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GAZETA DIARIO 546

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Foz do Iguaçu, quarta-feira, 4 de abril de 2018<br />

CARREIRA PROFISSIONAL<br />

Decisão de deixar direção da Itaipu<br />

não teve viés político, diz Vianna<br />

Diretor enxerga boas perspectivas para a hidrelétrica, como a<br />

atualização tecnológica e a renegociação do Anexo C<br />

Da redação com JIE<br />

Reportagem<br />

Foto: JIE<br />

Luiz Fernando Vianna deixa a direção de Itaipu<br />

com a certeza do dever cumprido<br />

Faltando poucos dias para<br />

deixar a direção-geral de Itaipu,<br />

o engenheiro Luiz Fernando<br />

Vianna concedeu uma<br />

longa entrevista ao JIE, garantindo<br />

que sua decisão não<br />

teve nada a ver com política.<br />

"Chegou a ser divulgado<br />

essa questão política em um<br />

blogue, mas minha decisão<br />

é exclusivamente profissional<br />

e técnica", afirmou Vianna.<br />

Ele recebeu um convite<br />

para trabalhar no grupo Delta<br />

Energia, e sua decisão de<br />

deixar o comando da usina<br />

teve duas peculiaridades importantes:<br />

"A primeira é que<br />

vai ser minha primeira experiência<br />

100% no setor privado.<br />

A outra é que, ao longo<br />

da minha carreira, trabalhei<br />

com geração, transmissão e<br />

distribuição, mas muito pouco<br />

com comercialização de<br />

energia, e esse convite é uma<br />

imersão nessa área. Vai ser<br />

o maior desafio da minha<br />

carreira. Estou prosseguindo<br />

na minha carreira e respondendo<br />

aos desafios".<br />

Vianna já havia aceitado<br />

o convite da Delta Energia<br />

antes de anunciar seu pedido<br />

de demissão. "O que<br />

precipitou minha saída foi a<br />

reunião da diretoria que nós<br />

tivemos em Brasília no dia<br />

21 de março. E eu fiz questão<br />

que as primeiras pessoas<br />

a saberem da minha saída<br />

fossem justamente os diretores<br />

brasileiros e paraguaios<br />

da Itaipu. É uma<br />

questão de lealdade", acrescentou.<br />

Também por questão de<br />

lealdade, Vianna fez o comunicado<br />

aos seus superiores:<br />

"No mesmo dia, e quase na<br />

mesma hora, fiz questão de<br />

ligar para duas pessoas, o<br />

governador Beto Richa e a<br />

vice-governadora Cida Borghetti,<br />

para contar sobre a<br />

minha decisão. Expliquei as<br />

minhas razões, e eles entenderam<br />

e apoiaram plenamente.<br />

Antes, já havia conversado<br />

com o ministro de Minas<br />

e Energia, Fernando Coelho,<br />

responsável pela minha<br />

indicação ao cargo de<br />

diretor-geral, a quem pedi<br />

para manter a informação<br />

em sigilo até que conversasse<br />

com a equipe da Itaipu".<br />

Perspectivas importantes<br />

Ao responder outra pergunta<br />

do JIE, Vianna disse<br />

que os próximos anos serão<br />

muito importantes para a<br />

empresa. "A empresa tem a<br />

missão de se preparar para o<br />

ano 2023, quando vai acabar<br />

de pagar sua dívida e quando<br />

o Anexo C, que completa<br />

50 anos e que trata das condições<br />

comerciais da energia<br />

da usina, a forma de pagamento<br />

dos royalties e<br />

outros valores, terá<br />

que ser revisto por força<br />

do Tratado de Itaipu.<br />

Então, a empresa<br />

precisa se preparar."<br />

"Outra questão<br />

importante é a atualização<br />

tecnológica<br />

das unidades geradoras,<br />

essa grande máquina<br />

que propicia todas<br />

essas ações da<br />

Itaipu em outras áreas<br />

(turismo, socioambiental,<br />

apoio à<br />

cultura e ao desenvolvimento).<br />

Isso<br />

tudo é possível graças à<br />

nossa máquina, aos nossos<br />

20 geradores que estão gerando<br />

mais do que nunca.<br />

Acabamos de registrar três<br />

recordes sucessivos de geração:<br />

janeiro, fevereiro e<br />

março. Então, para que essa<br />

máquina continue produzindo<br />

o que atualmente produz,<br />

é necessário fazer uma<br />

atualização", prosseguiu<br />

Vianna.<br />

O engenheiro afirmou<br />

também que Itaipu, além de<br />

gerar energia, "deve ser uma<br />

empresa que seja o braço internacional<br />

de investimento<br />

desses países. Uma empresa<br />

que tem a capacidade<br />

de geração e de oferecer<br />

energia a preço competitivo<br />

no mercado pode gerar<br />

lucro suficiente para que os<br />

países possam investir onde<br />

entenderem ser mais importante:<br />

em ações sociais,<br />

ambientais e desenvolvimento".<br />

Geral<br />

11<br />

Coronel Zattar<br />

também se<br />

despede de Itaipu<br />

Depois de 43 anos de uma atuação<br />

impecável — 32 anos no Exército e 11<br />

na Itaipu —, o coronel da reserva Rogel<br />

Abib Zattar se aposentou na última<br />

segunda-feira (2). Após deixar sua<br />

marca na Segurança Empresarial,<br />

onde atuou desde que veio para a<br />

Itaipu, em 2007, até 2017, ele também<br />

ajudou a coordenar o planejamento<br />

estratégico da Assistência da Diretoria<br />

Técnica.<br />

Ao se despedir dos colegas, Zattar<br />

deixou uma mensagem no Jornal<br />

Eletrônico da Itaipu dizendo ter<br />

chegado a hora de "preparar a mochila<br />

e partir, com a convicção de que deixo<br />

minha contribuição na forma de um<br />

tijolinho nessa empresa maravilhosa.<br />

Nesses onze anos e três meses que aqui<br />

trabalhei combati o bom combate,<br />

vivi todos os dias com dignidade e<br />

coloquei o coração na missão".<br />

Fazendo amigos: foto com os colegas<br />

em junho de 2017, ao se despedir da<br />

Segurança Empresarial<br />

Foto: JIE

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