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GAZETA DIARIO 618

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Foz do Iguaçu, sábado, 30 de junho, e domingo, 1 de julho de 2018<br />

ELEIÇÕES<br />

Política<br />

07<br />

Gleisi Hoffmann visita Foz e<br />

confirma pré-candidatura de Lula<br />

A senadora falou ainda sobre as expectativas para a eleição presidencial e sobre o julgamento que enfrentou em processo ligado à Lava Jato<br />

Da redação<br />

Reportagem<br />

A senadora Gleisi<br />

Hoffmann esteve em Foz<br />

do Iguaçu, na tarde dessa<br />

sexta-feira (29), onde<br />

participou do Congresso<br />

de Conselheiros Tutelares<br />

e de um debate sobre as<br />

Democracias Latino-<br />

Americanas, promovido<br />

pela Unila. Em sua passagem<br />

pela cidade, a presidente<br />

do Partido dos<br />

Trabalhadores (PT) visitou<br />

a redação do jornal<br />

Gazeta Diário, falou sobre<br />

as expectativas do partido<br />

para a eleição presidencial<br />

e confirmou a précandidatura<br />

de Lula.<br />

"Nós vamos trabalhar<br />

para ganhar a eleição. O<br />

Lula é nosso candidato,<br />

nós iremos registrá-lo no<br />

próximo dia 15 e lutar<br />

para que ele possa participar<br />

da eleição por três<br />

motivos: o primeiro é que<br />

ele tem os seus direitos<br />

políticos preservados,<br />

nisso a Constituição é<br />

clara, só se suspende os<br />

direitos quando a sentença<br />

estiver em trânsito<br />

julgado, e nós não temos<br />

isso ainda. O segundo é<br />

que o Lula é inocente, e<br />

nós lutamos pela inocência<br />

dele, porque nós acreditamos<br />

que o processo<br />

dele é algo sem prova,<br />

sem crime tipificado e<br />

está baseado em suposições<br />

e delações. E o terceiro<br />

motivo é que o Lula<br />

é o candidato com o maior<br />

potencial de votos,<br />

uma das maiores lideranças<br />

do país", disse a senadora.<br />

No dia 18 de julho, a<br />

prisão do ex-presidente<br />

completará cem dias. De<br />

acordo com Gleisi, o PT<br />

está empenhado para que<br />

Lula tenha a liberdade<br />

concedida e possa concorrer<br />

à eleição, mas não descarta<br />

um impedimento<br />

que acarrete a necessidade<br />

de que outro candidato<br />

seja escolhido.<br />

"Estamos lutando muito<br />

para que Lula seja solto<br />

no início de agosto. Ele<br />

não é melhor nem pior do<br />

que ninguém e tem o direito<br />

de ser julgado na<br />

Segunda Turma do STF.<br />

Achamos injustas as manobras<br />

feitas pelo ministro<br />

Fachin para tirar isso<br />

dele, é errado tirá-lo das<br />

condições normais do processo,<br />

tem que deixar julgar.<br />

Caso haja um impedimento,<br />

e isso seja definitivo,<br />

nós iremos nos<br />

sentar com o presidente e<br />

discutir o lançamento de<br />

Foto: Robson Meireles<br />

Gleisi: "O Lula é nosso candidato, nós iremos<br />

registrá-lo no próximo dia 15 e lutar para que ele<br />

possa participar da eleição"<br />

outro candidato, mas não<br />

queremos antecipar isso",<br />

afirmou Gleisi.<br />

A senadora destacou<br />

que o PT tem buscado novas<br />

alianças e pretende<br />

fortalecer o partido. "Nós<br />

temos bastante conversa<br />

com o PCdoB, com PSB e<br />

com o Pros. Queremos<br />

sair em uma aliança partidária,<br />

e acredito que há<br />

grande possibilidade de<br />

que essa aliança seja formada.<br />

Nós queremos um<br />

vice-presidente de outro<br />

partido justamente para<br />

fazer essa composição",<br />

frisou.<br />

Gleisi confirmou ainda<br />

que o Partido dos Trabalhadores<br />

irá apoiar o<br />

senador Roberto Requião<br />

em sua candidatura à reeleição<br />

e Florisvaldo Fier,<br />

mais conhecido como Dr.<br />

Rosinha, em sua campanha<br />

a governador do Paraná.<br />

"Nós gostaríamos<br />

muito de fazer uma aliança<br />

com o Requião. Conversamos<br />

com ele a possibilidade<br />

de apoiá-lo<br />

como governador, mas ele<br />

decidiu que irá para o<br />

Senado. De qualquer forma,<br />

nós estaremos com<br />

ele no lançamento de sua<br />

campanha e também iremos<br />

com o Dr. Rosinha<br />

para candidato a governador",<br />

contou.<br />

Lava Jato<br />

Gleisi Hoffmann comentou sobre as acusações<br />

de corrupção e lavagem de dinheiro,<br />

apresentadas pela Procuradoria-Geral da<br />

República, envolvendo seu nome e o de seu<br />

marido, o ex-ministro Paulo Bernardo, e disse<br />

estar aliviada com o resultado do julgamento,<br />

realizado no dia 19 de junho.<br />

"Enfim a justiça foi feita, porque já estou há<br />

quatro anos respondendo acusações e<br />

denúncias de corrupção passiva e lavagem de<br />

dinheiro em uma situação que não aconteceu,<br />

na qual não conheço as pessoas envolvidas, mas<br />

valia a delação. Não tem provas, então como<br />

que podem me acusar só porque o doleiro<br />

Youssef e o advogado Figueiredo Bastos, que foi<br />

assessor do PSDB, montaram uma história e me<br />

acusaram desse jeito? Só havia uma situação<br />

que eu podia justificar e que levou o meu<br />

processo a esse ponto, mas era tão forte a<br />

opinião pública que o Supremo resolveu aceitar<br />

a denúncia mesmo sem tendo provas", afirmou.<br />

Por conta de toda a polêmica e da acusação de<br />

ter recebido propina do esquema de corrupção<br />

na Petrobras, a senadora acredita que não há<br />

possibilidade de tentar a reeleição ao Senado e<br />

optou por concorrer ao cargo de deputada<br />

federal. "Como senadora exigiria mais tempo e<br />

uma maior presença minha aqui. Eu assumi a<br />

presidência do PT e logo depois tive uma ação<br />

nacional, e isso também dificulta, porque é<br />

muito difícil reconstruir uma imagem em um<br />

curto espaço de tempo", disse.<br />

Gleisi concluiu fazendo uma crítica à extrema<br />

direita e à disputa política que tem causado<br />

inúmeras desavenças entre os eleitores. "Eu não<br />

achei que no Brasil nós tivéssemos uma extrema<br />

direita tão forte, mas depois da eleição de 2014<br />

se acirrou a disputa política, e começamos a ver<br />

novamente o ódio na política e a violência. É<br />

assustador ter uma parcela da sociedade que<br />

acha que a saída é a ditadura militar, mas espero<br />

que a gente vença isso", finalizou.

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