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Revista Portal Virtual idPress ( Edição 09, Dezembro 2017 )

O melhor da internet pra vida real. A primeira revista impressa a facilitar o acesso à internet via QR Code & outros. Distribuição gratúita em Granja Viana e 141 condomínios. Anuncie: https://www.revistaportalvirtual.com.br/

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nova economia<br />

COMO TRANSFORMAR OS RECURSOS DISPONÍVEIS EM RIQUEZA E SOBREVIVÊNCIA<br />

O projeto atual do governo se limita a<br />

eliminar a pressão deficitária sobre as<br />

contas públicas. São ações de ajuste fiscal:<br />

corte de gastos e venda de ativos. Não falta<br />

estratégia de desenvolvimento econômico,<br />

digo, não é um viés empobrecido olhar para<br />

frente apenas cortando gastos?<br />

O governo federal tinha meta de déficits para<br />

<strong>2017</strong> e 2018, respectivamente, de R$ 139<br />

bilhões e R$ 129 bilhões. Diante das<br />

evidências, foi obrigado a revê-la para R$ 159<br />

bilhões para os dois anos.<br />

Invariavelmente, ao longo dos tempos, as<br />

tentativas de “ajuste” não atingem o<br />

esperado. E isso se deve à longa crise que<br />

enfrentamos desde o final de 2014. De lá pra<br />

cá houve queda acumulada nos investimentos<br />

totais, públicos e privados, da ordem de 30%!<br />

Níveis de atividade e de investimentos em<br />

queda significam arrecadação menor porque<br />

as empresas faturam menos e os indivíduos<br />

têm a sua parcela de contribuição reduzida<br />

pela queda da renda e pelo aumento do<br />

desemprego. Além disso, aumenta a<br />

inadimplência de pagamento de impostos.<br />

O resultado é que as tentativas de ajuste não<br />

se realizam e pior: a insistência na estratégia é<br />

autofágica, implicando cada vez mais<br />

problemas. Medidas de ajuste no sentido<br />

tradicional só têm enfraquecido ainda mais a<br />

atividade produtiva, gerando deterioração<br />

maior do quadro das contas públicas. A<br />

questão fiscal só se resolverá de fato quando<br />

houver uma retomada da economia.<br />

O outro problema análogo está na falha de<br />

diagnóstico e de estratégia na política<br />

econômica. A aposta que o discurso de ajuste,<br />

as reformas e a sinalização de medidas<br />

liberais pudessem resgatar a confiança e com<br />

isso resultar na realização de investimentos e<br />

produção não têm dado resultado. Embora<br />

muitas das medidas adotadas sejam<br />

importantes, elas por si só não refletem um<br />

ambiente promissor para estimular a<br />

produção, o consumo e os investimentos.<br />

Ninguém toma decisões nessa esfera apenas<br />

porque adquire maior confiança na economia.<br />

A confiança é uma condição necessária, mas<br />

é insuficiente para propiciar a retomada. É<br />

preciso mudar a política econômica para<br />

incentivar as atividades. Isso implica alterar<br />

substancialmente a estratégia atual. O<br />

primeiro ponto importante é quanto ao papel<br />

do Estado e dos investimentos públicos. Em<br />

um quadro de crise os investimentos públicos,<br />

assim como o papel do Estado de forma geral,<br />

deve ser anticíclico, ou seja, se contrapor à<br />

restrição de gastos das empresas e famílias.<br />

Ao contrário do discurso governamental -<br />

utilizado como argumento para aprovação, no<br />

final do ano passado, da PEC 95, que fixou um<br />

teto para os gastos públicos, - o Estado não<br />

pode agir como empresa ou família, porque<br />

tem obrigações que lhe são próprias.<br />

Além do incremento do investimento público,<br />

é necessário criar condições favoráveis ao<br />

investimento, produção e consumo privados.<br />

Isso passa por adotar medidas estimuladoras.<br />

Adicionalmente à aceleração da queda da<br />

taxa de juros reais, é importante a queda da<br />

taxa de juros do crédito às empresas e às<br />

pessoas físicas, dentre outras ações.<br />

A Reforma Tributária não deveria ser a mãe<br />

das demais reformas econômicas, inclusive<br />

da Previdenciária? Ou seja, não estamos<br />

deixando de lado a questão central, a<br />

reorganização orçamentária como um todo,<br />

e olhando apenas pelo corte dos benefícios?<br />

Sim uma profunda reforma tributária é<br />

imprescindível. Temos um sistema extremamente<br />

complexo, burocrático e injusto,<br />

pois tributamos mais os salários, a produção e<br />

os investimentos. No entanto, uma reforma<br />

pra valer, sequer está na pauta. Há propostas<br />

tramitando no Congresso que apontam<br />

avanços, mas ainda longe do ideal.<br />

O mundo vivencia uma nova revolução<br />

industrial em que o emprego da tecnologia e<br />

dos robôs deve substituir o trabalho humano<br />

na indústrias, serviços e até no campo.<br />

Como o sistema irá se adaptar a isso, sem<br />

conseqüências políticas e sociais drásticas?<br />

Diante de um quadro em que mundialmente<br />

não será possível oferecer trabalho a todos,<br />

tendo em vista as mudanças tecnológicas em<br />

curso, algumas medidas vêm sendo tomadas<br />

ou estudadas em vários países: redução da<br />

jornada de trabalho, criação de uma renda<br />

básica para todos, maior incentivo ao lazer e<br />

outras atividades, dentre outras alternativas.<br />

É um desafio que atinge a todos.<br />

Na área financeira, o mundo adotou as<br />

criptomoedas, como o Bitcoin, numa<br />

velocidade avassaladora. Existe uma<br />

evidente bolha em formação na cotação do<br />

Bitcoin. Quais são as implicações macroeconômicas<br />

da entrada dessas moedas?<br />

Acredita que farão parte das reservas<br />

cambiais dos países?<br />

É um pouco cedo pra saber se irão se<br />

consolidar como alternativas. Há uma<br />

evidente transformação em curso, mas que<br />

cujos desdobramentos ainda são imprevistos.<br />

Fica claro que a moeda tradicional está<br />

perdendo espaço no sistema monetário<br />

internacional, mas as mudanças não serão<br />

tão bruscas, ao meu ver.<br />

Assista aqui ao Seminário 2018: Perspectivas e<br />

Política da FGV (transmitido em 11/12/17)<br />

http://bit.ly/2018perspectivas<br />

Com o fim da recessão, segundo a Comitê<br />

de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE, da<br />

Fundação Getulio Vargas) quais as perspectivas de<br />

crescimento da economia brasileira para os<br />

próximos anos? Num ano eleitoral, com um<br />

quadro político bastante nebuloso, que propostas<br />

devem nortear as campanhas dos candidatos à<br />

Presidência?<br />

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