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GAZETA DIARIO 517

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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018 Cidade 07<br />

OPERAÇÃO ÁGILE<br />

Servidor da prefeitura é investigado<br />

em operação lançada pelo GAECO<br />

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos<br />

na manhã de ontem em cinco locais<br />

Elson Marques<br />

Freelancer<br />

Um servidor da Prefeitura<br />

de Foz do Iguaçu foi<br />

alvo de busca e apreensão<br />

na manhã de ontem<br />

(27). Documentos, equipamentos<br />

e certa quantia<br />

em dinheiro foram apreendidos<br />

pelo núcleo local<br />

do Grupo de Atuação Especial<br />

de Combate ao Crime<br />

Organizado, do Ministério<br />

Público do Paraná,<br />

com apoio de membros<br />

do GAECO de Guarapuava.<br />

Os agentes vasculharam<br />

cinco locais em<br />

mais uma etapa da Operação<br />

Ágile, iniciada ano<br />

passado e que investiga<br />

supostos crimes previstos<br />

na legislação ambiental e<br />

contra a administração<br />

pública.<br />

Os mandados foram<br />

cumpridos na residência<br />

do servidor, na sede da<br />

Procuradoria do Município,<br />

em um clube de<br />

voo, na casa de empresário<br />

do ramo ambiental<br />

e na sede da empresa<br />

dele. De acordo com o<br />

GAECO, as investigações<br />

apontaram, entre<br />

outros atos ilegais,<br />

emissão de licenças ambientais<br />

indevidas mediante<br />

pagamento de propina,<br />

além de delitos<br />

contra a administração<br />

Foto: reprodução RPC<br />

Operação que apura facilitação na emissão de licenças ambientais foi iniciada<br />

ano passado com buscas na Secretaria do Meio Ambiente<br />

pública e lavagem de dinheiro.<br />

O servidor, que ano<br />

passado estava lotado na<br />

Secretaria do Meio Ambiente,<br />

atualmente presta<br />

serviços na Procuradoria-Geral.<br />

Os agentes<br />

chegaram ao setor minutos<br />

antes do início do expediente.<br />

Os demais servidores<br />

tiveram de aguardar<br />

do lado de fora o cumprimento<br />

da busca e apreensão.<br />

"É importante salientar<br />

que a ação nada<br />

tem a ver com a Procuradoria<br />

do Município", lembrou<br />

o procurador-geral,<br />

Osli Machado.<br />

Investigações em<br />

andamento<br />

No início da tarde, o<br />

promotor de justiça e coordenador<br />

do GAECO,<br />

Thiago Lisboa Mendonça,<br />

detalhou em entrevista<br />

coletiva as ações realizadas<br />

nessa fase da operação.<br />

"Nas investigações,<br />

levantamos fortes<br />

indícios da prática de crime<br />

para favorecer empreendimento<br />

hoteleiro<br />

que demandava licença<br />

ambiental. Temos notícias<br />

de que esse tipo de<br />

prática vinha ocorrendo<br />

há anos, mas em 2017<br />

tivemos um fato que de-<br />

sencadeou a investigação",<br />

relatou.<br />

Na primeira, segundo<br />

explicou o promotor, foram<br />

realizadas buscas e<br />

apreensões na Secretaria<br />

do Meio Ambiente.<br />

"Computadores foram<br />

apreendidos, e a partir<br />

disso começamos a investigar<br />

com mais profundidade.<br />

Inclusive há indícios<br />

de falsificação da assinatura<br />

de uma servidora<br />

da Secretaria do Meio<br />

Ambiente. A liberação de<br />

licença dependeria da assinatura<br />

dela, e tudo indica<br />

que foi falsificada",<br />

apontou.<br />

Irregularidades e implicações<br />

Quanto ao recebimento de propina por parte do<br />

servidor, o promotor Thiago Mendonça afirmou que o<br />

GAECO ainda está apurando valores. "O fato de o<br />

processo ter sido realizado à revelia do que estabelece a<br />

legislação, esse ato do servidor, por si só, já caracteriza<br />

crime. Esse servidor está há seis meses lotado na<br />

Procuradoria do Município, e por isso houve buscas no<br />

local de trabalho dele, mas a apuração é em cima de<br />

atos praticados enquanto ele estava na Secretaria do<br />

Meio Ambiente", declarou.<br />

O GAECO suspeita de que o servidor seja proprietário<br />

de imóvel em clube de voo em Santa Terezinha de<br />

Itaipu e sócio-proprietário de uma aeronave. O grupo<br />

investiga o envolvimento de um engenheiro, dono de<br />

empresa especializada em licença ambiental.<br />

"Encontramos fortes indícios de favorecimento na<br />

emissão da documentação necessária para<br />

funcionamento de empreendimentos", afirmou o<br />

promotor.<br />

De acordo com Thiago Mendonça, informações sobre<br />

empreendimentos e nomes dos investigados são<br />

mantidos em sigilo para não prejudicar as<br />

investigações. O site G1 noticiou que o servidor alvo da<br />

investigação é Saldi Luiz Pauli e que ele preferiu não<br />

comentar o assunto.

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