CPI_Resumo_PT_-_Canais_de_distribuicao_de_credito_rural
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
MECANISMOS DA DISTRIBUIÇÃO<br />
DE CRÉDITO RURAL<br />
No Brasil, o crédito <strong>rural</strong> funciona como uma ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> varejo, com a distribuição<br />
<strong>de</strong> recursos <strong>de</strong>scentralizada pelo país. O financiamento vem <strong>de</strong> diversas fontes, que<br />
po<strong>de</strong>m ser o próprio banco ou cooperativa (por exemplo, uma proporção dos <strong>de</strong>pósitos<br />
à vista ou da poupança dos bancos) ou fontes externas (por exemplo, recursos do<br />
BNDES ou do Tesouro Nacional). Cada uma <strong>de</strong>ssas fontes especifica diferentes<br />
condições <strong>de</strong> financiamento, como taxas <strong>de</strong> juros, limites <strong>de</strong> crédito e ativida<strong>de</strong>s<br />
financiadas (ver Tabela 1). A diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssas condições faz com que cada fonte<br />
ofereça recursos mais apropriados para <strong>de</strong>terminados tipos <strong>de</strong> produtores.<br />
Os recursos são alocados por uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> bancos e cooperativas gran<strong>de</strong>, complexa<br />
e geograficamente <strong>de</strong>sbalanceada, que é operada por um número relativamente<br />
pequeno <strong>de</strong> instituições financeiras. Essa re<strong>de</strong> foi estabelecida seguindo um amplo<br />
conjunto <strong>de</strong> fatores, <strong>de</strong> modo que o crédito <strong>rural</strong> é apenas uma <strong>de</strong>ntre as diversas<br />
ativida<strong>de</strong>s exercidas pelas instituições financeiras. Cada canal <strong>de</strong> distribuição tem suas<br />
características próprias e segue estratégias específicas da instituição financeira.<br />
Por sua vez, cada instituição financeira tem acesso a diferentes fontes e volumes<br />
<strong>de</strong> recursos, oferecendo, por esse motivo, crédito sob diferentes condições <strong>de</strong><br />
financiamento. Parte <strong>de</strong>sses recursos é alocada em programas <strong>de</strong> crédito <strong>rural</strong>, que,<br />
como as fontes <strong>de</strong> recursos, têm suas próprias condições <strong>de</strong> financiamento.¹<br />
As condições dos programas e das fontes <strong>de</strong> recursos são <strong>de</strong>terminadas por uma<br />
série <strong>de</strong> fatores que não necessariamente estão associados a <strong>de</strong>manda por crédito,<br />
potencial agropecuário ou necessida<strong>de</strong>s dos produtores.<br />
Desse modo, o <strong>de</strong>senho da distribuição <strong>de</strong> crédito cria diferenças no acesso<br />
dos produtores ao crédito <strong>rural</strong>, e po<strong>de</strong> restringi-los a financiamentos que não<br />
necessariamente são a<strong>de</strong>quados às suas necessida<strong>de</strong>s. Consequentemente, isso po<strong>de</strong><br />
levar a <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> investimento ruins e gerenciamento <strong>de</strong> risco ina<strong>de</strong>quado por parte<br />
do produtor. As principais causas e consequências da complexa distribuição do crédito<br />
<strong>rural</strong> no Brasil são discutidas em mais <strong>de</strong>talhes a seguir.<br />
1 Para o ano agrícola <strong>de</strong> 2015/2016, havia 18 diferentes programas no total: Pronaf; Pronamp; Mo<strong>de</strong>rfrota; Funcafé; ABC; Procap-Agro;<br />
Pro<strong>de</strong>coop; Psi-Rural; PCA; Inovagro; Mo<strong>de</strong>ragro; Mo<strong>de</strong>rinfra; Programa Nacional <strong>de</strong> Combate à Pobreza; Prorenova-Rural; FNO-ABC; Pro-<br />
Aquicultura; e PRI.<br />
2