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GAZETA DIARIO 547

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 5 de abril de 2018<br />

JUSTIÇA<br />

Política<br />

03<br />

STJ nega recurso de Protetor Jorge e<br />

remete caso para ser analisado pelo STF<br />

Julgamento diz respeito aos direitos políticos do parlamentar; vereador já foi<br />

absolvido do processo no âmbito da esfera criminal<br />

Bruno Soares<br />

Reportagem<br />

O Superior Tribunal de<br />

Justiça rejeitou ontem (4)<br />

agravo para recebimento de<br />

um recurso especial interposto<br />

pela defesa do vereador<br />

Protetor Jorge (PV) e<br />

remeteu a matéria para que<br />

seja apreciada pelo Supremo<br />

Tribunal Federal (STF). O<br />

que está em análise é uma<br />

ação civil pública ajuizada<br />

pelo Ministério Público do<br />

Paraná (MP-PR) que culminou<br />

com a condenação do<br />

político por ter participado,<br />

em janeiro de 2009, do processo<br />

de contratação de uma<br />

Organização da Sociedade<br />

Civil de Interesse Público<br />

O placar do julgamento<br />

do habeas corpus do ex-presidente<br />

Luiz Inácio Lula da<br />

Silva, nessa quarta-feira (4),<br />

pelo Supremo Tribunal Federal<br />

(STF), estava 5 a 2 em<br />

desfavor do petista até as<br />

22h.<br />

Considerada um voto decisivo,<br />

a ministra Rosa Weber<br />

negou o habeas corpus<br />

de Lula. Ela preferiu analisar<br />

apenas o caso específico do<br />

ex-presidente e deixou de<br />

lado sua posição de que não<br />

é possível permitir prisões<br />

(OSCIP) para gerenciar,<br />

pelo período de 18 meses, o<br />

Pronto Atendimento de Santa<br />

Terezinha de Itaipu. À época,<br />

Jorge ocupava a função de<br />

diretor de Saúde do município<br />

vizinho a Foz do Iguaçu.<br />

Tanto ele como a ex-prefeita<br />

tiveram suas condenações<br />

anuladas.<br />

Na esfera criminal, Protetor<br />

Jorge terminou por ser<br />

absolvido após o Tribunal de<br />

Justiça do Paraná (TJ-PR)<br />

reverter decisão de primeira<br />

instância que o havia condenado<br />

a quatro anos de prisão<br />

mais pagamento de multa.<br />

Protetor Jorge declarou<br />

em entrevista ao jornal Gazeta<br />

Diário que assim como<br />

fora inocentado criminal-<br />

mente também o será no<br />

âmbito cível. "Eu cumpri com<br />

o meu trabalho. Na condição<br />

de enfermeiro, eu fiz um juramento<br />

de salvar vidas. Naquele<br />

momento eu tinha um<br />

compromisso com a sociedade<br />

de Santa Terezinha ao<br />

ocupar a função de diretor de<br />

Saúde daquele município.<br />

Fui inocentado no TJ e serei<br />

no STF, afinal sou inocente",<br />

declarou o parlamentar.<br />

O vereador chegou a ser<br />

alvo, na Câmara Municipal de<br />

Foz do Iguaçu, de um pedido<br />

para abertura de processo<br />

por quebra de decoro em<br />

2017 em razão de ter sido<br />

condenado. A iniciativa terminou<br />

por ser rejeitada pela<br />

maioria dos parlamentares.<br />

Recurso interposto pela defesa do Protetor Jorge deverá<br />

ser analisado pelo STF<br />

Supremo Tribunal Federal decide futuro do ex-presidente Lula<br />

em segunda instância. Com<br />

o posicionamento, ela deve<br />

garantir a derrota do recurso<br />

de Lula. A sua posição era<br />

a única considerada imprevisível.<br />

Até a última atualização<br />

desta reportagem, além de<br />

Rosa Weber, quatro ministros<br />

haviam votado contra a concessão<br />

do habeas corpus (o<br />

relator do caso, Edson Fachin,<br />

e os ministros Alexandre<br />

de Moraes, Luís Roberto<br />

Barroso e Luiz Fux) e<br />

dois a favor (Gilmar Mendes<br />

e Dias Toffoli).<br />

O ex-presidente já teve a<br />

condenação confirmada em<br />

segunda instância — no<br />

caso, pelo Tribunal Regional<br />

Federal da 4ª Região (TRF-<br />

4), em Porto Alegre.<br />

A defesa dele recorreu<br />

ao STF por meio de um habeas<br />

corpus preventivo para<br />

evitar a prisão e o início do<br />

cumprimento da pena de 12<br />

anos e um mês. Os advogados<br />

argumentam que a<br />

Constituição só prevê a execução<br />

da pena após esgotados<br />

os recursos em todas as<br />

instâncias da Justiça.<br />

O julgamento começou<br />

no último dia 22, com as<br />

manifestações da defesa e<br />

do Ministério Público Federal,<br />

responsável pela acusação.<br />

Nessa quarta teve<br />

início a etapa de votos dos<br />

ministros.<br />

A tese defendida pelos<br />

advogados de Lula é a de<br />

que, segundo a Constituição,<br />

"ninguém será considerado<br />

culpado até o trânsito em julgado<br />

de sentença penal condenatória".<br />

Por isso argumentam<br />

que Lula não pode<br />

ser preso em razão da decisão<br />

do TRF-4, um tribunal de<br />

segunda instância, porque<br />

entendem que a prisão só<br />

pode ser executada após o esgotamento<br />

de todos os recursos<br />

em todas as instâncias da<br />

Justiça — incluindo a terceira<br />

(o Superior Tribunal de<br />

Justiça, STJ) e a quarta (o<br />

próprio STF).<br />

A expectativa era a de<br />

que o HC fosse rejeitado pela<br />

maioria dos ministros.

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