Catálogo Sobrevento 30 anos
Catálogo dos 30 anos do Grupo Sobrevento de Teatro - Brasil
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(2010)<br />
Em 2005, o <strong>Sobrevento</strong> decide empenhar-se na<br />
construção, no desenvolvimento e na difusão do Teatro<br />
para Bebês no Brasil. Parte de um fundamento simples: a<br />
crença profunda de que as capacidades emotiva, poética<br />
e de comunicação são inatas em todo ser humano e que<br />
se revelam desde o primeiro dia de vida. O <strong>Sobrevento</strong><br />
acredita que todos temos direito à Cultura, à integração<br />
social e ao convívio comunitário. E que o Teatro pode promover<br />
a reunião, a confraternização, o compartilhamento,<br />
a tolerância, a empatia, o pensamento crítico, a libertação<br />
de preconceitos e o voo das ideias. O Teatro para Bebês<br />
provoca uma reviravolta no Teatro pesquisado, discutido e<br />
feito pelo <strong>Sobrevento</strong>, inclusive naquele dirigido a adultos:<br />
obriga-o a rever velhas certezas, hábitos e confortos; leva-o<br />
a repensar do seu papel social aos seus primados estéticos,<br />
encoraja-o a reconsiderar a sua trajetória e os rumos que<br />
planeja tomar, do mesmo modo como o Teatro de Bonecos<br />
havia feito em toda a sua carreira, do mesmo modo que<br />
um nascimento faz com um pai amoroso.<br />
Bailarina é o primeiro espetáculo para bebês do <strong>Sobrevento</strong>.<br />
Destinado a crianças de 6 meses a 3 <strong>anos</strong> de idade,<br />
tem como personagem principal uma mãe, que ganha<br />
de presente, de sua filha, uma caixinha de música. Do<br />
mesmo modo que sua filha ao nascer, aquele presente lhe<br />
recorda a busca do equilíbrio, a coragem de cair e se reerguer,<br />
a vontade de sonhar e a possibilidade de recomeçar.<br />
Ela mesma, uma bailarina em uma caixinha de música,<br />
percebe que o equilíbrio físico e emocional pode não ser<br />
uma libertação, mas um aprisionamento, e que o medo da<br />
queda pode impedir de dançar. Feito de textos e silêncios,<br />
o espetáculo mostra a largura e a profundidade do Teatro<br />
para Bebês, provocando, expondo os preconceitos – que o<br />
senso comum sustenta, infundada e injustamente – com<br />
a capacidade poética, emocional e de entendimento da<br />
primeira infância. Aproximando-se do Teatro de Objetos,<br />
valendo-se de diferentes funções simbólicas para uns<br />
poucos objetos, cria uma relação muito íntima e delicada,<br />
que valoriza mínimas ações que, na relação com os bebês,<br />
tomam uma dimensão muito maior.<br />
Bailarina estreia em Madri, na Espanha, depois de um<br />
grande número de apresentações em creches da periferia de<br />
São Paulo, e conquista, passo a passo, a confiança de críticos,<br />
artistas, professores e, sobretudo, de pais. Com o apoio<br />
da Secretaria de Educação de São Bernardo do Campo,<br />
vai a praticamente todas as creches públicas e conveniadas<br />
da cidade (cerca de 150 apresentações) que, junto com<br />
oficinas para professores, constitui um projeto pioneiro de<br />
integração Arte Escola, voltado para a primeira infância.<br />
Bailarina também vai à França, ao Festival Mundial das<br />
Marionetes, representando o Teatro de Objetos para bebês.