BOLETIM SBCBM - Edição 50

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 1

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 2

EDITORIAL
PALAVRA DO PRESIDENTE
Nos últimos meses temos nos
dedicado incansavelmente à
r e a l i z a ç ã o d o n o s s o X I X
Congresso Brasileiro de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, que
acontece entre os dias 06 a 09 de
junho, em Fortaleza.
Para este ano, avançamos muito
no sentido de promover um evento,
com programação científica
abrangente e que possa contribuir
para o aprimoramento dos
cirurgiões bariátricos, das equipes
multidisciplinares e também de
médicos e cirurgiões de diferentes
especialidades.
A 19ª edição do Congresso
a b o r d a r á t e m a s a t u a i s e
relevantes do dia a dia do
c i r u r g i ã o b a r i á t r i c o e d o s
integrantes de sua equipe de
especialidades associadas. A
programação científica abordará
temas históricos, os avanços e
perspectivas futuras da cirurgia
bariátrica no Brasil e no mundo.
Além disso, neste ano, implementamos
o Daypass como opção
de conteúdo dedicado às CO-
ESAS.
Para os cursos pré-congresso a
programação conta com curso de
endossuturas, endoscopia
bariátrica, inovações tecnológicas
e um curso de urgências e
emergências bariátricas para que
todo cirurgião de urgência possa
aprender a identificar e tratar
eventuais intercorrências e o
nosso Curso ABLS (Advanced
Bariatric Life Suport).
Entre os convidados internacionais
estão Alex Escalo, Luis
Poggi, Carlos Vaz, Mathias Fobi,
Eric Demaria, Juan Antônio Lopez
Corvalá, Natan Zundel.
Contamos com o apoio de todos
para a divulgação deste, que é o
nosso mais importante evento em
2018.
Até breve!
Caetano Marchesini,
presidente da SBCBM.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 3

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 4

CAPA
XIX CONGRESSO BRASILEIRO
DE CIRURGIA BARIÁTRICA
REUNIRÁ PROFISSIONAIS QUE
ATUAM NO TRATAMENTO DA
OBESIDADE EM TODO O BRASIL
Para integrar os cirurgiões
bariátricos, bem como padronizar
protocolos e procedimentos, tendo
como base a legislação nacional,
a Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM),
p r o m o v e o X I X C o n g r e s s o
Brasileiro de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica, que acontece entre os
dias 06 a 09 de junho, em
Fortaleza.
Cirurgiões que integram a SBCBM
em todos os 18 Capítulos do país,
e também em outras regiões
estarão presentes no Congresso.
Para o diretor Societário da
SBCBM, Fábio Viegas, o
Congresso está sendo preparado
para contribuir cientificamente com
t o d a s a s e s p e c i a l i d a d e s
envolvidas na cirurgia bariátrica.
“No Congresso serão discutidos
consensos das
especialidades
associadas e,
pela primeira
vez, teremos
u m
n ú c l e o
médico e um dia
dedicado aos temas livres das
COESAS. A programação está
imperdível”, reforça Viegas.
O presidente do Capítulo de
Santa Catarina, Felipe Koleski,
relembrou o sucesso do
Congresso realizado ano passado,
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em Florianópolis,
quando cerca
de 1.900
profissionais
que atuam na
área de
o b e s i d a d e
estiveram presentes. “A comissão
organizadora trabalha para fazer
um Congresso melhor a cada ano,
com participações internacionais,
nomes nacionais, aulas e mesas
de debates”, afirmou.
Para o médico
Victor Ramos
Mussa Dib,
presidente do
Capítulo do
Amazonas, o XIX
Congresso “será uma
grande oportunidade para nos
atualizarmos e evoluirmos na área
q u e a t u a m o s , t r o c a r m o s
experiências e aprendermos
muito”. A fala é reforçada por
Adriano Passos Rios, presidente
do Capítulo da Bahia: “será uma
oportunidade para ter contato com
professores e amigos e adquirir
n o v o s c o n h e c i m e n t o s . A
programação está fantástica”.
Fábio Almeida,
presidente do
Capítulo de
Sergipe,
destaca que
será um evento
i n o v a d o r . “ É
importantíssimo o Congresso
Brasileiro voltar à região Nordeste.
É um congresso inovador, que vai
trazer o curso Advanced Bariatric
Life Suport – ABLS, com foco na
assistência do doente operado,
nas emergências, no dia-a-dia dos
médicos e cirurgiões que não são
cirurgiões bariátricos propriamente
ditos”.
A cirurgiã Galzuinda Maria
Figueiredo Rei, presidente do
Capítulo de Minas Gerais, lembra
que no ano passado 16 médicas
estiveram presentes no Congresso
em Florianópolis e
reforça o convite
a o s c o l e g a s .
“Temas do nosso
dia-a-dia serão
discutidos e ainda
a evolução da cirurgia
bariátrica até a robótica.
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Gostaria de reforçar o convite
aos mais de 180 colegas de Minas
Gerais para participarmos deste
Congresso”.
Carlos Frota Dilemburg,
presidente
do Capítulo do
Rio Grande do
Sul, enfatiza ainda
a oportunidade
que o Congresso
oferece para networking. “Além de
um excelente programa científico
bariátrico, será palco de encontro
com velhos e bons amigos”.
O cirurgião Augusto
de Almeida Junior,
presidente do
Capítulo da
Paraíba, destaca
a programação
não só para
cirurgiões, mas para residentes e
estudantes que se interessem pela
área de cirurgia. “Há 10 anos Fortaleza
sediou o Congresso e foi
um sucesso. O conteúdo científico
deste ano está excelente”, disse.
Para Flavio Kreimer, presidente
do Capítulo de Pernambuco, será
uma oportunidade ímpar de
atualização profissional. “Teremos
a oportunidade
de d i s c u t i r
c i r u r g i a
bariátrica
metabólica,
cirurgia robótica
e e n d o s c o p i a
bariátrica.
Temas atuais que serão discutidos
em altíssimo nível”. Três cursos
serão realizados durante o
evento: Endosuturas e Endoanastomes,
Endoscopia Bariátrica para
Cirurgiões e Advanced Bariatric
Life Suport – ABLS – Urgências
Bariátricas.
O presidente do Capítulo de
Brasília, Luiz Fernando Córdova,
lembra que o Congresso está
sendo realizado em uma nova
data para possibilitar uma maior
participação dos cirurgiões do
Brasil e de fora do país, assim
como para os profissionais das
especialidades associadas.
“Queremos reforçar o convite
p a r a t o d o s o s
profissionais que
e s t ã o
começando no
mundo da
bariátrica, pois o
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Congresso é uma oportunidade
para que cirurgiões de outras
e s p e c i a l i d a d e s e e q u i p e s
multidisciplinares obtenham
conhecimento científico e
atualização sobre o que há de
m a i s m o d e r n o e m c i r u r g i a
bariátrica”, disse Luiz Fernando.
Já o presidente do Capítulo do
Rio de Janeiro,
Antônio Cláudio
Jamel, afirma
que este será
o Congresso
mais abrangente
de todos os tempos.
“Teremos uma programação fantástica
para cirurgiões, médicos de
outras especialidades, nutricionistas,
fisioterapeutas, educadores
físicos, entre outros”,
destaca Jamel.
O presidente do
Capítulo
da
Bahia, Adriano
P a s s o s R i o s ,
também reforçou
a importância da
p r e s e n ç a
d o s
cirurgiões e COESAS Baianos,
neste Congresso.
“É a oportunidade de adquirir
novos conhecimentos, com uma
programação que beneficia todos
os as especialidades”, destacou
Adriano.
SERVIÇO:
O XIX Congresso Brasileiro de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica é
voltado a cirurgiões bariátricos,
nutricionistas, nutrólogos,
fonoaudiólogos, educadores
físicos, fisioterapeutas, psicólogos,
psiquiatras, endocrinologistas e
outras especialidades envolvidas
n a á r e a d a o b e s i d a d e . A s
inscrições podem ser feitas pelo
link www.congressobariatrica.com.br
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TECNOLOGIA
NOVO APP
BARIÁTRICA E
METABÓLICA
Obesidades e comorbidades
afetam grande parte da população
brasileira. Tratá-las é o desafio
que se apresenta para nossos
c l í n i c o s , q u e a g o r a t ê m à
disposição um app que aborda,
desde orientações que focam
prioritariamente as práticas para a
perda de peso, até os benefícios
do procedimento gastrointestinal.
Com o novo app Bariátrica e
Metabólica, da Ethicon, é possível
calcular em segundos o Índice de
Massa Corporal (IMC) e conhecer
as possibilidades de solução antes
mesmo do diagnóstico cirúrgico. O
app também traz estudos que
comprovam a mortalidade, seu
impacto econômico, evidências
clínicas, experiências de líderes
de opinião, além de tipos de
cirurgia, taxas de sucesso, pósoperatório,
artigos, publicações e
vídeos.
O app Bariátrica e Metabólica é
gratuito e chega para se tornar
uma ferramenta indispensável
para médicos que querem saber
m a i s s o b r e c u i d a d o s e
procedimentos, entender melhor
os problemas de obesidades e
comorbidades e indicar o tipo de
tratamento mais eficaz para seus
pacientes. O app já está à
disposição para download na App
Store e no Google Play.
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Para baixar o aplicativo para
IOs na App Store acesse:
https://itunes.apple.com/br/app/
bari%C3%A1tricametab%C3%B3lica/
id1273010784?l=en&mt=8
Para baixar o aplicativo para
Android na Google Play store
acesse:
https://play.google.com/store/
apps/details?id=com.johnson.bariatrica
EVENTO
I SIMPÓSIO DE
SAÚDE FÍSICA E
REABILITAÇÃO
A Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica
(SBCBM) promove, nos dias 23 e
24 de março, em São Paulo, o I
Simpósio do Núcleo de Saúde
Física e Reabilitação.
O evento - destinado aos
profissionais das áreas de
Educação Física, Fisioterapia,
Terapia Ocupacional,
Fonoaudiologia e Enfermagem –
vai abordar temas atuais e
relevantes que fazem parte do dia
a dia das equipes de cirurgia
bariátrica com enfoque no préoperatório,
trans-operatório e pósoperatório.
De acordo com o presidente da
SBCBM, Caetano Marchesini, o
Simpósio tem como objetivo
preparar os profissionais da área
de saúde física para atuação em
equipes multidisciplinares desta
área que cresce muito no Brasil”,
disse Caetano.
Entre os temas que serão
abordados estão o treinamento
físico no pré-operatório otimiza o
sucesso da cirurgia, disfunções do
paciente obeso e atuação
fisioterapêutica no preparo para a
cirurgia bariátrica, vertentes da
atuação fonoaudiológica em
equipe de cirurgia bariátrica,
atendimento de enfermagem no
pré-operatório, a terapia
ocupacional no cuidado da
obesidade, o papel do enfermeiro
no período da internação
hospitalar, assistência
fisioterapêutica no âmbito
h o s p i t a l a r a t u a ç ã o d o
fonoaudiólogo junto ao paciente
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 10

submetido à gastroplastia,
fidelização do paciente no pós
operatório e prescrição de
exercícios no pós-operatório.
O Simpósio também contará
com o debate de grupos pósoperatórios,
consensos e diretrizes
e estudos de caso.
SERVIÇO:
I Simpósio de Saúde Física e
Reabilitação
Data: 23/03 (sexta-feira), das
13h15 às 18h e 24/03 (sábado),
das 8h às 18h
Local: Medical Innovation Institute
Johnson e Johnson
Inscrições e informações:
www.sbcbm.org.br
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EVENTO
SBCBM PROMOVE ATUALIZAÇÃO
CIENTÍFICA BARIÁTRICA SUL
O Capítulo do Rio Grande do
Sul da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(SBCBM) promoveu, nos dias 16 e
17 de março, em Passo Fundo, o
Bariátrica Sul.
O presidente do Capítulo da
SBCBM do Rio Grande do Sul,
Carlos Frota Dillemburg, explica
que o evento Bariátrica Sul tem
como objetivo proporcionar uma
atualização permanente para os
cirurgiões bariátricos, suas
equipes multidisciplinares, estudantes
e outros profissionais da
área da saúde interessados no
assunto.
“É um evento composto por seis
simpósios, itinerantes pelo Rio
Grande do Sul, com expectativa
de público de, aproximadamente,
300 pessoas por evento”, afirmou
Dillemburg.
A atualização científica – voltada
aos cirurgiões bariátricos e profissionais
que atuam nas equipes
multidisciplinares dos cirurgiões
– contou com mesas redondas,
conferências e aulas magnas sobre
temas que fazem parte do dia
a dia dos profissionais que atuam
no tratamento da obesidade mórbida.
Entre os temas abordados estão
impacto da cirurgia bariátrica na
saúde feminina, Recidiva da
obesidade, abordagem/
considerações, Refluxo
gastroesofágico, avaliação da
desnutrição pós-bariátrica, entre
outros.
Durante o ano de 2018 o
Bariátrica Sul também será
realizado nas cidades de Porto
Alegre, Novo Hamburgo , Canoas
e Caxias do Sul.
As inscrições podem ser feitas
pelo site www.sbcbm.org.br
ou
pelo link https://www.sbcbm.org.br/
evento/sites/bariatricapassofundo/
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Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 13

Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 14

AVANÇO
CIRURGIA METABÓLICA É RECOMENDADA
POR 50 ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
PARA DIABETES TIPO 2
A Revista Diabetes Care acaba
de publicar o documento “Cirurgia
Metabólica no Algoritmo de Tratamento
para Diabetes Tipo 2: Uma
Declaração Conjunta de Organizações
Internacionais de Diabetes".
Aprovado por 50 organizações
internacionais, o documento
pede que a cirurgia metabólica
seja recomendada ou considerada
como uma opção de tratamento
para algumas pessoas com diabetes
tipo 2.
As informações publicadas na
Diabetes Care estabelecem as
primeiras diretrizes clínicas para
quando recomendar ou considerar
a cirurgia metabólica como tratamento
para pessoas com diabetes
tipo 2.
"A cirurgia representa uma saída
das abordagens convencionais
para o diabetes. As novas diretrizes
efetivamente introduzem
uma das maiores mudanças para
o cuidado do diabetes nos tempos
modernos", disse Francesco Rubino,
professor de cirurgia metabólica
e bariátrica do King's College
London, consultor cirurgião em
King's College Hospital e primeiro
autor do artigo.
As novas diretrizes surgiram da
Segunda Cúpula de Cirurgia do
D i a b e t e s ( D S S - I I ) , u m a
conferência de consenso
i n t e r n a c i o n a l r e a l i z a d a e m
setembro de 2015 no King's
College London e organizada em
conjunto com a Diabetes UK, a
American Diabetes Association, a
International Diabetes Federation,
a Chinese Diabetes Society, e
Diabetes India.
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U m s e g u n d o a r t i g o ,
"Identificando Barreiras para o Uso
Apropriado de Cirurgia
Metabólica / Bariátrica para o
Tratamento do Diabetes Tipo 2:
Resultados do Laboratório de
Políticas", publicado no Diabetes
Care, explora os custos e os
benefícios de atender a demanda
potencial de cirurgia metabólica no
Reino Unido e nos EUA.
O artigo examina barreiras conceituais
e práticas à cirurgia identificadas
através de um Laboratório
de Políticas hospedado no 3º
Congresso Mundial sobre Terapias
Intervencionárias para Diabetes
Tipo 2, em setembro de 2015, em
King's.
"O caso para o aumento da absorção
da cirurgia bariátrica
parece forte o suficiente para envolver
os formuladores de políticas
e os profissionais em uma discussão
conjunta sobre a melhor
maneira de usar a cirurgia, em
conjunto com outras intervenções,
no tratamento do diabetes", disse
a Professora Jennifer Rubin, do
Policy Institute no King's que
hospedou o Policy Lab.
O amplo endosso à cirurgia
como opção de tratamento deve
inspirar novas abordagens na
pesquisa, escreve Professor Rubino.
Pesquisadores e clínicos já estão
tentando imitar os efeitos da
cirurgia gastrointestinal usando intervenções
menos invasivas. As
intervenções farmacológicas que
visam mecanismos de regulação
metabólica dentro do intestino
também estão sendo investigadas.
Acesse o artigo, Cirurgia
Metabólica no Algoritmo de Tratamento
para Diabetes Tipo 2: Uma
Declaração Conjunta de Organizações
Internacionais de Diabetes.
http://care.diabetesjournals.org/content/39/6/861
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AVANÇO
CIRURGIA PARA DIABETES É
APROVADA NO BRASIL
A Cirurgia Metabólica poderá ser
indicada para o tratamento de
pacientes que possuem diabetes
mellitus Tipo 2 (DM2), com Índice
de Massa Corporal entre 30 Kg/
m2 a 35 Kg/m2. O Conselho
Federal de Medicina (CFM)
publicou, em dezembro de 2017 -
a resolução Número 2.172, que
traz novas regras e ampliam a
indicação da cirurgia metabólica
para o tratamento de pacientes
com diabetes.
“ A p a r t i r d e a g o r a , o
procedimento está normatizado
pelo CFM”, afirma o presidente da
Sociedade
Brasileira de
Cirurgia Bariátrica
e M e t a b ó l i c a
( S B C B M ) ,
C a e t a n o
Marchesini.
Caetano lembrou
que a diabetes
tipo 2 está
diretamente
associada à
obesidade. “Cerca de 9% da
população brasileira convive com
o diabetes. São mais de 14,3
milhões de pessoas que poderão
ter a cirurgia metabólica como
opção terapêutica, caso o
tratamento clinico não apresente
resultados ”, declarou Marchesini.
Além do IMC e da ausência de
resposta ao tratamento clínico,
outros critérios para a indicação
da cirurgia metabólica são a idade
mínima de 30 anos e máxima de
70 anos e ter menos de dez anos
de diagnóstico de diabetes.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 17

NOVO CAPÍTULO
SBCBM CRIA CAPÍTULO NO
MARANHÃO
A Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica
(SBCBM) agora conta com um
novo Capítulo, o do Estado do
Maranhão.
O presidente da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica (SBCBM), Caetano
Marchesini, esteve no dia 17 de
fevereiro, em São Luís, para a
cerimônia de criação do Capítulo.
Para Marchesini, a criação de
Capítulos da SBCBM faz com que
haja uma integração entre os
cirurgiões bariátricos, bem como a
padronização de protocolos e procedimentos,
tendo como base a
legislação nacional.
“Nos últimos anos trabalhamos
para fortalecer a cirurgia bariátrica,
os cirurgiões bariátricos e as suas
equipes multidisciplinares regionalmente”,
afirmou Caetano
Marchesini.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 18

médicos, para
alavancar eventos e
c u r s o s
d e
atualização científica
e para informar à
p o p u l a ç ã o o s
b e n e f í c i o s d a
cirurgia ”, menciona
Valadão.
O presidente do Capítulo do
Maranhão, José Aparecido
Valadão, conta que o Maranhão
possui cerca de 20 cirurgiões
b a r i á t r i c o s q u e a t u a m n o
tratamento da obesidade mórbida
e apenas um hospital credenciado
para operar pelo SUS.
“A criação do Capítulo faz com
que os cirurgiões da região se
reúnam em torno de uma causa,
seja pela melhoria dos honorários
José Aparecido
Valadão é médico e
p r o f e s s o r
d a
Universidade
Federal
do
Maranhão, Membro
titular do Colégio
Brasileiro
de
Cirurgiões (CBC);
M e m b r o t i t u l a r d o C o l é g i o
Brasileiro de Cirurgia do Aparelho
Digestivo (CBCDD); Membro
titular da Sociedade Brasileira de
Cirurgia Videolaparoscopia;
Membro titular do Conselho
Regional de Medicina (CRM);
Membro titular da Sociedade
Brasileira de Cirurgia Bariátrica e
Metabólica.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 19

BARILIVE
PRIMEIRO BARILIVE DE 2018 FALA
SOBRE RECIDIVA DA OBESIDADE
A Sociedade Brasileira de
Cirurgia Bariátrica e Metabólica
(SBCBM) abordou a recidiva da
obesidade em seu primeiro
Barilive de 2018.
O debate – mediado pelo diretor
executivo da SBCBM, Luiz Vicente
Berti, e que contou com a presença
da endocrinologista
Alessandra Rascovski e do
cirurgião bariátrico, Elinton Chaim,
esclareceu fatores que contribuem
para que os pacientes bariátricos
voltem a ganhar peso após o procedimento.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 20

A l é m d i s s o , a s m e d i d a s
fundamentais para a manutenção
da perda de peso após a cirurgia
bariátrica, foram reforçadas.
Para Luiz Vicente Berti, as
causas de recidiva pós-operatória
estão relacionadas a fatores comportamentais
e biológicos.
“O sucesso dos resultados vai
depender da mudança dos hábitos
de vida do paciente, se ele aprendeu
a comer direito e se está
fazendo atividade física. Estes e
outros fatores comportamentais e
biológicos ajudam a evitar a recidiva
de peso”, ressaltou Berti.
A endocrinologista Alessandra
Rascovski lembrou que a perda de
peso pós-cirurgia bariátrica envolve
fatores mecânicos, como redução
da capacidade gástrica,
bem como fatores hormonais.
“ E s t e s ú l t i m o s i n c l u e m
diminuição da grelina, conhecida
como hormônio da fome,
diminuição da resistência à
leptina, conhecida como hormônio
da regulação da saciedade, entre
outros. É importante saber quais
fatores podem desequilibra-los
novamente”, ressaltou Alessandra.
A endocrinologista reiterou os
riscos da obesidade, já que gordura
acumulada no organismo é tóxica
e inflamatória e aumentam os
riscos cardiovasculares, geram a
hipertensão e outras doenças
relacionadas a obesidade.
Entre as perguntas enviadas
pelos telespectadores estão a reoperação
após a recidiva e a
diferença entre as técnicas
cirurgia bariátricas utilizadas.
de
Para o cirurgião bariátrico,
Elinton Chaim, antes de ser feita
uma reoperação é necessário
avaliar se o problema da recidiva
de peso é clínico ou cirúrgico.
“Pessoas que não tem problema
técnicos, mas possuem problemas
comportamentais, não devem ser
reoperadas”, disse Chaim.
Outros temas – O Barilive desta
semana também esclareceu dúvidas
sobre gravidez e recidiva da
obesidade, como a depressão ou
o estresse crônico podem influenciar
na recidiva a obesidade, qual
a relação entre a recidiva e o alcoolismo,
a influência do estilo de
na recidiva de peso, entre outras.
Acesse o Facebook da SBCBM e
assista a transmissão completa.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 21

EVENTO
CAPÍTULO DE PERNAMBUCO PROMOVE
SIMPÓSIO EM CIRURGIA BARIÁTRICA
O Capítulo do Recife da
Sociedade Brasileira de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica (SBCBM)
promoveu, nos dias 16 e 17 de
março,
o Simpósio de Cirurgia
Bariátrica e Metabólica, com o
tema “A Cirurgia Bariátrica e as
Novas Tecnologias”.
“O Simpósio visa objetivo
promover uma atualização sobre
as novas tecnologias em cirurgia
bariátrica, destinada aos cirurgiões
da região”, afirmou o presidente
do Capítulo da SBCBM de
Pernambuco, Flávio Kreimer.
E n t r e o s p a l e s t r a n t e s
convidados o cirurgião Almino
Ramos, atual presidente da
Federação Internacional para
Cirurgia da Obesidade e
Distúrbios Metabólicos (IFSO) –
International Federation for the
Surgery of Obesity na Metabolic
Disorders; Luiz Alfredo D’Almeida,
cirurgião bariátrico robótico e
mestre em cirurgia pela UFRJ e o
endocrinologista e doutor na área
de Diabetes pela Universidade de
São Paulo (USP), Luiz Turatti
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 22

EVENTO
23º CONGRESSO DA IFSO SERÁ
EM DUBAI, NO MÊS DE SETEMBRO
Acontece entre os dias 26 a 29 de
setembro, em Dubai, o Congresso
Mundial da IFSO de 2018.
A Federação Internacional para a
Cirurgia de Obesidade e
Transtornos Metabólicos (IFSO) é
uma federação composta por 63
associações nacionais oficiais de
cirurgiões bariátricos e membros
individuais.
A Missão da IFSO é unificar as
comunidades globais científicas,
cirúrgicas e integradas da saúde,
com o objetivo de divulgar o
c o n h e c i m e n t o , c o l a b o r a r e
estabelecer padrões universais de
cuidados para o tratamento de
indivíduos com doença crônica à
base de adiposidade.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 23

O objetivo principal da IFSO é a
otimização do tratamento de pacientes
com obesidade grave que
reúnem cirurgiões e profissionais
de saúde aliados. A IFSO está
comprometida com a criação de
um sistema global de acreditação
de centros bariátricos e cirurgiões
individuais.
A principal atividade da IFSO é a
organização do Congresso
Mundial anual, que fornece um
fórum para trocar conhecimento
sobre o tratamento cirúrgico de
pacientes com obesidade grave,
apresentar novas técnicas,
pesquisas e conceitos e conhecer
os especialistas no campo.
SOBRE DUBAI - Dubai é a capital
comercial dos estados do Golfo
Árabe, uma fusão fantástica entre
o Oriente e o Ocidente que combina
herança antiga e vida
moderna. A bela cidade ganha
cada vez mais importância como
uma localização turística,
econômica e científica e
hospedará World Expo 2020.
Muitas fontes consideram Dubai
um dos melhores lugares para
viver no Oriente Médio.
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 24

ARTIGO
NEUROCIÊNCIA E
CIRURGIA BARIÁTRICA
A cirurgia bariátrica é considerada
o tratamento mais eficaz e duradouro
para a obesidade mórbida.
Isso significa que os pacientes
submetidos a ela não apenas perdem
peso, mas também têm mais
chances de manterem a perda de
forma consistente. Hoje em dia
sabemos que a cirurgia bariátrica
não é apenas um procedimento
restritivo, ou seja, ela não funciona
só porque cria uma restrição física
à alimentação. Diversos mecanismos
fisiológicos estão por trás da
ação da cirurgia bariátrica, como,
por exemplo, o aumento precoce
de hormônios intestinais que
causam diminuição do apetite e alterações
na palatabilidade de alimentos,
como o GLP-1 e o PYY,
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 25

proporcionado pelo bypass gástrico.
Isso equivale a dizer que a
cirurgia bariátrica altera a percepção
de sabor dos alimentos,
particularmente os calóricos, além
de antecipar a sensação de saciedade,
isto é, pacientes bariátricos
passam a ter uma experiência
alimentar favoravelmente diferente
daquela que tinham quando estavam
obesos. Sabe-se que a
obesidade é uma doença que cursa
com alterações do prazer associado
à alimentação, causando
aumento tanto do desejo por alimentos
calóricos quanto do prazer
associado a seu consumo. Desta
forma, indivíduos obesos gostam
muito destes alimentos e querem
consumi-los cada vez mais.
É possível que o aumento do
desejo e da motivação para consumir
alimentos palatáveis possam
estar por trás de alterações
cognitivas já documentadas em
indivíduos obesos, as quais podem
ser revertidas com a cirurgia
bariátrica. Portanto, além de
gostar e de desejar alimentos
calóricos de forma anormal, pessoas
sofrendo de obesidade pensam
tanto neste tipo de alimento
que chegam a se desconcentrar
de suas atividades habituais, podendo
apresentar alterações de
atenção, de memória e da motivação.
As alterações da experiência
alimentar e os déficits cognitivos
p r e s e n t e s n a o b e s i d a d e
estimularam a pesquisa a respeito
dos efeitos da cirurgia bariátrica
n o c é r e b r o d o s i n d i v í d u o s
operados. Tal investigação é
realizada através de uma técnica
de neuroimagem chamada de
ressonância magnética funcional
(RMF), que registra quais áreas do
cérebro ficam mais ativas quando
um indivíduo realiza alguma tarefa
(a RMF também mostra quais
áreas cerebrais estão mais ativas
e conectadas quando o cérebro
está em repouso).
Pesquisadores dos efeitos
cerebrais da cirurgia bariátrica
utilizam protocolos experimentais
caracterizados pelo registro da
atividade de áreas cerebrais de
interesse em indivíduos obesos
antes e depois da cirurgia. Por
exemplo, a atividade de centros de
processamento de recompensa e
prazer ou de centros de regulação
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do controle cognitivo e da
impulsividade frente a um estímulo
alimentar podem ser examinadas
com RMF. Nestes estudos, a
atividade destas regiões é
documentada e comparada
enquanto os pacientes observam
figuras de alimentos palatáveis, de
alimentos não palatáveis e de
figuras de objetos, antes e após a
cirurgia e tais atividades são
confrontadas com as de indivíduos
magros submetidos ao mesmo
procedimento experimental.
Utilizando tal paradigma experimental,
Ochner e colaboradores
(2011) reportaram diminuição póscirúrgica
da atividade de áreas
cruciais para o processamento da
recompensa em resposta a estímulos
visuais e auditivos de alimentos
calóricos em mulheres
portadoras de obesidade mórbida.
Bruce e colaboradores (2012)
mostraram tanto diminuição da
ativação de áreas cerebrais da
recompensa quanto aumento da
atividade de áreas relacionadas ao
controle cognitivo após a cirurgia
bariátrica em obesos graves frente
à exposição a pistas alimentares,
sugerindo que não só o prazer e o
desejo relacionado aos alimentos
calóricos, mas também a capaci-
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dade de autocontrole para não
consumi-los são melhorados com
o tratamento cirúrgico. Mais recentemente
Scholtz e colaboradores
(2014) compararam as respostas
cerebrais a pistas alimentares
através de RMF de pacientes
submetidos ao bypass gástrico e
de pacientes submetidos à banda
gástrica, mostrando que a
diminuição de todo o sistema de
recompensa frente a alimentos
calóricos é maior em pacientes
submetidos ao bypass, bem como
que estas respostas podem estar
associadas ao aumento dos níveis
de GLP-1 e de PYY proporcionadas
por esta técnica. Holsen
e colaboradores (2017), ao estudarem
por RMF os efeitos da gastrectomia
vertical de Sleeve em
centros de recompensa em resposta
a pistas alimentares, sugerem
que estes efeitos são mantidos
em longo prazo, por até 12
m e s e s . A t u a l m e n t e a l g u n s
pesquisadores têm modificado o
protocolo experimental, examinando
através de RMF o cérebro
em repouso dos indivíduos obesos
antes e depois de serem operados,
ao invés de estimulá-los com
pistas de alimentos muito calóricos.
Wiemerslage e colaboradores
(2017) mostraram com este método
que a cirurgia bariátrica regula
a atividade em repouso de áreas
envolvidas no reconhecimento da
fome, tornando mais eficiente a
identificação de estados corporais
como a fome e a plenitude.
Estudos de longo prazo com
RMF de repouso também já existem:
Olivo e colaboradores (2017)
estudaram a conectividade cerebral
em repouso em 16 obesas
mórbidas 1 mês antes de se submeterem
ao by-pass gástrico, 1
mês e 1 ano depois do procedimento,
comparando-as com as de
12 controles magras. Estes autores
mostraram redução da atividade
de áreas cerebrais de recompensa
após a cirurgia, bem
como redução após um ano da
atividade de áreas associadas ao
controle cognitivo e à percepção
corporal, em linha com os resultados
de Wiemerslage e colaboradores.
Tais resultados mostram que a
mente obesa “reage” muito mais
intensamente a pistas de alimentos
calóricos, aumentando o praz-
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er, o desejo e a motivação por
obtê-los, à custa de prejuízos em
outras esferas cognitivas, e
dimuindo a capacidade de controlar
a impulsividade alimentar. Por
outro lado, os estudos com cérebro
de repouso mostram que,
mesmo na ausência de estímulos
alimentares, estruturas cerebrais
de recompensa, controle cognitivo
e de percepção de estados corporais
apresentam conectividade
anômala, favorecendo o não reconhecimento
de estados psicológicos
como a saciedade e estimulando
a alimentação descontrolada.
Em virtude destes resultados, é
possível que, em breve, a neuroimagem
funcional, através da
identificação de padrões anômalos
de recrutamento e conectividade
cerebral, forneça critérios preditivos
operacionais de perda de
peso após a cirurgia bariátrica.
Hélio Tonelli é psiquiatra Interconsultor
da Clínica Caetano
Marchesini
Referências Bibliográficas
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Teixeira J, Hirsch J, Geliebter A. Selective
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10.1016/j.soard.2011.07.006.
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4. Holsen LM, Davidson P, Cerit H,
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5. Wiemerslage L, Zhou W, Olivo G,
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13428.
6. Olivo G, Zhou W, Sundbom M,
Zhukovsky C, Hogenkamp P, Nikontovic
L, Stark J,Wiemerslage L, Larsson EM,
Benedict C, Schiöth HB. Resting-state
brain connectivity changes in obese
women after Roux-en-Y gastric bypass
surgery: A longitudinal study. Sci Rep.
2017 Jul 26;7(1):6616. doi:10.1038/
s41598-017-06663-5.
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ARTIGO
A IMPORTÂNCIA DO COMPLIANCE
NA ÁREA DE SAÚDE
De tempos em tempos, novos
termos são incorporados ao mundo
empresarial, normalmente
trazidos de experiências estrangeiras.
Agora, um termo em
voga é o compliance, que vem do
verbo inglês to comply, que significa
seguir as regras. Assim, os departamentos
de compliance das
empresas dedicam-se a compilar
as regras que se aplicam aos
negócios e monitorar sua aplicação.
O setor de saúde também não
poderia deixar de incorporar o
compliance na gestão das suas
atividades. As atividades de
saúde, desde as mais simples realizadas
dentro de um consultório
médico, até as mais complexas
desenvolvidas em um hospital
geral, envolvem uma série de
riscos que, com a gestão adequada,
podem ser minimizados ou até
eliminados.
As indenizações altas a que os
médicos e hospitais vêm sendo
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica 30

condenados que, muitas vezes,
decorre unicamente da má gestão
de riscos que poderiam ter sido
evitados, pode chegar a inviabilizar
a atividade, sem falar na
mácula moral impingida aos
profissionais envolvidos. Por este
motivo, cada vez mais os profissionais
e instituições que desenvolvem
atividades ligadas à saúde
tem buscado orientação para
gerenciar adequadamente os
riscos das operações.
Um dos documentos mais importantes
na atividade de saúde é
o prontuário médico. A falta deste
documento ou a falha nos registros
podem significar a diferença
para o sucesso de uma
ação judicial. No prontuário, o
médico deve anotar com o maior
detalhamento possível todo o
atendimento prestado ao paciente,
desde a anamnese, passando
pelas queixas e sintomas, achados
no exame clínico, conclusões
diagnósticas, orientações dadas
ao paciente e prescrições.
As observações pessoais do
médico em relação ao paciente
também devem ser anotadas no
prontuário, especialmente se o
paciente for de difícil manejo, resistente
às orientações. Os registros
do prontuário durante um
internamento ou um procedimento
cirúrgico devem conter todas as
intercorrências, sem desprezar
nenhuma circunstância, por
menores que possam parecer.
Tudo deve ser registrado.
O prontuário médico é um documento
que pertence ao paciente
e é tutelado pela Lei, que lhe
garante o sigilo. Entretanto, a
guarda do prontuário cabe ao estabelecimento
de saúde que
prestou atendimento ao paciente,
no caso, as clínicas, consultórios e
hospitais.
Numa eventual ação em que se
alegue suposto erro profissional,
inclusive com pedido de condenação
da instituição hospitalar, o
prontuário médico corretamente
registrado será prova crucial apta
a demonstrar a conduta, sendo
documento essencial também
para a realização da prova pericial.
Isso sem falar que a displicência
nos registros e arquivamento
do prontuário, por si, já
pode levar o julgador a entender
pela negligência do estabeleci-
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mento ou do próprio profissional.
Isso inclui o uso de letra legível,
quando o prontuário não for
eletrônico.
Ao mesmo tempo, uma instituição
de médio e grande porte deve
contar com uma ouvidoria. Muitas
situações podem ser resolvidas
por meio destes departamentos e
demonstram sempre a boa vontade
da instituição em receber o
feedback dos seus pacientes e
promover adequações nos seus
serviços. Além de ser um excelente
canal para solução amigável
de conflitos que poderiam desembocar
no Poder Judiciário. A ouvidoria
pode funcionar, ainda, como
um canal para os próprios funcionários
registrarem falhas observadas.
Estudos já demonstraram que,
quanto melhor a relação médicopaciente,
menores são as chances
de este paciente processar o
profissional em razão do vínculo
de confiança estabelecido. Isso
significa que o paciente deve ser
esclarecido acerca de todos os
riscos inerentes ao procedimento
ou tratamento ao qual vai se
submeter, se há outras opções
terapêuticas e são quais os
respectivos riscos. O paciente tem
direito a todas as informações de
forma clara e em linguagem
acessível, evitando-se termos
t é c n i c o s e f o r m u l á r i o s
padronizados.
O juiz, ao confirmar que o paciente
foi devidamente esclarecido
dos riscos a que se expôs e que,
mesmo assim, consentiu em submeter-se
ao tratamento, dificilmente
condenará um profissional
ou uma instituição pela ocorrência
de uma intercorrência esperada
não decorrente de negligência,
imprudência ou imperícia.
Como se viu, há muitas variáveis
no cotidiano de uma instituição de
saúde que podem determinar o
sucesso ou o fracasso de uma
defesa judicial, de forma que a
adequada gestão das rotinas
poderá minimizar os motivos que
levam os pacientes a buscar a
tutela judicial ou, caso não
impeça, torne bem sucedida a
defesa processual.
Melissa Kanda á advogada especializada
em Direito Médico e
à Saúde, atuando no setor há 15
anos.
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