Jornal do PSB

Informativo: Ano VII - Número 277
Brasília, 8 de março de 2018
ISSN 2527-2438
Prêmio Bertha Lutz homenageia parlamentares
que atuaram durante o processo da Constituinte
Mariana Fernandes com Ag. Senado “O prêmio Bertha Lutz pretende que uma sociedade com mais igualdade
E
esta mulher, símbolo de pioneirismo,
possa ser refletida e imitada por
e com uma democracia plena.”
m um momento de batalha
contra a desigualdade de gênero outras mulheres do nosso tempo. É Premiação - Em sua 17ª edição, o
no ambiente de trabalho, a entrega um esmulo para que possamos Diploma Bertha Lutz já foi concedido
a 84 mulheres, entre elas a
do Diploma Bertha Lutz lembrou nos engajar na luta por melhores
mulheres pioneiras na luta pelo dias pelas mulheres que já carregaram
muita história”, completou a inspirou a aprovação da Lei Maria
farmacêutica Maria da Penha, que
espaço feminino no Congresso
Nacional. Dos 513 parlamentares na parlamentar pernambucana. da Penha; Zilda Arns, que foi coordenadora
da Pastoral da Criança e
Câmara dos Deputados, somente 54
são mulheres, pouco mais de 10%. A entrega do Diploma faz parte da a ex-senadora Emília Fernandes,
programação do Março Mulheres, autora do projeto que deu origem
organizado pela Secretaria da Mulher
à premiação.
da Câmara dos Deputados e
pela Procuradoria Especial da Mulher
do Senado.
A sessão solene em comemoração
ao Dia Internacional da Mulher, que
aconteceu nesta quarta-feira (7),
entregou a 26 parlamentares, que
atuaram no processo da Constituinte
entre 1987 e 1988, o diploma Bertha
Lutz. Dentre elas, as senadoras socialistas
Lídice da Mata (BA) e Lúcia
Vânia (GO).
“O conceito que essas duas mulheres
exercem no PSB me faz ver que
são mulheres de valor, de posição e
de luta. São políticas engajadas nessa
luta da mulher há muitos anos”,
declarou a deputada Creuza Pereira
(PSB-PE), premiada em 2009.
Especial Dia Internacional da Mulher
Em comemoração a data, deputadas socialistas
falam da importância da presença feminina
nos espaços de poder
A deputada Janete Capiberibe (PSB-
-AP) lembrou a importância de se
reconhecer quem atua pela superação
das desigualdades provocadas
pelo preconceito quanto à questão
de gênero. “É fundamental esse reconhecimento
pelo empoderamento
das mulheres, para que todas nós
ocupemos, em igualdade de condições,
todos os espaços que também
são ocupados pelos homens. É assim
que se fortalece a construção de
Política
Perfil - A bióloga e advogada paulista
Bertha Maria Lutz, que dá o
nome ao prêmio, foi uma das figuras
mais significativas do feminismo
e da educação no Brasil do
Século XX. Aprovada em concurso
público para pesquisadora e professora
do Museu Nacional no ano
de 1919, tornou-se a segunda brasileira
a fazer parte do serviço público
no Brasil. Uma das principais
bandeiras levantadas por Bertha
era garantir às mulheres o direito
de votar e ser votada. Isso só ocorreu
no Brasil em 1933.
Mulheres de partidos socialistas da América
Latina se reúnem com Bancada feminina do
PSB para troca de experiências
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Especial Dia Internacional da Mulher
Tatyana Vendramini
relato cada vez mais frequente
de abusos sofri-
O
dos por mulheres em diversas
esferas sociais mundo afora
colocou ainda mais luz sobre
um tema que, durante muito
tempo, foi negligenciado. Na
Câmara do Deputados, a violência
contra a mulher, nas
suas mais variadas formas, e
a urgência em se tratar do assunto
ao mesmo tempo que
se busca combatê-lo, sempre
norteou os trabalhos das parlamentares
do PSB.
Nesta semana, em que se
comemora o Dia Internacional
da Mulher, a temática
também esteve presente na
pauta do Congresso Nacional.
Na Câmara, as deputadas
se revezaram na presidência
do Plenário durante a sessão
desta quarta-feira(7).
Outro ponto de destaque foi
o anúncio da devolução de
R$ 230 milhões ao orçamento
da União para investimentos
em ações de combate à
violência contra a mulher e
às drogas. A decisão da Mesa
Diretora da Câmara dos Deputados
transfere recursos
provenientes de reduções de
gastos no orçamento da Casa
(R$ 200 milhões) e da venda
da folha de pagamento de
2018 (R$ 30 milhões).
Dia Internacional da Mulher
- A data começou a ser celebrada
após uma conferência
na Dinamarca, em 1910. Mas
a decisão partiu de um conjunto
de lutas que já estavam
ocorrendo desde meados do
século XIX por melhores condições
de trabalho e direitos
sociais e políticos.
Dois exemplos são a manifestação
de trabalhadoras de
uma indústria têxtil de Nova
Iorque, que fizeram greve por
melhores condições de trabalho
e igualdade de direitos
para mulheres, em 8 de março
de 1857 e a manifestação
de trabalhadoras do comércio
de agulhas de Nova Iorque,
que exigiram o voto feminino,
em 8 de março de 1908.
Ambos os movimentos foram
violentamente reprimidos
pela polícia.

Especial Dia Internacional da Mulher
Mulheres
socialistas
Durante a semana em
que se comemora o Dia
Internacional da Mulher, as
deputadas Creuza Pereira
(PE), Janete Capiberibe (AP),
Keiko Ota (SP), Luana Costa
(MA) e Maria Helena (RR)
defenderam a igualdade
de direitos e o combate
à violência. Essas sempre
foram bandeiras bastante
presentes na atuação de
todas elas.
Creuza Pereira - PE
“Uma mulher que teve papel importante
foi Bárbara de Alencar,
primeira presa política do Brasil,
que liderou ideais que até hoje são
perseguidos e não foram alcançados
plenamente como a liberdade,
o respeito e a valorização feminina.
Comemorar este dia é rever o exemplo
das nossas antecessoras, clarifica-los
para a sociedade que nem
sempre tem conhecimento disso e,
principalmente, estar atenta a nossa
afirmação. Refletir que as mulheres
não podem mais ser a chefe do fogão
e a madame da cama.”
Janete Capiberibe - AP
“Neste 8 de Março comemoramos
as conquistas que nós mulheres
já tivemos ao longo dos
anos, mas com a consciência de
que cada conquista resultou da
mobilização política das mulheres
em cada setor da sociedade. Por
isso, a data é também de reflexão
e de mobilização. Precisamos, todos
os dias, combater e superar
os preconceitos machistas e fundamentalistas.
Esta mobilização
fortalece a democracia e a igualdade
de direitos nos torna uma
sociedade mais justa.”
Keiko Ota - SP
“Às mulheres poderosas, nesta
semana dedicada à nós, nada poderia
ser mais representativo do
que o Prêmio Bertha Lutz, mulher
à frente do seu tempo. Articuladora
política que resultou no direito
de voto às mulheres e igualdade
de direitos políticos. Sua força e
determinação nos inspiram, todos
os dias, em lutar pelo direito de a
mulher participar da política ativamente,
e poder propor Leis que
assegurem nossos direitos a segurança,
a igualdade e a liberdade
de escolha.“
Luana Costa - MA
“O dia 8 de Março é muito importante
porque devemos nos
espelhar nos exemplos daquelas
mulheres que morreram na luta
pelo direito de outras e hoje precisamos
continuar essa briga. Na
Câmara, precisamos aprovar a
Proposta de Emenda Constitucional
(PEC) nº 134, que dá direito
a mulher na representação nas
casas legislativas. Lutamos pelo
nosso direito de ter nossa integridade
física moral respeitada. Temos
que trabalhar pelo direito da
mulher de ser feliz.”
Maria Helena - RR
“Essa data reafirma uma história
de luta das mulheres por mais direitos
sociais e políticos. Reafirma
o fim da desigualdade e a luta
pelo fim da violência. No dia 8 de
Março centenas de mulheres foram
mortas em uma fábrica têxtil
em Nova Iorque, reivindicando
melhores condições de trabalho,
lutando por mais direitos e lutando
por igualdade. Uma data especial
que celebra a luta de resistência
da mulher. À elas também
devemos tudo que avançamos em
direitos sociais.”

Política
Liderança reune mulheres socialistas de toda América Latina
Ao falar da Venezuela, que em
virtude da grave crise política não
esteve presente no encontro, a
deputada Maria Helena (PSB-RR)
lembrou da atenção que se deve
ter com as imigrantes daquele
país, que estão entrando no Brasil.
“No meu Estado estamos nos deparando
com mulheres grávidas,
com crianças pequenas vivendo
em condições insalubres. Temos
que ampará-las.”
Deputadas sugerem criação de plataforma digital para troca de informações entre as presentes no encontro
Andrea Leal
Liderança do PSB na Câmara,
A em nome da Bancada Feminina
socialista, recebeu, na quarta-feira
(27), mulheres de partidos socialistas
da América Latina. O intuito
do encontro foi o debate sobre a
representação feminina na política
em todos os países latino americanos.
Após a reunião, as convidadas
participaram de visita guiada pelo
Congresso Nacional.
A força socialista feminina é reconhecida
historicamente pela luta
dos direitos sociais e o combate ao
sexismo. Na condução dos trabalhos,
a deputada Keiko Ota (PSB-SP)
reforçou que as mulheres são capazes
de assumir todos os tipos de funções
e estão na política para somar.
O PSB é o partido com o maior número
de mulheres proporcionalmente
no Congresso. A informação
foi dada pelo líder do PSB, Júlio Delgado
(MG), que deu as boas-vindas
às convidadas. “A nossa Legenda
tem o compromisso de reforçar a
representatividade feminina na política.
Ainda temos muito a avançar,
mas darei todo o espaço, enquanto
líder, para as pautas essenciais da
Bancada Feminina”, reforçou.
Além da representação feminina
nos parlamentos, o alto índice de
feminicídio e a condição de vulnerabilidade
em que diversas mulheres
se encontram foram pontos
levantados pelas representantes
da Argentina, Uruguai, Paraguai,
Panamá, Equador e Peru. De acordo
com a vice-presidente do Partido
Socialista do Equador, deputada
Sílvia Andrade, em seu país, seis
em cada dez mulheres morrem vítimas
de violência doméstica. “Precisamos
de uma plataforma de esquerda
internacional em luta pela
defesa e proteção das mulheres.”
Na Argentina, a cada 30 horas,
uma mulher morre assassinada
pelo companheiro, de acordo com
Estela Molero, do Partido Socialista
Argentino. “Essa é uma questão
que interessa a todos, não apenas
a nós mulheres. E nenhum governo
fez absolutamente nada sobre
isso”, acrescentou Molero.
Em acordo com as demais parlamentares
presentes, a deputada
Janete Capiberibe (PSB-AP) acatou
a sugestão para que seja criada
plataforma digital comum de boas
experiências entre os países representados
no encontro. “Juntas podemos
nos ajudar e nos unir para
solidificar as pautas de interesse da
mulher na América Latina”, disse.
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA)
e a deputada Creuza Pereira (PSB-
-PE) também estiveram presentes
na reunião. “A participação da mulher
na política está diretamente
relacionada com a democratização
da sociedade. Essa plataforma entre
os países unificará nossa luta”,
disse Lídice.
A iniciativa do encontro partiu da
Secretaria Nacional de Mulheres
do PSB, que comemorou na última
semana 18 anos de criação. A secretária
nacional, Dora Pires, afirmou
que essa integração é uma
das tônicas da Secretaria. “A participação
de socialistas de outros
países contribuirá com questões
que precisamos colocar em pauta,
como a dignidade da mulher transexual”,
finalizou.
Estavam presentes no encontro
Karina Mussa, do Partido Socialista
do Chile; Shady Medina, do Partido
Revolucionário do Paraguai; Casilda
Rojas, do MAS da Bolívia; Gladys
Fernándes do Partido Socialista
do Peru; Benilda Santana, do
Partido Democrático do Panamá;
Rogeliz Gonzalez, do Partido da
Revolução Democrática do México
e Patrícia Romero, do Movimento
Nuevo Peru.
Liderança do PSB na Câmara dos Deputados:
Líder do PSB: Deputado Julio Delgado (MG)
Chefe de Gabinete: Luiz Fernando Miyamoto
Editor-Chefe: Gustavo Cruz de Sousa Júnior MTb: 2078DF
Edição: Tatyana Vendramini e Andrea Leal
Redação: Andrea Leal, Mariana Fernandes,
Moreno Nobre, Rhafael Padilha e Tatyana Vendramini
Fotos: Chico Ferreira e Sergio Francês
Diagramação e Design: André Martins e Chico Ferreira
Palácio do Congresso Nacional - Anexo IV - Sala S-70
Fone: (61) 3215-9656
Site: www.psbnacamara.org.br
Periodicidade: Bissemanal
ISSN 2527-2438