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JORNAL QUIXOTE 24

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Opinião<br />

Quixote<br />

“Estou sempre alegre e essa é a melhor<br />

maneira de resolver os problemas da vida.”<br />

Charles Chaplin<br />

<strong>QUIXOTE</strong> PARANÁ<br />

Editorial<br />

Por<br />

Marcelo Miguel<br />

Em apoio ao projeto do Pontão de Cultura da Paz,<br />

mantido pelo Instituto Pólis, o Jornal Quixote manifesta aqui<br />

sua solidariedade e adesão a esta proposta através de nosso<br />

editorial e das frases publicadas nesta edição no alto de todas<br />

as páginas, para que artistas, gestores, produtores bem como<br />

a população de modo em geral reflita e atue sempre em<br />

defesa de uma CULTURA DA PAZ.<br />

Qual a sua colaboração para a<br />

CULTURA DA PAZ ?<br />

Nós dizemos bom dia<br />

Eles se calam nos elevadores.<br />

Nós cedemos nossos lugares nos coletivos<br />

para senhoras e idosos.<br />

Eles se sentam primeiro sempre.<br />

EXPEDIENTE<br />

Publicação dirigida com distribuição gratuita nas cidades de<br />

Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e São Paulo<br />

TIRAGEM: 10 mil exemplares<br />

Circulação Bimestral<br />

Jornalista Responsável:<br />

Adriana Carvalho<br />

Conselho Editorial:<br />

Luciano Lacerda e Marcelo Miguel<br />

Conselho Administrativo:<br />

Marcelo Miguel, Vilma Nogueira<br />

e Sônia Procópio<br />

Colaboradores: Adriano Esturilho, Amanda<br />

Pereira Fonseca, Andrea Mayumi Maciel, Aline<br />

Regina Castro, Cláudio Ribeiro, Fernando Klug,<br />

Fernanda Maranhão, Gilmar Chiapetti, Kátia<br />

Horn, Larissa Nowak e Mário Vendrell Royo -<br />

Cascavel e Região: Neri Wagner - Maringá e<br />

Região: Enderson Espiazi - Itajaí e região: Marcos<br />

Venicio Montagna e Lucas Vidigal<br />

Contato Geral:<br />

contato@quixoteart.com.br<br />

Produção do Site:<br />

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Coordenação de Relações Institucionais:<br />

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(41) 3029-3660<br />

Endereço para correspondência:<br />

Av Agua Verde 2074 - 22B -<br />

Curitiba/PR CEP 80<strong>24</strong>0-070<br />

Os artigos publicados aqui não refletem necessariamente a<br />

opinião deste Jornal e de seus diregentes, sendo de inteira<br />

responsabilidade de seus respectivos autores.<br />

www.quixoteart.com.br<br />

Nós respeitamos a ordem de chegada.<br />

Eles furam as filas em nome da pressa.<br />

Nós procuramos entender o seu problema.<br />

Eles buzinam incessantemente porque estão atrasados.<br />

Nós torcemos por nosso time.<br />

Eles xingam e se preocupam somente com o adversário.<br />

Nós buscamos o diálogo.<br />

Eles brigam por qualquer razão.<br />

Nós comemoramos nossas vitórias<br />

com nossos amigos e vizinhos.<br />

Eles fazem festas e não se importam<br />

se o barulho incomoda os demais.<br />

Nós procuramos ser solidários nos momentos difíceis.<br />

Eles procuram uma oportunidade para levar vantagem.<br />

Nós dizemos não a corrupção.<br />

Eles talvez aceitem o suborno.<br />

Nós levamos nossa mensagem quando temos a oportunidade.<br />

Eles carregam armas para poder se defender deles mesmos.<br />

Nós tentamos evitar o conflito em nome do respeito.<br />

Eles escolhem sempre um lado e se dizem guerreiros.<br />

Nós plantamos árvores.<br />

Eles só querem colher os frutos.<br />

Nós construímos escolas.<br />

Eles fabricam tanques e bombas.<br />

Nós cultuamos a paz.<br />

Eles são os que sempre fazem à guerra, matam sem querer e<br />

destroem a humanidade e o planeta.<br />

E você? Vai ser como nós ou como eles?<br />

É nas pequenas ações que talvez tenhamos a chance de<br />

reconstruir a grande utopia da PAZ.<br />

* O Kit do Curso de Gestão Cultural é composto por uma<br />

cartilha completa, um CD de dados contendo arquivos em<br />

power point com resumo das aulas, legislação completa,<br />

formulários e instruções sobre Lei Rouanet e alguns videos.<br />

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CULTURAIS E A CAPTAÇÃO DE RECURSOS ATRAVÉS DA LEI ROUANET.<br />

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fone (41) 3029-3660, enviando seu nome completo, endereço para entrega e numero do CPF.<br />

(Cobrança através de boleto bancário)<br />

Onde encontrar o Jornal Quixote:<br />

Em Curitiba - No Centro Paranaense Feminino de Cultura, no<br />

Largo da Ordem, no SATED, no La Mancha, nos teatros Lalá<br />

Schneider, Guaíra e José Maria Santos, no Conservatório de<br />

MPB, na sede da Fundação Cultural, nos campus da FAP,<br />

EMBAP e na reitoria da UFPR.<br />

Em São Paulo - Na Casa de Cultura Reversão, na sede do<br />

Instituto Pólis, no SESC Pompéia, no Centro Cultural Vergueiro<br />

Em Porto Alegre - Na Casa de Cultura Mario Quintana, na sede<br />

do Pontão de Cultura Minuano, no SESC Centro e no Centro<br />

Cultural do GASÔMETRO.<br />

Em Florianópolis - Nos Campus da UDESC e UFSC, no CIC,<br />

no TAC e na Fundação Franklin Cascaes<br />

Em Itajaí - Na sede do DCE no campus da UNIVALI.<br />

Página 2<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

Em 21 de Abril de 2008, estiveram reunidos na Plenária final<br />

do Fórum Paulista de Pontos de Cultura, 109 delegados<br />

credenciados de Pontos de Cultura. Foram aprovados os<br />

encaminhamentos, como seguem:<br />

Bloco I - Formação<br />

• Que haja um Grupo de Trabalho de Formação na<br />

Comissão Estadual para articular a realização de eventos<br />

regionais de formação, que invistam na capacitação, para<br />

garantir a qualidade nos encontros dos produtores culturais.<br />

• Que haja articulação política para ações, gestão, e<br />

capacitação da rede dos Pontos de Cultura para<br />

sustentabilidade efetiva em parceira com o MinC e outras<br />

instituições público-privado;<br />

• Que seja promovida a formação de gestores dos<br />

pontos de cultura, por meio de capacitação com técnicos;<br />

organização de redes solidárias para autogestão econômica,<br />

que promova a sustentabilidade; e realização de audiências<br />

públicas que propiciem o protagonismo e empoderamento,<br />

numa parceria entre a rede de pontos e o MinC;<br />

Bloco II – Implantação de Sistema Digital<br />

• Implantação de um sistema digital para solucionar<br />

problemas causados pelo atual sistema de prestações de<br />

contas, por meio da articulação entre técnicos em software<br />

livre ligados ao movimento de pontos, técnicos do MinC e<br />

representante da Comissão Estadual dos Pontos;<br />

• Criação de ferramenta de software para<br />

acompanhamento e monitoramento dos Pontos de Cultura,<br />

por meio do MinC e das comissões estadual e nacional,<br />

como canal facilitador da burocracia vivenciada pelos<br />

Pontos;<br />

• Criação de uma plataforma tecnológica pelos Pontos<br />

de Cultura, a partir do conceito de cultura digital, a ser<br />

implementada pelo MinC.<br />

Bloco III – Troca de Experiências<br />

• Minimizar o isolamento entre os Pontos de Cultura,<br />

promovendo a troca de experiência entre os pontos, por<br />

meio de Mini-teias em nível municipal, estadual e regional,<br />

os programas de intercâmbio e os informativos, impressos e<br />

virtual, para garantir potencial alcançado em espaços não<br />

consagrados;<br />

• Organizar seminários regulares para mostras das<br />

experiências dos pontos, com um grupo de trabalho dentro<br />

da Comissão Estadual.<br />

Bloco IV - Legislação<br />

Fórum Paulista de Pontos de Cultura<br />

Carta de Diadema 2008<br />

• Construir e encaminhar uma nova proposta de lei,<br />

apontando mudanças, que superem as dificuldades na<br />

prestação de contas em uma ação conjunta da comissão<br />

estadual e nacional dos Pontos de Cultura com o MinC;<br />

• Articular a Comissão Estadual com a Comissão<br />

Nacional de Pontos de Cultura para construir Frente<br />

Parlamentar em defesa das necessidades dos Pontos,<br />

propondo emendas na Lei de Diretrizes Orçamentárias, que<br />

atendam a diversidade cultural do País na realidade de cada<br />

Ponto de Cultura;<br />

• Formar um GT para elaboração de propostas de lei<br />

que contemplem um novo modelo de gestão. O PL (Projeto<br />

de Lei) deverá atender os seguintes itens: realizar um estudo<br />

dos problemas físicos e humanos, levantados pelos PCs,<br />

buscar a solução junto ao GT e promover concurso público<br />

para a contratação de pessoal especializado para as funções<br />

previstas.<br />

Bloco V – Gestão Compartilhada<br />

• Estabelecer um GT pelas Comissões estadual e<br />

nacional que elabore um programa de gestão compartilhada<br />

com metas e tarefas definidas que garantam formas de<br />

participação e decisão, não só entre os PCs, mas também<br />

entre os Pontos e o Programa Cultura Viva.<br />

Representatividade e Legitimidade.<br />

Foram apresentados destaques a dois encaminhamentos: a)<br />

redação do encaminhamento referente à imagem dos pontos<br />

de cultura na mídia, de forma a facilitar a compreensão; b)<br />

conteúdo referente à representação de crianças e<br />

adolescentes, não tendo havido consenso nesse item, foram<br />

apresentadas as defesas, as quais foram submetidas à<br />

votação, tendo permanecido a indicação da proposta inicial,<br />

apenas com a substituição do termo “mirim” pela expressão<br />

“crianças e adolescentes de acordo com o ECA” (Estatuto da<br />

Criança e do Adolescente).<br />

A redação final aprovada dos encaminhamentos foi a<br />

seguinte:<br />

São funções da Comissão, em complementação aos<br />

encaminhamentos tirados pela Comissão de Organização do<br />

Fórum:<br />

- Fortalecer a interlocução com a Comissão Nacional do<br />

Audiovisual;<br />

- Fortalecer os Pontos de Cultura desvinculando a imagem<br />

atual como política de governo e fortalecer enquanto Política<br />

Pública, junto à assessoria de imprensa;<br />

- Estudar a construção de representatividade temática na<br />

sua composição;<br />

- Garantir a diversidade do eixo de atuação de cada Ponto<br />

na escolha dos representantes;<br />

- Garantir que a Comissão seja composta proporcionalmente<br />

por pontos da comunidade em relação a pontos que<br />

representam prefeituras para garantir a identidade do<br />

Programa;<br />

- Garantir a participação de delegados crianças e<br />

adolescentes de acordo com o ECA (Estatuto da Criança e<br />

do Adolescente) num processo de formação, nos encontros<br />

e fóruns;<br />

- Dar condições à rede litoral/interior para garantir a<br />

comunicação entre os pontos e a comissão e os pontos;<br />

- Criar parcerias nas comunidades com instituições<br />

independentes;<br />

- Garantir encontros das comissões de macro regiões.<br />

Forum Paulista dos Pontos de Cultura<br />

Abril de 2008<br />

Congresso Brasileiro<br />

de Poesia<br />

Por<br />

Andrea Motta<br />

“Que acontece<br />

quando se solta uma mola comprimida,<br />

quando se liberta um pássaro, quando se abrem as<br />

comportas de uma represa? Veremos...”<br />

(Gilberto Gil).<br />

Idealizado e comandado por Ademir Antonio Bacca,<br />

realizou-se de 06 a 11 de outubro o XVI Congresso<br />

Brasileiro de Poesia, em Bento Gonçalves - Rio Grande do<br />

Sul. O evento que ultrapassa as fronteiras da Serra Gaúcha<br />

reúne poetas, atores, músicos e artistas plásticos dos mais<br />

diversos Países e Estados brasileiros e transforma a pacata<br />

cidade de Bento Gonçalves no lugar de encontro de todas<br />

as vozes, de todos os sonhos e de todos os poetas.<br />

Foram dias de intensa celebração cultural, em que o<br />

envolvimento da população, em especial dos alunos e<br />

professores das redes pública e privada de ensino foi o<br />

ponto culminante.<br />

O contato direto da comunidade com o movimento<br />

literário e poético nacional e internacional, através dos<br />

projetos, Poetas nas Escolas, Poesia na Vidraça, Oficinas<br />

de Poesia Visual dentre outros proporcionou a todos,<br />

momentos de puro êxtase. Momentos de gargalhadas e de<br />

lágrimas. De emoção e aplauso. De crianças preocupadas<br />

com o amanhã literário, como Tainá e Emanuelle, ambas<br />

com 11 anos, que na raça fundaram a mais nova biblioteca<br />

do Rio Grande do Sul – a Biblioteca Comunitária Mário<br />

Quintana. Momentos de talento e mais talento, de tanta<br />

beleza, de pássaros livres e comportas abertas.<br />

Indiscutivelmente é desta troca de experiências que<br />

surge a inspiração, o novo. E apesar de todas as<br />

dificuldades, de tantas vozes contrárias à difusão da Poesia,<br />

vemos esta a cada dia mais viva. O Congresso Brasileiro de<br />

Poesia, a cidade de Bento Gonçalves e o guerreiro Ademir<br />

Bacca são a prova disto.<br />

Parafraseando Ronaldo Werneck, digo: “Eu volto.<br />

Voltamos todos no ano que vem, num só (as)salto poético,<br />

num só vôo – aves, aves! – sobre as serras e ruas de Bento<br />

Gonçalves”.<br />

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<strong>QUIXOTE</strong><br />

Página 3<br />

Opinião<br />

Novembro 2008


Políticas Públicas<br />

Quixote<br />

“Não há caminho para a paz, a paz é o caminho.”<br />

Mahatma Ghandi<br />

BRASIL<br />

Célio Turino Secretario de<br />

Programas e Projetos<br />

Culturais do Ministério da<br />

Cultura, organismo<br />

responsável pelo programa<br />

Cultura Viva.<br />

Representantes de mais de 800 Pontos de<br />

Cultura se reúnem em Brasília no Téia 2008<br />

Começa no próximo dia 12 de<br />

novembro o encontro nacional dos<br />

Pontos de Cultura, Teia Brasília 2008. O<br />

evento, que será realizado em vários<br />

espaços culturais da cidade, trará para<br />

a capital da República uma grande<br />

mostra da imensa diversidade cultural<br />

do país, além de reunir integrantes de<br />

mais de 800 pontos vinculados ao<br />

Programa Cultura<br />

Viva, da Secretaria<br />

de Programas e<br />

Projetos Culturais do<br />

Ministério da Cultura<br />

(SPPC/ MinC).<br />

A cerimônia<br />

oficial de abertura da<br />

Teia Brasília 2008<br />

será na Sala Villa-<br />

Lobos do Teatro<br />

Nacional Cláudio<br />

Santoro, na quintafeira,<br />

dia 13, às 19h,<br />

e contará com as<br />

presenças do<br />

ministro da Cultura, Juca Ferreira, do<br />

secretário da SPPC/ MinC, Célio Turino,<br />

dentre outras autoridades Na ocasião, o<br />

artista popular de Minas Gerais, Pereira<br />

da Viola, executará o Hino Nacional, e<br />

logo após haverá a apresentação da<br />

ópera Macunaíma, por um grupo<br />

artístico de São Paulo.<br />

A programação do TEIA conta com<br />

uma série de shows e espetáculos<br />

culturais a serem apresentados pelos<br />

Pontos de Cultura e de um cortejo cultural<br />

pela Esplanada dos Ministérios, além da<br />

realização do II Fórum Nacional dos<br />

Pontos de Cultura, que este ano debaterá<br />

o tema Iguais na Diferença, relacionando<br />

Cultura e Direitos Humanos.<br />

Célio Turino<br />

Na entrevista abaixo<br />

disponibilizada no site do MinC, o<br />

secretário Célio Turino, da SPPC/<br />

MinC, fala sobre as idéias que deram<br />

origem aos encontros nacionais dos<br />

Pontos de Cultura e a respeito da<br />

parceria com a Secretaria Especial de<br />

Direitos Humanos da Presidência da<br />

República, estabelecida para a edição<br />

da Teia 2008.<br />

Como surgiu a idéia da realização<br />

dos encontros da Teia?<br />

Célio Turino - A Teia é uma síntese de<br />

reflexão, organização e encantamento.<br />

Envolve um encontro presencial com<br />

mostras artísticas, que é a questão do<br />

encantamento, essa explosão das<br />

expressões culturais dos Pontos de<br />

Cultura. Envolve, também, seminários<br />

que refletem sobre determinados temas.<br />

No caso, deste ano, o tema trata sobre<br />

cultura e direitos humanos. É um<br />

princípio do Programa Cultura Viva, a<br />

gestão em rede dos Pontos de Cultura.<br />

Ela vem sendo feita através da costura<br />

de diversas redes que estão crescendo<br />

e atuando de maneira orgânica. É o<br />

caminho da autonomia dos Pontos de<br />

Cultura. Será realizado, ainda, o Fórum<br />

Nacional dos Pontos de Cultura, que<br />

neste encontro, também avança nos<br />

mecanismos de auto-organização.<br />

A Teia Brasília 2008 traz algum<br />

diferencial com relação as<br />

anteriores?<br />

Célio Turino - Em primeiro lugar,<br />

uma maturidade maior dos Pontos<br />

de Cultura. Tanto que esta Teia tem<br />

a organização fundamentalmente<br />

nas mãos dos próprios pontos.<br />

São eles que definiram a<br />

programação cultural e uma<br />

série de outras expressões<br />

e, também, na organização<br />

dos pontos por todo o país,<br />

que está cada vez mais<br />

forte.<br />

Este ano o tema escolhido<br />

foi ‘Iguais na Diferença’, que<br />

é fruto de uma parceria com<br />

a Secretaria Especial de<br />

Direitos Humanos da<br />

Presidência da República.<br />

Qual a contribuição desta<br />

parceria para a Teia?<br />

Célio Turino - Do ponto de vista<br />

financeiro, fundamentalmente, é a<br />

parte de publicações a posteriori da<br />

Teia. Tem um livro e tudo mais. Mas<br />

isso não é o mais significante, o<br />

principal é a temática dos Direitos<br />

Humanos, que esse ano completa 60<br />

anos da Declaração Universal dos<br />

Direitos Humanos, proclamada e<br />

adotada pela Assembléia Geral das<br />

Nações Unidas no dia 10 de<br />

dezembro de 1948.<br />

Os pontos de cultura são a expressão<br />

da diversidade cultural brasileira,<br />

desde pontos de cultura como os dos<br />

índios Ashaninkas, em Marechal<br />

Taumaturgo (AC), onde as pessoas<br />

precisam tomar um barco para<br />

chegarem até lá, até pontos de cultura<br />

com grupos de vanguarda, como o de<br />

teatro experimental.<br />

Então é o retrato da diferença, mas no<br />

exercício da diferença, as pessoas<br />

também se percebem unas. A idéia é<br />

de que na diferença as pessoas se<br />

percebem na igualdade, em<br />

humanidade. No fundo somos todos<br />

iguais, diferentes na forma, mas iguais<br />

na essência.<br />

Esse slogan ‘Iguais na diferença’ saiu<br />

de um ponto de cultura. Foi oferecido<br />

para a Secretaria Especial de Direitos<br />

Humanos para o encontro do ano<br />

passado. A gente reapresentou e<br />

resignificou, neste ano. O ponto de<br />

cultura que propôs o slogan foi o Eletro<br />

Cooperativa, da Bahia.<br />

O programa Cultura Viva é sem<br />

dúvida nenhuma um dos mais<br />

importantes programas de políticas<br />

públicas para o setor cultural<br />

implantado no Brasil, e é o<br />

responsável pelo surgimento dos<br />

pontos de cultura e pela imensa rede<br />

de agentes e produtores culturais<br />

que está se organizando ao redor<br />

dos Fóruns Estaduais dos Pontos de<br />

Cultura e da Téia Nacional e das<br />

Regionais.<br />

CURITIBA<br />

Por esta razão, o Jornal Quixote,<br />

buscando contribuir com a<br />

continuidade desta proposta, tem<br />

sistematicamente em suas edições<br />

divulgado o trabalho de diversos<br />

pontos de cultura, e continuaremos<br />

mantendo este espaço para difusão<br />

deste trabalho.<br />

Página 4<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

Pela Cultura da Paz<br />

Pólis - Assessoria, Formação e Estudos em Políticas Sociais<br />

Rua Araújo, 1<strong>24</strong> - Centro - São Paulo - SP - Brasil - CEP: 01220-020<br />

Fones: (11) 2174-6800 / Fax: (55 11) 2174-6848<br />

http://www.polis.org.br/institucional.asp<br />

“O trabalho é pioneiro: não há nenhum outro trabalho no país com estas características. Por isso, os desafios<br />

são muitos, temos tudo a criar e construir, dos conceitos às poéticas; do concreto-real”<br />

Hamilton Farias:<br />

“Acredito que somos seres espirituais<br />

e na poetização da vida como<br />

caminho do reencantamento do<br />

mundo. Acredito na construção da<br />

paz e na felicidade dos seres<br />

humanos. Acredito que a ação dos<br />

artistas no mundo pode contribuir<br />

para isso.”<br />

O Instituto Pólis lançou na<br />

cidade de São Paulo o Pontão<br />

Temático da Cultura de Convivência<br />

e da Paz, em convênio com o<br />

programa Cultura Viva do Ministério da<br />

Cultura. Destinado basicamente à<br />

juventude, o espaço terá como foco a<br />

formulação e a troca de<br />

conhecimentos e práticas que<br />

busquem a convivência plural. O<br />

Pontão pretende contribuir para<br />

articular outros pontos de cultura de<br />

paz no País e gerar propostas de<br />

políticas para a juventude. A seguir,<br />

leia a entrevista com o coordenador do<br />

pontão, Hamilton Faria, divulgada no<br />

site do Instituto Pólis.<br />

Conte um pouco sobre qual é o<br />

papel, metodologia e as tarefas<br />

práticas de um pontão de cultura e<br />

também de seus objetivos.<br />

Hamilton Faria - Um pontão temático<br />

como o nosso deve contribuir na<br />

articulação de outros pontos em torno<br />

de seu tema, no caso, a Cultura de Paz<br />

e Convivência, gerando propostas e<br />

valores para juventude. A nossa missão<br />

é implantar os valores metodológicos e<br />

políticos da Cultura de Paz e<br />

Convivência nos Pontos de Cultura e<br />

contribuir para articulações nacionais do<br />

Ministério da Cultura. Para cumprir com<br />

esse objetivo, iremos criar um campo de<br />

ausculta com jovens, com metodologia<br />

própria em 20 pontos. De início, isso<br />

será feito em estados mais próximos à<br />

São Paulo, para desdobrar-se no<br />

próximo convênio em regiões mais<br />

distantes. A ideía é criar uma<br />

metodologia que possa possibilitar fazer<br />

auscultas socioculturais em qualquer<br />

cenário. A primeira tarefa prática<br />

operacional do Pontão é montar a<br />

estrutura e a equipe. Conceitualmente,<br />

é definir metodologias de ausculta,<br />

capacitar os auscultadores e auscultar<br />

os pontos. Este material vamos<br />

sistematizar e colocar em rede. Vamos<br />

também colocar conteúdos na rede web<br />

em parceria com o IPSO (Instituto de<br />

Pesquisas e Projetos Sociais e<br />

Tecnológicos).<br />

De que maneira o Pontão pode<br />

colaborar na criação e melhorias<br />

das políticas públicas em cultura na<br />

cidade de São Paulo?<br />

HF - Este é um processo que está<br />

começando, ainda não sabemos de<br />

todos os desdobramentos. A própria<br />

existência de um Pontão ativo desta<br />

natureza já traz incidências sobre<br />

políticas públicas. É o caso do<br />

Movimento Nossa São Paulo que já<br />

incluiu a Cultura de Paz em sua<br />

plataforma cultural. Conversaremos<br />

com a Câmara dos Vereadores,<br />

particularmente sua Comissão de<br />

Juventude, já estamos em relação com<br />

candidatos à prefeitura da cidade.<br />

Pretendemos reativar o Conselho<br />

Municipal de Cultura de Paz criado<br />

pelo Vereador Nabil Bonduki em 2003.<br />

Mas como eu disse, os<br />

desdobramentos são muitos e<br />

imprevisíveis: articulação com redes<br />

de cultura de paz, encontros<br />

internacionais e locais. Na próxima<br />

semana apresentarei a proposta para<br />

a Comissão Justiça e Paz e em breve<br />

para a Secretaria Nacional de Direitos<br />

Humanos.<br />

Quais serão as principais atividades<br />

do Pontão?<br />

HF - Neste primeiro ano, sem dúvida,<br />

nossa principal ação será as auscultas<br />

e todo o aprendizado decorrente delas<br />

e dos os seus acúmulos e<br />

elaborações. No segundo ano<br />

partiremos para a formulação de<br />

propostas de políticas públicas de<br />

Cultura de Convivência e Paz com a<br />

realização de encontros regionais e<br />

nacional. No terceiro ano,<br />

sistematizaremos mais profundamente<br />

a metodologia, faremos um livro com<br />

resultados qualitativos, quantitativos e<br />

metodológicos, além de um vídeo<br />

apresentando os melhores momentos.<br />

O Pontão inclui o Grupo de Diálogo<br />

e o Conselho de Paz. Quais serão<br />

as funções destes espaços?<br />

HF - O Grupo de Diálogo será<br />

formado por especialistas em<br />

várias áreas, jovens dos pontos<br />

de cultura, jovens não<br />

integrantes de pontos, membros<br />

de Pontões e especialistas em<br />

Cultura de Paz. Será o balizador<br />

conceitual de todo o trabalho.<br />

Deverá se reunir uma vez por mês<br />

com atividades abertas. Já o Conselho<br />

de Paz dará a legitimidade pública do<br />

SANSORES ASSESSORIA CONTÁBIL<br />

PRESTAÇÃO DE CONTAS DE PROJETOS<br />

trabalho. Deverão estar presentes<br />

pessoas dos Pontos e Pontões e<br />

outras pessoas social e culturalmente<br />

transformadoras do país e do exterior.<br />

Quais são suas expectativas e os<br />

desafios para o Pontão?<br />

HF - O trabalho é pioneiro: não há<br />

nenhum outro trabalho no país com<br />

estas características. Por isso, os<br />

desafios são muitos, temos tudo a criar<br />

e construir, dos conceitos às poéticas;<br />

do concreto-real (para lembrar<br />

Guimarães Rosa), até os seus<br />

símbolos mais fortes; do envolvimento<br />

dos jovens até a formação de uma<br />

equipe que tenha a paz como<br />

fundamento de sua ecologia interior;<br />

do trabalho educativo entre os técnicos<br />

do Pólis, ao trabalho com as ações de<br />

políticas públicas de cultura para<br />

convencê-los da transversalidade do<br />

tema, em suas ações até a sua<br />

inclusão no Plano Nacional de Cultura.<br />

Enfim, a Cultura de Paz é a alma do<br />

reencantamento do mundo, sem ela<br />

não haverá mudanças substanciais,<br />

equilíbrio planetário e mundos<br />

poéticamente habitáveis.<br />

LEI ROUANET, LEI MUNICIPAL, FUNDO MUNICIPAL - CURITIBA<br />

Fone / Fax: (41) 3253-1430 / 3254-83<strong>24</strong><br />

ULISSES LUIZ TRAPP CONTADOR CRCPR/ 047067/O-1<br />

IRINEU IVU TRAPP TÉC.CONTABIL CRCPR 033578/O-0<br />

BRASIL<br />

Página 5<br />

Novembro 2008<br />

Políticas Públicas


Pontos de Cultura<br />

Quixote<br />

“Se você quer transformar o mundo, experimente primeiro promover o seu<br />

aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no seu próprio interior”<br />

Dalai Lama<br />

SÃO PAULO<br />

Foto acima, a artista Lucila<br />

Maia durante Forum Mundial<br />

Social em Porto Alegre<br />

Foto abaixo, Oficina de<br />

Escultura do Movimento<br />

em Defesa aos favelados<br />

Uma Constelação<br />

de Sonhos e Sorrisos<br />

Associação Comunitária<br />

Cultural Constelação -<br />

Ponto de Cultura TO AI<br />

(Time de Oficinas Artísticas<br />

Integradas)<br />

A Constelação foi fundada no ano<br />

de 1996, por iniciativa da artista plástica,<br />

Lucila Maia, que desde 1991 vem<br />

ensinando arte às crianças e<br />

adolescentes que vivem em situação de<br />

vulnerabilidade social, segundo seus<br />

questionamentos: “...qual a função social<br />

da Arte se for privilégio de alguns ,<br />

acredito no poder transformador que a<br />

arte proporciona ao indivíduo por meio do<br />

fazer artístico, permitindo-lhe ampliar o<br />

olhar, a sensibilidade, o auto<br />

conhecimento e a compreensão do<br />

mundo”.<br />

Foi assim que a Arte a motivou a<br />

concretizar uma Ação Social, surgiu,<br />

então a Associação Comunitária Cultural<br />

Contelação. Hoje a A.C.C Constelação<br />

atua na zona leste de São Paulo, em<br />

Sapopemba em parcerias e tendo<br />

projetos aprovados em Editais do<br />

Ministério da Cultura, como o Ponto<br />

de Cultura TÔ AÍ (Programa Cultura<br />

Viva), o qual recebeu dois premios do<br />

Programa Escola Viva por suas ações<br />

junto as escolas Municipais em<br />

parceria com a Secretaria Municipal<br />

de Educação e Coordenadoria de<br />

Educação de São Mateus, chegando<br />

a levar arte, cultura e lazer para<br />

aproximadamente 3.400 crianças e<br />

adolescentes da região Leste de São<br />

Paulo.<br />

O projeto premiado foi o<br />

“Programa São Paulo é uma Escola”,<br />

no qual a A.C.C.Constelação foi<br />

aprovada em 3 Editais Públicos,<br />

trabalhou em 8 Escolas Municipais e 3<br />

CÉUS. Em 2007 foram implantadas<br />

820 oficinas: de artes plásticas,<br />

grafite, teatro, música, capoeira, arte<br />

digital, história em quadrinhos, papel<br />

reciclado, mosaico e xadrex, nos<br />

Distritos de Sapopemba, São Mateus<br />

e Parque São Rafael.<br />

Além disso, em seu histórico,<br />

acumula o reconhecimento do Instituto<br />

Ayrton Senna, por desenvolver um<br />

trabalho de qualidade e vem<br />

conquistando outros méritos junto aos<br />

órgãos governamentais, empresas e<br />

sociedade civil.<br />

Através da Constelação, houve<br />

também projetos como o “ Movimento<br />

Pela Paz” em 2004. Este projeto visa<br />

mobilizar e envolver ONGs, escolas,<br />

órgãos públicos, empresários, artistas,<br />

enfim, pessoas da sociedade civil na<br />

realização de ações que integram<br />

artistas famosos e anônimos para<br />

promover a Cultura da Paz, divulgar<br />

as metas do milênio e unir as pessoas<br />

em prol do desenvolvimento humano.<br />

Outros projetos como o “Estrelas<br />

em Ação” que pretende desenvolver a<br />

cultura do voluntariado e na causa<br />

social da Constelação. Com objetivos<br />

de compartilharmos experiências,<br />

exercer a cidadania e a<br />

responsabilidade de cada um na<br />

construção de um mundo mais digno e<br />

justo. E nossas ferramentas são<br />

exatamente as pessoas, os voluntários.<br />

No ano de 2005, quando foi<br />

aprovado o Ponto de Cultura TO AI<br />

(Time de Oficinas Artísticas<br />

Integradas), para o Distrito de<br />

Sapopemba, zona leste de São Paulo,<br />

com o objetivo geral de desenvolver o<br />

Texto:<br />

Aline Regina Castro<br />

protagonismo juvenil por meio da arte,<br />

educação, palestras, propiciando a<br />

gestão compartilhada, a formação de<br />

lideranças voltadas para a cultura da<br />

paz, profissionalização, a<br />

multiplicação e a busca pela<br />

sustentabilidade. Foram implantadas<br />

oficinas gratuítas de: Histórias em<br />

Quadrinhos, Artes Plásticas,<br />

Webdesign (desenvolvimento da<br />

cultura digital), após esse apoio inicial<br />

conseguimos parceiros e voluntários e<br />

implantamos as oficinas de: Produção<br />

de Bijouterias com materiais<br />

reciclados e Serigrafia. Além disso,<br />

fizemos parceria com a Associação<br />

Cultural Kinifórum, que aplicou<br />

oficinas de cinema e vídeo, com<br />

quatro filmes produzidos pelos jovens<br />

e apresentados no Festival<br />

Internacional de Curtas e nos<br />

tornamos Aliados do Instituto Criar, um<br />

dos resultados dessas parcerias foi a<br />

criação do grupo “MesclaMÍDIA”,<br />

iniciativa de alguns jovens<br />

beneficiados por essas capacitações.<br />

Atualmente, o grupo é composto por 6<br />

jovens, as voluntárias Stella Natale e<br />

Aline Regina, e estão produzindo o<br />

Documentário “Memórias de<br />

Sapopemba”.<br />

Os principais resultados desse<br />

trabalho é a melhora da capacidade<br />

de gestão e autonomia dos jovens da<br />

região e atualmente da conquista de<br />

um espaço físico próprio, em parceria<br />

com a Prefeitura de Sâo Paulo, para<br />

continuar desenvolvendo um trabalho<br />

de qualidade e metodologia inovadora<br />

da Associação Cultural Constelação,<br />

que visa formar pessoas para<br />

compartilhar conhecimentos e fazer<br />

gestão de projetos que conscientizem<br />

sobre a importancia do papel de cada<br />

um em busca da dignidade de viver e<br />

fazer o melhor para a humanidade.<br />

Entre estes e outros projetos e<br />

ideais da A.C.C Constelação como<br />

ponto de cultura TO AÌ, desejamos<br />

uma sociedade mais humanizada e<br />

com vontade de agregar novos<br />

valores éticos, artísticos e<br />

educacionais, com responsabilidade<br />

social e ambiental, à começar por<br />

nossos jovens e todos os integrantes<br />

da Constelação. Entre em contato<br />

conosco e faça parte dessa<br />

construção.<br />

Site: www.constelacao.org.br<br />

Telefone: (11) 5563-0846<br />

Página 6<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

Sopapo: No Toque do Tambor<br />

Texto:<br />

Adriano Floriani<br />

QUILOMBO DO SOPAPO<br />

Avenida Capivari, 602<br />

Bairro Cristal - Porto Alegre/RS<br />

(51) 3398-6788<br />

quilombodosopapo@gmail.com<br />

A Guayí é uma organização<br />

não-governamental sem fins<br />

lucrativos, constituída como OSCIP<br />

(Organização da Sociedade Civil de<br />

Interesse Público), com atuação no<br />

Estado do Rio Grande do Sul,<br />

sediada em Porto Alegre e Caxias do<br />

Sul. Foi fundada em julho de 2001 e<br />

tem como origem o GEA – Formação<br />

e Assessoria, ONG criada em 1979,<br />

com atuação junto ao movimento<br />

social, urbano e rural, movimento<br />

sindical e na luta pelos direitos da<br />

mulher.<br />

A Guayí tem como missão<br />

estimular a auto-organização da<br />

sociedade para a construção de<br />

seus direitos, na perspectiva<br />

generosa e solidária de um outro<br />

mundo possível, onde haja<br />

socialização dos frutos do<br />

desenvolvimento e de todas as<br />

dimensões do poder, com respeito<br />

às diferenças, não sendo estas<br />

motivo de desigualdade social. Para<br />

a Guayí, a possibilidade desta nova<br />

sociedade só pode ser coletiva,<br />

plural e profundamente democrática.<br />

A entidade é composta por um<br />

conjunto de colaboradores oriundos<br />

dos movimentos sociais e da<br />

experiência de gestão pública em<br />

Porto Alegre e no Estado do Rio<br />

Grande do Sul. Guayí significa<br />

“semente” no idioma Guarani, grupo<br />

indígena desta região do Brasil. A<br />

Guayí possui 40 associados, cinco<br />

núcleos temáticos de atividade<br />

(Economia Solidária; Violência,<br />

Segurança e Direitos Humanos;<br />

Habitação e Políticas Urbanas;<br />

Ecologia e Agricultura; e Cultura e<br />

Inclusão Digital), os quais funcionam<br />

com quadros próprios da entidade e<br />

com voluntários.<br />

Página 7<br />

Cultura, Cidadania e<br />

Economia Solidária<br />

A Guayí executa em Porto<br />

Alegre (RS) o Projeto Ponto de<br />

Cultura, financiado pelo Ministério da<br />

Cultura para promover a diversidade<br />

cultural brasileira. O projeto é<br />

desenvolvido no bairro Cristal, na Zona<br />

Sul da Capital, em parceria com o<br />

Sindicato dos Trabalhadores do<br />

Judiciário Federal no RS (Sintrajufe),<br />

Serviço Federal de Processamento de<br />

Dados (Serpro) e com a Região<br />

Cristal, representada por diversas<br />

organizações.<br />

O Ponto de Cultura,<br />

denominado Casa do Cristal-<br />

Quilombo do Sopapo, busca<br />

incentivar e desenvolver ações<br />

comunitárias que integrem arte,<br />

cultura, cidadania e economia<br />

solidária. O projeto tem como foco a<br />

música, a produção cultural local e a<br />

comunicação comunitária, utilizando<br />

software livre e incentivando a<br />

democratização da informação e da<br />

comunicação. A inauguração do Ponto<br />

de Cultura Quilombo do Sopapo<br />

ocorreu em 16 de abril de 2008. O<br />

projeto prevê, além das oficinas de<br />

formação, estúdio multimeios e<br />

telecentro, em fase de instalação.<br />

O Quilombo do Sopapo<br />

desenvolve, desde março de 2008,<br />

oficinas de comunicação comunitária,<br />

que buscam estimular a capacidade<br />

crítica em relação aos meios de<br />

comunicação social. Foram realizadas<br />

oficinas de capacitação em produção<br />

audiovisual (março/agosto), radialismo<br />

comunitário (abril), produção de texto<br />

(maio) e fotografia (junho). Em<br />

novembro, será realizada uma Mostra<br />

Cultural com os trabalhos produzidos<br />

pelos jovens participantes das oficinas.<br />

As atividades reuniram cerca de<br />

40 jovens e adultos. O<br />

desenvolvimento das oficinas de<br />

comunicação comunitária no Ponto de<br />

Cultura Quilombo do Sopapo contou<br />

com a participação de diferentes<br />

grupos e atores sociais envolvidos na<br />

temática da democratização da<br />

comunicação: Agência Livre para<br />

Informação, Cidadania e Educação<br />

(ALICE), responsável pelo jornal “Boca<br />

de Rua”; Associação Brasileira de<br />

Radiodifusão Comunitária (ABRAÇO-<br />

RS); Rádio Ipanema Comunitária 87,9<br />

FM; Cooperativa de Comunicação<br />

Catarse; além do apoio do Fórum<br />

Nacional pela Democratização da<br />

Comunicação (FNDC). Cada módulo<br />

foi composto de cinco encontros,<br />

totalizando 20 horas aula.<br />

Uma outra ação surgida por<br />

iniciativa da Guayí, através de seu<br />

Núcleo: Violência, Segurança e<br />

Direitos Huma-nos, é uma<br />

proposta alternativa via<br />

economia solidária na<br />

prevenção à violência. O<br />

projeto: “Economia Solidária<br />

Pontos de Cultura<br />

na Prevenção à Violência”, em<br />

convênio com a Secretaria Nacional de<br />

Economia Solidária do Ministério do<br />

Trabalho e Emprego (Senaes/MTE) e<br />

a Fundação Banco do Brasil, tem os<br />

seguintes objetivos:<br />

· Realizar um Curso de<br />

Produção Cultural Comunitária, com<br />

196 horas de aula, formando agentes<br />

culturais comunitários, para uma turma<br />

de 20 jovens, que também estarão<br />

realizando um Mapa da Diversidade<br />

Cultural do Cristal e uma mostra<br />

cultural da região.<br />

· Estruturação de uma<br />

incubadora de produção cultural onde<br />

será desenvolvido, inicialmente, a<br />

incubação de dois grupos de jovens,<br />

com atividades de geração de renda,<br />

na constituição de empreendimentos<br />

associativos solidários, nas áreas de<br />

comunicação (vídeo e áudio) e<br />

tecnologia da informação (hardware e<br />

software livre), tendo como<br />

contrapartida, por parte destes jovens,<br />

ações comunitárias de prevenção à<br />

violência junto a suas comunidades.<br />

O sopapo<br />

O sopapo, que dá nome ao<br />

Ponto de Cultura do bairro Cristal, é<br />

um tambor afro-gaúcho, feito<br />

originalmente com casca de árvore e<br />

couro de cavalo. Foi criado no século<br />

19 por negros escravizados que<br />

trabalhavam nas charqueadas na<br />

região de Pelotas (RS). Há registros<br />

do seu uso desde 1826. Considerado<br />

o mais autêntico e antigo tambor do<br />

Rio Grande do Sul, confere sonoridade<br />

peculiar ao samba afro-gaúcho. O<br />

sopapo quase<br />

desapareceu<br />

junto com sua<br />

história nos anos<br />

90. Seu resgate<br />

se deu pelo<br />

trabalho de<br />

artistas como<br />

Giba-Giba, e<br />

grupos musicais<br />

Bataclã FC e<br />

Serrote Preto.<br />

RIO GRANDE DO SUL<br />

Novembro 2008


Patrimonio<br />

Quixote<br />

“Sobre todas as coisas há 3 pontos de vista: O teu, o meu e o correto”<br />

Provérbio Chinês<br />

BRASIL<br />

Texto:<br />

Marcelo Miguel<br />

São Luís do Maranhão será a<br />

Capital Brasileira da Cultura 2009<br />

O projeto Capital Brasileira da<br />

Cultura teve início no ano de 2005<br />

com a escolha de Olinda /<br />

Pernambuco para ser a primeira<br />

cidade no País a receber o título de<br />

Capital Brasileira da Cultura em 2006.<br />

Nos anos seguintes, São João Del<br />

Rey / MG e Caxias do Sul / RS<br />

conquistaram este direito, e agora a<br />

cidade de São Luís do Maranhão<br />

ocupará este posto durante todo o ano<br />

de 2009.<br />

Este projeto de âmbito nacional,<br />

criado pela Organização Capital<br />

Americana da Cultura está sendo<br />

implementado no Brasil pela ONG<br />

CBC - Capital Brasileira da Cultura,<br />

entidade que integra o Bureau<br />

Internacional de Capitais Culturais,<br />

juntamente com a Capital Americana<br />

de la Cultura, Capital de la Cultura<br />

Catalana, Capital de la Cultura<br />

Española e US Capital of Culture.<br />

Centro Histórico de São Luís<br />

apresentadas atendem aos requisitos<br />

estabelecidos no regulamento. As<br />

candidaturas pré-qualificadas<br />

passaram então para uma segunda<br />

fase onde serão analisadas<br />

individualmente por cada um dos<br />

membros do Comitê Julgador, que<br />

escolherá as finalistas. Na terceira e<br />

última etapa será então escolhida a<br />

cidade ganhadora dentre as finalistas,<br />

em uma reunião do Comitê Julgador,<br />

geralmente promovida na sede do<br />

MinC em Brasília.<br />

Segundo o diretor executivo da<br />

CBC, Mario Vendrell Royo, a missão<br />

principal deste projeto é o de<br />

“Fomentar o desenvolvimento social e<br />

econômico dos municípios brasileiros,<br />

através da valorização e promoção de<br />

seu patrimônio e diversidade cultural,<br />

gerando emprego e renda, e<br />

contribuindo para a formação da<br />

cidadania.”<br />

Aqui no Brasil, este projeto conta<br />

com o apoio dos Ministérios da Cultura<br />

e do Turismo através de um acordo de<br />

parceria firmado com a ONG CBC,<br />

concedendo o seu apoio institucional,<br />

fazendo a sua divulgação, bem como<br />

participando do Comitê Julgador que<br />

anualmente elege uma cidade brasileira<br />

para receber o título de Capital<br />

Brasileira da Cultura.<br />

Qualquer município brasileiro<br />

pode apresentar a sua candidatura<br />

para postular a designação de Capital<br />

Brasileira da Cultura, conforme<br />

calendário previsto no regulamento do<br />

projeto CBC. Anualmente acontece<br />

um processo de seleção das<br />

candidaturas, realizado em três<br />

etapas. Na primeira fase a ONG CBC<br />

faz uma pré-qualificação para<br />

certificar-se que as candidaturas<br />

Para mais informações sobre<br />

as Capitais da Cultura acesse:<br />

ONG - Capital Brasileira da Cultura<br />

www.capitalbrasileiradacultura.org<br />

Bureau Internacional de Capitais Culturais<br />

www.ibocc.org<br />

Capital Americana de la Cultura<br />

www.cac-acc.org<br />

Capital de la Cultura Catalana<br />

www.ccc.cat<br />

Capital de la Cultura Española<br />

www.ccesp.org<br />

US Capital of Culture<br />

www.culturalcapital.us<br />

Também compõem a<br />

estrutura organizativa da CBC<br />

integrando o Conselho Consultivo,<br />

Célio Turino – Secretário de<br />

Programas e Projetos Culturais –<br />

Ministério da Cultura ; José Evaldo<br />

Gonçalo – Secretário de<br />

Desenvolvimento de Programas de<br />

Turismo – Ministério do Turismo ;<br />

Danilo Santos de Miranda – Diretor do<br />

Departamento Regional – Serviço<br />

Social do Comércio – Administração<br />

Regional no Estado de São Paulo e<br />

integrando o Conselho Fiscal, Carlos<br />

Wendel de Magalhães – Diretor<br />

Executivo da Cinemateca Brasileira;<br />

Joel Inglada Vidal – Diretor Secretário<br />

da Associação Cultural Catalonia em<br />

São Paulo; Márcia Hirata – Diretora<br />

da APOENA Empreendimentos<br />

Sociais Ltda.<br />

As fotos das página 8 e 9<br />

foram gentilmente<br />

cedidas pelo São Luís<br />

Convention & Visitors<br />

Bureau, uma das<br />

entidades parceiras no<br />

projeto Capital Brasileira<br />

da Cultura.<br />

Para ter maiores<br />

informações sobre<br />

São Luís do Maranhão<br />

acesse:<br />

www.saoluisconvention.com.br<br />

O Jornal<br />

Quixote<br />

também<br />

integra o<br />

Projeto das<br />

Capitais<br />

Brasileiras<br />

da Cultura<br />

A Quixote Art & Eventos e a ONG<br />

CBC - Capital Brasileira da Cultura,<br />

entidade sediada na cidade de São<br />

Paulo, firmaram parceria para que o<br />

Jornal Quixote e a empresa de<br />

consultoria Quixote Art & Eventos<br />

passem também a colaborar com o<br />

desenvolvimento deste projeto.<br />

Já para o ano de 2009, quando<br />

São Luís do Maranhão estará<br />

ostentando o título de capital<br />

brasileira da cultura, o Jornal<br />

Quixote apresentará uma série de<br />

matérias especiais sobre a capital<br />

maranhense e toda a programação<br />

cultural da cidade. Durante a<br />

vigência deste título os integrantes<br />

da Quixote auxiliarão a ONG CBC na<br />

organização e promoção de uma<br />

série de cursos, treinamentos e<br />

projetos culturais naquela cidade,<br />

além de contribuir com a produção<br />

de um jornal de distribuição nacional<br />

e um programa de TV sobre a CBC<br />

para exibição em canal aberto.<br />

A Quixote estará oferecendo ainda<br />

consultoria para formatação de<br />

projetos culturais, auxiliará na<br />

formação de uma Incubadora de<br />

Projetos Culturais e na criação de um<br />

Núcleo de Captação de Recursos a<br />

ser instalado em São Luís.<br />

Página 8<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

São Luís do Maranhão: 396 anos de História<br />

Texto base: Site Governo do Maranhão<br />

Festejos Populares em São Luís<br />

Vista da Igreja da Sé<br />

A divisa fixada em 1494 pelo<br />

Tratado de Tordesilhas, entre<br />

Espanha e Portugal para dividir as<br />

terras ainda desconhecidas pelos<br />

europeus, cortava a linha do<br />

Equador em um ponto qualquer<br />

afastado do Amazonas.<br />

Os métodos rudimentares para<br />

determinar as distâncias em alto mar<br />

não possibilitavam uma localização<br />

precisa e, na dúvida, devido às<br />

sanções que ameaçavam os que não<br />

teriam respeitado este “testamento<br />

de Adão” - como o chamava<br />

ironicamente Francisco I da França -<br />

era preferível manter-se distante da<br />

zona incerta.<br />

Os sucessores de Colombo,<br />

assim como os de Cabral, não se<br />

distanciavam das rotas conhecidas,<br />

e todo o litoral entre o Orenoco e o<br />

Nordeste brasileiro tornava-se um<br />

“no man’s land”, que somente alguns<br />

raros exploradores clandestinos<br />

ousavam percorrer.<br />

Para incentivar o povoamento<br />

do Brasil, o rei João III, de Portugal,<br />

dividiu-o em capitanias hereditárias,<br />

em 1535. A Capitania do Maranhão,<br />

situada mais ao Norte, ele a deu ao<br />

tesoureiro - e célebre historiador -<br />

João de Barros, que levou muito a<br />

sério a sua missão colonizadora. Ao<br />

longo de três décadas, ele enviou<br />

não menos de quatro frotas com<br />

mais de 3.000 colonos, que<br />

fundaram a cidade de Nazaré (muito<br />

provavelmente na localização atual<br />

de São Luís) e três outros vilarejos,<br />

sob as ordens de seus próprios<br />

filhos, que ali ficaram durante cinco<br />

anos (1555-60). A falta de ajuda<br />

oficial e o precário conhecimento das<br />

rotas marítimas (por causa do Gulf<br />

Stream era mais fácil ir de São Luís<br />

à Europa do que de São Luís para o<br />

resto do Brasil!) contribuíram, pouco<br />

a pouco, para o desaparecimento<br />

destas colônias. Depois de 1570,<br />

enquanto o Brasil já tinha cidades<br />

tão ricas quanto Salvador e Olinda,<br />

toda a costa do Norte era uma<br />

região abandonada à própria sorte.<br />

Este descaso do poder<br />

despertou a cobiça dos ambiciosos:<br />

traficantes portugueses e espanhóis,<br />

corsários holandeses, ingleses e,<br />

principalmente, franceses, que vinham<br />

todo ano para comerciar com os<br />

índios, estabelecendo assim as bases<br />

de um contato vantajoso.<br />

Em 1612, uma expedição<br />

francesa comandada por Daniel de la<br />

Touche, Senhor de la Ravardière,<br />

partia de Cancale (Saint-Malo) na<br />

Bretanha, com o apoio da regente<br />

Maria de Médicis, para se apossar do<br />

lugar (“não pela força, mas por amor”,<br />

segundo as palavras do missionário<br />

capuchinho Claude d’Abbeville) e<br />

fundar aqui a França Equinocial.<br />

No dia 8 de setembro, foi<br />

concluído o Forte e Vila de São Luís,<br />

assim nomeado em homenagem a<br />

Luís XIII (alguns anos mais tarde, no<br />

lado contrário ao Atlântico, na<br />

embocadura do Senegal, uma outra<br />

cidade seria batizada com o nome de<br />

São Luís, mas em homenagem a Luís<br />

XIV). O fato teve certa repercussão e<br />

provocou uma crise diplomática,<br />

resultando, finalmente, na reconquista<br />

do Maranhão pelos portugueses de<br />

Pernambuco, em 1615.<br />

São Luís do Maranhão<br />

já é detentora do título de<br />

Patrimonio Cultural da<br />

Humanidade, concedido<br />

pela UNESCO, em razão<br />

dos mais de 3000<br />

imóveis tombados no<br />

centro histórico da<br />

cidade.<br />

Outra característica<br />

marcante da cidade e da<br />

região é a Cultura<br />

Popular e as tradicionais<br />

Festas de Boi.<br />

BRASIL<br />

Página 9<br />

Novembro 2008<br />

Vista noturna da Lagoa da Jansen<br />

Turismo Cultural


Museus<br />

Quixote<br />

“Nenhuma mente que se abre para uma nova idéia<br />

voltará a ter o tamanho original”<br />

Albert Einstein<br />

PARANÁ<br />

Oficina Regional do<br />

Sistema Nacional do Patrimônio<br />

Cultural no Paraná<br />

O IPHAN e a Secretaria de Estado da Cultura do Paraná<br />

realizarão, em Curitiba, nos dias 20 e 21 de novembro a Oficina<br />

Regional do Sistema Nacional do Patrimônio Cultural para a<br />

Região Sul. O evento dá continuidade às tratativas de<br />

integração das ações sobre o campo do patrimônio cultural entre<br />

a União, os Estados, os municípios e a sociedade civil<br />

organizada.<br />

EM CURITIBA<br />

PRÓXIMA<br />

EDIÇÃO DO<br />

<strong>JORNAL</strong><br />

<strong>QUIXOTE</strong><br />

CIRCULA<br />

DIA 15 DE<br />

DEZEMBRO<br />

O público-alvo do evento é composto prioritariamente por<br />

gestores estaduais (área de patrimônio cultural e correlatas);<br />

conselhos e conselheiros de patrimônio e/ou cultura;<br />

universidades; Ministério Público e sociedade civil organizada.<br />

Os objetivos da Oficina são debater as temáticas desenvolvidas<br />

nos grupos de trabalho da I Oficina dos Órgãos Estaduais,<br />

validar os quadros do Patrimônio Regional e aprofundar as<br />

discussões temáticas com vistas a estabelecer acordos para a<br />

gestão integrada do patrimônio cultural.<br />

Mais informações:<br />

marina.11sr@iphan.gov.br;<br />

aprigio.11sr@iphan.gov.br<br />

Rosina Parchen<br />

Secretaria de Estado da Cultura do Paraná<br />

Fone: (41) 3321-4809 rosinaparchen@pr.gov.br<br />

Sorella Champagnat<br />

Rua Júlio da Costa, 1735<br />

Champagnat – Curitiba/PR<br />

(41) 3335-3216<br />

champagnat@sorella.com.br<br />

Sorella Centro Cívico<br />

Rua Marechal Hermes, 728<br />

Centro Cívico – Curitiba/PR<br />

(041) 3026-5794<br />

sorella@sorella.com.br<br />

Sorella Iguaçu<br />

Avenida Iguaçu, 3565<br />

Vila Izabel – Curitiba/PR<br />

(41) 3076-9884<br />

iguacu@sorella.com.br<br />

www.originalbetobatata.com.br<br />

O Original Beto Batata está completando<br />

nove anos de vida no alto da XV em<br />

Curitiba, aonde a comida é só mais um<br />

ingrediente na mistura da música, arte e<br />

cultura. Nesses nove anos foi construído<br />

um conceito de casa em Curitiba, um espaço<br />

único que traz a tona o verdadeiro sentido<br />

da gastronomia, que é responsável pelo<br />

intercâmbio cultural. Vendo por esse lado o<br />

original Beto Batata é um grande ciclo.<br />

Aqui fica o convite a você para se contagiar<br />

nesse ciclo multicultural.<br />

Alto da XV<br />

Rua Professor Brandão 678 (Curitiba / Paraná)<br />

TEL / RESERVA: (41) 3262 - 0840<br />

betobatata@originalbetobatata.com.br<br />

Ir a Roma e não ver o Papa, ir a Curitiba e não conhecer o Original Beto Batata....<br />

Página 10<br />

Novembro 2008


Foto: Marcelo Miguel<br />

Quixote<br />

A Escola de Música e Belas<br />

Artes do Paraná - EMBAP - é um<br />

Estabelecimento Estadual de Ensino<br />

fundado em 1948 e reconhecido pelo<br />

Conselho Federal de Educação desde<br />

1954. O movimento em prol da criação<br />

da EMBAP surgiu em 1947 na<br />

Sociedade de Cultura Artística Brasílio<br />

Itiberê, tendo logo recebido apoio da<br />

Academia Paranaense de Letras, do<br />

Círculo de Estudos Bandeirantes, do<br />

Centro de Letras do Paraná, do<br />

Centro Feminino de Cultura, da<br />

Sociedade de Amigos de Alfredo<br />

Andersen, do Instituto de Educação e<br />

do Colégio Estadual do Paraná. Na<br />

ocasião elaborou-se um documento<br />

que foi entregue ao então governador<br />

de Estado, Sr. Moysés Lupion, que<br />

logo deu um parecer favorável aos<br />

anseios musicais locais, através da<br />

mensagem encaminhada à<br />

Assembléia Legislativa.<br />

Os trabalhos de organização da<br />

escola foram confiados ao professor<br />

Fernando Corrêa de Azevedo que<br />

viajou a diversos lugares para estudar<br />

a estrutura de entidades congêneres<br />

visando adotar modelos já<br />

experimentados. Visitou a Escola<br />

Nacional de Música da Universidade<br />

do Brasil, Conservatório Brasileiro de<br />

Música do Rio do Janeiro, Escola de<br />

Desenho da Associação de Artistas<br />

Brasileiros, Escola de Belas Artes de<br />

Belo Horizonte, Conservatório<br />

Dramático Musical de São Paulo,<br />

Escola de Belas Artes de Niterói e o<br />

Instituto de Belas Artes do Rio Grande<br />

do Sul.<br />

Voltando de viagem, o professor<br />

Fernando Corrêa de Azevedo reuniu<br />

um grande corpo de professores<br />

formado por Altamiro Bevilacqua, Artur<br />

Nísio, Benedito Nicolau dos Santos,<br />

Bento Mussurunga, Bianca Bianchi,<br />

Charlotte Frank, Edgard Chalbaud<br />

Sampaio, Estanislau Traple, Francisco<br />

Stobbia, Frederico Lange de Morretes,<br />

60 Anos da Escola de Música e<br />

Belas Artes do Paraná - EMBAP<br />

Guilherme Carlos Tiepelmann, Inez<br />

Colle Munhoz, Iolanda Fruet Correia,<br />

João Ramalho, João Woiski, Jorge<br />

Frank, Jorge Kaszas, José Coutinho<br />

de Almeida, José Peón, Licio de Lima,<br />

Ludwig Seyer, Ludwig Seyer Jr., Luiz<br />

Eulógio Zilli, Margarida Solheid<br />

Marques, Margarida Zugueib, Natália<br />

Lisboa, Oswaldo Lopes, Oswaldo<br />

Pilotto, Prudência Ribas, Raul<br />

Menssing, Remo de Persis, Reneé<br />

Devrainne Frank, Severino d’Atri e<br />

Waldemar Curt Freyesleben.<br />

Em 3 de Outubro de 1949,<br />

através da Lei no 259, a Assembléia<br />

Legislativa oficializou a Escola de<br />

Música e Belas Artes do Paraná que<br />

já estava em atividade desde 17 de<br />

Abril de 1948 na sua primeira sede,<br />

situada no número 50 da Rua<br />

Emiliano Perneta, onde permaneceu<br />

por três anos. Somente em 1951 a<br />

EMBAP passou para a sua sede<br />

oficial, o prédio de número 179 da<br />

mesma rua.<br />

Atualmente, ocupa a Direção da<br />

EMBAP a Professora ANNA MARIA<br />

LACOMBE FEIJÓ, tendo como Vice-<br />

Diretora a Professora SOLANGE<br />

GARCIA PITANGUEIRA.<br />

CURSOS DE EXTENSÃO<br />

A Escola de Música e Belas<br />

Artes do Paraná – EMBAP – é uma<br />

instituição de ensino de artes que<br />

mantém um Programa de Extensão<br />

oferecendo cursos de formação<br />

musical de caráter livre, objetivando<br />

proporcionar à comunidade formação<br />

musical de qualidade diferenciada. Os<br />

cursos desse programa atendem<br />

estudantes de música a partir dos 6<br />

anos de idade até a idade adulta, com<br />

desenvolvimento gradual na<br />

expressão musical. Para isso divide<br />

seus cursos em Formação Musical I<br />

(duração de 7 anos), Formação<br />

Musical II (3 anos) e Curso Avançado<br />

em Música (3 anos).<br />

CURSOS DE GRADUAÇÃO<br />

Os cursos de graduação ofertados<br />

pela EMBAP distribuem-se em duas<br />

áreas: Área de Belas Artes: Escultura,<br />

Gravura, Pintura e Licenciatura em<br />

Desenho; Área de Música: Canto,<br />

Composição e Regência, Instrumento e<br />

Licenciatura em Música;<br />

PÓS-GRADUAÇÃO<br />

A Escola de Música e Belas<br />

Artes do Paraná - EMBAP,<br />

reconhecida pelo Decreto nº. 36.627<br />

de 22/12/1954 vem oferecendo<br />

Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu<br />

desde 1992, atuando como um dos<br />

núcleos geradores do<br />

desenvolvimento artístico-pedagógico<br />

brasileiro.<br />

Todos os curso são regidos pela<br />

Resolução CNE/CES (Conselho<br />

Nacional de Educação/Câmara de<br />

Educação Superior) nº 01 de 03/04/<br />

2001, pelo Regimento da EMBAP e<br />

pelo Regulamento da Pós-Graduação<br />

da EMBAP, com carga horária de 360<br />

horas/aula.<br />

ESPECIALIZAÇÃO EM HISTÓRIA<br />

DA ARTE MODERNA E<br />

CONTEMPORÂNEA.<br />

Visa qualificar profissionais em<br />

nível de Pós-Graduação “Lato Sensu”,<br />

desenvolvendo conteúdos sobre<br />

núcleos temáticos referentes à história<br />

moderna e contemporânea. Tem a<br />

finalidade também de produzir<br />

trabalhos científicos focalizados em<br />

linhas de pesquisa relacionadas às<br />

artes visuais e linguagens artísticas na<br />

contemporaneidade.<br />

ESPECIALIZAÇÃO EM<br />

MUSEOLOGIA<br />

Visa qualificar profissionais que<br />

atuam em museus e áreas afins a<br />

museologia. Desenvolve uma<br />

abordagem predominantemente<br />

teórica envolvendo conteúdos<br />

relacionados a museus de arte,<br />

museografia, conservação, arteeducação,<br />

arte contemporânea,<br />

museologia virtual e curadoria.<br />

ESPECIALIZAÇÃO EM MÚSICA<br />

COM ÊNFASE EM ANÁLISE<br />

MUSICAL, MÚSICA DE CÂMARA E<br />

REGÊNCIA DE CORAL.<br />

O Curso tem o objetivo de<br />

proporcionar uma compreensão<br />

teórico-interpretativa, de diferentes<br />

momentos da história da música (Séc.<br />

XVI-XX). Este estudo desenvolve-se<br />

por meio da análise de obras<br />

representativas de diversos períodos,<br />

abordadas sob diferentes<br />

metodologias analíticas. Desta forma,<br />

características próprias a diferentes<br />

estilos são consideradas, tanto a nível<br />

teórico como interpretativo,<br />

aprimorando os conhecimentos de<br />

profissionais que atuam na área<br />

docente de disciplinas teóricas, assim<br />

como na área de interpretação.<br />

ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO<br />

MUSICAL.<br />

O Curso de Especialização em<br />

Educação Musical visa proporcionar<br />

aos graduados, atuantes no ensino de<br />

música, nos múltiplos espaços sociais,<br />

uma possibilidade de aprofundamento<br />

epistemológico em diferentes<br />

enfoques da área de Educação<br />

Musical. Tais enfoques abrangem<br />

elementos teórico metodológicos,<br />

fundamentos da educação musical,<br />

uso de novas tecnologias e<br />

abordagens teórico práticas do fazer<br />

musical no contexto da educação.<br />

PARANÁ<br />

Página 11<br />

Novembro 2008<br />

Música e<br />

Belas Artes


Audiovisual<br />

Quixote<br />

“A paz vem de dentro de ti próprio, não procure à tua volta”<br />

Buda<br />

PARANÁ<br />

Lapa: Capital<br />

Paranaense do Cinema<br />

Textos: Marcelo Miguel<br />

e Aline Regina Castro<br />

Teve início no último dia 05<br />

novembro, Dia da Cultura, a terceira<br />

edição do FESTIVAL DE CINEMA<br />

DA LAPA (60 Km de Curitiba),<br />

promovido pelo Instituto Histórico e<br />

Cultural da Lapa em conjunto com o<br />

Instituto Borges da Silveira, contando<br />

também com o apoio da RPC - Rede<br />

Paranaense de Comunicação e com<br />

a produção das empresas Perfil<br />

Comunicações, Quixote Art & Eventos e<br />

Kinoarte de Londrina. Este projeto, que<br />

conta com os benefícios da Lei Federal<br />

de Incentivo a Cultura, a chamada Lei<br />

Rouanet, teve o patrocínio das<br />

empresas DAGRANJA,<br />

CONCESSIONÁRIA<br />

CAMINHOS DO PARANÁ,<br />

EADCON / FAEL, além do<br />

apoio da Prefeitura<br />

Municipal da Lapa,<br />

Governo do Estado do<br />

Paraná e do Governo<br />

Federal através do Fundo<br />

Nacional de Cultura.<br />

Este ano, o ponto<br />

alto do FESTIVAL DA<br />

LAPA 2008 foi a<br />

homenagem prestada ao<br />

ator paranaense Luiz<br />

Melo agraciado com o<br />

trófeu Tropeiro pelo<br />

Ator Luiz Melo<br />

conjunto de sua obra e<br />

pela sua significativa<br />

colaboração em prol do teatro e do<br />

cinema. Outros grandes nomes do<br />

cinema paranaense e nacional também<br />

prestigiaram o evento como a atriz<br />

Leona Cavalli, a cantora Eliana Pittman<br />

e o crítico e jornalista Celso Sabadin,<br />

entre outros.<br />

As noites na praça do Pantheon<br />

Fotos:<br />

Aline Regina Castro<br />

no centro da cidade da Lapa, espaço<br />

especialmente montado para a exibição<br />

dos longas-metragens ao ar livre, também<br />

foi palco de grupos tradicionais como o CTG<br />

(Centro de Tradições Gaúchas) de Santa<br />

Mônica, com apresentações de Dança Gaúcha<br />

ou grupos musicais. Um desfile de automóveis<br />

antigos também fez parte das muitas atrações<br />

do evento.<br />

A cidade da Lapa que é um patrimônio<br />

histórico e arquitetônico a céu aberto, e tem um<br />

dos maiores conjuntos arquitetônicos<br />

preservados do país com <strong>24</strong>4 imóveis<br />

tombados pelo IPHAN, se transformou<br />

durante cinco dias na capital<br />

paranaense do cinema, oferecendo a<br />

população local e a seus visitantes uma<br />

série de atrações como a exibição de<br />

diversos filmes, curtas, médias e<br />

longas-metragens, oficinas de cinema e vídeo.<br />

Entre os filmes exibidos gratuitamente no Festival<br />

destacamos: Os Desafinados, Booker Pittman, O<br />

Mistério da Estrada de Sintra, Mistéryos, Netto e o<br />

Domador de Cavalos, Ouro Negro, O Sal da Terra de<br />

Elói Pires Ferreira, entre outros longas, médias e curtas<br />

metragens.<br />

Segundo a presidente do Instituto Histórico da<br />

Lapa e uma das grandes responsáveis pela realização<br />

do festival, Maria Inês Pierin Borges da Silveira: “a<br />

realização do Festival, numa das mais antigas e bem<br />

preservadas cidades do Paraná, além de propiciar sua<br />

inserção no cenário do audiovisual nacional, visa<br />

incrementar o turismo na região e também contribuir<br />

para a descentralização da cultura no país”. E ainda<br />

conclui, justificando a premiação da mostra competitiva<br />

de curtas e filmes internacionais e de épocas: “A cidade<br />

da Lapa, invariavelmente, tem sido escolhida como<br />

cenário de filmes históricos. Suas ruas, suas praças e<br />

suas construções são preservadas pelo zelo do povo<br />

lapeano, nada mais justo do que homenagear a Lapa<br />

com esta premiação”.<br />

Celso Sabadin CTG de Santa Mônica Guto Pasko durante oficinas no Festival 2008<br />

Página 12<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

Os 75 anos do Centro Paranaense<br />

Feminino de Cultura<br />

Texto:<br />

Vilma Nogueira<br />

1933- 2008<br />

Fundado em 05 de dezembro de 1933 o<br />

Centro Paranaense Feminino de Cultura<br />

é a mais antiga entidade cultural em<br />

funcionamento ininterrupto em Curitiba.<br />

A maioria das pessoas<br />

desconhece o que há além da porta<br />

de entrada do Centro Paranaense<br />

Feminino de Cultura, a complexidade<br />

de sua estrutura e funcionamento.<br />

Mesmo que se leia a programação<br />

mensal, não se tem a exata dimensão<br />

de sua atuação dentro de nossa<br />

sociedade e sua importância para a<br />

cidade de Curitiba e para o Estado do<br />

Paraná.<br />

Ao longo de seus setenta e<br />

quatro anos de atividade, o Centro<br />

Feminino de Cultura reuniu, em vários<br />

sentidos, um amplo e diversificado<br />

patrimônio, no qual se incluem a<br />

amplitude de suas ações. Uma<br />

retrospectiva de diversos momentos<br />

sua história mostra que, desde a sua<br />

criação, em 1933, tendo sua<br />

expansão nos anos 40, chegando aos<br />

anos 90 com mudanças estruturais e<br />

físicas visíveis a importância da data<br />

em questão se deve não apenas à<br />

antiguidade e à tradição, mas também<br />

ao momento atual vivido pelas<br />

associadas que compõem a entidade.<br />

Ao mesmo tempo, o início do século<br />

XXI apresenta-se propício a uma<br />

reflexão sobre essa história e a<br />

projeção do futuro da instituição.<br />

A proximidade dos 75 anos de<br />

fundação do Centro Paranaense<br />

Feminino de Cultura motivou o<br />

planejamento de diversas atividades.<br />

Uma série de ações está sendo<br />

programada e a divulgação oficial<br />

acontece em sessão solene, no dia 5<br />

de dezembro de 2008 com o<br />

lançamento do livro “Jubileu de<br />

Diamante” e do “Painel Poty<br />

Lazzarotto”.<br />

Outro destaque é o<br />

lançamento da coleção de livros e a<br />

exposição “Histórias e Memórias”,<br />

eventos programados para o segundo<br />

semestre de 2009 e que encerrarão as<br />

comemorações.<br />

Projetos em andamento para<br />

comemoração do Jubileu<br />

Projeto “Histórias e Memórias” –<br />

propõe um compromisso com a<br />

preservação do patrimônio cultural do<br />

CPFC em seus variados suportes,<br />

bem como uma reflexão sobre os<br />

significados dessa trajetória. Este<br />

projeto visa realizar mais do que uma<br />

idéia, um sonho já acalentado há<br />

algum tempo pelas centristas, que<br />

perceberam a importância de um<br />

trabalho desta natureza para a<br />

instituição, sendo algo oportuno e<br />

essencial neste contexto histórico de<br />

expansão – onde a reflexão não pode<br />

prescindir das referências da<br />

memória. É, pois, neste contexto e<br />

neste espírito que propõem um projeto<br />

que procurará contar a história do<br />

CPFC.<br />

Este projeto<br />

apresenta-se como uma<br />

grande oportunidade de se<br />

realizar um esforço<br />

memorialístico há muito<br />

desejado e sentido como<br />

fundamental pela instituição.<br />

Projeto “Setenta e<br />

Cinco Centristas<br />

comemoram os 75 anos do<br />

CPFC” – O livro do “Jubileu<br />

de Diamante” vai agregar<br />

setenta e cinco histórias de<br />

mulheres ligadas ao CPFC,<br />

que dedicaram parte de<br />

suas vidas à instituição ou<br />

que, de alguma forma,<br />

estiveram presentes e se<br />

sentem parte desta história.<br />

A idéia é compor um acervo<br />

de referência e lembranças<br />

emocionais, profissionais, científicas,<br />

de amizade e de afeto.<br />

Painel Comemorativo “Poty<br />

Lazzarotto” – o desenho ”Largo da<br />

Ordem”, obra de Poty e doado por<br />

João Geraldo Lazzarotto, tornar-se-á<br />

um painel de azulejos de 7.84 m2,<br />

colocado no Hall de exposições,<br />

junto à entrada do Teatro Chloris<br />

Casagrande Justen. Os<br />

responsáveis pela reprodução são<br />

os artistas Elvo Benito Damo e Maria<br />

Helena Saparolli.<br />

Junto ao painel, serão fixados<br />

outros 75 azulejos com o nome ou<br />

logomarca dos colaboradores. O<br />

Centro Paranaense promoverá a<br />

venda destes pelo valor de R$<br />

1.000,00 a unidade e o dinheiro<br />

arrecadado tem como objetivo<br />

angariar fundos para manutenção do<br />

espaço.<br />

Acima,<br />

Gravura de<br />

Poty<br />

Lazzarotto<br />

que irá compor<br />

painel<br />

comemorativo<br />

dos 75 anos do Centro<br />

Paranaense Feminino de<br />

Cultura.<br />

* Poty -<br />

Desenhista, gravurista e ceramista,<br />

Napoleão Potyguara Lazzarotto nasceu e<br />

morreu em Curitiba.<br />

Segundo a Presidente da entidade,<br />

Chloris Casagrande Justen, o painel<br />

comemorativo tem um significado<br />

especial, pois a instituição foi<br />

fundada após uma missa de domingo<br />

em 1933. Esta obra de Poty remete<br />

ao ano desta fundação.<br />

Como posso participar<br />

do Painel<br />

Comemorativo do<br />

Jubileu do<br />

Centro Paranaense<br />

Feminino de Cultura?<br />

www.centrofeminino.com.br<br />

Compareça na secretaria da entidade em<br />

horário comercial e preencha sua ficha de<br />

participação no painel comemorativo.<br />

ou Ligue para (41) 3232-8123,<br />

ou envie e-mail para<br />

centro@centrofeminino.com.br<br />

informando nome completo, endereço,<br />

CPF, e nome a ser gravado no painel<br />

comemorativo.<br />

Informações:<br />

Vilma de Fátima Nogueira - (41) 3232-8123<br />

centro@centrofeminino.com.br<br />

Benefícios para os<br />

colaboradores do jubileu<br />

Os 75 participantes com a doação de R$ 1.000,00 (Mil Reais), receberão<br />

:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Inclusão do nome no painel de azulejo (20X20 cm);<br />

(Miniatura) Réplica do painel em um azulejo (12X12cm);<br />

Troféu e botton de participação;<br />

Inclusão do nome na revista e no site, durante as comemorações<br />

dos 75 anos da entidade;<br />

Coleção completa do livro, “Histórias e Memórias do Centro<br />

Paranaense Feminino de Cultura”, obra em três volumes, que será<br />

lançada em 2009.<br />

CURITIBA<br />

Página 13<br />

Novembro 2008<br />

Terceiro Setor


RIO GRANDE DO SUL<br />

Leis de Incentivo<br />

A Lei de Incentivo<br />

a Cultura do Rio<br />

Grande do Sul (LIC)<br />

deixou de ocupar as<br />

páginas de cultura<br />

para ocupar o<br />

espaço policial da<br />

imprensa gaúcha.<br />

Para entender<br />

melhor esta situação<br />

veja<br />

cronologicamente a<br />

ordem dos<br />

acontecimentos:<br />

Em julho deste<br />

ano, a secretária de<br />

Estado da Cultura,<br />

Mônica Leal,<br />

recebeu a informação de fraude no<br />

sistema LIC e envia os nomes das<br />

empresas supostamente envolvidas à<br />

Secretaria da Fazenda para averiguação.<br />

No dia 19 de agosto, a Secretaria recebe<br />

a confirmação das irregularidades e a<br />

informação de que sua assinatura e de<br />

seus antecessores (Roque Jacoby e Victor<br />

Hugo) foram falsificadas nas cartas de<br />

habilitação e termos de compromisso<br />

(também explicitamente fraudados) para<br />

obter patrocínio de forma indevida. Mônica<br />

então pede cópia da documentação<br />

falsificada e repassa ao presidente do<br />

Ministério Público, Mauro Renner.<br />

No dia 12 de setembro, em operação<br />

do Ministério Público Estadual 13<br />

mandados de busca e apreensão são<br />

cumpridos para obter provas das<br />

suspeitas de fraude contra a Lei Estadual<br />

de Incentivo à Cultura. O esquema<br />

envolveria produtores suspeitos de<br />

falsificar documentos para obter<br />

patrocínios com isenção de ICMS em<br />

eventos culturais. O prejuízo calculado<br />

pelo Ministério Público é de R$ 4 milhões.<br />

No decorrer das denúncias, outras<br />

Na Praça da Alfandega em Porto Alegre o<br />

encontro das estátuas de Mario Quintana e<br />

Carlos Drumond eternizado. A Feira acontece<br />

ao redor destes dois personagens importantes<br />

da literatura brasileira.<br />

A 54ª Feira do Livro de Porto<br />

Alegre, realizada entre os dias 31 de<br />

outubro e 16 de novembro de 2008,<br />

maior evento literário a céu aberto da<br />

América Latina, foi um entre os muitos<br />

projetos prejudicados pelos problemas<br />

enfrentados pela LIC no Rio Grande do<br />

Sul.<br />

Este evento acontece todos os<br />

anos na capital gaúcha desde 1955,<br />

sendo sempre encerrado exatamente no<br />

dia 16 de novembro.<br />

O jornalista Say Marques,<br />

idealizador e mentor desta iniciativa,<br />

afirma que o objetivo da Feira é o de<br />

fomentar as práticas à leitura e assim<br />

popularizar as obras literárias e facilitar o<br />

acesso da população ao universo da<br />

leitura e do livro.<br />

Realizado no coração de Porto<br />

Alegre, na Praça da Alfândega, a Feira<br />

também ocupa também parte do Cais do<br />

Porto (Avenida Mauá, altura da Praça da<br />

Alfândega); Avenida Sepúlveda; Casa de<br />

Cultura Mário Quintana (Rua dos<br />

Quixote<br />

54ª Feira do Livro de Porto Alegre<br />

Andradas, 736); Centro Cultural CEEE<br />

Erico Verissimo (Rua dos Andradas,<br />

1.223); Memorial do Rio Grande do Sul<br />

(Praça da Alfândega, s/nº) e Santander<br />

Cultural (Praça da Alfândega, s/nº) com<br />

atividades ininterruptas durante todo o<br />

evento.<br />

Além das tradicionais barracas<br />

com a presença de editoras e livreiros de<br />

várias partes do Brasil e internacionais, a<br />

infra-estrutura do evento conta também<br />

com modernos equipamentos eletrônicos<br />

e atrações. Os visitantes da Feira do<br />

Livro tem disponível a mais nova<br />

tecnologia wireless, possibilitando a todos<br />

uma conexão à internet com alta<br />

velocidade através da rede sem fio e<br />

computadores espalhados pela praça da<br />

Alfândega.<br />

Neste ano o Estado convidado<br />

para ser homenageado foi Pernambuco,<br />

e se apresentou como destaque da<br />

programação o paraibano professor,<br />

teatrólogo e romancista, que se considera<br />

adotado por Pernambuco, Ariano<br />

Suassuna.<br />

“A vida é para quem topa qualquer parada,<br />

e não para quem pára em qualquer topada”<br />

Bob Marley<br />

RS: Lei de Incentivo à Cultura vira Caso de Polícia<br />

irregularidades são verificadas.<br />

Ainda em setembro deste ano, são<br />

descobertos documentos que envolvem a<br />

presidente do Conselho Estadual de<br />

Cultura, a produtora Mariângela Grando,<br />

que teria usado notas de compras<br />

pessoais, como perfume importado,<br />

salmão, bebidas alcoólicas, IPVA do<br />

próprio carro e peras importadas na<br />

prestação de contas do longa-metragem<br />

Concerto Campestre (2003).<br />

Mariângela então telefona ao<br />

coordenador da LIC, Fábio Rosenfeld,<br />

ameaçando apresentar denúncias contra<br />

a secretária Mônica Leal caso a denuncia<br />

tenha continuidade. A conversa é gravada<br />

e apresentada a imprensa e Mariângela<br />

afirma que Mônica viraria cinzas. A<br />

secretária de Estado moveu ação contra<br />

Mariângela.<br />

No dia 16 de setembro, é noticiada<br />

irregularidades no Multipalco. A<br />

Associação Amigos do Theatro São Pedro<br />

fora autorizada pelo Conselho de Cultura<br />

a captar, em 2000, R$ 3,6 milhões em<br />

patrocínios para a construção do<br />

Multipalco. O total liberado pelo governo é<br />

de R$ 6 milhões. Um relatório da<br />

Contadoria do Estado mostra que o então<br />

secretário da Cultura, Roque Jacoby, teria<br />

autorizado valores superiores a R$ 2,3<br />

milhões sem aprovação do Conselho.<br />

No dia 18 de setembro, a presidente<br />

do Conselho Estadual de Cultura<br />

encaminha um dossiê à Secretária<br />

Estadual de Transparência, Mercedes<br />

Rodrigues, com supostas irregularidades<br />

da Sedac: interferência na nomeação de<br />

conselheiros; liberação de verbas sem<br />

autorização do Conselho para a Jornada<br />

Literária de Passo Fundo; homologação<br />

da prestação de contas do Multipalco do<br />

Theatro São Pedro e distribuição de livros<br />

e CDs, entre outras peças (materiais<br />

recebidos como contrapartida de projetos<br />

da LIC).<br />

A secretária esclareceu as “acusações<br />

infundadas”. No que se refere às<br />

contrapartidas dos projetos culturais (CDs,<br />

livros), afirma que a distribuição ocorreu de<br />

modo transparente e democrático,<br />

entregando os produtos às comunidades e<br />

cumprindo, assim, a contrapartida nos<br />

projetos culturais. Quanto às nomeações e<br />

exonerações de Conselheiros, explica que é<br />

fato superado e decidido na esfera judicial.<br />

Sobre as acusações relativas ao projeto do<br />

Multipalco, afirma que documentos<br />

comprovam a improcedência. Seguiu as<br />

orientações da Procuradora Geral do<br />

Estado. Em relação à Jornada de Passo<br />

Fundo, diz que o Conselho aprovou a verba<br />

de RS 584 mil em 29 de novembro de 2007.<br />

Prisão<br />

No dia 19 de setembro, o produtor<br />

cultural Flávio Agliardi confirmou a<br />

falsificação da assinatura da secretária<br />

Mônica Leal e disse que outros<br />

produtores, empresas patrocinadoras que<br />

se beneficiam da LIC e até servidores<br />

públicos também fraudaram o sistema.<br />

Dois dias depois (22), em reunião com<br />

Mônica, a governadora Yeda Crusius<br />

decide pela continuidade do sistema LIC.<br />

Yeda solicita o exame de todas as<br />

propostas existentes na área cultura e<br />

alterações na Lei de Incentivo à Cultura e<br />

no Fundo de Apoio à Cultura. Também<br />

pediu levantamento da situação<br />

orçamentária e financeira da Secretaria da<br />

Cultura e estudo para formação de forçatarefa<br />

visando a eliminar o passivo dos<br />

projetos que esperam pela análise de<br />

prestação de contas.<br />

A pedido da secretária Mônica Leal, em 23<br />

de setembro, a CAGE (Contadoria e Auditoria<br />

Geral do Estado) se instala na Secretaria da<br />

Cultura e inicia auditoria em projetos culturais<br />

indicados pelo Ministério Público.<br />

Já no dia 23 de setembro, Rafael<br />

Campani, estudante de contabilidade, é<br />

preso ao prestar depoimento no Ministério<br />

Público. Campani estaria envolvido no<br />

esquema de falsificação de assinaturas da<br />

secretária da Cultura, Mônica Leal, e de<br />

outros ex-secretários. Campani era<br />

assessor contábil de Flávio Agliardi, da<br />

F&F Produções. Segundo o advogado de<br />

Campani, seu cliente não está envolvido<br />

na fraude. Ele teria desconfiado da<br />

irregularidade, mas não denunciou para<br />

não envolver seu sócio na empresa de<br />

contabilidade.<br />

No dia 30 de setembro, a secretária<br />

Mônica Leal entrega documentos<br />

referentes à LIC ao Ministério Público de<br />

Contas. Também vai ao Ministério Público<br />

Estadual conferir Carta de Habilitação<br />

recolhida em um dos locais onde houve<br />

busca e apreensão e constata nova<br />

assinatura falsificada relativa ao Porto<br />

Alegre em Dança 2007, envolvendo R$<br />

400 mil.<br />

Dia 30 de setembro, imprensa divulga<br />

fraude dos 25%. As empresas para<br />

concederem o patrocínio pediriam ao<br />

proponente do projeto a devolução de<br />

25% do valor patrocinado para colocar em<br />

caixa 2. No dia 2 de outubro, a<br />

governadora Yeda Crusius institui grupo<br />

de trabalho para promover estudos com o<br />

objetivo de aprimorar a legislação de<br />

incentivo e promoção cultural. Também é<br />

publicado o decreto que institui forçatarefa<br />

para analisar o grande volume de<br />

processos de prestação de contas dos<br />

projetos habilitados junto à LIC.<br />

(Leia mais sobre este caso no site do Jornal Quixote)<br />

Informações e Fotos:<br />

Aline Regina<br />

Os imensos corredores da Feira do Livro atraem<br />

milhares de visitantes, leitores, editores e<br />

artistas de toda natureza, transformando o<br />

evento em um grande salão de encontros.<br />

Página 14<br />

Novembro 2008


Quixote<br />

Ministro Juca Ferreira pede<br />

prioridade para a cultura<br />

FUNARTE:<br />

Frateschi saiu atirando<br />

O ministro da Cultura, Juca<br />

Ferreira, pediu apoio da Comissão de<br />

Educação e Cultura da Câmara<br />

Federal para aprovação de propostas<br />

prioritárias para a pasta. O pedido foi<br />

feito , durante atividades com a Frente<br />

Parlamentar Mista em Defesa da<br />

Cultura, em comemoração ao Dia<br />

Nacional da Cultura, no último dia 05<br />

de novembro. Dentre as matérias<br />

prioritárias está a PEC 150/03, que<br />

torna obrigatória a aplicação anual na<br />

área da cultura de, no mínimo, 2% da<br />

receita da União; 1,5% da receitas do<br />

estados e 1% da arrecadação dos<br />

municípios.<br />

A segunda proposta é o projeto de<br />

lei (PL 3951/08), do Executivo, que<br />

cria o Instituto Brasileiro de Museus<br />

(Ibram) e reorganiza o Instituto do<br />

Patrimônio Histórico e Artístico<br />

Nacional (Iphan). Por fim, o ministro<br />

pediu apoio para a tramitação do PL<br />

6835/06, que institui o Plano Nacional<br />

de Cultura.<br />

“Os índices do Instituto Brasileiro<br />

de Geografia e Estatísticas (IBGE) são<br />

escandalosos na área da cultura.<br />

somente 5% dos brasileiros já<br />

entraram pelo menos uma vez na vida<br />

em um museu; 93% dos municípios<br />

não possuem cinema e menos de<br />

12% dos brasileiros já assistiram a um<br />

espetáculo de dança, além de outras<br />

deficiencias registradas.<br />

“Não há possibilidade de desenvolver o<br />

O deputado Angelo Vanhoni (PT-PR)<br />

é integrante da Frente Parlamentar<br />

de Cultura e foi o autor da Lei<br />

Municipal de Incentivo a Cultura da<br />

cidade de Curitiba quando era<br />

vereador na capital paranaense.<br />

Ministro Juca Ferreira e o<br />

Presidente Luis Inácio Lula da Silva<br />

Brasil com esse apartheid cultural. É<br />

preciso trazer a cultura de volta para<br />

dentro das escolas. É uma tarefa<br />

grandiosa que depende, sobretudo, da<br />

atuação do Congresso”, ressaltou Juca.<br />

Também foi anunciada pelo<br />

ministro a idéia de criar o movimento<br />

“Todos pela Cultura”, que deve ser<br />

lançado no primeiro semestre de<br />

2009. A iniciativa visa defender uma<br />

plataforma onde seja possível inserir a<br />

Cultura, na conjuntura brasileira, com<br />

uma dimensão estratégica mais<br />

importante.<br />

Valorização da cultura – Para o<br />

deputado federal Angelo Vanhoni<br />

(PT-PR) os pleitos do ministro são<br />

viáveis. “A cultura deve ser encarada<br />

pelo Poder Executivo como uma<br />

prioridade do ponto de vista da<br />

formação do cidadão.<br />

A expressão cultura é um direito<br />

que toda comunidade tem. É preciso<br />

que o governo, o Congresso e a<br />

sociedade se mobilizem para que o<br />

País faça com que esse direito<br />

fundamental da expressão cultural<br />

possa ser uma realidade em todo o<br />

território nacional”, afirmou.<br />

Fonte: Assessoria da Liderança do PT na Camara Federal<br />

No início de outubro o ator<br />

Celso Frateschi pediu demissão da<br />

presidência da presidência da<br />

Fundação Nacional de Arte (Funarte).<br />

O comunicado aconteceu através de<br />

uma carta intitulada “O transatlântico<br />

fantasma” onde ele afirma que não<br />

resistirá ao “movimento articulado de<br />

alguns funcionários e de alguns<br />

setores do Ministério da Cultura para<br />

desestabilizar minha gestão na<br />

presidência da Funarte”.<br />

Secretário de Cultura de São<br />

Paulo na gestão de Marta Suplicy e<br />

nas duas administrações do prefeito<br />

Celso Daniel em Santo André,<br />

Frateschi assumiu a Funarte em abril<br />

do ano passado, nomeado pelo então<br />

ministro da Cultura Gilberto Gil para o<br />

lugar do também ator Antônio Grassi.<br />

Dezoito meses depois, Frateschi<br />

saiu atirando. Em sua carta de<br />

demissão Frateschi elege muitos<br />

alvos, mas há um que parece claro: o<br />

atual ministro Juca Ferreira. “A frase é<br />

corretíssima e poderia, com certeza,<br />

ser estendida ao Ministério da<br />

Cultura”, alfinetou Frateschi logo no<br />

início de sua carta. Segundo ele, sua<br />

gestão estaria “enxugando gelo” na<br />

instituição, que enfrentava desprestígio<br />

e falta de recursos — e ainda assim<br />

teria sido acusada de atrasar<br />

programas do governo.<br />

Falando ao jornal O Estado de<br />

S. Paulo ainda da sede da Funarte, no<br />

Rio de Janeiro, ele reafirmou sua<br />

noção de que houve “falta de<br />

consideração” da parte da cúpula do<br />

Ministério da Cultura. “Se você perde a<br />

confiança no seu funcionário, você o<br />

demite. Na hora que perde a confiança<br />

no seu chefe, você se demite.”<br />

“Claramente, no momento em<br />

que 15 funcionários da Funarte fazem<br />

uma carta mentirosa, que eu<br />

desmontei ponto por ponto, e o Minc<br />

dá eco a essa carta sem falar comigo,<br />

presidente Celso Frateschi, isso<br />

significa que há uma<br />

desconsideração”, afirmou o<br />

demissionário.<br />

Problemas<br />

A gestão de Frateschi na<br />

Funarte, iniciada em 2007, recebeu as<br />

seguintes acusações: primeiro, há<br />

alguns dias, o jornal O Globo divulgou<br />

que o projeto do grupo Ágora, da<br />

mulher de Frateschi (a coreógrafa<br />

Sylvia Moreira), teria obtido aprovação<br />

em tempo recorde de apenas seis dias,<br />

a despeito dos problemas com trâmites<br />

legais dentro da fundação.<br />

Frateschi rebateu a acusação<br />

dizendo que a Petrobras tinha<br />

demonstrado interesse no projeto do<br />

Ágora desde julho de 2007, e que era<br />

um projeto que dava seqüência a<br />

outro, daí a urgência. Sua análise<br />

rápida teria sido fruto de intervenção<br />

legal do apoiador, não da cúpula da<br />

fundação.<br />

A segunda acusação veio da<br />

Asserte (associação de servidores da<br />

fundação), que acusou a Funarte de ter<br />

“atuação pífia” e ser “mera<br />

repassadora de verbas”, de conduzir<br />

editais “mal elaborados, confusos e<br />

mal redigidos”, com “exigências<br />

absurdas e vários equívocos”, entre<br />

outras. Frateschi argumentou que a<br />

fundação mantém o maior programa<br />

de bolsas da história do ministério, que<br />

está reformando teatros, adquirindo<br />

salas e instaurando editais.<br />

O ministro Juca Ferreira<br />

considerou que Frateschi foi vitimado<br />

por um “conflito radical” que<br />

estabeleceu com os funcionários da<br />

Funarte, e que o dirigente era<br />

“autoritário”. Mas o defendeu da<br />

acusação de irregularidade. “Foi uma<br />

injustiça terem divulgado aquilo como<br />

uma forma de privilégio. Nós demos<br />

preferência a projetos que já tinham<br />

patrocínio assegurado, e o da mulher<br />

dele entrou nessa leva”.<br />

O ministro afirmou que vai<br />

nomear um presidente-interino para a<br />

Funarte e que, em 20 dias, já terá<br />

anunciado o substituto. “Não quero<br />

brigar com o Frateschi. Ele<br />

estabeleceu uma crise. Os funcionários<br />

não agüentaram a gestão dele”. Em<br />

carta, Frateschi insinua que houve uma<br />

conspiração contra sua pessoa. “Uma<br />

legião de lobistas perdeu o emprego e<br />

isso os perturba.”<br />

Para ler a íntegra da carta de<br />

Frateschi acesse o site do jornal<br />

quixote: www.quixoteart.com.br<br />

Recentemente a Cooperativa de Teatro<br />

de São Paulo lançou documento de<br />

apoio a Celso Frateschi. Leia também<br />

esta manifestação no site do<br />

Jornal Quixote.<br />

Página 15<br />

Novembro 2008<br />

MinC


Pontos de Cultura<br />

Quixote<br />

“Eu tenho o maior medo desse negócio de ser normal”<br />

John Lennon<br />

BRASIL<br />

www.quixoteart.com.br<br />

Fórum de Cultura<br />

Participativa<br />

Nos últimos meses, o Pontão de Cultura CBC -<br />

Capital Brasileira da Cultura promoveu uma série de<br />

cursos e oficinas para qualificação e capacitação de<br />

gestores e integrantes dos Pontos de Cultura dos Estados<br />

de São Paulo e Rio Grande do Sul, como parte de suas<br />

ações e propostas no programa Cultura Viva, sendo que<br />

como forma de contrinuir com a realização da TEIA,<br />

promoveu ainda no último dia 20 de outubro em São Paulo<br />

e no dia 01 de dezembro em Porto Alegre, um FÓRUM DE<br />

CULTURA PARTICIPATIVA.<br />

Do primeiro encontro realizado em São Paulo,<br />

tivemos como resultado a CARTA DE SÃO PAULO,<br />

apresentada ao lado, contendo algumas das<br />

reinvindicações e propostas entendidas como sendo de<br />

interesse comum entre os Pontos de Cultura participante.<br />

Do segundo encontro, realizado em Porto Alegre, um<br />

documento também foi elaborado e será divulgado na<br />

próxima edição do Jornal Quixote e em nosso site.<br />

Fotos:<br />

Aline Regina e<br />

Mário Vendrell<br />

Para maiores informações acesse o site da<br />

CBC - Capital Brasileira da Cultura<br />

www.capitalbrasileiradacultura.org/cbc<br />

Foto 1 - Mário Vendrell, diretor executivo da<br />

CBC, participando dos debates<br />

em Porto Alegre/RS<br />

Foto 2 e 3 - Luciano Lacerda durante cursos<br />

e Fórum de Cultura em Porto Alegre<br />

Foto 4 - Integrantes dos Pontos de Cultura<br />

participantes do Fórum na cidade de<br />

Porto Alegre / RS<br />

Foto 5 - Marcelo Miguel e Luciano Lacerda<br />

durante Fórum de Cultura Participativa<br />

em São Paulo / SP<br />

CARTA ABERTA - SÃO PAULO / SP<br />

I FORUM DE CULTURA PARTICIPATIVA<br />

PROMOVIDO PELO PONTÃO DE CULTURA<br />

CBC / CAPITAL BRASILEIRA DA CULTURA<br />

Na qualidade de Pontão de Cultura integrante do Programa Cultura Viva, a CBC -<br />

Capital Brasileira da Cultura, entidade sediada na cidade de São Paulo, atendendo<br />

uma de suas atribuições voltadas para o auxílio na qualificação e capacitação dos<br />

gestores dos Pontos de Cultura localizados em sua região de atuação no ano de 2008<br />

(São Paulo e Rio Grande do Sul) vem desenvolvendo nos últimos meses uma série de<br />

cursos e oficinas que culminaram com a promoção do seu I FÓRUM DE CULTURA<br />

PARTICIPATIVA, realizado no último dia 20 de outubro na sede do Instituto Polis na<br />

cidade de São Paulo.<br />

Este Fórum, que contou com a presença de 40 representantes de 29 pontos de cultura<br />

do Estado de São Paulo, teve por objetivo proporcionar a troca de experiências e<br />

informações entre os integrantes destes Pontos de Cultura, e tentar colaborar com a<br />

participação dos mesmos na terceira edição da TEIA, que acontecerá neste ano de<br />

2008 na cidade de Brasília/DF entre os dias 12 e 16 de novembro.<br />

Foram convidados como mediadores deste processo os produtores culturais Marcelo<br />

Miguel e Luciano Lacerda integrantes da Quixote Art & Eventos do Paraná, que após a<br />

apresentação de palestras e a realização de dinâmicas de grupo interagiram como<br />

condutores dos debates realizados garantindo desta feita a oportunidade para que<br />

todos os presentes manifestassem suas opiniões e apresentassem suas propostas.<br />

Assim, ao final do evento promovido em São Paulo, foi decidido e acatado por todos<br />

os presentes a necessidade de formulação deste documento e o encaminhamento e<br />

defesa das seguintes propostas:<br />

Os signatários do I FÓRUM DE CULTURA PARTICIPATIVA, através deste<br />

documento manifestam e defendem:<br />

1. Apoio e solidariedade ao Fórum Paulista de Pontos de Cultura e ao documento<br />

chamado CARTA DE DIADEMA 2008, que defende a promoção de ações e a adoção<br />

de medidas por parte do Ministério da Cultura para a melhoria e ampliação do<br />

Programa Cultura Viva, apoiando integralmente as propostas previstas nos cinco eixos<br />

básicos de ações estabelecidos neste documento, a saber:<br />

a) Ações de Formação<br />

b) Implantação de Sistema Digital<br />

c) Troca de Experiência<br />

d) Mudanças na Legislação<br />

e) Gestão Compartilhada<br />

2. A realização de forma regular e periódica de Fóruns Estaduais dos Pontos de<br />

Cultura em todos os Estados brasileiros.<br />

3. A definição de recursos e verbas específicas para a promoção destes Fóruns<br />

Estaduais, respeitando a autonomia das comissões organizadoras para a promoção e<br />

definição destes eventos.<br />

4. Os representantes dos pontos de cultura presentes no I FÓRUM DE CULTURA<br />

PARTICIPATIVA sugerem ainda a Comissão Organizadora do Fórum Paulista de<br />

Pontos de Cultura, que o Pontão de Cultura CBC - Capital Brasileira da Cultura, atue<br />

na qualidade de produtor e organizador do próximo Fórum Paulista de Pontos de<br />

Cultura a ser realizado em 2009.<br />

5. Estas proposições serão encaminhadas ao Ministério da Cultura e demais<br />

dirigentes de organismos do poder público ligados ao Programa Cultura Viva, sempre<br />

acompanhada da CARTA DE DIADEMA, e serão manifestas através de CARTA<br />

ABERTA distribuída durante o TEIA 2008 em Brasília / DF.<br />

(LEIA A CARTA DE DIADEMA PUBLICADA NA PÁGINA 3 DESTA EDIÇÃO)<br />

Consultoria em Gestão Cultural Cursos e Treinamentos Desenvolvimento de Projetos Culturais<br />

Veja nossa programação completa dos Cursos de Formatação de Projetos<br />

Culturais e a Captação de Recursos Através da Lei Rouanet em nosso site.<br />

Próximas cidades a serem atendidas pelos nossos cursos:<br />

Salvador/BA, João Pessoa/PB, São Luis/MA, Goiania/GO e São Paulo/SP<br />

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(41) 3029-3660 ou 9146-5441<br />

contato@quixoteart.com.br<br />

Página 16<br />

Novembro 2008

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