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Revista Nossos Passos Fevereiro

revista nossos passos edição de fevereiro.

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NOSSOS PASSOS 23<br />

Não.<br />

A conclusão de um tratamento engloba uma<br />

miríade de fatores associados ao grau de intensidade da<br />

lesão, momento em que foi buscado o tratamento, resposta<br />

biológica individual ao tratamento e principalmente,<br />

adesão e comprometimento do paciente com o tratamento<br />

e orientações prescritas.<br />

Tomemos como exemplo as dores causadas por<br />

processos inflamatórios articulares. Cuja as causas mais<br />

comuns são as contusões e as entorses, passando também<br />

pelas discinesias articulares. A frequência, intensidade e<br />

reincidência da dor estará intimamente ligada a fase do<br />

processo inflamatório. Que de forma bem sucinta e para<br />

fácil entendimento do leitor seriam:<br />

AGUDA (primeiros dias e semanas após a lesão):<br />

caracterizada pela presença de edema, vermelhidão, calor,<br />

sensibilidade ao toque e dor. Podendo haver diminuição da<br />

mobilidade ou bloqueio articular. É o momento mais crítico,<br />

onde a tomada de decisão correta sobre o tratamento é o<br />

principal fator para a recuperação. A presença do médico é<br />

indispensável nesse momento.<br />

SUBAGUDA (semanas): Nesta fase haverá<br />

diminuição da dor, edema e bloqueio articular, caso haja.<br />

Marca o início do processo de cicatrização dos tecidos<br />

lesados. Considero essa uma fase de muita atenção, pois<br />

vários pacientes, ao experimentarem uma acentuada<br />

redução da dor, interrompem o tratamento clínico<br />

prescrito pelo médico, por acreditarem não ser mais<br />

necessário. Essa atitude é uma porta de entrada para uma<br />

fase crônica longa.<br />

CRÔNICA (semanas - meses): trata-se da fase de<br />

consolidação da cura (desde que seguido o tratamento<br />

e orientações prescritas). Não há edemas, calor e<br />

vermelhidão. A dor é presente apenas nos últimos graus<br />

de movimento ou à palpação profunda.<br />

Isso posto, falemos da adesão e comprometimento<br />

do paciente com o tratamento, para que se possa entender<br />

o título do texto.<br />

Uma vez que a dor e o edema diminuam de forma<br />

considerável, dois erros podem ser cometidos pelo paciente.<br />

O primeiro, e mais grave, consiste em descontinuar o<br />

tratamento medicamentoso prescrito. O que certamente<br />

ocasionará a reincidência do processo inflamatório. O<br />

segundo erro consiste na inobservância das orientações<br />

fisioterapêuticas. Uma vez que manutenção de uma<br />

má postura laborativa, a não realização dos exercícios<br />

domiciliares, ou a incorreta execução de exercícios<br />

recreacionais ou desportivos, certamente reforçarão<br />

os desajustes articulares responsáveis pelo processo<br />

inflamatório.<br />

Como conseqüência teremos o que chamamos de<br />

fase crônica ativa ou reagudização. Onde os sintomas de dor,<br />

calor e edema podem retornar. Gerando uma equivocada<br />

percepção de ineficácia do tratamento proposto. Mantido<br />

esse padrão, poderemos ter a alternância das fases crônica<br />

e crônica ativa por meses. Levando à degeneração das<br />

estruturas e tecidos afetados.<br />

Esse é um exemplo de como diferentes fatores e<br />

variáveis podem encurtar ou prolongar o tratamento<br />

fisioterapêutico.<br />

No entanto, o paciente pode, e deve, buscar<br />

uma segunda opinião sempre que julgar necessário.<br />

Mas, uma vez seguro quanto o seu diagnóstico e<br />

Fisioterapeuta, é altamente recomendável muita paciência<br />

e comprometimento com o tratamento. Não procure<br />

resultados rápidos (quase mágicos), frequentemente nosso<br />

corpo nos surpreende, respondendo efetivamente ao<br />

tratamento de maneira mais rápida do que a imaginada.<br />

Mas ter paciência, para alguns, pode ser a parte mais<br />

difícil. Sei disso por experiência própria, como profissional<br />

e como paciente. Entretanto, o melhor exemplo vem da<br />

minha infância.<br />

Minha mãe é uma pessoa muito calma e tolerante. E<br />

sempre tentava me ensina algo sobre essas virtudes. Como<br />

a maioria das mães, ela tinha um razoável repertório de<br />

frases de efeito para várias situações. Todas as vezes que<br />

eu a acompanhava em algum compromisso, e me queixava<br />

por estar cansado de andar, ela tinha a oportunidade de<br />

utilizar uma de suas preferidas.<br />

“Ande, está mais perto do que longe!”<br />

Passada a dissonância cognitiva inicial, afinal, sendo<br />

eu apenas uma criança as coisas poderiam ter apenas dois<br />

estados, ou estávamos perto, ou estávamos longe. O que se<br />

seguiu foram alguns anos de frustração infantil sempre<br />

que eu ouvia isso. “Ora bolas, estou cansado, mais perto do<br />

que longe, ou não, eu quero voltar”.<br />

Os anos passaram e a frustração deu lugar ao<br />

desejo de terminar tudo que eu começava. A frase de efeito<br />

passou a ser um conselho. “Tenha paciência meu filho”. E<br />

agora sempre que me sinto cansado lembro: “está mais<br />

perto do que longe”. É chato no princípio, mas com um<br />

pouco de prática incorporamos isso à nossa vida.<br />

Alguns tratamentos podem ser longos e enfadonhos,<br />

mas lembrem-se, está mais perto do que longe!

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