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OPINIÃO<br />
R$ 3,00 - CAPITAL E INTERIOR DE MATO GROSSO<br />
ANO IV, Nº <strong>138</strong> - 09/07 A 15/07 DE 2018<br />
3<br />
As mais recentes pesquisas<br />
mostram que a maioria da<br />
sociedade ainda estão indiferentes<br />
com o processo eleitoral, com<br />
a grande maioria apontando não saber<br />
em quem votar nas eleições de outubro<br />
próximo. o resultado não espanta, até<br />
porque são raríssimos os casos onde<br />
a família discute assuntos ligados à<br />
política e muito menos definem, por<br />
consenso ou não, em quem votar. Não<br />
é hábito cultivado quando comparado<br />
a outras questões mais imediatas do dia<br />
a dia, como emprego, escola e saúde,<br />
por exemplo. Mesmo assim, na maioria<br />
das vezes só quando o problema se<br />
apresenta. a grande maioria, alienada<br />
em relação ao processo eleitoral e absurdamente<br />
alheios até mesmo quanto<br />
a legislação vigente que afeta a cada<br />
um em seus direitos e obrigações,<br />
os eleitores só enxergam corruptos e<br />
Editorial<br />
ELEITORES INDIFERENTES<br />
Aplausos<br />
Para a decisão dos responsáveis<br />
pela administração do Complexo<br />
Salgadeira, de não mais cobrar pelo<br />
banho de cachoeira no local. A medida<br />
vinha sendo alvo de reclamação<br />
por grande parte da população.<br />
PALAFRASEANDO<br />
desonestos no exercício do mandato.<br />
em parte, esta ojeriza pelos políticos<br />
e partidos políticos tem motivos. Um<br />
deles, pelo menos, agora mesmo em<br />
evidência. Os constantes escândalos<br />
envolvendo políticos, com prisões e<br />
tudo mais. Sem falar em cassações e<br />
renúncias de lideranças políticas nacionais<br />
envolvidas em escândalos que<br />
sacudiram e ainda sacodem o País.<br />
não é diferente o quadro de descrença<br />
nos Estados. E Mato Grosso não foge<br />
a regra, onde a corrupção foi exposta,<br />
e pelos primeiros passos, os futuros<br />
candidatos limitarão a sugerir modelos<br />
simplistas de políticas para a educação,<br />
saúde, segurança, habitação e geração<br />
de empregos, são sempre as mesmas<br />
prioridades a cada eleição, sem qualquer<br />
consistência realística, como se<br />
recursos fossem questão de importância<br />
secundária.<br />
A médica Virgínia Silva enviou<br />
ao Notícia Max a foto de dois<br />
moradores de rua, dormindo<br />
sob um das rampas da Arena<br />
Pantanal, cobrando maior<br />
atenção da Secretaria de<br />
Assistência Social com essa<br />
população de rua<br />
PARA VOCÊ QUE DESEJA MANDAR<br />
SUA FOTOGRAFIA, BASTA<br />
ENCAMINHAR PARA O<br />
E-MAIL <strong>ED</strong>ITORNOTICIAMAX@GMAIL.COM<br />
vaias<br />
Para a notícia de que Cuiabá registrou<br />
mais de 300 incêndios em apenas<br />
oito dias. Para atender as demandas no<br />
período de estiagem, o Corpo de Bombeiros<br />
afirmou ter reforçado o número<br />
de funcionários.<br />
“A PESSOA ROUBA R$ 1<br />
BILHÃO, DÁ UM PREJUÍZO<br />
PARA MATO GROSSO PARA<br />
OS PRÓXIMOS DEZ ANOS E<br />
AINDA PODE CONTINUAR<br />
DANDO ENTREVISTA COMO<br />
POPSTAR?”<br />
GOVERNADOR P<strong>ED</strong>RO TAQUES (PSDB) AO<br />
IRONIZAR AS RECENTES DECLARAÇÕES<br />
DO EX-GOVERNADOR SILVAL BARBOSA,<br />
QUE NÃO TEM POUPADO CRÍTICAS À AD-<br />
MINISTRAÇÃO TUCANA.<br />
Cooperativismo e desenvolvimento<br />
socioeconômico andam juntos. O<br />
primeiro fomenta o segundo, o que<br />
gera mais qualidade de vida para a comunidade<br />
onde a cooperativa está inserida. Um modelo<br />
diferente de organização de pessoas, o cooperativismo<br />
tem várias áreas de atuação, sendo uma<br />
delas a do crédito, que apesar de existir há mais<br />
de 100 anos no Brasil ainda tem uma taxa de<br />
penetração baixa, de apenas 3,4%, com amplo<br />
território para crescer. Em países desenvolvidos,<br />
a participação das pessoas nesse sistema<br />
passa da metade da população economicamente<br />
ativa, como nos Estados Unidos (52,6%) e na<br />
Irlanda (74,4%).nesse modelo de organização,<br />
as pessoas se unem por meio de cooperativas e<br />
se tornam sócias, tendo igual poder de voto nas<br />
decisões e compartilhando do mesmo ideal:<br />
de crescimento mútuo. É fácil entender o seu<br />
funcionamento. Através da poupança e de outras<br />
aplicações, os associados geram o crédito<br />
que será usado por outros associados, como<br />
produtores rurais e pequenos empreendedores,<br />
que vão investir nos seus negócios e gerar mais<br />
emprego e renda na comunidade.É por isso que<br />
o cooperativismo de crédito é reconhecido por<br />
ser um fomentador do desenvolvimento local,<br />
já que os recursos administrados (captados e<br />
emprestados) pela cooperativa ficam na região<br />
onde ela atua, promovendo um ciclo virtuoso e<br />
constante de crescimento econômico e social.<br />
É evidente que o cooperativismo, através do<br />
crédito, tem o poder de mudar a realidade<br />
de muitas localidades, onde os bancos tradicionais<br />
não têm interesse de atuar. Também<br />
pode ser a solução para municípios carentes<br />
e aparentemente sem potencial econômico.<br />
uma comunidade desprovida de instituição<br />
financeira não tem perspectivas, mas se ela<br />
conta com uma cooperativa de crédito passa<br />
a ter chance de transformação. Isso porque<br />
a inclusão financeira desperta nas pessoas a<br />
vontade de sonhar, de fazer e de se reinventar.<br />
Daí surgem os pequenos empreendedores e<br />
agricultores, pois aqueles que já não tinham<br />
esperança de crescer passam a plantar mais, a<br />
vender mais e a ter mais dinheiro para reaplicar<br />
na produção e na cooperativa. Consequência<br />
real disso é a redução dos índices de pobreza<br />
e de desigualdade social.diferentemente<br />
dos bancos tradicionais, as cooperativas de<br />
crédito não trabalham em busca do lucro.<br />
Elas administram os recursos financeiros dos<br />
associados de forma que seja vantajoso para<br />
todos. Consequentemente, seus associados têm<br />
acesso a crédito com taxas e tarifas abaixo das<br />
praticadas no mercado e ainda compartilham<br />
dos resultados, ganhos financeiros registrados<br />
ao fim de cada exercício, e que são devolvidos<br />
aos associados conforme as operações feitas<br />
ao longo do ano. E é este um dos principais<br />
diferenciais entre o cooperativismo de crédito e<br />
o sistema bancário tradicional, pois a principal<br />
diferença é a causa.esse modelo de governança<br />
é o mesmo utilizado pelo Sicredi, instituição<br />
financeira cooperativa com mais de 100 anos<br />
de atuação no Brasil e que atualmente reúne<br />
3,7 milhões de associados em 22 estados e no<br />
Distrito Federal. São pessoas que acreditam<br />
que o cooperativismo pode mudar a realidade<br />
das comunidades. Na região Centro Norte, que<br />
abrange os estados de Mato Grosso, Rondônia,<br />
Pará e Acre, o Sicredi tem mais de 388 mil<br />
Artigo<br />
<br />
<br />
associados, distribuídos em 10 cooperativas.<br />
E essas cooperativas têm um grande feito para<br />
comemorar, o atingimento da marca de R$ 10<br />
bilhões em ativos. Desse montante, a carteira<br />
de crédito chega perto de R$ 8 bilhões, sendo<br />
que R$ 6 bilhões provêm do crédito rural e<br />
R$ 2 bilhões do crédito comercial. E o que<br />
isso significa? Significa que, juntas, essas<br />
cooperativas administram R$ 10 bilhões em<br />
recursos que circulam nas comunidades em<br />
forma de crédito para empresas, pessoas físicas<br />
e produtores rurais.na região Centro Norte, o<br />
Sicredi está presente em 134 municípios. Em<br />
34 deles, sendo 33 em Mato Grosso, é a única<br />
instituição financeira disponível à população,<br />
o que comprova o interesse do cooperativismo<br />
pelas comunidades, mesmo aquelas distantes<br />
dos centros urbanos, mas que possuem potenciais,<br />
e acima de tudo, vontade de crescer, de se<br />
desenvolver e de ver suas realidades transformadas.outros<br />
números que merecem destaque<br />
são que 64,7% da nossa carteira de crédito<br />
estão em municípios com até 50 mil habitantes;<br />
55,8% da nossa carteira de crédito Pessoa<br />
Jurídica estão em empresas com faturamento<br />
anual até R$ 3,6 milhões (pequenas e médias<br />
empresas); e do total de operações de crédito<br />
rural (25.255), 43% atenderam os agricultores<br />
familiares, responsáveis por 10.781 operações.<br />
A pulverização na concessão de crédito ajuda<br />
a tirar essas localidades da condição de estagnação<br />
levando-as a uma ascendente posição<br />
nos indicadores econômicos e sociais.ao fim<br />
de 2017 contabilizamos 165 agências na região<br />
Centro Norte, seis inauguradas no ano passado.<br />
Em Mato Grosso são 139. No país temos 1.587<br />
agências em 1.212 cidades, com previsão de<br />
abertura de outras 142 ao longo do ano. O movimento<br />
expansionista do Sicredi vai na contramão<br />
dos bancos tradicionais, que ao invés<br />
de abrir novas agências registrou fechamento<br />
recorde em 2017. Segundo o Banco Central,<br />
no último ano 1.485 agências foram fechadas<br />
no país, processo protagonizado por grandes<br />
bancos. O ano terminou com 21.062 agências<br />
em funcionamento, contração de 6,5% se comparado<br />
a 2016.a trajetória de crescimento do<br />
Sicredi é uma prova da solidez do negócio e da<br />
confiança depositada na instituição financeira<br />
cooperativa por seus associados. Demonstra a<br />
força que o cooperativismo de crédito tem e<br />
que, mesmo diante da crise econômica brasileira,<br />
se mantém firme, cresce e gera perspectivas<br />
de desenvolvimento, pois o cooperativismo<br />
de crédito não é um agente financeiro, é um<br />
agente indutor de transformação, que muda<br />
para melhor a vida das pessoas e seus efeitos<br />
repercutem na prosperidade da comunidade.<br />
JOÃO CARLOS SPENTHOF é presidente<br />
da Central Sicredi Centro Norte