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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 5 de abril de 2018<br />
JUSTIÇA<br />
Política<br />
03<br />
STJ nega recurso de Protetor Jorge e<br />
remete caso para ser analisado pelo STF<br />
Julgamento diz respeito aos direitos políticos do parlamentar; vereador já foi<br />
absolvido do processo no âmbito da esfera criminal<br />
Bruno Soares<br />
Reportagem<br />
O Superior Tribunal de<br />
Justiça rejeitou ontem (4)<br />
agravo para recebimento de<br />
um recurso especial interposto<br />
pela defesa do vereador<br />
Protetor Jorge (PV) e<br />
remeteu a matéria para que<br />
seja apreciada pelo Supremo<br />
Tribunal Federal (STF). O<br />
que está em análise é uma<br />
ação civil pública ajuizada<br />
pelo Ministério Público do<br />
Paraná (MP-PR) que culminou<br />
com a condenação do<br />
político por ter participado,<br />
em janeiro de 2009, do processo<br />
de contratação de uma<br />
Organização da Sociedade<br />
Civil de Interesse Público<br />
O placar do julgamento<br />
do habeas corpus do ex-presidente<br />
Luiz Inácio Lula da<br />
Silva, nessa quarta-feira (4),<br />
pelo Supremo Tribunal Federal<br />
(STF), estava 5 a 2 em<br />
desfavor do petista até as<br />
22h.<br />
Considerada um voto decisivo,<br />
a ministra Rosa Weber<br />
negou o habeas corpus<br />
de Lula. Ela preferiu analisar<br />
apenas o caso específico do<br />
ex-presidente e deixou de<br />
lado sua posição de que não<br />
é possível permitir prisões<br />
(OSCIP) para gerenciar,<br />
pelo período de 18 meses, o<br />
Pronto Atendimento de Santa<br />
Terezinha de Itaipu. À época,<br />
Jorge ocupava a função de<br />
diretor de Saúde do município<br />
vizinho a Foz do Iguaçu.<br />
Tanto ele como a ex-prefeita<br />
tiveram suas condenações<br />
anuladas.<br />
Na esfera criminal, Protetor<br />
Jorge terminou por ser<br />
absolvido após o Tribunal de<br />
Justiça do Paraná (TJ-PR)<br />
reverter decisão de primeira<br />
instância que o havia condenado<br />
a quatro anos de prisão<br />
mais pagamento de multa.<br />
Protetor Jorge declarou<br />
em entrevista ao jornal Gazeta<br />
Diário que assim como<br />
fora inocentado criminal-<br />
mente também o será no<br />
âmbito cível. "Eu cumpri com<br />
o meu trabalho. Na condição<br />
de enfermeiro, eu fiz um juramento<br />
de salvar vidas. Naquele<br />
momento eu tinha um<br />
compromisso com a sociedade<br />
de Santa Terezinha ao<br />
ocupar a função de diretor de<br />
Saúde daquele município.<br />
Fui inocentado no TJ e serei<br />
no STF, afinal sou inocente",<br />
declarou o parlamentar.<br />
O vereador chegou a ser<br />
alvo, na Câmara Municipal de<br />
Foz do Iguaçu, de um pedido<br />
para abertura de processo<br />
por quebra de decoro em<br />
2017 em razão de ter sido<br />
condenado. A iniciativa terminou<br />
por ser rejeitada pela<br />
maioria dos parlamentares.<br />
Recurso interposto pela defesa do Protetor Jorge deverá<br />
ser analisado pelo STF<br />
Supremo Tribunal Federal decide futuro do ex-presidente Lula<br />
em segunda instância. Com<br />
o posicionamento, ela deve<br />
garantir a derrota do recurso<br />
de Lula. A sua posição era<br />
a única considerada imprevisível.<br />
Até a última atualização<br />
desta reportagem, além de<br />
Rosa Weber, quatro ministros<br />
haviam votado contra a concessão<br />
do habeas corpus (o<br />
relator do caso, Edson Fachin,<br />
e os ministros Alexandre<br />
de Moraes, Luís Roberto<br />
Barroso e Luiz Fux) e<br />
dois a favor (Gilmar Mendes<br />
e Dias Toffoli).<br />
O ex-presidente já teve a<br />
condenação confirmada em<br />
segunda instância — no<br />
caso, pelo Tribunal Regional<br />
Federal da 4ª Região (TRF-<br />
4), em Porto Alegre.<br />
A defesa dele recorreu<br />
ao STF por meio de um habeas<br />
corpus preventivo para<br />
evitar a prisão e o início do<br />
cumprimento da pena de 12<br />
anos e um mês. Os advogados<br />
argumentam que a<br />
Constituição só prevê a execução<br />
da pena após esgotados<br />
os recursos em todas as<br />
instâncias da Justiça.<br />
O julgamento começou<br />
no último dia 22, com as<br />
manifestações da defesa e<br />
do Ministério Público Federal,<br />
responsável pela acusação.<br />
Nessa quarta teve<br />
início a etapa de votos dos<br />
ministros.<br />
A tese defendida pelos<br />
advogados de Lula é a de<br />
que, segundo a Constituição,<br />
"ninguém será considerado<br />
culpado até o trânsito em julgado<br />
de sentença penal condenatória".<br />
Por isso argumentam<br />
que Lula não pode<br />
ser preso em razão da decisão<br />
do TRF-4, um tribunal de<br />
segunda instância, porque<br />
entendem que a prisão só<br />
pode ser executada após o esgotamento<br />
de todos os recursos<br />
em todas as instâncias da<br />
Justiça — incluindo a terceira<br />
(o Superior Tribunal de<br />
Justiça, STJ) e a quarta (o<br />
próprio STF).<br />
A expectativa era a de<br />
que o HC fosse rejeitado pela<br />
maioria dos ministros.