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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 4 de abril de 2018<br />
CARREIRA PROFISSIONAL<br />
Decisão de deixar direção da Itaipu<br />
não teve viés político, diz Vianna<br />
Diretor enxerga boas perspectivas para a hidrelétrica, como a<br />
atualização tecnológica e a renegociação do Anexo C<br />
Da redação com JIE<br />
Reportagem<br />
Foto: JIE<br />
Luiz Fernando Vianna deixa a direção de Itaipu<br />
com a certeza do dever cumprido<br />
Faltando poucos dias para<br />
deixar a direção-geral de Itaipu,<br />
o engenheiro Luiz Fernando<br />
Vianna concedeu uma<br />
longa entrevista ao JIE, garantindo<br />
que sua decisão não<br />
teve nada a ver com política.<br />
"Chegou a ser divulgado<br />
essa questão política em um<br />
blogue, mas minha decisão<br />
é exclusivamente profissional<br />
e técnica", afirmou Vianna.<br />
Ele recebeu um convite<br />
para trabalhar no grupo Delta<br />
Energia, e sua decisão de<br />
deixar o comando da usina<br />
teve duas peculiaridades importantes:<br />
"A primeira é que<br />
vai ser minha primeira experiência<br />
100% no setor privado.<br />
A outra é que, ao longo<br />
da minha carreira, trabalhei<br />
com geração, transmissão e<br />
distribuição, mas muito pouco<br />
com comercialização de<br />
energia, e esse convite é uma<br />
imersão nessa área. Vai ser<br />
o maior desafio da minha<br />
carreira. Estou prosseguindo<br />
na minha carreira e respondendo<br />
aos desafios".<br />
Vianna já havia aceitado<br />
o convite da Delta Energia<br />
antes de anunciar seu pedido<br />
de demissão. "O que<br />
precipitou minha saída foi a<br />
reunião da diretoria que nós<br />
tivemos em Brasília no dia<br />
21 de março. E eu fiz questão<br />
que as primeiras pessoas<br />
a saberem da minha saída<br />
fossem justamente os diretores<br />
brasileiros e paraguaios<br />
da Itaipu. É uma<br />
questão de lealdade", acrescentou.<br />
Também por questão de<br />
lealdade, Vianna fez o comunicado<br />
aos seus superiores:<br />
"No mesmo dia, e quase na<br />
mesma hora, fiz questão de<br />
ligar para duas pessoas, o<br />
governador Beto Richa e a<br />
vice-governadora Cida Borghetti,<br />
para contar sobre a<br />
minha decisão. Expliquei as<br />
minhas razões, e eles entenderam<br />
e apoiaram plenamente.<br />
Antes, já havia conversado<br />
com o ministro de Minas<br />
e Energia, Fernando Coelho,<br />
responsável pela minha<br />
indicação ao cargo de<br />
diretor-geral, a quem pedi<br />
para manter a informação<br />
em sigilo até que conversasse<br />
com a equipe da Itaipu".<br />
Perspectivas importantes<br />
Ao responder outra pergunta<br />
do JIE, Vianna disse<br />
que os próximos anos serão<br />
muito importantes para a<br />
empresa. "A empresa tem a<br />
missão de se preparar para o<br />
ano 2023, quando vai acabar<br />
de pagar sua dívida e quando<br />
o Anexo C, que completa<br />
50 anos e que trata das condições<br />
comerciais da energia<br />
da usina, a forma de pagamento<br />
dos royalties e<br />
outros valores, terá<br />
que ser revisto por força<br />
do Tratado de Itaipu.<br />
Então, a empresa<br />
precisa se preparar."<br />
"Outra questão<br />
importante é a atualização<br />
tecnológica<br />
das unidades geradoras,<br />
essa grande máquina<br />
que propicia todas<br />
essas ações da<br />
Itaipu em outras áreas<br />
(turismo, socioambiental,<br />
apoio à<br />
cultura e ao desenvolvimento).<br />
Isso<br />
tudo é possível graças à<br />
nossa máquina, aos nossos<br />
20 geradores que estão gerando<br />
mais do que nunca.<br />
Acabamos de registrar três<br />
recordes sucessivos de geração:<br />
janeiro, fevereiro e<br />
março. Então, para que essa<br />
máquina continue produzindo<br />
o que atualmente produz,<br />
é necessário fazer uma<br />
atualização", prosseguiu<br />
Vianna.<br />
O engenheiro afirmou<br />
também que Itaipu, além de<br />
gerar energia, "deve ser uma<br />
empresa que seja o braço internacional<br />
de investimento<br />
desses países. Uma empresa<br />
que tem a capacidade<br />
de geração e de oferecer<br />
energia a preço competitivo<br />
no mercado pode gerar<br />
lucro suficiente para que os<br />
países possam investir onde<br />
entenderem ser mais importante:<br />
em ações sociais,<br />
ambientais e desenvolvimento".<br />
Geral<br />
11<br />
Coronel Zattar<br />
também se<br />
despede de Itaipu<br />
Depois de 43 anos de uma atuação<br />
impecável — 32 anos no Exército e 11<br />
na Itaipu —, o coronel da reserva Rogel<br />
Abib Zattar se aposentou na última<br />
segunda-feira (2). Após deixar sua<br />
marca na Segurança Empresarial,<br />
onde atuou desde que veio para a<br />
Itaipu, em 2007, até 2017, ele também<br />
ajudou a coordenar o planejamento<br />
estratégico da Assistência da Diretoria<br />
Técnica.<br />
Ao se despedir dos colegas, Zattar<br />
deixou uma mensagem no Jornal<br />
Eletrônico da Itaipu dizendo ter<br />
chegado a hora de "preparar a mochila<br />
e partir, com a convicção de que deixo<br />
minha contribuição na forma de um<br />
tijolinho nessa empresa maravilhosa.<br />
Nesses onze anos e três meses que aqui<br />
trabalhei combati o bom combate,<br />
vivi todos os dias com dignidade e<br />
coloquei o coração na missão".<br />
Fazendo amigos: foto com os colegas<br />
em junho de 2017, ao se despedir da<br />
Segurança Empresarial<br />
Foto: JIE