitude nobre da mulher de 2Reis 4 nos ensina <strong>que</strong> a fé traz<br />

estabilidade em momentos difíceis de amargura. Esse tipo de fé<br />

46


conquista o amor de Deus em benefício do pedinte segundo sua boa<br />

vontade para a ocasião. Essa história era muito importante para os<br />

judeus <strong>que</strong> estavam cativos na Babilônia para <strong>que</strong> entendessem <strong>que</strong><br />

suas vidas seriam felizes se fosse pautadas na fé em Deus. É também<br />

muito importante para nós hoje pelo mesmo motivo <strong>que</strong> o era para<br />

os judeus do cativeiro.<br />

47


DE DEUS COMO PROVEDOR<br />

2Reis 5.25-27<br />

25 Depois entrou e apresentou-se ao seu senhor, Eliseu. E este<br />

perguntou: "Onde você esteve, Geazi?" Geazi respondeu: "Teu<br />

servo não foi a lugar algum". 26 Mas Eliseu lhe disse: "Você acha<br />

<strong>que</strong> eu não estava com você em espírito quando o homem desceu da<br />

carruagem para encontrar-se com você? Este não era o momento de<br />

aceitar prata nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas, ovelhas,<br />

bois, servos e servas. 27 Por isso a lepra de Naamã atingirá você e<br />

os seus descendentes para sempre". Então Geazi saiu da presença de<br />

Eliseu já leproso, parecendo neve.<br />

O assunto da providência divina para seus filhos já foi<br />

mencionado várias vezes nos devocionais anteriores constantes<br />

dessa seleção. Percebo ser essa temática muito importante no livro<br />

de Reis (pelo menos no segundo livro e nos capítulos iniciais). Penso<br />

<strong>que</strong> o Espírito Santo através do escritor bíblico estivesse <strong>que</strong>rendo<br />

acalmar o coração do povo de Deus <strong>que</strong> agora no cativeiro se<br />

perguntava como seria a vida.<br />

Depois de mencionar o tema várias vezes diluído dentro de<br />

seus relatos históricos, o escritor volta ao tema nos dando outras<br />

nuances do assunto.<br />

Intimamente em sua alma todo ser humano tem a certeza nata<br />

de um provedor universal. Ele pode <strong>que</strong>rer se livrar dessa certeza<br />

depois por <strong>que</strong>stões particulares como cobiça, não <strong>que</strong>rer se sujeitar<br />

aos modos e vontade de Deus e, talvez até mesmo acatando<br />

sugestões do Diabo <strong>que</strong> <strong>que</strong>r afastar o ser humano de Deus e trazêlo<br />

para seu reino de horror e servidão sob a proposta de liberdade.<br />

Nas grandes catástrofes mundiais ou locais percebemos como<br />

quando desnorteados os homens se voltam para Deus em busca de<br />

ajuda, em busca de <strong>que</strong> Deus mude a drasticidade da situação e, isso<br />

decorre da certeza íntima de Deus como provedor ou de um<br />

provedor universal. Alguns se rebelam, entretanto com Deus,<br />

acusando-o de ausência por<strong>que</strong> não entendem o domínio de Deus<br />

sobre tudo. Mesmo assim essa atitude de rebeldia indica a crença de<br />

um provedor universal.<br />

48


A Bíblia nos apresenta com clareza Deus como Senhor e<br />

provedor. Já no livro de Gênesis ao criar, foi o ser humano o último<br />

ser a vir a existência pela mão de Deus. A intenção (o <strong>que</strong> posso<br />

deduzir) era dar aos seres humanos um mundo provido com todos<br />

os itens <strong>que</strong> eles precisariam para viver bem. De modo particular<br />

Deus criou um jardim e munindo este de tudo o <strong>que</strong> era necessário<br />

aos primeiros seres humanos, os colocou lá para trabalhar e usufruir<br />

das bonanças postas ali por Deus.<br />

Depois <strong>que</strong> foi se afastando de Deus o ser humano<br />

erroneamente foi se despedindo da ideia de Deus como provedor<br />

trazendo para si a responsabilidade de prover o <strong>que</strong> lhe era<br />

necessário. O povo do cativeiro deveria estar com o coração abalado<br />

pensando o <strong>que</strong> seria dele, então Deus vem ao encontro do povo e<br />

lhes consola o coração com os textos bíblicos desse livro (os livros<br />

de Reis). É <strong>que</strong> o povo estava desconsiderando Deus como provedor<br />

e achando estar à própria sorte.<br />

As informações <strong>que</strong> o escritor bíblico nos dá sobre os modos<br />

de Deus como provedor são de altíssima importância. Talvez a ideia<br />

geral de um provedor fosse a de um mordomo <strong>que</strong> chamamos a cada<br />

vez <strong>que</strong> necessitamos de algo (necessário ou supérfluo).<br />

Habilidosamente o escritor bíblico desfaz essa ideia e o faz por meio<br />

da pergunta dirigida a Geazi no texto pelo profeta: 26 Mas Eliseu<br />

lhe disse: “Você acha <strong>que</strong> eu não estava com você em espírito<br />

quando o homem desceu da carruagem para encontrar-se com<br />

você”? Este não era o momento de aceitar prata nem roupas, nem de<br />

cobiçar olivais, vinhas, ovelhas, bois, servos e servas (2Reis 5.26).<br />

Deus não é um mordomo a aquém damos ordem (é o <strong>que</strong><br />

aponta o profeta com sua indagação a Geazi). Ele providência e<br />

controla quando os bens devem vir a nós. De acordo com a sua<br />

compreensão do <strong>que</strong> necessitamos. Deus ordena tudo. Não nós.<br />

Geazi diferentemente do profeta de Deus não entendia <strong>que</strong> a<br />

segurança e a satisfação não advinham das coisas e do usufruto delas<br />

a qual<strong>que</strong>r hora, mas de seguir a direção de Deus para suprir nossas<br />

necessidades.<br />

E essa é a lição <strong>que</strong> devemos armazenar em nossos corações<br />

para não vivermos a mercê dos desejos <strong>que</strong> podem nos destruir pelo<br />

mal uso deles.<br />

49


DE SER FIEL A DEUS QUANDO MUITOS A NOSSA VOLTA<br />

NÃO O SÃO<br />

2Reis 4.42<br />

42 Veio um homem de Baal-Salisa, trazendo ao homem de Deus<br />

vinte pães de cevada, feitos dos primeiros grãos da colheita, e<br />

também algumas espigas verdes. Então Eliseu ordenou ao seu servo:<br />

"Sirva a todos".<br />

O fenômeno da inspiração da Palavra de Deus pelo Espírito<br />

santo sobre o escritor bíblico significa <strong>que</strong> o Espírito Santo escolheu<br />

cada palavra e cada história <strong>que</strong> o escritor usaria para expressar o<br />

<strong>que</strong> Deus <strong>que</strong>ria comunicar. No texto de 2Reis 4.42 o Espírito Santo<br />

providencialmente informa <strong>que</strong> veio um homem de Baal-Salisa ou<br />

salisa (1Samuel 9.4) ao profeta de Deus trazendo uma admirável<br />

oferta prescrita pela lei do Senhor. O <strong>que</strong> há de notável nesse texto?<br />

Bem. Salisa ou Baal-Salisa era uma localidade do Reino do<br />

Norte (Israel) <strong>que</strong> estava terrivelmente desviado do Senhor. Tanto o<br />

povo como seus reis. Na verdade o Reino do Norte foi o primeiro a<br />

ser punido com cativeiros pela desobediência alarmante aos<br />

mandamentos do Senhor e acúmulo deliberado de pecados de toda<br />

natureza. Porém, mesmo num reino mergulhado na impiedade havia<br />

um (certamente vários outros) representante da fé em Jeová <strong>que</strong><br />

amava o amava e obedecia a seus mandamentos. A obediência desse<br />

homem é mostrada pelo fato de ter obedecido a Deus quanto ao tipo<br />

de oferta e para <strong>que</strong>m devia ser entregue (2Reis 4.42).<br />

Já sabemos <strong>que</strong> o povo de Deus para <strong>que</strong>m os livros de Reis<br />

foram escritos estavam cativos na Babilônia pagã. Nação essa cujas<br />

terríveis práticas aborreciam a Deus. O fato de Israel agora está ali<br />

em decorrência de seus pecados anteriores contra Deus e sua Lei não<br />

era impedimento de servirem fielmente ao Senhor como não era<br />

impedimento para servir fielmente ao Senhor o fato do homem <strong>que</strong><br />

trouxe a oferta ao profeta ser fiel mesmo convivendo com pessoas<br />

ruins <strong>que</strong> desobedeciam a Deus constantemente numa cidade<br />

pecadora do Reino do Norte.<br />

Não deve ser para nós impedimento vivermos vida santa<br />

mesmo estando numa sociedade para <strong>que</strong>m os ensinos do Senhor<br />

são afronta e alvo de deboche.<br />

50


DE SER PROVEDOR EM DIAS DIFÍCEIS<br />

2Reis 4.38-44<br />

38 Depois Eliseu voltou a Gilgal. Nesse tempo a fome assolava a<br />

região. Quando os discípulos dos profetas estavam reunidos com ele,<br />

ordenou ao seu servo: "Ponha o caldeirão no fogo e faça um<br />

ensopado para estes homens". 39 Um deles foi ao campo apanhar<br />

legumes e encontrou uma trepadeira. Apanhou alguns de seus frutos<br />

e encheu deles o seu manto. Quando voltou, cortou-os em pedaços<br />

e colocou-os no caldeirão do ensopado, embora ninguém soubesse<br />

o <strong>que</strong> era. 40 O ensopado foi servido aos homens, mas, logo <strong>que</strong> o<br />

provaram, gritaram: "Homem de Deus, há morte na panela!" E não<br />

puderam mais tomá-lo. 41 Então Eliseu pediu um pouco de farinha,<br />

colocou no caldeirão e disse: "Sirvam a todos". E já não havia mais<br />

perigo no caldeirão. 42 Veio um homem de Baal-Salisa, trazendo ao<br />

homem de Deus vinte pães de cevada, feitos dos primeiros grãos da<br />

colheita, e também algumas espigas verdes. Então Eliseu ordenou<br />

ao seu servo: "Sirva a todos". 43 O auxiliar de Eliseu perguntou:<br />

"Como poderei servir isso a cem ho­mens?" Eliseu, porém,<br />

respondeu: "Sirva a todos, pois assim diz o ­Senhor: 'Eles comerão,<br />

e ainda sobrará'“. 44 Então ele serviu a todos e, conforme a palavra<br />

do Senhor, eles comeram e ainda sobrou.<br />

A história do povo judeu (israelitas) contada na Bíblia mostra<br />

Deus como o grande provedor para a humanidade e para a<strong>que</strong>la<br />

nação. Quando Israel saiu do Egito era uma massa humana de cerca<br />

de dois milhões de pessoas. Para manter uma nação desse porte são<br />

necessários a providência de muitos víveres, água, roupa, cuidado<br />

de saúde, etc. Mas Deus manteve seu povo com todas essas<br />

urgências em dia. Uma pe<strong>que</strong>na prova da providência de Deus para<br />

seu povo foi o maná <strong>que</strong> durou quarenta anos sem atrasar nem faltar<br />

um só dia.<br />

Aqui em nosso texto (<strong>que</strong> em alguma Bíblia formam dois<br />

parágrafos) Deus usa seus servos para serem provedores para as<br />

necessidades de seus irmãos em dias de necessidade. Somos<br />

informados <strong>que</strong> Gilgal padecia a fome decorrente de uma grande<br />

seca. Entre as muitas carência <strong>que</strong> a seca impõe a fome é uma das<br />

51


mais drásticas. O gado, os peixes, a vegetação todos morrem a falta<br />

de água e calor prolongado.<br />

Nesse ambiente hostil está o servo de Deus, o profeta Eliseu<br />

agindo como provedor para o povo (o meio de Deus para prover para<br />

o povo através muitas vezes de milagres). Depois de ter ensinado as<br />

lições de Deus a seus discípulos, portanto alimentando a lama dos<br />

irmãos, agora Eliseu se preocupa com o corpo dos irmãos. Suas<br />

necessidades físicas (2Reis 4.38). Eliseu os incentiva a se reunirem<br />

para fazerem um caldo de ervas (2Reis 4.38-39). Aqui não somente<br />

o profeta é o meio provedor, mas todo o povo. Um em benefício do<br />

outro e Deus como facilitador da ação de todos quando a habilidade<br />

do ser humano falha ou é comprometido por algum fator de força<br />

maior.<br />

Um caso de impedimento de provedor satisfatoriamente para a<br />

necessidade do povo foi o <strong>que</strong> aconteceu com um dos homens <strong>que</strong><br />

doava ingredientes para a alimentação. Ele colheu sem saber ervas<br />

tóxicas. Pôs na panela e quando começaram a comer alguns<br />

passaram mal (2Reis 4.38-41). De um modo bondoso e sobrenatural<br />

Deus fez com <strong>que</strong> o mal fosse eliminado apenas mandando seu<br />

profeta colocar um punhado de farinha no caldo. Assim todos<br />

puderam comer e ficarem satisfeitos.<br />

O povo cativo na Babilônia devia aprender <strong>que</strong> tinham <strong>que</strong> ser<br />

provedores uns dos outros. Edificando a fé um do outro, partilhando<br />

o <strong>que</strong> tinham em suas necessidades, anunciando juntos a fé em Deus<br />

e seus ensinos. Os tempos eram difíceis, e, em tempos difíceis Deus<br />

usa os seus como meios do milagre.<br />

Outro exemplo desse magnífico livro de Reis é o texto de<br />

2Reis 4.42-44. Um homem de uma localidade do reino do Norte traz<br />

ao profeta de Deus uma oferta de cereais e outros alimentos. Apesar<br />

das cidades do reino do Norte estarem desviadas do Senhor esse<br />

homem e muitos outros mantinham sua fé em Deus. A oferta trazida<br />

pelo homem do Reino do Norte se transformou pelo milagre<br />

realizado por Deus em uma grande e saborosa refeição (2Reis 4.42-<br />

44).<br />

Nós devemos ser provedores para um mundo de sequidão<br />

espiritual dando a ele o <strong>que</strong> Deus tem nos dado graciosamente.<br />

Devemos ser provedores para nossos irmãos na fé também como<br />

filhos <strong>que</strong> somos do grande provedor <strong>que</strong> é o Senhor Deus Jeová.<br />

52


Através de nossa disposição se se fizer necessário Deus agirá por<br />

meio de milagre para multiplicar nossas pe<strong>que</strong>nas doações. Foi por<br />

isso <strong>que</strong> Deus relatou essas duas magníficas histórias em sua<br />

palavra.<br />

53


DO CONHECIMENTO DE DEUS QUE É VÁRIO<br />

2Reis 4.22-23; 27-37<br />

2Reis 4.22-23<br />

22 Ela chamou o marido e disse: "Preciso de um servo e de uma<br />

jumenta para ir falar com o homem de Deus. Vou e volto logo". 23<br />

Ele perguntou: "Mas por <strong>que</strong> hoje? Não é lua nova nem sábado!"<br />

Ela respondeu: "Não se preocupe".<br />

2Reis 4.27-37<br />

27 Ao encontrar o homem de Deus no monte, ela se abraçou aos seus<br />

pés. Geazi veio para afastá-la, mas o homem de Deus lhe disse:<br />

"Deixe-a em paz! Ela está muito angustiada, mas o Senhor nada me<br />

revelou e escondeu de mim a razão de sua angústia". 28 E disse a<br />

mulher: "Acaso eu te pedi um filho, meu senhor? Não te disse para<br />

não me dar falsas esperanças?" 29 Então Eliseu disse a Geazi:<br />

"Ponha a capa por dentro do cinto, pegue o meu cajado e corra. Se<br />

você encontrar alguém, não o cumprimente e, se alguém o<br />

cumprimentar, não responda. Quando lá chegar, ponha o meu cajado<br />

sobre o rosto do menino". 30 Mas a mãe do menino disse: "Juro pelo<br />

nome do Senhor e por tua vida <strong>que</strong>, se ficares, não irei". Então ele<br />

foi com ela. 31 Geazi chegou primeiro e pôs o cajado sobre o rosto<br />

do menino, mas ele não falou nem reagiu. Então Geazi voltou para<br />

encontrar-se com Eliseu e lhe disse: "O menino não voltou a si". 32<br />

Quando Eliseu chegou à casa, lá estava o menino, morto, estendido<br />

na cama. 33 Ele entrou, fechou a porta e orou ao Senhor. 34 Depois<br />

deitou-se sobre o menino, boca a boca, olhos com olhos, mãos com<br />

mãos. Enquanto se debruçava sobre ele, o corpo do menino ia se<br />

a<strong>que</strong>cendo. 35 Eliseu levantou-se e começou a andar pelo quarto;<br />

depois subiu na cama e debruçou-se mais uma vez sobre ele. O<br />

menino espirrou sete vezes e abriu os olhos. 36 Eliseu chamou Geazi<br />

e o mandou chamar a sunamita. E ele obedeceu. Quando ela chegou,<br />

Eliseu disse: "Pegue seu filho". 37 Ela entrou, prostrou-se a seus pés,<br />

curvando-se até o chão. Então pegou o filho e saiu.<br />

54


Encapsular Deus é impossível, mas é o sonho do homem. O<br />

sonho do homem depois <strong>que</strong> se tornou pecador, é claro; por<strong>que</strong> antes<br />

o relacionamento entre homem e Deus era perfeito. O ser humano<br />

entendia a grandeza de Deus e cumpria sua vontade embora não a<br />

entendesse, por<strong>que</strong> sabia <strong>que</strong> ele era sábio muito além do <strong>que</strong> a<br />

definição dessa palavra significasse.<br />

É impossível encapsular Deus por<strong>que</strong> seu conhecimento e seu<br />

modo de agir são muitas vezes incompreensíveis ao entendimento<br />

humano. Senão fosse assim ele não seria Deus. Seus modos e saber<br />

são sempre eficientes. O texto em <strong>que</strong>stão nos ensina essa lição.<br />

A lição foi dada primeiramente à sunamita e ao povo de sua<br />

geração, bem como para o povo para <strong>que</strong>m o escritor dos livros de<br />

Reis estava escrevendo. O povo da época do escritor não via mais<br />

Deus agindo em suas vidas quando estavam no cativeiro na<br />

Babilônia. Eles <strong>que</strong>riam <strong>que</strong> Deus agisse conforme a receita deles.<br />

Pela inspiração do Espírito Santo o escritor foi levado a registrar a<br />

história da ressurreição do filho da sunamita com o fim de levantar<br />

o espírito do povo.<br />

O filho da sunamita (<strong>que</strong> o gerou a partir de um milagre de<br />

Deus operado nela ou em seu esposo) morrera. Ela escondeu o fato<br />

de seu esposo e preparou-se para ir ao encontro do homem de Deus<br />

(2Reis 4.23). Aqui já se estabelece o tema do conhecimento. A<br />

sunamita cavalga cerca de quarenta quilômetros e chega ao profeta<br />

<strong>que</strong> não tinha sido informado por Deus do motivo da vinda da<br />

sunamita (2Reis 4.26-27). Novamente o tema do conhecimento aqui<br />

é levantado.<br />

Em todo o episódio Deus reservou somente a si o<br />

conhecimento. Normalmente o profeta de Deus era imediatamente<br />

informado como agir nas situações emergenciais, mas dessa vez não.<br />

O profeta aturdido mandou seus auxiliar levar sua bengala e pô-la<br />

sobre o rosto do menino morto e nada aconteceu. Ele mesmo, o<br />

profeta, pessoalmente tentou outros artifícios e também nada<br />

aconteceu. Por sete vezes se deitou sobre o menino até <strong>que</strong><br />

finalmente Deus agiu. O profeta estava atônito a essa altura (2Reis<br />

4.28-35).<br />

Toda a lição nos ensina <strong>que</strong> Deus não tem apenas um modo de<br />

agir. O conhecimento é seu e ele não é uniforme nem limitado. De<br />

55


maneira surpreendente Deus ressuscita o menino e devolve a alegria<br />

da mãe e acalma o espírito do profeta (2Reis 4.36-37).<br />

No cativeiro por<strong>que</strong> Deus não agia do modo esperado o povo<br />

perdia sua fé e se misturava aos atos pagãos da<strong>que</strong>la nação. Por<strong>que</strong><br />

Deus não agia do modo como o povo <strong>que</strong>ria o achavam menor. A<br />

história da sunamita nesse ponto nos leva a crer <strong>que</strong> Deus reserva a<br />

si todo o conhecimento e, <strong>que</strong>, de nossa parte confiar nele, clamar<br />

por ele é a chave para enfrentarmos com alegria as adversidades,<br />

certos de embora ele não haja do modo como esperamos,<br />

tradicionalmente, ele está agindo. É nosso conhecimento <strong>que</strong> é<br />

limitado e não Deus.<br />

56


DO CONHECIMENTO TEÓRICO E DO CONHECIMENTO<br />

PRÁTICO-TEÓRICO<br />

2Reis 5.6-8<br />

6 A carta <strong>que</strong> levou ao rei de Israel dizia: "Com esta carta estou te<br />

enviando meu oficial Naamã, para <strong>que</strong> o cures da lepra". 7 Assim<br />

<strong>que</strong> o rei de Israel leu a carta, rasgou as vestes e disse: "Por acaso<br />

sou Deus, capaz de conceder vida ou morte? Por <strong>que</strong> este homem<br />

me envia alguém para <strong>que</strong> eu o cure da lepra? Vejam como ele<br />

procura um motivo para se desentender comigo!" 8 Quando Eliseu,<br />

o homem de Deus, soube <strong>que</strong> o rei de Israel havia rasgado suas<br />

vestes, mandou-lhe esta mensagem: "Por <strong>que</strong> rasgaste tuas vestes?<br />

Envia o homem a mim, e ele saberá <strong>que</strong> há profeta em Israel".<br />

Um ditado popular não sei se conhecido de muitos diz “<strong>que</strong>m<br />

não sabe é como <strong>que</strong>m não vê”. O rei de Israel não via um centímetro<br />

à frente de seu nariz. O <strong>que</strong> professava com a boca não vinha de seu<br />

coração. Não cria em uma palavra do <strong>que</strong> professava.<br />

A história em <strong>que</strong>stão é a da cura miraculosa de Naamã, o siro.<br />

O rei da Síria ao tomar conhecimento da possibilidade da cura de<br />

Naamã pelo profeta de Deus em Israel o enviou juntamente com uma<br />

carta, grande comitiva e muitos donativos para o rei e <strong>que</strong>m o<br />

curasse (o profeta no caso).<br />

O rei de Israel por sua vez se sentiu acuado diante das palavras<br />

expressas na carta <strong>que</strong> chegara a si por meio da comitiva vinda com<br />

Naamã. Diante de sua perplexidade exclamou: Acaso, sou Deus com<br />

poder de tirar a vida ou dá-la? (2Reis 5.7). A leitura do rei de Israel<br />

estava certíssima. Somente o poder de Deus para realizar o <strong>que</strong> é<br />

impossível aos homens. Estava certo quanto a <strong>que</strong> tudo vem de<br />

Deus. Porém, o conhecimento do rei era puramente teórico, pois não<br />

o impelia a ação. Era apenas um conhecimento. Conhecimento<br />

teórico.<br />

O profeta Eliseu diante da mesma situação <strong>que</strong> o rei, pois<br />

Naamã estava sendo enviado a ele por meio do rei teve outra postura.<br />

Foi uma postura de fé capitaneada pelo conhecimento prático:<br />

Quando Eliseu, o homem de Deus, soube <strong>que</strong> o rei de Israel havia<br />

rasgado suas vestes, mandou-lhe esta mensagem: "Por <strong>que</strong> rasgaste<br />

tuas vestes? Envia o homem a mim, e ele saberá <strong>que</strong> há profeta em<br />

57


Israel.” O profeta não só confessava o poder de Deus, mas cria na<br />

sua operação. Era conhecimento do coração e não da boca para fora.<br />

Naamã foi plenamente curado.<br />

Se o conhecimento <strong>que</strong> temos de Deus não passa de teoria nada<br />

mudará em nós e à nossa volta. Precisamos de um relacionamento<br />

pessoal com Deus e sua Palavra caso contrário seremos apenas<br />

declarantes de frases vazias.<br />

58


DO PODER DO ESPÍRITO SANTO EM NÓS<br />

2Reis 2.9-14<br />

9 Depois de atravessar, Elias disse a Eliseu: "O <strong>que</strong> posso fazer em<br />

seu favor antes <strong>que</strong> eu seja levado para longe de você?"<br />

Respondeu Eliseu: "Faze de mim o principal herdeiro de teu espírito<br />

profético". 10 Disse Elias: "Seu pedido é difícil; mas, se você me vir<br />

quando eu for separado de você, terá o <strong>que</strong> pediu; do contrário, não<br />

será atendido". 11 De repente, enquanto caminhavam e<br />

conversavam, apareceu um carro de fogo puxado por cavalos de<br />

fogo <strong>que</strong> os separou, e Elias foi levado aos céus num redemoinho.<br />

12 Quando viu isso, Eliseu gritou: "Meu pai! Meu pai! Tu eras como<br />

os carros de guerra e os cavaleiros de Israel!" E, quando já não podia<br />

mais vê-lo, Eliseu pegou as próprias vestes e as rasgou ao meio. 13<br />

Depois pegou o manto de Elias, <strong>que</strong> tinha caído, e voltou para a<br />

margem do Jordão. 14 Então bateu nas águas do rio com o manto e<br />

perguntou: "Onde está agora o Senhor, o Deus de Elias?" Tendo<br />

batido nas águas, elas se dividiram e ele atravessou.<br />

É evidente pelo texto bíblico <strong>que</strong> para exercer uma função na<br />

obra de Deus é necessário estar munido, cheio e conduzido pela<br />

pessoa e poder do Espírito Santo de Deus. A restauração de vidas e<br />

a implementação do Reino de Deus no mundo não é obra <strong>que</strong> se faça<br />

pelo poder humano.<br />

Foi reconhecendo sua inabilidade <strong>que</strong> Eliseu apelou para <strong>que</strong><br />

a ação do Espírito Santo estivesse sobre ele (e nele) em maior<br />

proporção do <strong>que</strong> esteve em Elias. Não significa com isso <strong>que</strong> Eliseu<br />

estivesse dizendo <strong>que</strong> há homens <strong>que</strong> são mais habilidosos para<br />

fazer a obra de Deus. O bojo desse pedido de Eliseu era <strong>que</strong> ele se<br />

sentia ineficiente para o cargo e a única saída para essa falta seria<br />

uma ação maior do Espírito de Deus.<br />

Se o Espírito Santo não gerenciar a vida da<strong>que</strong>le <strong>que</strong> ele<br />

escolheu e chamou para exercer uma obra em seu reino tal pessoa<br />

não terá eficiência no <strong>que</strong> fará. Ela elegerá prioridades erradas e<br />

cometerá outros danos. Eliseu cônscio dessa situação rogou a Deus<br />

<strong>que</strong> o capacitasse.<br />

59


O Espírito Santo é sempre o doador e administrador dos dons<br />

para o serviço de Deus e depender dele para oficiar nesse campo é a<br />

receita para um serviço bem sucedido. Eliseu viu essa verdade posta<br />

na vida de Elias e <strong>que</strong>ria <strong>que</strong> o mesmo fosse verdade para ele.<br />

O passo fundamental para ser cheio do Espírito Santo para o<br />

serviço e para avida em todas as suas facetas, pois não precisamos<br />

do Espírito Santo apenas para o serviço é se submeter a ele e realizar<br />

coisas úteis e dirigidas por ele orando para <strong>que</strong> ele opere.<br />

Todo filho de Deus tem em si o Espírito Santo. É preciso ficar<br />

atento às indicações <strong>que</strong> ele nos dá de <strong>que</strong> <strong>que</strong>r <strong>que</strong> façamos algo e<br />

solicitar seu poder para executar sua ordem. Eliseu tinha medo de<br />

enfrentar seu novo ofício, mas não deixou <strong>que</strong> o medo o dominasse.<br />

Eliseu se submeteu à direção do Espírito Santo e foi bem sucedido<br />

em seu ministério.<br />

O texto bíblico chama nossa atenção para diariamente<br />

buscarmos o poder de Deus para a tarefa para a qual Deus tem nos<br />

separado e para a vida em todas as suas facetas e o poder de Deus<br />

estará disponível a nós.<br />

60


DO TEMPO DE BUSCAR A DEUS<br />

2Reis 4.22-23<br />

22 Ela chamou o marido e disse: "Preciso de um servo e de uma<br />

jumenta para ir falar com o homem de Deus. Vou e volto logo". 23<br />

Ele perguntou: "Mas por <strong>que</strong> hoje? Não é lua nova nem sábado!"<br />

Ela respondeu: "Não se preocupe".<br />

Os historiadores nos dizem com base em pesquisas de datas e<br />

acontecimentos <strong>que</strong> os livros de Reis foram escritos para o povo de<br />

Israel e Judá <strong>que</strong> estavam no exílio na Babilônia. Portanto, sem<br />

templo e sem as festas regulares ordenadas pela Lei de Deus. Foi<br />

nesse tempo, para suprir a carência do templo <strong>que</strong> surgiram as<br />

sinagogas. Nesse tempo também se instalou na vida do povo certa<br />

apatia espiritual. O povo não buscava ao Senhor por<strong>que</strong> não havia<br />

situação ideal.<br />

O sábio escritor em seu livro registra a história da sunamita e<br />

a morte de seu filho, além do milagre da ressurreição do menino<br />

subitamente morto. A história está aí registrada para nos ensinar <strong>que</strong><br />

não devemos buscar a Deus apenas em situação ideal. Para nos<br />

ensinar <strong>que</strong> todo momento é tempo de buscar o Senhor. Seja em<br />

tempo de alegria ou tristeza.<br />

A pergunta do marido da sunamita "Mas por <strong>que</strong> hoje? Não é<br />

lua nova nem sábado!" Ela respondeu: "Não se preocupe" mostra<br />

sua estranheza de <strong>que</strong> a esposa fosse a busca do profeta em dias não<br />

aprazados. Obviamente <strong>que</strong> este homem não pensava <strong>que</strong> só se deve<br />

buscar a Deus em dias aprazados, apenas indica sua estranheza e,<br />

<strong>que</strong>, talvez houvesse acontecido algo <strong>que</strong> a esposa não comunicara<br />

a ele para poupá-lo, mas por um propósito divino seguiu na sua lida<br />

diária de trabalho.<br />

O Espírito Santo manteve o registro aí para trazer uma lição ao<br />

povo na Babilônia: o Senhor deve ser buscado em todas as situações<br />

e não somente quando houver situação ideal para tal como eles<br />

<strong>que</strong>riam.<br />

61


DO VALOR E DO DESPREZO DAS PEQUENAS COISAS<br />

2Reis 5.1-19<br />

1 Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era muito<br />

respeitado e honrado pelo seu senhor, pois por meio dele o Senhor<br />

dera vitória à Síria. Mas esse grande guerreiro ficou leproso. 2 Ora,<br />

tropas da Síria haviam atacado Israel e levado cativa uma menina,<br />

<strong>que</strong> passou a servir a mulher de Naamã. 3 Um dia ela disse à sua<br />

senhora: "Se o meu senhor procurasse o profeta <strong>que</strong> está em<br />

Samaria, ele o curaria da lepra". 4 Naamã foi contar ao seu senhor o<br />

<strong>que</strong> a menina israelita dissera. 5 O rei da Síria respondeu: "Vá. Eu<br />

darei uma carta <strong>que</strong> você entregará ao rei de Israel". Então Naamã<br />

partiu, levando consigo trezentos e cin<strong>que</strong>nta quilos de prata, setenta<br />

e dois quilos de ouro e dez mudas de roupas finas. 6 A carta <strong>que</strong><br />

levou ao rei de Israel dizia: "Com esta carta estou te enviando meu<br />

oficial Naamã, para <strong>que</strong> o cures da lepra". 7 Assim <strong>que</strong> o rei de Israel<br />

leu a carta, rasgou as vestes e disse: "Por acaso sou Deus, capaz de<br />

conceder vida ou morte? Por <strong>que</strong> este homem me envia alguém para<br />

<strong>que</strong> eu o cure da lepra? Vejam como ele procura um motivo para se<br />

desentender comigo!" 8 Quando Eliseu, o homem de Deus, soube<br />

<strong>que</strong> o rei de Israel havia rasgado suas vestes, mandou-lhe esta<br />

mensagem: "Por <strong>que</strong> rasgaste tuas vestes? Envia o homem a mim, e<br />

ele saberá <strong>que</strong> há profeta em Israel". 9 Então Naamã foi com seus<br />

cavalos e carros e parou à porta da casa de Eliseu. 10 Eliseu enviou<br />

um mensageiro para lhe dizer: "Vá e lave-se sete vezes no rio<br />

Jordão; sua pele será restaurada e você ficará purificado". 11 Mas<br />

Naamã ficou indignado e saiu, dizendo: "Eu estava certo de <strong>que</strong> ele<br />

sairia para receber-me, invocaria em pé o nome do Senhor, o seu<br />

Deus, moveria a mão sobre o lugar afetado e me curaria da lepra. 12<br />

Não são os rios Abana e Farfar, em Damasco, melhores do <strong>que</strong> todas<br />

as águas de Israel? Será <strong>que</strong> não poderia lavar-me neles e ser<br />

purificado?" E foi embora dali furioso. 13 Mas os seus servos lhe<br />

disseram: "Meu pai, se o profeta tivesse pedido alguma coisa difícil,<br />

o senhor não faria? Quanto mais quando ele apenas diz <strong>que</strong> se lave,<br />

e será purificado!" 14 Assim ele desceu ao Jordão, mergulhou sete<br />

vezes conforme a ordem do homem de Deus e foi purificado; sua<br />

pele tornou-se como a de uma criança. 15 Então Naamã e toda a sua<br />

comitiva voltaram à casa do homem de Deus. Ao chegar diante do<br />

62


profeta, Naamã lhe disse: "Ago­ra sei <strong>que</strong> não há Deus em nenhum<br />

outro lugar, senão em Israel. Por favor, aceita um presente do teu<br />

servo". 16 O profeta respondeu: "Juro pelo nome do Senhor, a <strong>que</strong>m<br />

sirvo, <strong>que</strong> nada aceitarei". Embora Naamã insistisse, ele recusou. 17<br />

E disse Naamã: "Já <strong>que</strong> não aceitas o presente, ao menos permite<br />

<strong>que</strong> eu leve duas mulas carregadas de terra, pois teu servo nunca<br />

mais fará holocaustos e sacrifícios a nenhum outro deus senão ao<br />

Senhor. 18 Mas <strong>que</strong> o Senhor me perdoe por uma única coisa:<br />

quando meu senhor vai adorar no templo de Rimom, ­eu também<br />

tenho <strong>que</strong> me ajoelhar ali, pois ele se apoia em meu braço. Que o<br />

Senhor perdoe o teu servo por isso". 19 Disse Eliseu: "Vá em paz".<br />

Quem não conhece a história de Naamã! Ela já foi até tema de<br />

música de banda do cenário evangélico. É uma história tão<br />

chamativa quanto a de Davi e Golias <strong>que</strong> de tão dramáticas são<br />

difíceis de serem es<strong>que</strong>cidas. Entretanto, penso, <strong>que</strong>, nos detemos<br />

muito na carga dramática da história e es<strong>que</strong>cemos as lições <strong>que</strong> essa<br />

história nos dá.<br />

Uma dessas lições (por<strong>que</strong> são muitas) é <strong>que</strong> as pe<strong>que</strong>nas<br />

coisas se tornam grandes quando usadas por Deus. A seção de<br />

segundo Reis capítulo cinco e versículo um ao dezenove está<br />

estruturada em contrastes entre as pe<strong>que</strong>nas e as grandes coisas (ou<br />

seres).<br />

O texto começa descrevendo a grandeza de Naamã.<br />

Comandante do exército de uma nação poderosa da época; de grande<br />

conceito perante o rei (a maior autoridade da nação); havia obtido<br />

inúmeras vitórias à frente do exército siro e herói de guerra (2Reis<br />

5.1). Porém, o mesmo texto nos informa <strong>que</strong> algo pe<strong>que</strong>no<br />

(comparado a uma doença terminal) quase <strong>que</strong> apagava toda a fama<br />

<strong>que</strong> tinha Naamã.<br />

A salvação de Naamã, aqui me refiro tanto à cura da sua<br />

doença de pele quanto a salvação de sua alma evidenciada por sua<br />

declaração de fé ao final do texto (2Reis 5.15-19) se inicia num<br />

desses “pe<strong>que</strong>nos dias” quando não há nada de interessante nele.<br />

Ocupada nos seus afazeres diário uma menina (entre seus quinze e<br />

dezessete anos) fala à sua patroa (a esposa do grande Naamã) <strong>que</strong> se<br />

seu senhor estivesse na presença do profeta de Deus ele seria curado<br />

de sua lepra (2Reis.5.2-3).<br />

63


Imediatamente ao ser informado do <strong>que</strong> disse a menina,<br />

Naamã se dirige ao grande rei da Síria e o comunica do fato. O rei<br />

mais <strong>que</strong> imediatamente escreve cartas recomendando o grande<br />

Naamã para o rei de Israel (a maior autoridade da nação) e envia<br />

Naamã carregado de grandes e valiosos presentes para pagar por sua<br />

cura (2Reis 5.3-6).<br />

Tão severa ordem assustou ao rei de Israel <strong>que</strong> em gesto de<br />

desespero rasgou suas vestes (2Reis 5.7). Porém, a ordem não<br />

assustou o profeta de Deus (2Reis 5.8). O início do tratamento de<br />

Naamã foi “despi-lo” de sua extravagante grandeza (2Reis 5.9-10).<br />

Obviamente <strong>que</strong> Naamã não gostou do tratamento administrado a si<br />

já <strong>que</strong> estava acostumado a grandes acontecimentos e pompas.<br />

Sua reação primeira foi rejeitar a prescrição do profeta de Deus<br />

alegando não ser a<strong>que</strong>le tratamento condizente com sua grandeza<br />

(2Reis 5.10-11). Depois passou a medir a popularidade dos rios de<br />

sua terra com a pobreza dos rios de Israel (segundo a visão de<br />

Naamã). Considerava o Jordão um charco de lama (2Reis 5.9,12).<br />

Sua indignação foi monumental frente ao desmonte <strong>que</strong> estava<br />

sofrendo. Deus estava agindo em sua vida.<br />

Porém, Deus na sua grande misericórdia não desistiu de<br />

Naamã e, dessa vez usou mais uma pe<strong>que</strong>na coisa (ser). Dois<br />

subalternos de Naamã o convenceram de <strong>que</strong> se o profeta tivesse<br />

dito para Naamã fazer algo grande e difícil em troca de sua cura ele<br />

o teria feito, por<strong>que</strong> não fazia o simples <strong>que</strong> o profeta o mandava<br />

fazer? Era Deus agindo (2Reis 5.13-14). Naamã mudou de ideia e<br />

foi curado e salvo por Deus.<br />

A lição <strong>que</strong> Deus deu a Naamã foi a de <strong>que</strong> pe<strong>que</strong>nas coisas<br />

quando usadas por Deus produzem grandes resultados. A humildade<br />

demonstrada por Naamã ao final do tratamento nos mostra <strong>que</strong> ele<br />

de fato aprendeu a lição.<br />

Nós também devemos aprender a lição e não desprezarmos<br />

ninguém nem a nós mesmos conquanto pe<strong>que</strong>nos sejamos, pois na<br />

mão de Deus, sob seu poder somos grandes e grandes coisas se fará<br />

por meio da<strong>que</strong>le <strong>que</strong> crê assim.<br />

64


DOS PERIGOS DO MUNDO EM QUE VIVEMOS<br />

2Reis 4.38-41<br />

38 Depois Eliseu voltou a Gilgal. Nesse tempo a fome assolava a<br />

região. Quando os discípulos dos profetas estavam reunidos com ele,<br />

ordenou ao seu servo: "Ponha o caldeirão no fogo e faça um<br />

ensopado para estes homens". 39 Um deles foi ao campo apanhar<br />

legumes e encontrou uma trepadeira. Apanhou alguns de seus frutos<br />

e encheu deles o seu manto. Quando voltou, cortou-os em pedaços<br />

e colocou-os no caldeirão do ensopado, embora ninguém soubesse<br />

o <strong>que</strong> era. 40 O ensopado foi servido aos homens, mas, logo <strong>que</strong> o<br />

provaram, gritaram: "Homem de Deus, há morte na panela!" E não<br />

puderam mais tomá-lo. 41 Então Eliseu pediu um pouco de farinha,<br />

colocou no caldeirão e disse: "Sirvam a todos". E já não havia mais<br />

perigo no caldeirão.<br />

O mundo é um lugar perigoso independentemente da época em<br />

<strong>que</strong> se vive. Óbvio <strong>que</strong> não estamos falando da violência <strong>que</strong> decorre<br />

da frouxidão das leis, da ausência do Estado ou da falta de educação.<br />

Esses perigos podem e devem ser evitados. O mundo é perigoso<br />

por<strong>que</strong> ele é um palco de imprevistos. Sofremos males até quando<br />

não fazemos algo <strong>que</strong> intencionalmente resultará nisso. Foi o caso<br />

do ocorrido com um grupo narrado em nosso texto.<br />

O tempo era difícil por causa de uma severa seca pela qual<br />

passava a cidade e com ela veio a fome (2Reis 4.38). Depois de uma<br />

reunião quando cerca de cem homens ouviram excelentes lições<br />

sobre Deus e seus mandamentos, o profeta de Deus propõe uma<br />

refeição. Delega a responsabilidade de mobilizar o povo a seu<br />

auxiliar Geazi. Era como se pode perceber uma refeição<br />

comunitária. O auxiliar do profeta prontamente mobilizou todo o<br />

povo <strong>que</strong> saiu a procurar vegetais e outros ingredientes para o sopão<br />

(2Reis 4.38-39).<br />

Um dos homens colheu o <strong>que</strong> achava ser um vegetal<br />

comestível e o cortou na panela para cozer. Sem saber havia colhido<br />

um vegetal tóxico se comido em grande quantidade (2Reis 4.39).<br />

Alguns do grupo começaram a passar mal depois de terem comido<br />

do caldo, agora tóxico. Deve ter sido desanimador para o homem<br />

65


<strong>que</strong> com tão boa vontade colheu o vegetal saber <strong>que</strong> sua ação mesmo<br />

sem intenção prejudicou outros. Esse é um quadro de nosso mundo.<br />

Tantas e tantas vezes planejamos, organizamos, realizamos<br />

algo, mas algo sai errado. Um simples passeio de carro pode se<br />

transformar num grave acidente. A mudança de trabalho quando<br />

pensamos nos dividendos <strong>que</strong> nos trará se transforma em<br />

desemprego, etc. Quantos de nós não já viveu situação desse tipo ou<br />

outras parecidas? Todos já nos vimos em maus lençóis sem <strong>que</strong><br />

tivéssemos feito algo errado para chegar a um fim ruim.<br />

O <strong>que</strong> fazer é a pergunta. Como reverter o mal gerado?<br />

Aceitarmos o mal pacificamente? Não. O povo apelou para o profeta<br />

de Deus <strong>que</strong> recebeu do Senhor Jeová a solução para o caso. O<br />

imprevisto foi transformado em bênção. Deus mostrou ao profeta<br />

<strong>que</strong> se pusesse farinha no caldo a toxicidade seria eliminada. E assim<br />

o profeta o fez (2Reis 4.40-41).<br />

Os perigos no mundo existirão enquanto ele existir no estado<br />

em <strong>que</strong> está. Coisas darão errado, mas Deus nos deixa um recado<br />

amoroso: ele providenciará para <strong>que</strong> sejamos acudidos. Cuidará para<br />

<strong>que</strong> o perigo seja convertido em bênção. A lição de nosso texto é<br />

<strong>que</strong> Deus vela por nós.<br />

Essa lição era muito importante para o povo de Israel <strong>que</strong><br />

estava cativo na Babilônia pagã e, <strong>que</strong>, por isso, era potencialmente<br />

arriscado viver ali. O escritor dos livros de Reis <strong>que</strong>ria <strong>que</strong> o povo<br />

soubesse <strong>que</strong> Deus vigiava seu povo com cuidado por ele. Deus<br />

também <strong>que</strong>r <strong>que</strong> nós dos dias de hoje, você e eu, saibamos dessa<br />

verdade também para <strong>que</strong> caminhemos com esperança e fé num<br />

mundo potencialmente perigoso, pois se for doutra forma nossa vida<br />

se assemelhará a estamos num túnel sem luz.<br />

66


QUANDO COISAS BOAS SE COLOCAM ENTRE NÓS E<br />

DEUS<br />

2Reis 2.6-8<br />

6 Em seguida Elias lhe disse: "Fi<strong>que</strong> aqui, pois o Senhor me enviou<br />

ao rio Jordão". Ele respondeu: "Juro pelo nome do Senhor e por tua<br />

vida <strong>que</strong> não te deixarei ir só!" Então partiram juntos. 7 Cin<strong>que</strong>nta<br />

discípulos dos profetas os acompanharam e ficaram olhando a<br />

distância, quando Elias e Eliseu pararam à margem do Jordão. 8<br />

Então Elias tirou o manto, enrolou-o e com ele bateu nas águas. As<br />

águas se dividiram, e os dois atravessaram em chão seco. 14 Então<br />

bateu nas águas do rio com o manto e perguntou: "Onde está agora<br />

o Senhor, o Deus de Elias?" Tendo batido nas águas, elas se<br />

dividiram e ele atravessou.<br />

O capítulo dois de 2 Reis trata do fim do ministério do profeta<br />

Elias e início do ministério profético de Eliseu. O encadeamento do<br />

texto <strong>que</strong> narra essa história nos permite tirar boas lições para nosso<br />

relacionamento com Deus.<br />

Antes de sua ascensão Deus enviou Elias ao Jordão. Ou ao<br />

outro lado do Jordão. Para cumprir a missão dada a ele pelo Senhor,<br />

Elias tomou sua capa e bateu nas águas do Jordão e estas se<br />

dividiram. O Jordão já tinha sido palco de outras ações dramáticas.<br />

Porém, aqui, o milagre visava retirar algo bom e necessário do<br />

caminho para <strong>que</strong> a vontade de Deus fosse feita.<br />

Após a partida do mestre, Eliseu repete o milagre <strong>que</strong> Elias<br />

havia feito. Ele <strong>que</strong>ria saber se o poder de Deus estava sobre ele<br />

como aparentemente está. Não era uma exibição de poder, era um<br />

teste de se ele havia sido mesmo comissionado para o ofício como<br />

pedira. O Jordão novamente foi aberto.<br />

O texto é rico em ensino. O Jordão era um bem necessário.<br />

Equilibrava as temperaturas, supria água para abastecimento dos<br />

lares e consumo humano, servia de navegação, para pesca e banho<br />

em lazer <strong>que</strong>m sabe. Mas entre os profetas e a vontade de Deus<br />

precisava ser remanejado ainda <strong>que</strong> temporariamente para <strong>que</strong> a<br />

vontade de Deus fosse feita.<br />

A lição aqui é <strong>que</strong> coisas boas podem ser impedimentos entre<br />

nós e Deus. Não é <strong>que</strong> elas devam ser eliminadas se boas são, apenas<br />

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emanejadas temporariamente para <strong>que</strong> a vontade de Deus seja feita<br />

em nossas vidas para sua glória e nosso bem.<br />

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