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Opinião<br />
Quixote<br />
“Estou sempre alegre e essa é a melhor<br />
maneira de resolver os problemas da vida.”<br />
Charles Chaplin<br />
<strong>QUIXOTE</strong> PARANÁ<br />
Editorial<br />
Por<br />
Marcelo Miguel<br />
Em apoio ao projeto do Pontão de Cultura da Paz,<br />
mantido pelo Instituto Pólis, o Jornal Quixote manifesta aqui<br />
sua solidariedade e adesão a esta proposta através de nosso<br />
editorial e das frases publicadas nesta edição no alto de todas<br />
as páginas, para que artistas, gestores, produtores bem como<br />
a população de modo em geral reflita e atue sempre em<br />
defesa de uma CULTURA DA PAZ.<br />
Qual a sua colaboração para a<br />
CULTURA DA PAZ ?<br />
Nós dizemos bom dia<br />
Eles se calam nos elevadores.<br />
Nós cedemos nossos lugares nos coletivos<br />
para senhoras e idosos.<br />
Eles se sentam primeiro sempre.<br />
EXPEDIENTE<br />
Publicação dirigida com distribuição gratuita nas cidades de<br />
Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo<br />
TIRAGEM: 10 mil exemplares<br />
Circulação Bimestral<br />
Jornalista Responsável:<br />
Adriana Carvalho<br />
Conselho Editorial:<br />
Luciano Lacerda e Marcelo Miguel<br />
Conselho Administrativo:<br />
Marcelo Miguel, Vilma Nogueira<br />
e Sônia Procópio<br />
Colaboradores: Adriano Esturilho, Amanda<br />
Pereira Fonseca, Andrea Mayumi Maciel, Aline<br />
Regina Castro, Cláudio Ribeiro, Fernando Klug,<br />
Fernanda Maranhão, Gilmar Chiapetti, Kátia<br />
Horn, Larissa Nowak e Mário Vendrell Royo -<br />
Cascavel e Região: Neri Wagner - Maringá e<br />
Região: Enderson Espiazi - Itajaí e região: Marcos<br />
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Os artigos publicados aqui não refletem necessariamente a<br />
opinião deste Jornal e de seus diregentes, sendo de inteira<br />
responsabilidade de seus respectivos autores.<br />
www.quixoteart.com.br<br />
Nós respeitamos a ordem de chegada.<br />
Eles furam as filas em nome da pressa.<br />
Nós procuramos entender o seu problema.<br />
Eles buzinam incessantemente porque estão atrasados.<br />
Nós torcemos por nosso time.<br />
Eles xingam e se preocupam somente com o adversário.<br />
Nós buscamos o diálogo.<br />
Eles brigam por qualquer razão.<br />
Nós comemoramos nossas vitórias<br />
com nossos amigos e vizinhos.<br />
Eles fazem festas e não se importam<br />
se o barulho incomoda os demais.<br />
Nós procuramos ser solidários nos momentos difíceis.<br />
Eles procuram uma oportunidade para levar vantagem.<br />
Nós dizemos não a corrupção.<br />
Eles talvez aceitem o suborno.<br />
Nós levamos nossa mensagem quando temos a oportunidade.<br />
Eles carregam armas para poder se defender deles mesmos.<br />
Nós tentamos evitar o conflito em nome do respeito.<br />
Eles escolhem sempre um lado e se dizem guerreiros.<br />
Nós plantamos árvores.<br />
Eles só querem colher os frutos.<br />
Nós construímos escolas.<br />
Eles fabricam tanques e bombas.<br />
Nós cultuamos a paz.<br />
Eles são os que sempre fazem à guerra, matam sem querer e<br />
destroem a humanidade e o planeta.<br />
E você? Vai ser como nós ou como eles?<br />
É nas pequenas ações que talvez tenhamos a chance de<br />
reconstruir a grande utopia da PAZ.<br />
* O Kit do Curso de Gestão Cultural é composto por uma<br />
cartilha completa, um CD de dados contendo arquivos em<br />
power point com resumo das aulas, legislação completa,<br />
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Onde encontrar o Jornal Quixote:<br />
Em Curitiba - No Centro Paranaense Feminino de Cultura, no<br />
Largo da Ordem, no SATED, no La Mancha, nos teatros Lalá<br />
Schneider, Guaíra e José Maria Santos, no Conservatório de<br />
MPB, na sede da Fundação Cultural, nos campus da FAP,<br />
EMBAP e na reitoria da UFPR.<br />
Em São Paulo - Na Casa de Cultura Reversão, na sede do<br />
Instituto Pólis, no SESC Pompéia, no Centro Cultural Vergueiro<br />
Em Porto Alegre - Na Casa de Cultura Mario Quintana, na sede<br />
do Pontão de Cultura Minuano, no SESC Centro e no Centro<br />
Cultural do GASÔMETRO.<br />
Em Florianópolis - Nos Campus da UDESC e UFSC, no CIC,<br />
no TAC e na Fundação Franklin Cascaes<br />
Em Itajaí - Na sede do DCE no campus da UNIVALI.<br />
Página 2<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
Em 21 de Abril de 2008, estiveram reunidos na Plenária final<br />
do Fórum Paulista de Pontos de Cultura, 109 delegados<br />
credenciados de Pontos de Cultura. Foram aprovados os<br />
encaminhamentos, como seguem:<br />
Bloco I - Formação<br />
• Que haja um Grupo de Trabalho de Formação na<br />
Comissão Estadual para articular a realização de eventos<br />
regionais de formação, que invistam na capacitação, para<br />
garantir a qualidade nos encontros dos produtores culturais.<br />
• Que haja articulação política para ações, gestão, e<br />
capacitação da rede dos Pontos de Cultura para<br />
sustentabilidade efetiva em parceira com o MinC e outras<br />
instituições público-privado;<br />
• Que seja promovida a formação de gestores dos<br />
pontos de cultura, por meio de capacitação com técnicos;<br />
organização de redes solidárias para autogestão econômica,<br />
que promova a sustentabilidade; e realização de audiências<br />
públicas que propiciem o protagonismo e empoderamento,<br />
numa parceria entre a rede de pontos e o MinC;<br />
Bloco II – Implantação de Sistema Digital<br />
• Implantação de um sistema digital para solucionar<br />
problemas causados pelo atual sistema de prestações de<br />
contas, por meio da articulação entre técnicos em software<br />
livre ligados ao movimento de pontos, técnicos do MinC e<br />
representante da Comissão Estadual dos Pontos;<br />
• Criação de ferramenta de software para<br />
acompanhamento e monitoramento dos Pontos de Cultura,<br />
por meio do MinC e das comissões estadual e nacional,<br />
como canal facilitador da burocracia vivenciada pelos<br />
Pontos;<br />
• Criação de uma plataforma tecnológica pelos Pontos<br />
de Cultura, a partir do conceito de cultura digital, a ser<br />
implementada pelo MinC.<br />
Bloco III – Troca de Experiências<br />
• Minimizar o isolamento entre os Pontos de Cultura,<br />
promovendo a troca de experiência entre os pontos, por<br />
meio de Mini-teias em nível municipal, estadual e regional,<br />
os programas de intercâmbio e os informativos, impressos e<br />
virtual, para garantir potencial alcançado em espaços não<br />
consagrados;<br />
• Organizar seminários regulares para mostras das<br />
experiências dos pontos, com um grupo de trabalho dentro<br />
da Comissão Estadual.<br />
Bloco IV - Legislação<br />
Fórum Paulista de Pontos de Cultura<br />
Carta de Diadema 2008<br />
• Construir e encaminhar uma nova proposta de lei,<br />
apontando mudanças, que superem as dificuldades na<br />
prestação de contas em uma ação conjunta da comissão<br />
estadual e nacional dos Pontos de Cultura com o MinC;<br />
• Articular a Comissão Estadual com a Comissão<br />
Nacional de Pontos de Cultura para construir Frente<br />
Parlamentar em defesa das necessidades dos Pontos,<br />
propondo emendas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que<br />
atendam a diversidade cultural do País na realidade de cada<br />
Ponto de Cultura;<br />
• Formar um GT para elaboração de propostas de lei<br />
que contemplem um novo modelo de gestão. O PL (Projeto<br />
de Lei) deverá atender os seguintes itens: realizar um estudo<br />
dos problemas físicos e humanos, levantados pelos PCs,<br />
buscar a solução junto ao GT e promover concurso público<br />
para a contratação de pessoal especializado para as funções<br />
previstas.<br />
Bloco V – Gestão Compartilhada<br />
• Estabelecer um GT pelas Comissões estadual e<br />
nacional que elabore um programa de gestão compartilhada<br />
com metas e tarefas definidas que garantam formas de<br />
participação e decisão, não só entre os PCs, mas também<br />
entre os Pontos e o Programa Cultura Viva.<br />
Representatividade e Legitimidade.<br />
Foram apresentados destaques a dois encaminhamentos: a)<br />
redação do encaminhamento referente à imagem dos pontos<br />
de cultura na mídia, de forma a facilitar a compreensão; b)<br />
conteúdo referente à representação de crianças e<br />
adolescentes, não tendo havido consenso nesse item, foram<br />
apresentadas as defesas, as quais foram submetidas à<br />
votação, tendo permanecido a indicação da proposta inicial,<br />
apenas com a substituição do termo “mirim” pela expressão<br />
“crianças e adolescentes de acordo com o ECA” (Estatuto da<br />
Criança e do Adolescente).<br />
A redação final aprovada dos encaminhamentos foi a<br />
seguinte:<br />
São funções da Comissão, em complementação aos<br />
encaminhamentos tirados pela Comissão de Organização do<br />
Fórum:<br />
- Fortalecer a interlocução com a Comissão Nacional do<br />
Audiovisual;<br />
- Fortalecer os Pontos de Cultura desvinculando a imagem<br />
atual como política de governo e fortalecer enquanto Política<br />
Pública, junto à assessoria de imprensa;<br />
- Estudar a construção de representatividade temática na<br />
sua composição;<br />
- Garantir a diversidade do eixo de atuação de cada Ponto<br />
na escolha dos representantes;<br />
- Garantir que a Comissão seja composta proporcionalmente<br />
por pontos da comunidade em relação a pontos que<br />
representam prefeituras para garantir a identidade do<br />
Programa;<br />
- Garantir a participação de delegados crianças e<br />
adolescentes de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e<br />
do Adolescente) num processo de formação, nos encontros<br />
e fóruns;<br />
- Dar condições à rede litoral/interior para garantir a<br />
comunicação entre os pontos e a comissão e os pontos;<br />
- Criar parcerias nas comunidades com instituições<br />
independentes;<br />
- Garantir encontros das comissões de macro regiões.<br />
Forum Paulista dos Pontos de Cultura<br />
Abril de 2008<br />
Congresso Brasileiro<br />
de Poesia<br />
Por<br />
Andrea Motta<br />
“Que acontece<br />
quando se solta uma mola comprimida,<br />
quando se liberta um pássaro, quando se abrem as<br />
comportas de uma represa? Veremos...”<br />
(Gilberto Gil).<br />
Idealizado e comandado por Ademir Antonio Bacca,<br />
realizou-se de 06 a 11 de outubro o XVI Congresso<br />
Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves - Rio Grande do<br />
Sul. O evento que ultrapassa as fronteiras da Serra Gaúcha<br />
reúne poetas, atores, músicos e artistas plásticos dos mais<br />
diversos Países e Estados brasileiros e transforma a pacata<br />
cidade de Bento Gonçalves no lugar de encontro de todas<br />
as vozes, de todos os sonhos e de todos os poetas.<br />
Foram dias de intensa celebração cultural, em que o<br />
envolvimento da população, em especial dos alunos e<br />
professores das redes pública e privada de ensino foi o<br />
ponto culminante.<br />
O contato direto da comunidade com o movimento<br />
literário e poético nacional e internacional, através dos<br />
projetos, Poetas nas Escolas, Poesia na Vidraça, Oficinas<br />
de Poesia Visual dentre outros proporcionou a todos,<br />
momentos de puro êxtase. Momentos de gargalhadas e de<br />
lágrimas. De emoção e aplauso. De crianças preocupadas<br />
com o amanhã literário, como Tainá e Emanuelle, ambas<br />
com 11 anos, que na raça fundaram a mais nova biblioteca<br />
do Rio Grande do Sul – a Biblioteca Comunitária Mário<br />
Quintana. Momentos de talento e mais talento, de tanta<br />
beleza, de pássaros livres e comportas abertas.<br />
Indiscutivelmente é desta troca de experiências que<br />
surge a inspiração, o novo. E apesar de todas as<br />
dificuldades, de tantas vozes contrárias à difusão da Poesia,<br />
vemos esta a cada dia mais viva. O Congresso Brasileiro de<br />
Poesia, a cidade de Bento Gonçalves e o guerreiro Ademir<br />
Bacca são a prova disto.<br />
Parafraseando Ronaldo Werneck, digo: “Eu volto.<br />
Voltamos todos no ano que vem, num só (as)salto poético,<br />
num só vôo – aves, aves! – sobre as serras e ruas de Bento<br />
Gonçalves”.<br />
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<strong>QUIXOTE</strong><br />
Página 3<br />
Opinião<br />
Novembro 2008
Políticas Públicas<br />
Quixote<br />
“Não há caminho para a paz, a paz é o caminho.”<br />
Mahatma Ghandi<br />
BRASIL<br />
Célio Turino Secretario de<br />
Programas e Projetos<br />
Culturais do Ministério da<br />
Cultura, organismo<br />
responsável pelo programa<br />
Cultura Viva.<br />
Representantes de mais de 800 Pontos de<br />
Cultura se reúnem em Brasília no Téia 2008<br />
Começa no próximo dia 12 de<br />
novembro o encontro nacional dos<br />
Pontos de Cultura, Teia Brasília 2008. O<br />
evento, que será realizado em vários<br />
espaços culturais da cidade, trará para<br />
a capital da República uma grande<br />
mostra da imensa diversidade cultural<br />
do país, além de reunir integrantes de<br />
mais de 800 pontos vinculados ao<br />
Programa Cultura<br />
Viva, da Secretaria<br />
de Programas e<br />
Projetos Culturais do<br />
Ministério da Cultura<br />
(SPPC/ MinC).<br />
A cerimônia<br />
oficial de abertura da<br />
Teia Brasília 2008<br />
será na Sala Villa-<br />
Lobos do Teatro<br />
Nacional Cláudio<br />
Santoro, na quintafeira,<br />
dia 13, às 19h,<br />
e contará com as<br />
presenças do<br />
ministro da Cultura, Juca Ferreira, do<br />
secretário da SPPC/ MinC, Célio Turino,<br />
dentre outras autoridades Na ocasião, o<br />
artista popular de Minas Gerais, Pereira<br />
da Viola, executará o Hino Nacional, e<br />
logo após haverá a apresentação da<br />
ópera Macunaíma, por um grupo<br />
artístico de São Paulo.<br />
A programação do TEIA conta com<br />
uma série de shows e espetáculos<br />
culturais a serem apresentados pelos<br />
Pontos de Cultura e de um cortejo cultural<br />
pela Esplanada dos Ministérios, além da<br />
realização do II Fórum Nacional dos<br />
Pontos de Cultura, que este ano debaterá<br />
o tema Iguais na Diferença, relacionando<br />
Cultura e Direitos Humanos.<br />
Célio Turino<br />
Na entrevista abaixo<br />
disponibilizada no site do MinC, o<br />
secretário Célio Turino, da SPPC/<br />
MinC, fala sobre as idéias que deram<br />
origem aos encontros nacionais dos<br />
Pontos de Cultura e a respeito da<br />
parceria com a Secretaria Especial de<br />
Direitos Humanos da Presidência da<br />
República, estabelecida para a edição<br />
da Teia 2008.<br />
Como surgiu a idéia da realização<br />
dos encontros da Teia?<br />
Célio Turino - A Teia é uma síntese de<br />
reflexão, organização e encantamento.<br />
Envolve um encontro presencial com<br />
mostras artísticas, que é a questão do<br />
encantamento, essa explosão das<br />
expressões culturais dos Pontos de<br />
Cultura. Envolve, também, seminários<br />
que refletem sobre determinados temas.<br />
No caso, deste ano, o tema trata sobre<br />
cultura e direitos humanos. É um<br />
princípio do Programa Cultura Viva, a<br />
gestão em rede dos Pontos de Cultura.<br />
Ela vem sendo feita através da costura<br />
de diversas redes que estão crescendo<br />
e atuando de maneira orgânica. É o<br />
caminho da autonomia dos Pontos de<br />
Cultura. Será realizado, ainda, o Fórum<br />
Nacional dos Pontos de Cultura, que<br />
neste encontro, também avança nos<br />
mecanismos de auto-organização.<br />
A Teia Brasília 2008 traz algum<br />
diferencial com relação as<br />
anteriores?<br />
Célio Turino - Em primeiro lugar,<br />
uma maturidade maior dos Pontos<br />
de Cultura. Tanto que esta Teia tem<br />
a organização fundamentalmente<br />
nas mãos dos próprios pontos.<br />
São eles que definiram a<br />
programação cultural e uma<br />
série de outras expressões<br />
e, também, na organização<br />
dos pontos por todo o país,<br />
que está cada vez mais<br />
forte.<br />
Este ano o tema escolhido<br />
foi ‘Iguais na Diferença’, que<br />
é fruto de uma parceria com<br />
a Secretaria Especial de<br />
Direitos Humanos da<br />
Presidência da República.<br />
Qual a contribuição desta<br />
parceria para a Teia?<br />
Célio Turino - Do ponto de vista<br />
financeiro, fundamentalmente, é a<br />
parte de publicações a posteriori da<br />
Teia. Tem um livro e tudo mais. Mas<br />
isso não é o mais significante, o<br />
principal é a temática dos Direitos<br />
Humanos, que esse ano completa 60<br />
anos da Declaração Universal dos<br />
Direitos Humanos, proclamada e<br />
adotada pela Assembléia Geral das<br />
Nações Unidas no dia 10 de<br />
dezembro de 1948.<br />
Os pontos de cultura são a expressão<br />
da diversidade cultural brasileira,<br />
desde pontos de cultura como os dos<br />
índios Ashaninkas, em Marechal<br />
Taumaturgo (AC), onde as pessoas<br />
precisam tomar um barco para<br />
chegarem até lá, até pontos de cultura<br />
com grupos de vanguarda, como o de<br />
teatro experimental.<br />
Então é o retrato da diferença, mas no<br />
exercício da diferença, as pessoas<br />
também se percebem unas. A idéia é<br />
de que na diferença as pessoas se<br />
percebem na igualdade, em<br />
humanidade. No fundo somos todos<br />
iguais, diferentes na forma, mas iguais<br />
na essência.<br />
Esse slogan ‘Iguais na diferença’ saiu<br />
de um ponto de cultura. Foi oferecido<br />
para a Secretaria Especial de Direitos<br />
Humanos para o encontro do ano<br />
passado. A gente reapresentou e<br />
resignificou, neste ano. O ponto de<br />
cultura que propôs o slogan foi o Eletro<br />
Cooperativa, da Bahia.<br />
O programa Cultura Viva é sem<br />
dúvida nenhuma um dos mais<br />
importantes programas de políticas<br />
públicas para o setor cultural<br />
implantado no Brasil, e é o<br />
responsável pelo surgimento dos<br />
pontos de cultura e pela imensa rede<br />
de agentes e produtores culturais<br />
que está se organizando ao redor<br />
dos Fóruns Estaduais dos Pontos de<br />
Cultura e da Téia Nacional e das<br />
Regionais.<br />
CURITIBA<br />
Por esta razão, o Jornal Quixote,<br />
buscando contribuir com a<br />
continuidade desta proposta, tem<br />
sistematicamente em suas edições<br />
divulgado o trabalho de diversos<br />
pontos de cultura, e continuaremos<br />
mantendo este espaço para difusão<br />
deste trabalho.<br />
Página 4<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
Pela Cultura da Paz<br />
Pólis - Assessoria, Formação e Estudos em Políticas Sociais<br />
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Fones: (11) 2174-6800 / Fax: (55 11) 2174-6848<br />
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“O trabalho é pioneiro: não há nenhum outro trabalho no país com estas características. Por isso, os desafios<br />
são muitos, temos tudo a criar e construir, dos conceitos às poéticas; do concreto-real”<br />
Hamilton Farias:<br />
“Acredito que somos seres espirituais<br />
e na poetização da vida como<br />
caminho do reencantamento do<br />
mundo. Acredito na construção da<br />
paz e na felicidade dos seres<br />
humanos. Acredito que a ação dos<br />
artistas no mundo pode contribuir<br />
para isso.”<br />
O Instituto Pólis lançou na<br />
cidade de São Paulo o Pontão<br />
Temático da Cultura de Convivência<br />
e da Paz, em convênio com o<br />
programa Cultura Viva do Ministério da<br />
Cultura. Destinado basicamente à<br />
juventude, o espaço terá como foco a<br />
formulação e a troca de<br />
conhecimentos e práticas que<br />
busquem a convivência plural. O<br />
Pontão pretende contribuir para<br />
articular outros pontos de cultura de<br />
paz no País e gerar propostas de<br />
políticas para a juventude. A seguir,<br />
leia a entrevista com o coordenador do<br />
pontão, Hamilton Faria, divulgada no<br />
site do Instituto Pólis.<br />
Conte um pouco sobre qual é o<br />
papel, metodologia e as tarefas<br />
práticas de um pontão de cultura e<br />
também de seus objetivos.<br />
Hamilton Faria - Um pontão temático<br />
como o nosso deve contribuir na<br />
articulação de outros pontos em torno<br />
de seu tema, no caso, a Cultura de Paz<br />
e Convivência, gerando propostas e<br />
valores para juventude. A nossa missão<br />
é implantar os valores metodológicos e<br />
políticos da Cultura de Paz e<br />
Convivência nos Pontos de Cultura e<br />
contribuir para articulações nacionais do<br />
Ministério da Cultura. Para cumprir com<br />
esse objetivo, iremos criar um campo de<br />
ausculta com jovens, com metodologia<br />
própria em 20 pontos. De início, isso<br />
será feito em estados mais próximos à<br />
São Paulo, para desdobrar-se no<br />
próximo convênio em regiões mais<br />
distantes. A ideía é criar uma<br />
metodologia que possa possibilitar fazer<br />
auscultas socioculturais em qualquer<br />
cenário. A primeira tarefa prática<br />
operacional do Pontão é montar a<br />
estrutura e a equipe. Conceitualmente,<br />
é definir metodologias de ausculta,<br />
capacitar os auscultadores e auscultar<br />
os pontos. Este material vamos<br />
sistematizar e colocar em rede. Vamos<br />
também colocar conteúdos na rede web<br />
em parceria com o IPSO (Instituto de<br />
Pesquisas e Projetos Sociais e<br />
Tecnológicos).<br />
De que maneira o Pontão pode<br />
colaborar na criação e melhorias<br />
das políticas públicas em cultura na<br />
cidade de São Paulo?<br />
HF - Este é um processo que está<br />
começando, ainda não sabemos de<br />
todos os desdobramentos. A própria<br />
existência de um Pontão ativo desta<br />
natureza já traz incidências sobre<br />
políticas públicas. É o caso do<br />
Movimento Nossa São Paulo que já<br />
incluiu a Cultura de Paz em sua<br />
plataforma cultural. Conversaremos<br />
com a Câmara dos Vereadores,<br />
particularmente sua Comissão de<br />
Juventude, já estamos em relação com<br />
candidatos à prefeitura da cidade.<br />
Pretendemos reativar o Conselho<br />
Municipal de Cultura de Paz criado<br />
pelo Vereador Nabil Bonduki em 2003.<br />
Mas como eu disse, os<br />
desdobramentos são muitos e<br />
imprevisíveis: articulação com redes<br />
de cultura de paz, encontros<br />
internacionais e locais. Na próxima<br />
semana apresentarei a proposta para<br />
a Comissão Justiça e Paz e em breve<br />
para a Secretaria Nacional de Direitos<br />
Humanos.<br />
Quais serão as principais atividades<br />
do Pontão?<br />
HF - Neste primeiro ano, sem dúvida,<br />
nossa principal ação será as auscultas<br />
e todo o aprendizado decorrente delas<br />
e dos os seus acúmulos e<br />
elaborações. No segundo ano<br />
partiremos para a formulação de<br />
propostas de políticas públicas de<br />
Cultura de Convivência e Paz com a<br />
realização de encontros regionais e<br />
nacional. No terceiro ano,<br />
sistematizaremos mais profundamente<br />
a metodologia, faremos um livro com<br />
resultados qualitativos, quantitativos e<br />
metodológicos, além de um vídeo<br />
apresentando os melhores momentos.<br />
O Pontão inclui o Grupo de Diálogo<br />
e o Conselho de Paz. Quais serão<br />
as funções destes espaços?<br />
HF - O Grupo de Diálogo será<br />
formado por especialistas em<br />
várias áreas, jovens dos pontos<br />
de cultura, jovens não<br />
integrantes de pontos, membros<br />
de Pontões e especialistas em<br />
Cultura de Paz. Será o balizador<br />
conceitual de todo o trabalho.<br />
Deverá se reunir uma vez por mês<br />
com atividades abertas. Já o Conselho<br />
de Paz dará a legitimidade pública do<br />
SANSORES ASSESSORIA CONTÁBIL<br />
PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PROJETOS<br />
trabalho. Deverão estar presentes<br />
pessoas dos Pontos e Pontões e<br />
outras pessoas social e culturalmente<br />
transformadoras do país e do exterior.<br />
Quais são suas expectativas e os<br />
desafios para o Pontão?<br />
HF - O trabalho é pioneiro: não há<br />
nenhum outro trabalho no país com<br />
estas características. Por isso, os<br />
desafios são muitos, temos tudo a criar<br />
e construir, dos conceitos às poéticas;<br />
do concreto-real (para lembrar<br />
Guimarães Rosa), até os seus<br />
símbolos mais fortes; do envolvimento<br />
dos jovens até a formação de uma<br />
equipe que tenha a paz como<br />
fundamento de sua ecologia interior;<br />
do trabalho educativo entre os técnicos<br />
do Pólis, ao trabalho com as ações de<br />
políticas públicas de cultura para<br />
convencê-los da transversalidade do<br />
tema, em suas ações até a sua<br />
inclusão no Plano Nacional de Cultura.<br />
Enfim, a Cultura de Paz é a alma do<br />
reencantamento do mundo, sem ela<br />
não haverá mudanças substanciais,<br />
equilíbrio planetário e mundos<br />
poéticamente habitáveis.<br />
LEI ROUANET, LEI MUNICIPAL, FUNDO MUNICIPAL - CURITIBA<br />
Fone / Fax: (41) 3253-1430 / 3254-83<strong>24</strong><br />
ULISSES LUIZ TRAPP CONTADOR CRCPR/ 047067/O-1<br />
IRINEU IVU TRAPP TÉC.CONTABIL CRCPR 033578/O-0<br />
BRASIL<br />
Página 5<br />
Novembro 2008<br />
Políticas Públicas
Pontos de Cultura<br />
Quixote<br />
“Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu<br />
aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior”<br />
Dalai Lama<br />
SÃO PAULO<br />
Foto acima, a artista Lucila<br />
Maia durante Forum Mundial<br />
Social em Porto Alegre<br />
Foto abaixo, Oficina de<br />
Escultura do Movimento<br />
em Defesa aos favelados<br />
Uma Constelação<br />
de Sonhos e Sorrisos<br />
Associação Comunitária<br />
Cultural Constelação -<br />
Ponto de Cultura TO AI<br />
(Time de Oficinas Artísticas<br />
Integradas)<br />
A Constelação foi fundada no ano<br />
de 1996, por iniciativa da artista plástica,<br />
Lucila Maia, que desde 1991 vem<br />
ensinando arte às crianças e<br />
adolescentes que vivem em situação de<br />
vulnerabilidade social, segundo seus<br />
questionamentos: “...qual a função social<br />
da Arte se for privilégio de alguns ,<br />
acredito no poder transformador que a<br />
arte proporciona ao indivíduo por meio do<br />
fazer artístico, permitindo-lhe ampliar o<br />
olhar, a sensibilidade, o auto<br />
conhecimento e a compreensão do<br />
mundo”.<br />
Foi assim que a Arte a motivou a<br />
concretizar uma Ação Social, surgiu,<br />
então a Associação Comunitária Cultural<br />
Contelação. Hoje a A.C.C Constelação<br />
atua na zona leste de São Paulo, em<br />
Sapopemba em parcerias e tendo<br />
projetos aprovados em Editais do<br />
Ministério da Cultura, como o Ponto<br />
de Cultura TÔ AÍ (Programa Cultura<br />
Viva), o qual recebeu dois premios do<br />
Programa Escola Viva por suas ações<br />
junto as escolas Municipais em<br />
parceria com a Secretaria Municipal<br />
de Educação e Coordenadoria de<br />
Educação de São Mateus, chegando<br />
a levar arte, cultura e lazer para<br />
aproximadamente 3.400 crianças e<br />
adolescentes da região Leste de São<br />
Paulo.<br />
O projeto premiado foi o<br />
“Programa São Paulo é uma Escola”,<br />
no qual a A.C.C.Constelação foi<br />
aprovada em 3 Editais Públicos,<br />
trabalhou em 8 Escolas Municipais e 3<br />
CÉUS. Em 2007 foram implantadas<br />
820 oficinas: de artes plásticas,<br />
grafite, teatro, música, capoeira, arte<br />
digital, história em quadrinhos, papel<br />
reciclado, mosaico e xadrex, nos<br />
Distritos de Sapopemba, São Mateus<br />
e Parque São Rafael.<br />
Além disso, em seu histórico,<br />
acumula o reconhecimento do Instituto<br />
Ayrton Senna, por desenvolver um<br />
trabalho de qualidade e vem<br />
conquistando outros méritos junto aos<br />
órgãos governamentais, empresas e<br />
sociedade civil.<br />
Através da Constelação, houve<br />
também projetos como o “ Movimento<br />
Pela Paz” em 2004. Este projeto visa<br />
mobilizar e envolver ONGs, escolas,<br />
órgãos públicos, empresários, artistas,<br />
enfim, pessoas da sociedade civil na<br />
realização de ações que integram<br />
artistas famosos e anônimos para<br />
promover a Cultura da Paz, divulgar<br />
as metas do milênio e unir as pessoas<br />
em prol do desenvolvimento humano.<br />
Outros projetos como o “Estrelas<br />
em Ação” que pretende desenvolver a<br />
cultura do voluntariado e na causa<br />
social da Constelação. Com objetivos<br />
de compartilharmos experiências,<br />
exercer a cidadania e a<br />
responsabilidade de cada um na<br />
construção de um mundo mais digno e<br />
justo. E nossas ferramentas são<br />
exatamente as pessoas, os voluntários.<br />
No ano de 2005, quando foi<br />
aprovado o Ponto de Cultura TO AI<br />
(Time de Oficinas Artísticas<br />
Integradas), para o Distrito de<br />
Sapopemba, zona leste de São Paulo,<br />
com o objetivo geral de desenvolver o<br />
Texto:<br />
Aline Regina Castro<br />
protagonismo juvenil por meio da arte,<br />
educação, palestras, propiciando a<br />
gestão compartilhada, a formação de<br />
lideranças voltadas para a cultura da<br />
paz, profissionalização, a<br />
multiplicação e a busca pela<br />
sustentabilidade. Foram implantadas<br />
oficinas gratuítas de: Histórias em<br />
Quadrinhos, Artes Plásticas,<br />
Webdesign (desenvolvimento da<br />
cultura digital), após esse apoio inicial<br />
conseguimos parceiros e voluntários e<br />
implantamos as oficinas de: Produção<br />
de Bijouterias com materiais<br />
reciclados e Serigrafia. Além disso,<br />
fizemos parceria com a Associação<br />
Cultural Kinifórum, que aplicou<br />
oficinas de cinema e vídeo, com<br />
quatro filmes produzidos pelos jovens<br />
e apresentados no Festival<br />
Internacional de Curtas e nos<br />
tornamos Aliados do Instituto Criar, um<br />
dos resultados dessas parcerias foi a<br />
criação do grupo “MesclaMÍDIA”,<br />
iniciativa de alguns jovens<br />
beneficiados por essas capacitações.<br />
Atualmente, o grupo é composto por 6<br />
jovens, as voluntárias Stella Natale e<br />
Aline Regina, e estão produzindo o<br />
Documentário “Memórias de<br />
Sapopemba”.<br />
Os principais resultados desse<br />
trabalho é a melhora da capacidade<br />
de gestão e autonomia dos jovens da<br />
região e atualmente da conquista de<br />
um espaço físico próprio, em parceria<br />
com a Prefeitura de Sâo Paulo, para<br />
continuar desenvolvendo um trabalho<br />
de qualidade e metodologia inovadora<br />
da Associação Cultural Constelação,<br />
que visa formar pessoas para<br />
compartilhar conhecimentos e fazer<br />
gestão de projetos que conscientizem<br />
sobre a importancia do papel de cada<br />
um em busca da dignidade de viver e<br />
fazer o melhor para a humanidade.<br />
Entre estes e outros projetos e<br />
ideais da A.C.C Constelação como<br />
ponto de cultura TO AÌ, desejamos<br />
uma sociedade mais humanizada e<br />
com vontade de agregar novos<br />
valores éticos, artísticos e<br />
educacionais, com responsabilidade<br />
social e ambiental, à começar por<br />
nossos jovens e todos os integrantes<br />
da Constelação. Entre em contato<br />
conosco e faça parte dessa<br />
construção.<br />
Site: www.constelacao.org.br<br />
Telefone: (11) 5563-0846<br />
Página 6<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
Sopapo: No Toque do Tambor<br />
Texto:<br />
Adriano Floriani<br />
QUILOMBO DO SOPAPO<br />
Avenida Capivari, 602<br />
Bairro Cristal - Porto Alegre/RS<br />
(51) 3398-6788<br />
quilombodosopapo@gmail.com<br />
A Guayí é uma organização<br />
não-governamental sem fins<br />
lucrativos, constituída como OSCIP<br />
(Organização da Sociedade Civil de<br />
Interesse Público), com atuação no<br />
Estado do Rio Grande do Sul,<br />
sediada em Porto Alegre e Caxias do<br />
Sul. Foi fundada em julho de 2001 e<br />
tem como origem o GEA – Formação<br />
e Assessoria, ONG criada em 1979,<br />
com atuação junto ao movimento<br />
social, urbano e rural, movimento<br />
sindical e na luta pelos direitos da<br />
mulher.<br />
A Guayí tem como missão<br />
estimular a auto-organização da<br />
sociedade para a construção de<br />
seus direitos, na perspectiva<br />
generosa e solidária de um outro<br />
mundo possível, onde haja<br />
socialização dos frutos do<br />
desenvolvimento e de todas as<br />
dimensões do poder, com respeito<br />
às diferenças, não sendo estas<br />
motivo de desigualdade social. Para<br />
a Guayí, a possibilidade desta nova<br />
sociedade só pode ser coletiva,<br />
plural e profundamente democrática.<br />
A entidade é composta por um<br />
conjunto de colaboradores oriundos<br />
dos movimentos sociais e da<br />
experiência de gestão pública em<br />
Porto Alegre e no Estado do Rio<br />
Grande do Sul. Guayí significa<br />
“semente” no idioma Guarani, grupo<br />
indígena desta região do Brasil. A<br />
Guayí possui 40 associados, cinco<br />
núcleos temáticos de atividade<br />
(Economia Solidária; Violência,<br />
Segurança e Direitos Humanos;<br />
Habitação e Políticas Urbanas;<br />
Ecologia e Agricultura; e Cultura e<br />
Inclusão Digital), os quais funcionam<br />
com quadros próprios da entidade e<br />
com voluntários.<br />
Página 7<br />
Cultura, Cidadania e<br />
Economia Solidária<br />
A Guayí executa em Porto<br />
Alegre (RS) o Projeto Ponto de<br />
Cultura, financiado pelo Ministério da<br />
Cultura para promover a diversidade<br />
cultural brasileira. O projeto é<br />
desenvolvido no bairro Cristal, na Zona<br />
Sul da Capital, em parceria com o<br />
Sindicato dos Trabalhadores do<br />
Judiciário Federal no RS (Sintrajufe),<br />
Serviço Federal de Processamento de<br />
Dados (Serpro) e com a Região<br />
Cristal, representada por diversas<br />
organizações.<br />
O Ponto de Cultura,<br />
denominado Casa do Cristal-<br />
Quilombo do Sopapo, busca<br />
incentivar e desenvolver ações<br />
comunitárias que integrem arte,<br />
cultura, cidadania e economia<br />
solidária. O projeto tem como foco a<br />
música, a produção cultural local e a<br />
comunicação comunitária, utilizando<br />
software livre e incentivando a<br />
democratização da informação e da<br />
comunicação. A inauguração do Ponto<br />
de Cultura Quilombo do Sopapo<br />
ocorreu em 16 de abril de 2008. O<br />
projeto prevê, além das oficinas de<br />
formação, estúdio multimeios e<br />
telecentro, em fase de instalação.<br />
O Quilombo do Sopapo<br />
desenvolve, desde março de 2008,<br />
oficinas de comunicação comunitária,<br />
que buscam estimular a capacidade<br />
crítica em relação aos meios de<br />
comunicação social. Foram realizadas<br />
oficinas de capacitação em produção<br />
audiovisual (março/agosto), radialismo<br />
comunitário (abril), produção de texto<br />
(maio) e fotografia (junho). Em<br />
novembro, será realizada uma Mostra<br />
Cultural com os trabalhos produzidos<br />
pelos jovens participantes das oficinas.<br />
As atividades reuniram cerca de<br />
40 jovens e adultos. O<br />
desenvolvimento das oficinas de<br />
comunicação comunitária no Ponto de<br />
Cultura Quilombo do Sopapo contou<br />
com a participação de diferentes<br />
grupos e atores sociais envolvidos na<br />
temática da democratização da<br />
comunicação: Agência Livre para<br />
Informação, Cidadania e Educação<br />
(ALICE), responsável pelo jornal “Boca<br />
de Rua”; Associação Brasileira de<br />
Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO-<br />
RS); Rádio Ipanema Comunitária 87,9<br />
FM; Cooperativa de Comunicação<br />
Catarse; além do apoio do Fórum<br />
Nacional pela Democratização da<br />
Comunicação (FNDC). Cada módulo<br />
foi composto de cinco encontros,<br />
totalizando 20 horas aula.<br />
Uma outra ação surgida por<br />
iniciativa da Guayí, através de seu<br />
Núcleo: Violência, Segurança e<br />
Direitos Huma-nos, é uma<br />
proposta alternativa via<br />
economia solidária na<br />
prevenção à violência. O<br />
projeto: “Economia Solidária<br />
Pontos de Cultura<br />
na Prevenção à Violência”, em<br />
convênio com a Secretaria Nacional de<br />
Economia Solidária do Ministério do<br />
Trabalho e Emprego (Senaes/MTE) e<br />
a Fundação Banco do Brasil, tem os<br />
seguintes objetivos:<br />
· Realizar um Curso de<br />
Produção Cultural Comunitária, com<br />
196 horas de aula, formando agentes<br />
culturais comunitários, para uma turma<br />
de 20 jovens, que também estarão<br />
realizando um Mapa da Diversidade<br />
Cultural do Cristal e uma mostra<br />
cultural da região.<br />
· Estruturação de uma<br />
incubadora de produção cultural onde<br />
será desenvolvido, inicialmente, a<br />
incubação de dois grupos de jovens,<br />
com atividades de geração de renda,<br />
na constituição de empreendimentos<br />
associativos solidários, nas áreas de<br />
comunicação (vídeo e áudio) e<br />
tecnologia da informação (hardware e<br />
software livre), tendo como<br />
contrapartida, por parte destes jovens,<br />
ações comunitárias de prevenção à<br />
violência junto a suas comunidades.<br />
O sopapo<br />
O sopapo, que dá nome ao<br />
Ponto de Cultura do bairro Cristal, é<br />
um tambor afro-gaúcho, feito<br />
originalmente com casca de árvore e<br />
couro de cavalo. Foi criado no século<br />
19 por negros escravizados que<br />
trabalhavam nas charqueadas na<br />
região de Pelotas (RS). Há registros<br />
do seu uso desde 1826. Considerado<br />
o mais autêntico e antigo tambor do<br />
Rio Grande do Sul, confere sonoridade<br />
peculiar ao samba afro-gaúcho. O<br />
sopapo quase<br />
desapareceu<br />
junto com sua<br />
história nos anos<br />
90. Seu resgate<br />
se deu pelo<br />
trabalho de<br />
artistas como<br />
Giba-Giba, e<br />
grupos musicais<br />
Bataclã FC e<br />
Serrote Preto.<br />
RIO GRANDE DO SUL<br />
Novembro 2008
Patrimonio<br />
Quixote<br />
“Sobre todas as coisas há 3 pontos de vista: O teu, o meu e o correto”<br />
Provérbio Chinês<br />
BRASIL<br />
Texto:<br />
Marcelo Miguel<br />
São Luís do Maranhão será a<br />
Capital Brasileira da Cultura 2009<br />
O projeto Capital Brasileira da<br />
Cultura teve início no ano de 2005<br />
com a escolha de Olinda /<br />
Pernambuco para ser a primeira<br />
cidade no País a receber o título de<br />
Capital Brasileira da Cultura em 2006.<br />
Nos anos seguintes, São João Del<br />
Rey / MG e Caxias do Sul / RS<br />
conquistaram este direito, e agora a<br />
cidade de São Luís do Maranhão<br />
ocupará este posto durante todo o ano<br />
de 2009.<br />
Este projeto de âmbito nacional,<br />
criado pela Organização Capital<br />
Americana da Cultura está sendo<br />
implementado no Brasil pela ONG<br />
CBC - Capital Brasileira da Cultura,<br />
entidade que integra o Bureau<br />
Internacional de Capitais Culturais,<br />
juntamente com a Capital Americana<br />
de la Cultura, Capital de la Cultura<br />
Catalana, Capital de la Cultura<br />
Española e US Capital of Culture.<br />
Centro Histórico de São Luís<br />
apresentadas atendem aos requisitos<br />
estabelecidos no regulamento. As<br />
candidaturas pré-qualificadas<br />
passaram então para uma segunda<br />
fase onde serão analisadas<br />
individualmente por cada um dos<br />
membros do Comitê Julgador, que<br />
escolherá as finalistas. Na terceira e<br />
última etapa será então escolhida a<br />
cidade ganhadora dentre as finalistas,<br />
em uma reunião do Comitê Julgador,<br />
geralmente promovida na sede do<br />
MinC em Brasília.<br />
Segundo o diretor executivo da<br />
CBC, Mario Vendrell Royo, a missão<br />
principal deste projeto é o de<br />
“Fomentar o desenvolvimento social e<br />
econômico dos municípios brasileiros,<br />
através da valorização e promoção de<br />
seu patrimônio e diversidade cultural,<br />
gerando emprego e renda, e<br />
contribuindo para a formação da<br />
cidadania.”<br />
Aqui no Brasil, este projeto conta<br />
com o apoio dos Ministérios da Cultura<br />
e do Turismo através de um acordo de<br />
parceria firmado com a ONG CBC,<br />
concedendo o seu apoio institucional,<br />
fazendo a sua divulgação, bem como<br />
participando do Comitê Julgador que<br />
anualmente elege uma cidade brasileira<br />
para receber o título de Capital<br />
Brasileira da Cultura.<br />
Qualquer município brasileiro<br />
pode apresentar a sua candidatura<br />
para postular a designação de Capital<br />
Brasileira da Cultura, conforme<br />
calendário previsto no regulamento do<br />
projeto CBC. Anualmente acontece<br />
um processo de seleção das<br />
candidaturas, realizado em três<br />
etapas. Na primeira fase a ONG CBC<br />
faz uma pré-qualificação para<br />
certificar-se que as candidaturas<br />
Para mais informações sobre<br />
as Capitais da Cultura acesse:<br />
ONG - Capital Brasileira da Cultura<br />
www.capitalbrasileiradacultura.org<br />
Bureau Internacional de Capitais Culturais<br />
www.ibocc.org<br />
Capital Americana de la Cultura<br />
www.cac-acc.org<br />
Capital de la Cultura Catalana<br />
www.ccc.cat<br />
Capital de la Cultura Española<br />
www.ccesp.org<br />
US Capital of Culture<br />
www.culturalcapital.us<br />
Também compõem a<br />
estrutura organizativa da CBC<br />
integrando o Conselho Consultivo,<br />
Célio Turino – Secretário de<br />
Programas e Projetos Culturais –<br />
Ministério da Cultura ; José Evaldo<br />
Gonçalo – Secretário de<br />
Desenvolvimento de Programas de<br />
Turismo – Ministério do Turismo ;<br />
Danilo Santos de Miranda – Diretor do<br />
Departamento Regional – Serviço<br />
Social do Comércio – Administração<br />
Regional no Estado de São Paulo e<br />
integrando o Conselho Fiscal, Carlos<br />
Wendel de Magalhães – Diretor<br />
Executivo da Cinemateca Brasileira;<br />
Joel Inglada Vidal – Diretor Secretário<br />
da Associação Cultural Catalonia em<br />
São Paulo; Márcia Hirata – Diretora<br />
da APOENA Empreendimentos<br />
Sociais Ltda.<br />
As fotos das página 8 e 9<br />
foram gentilmente<br />
cedidas pelo São Luís<br />
Convention & Visitors<br />
Bureau, uma das<br />
entidades parceiras no<br />
projeto Capital Brasileira<br />
da Cultura.<br />
Para ter maiores<br />
informações sobre<br />
São Luís do Maranhão<br />
acesse:<br />
www.saoluisconvention.com.br<br />
O Jornal<br />
Quixote<br />
também<br />
integra o<br />
Projeto das<br />
Capitais<br />
Brasileiras<br />
da Cultura<br />
A Quixote Art & Eventos e a ONG<br />
CBC - Capital Brasileira da Cultura,<br />
entidade sediada na cidade de São<br />
Paulo, firmaram parceria para que o<br />
Jornal Quixote e a empresa de<br />
consultoria Quixote Art & Eventos<br />
passem também a colaborar com o<br />
desenvolvimento deste projeto.<br />
Já para o ano de 2009, quando<br />
São Luís do Maranhão estará<br />
ostentando o título de capital<br />
brasileira da cultura, o Jornal<br />
Quixote apresentará uma série de<br />
matérias especiais sobre a capital<br />
maranhense e toda a programação<br />
cultural da cidade. Durante a<br />
vigência deste título os integrantes<br />
da Quixote auxiliarão a ONG CBC na<br />
organização e promoção de uma<br />
série de cursos, treinamentos e<br />
projetos culturais naquela cidade,<br />
além de contribuir com a produção<br />
de um jornal de distribuição nacional<br />
e um programa de TV sobre a CBC<br />
para exibição em canal aberto.<br />
A Quixote estará oferecendo ainda<br />
consultoria para formatação de<br />
projetos culturais, auxiliará na<br />
formação de uma Incubadora de<br />
Projetos Culturais e na criação de um<br />
Núcleo de Captação de Recursos a<br />
ser instalado em São Luís.<br />
Página 8<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
São Luís do Maranhão: 396 anos de História<br />
Texto base: Site Governo do Maranhão<br />
Festejos Populares em São Luís<br />
Vista da Igreja da Sé<br />
A divisa fixada em 1494 pelo<br />
Tratado de Tordesilhas, entre<br />
Espanha e Portugal para dividir as<br />
terras ainda desconhecidas pelos<br />
europeus, cortava a linha do<br />
Equador em um ponto qualquer<br />
afastado do Amazonas.<br />
Os métodos rudimentares para<br />
determinar as distâncias em alto mar<br />
não possibilitavam uma localização<br />
precisa e, na dúvida, devido às<br />
sanções que ameaçavam os que não<br />
teriam respeitado este “testamento<br />
de Adão” - como o chamava<br />
ironicamente Francisco I da França -<br />
era preferível manter-se distante da<br />
zona incerta.<br />
Os sucessores de Colombo,<br />
assim como os de Cabral, não se<br />
distanciavam das rotas conhecidas,<br />
e todo o litoral entre o Orenoco e o<br />
Nordeste brasileiro tornava-se um<br />
“no man’s land”, que somente alguns<br />
raros exploradores clandestinos<br />
ousavam percorrer.<br />
Para incentivar o povoamento<br />
do Brasil, o rei João III, de Portugal,<br />
dividiu-o em capitanias hereditárias,<br />
em 1535. A Capitania do Maranhão,<br />
situada mais ao Norte, ele a deu ao<br />
tesoureiro - e célebre historiador -<br />
João de Barros, que levou muito a<br />
sério a sua missão colonizadora. Ao<br />
longo de três décadas, ele enviou<br />
não menos de quatro frotas com<br />
mais de 3.000 colonos, que<br />
fundaram a cidade de Nazaré (muito<br />
provavelmente na localização atual<br />
de São Luís) e três outros vilarejos,<br />
sob as ordens de seus próprios<br />
filhos, que ali ficaram durante cinco<br />
anos (1555-60). A falta de ajuda<br />
oficial e o precário conhecimento das<br />
rotas marítimas (por causa do Gulf<br />
Stream era mais fácil ir de São Luís<br />
à Europa do que de São Luís para o<br />
resto do Brasil!) contribuíram, pouco<br />
a pouco, para o desaparecimento<br />
destas colônias. Depois de 1570,<br />
enquanto o Brasil já tinha cidades<br />
tão ricas quanto Salvador e Olinda,<br />
toda a costa do Norte era uma<br />
região abandonada à própria sorte.<br />
Este descaso do poder<br />
despertou a cobiça dos ambiciosos:<br />
traficantes portugueses e espanhóis,<br />
corsários holandeses, ingleses e,<br />
principalmente, franceses, que vinham<br />
todo ano para comerciar com os<br />
índios, estabelecendo assim as bases<br />
de um contato vantajoso.<br />
Em 1612, uma expedição<br />
francesa comandada por Daniel de la<br />
Touche, Senhor de la Ravardière,<br />
partia de Cancale (Saint-Malo) na<br />
Bretanha, com o apoio da regente<br />
Maria de Médicis, para se apossar do<br />
lugar (“não pela força, mas por amor”,<br />
segundo as palavras do missionário<br />
capuchinho Claude d’Abbeville) e<br />
fundar aqui a França Equinocial.<br />
No dia 8 de setembro, foi<br />
concluído o Forte e Vila de São Luís,<br />
assim nomeado em homenagem a<br />
Luís XIII (alguns anos mais tarde, no<br />
lado contrário ao Atlântico, na<br />
embocadura do Senegal, uma outra<br />
cidade seria batizada com o nome de<br />
São Luís, mas em homenagem a Luís<br />
XIV). O fato teve certa repercussão e<br />
provocou uma crise diplomática,<br />
resultando, finalmente, na reconquista<br />
do Maranhão pelos portugueses de<br />
Pernambuco, em 1615.<br />
São Luís do Maranhão<br />
já é detentora do título de<br />
Patrimonio Cultural da<br />
Humanidade, concedido<br />
pela UNESCO, em razão<br />
dos mais de 3000<br />
imóveis tombados no<br />
centro histórico da<br />
cidade.<br />
Outra característica<br />
marcante da cidade e da<br />
região é a Cultura<br />
Popular e as tradicionais<br />
Festas de Boi.<br />
BRASIL<br />
Página 9<br />
Novembro 2008<br />
Vista noturna da Lagoa da Jansen<br />
Turismo Cultural
Museus<br />
Quixote<br />
“Nenhuma mente que se abre para uma nova idéia<br />
voltará a ter o tamanho original”<br />
Albert Einstein<br />
PARANÁ<br />
Oficina Regional do<br />
Sistema Nacional do Patrimônio<br />
Cultural no Paraná<br />
O IPHAN e a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná<br />
realizarão, em Curitiba, nos dias 20 e 21 de novembro a Oficina<br />
Regional do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural para a<br />
Região Sul. O evento dá continuidade às tratativas de<br />
integração das ações sobre o campo do patrimônio cultural entre<br />
a União, os Estados, os municípios e a sociedade civil<br />
organizada.<br />
EM CURITIBA<br />
PRÓXIMA<br />
EDIÇÃO DO<br />
<strong>JORNAL</strong><br />
<strong>QUIXOTE</strong><br />
CIRCULA<br />
DIA 15 DE<br />
DEZEMBRO<br />
O público-alvo do evento é composto prioritariamente por<br />
gestores estaduais (área de patrimônio cultural e correlatas);<br />
conselhos e conselheiros de patrimônio e/ou cultura;<br />
universidades; Ministério Público e sociedade civil organizada.<br />
Os objetivos da Oficina são debater as temáticas desenvolvidas<br />
nos grupos de trabalho da I Oficina dos Órgãos Estaduais,<br />
validar os quadros do Patrimônio Regional e aprofundar as<br />
discussões temáticas com vistas a estabelecer acordos para a<br />
gestão integrada do patrimônio cultural.<br />
Mais informações:<br />
marina.11sr@iphan.gov.br;<br />
aprigio.11sr@iphan.gov.br<br />
Rosina Parchen<br />
Secretaria de Estado da Cultura do Paraná<br />
Fone: (41) 3321-4809 rosinaparchen@pr.gov.br<br />
Sorella Champagnat<br />
Rua Júlio da Costa, 1735<br />
Champagnat – Curitiba/PR<br />
(41) 3335-3216<br />
champagnat@sorella.com.br<br />
Sorella Centro Cívico<br />
Rua Marechal Hermes, 728<br />
Centro Cívico – Curitiba/PR<br />
(041) 3026-5794<br />
sorella@sorella.com.br<br />
Sorella Iguaçu<br />
Avenida Iguaçu, 3565<br />
Vila Izabel – Curitiba/PR<br />
(41) 3076-9884<br />
iguacu@sorella.com.br<br />
www.originalbetobatata.com.br<br />
O Original Beto Batata está completando<br />
nove anos de vida no alto da XV em<br />
Curitiba, aonde a comida é só mais um<br />
ingrediente na mistura da música, arte e<br />
cultura. Nesses nove anos foi construído<br />
um conceito de casa em Curitiba, um espaço<br />
único que traz a tona o verdadeiro sentido<br />
da gastronomia, que é responsável pelo<br />
intercâmbio cultural. Vendo por esse lado o<br />
original Beto Batata é um grande ciclo.<br />
Aqui fica o convite a você para se contagiar<br />
nesse ciclo multicultural.<br />
Alto da XV<br />
Rua Professor Brandão 678 (Curitiba / Paraná)<br />
TEL / RESERVA: (41) 3262 - 0840<br />
betobatata@originalbetobatata.com.br<br />
Ir a Roma e não ver o Papa, ir a Curitiba e não conhecer o Original Beto Batata....<br />
Página 10<br />
Novembro 2008
Foto: Marcelo Miguel<br />
Quixote<br />
A Escola de Música e Belas<br />
Artes do Paraná - EMBAP - é um<br />
Estabelecimento Estadual de Ensino<br />
fundado em 1948 e reconhecido pelo<br />
Conselho Federal de Educação desde<br />
1954. O movimento em prol da criação<br />
da EMBAP surgiu em 1947 na<br />
Sociedade de Cultura Artística Brasílio<br />
Itiberê, tendo logo recebido apoio da<br />
Academia Paranaense de Letras, do<br />
Círculo de Estudos Bandeirantes, do<br />
Centro de Letras do Paraná, do<br />
Centro Feminino de Cultura, da<br />
Sociedade de Amigos de Alfredo<br />
Andersen, do Instituto de Educação e<br />
do Colégio Estadual do Paraná. Na<br />
ocasião elaborou-se um documento<br />
que foi entregue ao então governador<br />
de Estado, Sr. Moysés Lupion, que<br />
logo deu um parecer favorável aos<br />
anseios musicais locais, através da<br />
mensagem encaminhada à<br />
Assembléia Legislativa.<br />
Os trabalhos de organização da<br />
escola foram confiados ao professor<br />
Fernando Corrêa de Azevedo que<br />
viajou a diversos lugares para estudar<br />
a estrutura de entidades congêneres<br />
visando adotar modelos já<br />
experimentados. Visitou a Escola<br />
Nacional de Música da Universidade<br />
do Brasil, Conservatório Brasileiro de<br />
Música do Rio do Janeiro, Escola de<br />
Desenho da Associação de Artistas<br />
Brasileiros, Escola de Belas Artes de<br />
Belo Horizonte, Conservatório<br />
Dramático Musical de São Paulo,<br />
Escola de Belas Artes de Niterói e o<br />
Instituto de Belas Artes do Rio Grande<br />
do Sul.<br />
Voltando de viagem, o professor<br />
Fernando Corrêa de Azevedo reuniu<br />
um grande corpo de professores<br />
formado por Altamiro Bevilacqua, Artur<br />
Nísio, Benedito Nicolau dos Santos,<br />
Bento Mussurunga, Bianca Bianchi,<br />
Charlotte Frank, Edgard Chalbaud<br />
Sampaio, Estanislau Traple, Francisco<br />
Stobbia, Frederico Lange de Morretes,<br />
60 Anos da Escola de Música e<br />
Belas Artes do Paraná - EMBAP<br />
Guilherme Carlos Tiepelmann, Inez<br />
Colle Munhoz, Iolanda Fruet Correia,<br />
João Ramalho, João Woiski, Jorge<br />
Frank, Jorge Kaszas, José Coutinho<br />
de Almeida, José Peón, Licio de Lima,<br />
Ludwig Seyer, Ludwig Seyer Jr., Luiz<br />
Eulógio Zilli, Margarida Solheid<br />
Marques, Margarida Zugueib, Natália<br />
Lisboa, Oswaldo Lopes, Oswaldo<br />
Pilotto, Prudência Ribas, Raul<br />
Menssing, Remo de Persis, Reneé<br />
Devrainne Frank, Severino d’Atri e<br />
Waldemar Curt Freyesleben.<br />
Em 3 de Outubro de 1949,<br />
através da Lei no 259, a Assembléia<br />
Legislativa oficializou a Escola de<br />
Música e Belas Artes do Paraná que<br />
já estava em atividade desde 17 de<br />
Abril de 1948 na sua primeira sede,<br />
situada no número 50 da Rua<br />
Emiliano Perneta, onde permaneceu<br />
por três anos. Somente em 1951 a<br />
EMBAP passou para a sua sede<br />
oficial, o prédio de número 179 da<br />
mesma rua.<br />
Atualmente, ocupa a Direção da<br />
EMBAP a Professora ANNA MARIA<br />
LACOMBE FEIJÓ, tendo como Vice-<br />
Diretora a Professora SOLANGE<br />
GARCIA PITANGUEIRA.<br />
CURSOS DE EXTENSÃO<br />
A Escola de Música e Belas<br />
Artes do Paraná – EMBAP – é uma<br />
instituição de ensino de artes que<br />
mantém um Programa de Extensão<br />
oferecendo cursos de formação<br />
musical de caráter livre, objetivando<br />
proporcionar à comunidade formação<br />
musical de qualidade diferenciada. Os<br />
cursos desse programa atendem<br />
estudantes de música a partir dos 6<br />
anos de idade até a idade adulta, com<br />
desenvolvimento gradual na<br />
expressão musical. Para isso divide<br />
seus cursos em Formação Musical I<br />
(duração de 7 anos), Formação<br />
Musical II (3 anos) e Curso Avançado<br />
em Música (3 anos).<br />
CURSOS DE GRADUAÇÃO<br />
Os cursos de graduação ofertados<br />
pela EMBAP distribuem-se em duas<br />
áreas: Área de Belas Artes: Escultura,<br />
Gravura, Pintura e Licenciatura em<br />
Desenho; Área de Música: Canto,<br />
Composição e Regência, Instrumento e<br />
Licenciatura em Música;<br />
PÓS-GRADUAÇÃO<br />
A Escola de Música e Belas<br />
Artes do Paraná - EMBAP,<br />
reconhecida pelo Decreto nº. 36.627<br />
de 22/12/1954 vem oferecendo<br />
Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu<br />
desde 1992, atuando como um dos<br />
núcleos geradores do<br />
desenvolvimento artístico-pedagógico<br />
brasileiro.<br />
Todos os curso são regidos pela<br />
Resolução CNE/CES (Conselho<br />
Nacional de Educação/Câmara de<br />
Educação Superior) nº 01 de 03/04/<br />
2001, pelo Regimento da EMBAP e<br />
pelo Regulamento da Pós-Graduação<br />
da EMBAP, com carga horária de 360<br />
horas/aula.<br />
ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA<br />
DA ARTE MODERNA E<br />
CONTEMPORÂNEA.<br />
Visa qualificar profissionais em<br />
nível de Pós-Graduação “Lato Sensu”,<br />
desenvolvendo conteúdos sobre<br />
núcleos temáticos referentes à história<br />
moderna e contemporânea. Tem a<br />
finalidade também de produzir<br />
trabalhos científicos focalizados em<br />
linhas de pesquisa relacionadas às<br />
artes visuais e linguagens artísticas na<br />
contemporaneidade.<br />
ESPECIALIZAÇÃO EM<br />
MUSEOLOGIA<br />
Visa qualificar profissionais que<br />
atuam em museus e áreas afins a<br />
museologia. Desenvolve uma<br />
abordagem predominantemente<br />
teórica envolvendo conteúdos<br />
relacionados a museus de arte,<br />
museografia, conservação, arteeducação,<br />
arte contemporânea,<br />
museologia virtual e curadoria.<br />
ESPECIALIZAÇÃO EM MÚSICA<br />
COM ÊNFASE EM ANÁLISE<br />
MUSICAL, MÚSICA DE CÂMARA E<br />
REGÊNCIA DE CORAL.<br />
O Curso tem o objetivo de<br />
proporcionar uma compreensão<br />
teórico-interpretativa, de diferentes<br />
momentos da história da música (Séc.<br />
XVI-XX). Este estudo desenvolve-se<br />
por meio da análise de obras<br />
representativas de diversos períodos,<br />
abordadas sob diferentes<br />
metodologias analíticas. Desta forma,<br />
características próprias a diferentes<br />
estilos são consideradas, tanto a nível<br />
teórico como interpretativo,<br />
aprimorando os conhecimentos de<br />
profissionais que atuam na área<br />
docente de disciplinas teóricas, assim<br />
como na área de interpretação.<br />
ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO<br />
MUSICAL.<br />
O Curso de Especialização em<br />
Educação Musical visa proporcionar<br />
aos graduados, atuantes no ensino de<br />
música, nos múltiplos espaços sociais,<br />
uma possibilidade de aprofundamento<br />
epistemológico em diferentes<br />
enfoques da área de Educação<br />
Musical. Tais enfoques abrangem<br />
elementos teórico metodológicos,<br />
fundamentos da educação musical,<br />
uso de novas tecnologias e<br />
abordagens teórico práticas do fazer<br />
musical no contexto da educação.<br />
PARANÁ<br />
Página 11<br />
Novembro 2008<br />
Música e<br />
Belas Artes
Audiovisual<br />
Quixote<br />
“A paz vem de dentro de ti próprio, não procure à tua volta”<br />
Buda<br />
PARANÁ<br />
Lapa: Capital<br />
Paranaense do Cinema<br />
Textos: Marcelo Miguel<br />
e Aline Regina Castro<br />
Teve início no último dia 05<br />
novembro, Dia da Cultura, a terceira<br />
edição do FESTIVAL DE CINEMA<br />
DA LAPA (60 Km de Curitiba),<br />
promovido pelo Instituto Histórico e<br />
Cultural da Lapa em conjunto com o<br />
Instituto Borges da Silveira, contando<br />
também com o apoio da RPC - Rede<br />
Paranaense de Comunicação e com<br />
a produção das empresas Perfil<br />
Comunicações, Quixote Art & Eventos e<br />
Kinoarte de Londrina. Este projeto, que<br />
conta com os benefícios da Lei Federal<br />
de Incentivo a Cultura, a chamada Lei<br />
Rouanet, teve o patrocínio das<br />
empresas DAGRANJA,<br />
CONCESSIONÁRIA<br />
CAMINHOS DO PARANÁ,<br />
EADCON / FAEL, além do<br />
apoio da Prefeitura<br />
Municipal da Lapa,<br />
Governo do Estado do<br />
Paraná e do Governo<br />
Federal através do Fundo<br />
Nacional de Cultura.<br />
Este ano, o ponto<br />
alto do FESTIVAL DA<br />
LAPA 2008 foi a<br />
homenagem prestada ao<br />
ator paranaense Luiz<br />
Melo agraciado com o<br />
trófeu Tropeiro pelo<br />
Ator Luiz Melo<br />
conjunto de sua obra e<br />
pela sua significativa<br />
colaboração em prol do teatro e do<br />
cinema. Outros grandes nomes do<br />
cinema paranaense e nacional também<br />
prestigiaram o evento como a atriz<br />
Leona Cavalli, a cantora Eliana Pittman<br />
e o crítico e jornalista Celso Sabadin,<br />
entre outros.<br />
As noites na praça do Pantheon<br />
Fotos:<br />
Aline Regina Castro<br />
no centro da cidade da Lapa, espaço<br />
especialmente montado para a exibição<br />
dos longas-metragens ao ar livre, também<br />
foi palco de grupos tradicionais como o CTG<br />
(Centro de Tradições Gaúchas) de Santa<br />
Mônica, com apresentações de Dança Gaúcha<br />
ou grupos musicais. Um desfile de automóveis<br />
antigos também fez parte das muitas atrações<br />
do evento.<br />
A cidade da Lapa que é um patrimônio<br />
histórico e arquitetônico a céu aberto, e tem um<br />
dos maiores conjuntos arquitetônicos<br />
preservados do país com <strong>24</strong>4 imóveis<br />
tombados pelo IPHAN, se transformou<br />
durante cinco dias na capital<br />
paranaense do cinema, oferecendo a<br />
população local e a seus visitantes uma<br />
série de atrações como a exibição de<br />
diversos filmes, curtas, médias e<br />
longas-metragens, oficinas de cinema e vídeo.<br />
Entre os filmes exibidos gratuitamente no Festival<br />
destacamos: Os Desafinados, Booker Pittman, O<br />
Mistério da Estrada de Sintra, Mistéryos, Netto e o<br />
Domador de Cavalos, Ouro Negro, O Sal da Terra de<br />
Elói Pires Ferreira, entre outros longas, médias e curtas<br />
metragens.<br />
Segundo a presidente do Instituto Histórico da<br />
Lapa e uma das grandes responsáveis pela realização<br />
do festival, Maria Inês Pierin Borges da Silveira: “a<br />
realização do Festival, numa das mais antigas e bem<br />
preservadas cidades do Paraná, além de propiciar sua<br />
inserção no cenário do audiovisual nacional, visa<br />
incrementar o turismo na região e também contribuir<br />
para a descentralização da cultura no país”. E ainda<br />
conclui, justificando a premiação da mostra competitiva<br />
de curtas e filmes internacionais e de épocas: “A cidade<br />
da Lapa, invariavelmente, tem sido escolhida como<br />
cenário de filmes históricos. Suas ruas, suas praças e<br />
suas construções são preservadas pelo zelo do povo<br />
lapeano, nada mais justo do que homenagear a Lapa<br />
com esta premiação”.<br />
Celso Sabadin CTG de Santa Mônica Guto Pasko durante oficinas no Festival 2008<br />
Página 12<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
Os 75 anos do Centro Paranaense<br />
Feminino de Cultura<br />
Texto:<br />
Vilma Nogueira<br />
1933- 2008<br />
Fundado em 05 de dezembro de 1933 o<br />
Centro Paranaense Feminino de Cultura<br />
é a mais antiga entidade cultural em<br />
funcionamento ininterrupto em Curitiba.<br />
A maioria das pessoas<br />
desconhece o que há além da porta<br />
de entrada do Centro Paranaense<br />
Feminino de Cultura, a complexidade<br />
de sua estrutura e funcionamento.<br />
Mesmo que se leia a programação<br />
mensal, não se tem a exata dimensão<br />
de sua atuação dentro de nossa<br />
sociedade e sua importância para a<br />
cidade de Curitiba e para o Estado do<br />
Paraná.<br />
Ao longo de seus setenta e<br />
quatro anos de atividade, o Centro<br />
Feminino de Cultura reuniu, em vários<br />
sentidos, um amplo e diversificado<br />
patrimônio, no qual se incluem a<br />
amplitude de suas ações. Uma<br />
retrospectiva de diversos momentos<br />
sua história mostra que, desde a sua<br />
criação, em 1933, tendo sua<br />
expansão nos anos 40, chegando aos<br />
anos 90 com mudanças estruturais e<br />
físicas visíveis a importância da data<br />
em questão se deve não apenas à<br />
antiguidade e à tradição, mas também<br />
ao momento atual vivido pelas<br />
associadas que compõem a entidade.<br />
Ao mesmo tempo, o início do século<br />
XXI apresenta-se propício a uma<br />
reflexão sobre essa história e a<br />
projeção do futuro da instituição.<br />
A proximidade dos 75 anos de<br />
fundação do Centro Paranaense<br />
Feminino de Cultura motivou o<br />
planejamento de diversas atividades.<br />
Uma série de ações está sendo<br />
programada e a divulgação oficial<br />
acontece em sessão solene, no dia 5<br />
de dezembro de 2008 com o<br />
lançamento do livro “Jubileu de<br />
Diamante” e do “Painel Poty<br />
Lazzarotto”.<br />
Outro destaque é o<br />
lançamento da coleção de livros e a<br />
exposição “Histórias e Memórias”,<br />
eventos programados para o segundo<br />
semestre de 2009 e que encerrarão as<br />
comemorações.<br />
Projetos em andamento para<br />
comemoração do Jubileu<br />
Projeto “Histórias e Memórias” –<br />
propõe um compromisso com a<br />
preservação do patrimônio cultural do<br />
CPFC em seus variados suportes,<br />
bem como uma reflexão sobre os<br />
significados dessa trajetória. Este<br />
projeto visa realizar mais do que uma<br />
idéia, um sonho já acalentado há<br />
algum tempo pelas centristas, que<br />
perceberam a importância de um<br />
trabalho desta natureza para a<br />
instituição, sendo algo oportuno e<br />
essencial neste contexto histórico de<br />
expansão – onde a reflexão não pode<br />
prescindir das referências da<br />
memória. É, pois, neste contexto e<br />
neste espírito que propõem um projeto<br />
que procurará contar a história do<br />
CPFC.<br />
Este projeto<br />
apresenta-se como uma<br />
grande oportunidade de se<br />
realizar um esforço<br />
memorialístico há muito<br />
desejado e sentido como<br />
fundamental pela instituição.<br />
Projeto “Setenta e<br />
Cinco Centristas<br />
comemoram os 75 anos do<br />
CPFC” – O livro do “Jubileu<br />
de Diamante” vai agregar<br />
setenta e cinco histórias de<br />
mulheres ligadas ao CPFC,<br />
que dedicaram parte de<br />
suas vidas à instituição ou<br />
que, de alguma forma,<br />
estiveram presentes e se<br />
sentem parte desta história.<br />
A idéia é compor um acervo<br />
de referência e lembranças<br />
emocionais, profissionais, científicas,<br />
de amizade e de afeto.<br />
Painel Comemorativo “Poty<br />
Lazzarotto” – o desenho ”Largo da<br />
Ordem”, obra de Poty e doado por<br />
João Geraldo Lazzarotto, tornar-se-á<br />
um painel de azulejos de 7.84 m2,<br />
colocado no Hall de exposições,<br />
junto à entrada do Teatro Chloris<br />
Casagrande Justen. Os<br />
responsáveis pela reprodução são<br />
os artistas Elvo Benito Damo e Maria<br />
Helena Saparolli.<br />
Junto ao painel, serão fixados<br />
outros 75 azulejos com o nome ou<br />
logomarca dos colaboradores. O<br />
Centro Paranaense promoverá a<br />
venda destes pelo valor de R$<br />
1.000,00 a unidade e o dinheiro<br />
arrecadado tem como objetivo<br />
angariar fundos para manutenção do<br />
espaço.<br />
Acima,<br />
Gravura de<br />
Poty<br />
Lazzarotto<br />
que irá compor<br />
painel<br />
comemorativo<br />
dos 75 anos do Centro<br />
Paranaense Feminino de<br />
Cultura.<br />
* Poty -<br />
Desenhista, gravurista e ceramista,<br />
Napoleão Potyguara Lazzarotto nasceu e<br />
morreu em Curitiba.<br />
Segundo a Presidente da entidade,<br />
Chloris Casagrande Justen, o painel<br />
comemorativo tem um significado<br />
especial, pois a instituição foi<br />
fundada após uma missa de domingo<br />
em 1933. Esta obra de Poty remete<br />
ao ano desta fundação.<br />
Como posso participar<br />
do Painel<br />
Comemorativo do<br />
Jubileu do<br />
Centro Paranaense<br />
Feminino de Cultura?<br />
www.centrofeminino.com.br<br />
Compareça na secretaria da entidade em<br />
horário comercial e preencha sua ficha de<br />
participação no painel comemorativo.<br />
ou Ligue para (41) 3232-8123,<br />
ou envie e-mail para<br />
centro@centrofeminino.com.br<br />
informando nome completo, endereço,<br />
CPF, e nome a ser gravado no painel<br />
comemorativo.<br />
Informações:<br />
Vilma de Fátima Nogueira - (41) 3232-8123<br />
centro@centrofeminino.com.br<br />
Benefícios para os<br />
colaboradores do jubileu<br />
Os 75 participantes com a doação de R$ 1.000,00 (Mil Reais), receberão<br />
:<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Inclusão do nome no painel de azulejo (20X20 cm);<br />
(Miniatura) Réplica do painel em um azulejo (12X12cm);<br />
Troféu e botton de participação;<br />
Inclusão do nome na revista e no site, durante as comemorações<br />
dos 75 anos da entidade;<br />
Coleção completa do livro, “Histórias e Memórias do Centro<br />
Paranaense Feminino de Cultura”, obra em três volumes, que será<br />
lançada em 2009.<br />
CURITIBA<br />
Página 13<br />
Novembro 2008<br />
Terceiro Setor
RIO GRANDE DO SUL<br />
Leis de Incentivo<br />
A Lei de Incentivo<br />
a Cultura do Rio<br />
Grande do Sul (LIC)<br />
deixou de ocupar as<br />
páginas de cultura<br />
para ocupar o<br />
espaço policial da<br />
imprensa gaúcha.<br />
Para entender<br />
melhor esta situação<br />
veja<br />
cronologicamente a<br />
ordem dos<br />
acontecimentos:<br />
Em julho deste<br />
ano, a secretária de<br />
Estado da Cultura,<br />
Mônica Leal,<br />
recebeu a informação de fraude no<br />
sistema LIC e envia os nomes das<br />
empresas supostamente envolvidas à<br />
Secretaria da Fazenda para averiguação.<br />
No dia 19 de agosto, a Secretaria recebe<br />
a confirmação das irregularidades e a<br />
informação de que sua assinatura e de<br />
seus antecessores (Roque Jacoby e Victor<br />
Hugo) foram falsificadas nas cartas de<br />
habilitação e termos de compromisso<br />
(também explicitamente fraudados) para<br />
obter patrocínio de forma indevida. Mônica<br />
então pede cópia da documentação<br />
falsificada e repassa ao presidente do<br />
Ministério Público, Mauro Renner.<br />
No dia 12 de setembro, em operação<br />
do Ministério Público Estadual 13<br />
mandados de busca e apreensão são<br />
cumpridos para obter provas das<br />
suspeitas de fraude contra a Lei Estadual<br />
de Incentivo à Cultura. O esquema<br />
envolveria produtores suspeitos de<br />
falsificar documentos para obter<br />
patrocínios com isenção de ICMS em<br />
eventos culturais. O prejuízo calculado<br />
pelo Ministério Público é de R$ 4 milhões.<br />
No decorrer das denúncias, outras<br />
Na Praça da Alfandega em Porto Alegre o<br />
encontro das estátuas de Mario Quintana e<br />
Carlos Drumond eternizado. A Feira acontece<br />
ao redor destes dois personagens importantes<br />
da literatura brasileira.<br />
A 54ª Feira do Livro de Porto<br />
Alegre, realizada entre os dias 31 de<br />
outubro e 16 de novembro de 2008,<br />
maior evento literário a céu aberto da<br />
América Latina, foi um entre os muitos<br />
projetos prejudicados pelos problemas<br />
enfrentados pela LIC no Rio Grande do<br />
Sul.<br />
Este evento acontece todos os<br />
anos na capital gaúcha desde 1955,<br />
sendo sempre encerrado exatamente no<br />
dia 16 de novembro.<br />
O jornalista Say Marques,<br />
idealizador e mentor desta iniciativa,<br />
afirma que o objetivo da Feira é o de<br />
fomentar as práticas à leitura e assim<br />
popularizar as obras literárias e facilitar o<br />
acesso da população ao universo da<br />
leitura e do livro.<br />
Realizado no coração de Porto<br />
Alegre, na Praça da Alfândega, a Feira<br />
também ocupa também parte do Cais do<br />
Porto (Avenida Mauá, altura da Praça da<br />
Alfândega); Avenida Sepúlveda; Casa de<br />
Cultura Mário Quintana (Rua dos<br />
Quixote<br />
54ª Feira do Livro de Porto Alegre<br />
Andradas, 736); Centro Cultural CEEE<br />
Erico Verissimo (Rua dos Andradas,<br />
1.223); Memorial do Rio Grande do Sul<br />
(Praça da Alfândega, s/nº) e Santander<br />
Cultural (Praça da Alfândega, s/nº) com<br />
atividades ininterruptas durante todo o<br />
evento.<br />
Além das tradicionais barracas<br />
com a presença de editoras e livreiros de<br />
várias partes do Brasil e internacionais, a<br />
infra-estrutura do evento conta também<br />
com modernos equipamentos eletrônicos<br />
e atrações. Os visitantes da Feira do<br />
Livro tem disponível a mais nova<br />
tecnologia wireless, possibilitando a todos<br />
uma conexão à internet com alta<br />
velocidade através da rede sem fio e<br />
computadores espalhados pela praça da<br />
Alfândega.<br />
Neste ano o Estado convidado<br />
para ser homenageado foi Pernambuco,<br />
e se apresentou como destaque da<br />
programação o paraibano professor,<br />
teatrólogo e romancista, que se considera<br />
adotado por Pernambuco, Ariano<br />
Suassuna.<br />
“A vida é para quem topa qualquer parada,<br />
e não para quem pára em qualquer topada”<br />
Bob Marley<br />
RS: Lei de Incentivo à Cultura vira Caso de Polícia<br />
irregularidades são verificadas.<br />
Ainda em setembro deste ano, são<br />
descobertos documentos que envolvem a<br />
presidente do Conselho Estadual de<br />
Cultura, a produtora Mariângela Grando,<br />
que teria usado notas de compras<br />
pessoais, como perfume importado,<br />
salmão, bebidas alcoólicas, IPVA do<br />
próprio carro e peras importadas na<br />
prestação de contas do longa-metragem<br />
Concerto Campestre (2003).<br />
Mariângela então telefona ao<br />
coordenador da LIC, Fábio Rosenfeld,<br />
ameaçando apresentar denúncias contra<br />
a secretária Mônica Leal caso a denuncia<br />
tenha continuidade. A conversa é gravada<br />
e apresentada a imprensa e Mariângela<br />
afirma que Mônica viraria cinzas. A<br />
secretária de Estado moveu ação contra<br />
Mariângela.<br />
No dia 16 de setembro, é noticiada<br />
irregularidades no Multipalco. A<br />
Associação Amigos do Theatro São Pedro<br />
fora autorizada pelo Conselho de Cultura<br />
a captar, em 2000, R$ 3,6 milhões em<br />
patrocínios para a construção do<br />
Multipalco. O total liberado pelo governo é<br />
de R$ 6 milhões. Um relatório da<br />
Contadoria do Estado mostra que o então<br />
secretário da Cultura, Roque Jacoby, teria<br />
autorizado valores superiores a R$ 2,3<br />
milhões sem aprovação do Conselho.<br />
No dia 18 de setembro, a presidente<br />
do Conselho Estadual de Cultura<br />
encaminha um dossiê à Secretária<br />
Estadual de Transparência, Mercedes<br />
Rodrigues, com supostas irregularidades<br />
da Sedac: interferência na nomeação de<br />
conselheiros; liberação de verbas sem<br />
autorização do Conselho para a Jornada<br />
Literária de Passo Fundo; homologação<br />
da prestação de contas do Multipalco do<br />
Theatro São Pedro e distribuição de livros<br />
e CDs, entre outras peças (materiais<br />
recebidos como contrapartida de projetos<br />
da LIC).<br />
A secretária esclareceu as “acusações<br />
infundadas”. No que se refere às<br />
contrapartidas dos projetos culturais (CDs,<br />
livros), afirma que a distribuição ocorreu de<br />
modo transparente e democrático,<br />
entregando os produtos às comunidades e<br />
cumprindo, assim, a contrapartida nos<br />
projetos culturais. Quanto às nomeações e<br />
exonerações de Conselheiros, explica que é<br />
fato superado e decidido na esfera judicial.<br />
Sobre as acusações relativas ao projeto do<br />
Multipalco, afirma que documentos<br />
comprovam a improcedência. Seguiu as<br />
orientações da Procuradora Geral do<br />
Estado. Em relação à Jornada de Passo<br />
Fundo, diz que o Conselho aprovou a verba<br />
de RS 584 mil em 29 de novembro de 2007.<br />
Prisão<br />
No dia 19 de setembro, o produtor<br />
cultural Flávio Agliardi confirmou a<br />
falsificação da assinatura da secretária<br />
Mônica Leal e disse que outros<br />
produtores, empresas patrocinadoras que<br />
se beneficiam da LIC e até servidores<br />
públicos também fraudaram o sistema.<br />
Dois dias depois (22), em reunião com<br />
Mônica, a governadora Yeda Crusius<br />
decide pela continuidade do sistema LIC.<br />
Yeda solicita o exame de todas as<br />
propostas existentes na área cultura e<br />
alterações na Lei de Incentivo à Cultura e<br />
no Fundo de Apoio à Cultura. Também<br />
pediu levantamento da situação<br />
orçamentária e financeira da Secretaria da<br />
Cultura e estudo para formação de forçatarefa<br />
visando a eliminar o passivo dos<br />
projetos que esperam pela análise de<br />
prestação de contas.<br />
A pedido da secretária Mônica Leal, em 23<br />
de setembro, a CAGE (Contadoria e Auditoria<br />
Geral do Estado) se instala na Secretaria da<br />
Cultura e inicia auditoria em projetos culturais<br />
indicados pelo Ministério Público.<br />
Já no dia 23 de setembro, Rafael<br />
Campani, estudante de contabilidade, é<br />
preso ao prestar depoimento no Ministério<br />
Público. Campani estaria envolvido no<br />
esquema de falsificação de assinaturas da<br />
secretária da Cultura, Mônica Leal, e de<br />
outros ex-secretários. Campani era<br />
assessor contábil de Flávio Agliardi, da<br />
F&F Produções. Segundo o advogado de<br />
Campani, seu cliente não está envolvido<br />
na fraude. Ele teria desconfiado da<br />
irregularidade, mas não denunciou para<br />
não envolver seu sócio na empresa de<br />
contabilidade.<br />
No dia 30 de setembro, a secretária<br />
Mônica Leal entrega documentos<br />
referentes à LIC ao Ministério Público de<br />
Contas. Também vai ao Ministério Público<br />
Estadual conferir Carta de Habilitação<br />
recolhida em um dos locais onde houve<br />
busca e apreensão e constata nova<br />
assinatura falsificada relativa ao Porto<br />
Alegre em Dança 2007, envolvendo R$<br />
400 mil.<br />
Dia 30 de setembro, imprensa divulga<br />
fraude dos 25%. As empresas para<br />
concederem o patrocínio pediriam ao<br />
proponente do projeto a devolução de<br />
25% do valor patrocinado para colocar em<br />
caixa 2. No dia 2 de outubro, a<br />
governadora Yeda Crusius institui grupo<br />
de trabalho para promover estudos com o<br />
objetivo de aprimorar a legislação de<br />
incentivo e promoção cultural. Também é<br />
publicado o decreto que institui forçatarefa<br />
para analisar o grande volume de<br />
processos de prestação de contas dos<br />
projetos habilitados junto à LIC.<br />
(Leia mais sobre este caso no site do Jornal Quixote)<br />
Informações e Fotos:<br />
Aline Regina<br />
Os imensos corredores da Feira do Livro atraem<br />
milhares de visitantes, leitores, editores e<br />
artistas de toda natureza, transformando o<br />
evento em um grande salão de encontros.<br />
Página 14<br />
Novembro 2008
Quixote<br />
Ministro Juca Ferreira pede<br />
prioridade para a cultura<br />
FUNARTE:<br />
Frateschi saiu atirando<br />
O ministro da Cultura, Juca<br />
Ferreira, pediu apoio da Comissão de<br />
Educação e Cultura da Câmara<br />
Federal para aprovação de propostas<br />
prioritárias para a pasta. O pedido foi<br />
feito , durante atividades com a Frente<br />
Parlamentar Mista em Defesa da<br />
Cultura, em comemoração ao Dia<br />
Nacional da Cultura, no último dia 05<br />
de novembro. Dentre as matérias<br />
prioritárias está a PEC 150/03, que<br />
torna obrigatória a aplicação anual na<br />
área da cultura de, no mínimo, 2% da<br />
receita da União; 1,5% da receitas do<br />
estados e 1% da arrecadação dos<br />
municípios.<br />
A segunda proposta é o projeto de<br />
lei (PL 3951/08), do Executivo, que<br />
cria o Instituto Brasileiro de Museus<br />
(Ibram) e reorganiza o Instituto do<br />
Patrimônio Histórico e Artístico<br />
Nacional (Iphan). Por fim, o ministro<br />
pediu apoio para a tramitação do PL<br />
6835/06, que institui o Plano Nacional<br />
de Cultura.<br />
“Os índices do Instituto Brasileiro<br />
de Geografia e Estatísticas (IBGE) são<br />
escandalosos na área da cultura.<br />
somente 5% dos brasileiros já<br />
entraram pelo menos uma vez na vida<br />
em um museu; 93% dos municípios<br />
não possuem cinema e menos de<br />
12% dos brasileiros já assistiram a um<br />
espetáculo de dança, além de outras<br />
deficiencias registradas.<br />
“Não há possibilidade de desenvolver o<br />
O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR)<br />
é integrante da Frente Parlamentar<br />
de Cultura e foi o autor da Lei<br />
Municipal de Incentivo a Cultura da<br />
cidade de Curitiba quando era<br />
vereador na capital paranaense.<br />
Ministro Juca Ferreira e o<br />
Presidente Luis Inácio Lula da Silva<br />
Brasil com esse apartheid cultural. É<br />
preciso trazer a cultura de volta para<br />
dentro das escolas. É uma tarefa<br />
grandiosa que depende, sobretudo, da<br />
atuação do Congresso”, ressaltou Juca.<br />
Também foi anunciada pelo<br />
ministro a idéia de criar o movimento<br />
“Todos pela Cultura”, que deve ser<br />
lançado no primeiro semestre de<br />
2009. A iniciativa visa defender uma<br />
plataforma onde seja possível inserir a<br />
Cultura, na conjuntura brasileira, com<br />
uma dimensão estratégica mais<br />
importante.<br />
Valorização da cultura – Para o<br />
deputado federal Angelo Vanhoni<br />
(PT-PR) os pleitos do ministro são<br />
viáveis. “A cultura deve ser encarada<br />
pelo Poder Executivo como uma<br />
prioridade do ponto de vista da<br />
formação do cidadão.<br />
A expressão cultura é um direito<br />
que toda comunidade tem. É preciso<br />
que o governo, o Congresso e a<br />
sociedade se mobilizem para que o<br />
País faça com que esse direito<br />
fundamental da expressão cultural<br />
possa ser uma realidade em todo o<br />
território nacional”, afirmou.<br />
Fonte: Assessoria da Liderança do PT na Camara Federal<br />
No início de outubro o ator<br />
Celso Frateschi pediu demissão da<br />
presidência da presidência da<br />
Fundação Nacional de Arte (Funarte).<br />
O comunicado aconteceu através de<br />
uma carta intitulada “O transatlântico<br />
fantasma” onde ele afirma que não<br />
resistirá ao “movimento articulado de<br />
alguns funcionários e de alguns<br />
setores do Ministério da Cultura para<br />
desestabilizar minha gestão na<br />
presidência da Funarte”.<br />
Secretário de Cultura de São<br />
Paulo na gestão de Marta Suplicy e<br />
nas duas administrações do prefeito<br />
Celso Daniel em Santo André,<br />
Frateschi assumiu a Funarte em abril<br />
do ano passado, nomeado pelo então<br />
ministro da Cultura Gilberto Gil para o<br />
lugar do também ator Antônio Grassi.<br />
Dezoito meses depois, Frateschi<br />
saiu atirando. Em sua carta de<br />
demissão Frateschi elege muitos<br />
alvos, mas há um que parece claro: o<br />
atual ministro Juca Ferreira. “A frase é<br />
corretíssima e poderia, com certeza,<br />
ser estendida ao Ministério da<br />
Cultura”, alfinetou Frateschi logo no<br />
início de sua carta. Segundo ele, sua<br />
gestão estaria “enxugando gelo” na<br />
instituição, que enfrentava desprestígio<br />
e falta de recursos — e ainda assim<br />
teria sido acusada de atrasar<br />
programas do governo.<br />
Falando ao jornal O Estado de<br />
S. Paulo ainda da sede da Funarte, no<br />
Rio de Janeiro, ele reafirmou sua<br />
noção de que houve “falta de<br />
consideração” da parte da cúpula do<br />
Ministério da Cultura. “Se você perde a<br />
confiança no seu funcionário, você o<br />
demite. Na hora que perde a confiança<br />
no seu chefe, você se demite.”<br />
“Claramente, no momento em<br />
que 15 funcionários da Funarte fazem<br />
uma carta mentirosa, que eu<br />
desmontei ponto por ponto, e o Minc<br />
dá eco a essa carta sem falar comigo,<br />
presidente Celso Frateschi, isso<br />
significa que há uma<br />
desconsideração”, afirmou o<br />
demissionário.<br />
Problemas<br />
A gestão de Frateschi na<br />
Funarte, iniciada em 2007, recebeu as<br />
seguintes acusações: primeiro, há<br />
alguns dias, o jornal O Globo divulgou<br />
que o projeto do grupo Ágora, da<br />
mulher de Frateschi (a coreógrafa<br />
Sylvia Moreira), teria obtido aprovação<br />
em tempo recorde de apenas seis dias,<br />
a despeito dos problemas com trâmites<br />
legais dentro da fundação.<br />
Frateschi rebateu a acusação<br />
dizendo que a Petrobras tinha<br />
demonstrado interesse no projeto do<br />
Ágora desde julho de 2007, e que era<br />
um projeto que dava seqüência a<br />
outro, daí a urgência. Sua análise<br />
rápida teria sido fruto de intervenção<br />
legal do apoiador, não da cúpula da<br />
fundação.<br />
A segunda acusação veio da<br />
Asserte (associação de servidores da<br />
fundação), que acusou a Funarte de ter<br />
“atuação pífia” e ser “mera<br />
repassadora de verbas”, de conduzir<br />
editais “mal elaborados, confusos e<br />
mal redigidos”, com “exigências<br />
absurdas e vários equívocos”, entre<br />
outras. Frateschi argumentou que a<br />
fundação mantém o maior programa<br />
de bolsas da história do ministério, que<br />
está reformando teatros, adquirindo<br />
salas e instaurando editais.<br />
O ministro Juca Ferreira<br />
considerou que Frateschi foi vitimado<br />
por um “conflito radical” que<br />
estabeleceu com os funcionários da<br />
Funarte, e que o dirigente era<br />
“autoritário”. Mas o defendeu da<br />
acusação de irregularidade. “Foi uma<br />
injustiça terem divulgado aquilo como<br />
uma forma de privilégio. Nós demos<br />
preferência a projetos que já tinham<br />
patrocínio assegurado, e o da mulher<br />
dele entrou nessa leva”.<br />
O ministro afirmou que vai<br />
nomear um presidente-interino para a<br />
Funarte e que, em 20 dias, já terá<br />
anunciado o substituto. “Não quero<br />
brigar com o Frateschi. Ele<br />
estabeleceu uma crise. Os funcionários<br />
não agüentaram a gestão dele”. Em<br />
carta, Frateschi insinua que houve uma<br />
conspiração contra sua pessoa. “Uma<br />
legião de lobistas perdeu o emprego e<br />
isso os perturba.”<br />
Para ler a íntegra da carta de<br />
Frateschi acesse o site do jornal<br />
quixote: www.quixoteart.com.br<br />
Recentemente a Cooperativa de Teatro<br />
de São Paulo lançou documento de<br />
apoio a Celso Frateschi. Leia também<br />
esta manifestação no site do<br />
Jornal Quixote.<br />
Página 15<br />
Novembro 2008<br />
MinC
Pontos de Cultura<br />
Quixote<br />
“Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal”<br />
John Lennon<br />
BRASIL<br />
www.quixoteart.com.br<br />
Fórum de Cultura<br />
Participativa<br />
Nos últimos meses, o Pontão de Cultura CBC -<br />
Capital Brasileira da Cultura promoveu uma série de<br />
cursos e oficinas para qualificação e capacitação de<br />
gestores e integrantes dos Pontos de Cultura dos Estados<br />
de São Paulo e Rio Grande do Sul, como parte de suas<br />
ações e propostas no programa Cultura Viva, sendo que<br />
como forma de contrinuir com a realização da TEIA,<br />
promoveu ainda no último dia 20 de outubro em São Paulo<br />
e no dia 01 de dezembro em Porto Alegre, um FÓRUM DE<br />
CULTURA PARTICIPATIVA.<br />
Do primeiro encontro realizado em São Paulo,<br />
tivemos como resultado a CARTA DE SÃO PAULO,<br />
apresentada ao lado, contendo algumas das<br />
reinvindicações e propostas entendidas como sendo de<br />
interesse comum entre os Pontos de Cultura participante.<br />
Do segundo encontro, realizado em Porto Alegre, um<br />
documento também foi elaborado e será divulgado na<br />
próxima edição do Jornal Quixote e em nosso site.<br />
Fotos:<br />
Aline Regina e<br />
Mário Vendrell<br />
Para maiores informações acesse o site da<br />
CBC - Capital Brasileira da Cultura<br />
www.capitalbrasileiradacultura.org/cbc<br />
Foto 1 - Mário Vendrell, diretor executivo da<br />
CBC, participando dos debates<br />
em Porto Alegre/RS<br />
Foto 2 e 3 - Luciano Lacerda durante cursos<br />
e Fórum de Cultura em Porto Alegre<br />
Foto 4 - Integrantes dos Pontos de Cultura<br />
participantes do Fórum na cidade de<br />
Porto Alegre / RS<br />
Foto 5 - Marcelo Miguel e Luciano Lacerda<br />
durante Fórum de Cultura Participativa<br />
em São Paulo / SP<br />
CARTA ABERTA - SÃO PAULO / SP<br />
I FORUM DE CULTURA PARTICIPATIVA<br />
PROMOVIDO PELO PONTÃO DE CULTURA<br />
CBC / CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA<br />
Na qualidade de Pontão de Cultura integrante do Programa Cultura Viva, a CBC -<br />
Capital Brasileira da Cultura, entidade sediada na cidade de São Paulo, atendendo<br />
uma de suas atribuições voltadas para o auxílio na qualificação e capacitação dos<br />
gestores dos Pontos de Cultura localizados em sua região de atuação no ano de 2008<br />
(São Paulo e Rio Grande do Sul) vem desenvolvendo nos últimos meses uma série de<br />
cursos e oficinas que culminaram com a promoção do seu I FÓRUM DE CULTURA<br />
PARTICIPATIVA, realizado no último dia 20 de outubro na sede do Instituto Polis na<br />
cidade de São Paulo.<br />
Este Fórum, que contou com a presença de 40 representantes de 29 pontos de cultura<br />
do Estado de São Paulo, teve por objetivo proporcionar a troca de experiências e<br />
informações entre os integrantes destes Pontos de Cultura, e tentar colaborar com a<br />
participação dos mesmos na terceira edição da TEIA, que acontecerá neste ano de<br />
2008 na cidade de Brasília/DF entre os dias 12 e 16 de novembro.<br />
Foram convidados como mediadores deste processo os produtores culturais Marcelo<br />
Miguel e Luciano Lacerda integrantes da Quixote Art & Eventos do Paraná, que após a<br />
apresentação de palestras e a realização de dinâmicas de grupo interagiram como<br />
condutores dos debates realizados garantindo desta feita a oportunidade para que<br />
todos os presentes manifestassem suas opiniões e apresentassem suas propostas.<br />
Assim, ao final do evento promovido em São Paulo, foi decidido e acatado por todos<br />
os presentes a necessidade de formulação deste documento e o encaminhamento e<br />
defesa das seguintes propostas:<br />
Os signatários do I FÓRUM DE CULTURA PARTICIPATIVA, através deste<br />
documento manifestam e defendem:<br />
1. Apoio e solidariedade ao Fórum Paulista de Pontos de Cultura e ao documento<br />
chamado CARTA DE DIADEMA 2008, que defende a promoção de ações e a adoção<br />
de medidas por parte do Ministério da Cultura para a melhoria e ampliação do<br />
Programa Cultura Viva, apoiando integralmente as propostas previstas nos cinco eixos<br />
básicos de ações estabelecidos neste documento, a saber:<br />
a) Ações de Formação<br />
b) Implantação de Sistema Digital<br />
c) Troca de Experiência<br />
d) Mudanças na Legislação<br />
e) Gestão Compartilhada<br />
2. A realização de forma regular e periódica de Fóruns Estaduais dos Pontos de<br />
Cultura em todos os Estados brasileiros.<br />
3. A definição de recursos e verbas específicas para a promoção destes Fóruns<br />
Estaduais, respeitando a autonomia das comissões organizadoras para a promoção e<br />
definição destes eventos.<br />
4. Os representantes dos pontos de cultura presentes no I FÓRUM DE CULTURA<br />
PARTICIPATIVA sugerem ainda a Comissão Organizadora do Fórum Paulista de<br />
Pontos de Cultura, que o Pontão de Cultura CBC - Capital Brasileira da Cultura, atue<br />
na qualidade de produtor e organizador do próximo Fórum Paulista de Pontos de<br />
Cultura a ser realizado em 2009.<br />
5. Estas proposições serão encaminhadas ao Ministério da Cultura e demais<br />
dirigentes de organismos do poder público ligados ao Programa Cultura Viva, sempre<br />
acompanhada da CARTA DE DIADEMA, e serão manifestas através de CARTA<br />
ABERTA distribuída durante o TEIA 2008 em Brasília / DF.<br />
(LEIA A CARTA DE DIADEMA PUBLICADA NA PÁGINA 3 DESTA EDIÇÃO)<br />
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Página 16<br />
Novembro 2008