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Foz do Iguaçu, segunda-feira, 4 de dezembro de 2017 Política 07<br />
APÓS AUDIÊNCIA PÚBLICA<br />
Projetos Escola sem Partido e de ideologia<br />
de gênero devem ser votados neste ano<br />
Pareceres das comissões devem sair nesta semana liberando projetos para votação em plenário<br />
Elson Marques<br />
Freelancer<br />
Depois da audiência<br />
pública de sexta-feira<br />
(1º), a Câmara de Vereadores<br />
deverá acelerar o<br />
processo para que sejam<br />
votados ainda neste ano<br />
os projetos que proíbem a<br />
Escola sem Partido e o<br />
ensino sobre ideologia de<br />
gênero no sistema público<br />
municipal. Para liberar<br />
as matérias para a pauta<br />
do plenário, nesta semana<br />
devem ser emitidos os<br />
pareceres das comissões<br />
de Legislação, Justiça e<br />
Redação; e de Educação,<br />
Cultura, Esporte, Saúde,<br />
Assistência Social de Defesa<br />
do Cidadão.<br />
Na noite de sexta-feira,<br />
o autor dos projetos,<br />
vereador Dr. Brito (Patriota),<br />
presidiu audiência<br />
pública para o debate dos<br />
temas com a comunidade.<br />
Entre os contrários e<br />
os favoráveis, os ânimos<br />
estiveram acirrados dos<br />
dois lados. O número de<br />
pessoas no plenário foi<br />
controlado para evitar<br />
tumulto, enquanto aproximadamente<br />
300 pessoas<br />
se concentraram do<br />
lado de fora e, aos gritos,<br />
trocaram xingamentos e<br />
palavras de ordem.<br />
A Polícia Militar e a<br />
Guarda Municipal atuaram<br />
no controle da multidão<br />
para evitar invasão<br />
da Câmara e confronto.<br />
Entre os defensores dos<br />
projetos estavam religiosos,<br />
principalmente católicos<br />
e evangélicos. Contrários<br />
eram de entidades<br />
defensoras de causas sociais,<br />
estudantes, sindicatos<br />
como o Sinprefi e<br />
militantes de movimentos<br />
como LGBT.<br />
A audiência atraiu lideranças<br />
estaduais que<br />
atuam contra a aplicação<br />
do ensino de ideologia de<br />
gênero e em favor da Escola<br />
sem Partido, como<br />
os deputados Felipe<br />
Francischini (Solidariedade),<br />
Missionário Ricardo<br />
Arruda (PEN) e Hussein<br />
Bakri (PSD).<br />
Defesa dos<br />
professores<br />
Segundo a presidente<br />
do Sinprefi, professora<br />
Maria Ricce, criou-se<br />
uma ideia equivocada de<br />
que professores municipais<br />
estariam promovendo<br />
em sala de aula abordagens<br />
político-partidárias<br />
e de ideologia de gênero.<br />
"Esse termo ideologia<br />
de gênero simplesmente<br />
não existe na grade curricular.<br />
Isso foi discutido<br />
também na Conferência<br />
de Educação, e o termo<br />
definido é diversidade",<br />
disse.<br />
E reforçou: "Nossa<br />
posição é clara: o Sinprefi<br />
é contra o ensino de ideologia<br />
de gênero e contra<br />
Foto: divulgação<br />
Posições contra e a favor dos projetos foram<br />
expostas na audiência<br />
a Escola sem Partido.<br />
Não existe no nosso programa<br />
municipal de educação<br />
o ensino de ideologia<br />
de gênero, portanto,<br />
senhores pais, fiquem<br />
tranquilos. Isso não é<br />
aplicado e nenhum professor<br />
é orientado nesse<br />
sentido. Trabalhamos sim<br />
o respeito, a não discriminação<br />
e ensinamos a<br />
criança a não ter preconceito,<br />
e somos sim defensores<br />
e parceiros das famílias",<br />
afirmou.<br />
Análise da audiência<br />
Dr. Brito, autor dos<br />
projetos, acredita que "a<br />
audiência concedeu, de<br />
forma equânime, para<br />
que todas as correntes de<br />
pensamento pudessem<br />
expor suas opiniões. Foi<br />
um excelente momento<br />
para nossa democracia<br />
local. Preciso registrar<br />
que a segurança, interna<br />
e externa, da Câmara,<br />
assim como a triagem e<br />
a quantidade de acesso<br />
de pessoas na audiência,<br />
foram definidas pelo presidente<br />
do Legislativo e<br />
não por este vereador,<br />
que nada teve de participação<br />
na questão de infraestrutura<br />
e logística<br />
do evento".<br />
O propósito da audiência,<br />
segundo Brito, foi<br />
ouvir críticas e sugestões<br />
aos projetos de lei. "Faremos<br />
uma análise do que<br />
foi lá exposto, mas sentimos,<br />
em linhas gerais,<br />
que a vontade do iguaçuense<br />
é praticamente a<br />
mesma do expressado em<br />
recente pesquisa nacional<br />
feita para a Gazeta do<br />
Povo: mais de 80% da população<br />
é contra o ensino<br />
de ideologia de gênero<br />
para crianças nas escolas.<br />
Esse é um dado que<br />
nem este e nem ninguém<br />
pode desconsiderar", avaliou.<br />
Encaminhamentos<br />
O secretário da mesa diretora e presidente da Comissão<br />
de Legislação, Justiça e Redação, Elizeu Liberato (PR),<br />
disse que o parecer da CLJR sai nesta semana. "A<br />
audiência pública serviu como parâmetro. Tem uma<br />
discussão sobre isso também na Assembleia Legislativa,<br />
e estamos acompanhando. Em outros municípios, leis<br />
nesse sentido foram aprovadas, e aqui em Foz, dos 15<br />
vereadores, 12 assinaram o projeto", pontuou.<br />
De acordo com Elizeu, a audiência serviu para<br />
esclarecer, por exemplo, que o ensino sobre ideologia<br />
de gênero e partidarismo nas escolas não existe no<br />
plano de educação. "O que os projetos propõem é que se<br />
mantenha assim; e proibindo, por força de lei, futuras<br />
tentativas de implantação. Nossa intenção é votar os<br />
projetos ainda nesse ano", informou. Restam cinco<br />
sessões ordinárias em 2017.<br />
Para o presidente da Comissão de Educação, Marcio<br />
Rosa (PSD), a audiência pública cumpriu o papel social<br />
para que a população seja ouvida e participe das<br />
decisões da Câmara. "Ainda há interpretações<br />
equivocadas do que realmente está sendo proposto no<br />
projeto, e esses debates abertos ajudam a esclarecer<br />
alguma distorção. Estamos aguardando os projetos<br />
virem da Comissão de Justiça e Redação para emissão<br />
do parecer", observou Marcio Rosa.