he architecture
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E D I Ç Ã O E S P E C I A L<br />
E N T R E V I S T A C O M A R Q U I T E T O<br />
A F F O N S O E D U A R D O R E I D Y<br />
THE<br />
ARCHITECTURE<br />
D E S E N C A D E A D O O C O N H E C I M E N T O D O E S P E C T A D O R<br />
H I S T O R I A D A A R Q U I T E T U R A B R A S I L E I R A<br />
P R I M E I R A E D I Ç Ã O<br />
J U N H O 2 0 1 8
2<br />
NOTA DOS EDITORES<br />
Na edição deste mês traremos uma<br />
cronologia a partir do Período<br />
Colonial, retratando as <strong>he</strong>ranças<br />
coloniais arquitetônicas do Brasil, A<br />
fase Imperial, mostrando a expressão<br />
da arquitetura do Brasil Império, e a<br />
Fase Republicana, retratando as<br />
tendencias arquitetônicas na fase<br />
Republicana.<br />
E como enfase traremos<br />
uma entrevita exclusiva<br />
com Affonso Eduardo Reidy<br />
CENTRO HISTÓRICO DE OURO<br />
PRETO -MG<br />
TEATRO MUNICIPAL -SP<br />
CENTRO HISTÓRICO DE OURO PRETO -MG
ARQUITETURA COLONIAL<br />
SUMÁRIO<br />
3<br />
ARQUITETURA COLONIAL<br />
ARQUITETURA INDÍGENA<br />
ARQUITETURA MILITAR<br />
ARQUITETURA CIVIL<br />
ARQUITETURA RELIGIOSA<br />
ARQUITETURA IMPERIAL<br />
ROMANTISMO<br />
ARQUITETURA ECLÉTICA<br />
ARQUITETURA DE FERRO<br />
ARQUITETURA REPUBLICANA<br />
ART NOVEAU<br />
ART DECÓ<br />
NEOCOLONIAL<br />
MODERNISMO<br />
PÓS MODERNISMO<br />
AFONSO EDUARDO REIDY<br />
PRINCIPAIS OBRAS<br />
ENTREVISTA<br />
ARQUITETO AFFONSO<br />
EDUARDO REIDY
GALERIA<br />
4<br />
CENTRO COMERCIAL DE OURO PRETO<br />
CENTRO RESIDENCIAL DE OURO PRETO<br />
CENTRO COMERCIAL DE OURO<br />
PRETO<br />
CENTRO HISTÓRICO DE OURO PRETO<br />
OURO PRETO/MG
PERÍODO COLONIAL<br />
1500-1815<br />
TÉCNICAS CONSTRUTIVAS:<br />
5<br />
No Brasil é definida como a<br />
arquitetura realizada no atual<br />
território brasileiro desde o ano<br />
de 1500, ano do descobrimento do<br />
Brasil pelos seus colonizadores<br />
portugueses, até a independência<br />
do Brasil, no final do XVIII. Durante<br />
este período, os colonizadores<br />
importaram as correntes<br />
estilísticas da Europa à colônia,<br />
adaptando-as ao clima tropical e<br />
juntamente às condições materiais<br />
e socioeconômicas locais. A<br />
importância do legado arquitetônico<br />
e artístico colonial no Brasil é<br />
atestada pelos conjuntos e<br />
monumentos desta origem que<br />
foram declarados Patrimônio<br />
Mundial pela UNESCO. Estes são os<br />
centros históricos de Salvador,<br />
Ouro Preto, Olinda, Diamantina, São<br />
Luís do Maranhão, Goiás Velho, o<br />
Santuário do Bom Jesus de<br />
Matosinhos em Congonhas do<br />
Campo e as ruínas das Missões<br />
Jesuíticas Guarani em São Miguel<br />
das Missões<br />
TAIPA DE PILÃO<br />
https://coisasdaarquitetura.wordpress.com<br />
http://www.ebah.com.br/<br />
ADOBE<br />
PAU A PIQUE<br />
http://www.bioarquiteto.com.br
ARQUITETURA INDÍGENA<br />
6<br />
Há tribos que possuem apenas uma casa, é a casa unitária, ela ajuda na<br />
organização da tribo, são usadas pelas tribos dos Tucanos, localizados na<br />
fronteira do Brasil e Colombia, pela tribo Pano, habitantes do Alto Solimões,<br />
a tribo Yanomâmis e a tribo Marubos, mas possuem outras funções<br />
complementares, as casas pequenas circulam a casa grande. Cada uma<br />
dessas tribos, possuem o modo de construção e localização de suas aldeias<br />
são totalmente diferentes.<br />
Os assentamentos indígenas mais comuns são as da tribo Tupiguarani,<br />
localizados na Amazonas. São aldeias formadas por varias construções.<br />
Há diversas construções de aldeias indígenas, algumas delas são: Casas com<br />
planta baixa circular, Casa Jê: Xavante, casas com planta baixa elíptica, casa<br />
antropomorfa, grande maloca Tukâno, casas com planta baixa retangular,<br />
casa Tupi: Tapirape, casas com planta baixa poligonal, a Shabono dos<br />
Yanomamis, casa-aldeia dos Marúbo, A construção da casa xinguana.
ARQUITETURA MILITAR<br />
7<br />
A arquitetura militar no Brasil, se desenvolveu da seguinte forma,<br />
as fortalezas foram implantadas em toda a costa brasileira, sendo<br />
uma arquitetura destinada a defesa. Os sambaquis que eram<br />
depósitos de conchas, foram enormes montanhas erguidas em<br />
baias, praias ou na foz de grandes rios por povos que habitaram o<br />
litoral do Brasil. Na pré-história. Neste período marcado pelo início<br />
do ciclo do ouro, ouve um rápido desenvolvimento das praças,<br />
ruas, palácios e igrejas. As igrejas eram construídas de forma<br />
luxuosa, influenciadas pelo barroco, enquanto o povo continuava a<br />
viver da maneira mais simples<br />
Fazenda Santa Cruz da Barra - RJ<br />
Fazenda Bela Vista - RJ
8<br />
ARQUITETURA CIVIL<br />
Na arquitetura do período colonial foi<br />
aproveitado antigas tradições de<br />
Portugal. As casas eram construídas<br />
uniformemente conforme dimensões,<br />
número de aberturas, altura dos<br />
pavimentos e alinhamento com as<br />
edificações vizinhas. Fachadas eram a<br />
gosto do proprietário. Salas da<br />
frente e as lojas aproveitavam as<br />
aberturas sobre a rua e as<br />
aberturas dos fundos para iluminação<br />
dos cômodos de permanência das<br />
mul<strong>he</strong>res e dos locais de trabalho. A<br />
seguir a planta-baixa dos 5 modelos de<br />
casa da arquitetura civil.<br />
Parati -RJ<br />
Ouro Preto - MG
9<br />
ARQUITETURA RELIGIOSA<br />
Possuiu três fases, a primeira foi<br />
com a c<strong>he</strong>gada dos Jesuítas em<br />
1549 na cidade de Salvador, com a<br />
implantação do primeiro colégio da<br />
ordem. Já a segunda fase se<br />
consolidou com a vinda dos<br />
grandes conventos das ordens dos<br />
Franciscanos, das Carmelitas e as<br />
Beneditadas e foi até o inicio do<br />
barroco. A terceira e última fase<br />
foi marcada com a construção de<br />
igrejas para receber os cultos e<br />
com isso consolidou o espaço<br />
interno da edificação. Sendo essa<br />
a fase a mais rica de todas, pois<br />
ocorreu no auge da mineração no<br />
Estado de Minas Gerais e assim as<br />
igrejas que vinham de uma ordem<br />
mais rica, o seu interior era mais<br />
refinado, com muito ouro,<br />
trazendo com ele o Barroco e<br />
Rococó. Por fim a igreja não tinha<br />
apenas função religiosa, mas<br />
também a função administrativa<br />
como, por exemplo, registro de<br />
nascimento e certidão de óbito.<br />
Referência: Arquitetura Religiosa<br />
no Brasil Colonial, Lucimeire<br />
Zampar.<br />
1ª. Fase 1549 -1654<br />
Caracteriza-se pela presença das<br />
ordens<br />
religiosas no litoral como todo o<br />
desenvolvimento da colônia, também<br />
iniciase<br />
com a c<strong>he</strong>gada dos jesuítas que tinham<br />
como objetivo catequizar os índios,<br />
encerrando-se com a reconstrução do<br />
Colégio da Bahia.<br />
Arquidiocesse de Olinda - PE
10<br />
ARQUITETURA RELIGIOSA<br />
2ª. Fase 1640 -1730 3ª Fase 1701 -1808<br />
Nesse momento há uma expansão das Caracteriza-se por ser a fase<br />
ordens no século XVII, principalmente<br />
mais rica por<br />
por<br />
influência do ciclo do ouro. As<br />
novas condições financeiras decorrente<br />
ordens<br />
da<br />
terceiras, que eram constituídas<br />
cultura da cana de açúcar. Construídos<br />
por<br />
principalmente no interior do país, pessoas leigas e as irmandades<br />
grandes conventos e construções aperfeiçoaram as construções de<br />
religiosas<br />
igrejas e<br />
começam a receber maior refinamento capelas das ordens laicas.<br />
arquitetônico com influências da<br />
primeira<br />
fase do barroco.<br />
Convento de Santo<br />
Antonio do Paraguaçu - São<br />
Francisco do Paraguaçu<br />
Igreja Nossa Senhora do Carmo - Ouro<br />
Preto/MG
ARQUITETURA IMPERIAL<br />
11<br />
NEOCLASSICISMO, OPOSIÇÃO DO MANEIRISMO<br />
Defende a ideia de que o maneirismo era pobre de imaginação e privado<br />
de espirito, sendo submissa à<br />
natureza e se contenta em reproduzir um grande tema, mas não um ideal.<br />
No Brasil, se espalhou de forma pontual, representando uma linguagem da<br />
república, o estilo era fruto da cópia, com materiais importados e<br />
extremamente raros, que dependiam de mão-de-obra especializada. O<br />
Neocolonialismo fazia parte de um programa nacional de reivindicação e<br />
afirmação da identidade local para combater o neoclassicismo e o<br />
ecletismo, uma vez que esses estilos eram uma ameaça ás expressões<br />
nacional.<br />
PALÁCIO DO ITAMARATY - RJ<br />
PALÁCIO IMPERIAL, PETRÓPOLIS - RJ
Edifício Ely em Porto Alegre -RS<br />
ROMANTISMO<br />
12<br />
A subjetividade na arte<br />
A palavra Romantismo faz<br />
as pessoas lembrarem o<br />
amor e da paixão, pois<br />
essa palavra mesmo com<br />
inicio na arquitetura, não<br />
está apenas relacionada a<br />
ela e sim a vários campos<br />
da arte.<br />
Este estilo se opõe a<br />
estética Neoclássica, pois<br />
vinha com sentimento,<br />
imaginação criadora,<br />
originalidade, genialidade,<br />
expressão e subjetividade<br />
ao que é belo, assim<br />
formando algo singular e<br />
elementos centrais, dando<br />
aos artistas mais liberdade<br />
para compor.<br />
Referência: O<br />
romantismo e o revival<br />
gótico do século XIX,<br />
José D’Assunção<br />
Barros.
ARQUITETURA ECLÉTICA<br />
13<br />
Com inicio nos anos 40, o<br />
ecletismo vem com a<br />
Revolução Industrial e a<br />
subida de uma nova classe<br />
social a<br />
procura de status. Era uma<br />
mistura de todos os períodos<br />
da arquitetura, criando<br />
também a arquitetura de<br />
catálogo,<br />
onde as pessoas podiam<br />
escol<strong>he</strong>r os ornamentos da<br />
sua residência em uma<br />
revista.<br />
Na Europa o ecletismo tinha<br />
como objetivo reviver o<br />
passado, porém sem<br />
problemas em relação a<br />
isso.<br />
Já no Brasil<br />
esse revivalismo implicava em algo que não era nacional, em<br />
algo que não pertencia a história de fato do país.<br />
Referência: Arquitetura Eclética no Brasil: o cenário da<br />
modernização, Annateresa Fabris, ECA/Universidade de São<br />
Paulo.
ARQUITETURA DE FERRO<br />
14<br />
Mercado de Ferro de São José - Recife<br />
Teatro José de Alencar - Fortaleza<br />
Palácio de Cristal - ´Petrópolis<br />
Arquitetura do ferro Segundo Geraldo<br />
Gomes da Silva, autor do livro “Arquitetura<br />
do Ferro no Brasil” no século XIX<br />
configura-se uma civilização do ferro, onde<br />
a arquitetura passa a ser um produto<br />
natural. Despertou a especulação em torno<br />
de suas potencialidades estruturais. Este<br />
tipo de arquitetura se desenvolveu nos<br />
países europeus com a revolução industrial,<br />
nos Estados Unidos e praticamente no<br />
mundo todo no século XIX.<br />
Nesse período também foi criado a<br />
“Arquitetura de Catalogo”, onde as<br />
pessoas escoliam os ornamentos de<br />
sua casa através de catálogo. Os<br />
mercados públicos foram os tipos<br />
de edificação pré-fabricada mais<br />
importada pelo Brasil. Exemplos<br />
Mercado de São José, no Recife, o<br />
mais antigo mercado de ferro<br />
existente no Brasil. Teatro José de<br />
Alencar, em Fortaleza, acabamento<br />
mais bem cuidado e um dos<br />
edifícios que mais impressionam.<br />
Palácio de Cristal, Petrópolis,<br />
inspirado no Palácio de Cristal de<br />
Londres, é o único no Brasil no<br />
qual se reproduziram as<br />
características tecnológicas e<br />
espaciais inovadoras do seu<br />
homônimo. Mercado de São José,<br />
no Recife Palácio de Cristal,<br />
Petrópolis.
ARQUITETURA REPUBLICANA<br />
15<br />
No Brasil, a arquitetura do período republicano é marcada pela construção dos<br />
portos, ferrovias, instalações das primeiras industrias, o aumento da população<br />
devido a vinda do ex escravos da zona rural à procura de emprego, além da<br />
c<strong>he</strong>gada dos imigrantes. Desse período começa com a Belle Époque, visando a<br />
repetição, o solo sobre várias formas e esquemas de arquitetura e lotes.<br />
Conservam-se as técnicas construtivas e o uso dos edifícios. Além disso, se<br />
preocupam com o transporte, os lotes e os serviços de pavimentação. Nessa<br />
época, os jardins começam a fazer parte das edificações e a criação de<br />
Boulevards com canteiro arborizados explode.<br />
BELLE EPOQUE<br />
No Brasil, este período tem início<br />
em 1889, com a Proclamação da<br />
República, e vai até 1922, quando<br />
explode o movimento modernista,<br />
com a realização da semana de<br />
arte moderna na cidade de São<br />
Paulo. A Bela Época brasileira é<br />
instaurada<br />
lentamente no país, por meio de<br />
uma breve introdução que<br />
começa em 1880, e depois ainda<br />
sobrevive até 1925, sendo aos<br />
poucos minada por novos<br />
movimentos culturais. Esta era é<br />
até a era atual relembrada como<br />
uma época de florescimento<br />
total do belo, de transformações,<br />
avanços e paz entre o território<br />
francês, onde este movimento se<br />
centralizou, e os países europeus<br />
mais próximos. Surgem novas<br />
descobertas e tecnologias, e o<br />
cenário cultural fervilha com o<br />
aparecimento dos cabarés, do<br />
cinema.<br />
PALÁCIO MONROE - RJ
ART NOVEAU<br />
Também con<strong>he</strong>cida como ARTE NOVA<br />
16<br />
Movimento surgiu no final século XIX na<br />
Bélgica. Um dos seus diferenciais<br />
decorativos são as formas ondulares e a<br />
elegância exuberante. No interior, o uso de<br />
gradis e elementos de ferro forjado. Um<br />
dos principais nomes desse movimento são;<br />
Victor Dubugras e Karl Ekman.<br />
Inspiração nas formas da<br />
natureza e em sua arquitetura<br />
possuía muito a presença do<br />
ferro e dos vitrais<br />
A maior igreja construída no estilo Art Noveau do mundo, é o Templo<br />
Expiatório da Sagrada Família, localizado em Barcelona, na Espanha.<br />
Projetada pelo arquiteto Antôni Gaudí e hoje con<strong>he</strong>cida como Patrimônio<br />
Mundial pela UNESCO.
ART DECO<br />
Também con<strong>he</strong>cida como ARTE DECORATIVA<br />
17<br />
É um estilo artístico decorativo, começou na Europa em 1910 e atingiu os<br />
Estados Unidos e outros países do mundo na década da 1930.<br />
Definido como ESTILO INDUSTRIAL. Possui concepção arquitetônica<br />
simétrica/axial, com acessos centralizados ou valorizando as esquinas., isso<br />
no plano horizontal.<br />
Neste período, uma das principais características é predominância dos<br />
espaços c<strong>he</strong>ios sobre os vazios.<br />
Sucessão de superfícies curvas, con<strong>he</strong>cida como Aerodinamismo. Com<br />
varandas semi-embutidas, articulação de volumes geométricos e<br />
simplificados.<br />
Contenção expressiva dos ornamentos decorativos, geralmente em alto e<br />
baixo relevo. Uma linguagem formal, tendente a abstração.<br />
Remete para os valores indigenistas, símbolos e moda.<br />
Os edifícios desse movimento são subdivididos em três partes. Sendo elas,<br />
EMBASAMENTO, CORPO E COROAMENTO.<br />
Torre do Relógio da Estação Central -RJ<br />
Le Grand Rex - Paris
ART DECO<br />
18<br />
COROAMENTO<br />
CORPO<br />
EMBASAMENTO
NEOCOLONIAL<br />
19 15<br />
A Arquitetura Neocolonial surge como<br />
A Arquiteura Neocolonial se<br />
uma proposta num ambiente onde a<br />
desenvolveu em torno de questões<br />
discussão de ideias estava ligada a<br />
pouco esclarecidas de uma fase da<br />
negação de um passado que não tinha<br />
arquitetura brasileira que merece<br />
mais valor de historicidade e em um<br />
mais atenção. Ela nasceu em meio a<br />
momento presente que buscava, numa<br />
uma fase marcada por uma forte<br />
tradição carente de memória,<br />
expressão européia e num momento<br />
recursos para o cenário arquitetônico<br />
de transição para a arquitetura<br />
nacional que surgiria a partir de<br />
moderna brasileira.<br />
meados da segunda década do século<br />
XX.<br />
Esse período está presente em<br />
inúmeros países e em todo o Brasil.<br />
Alguns exemplos estão situados em<br />
Belo Horizonte e Salvador.<br />
Casas do período neocolonial
MODERNISMO<br />
Também con<strong>he</strong>cida como "INTERNATIONAL STYLE"<br />
Um movimento artístico e cultural,<br />
teve seu início na Europa e começou<br />
a se difundir no Brasil a partir da<br />
primeira década do século XX,<br />
através de manifestos de vanguarda,<br />
principalmente em São Paulo, e da<br />
Semana da Arte Moderna, realizada<br />
em 1922. Esse movimento era<br />
tendência nas décadas de 1940 e 50<br />
Na lista de destaques do Movimento<br />
Moderno brasileiro estão Lúcio Costa,<br />
Oscar Niemeyer e Affonso Eduardo<br />
Reidy. A primeira obra moderna de<br />
repercussão nacional foi o prédio do<br />
Ministério da Educação e Saúde<br />
(MES).<br />
Um dos problemas sociais Ministério da Educação e Saúde (MES) - RJ<br />
enfrentados pelos arquitetos nesse<br />
movimento foram a superlotação e a<br />
superurbanização.<br />
Esse estilo caracteriza-se pela<br />
justaposição de planos e de blocos e<br />
tem a sensação de fluências da<br />
forma. Muitas construções dão a<br />
Ministério da Educação e Saúde (MES) - RJ<br />
impressão de caixas e blocos<br />
geométricos superpostos. Eram<br />
inseridos também nas construções<br />
elementos novos no acabamento<br />
impecável.<br />
Nesse movimento artístico houve um<br />
amplo uso de concreto.<br />
Plano Piloto de Brasília - DF<br />
20
PÓS MODERNISMO<br />
21<br />
Caracteriza-se pela diversidade de obras. No Brasil, esse<br />
período foi marcado por uma forte instabilidade política. Esse<br />
estilo é um dos melhores exemplos de arte da diversidade. A<br />
principal preocupação desse período é relacionar seus<br />
elementos compositivos com o local onde a construção está<br />
sendo inserida. Com isso apreendendo os seus valores estéticos,<br />
culturais, históricos e geográficos. Ao contrário da Arquitetura<br />
Moderna, cujo principal fundamento era desenvolver princípios<br />
internacionais que deveriam ser seguidos cegamente.<br />
O pós-modernismo invadiu o cotidiano com a tecnologia<br />
eletrônica em massa e individual, onde a saturação de<br />
informações, diversões e serviços, causam um “rebu” pósmoderno,<br />
com a tecnologia programando cada vez mais o dia-adia<br />
dos indivíduos.<br />
Um dos maiores nomes da arquitetura moderna no brasil, é<br />
Oscar Niemeyer.<br />
Museu da Arte Conteporânea - RJ
AFONSO EDUARDO REIDY<br />
(1909 – 1964)<br />
22<br />
Pioneiro da linha modernista, Afonso<br />
Eduardo Reidy juntamente com<br />
Lucio Costa e Oscar Niemeyer,<br />
transformou a paisagem<br />
arquitetônica brasileira. Nascido em<br />
1909, em Paris, naturalizou-se<br />
brasileiro. Estudou arquitetura na<br />
Escola Nacional de Belas Artes no<br />
Rio de Janeiro entre 1926 e 1930,<br />
tendo como influência Walter<br />
Gropius, Mies Van der Ro<strong>he</strong> e Le<br />
Corbusier.<br />
Suas cinco principais obras foram;<br />
° Albergue da Boa Vontade, 1931<br />
° Conjunto Habitacional do<br />
Pedregulho, 1947<br />
° Conjunto Residencial Marquês de<br />
São Vicente, 1952<br />
° Museu de Arte Moderna do Rio de<br />
Janeiro, 1953<br />
° Sede do Instituto de Previdência do<br />
Estado da Guanabara/IPEG, 1957<br />
"Afonso Eduardo Reidy lutava por<br />
uma arquitetura social e econômica.<br />
Toda a sua obra foi realizada nesse<br />
sentido. Não se con<strong>he</strong>ce um só<br />
projeto seu que não fosse para a<br />
comunidade. Não projetou palácios<br />
nem prédios suntuosos, pois era<br />
cônscio da responsabilidade social<br />
da arquitetura. Foi sempre um<br />
arquiteto sóbrio e revolucionário no<br />
que fez."
PRINCIPAIS OBRAS DO ARQUITETO<br />
REIDY<br />
23<br />
ALBERGUE DA BOA<br />
VONTADE, 1931<br />
Conjunto Habitacional do<br />
Pedregulho, 1947<br />
Construído durante o governo<br />
Provisório de Getúlio Vargas, principal<br />
finalidade era dar abrigo noturno para<br />
ps homens de rua<br />
Conjunto Residencial<br />
Marquês de São Vicente,<br />
1952<br />
Propõem a composição entre a moradia<br />
e o espaço externo, instalando serviços<br />
complementares às famílias na mesma<br />
área do edifício principal.<br />
Museu de Arte Moderna<br />
do Rio de Janeiro, 1953<br />
rincipal função, fou tentar substituir a<br />
favela<br />
Não possui colunas, oferecendo total<br />
liberdade para arrumação das<br />
exposições.<br />
Sede do Instituto de<br />
Previdência do Estado da<br />
Guanabara/IPEG, 1957<br />
“Este edifício será a sede de uma<br />
instituição destinada a conceder pensão e<br />
auxílios de assistência social aos<br />
beneficiários de seus contribuintes.”
24<br />
Entrevista<br />
Afondo Eduardo Reidy<br />
Arquiteto<br />
Entrevistamos essa semana o arquiteto brasileiro Affonso Eduardo<br />
Reidy. Considerado um dos pioneiros na introdução da arquitetura<br />
moderna no país, sendo um dos grandes nomes do urbanismo moderno.<br />
De maneira descontraída, ele nos contou um pouco sobre sua trajetória<br />
e seus projetos.<br />
Reidy, para começarmos, contenos<br />
um pouco sobre sua história<br />
de vida.<br />
Nasci em Paris em 1909, porém me<br />
naturalizei brasileiro. Sou filho de<br />
pai inglês e mãe brasileira, vim<br />
para o Rio de Janeiro quando tinha<br />
17 anos.<br />
Onde você cursou Arquitetura?<br />
Em qual ano se formou?<br />
Me formei em 1930 pela Escola<br />
Nacional de Belas Artes do Rio de<br />
Janeiro.<br />
Quando iniciou seu contato com<br />
as propostas de Le Corbusier?<br />
Iniciou quando eu ainda era aluno,<br />
a partir da leitura de suas obras.<br />
Quais são suas principais obras?<br />
Acredito que o Museu de Arte<br />
Moderna(RJ) é um dos principais.<br />
Qual foi seu primeiro projeto<br />
construído?<br />
Foi em 1931 quando venci um<br />
concurso com Gerson Pompeu<br />
para a construção do Albergue da<br />
Boa Vontade, esse projeto tinha<br />
como objetivo abrigar<br />
temporariamente homens de rua.<br />
Essa foi uma das obras pioneiras<br />
do modernismo no Rio de Janeiro.<br />
É verdade que você possui um<br />
filme sobre sua história de vida?<br />
Sim, ele se chama "Reidy - A<br />
Construção da Utopia."<br />
Para finalizar, o que você mais<br />
faz questão que tenha em suas<br />
obras?<br />
Eu luto por uma arquitetura social e<br />
econômica. Todas as minhas obras<br />
foram realizadas nesse sentido.
Referências da Pesquisa: Livros; Arquitetura do Brasil, Arquitetura<br />
Moderna no Rio de Janeiro, Arquitetura de Ferro no Brasil, Quadro da<br />
Arquitetura no Brasil.<br />
Trabalho acadêmico, curso de Arquitetura e Urbanismo, UNIVALI<br />
Disciplina: Arquitetura Brasileira<br />
Professora: Alessandra Devitte<br />
25<br />
Ana Paula Zandavalli<br />
Diretora de Criação<br />
Vitória Rottili<br />
Diretora Técnica<br />
Thais Gabriela Ribeiro<br />
Diretora de Conteúdo