nova economia COMO TRANSFORMAR OS RECURSOS DISPONÍVEIS EM RIQUEZA E SOBREVIVÊNCIA O projeto atual do governo se limita a eliminar a pressão deficitária sobre as contas públicas. São ações de ajuste fiscal: corte de gastos e venda de ativos. Não falta estratégia de desenvolvimento econômico, digo, não é um viés empobrecido olhar para frente apenas cortando gastos? O governo federal tinha meta de déficits para <strong>2017</strong> e 2018, respectivamente, de R$ 139 bilhões e R$ 129 bilhões. Diante das evidências, foi obrigado a revê-la para R$ 159 bilhões para os dois anos. Invariavelmente, ao longo dos tempos, as tentativas de “ajuste” não atingem o esperado. E isso se deve à longa crise que enfrentamos desde o final de 2014. De lá pra cá houve queda acumulada nos investimentos totais, públicos e privados, da ordem de 30%! Níveis de atividade e de investimentos em queda significam arrecadação menor porque as empresas faturam menos e os indivíduos têm a sua parcela de contribuição reduzida pela queda da renda e pelo aumento do desemprego. Além disso, aumenta a inadimplência de pagamento de impostos. O resultado é que as tentativas de ajuste não se realizam e pior: a insistência na estratégia é autofágica, implicando cada vez mais problemas. Medidas de ajuste no sentido tradicional só têm enfraquecido ainda mais a atividade produtiva, gerando deterioração maior do quadro das contas públicas. A questão fiscal só se resolverá de fato quando houver uma retomada da economia. O outro problema análogo está na falha de diagnóstico e de estratégia na política econômica. A aposta que o discurso de ajuste, as reformas e a sinalização de medidas liberais pudessem resgatar a confiança e com isso resultar na realização de investimentos e produção não têm dado resultado. Embora muitas das medidas adotadas sejam importantes, elas por si só não refletem um ambiente promissor para estimular a produção, o consumo e os investimentos. Ninguém toma decisões nessa esfera apenas porque adquire maior confiança na economia. A confiança é uma condição necessária, mas é insuficiente para propiciar a retomada. É preciso mudar a política econômica para incentivar as atividades. Isso implica alterar substancialmente a estratégia atual. O primeiro ponto importante é quanto ao papel do Estado e dos investimentos públicos. Em um quadro de crise os investimentos públicos, assim como o papel do Estado de forma geral, deve ser anticíclico, ou seja, se contrapor à restrição de gastos das empresas e famílias. Ao contrário do discurso governamental - utilizado como argumento para aprovação, no final do ano passado, da PEC 95, que fixou um teto para os gastos públicos, - o Estado não pode agir como empresa ou família, porque tem obrigações que lhe são próprias. Além do incremento do investimento público, é necessário criar condições favoráveis ao investimento, produção e consumo privados. Isso passa por adotar medidas estimuladoras. Adicionalmente à aceleração da queda da taxa de juros reais, é importante a queda da taxa de juros do crédito às empresas e às pessoas físicas, dentre outras ações. A Reforma Tributária não deveria ser a mãe das demais reformas econômicas, inclusive da Previdenciária? Ou seja, não estamos deixando de lado a questão central, a reorganização orçamentária como um todo, e olhando apenas pelo corte dos benefícios? Sim uma profunda reforma tributária é imprescindível. Temos um sistema extremamente complexo, burocrático e injusto, pois tributamos mais os salários, a produção e os investimentos. No entanto, uma reforma pra valer, sequer está na pauta. Há propostas tramitando no Congresso que apontam avanços, mas ainda longe do ideal. O mundo vivencia uma nova revolução industrial em que o emprego da tecnologia e dos robôs deve substituir o trabalho humano na indústrias, serviços e até no campo. Como o sistema irá se adaptar a isso, sem conseqüências políticas e sociais drásticas? Diante de um quadro em que mundialmente não será possível oferecer trabalho a todos, tendo em vista as mudanças tecnológicas em curso, algumas medidas vêm sendo tomadas ou estudadas em vários países: redução da jornada de trabalho, criação de uma renda básica para todos, maior incentivo ao lazer e outras atividades, dentre outras alternativas. É um desafio que atinge a todos. Na área financeira, o mundo adotou as criptomoedas, como o Bitcoin, numa velocidade avassaladora. Existe uma evidente bolha em formação na cotação do Bitcoin. Quais são as implicações macroeconômicas da entrada dessas moedas? Acredita que farão parte das reservas cambiais dos países? É um pouco cedo pra saber se irão se consolidar como alternativas. Há uma evidente transformação em curso, mas que cujos desdobramentos ainda são imprevistos. Fica claro que a moeda tradicional está perdendo espaço no sistema monetário internacional, mas as mudanças não serão tão bruscas, ao meu ver. Assista aqui ao Seminário 2018: Perspectivas e Política da FGV (transmitido em 11/12/17) http://bit.ly/2018perspectivas Com o fim da recessão, segundo a Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (CODACE, da Fundação Getulio Vargas) quais as perspectivas de crescimento da economia brasileira para os próximos anos? Num ano eleitoral, com um quadro político bastante nebuloso, que propostas devem nortear as campanhas dos candidatos à Presidência? 14
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