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NACIONAL<br />
R$ 3,00 - CAPITAL E INTERIOR DE MATO GROSSO<br />
ANO IV, Nº <strong>138</strong> - 09/07 A 15/07 DE 2018<br />
11<br />
M<strong>ED</strong>IDA EXTREMA <br />
Militantes preparam greve de fome por<br />
Lula livre<br />
A ação extremada faz<br />
parte de uma série de<br />
movimentos que o PT vai<br />
promover para tentar<br />
reverter a prisão de Lula<br />
BRASIL 247<br />
O recrudescimento da<br />
violência judicial escancarada<br />
que acelera e intensifica<br />
o cerco aos direitos<br />
básicos e fundamentais do<br />
ex-presidente Luis Inácio<br />
Lula da Silva atingiu um<br />
ponto extremo: 11 militantes<br />
de movimentos sociais<br />
darão início a uma greve<br />
de fome em apelo à libertação<br />
de Lula. O processo<br />
será deflagrado este mês<br />
e tem o respaldo da direção<br />
do PT. A mobilização<br />
dar-se-á em Brasília, às<br />
NOTÍCIA AO MINUTO<br />
O juiz Sergio Moro lamentou<br />
na última terça-feira<br />
(3) que a imposição de<br />
medidas cautelares contra<br />
o ex-ministro José Dirceu<br />
tenha sido interpretada pelo<br />
STF (Supremo Tribunal Federal)<br />
como “claro descumprimento”<br />
do habeas corpus<br />
concedido pela corte.<br />
Na segunda (2), o ministro<br />
Dias Toffoli, do STF,<br />
cassou decisão de Moro<br />
que determinava o uso de<br />
tornozeleiras eletrônicas<br />
para Dirceu, afirmando que<br />
o juiz havia extravasado<br />
sua competência. Toffoli<br />
argumentou que o habeas<br />
corpus assegurava “liberdade<br />
plena” ao reclamante.<br />
No despacho da terça<br />
(3), Moro ressaltou que<br />
medidas cautelares haviam<br />
sido autorizadas pelo próprio<br />
STF quando revogada a<br />
prisão preventiva de Dirceu.<br />
“Não se imaginava [...]<br />
que a própria maioria da<br />
. A MOBILIZAÇÃO DAR-SE-Á EM BRASÍLIA, ÀS MARGENS DO STF (SUPREMO TRIBUNAL F<strong>ED</strong>ERAL). POSSIBILIDADE<br />
margens do STF (Supremo<br />
Tribunal Federal).<br />
Possibilidade de o próprio<br />
Lula fazer greve de<br />
fome não está descartada.<br />
A memória política<br />
do país não nega: em sua<br />
prisão arbitrária e violenta<br />
dos anos 80, o ex-presidente<br />
Lula foi obrigado a<br />
fazer uma greve de fome<br />
DE O PRÓPRIO LULA FAZER GREVE DE FOME NÃO ESTÁ DESCARTADA<br />
REPRODUÇÃO<br />
REPRODUÇÃO<br />
em forma de protesto para<br />
chamar a atenção da sociedade<br />
e da justiça, à época<br />
alinhada ao golpe militar<br />
e às violências de estado.<br />
Após a carta de Lula<br />
publicada, muito mais<br />
emocional que as anteriores,<br />
e a cada dia que passa<br />
diante da clareza de um<br />
Supremo Tribunal seletivo,<br />
dividido, pressionado<br />
e acovardado, o processo<br />
político brasileiro vai<br />
afunilando de maneira<br />
dramática e irreversível.<br />
O fracasso retumbante<br />
do golpe e dos candidatos<br />
do golpe ornam com a<br />
situação paradigmática<br />
de horror que Michel Temer,<br />
Sergio Moro e PSDB<br />
M<strong>ED</strong>IDAS CAUTELARES EM TRAMITAÇÃO NA CÂMARA <br />
Moro lamenta entendimento do STF<br />
sobre uso de tornozeleira por Dirceu<br />
JUIZ SERGIO MORO RESSALTOU QUE M<strong>ED</strong>IDAS CAUTELARES HAVIAM SIDO<br />
AUTORIZADAS PELO PRÓPRIO STF<br />
Colenda 2ª Turma do STF<br />
que havia entendido antes<br />
[...] apropriadas as medidas<br />
cautelares [...], teria<br />
passado a entender que<br />
elas, após a confirmação<br />
na apelação da condenação<br />
a cerca de vinte e seis<br />
anos de reclusão, teriam<br />
se tornado desnecessárias.<br />
Entretanto, este Juízo estava<br />
aparentemente equivocado”,<br />
escreveu Moro.<br />
O magistrado também<br />
argumentou que o Juízo<br />
Distrital, provisoriamente<br />
encarregado da execução<br />
da pena de Dirceu, que<br />
ficou preso no Complexo<br />
da Papuda, determinou que<br />
o ex-ministro se reapresentasse<br />
à 13ª Vara Federal<br />
de Curitiba para dar continuidade<br />
ao cumprimento<br />
das medidas cautelares.<br />
Ainda assim, obedecendo<br />
a decisão do STF,<br />
o magistrado pediu que as<br />
autoridades policiais e o<br />
juízo da execução provisória<br />
sejam comunicados<br />
da revogação das medidas<br />
cautelares. Com informações<br />
da Folhapress.<br />
G1<br />
Um projeto de lei que<br />
tramita na Câmara dos Deputados<br />
torna mais rígidas as<br />
regras para a venda de produtos<br />
orgânicos. A proposta<br />
foi aprovada por unanimidade<br />
na Comissão de Agricultura<br />
da Câmara em junho e,<br />
atualmente, está na Comissão<br />
de Constituição e Justiça<br />
e de Cidadania. Após a<br />
análise do colegiado, seguirá<br />
para o plenário da Câmara.<br />
Segundo o autor, deputado<br />
Edinho Bez (MDB-<br />
-SC), o texto pretende<br />
coibir a prática desonesta<br />
da comercialização<br />
de mercadorias comuns<br />
como se fossem orgânicas.<br />
Pelo projeto, a comercialização<br />
de produtos orgânicos<br />
diretamente ao consumidor<br />
deverá ser feita apenas<br />
pela agricultura familiar que,<br />
obrigatoriamente, deverá<br />
integrar uma organização<br />
de controle social cadastrada<br />
nos órgãos fiscalizado-<br />
res. Com essa certificação,<br />
os produtos poderão ser<br />
vendidos em feiras livres,<br />
sejam provisórias, permanem<br />
propriedade particular.<br />
Atualmente, a comercialização<br />
de produtos orgânicos<br />
pode ser feita em<br />
estabelecimentos como supermercados<br />
desde que a<br />
mercadoria tenha o selo<br />
do Sistema Brasileiro de<br />
Avaliação da Conformidade<br />
Orgânica (SisOrg), obtido<br />
por auditoria ou fiscalização.<br />
Pela Lei da Agricultura<br />
Orgânica em vigor, os agricultores<br />
familiares são os<br />
únicos autorizados a realizar<br />
vendas diretas ao consumidor<br />
sem certificação. Segundo<br />
o autor do projeto, esse<br />
dispositivo na legislação<br />
atual permite que o consumidor<br />
seja vítima de fraudes.<br />
“Este fato, associado à<br />
preferência dos consumidores<br />
pelos produtos orgânicos,<br />
tem atraído comerciantes<br />
desonestos às feiras<br />
especializadas. Trata-se de<br />
produziram no país após<br />
a derrota de Aécio Neves.<br />
De um lado, o governo<br />
acelera a devastação<br />
institucional e logística<br />
da governança (que deverá<br />
sofrer um processo<br />
de recuperação inédito<br />
após a saída do governo<br />
golpista e tomado por<br />
toda a sorte de incompetências<br />
gerenciais).<br />
Esse cenário em seu<br />
conjunto precipita uma<br />
aceleração do drama político-social<br />
brasileiro, com<br />
ações extremadas como a<br />
greve de fome da militância<br />
progressista. A sequência<br />
disso pode não ser a<br />
retomada da democracia,<br />
mas o seu exato contrário.<br />
“Após as seguidas derrotas<br />
no STF e os sinais de<br />
que a presidente da corte,<br />
Cármen Lúcia, não pautará<br />
ações que pedem a revisão<br />
da prisão após segunda<br />
instância até setembro, 11<br />
militantes de movimentos<br />
sociais ligados ao PT<br />
começarão uma greve de<br />
fome em apelo à libertação<br />
do ex-presidente Lula.<br />
O protesto será deflagrado<br />
no fim deste mês e tem<br />
o respaldo da direção do<br />
partido. Os manifestantes<br />
prometem acampar em<br />
Brasília até que a situação<br />
do petista seja reavaliada.<br />
A ação extremada faz<br />
parte de uma série de movimentos<br />
que o PT vai<br />
promover para tentar reverter<br />
a prisão de Lula.<br />
O partido quer entregar<br />
um abaixo-assinado a tribunais<br />
superiores em 15<br />
de agosto, quando haverá<br />
ato para o registro da<br />
candidatura do petista.”<br />
Projeto torna mais rigorosas as regras<br />
para a venda de produtos orgânicos<br />
uma prática deplorável que,<br />
além de prejudicar aqueles<br />
que efetivamente se dedicam<br />
à agricultura orgânica,<br />
constitui fraude e crime<br />
contra as relações de consumo.<br />
O consumidor pode<br />
ser levado a comprar ‘gato<br />
por lebre’”, diz Edinho Bez.<br />
PRINCIPAIS PONTOS<br />
DO PROJETO<br />
A comercialização direta<br />
de produtos orgânicos<br />
aos consumidores deverá<br />
ser realizada exclusivamente<br />
por agricultores<br />
familiares inseridos em<br />
processos próprios de organização<br />
e controle social,<br />
previamente cadastrados<br />
junto a órgão da Administração<br />
Pública Federal;<br />
A comercialização<br />
poderá ser feita em propriedade<br />
particular ou em<br />
feiras livres ou permanentes<br />
instaladas em espaços<br />
públicos mediante “fiscalização<br />
sistemática”;<br />
Agricultores familiares