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GAZETA DIARIO 630

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Foz do Iguaçu, sábado e domingo, 14 e 15 de julho de 2018<br />

COMÉRCIO EXTERIOR<br />

Exportações em regime de maquila<br />

sobem mais de 61% no Paraguai<br />

Maquiladoras exportaram US$ 333 milhões no primeiro semestre; Paraguai já tem 169<br />

dessas empresas, que geram emprego para 15 mil trabalhadores<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

No primeiro semestre<br />

de 2018, o Paraguai exportou<br />

US$ 333 milhões em<br />

mercadorias produzidas<br />

pelo sistema de maquila.<br />

No mesmo período de 2017<br />

foram apenas US$ 208 milhões,<br />

o que representa um<br />

aumento de 61%.<br />

Os dados foram divulgados<br />

pelo Conselho Nacional<br />

das Indústrias Maquiladoras<br />

de Exportações<br />

(CNIME). "Esse excelente<br />

resultado é muito<br />

alentador", comentou<br />

o presidente do conselho,<br />

Ernesto Paredes.<br />

O governo paraguaio<br />

informou que, em junho<br />

deste ano, foram aprovados<br />

mais quatro projetos<br />

de empresas maquiladoras,<br />

somando agora 123<br />

empresas que entraram<br />

durante o governo Horácio<br />

Cartes. Hoje o Paraguai<br />

possui um total de 169<br />

empresas nesse ramo, gerando<br />

empregos para mais<br />

de 15 mil trabalhadores.<br />

O CNIME informou<br />

também que as exportações<br />

das maquiladoras,<br />

neste primeiro semestre,<br />

já superaram todo o valor<br />

exportado neste setor<br />

em 2016, cujo montante<br />

foi de US$ 313 milhões.<br />

As exportações no mês<br />

de junho ultrapassaram<br />

os US$ 61 milhões, representando<br />

um aumento de<br />

48% em comparação com<br />

junho do ano passado,<br />

quando foram exportados<br />

por esse regime US$ 41<br />

milhões. Já em junho de<br />

2016, as exportações chegaram<br />

a R$ 30 milhões.<br />

Autopeças na frente<br />

O setor de autopeças<br />

continua liderando o volume<br />

exportado, com<br />

50,6% do total acumula-<br />

do, seguido pelas confecções<br />

(23,4%). Plásticos e<br />

seus manufaturados representam<br />

10,6%; couro e<br />

produtos farmacêuticos,<br />

3,9%; e outros, 3,6%.<br />

A maior parte dos produtos<br />

fabricados pelo regime<br />

da maquila no Paraguai<br />

é exportada para<br />

os países do Mercosul<br />

(91%). Os países que<br />

mais importaram foram o<br />

Brasil e a Argentina. O<br />

restante é exportado para<br />

os Estados Unidos, México<br />

e países asiáticos.<br />

Inspirada na legislação<br />

mexicana, a Lei de Maquila<br />

do Paraguai (nº 1.064/<br />

2000) prevê isenção de impostos<br />

para importar maquinários<br />

e matéria-prima.<br />

Conforme o CNIME,<br />

quando a mercadoria manufaturada<br />

deixa o país, o<br />

imposto incidente corresponde<br />

a 1% sobre o valor<br />

da fatura de exportação.<br />

Lei da Maquila atrai investidores brasileiros<br />

Empresas maquiladoras garantem volume de exportação ao Paraguai<br />

Geral<br />

13<br />

'Troque sua frota com 100% de financiamento na Autofoz. Ligue (45)3520-1212.<br />

Depois da implantação<br />

da lei da maquila, o<br />

Paraguai atraiu novos investimentos<br />

e ganhou<br />

novos parceiros, representando<br />

hoje uma das melhores<br />

alternativas para o<br />

comércio exterior. O país<br />

vizinho é um ambiente<br />

cada vez mais favorável à<br />

atração de investimentos<br />

estrangeiros, e esta mudança<br />

muito se deve à Lei<br />

de Maquila (nº 1.064).<br />

Regulamentada em<br />

2000, a maquila ganhou<br />

força em 2013 e desde lá<br />

vem acentuando-se. É<br />

considerada o principal<br />

pilar do desenvolvimento<br />

econômico e a grande vitrine<br />

internacional do<br />

Paraguai. Já são quase<br />

170 indústrias incluídas<br />

no programa de maquila,<br />

e cerca de 70% delas são<br />

brasileiras — mais de<br />

50% das empresas se estabeleceram<br />

por lá só nos<br />

últimos três anos.<br />

A Lei de Maquila não<br />

cobra impostos na importação<br />

de máquinas e matéria-prima<br />

para as empresas<br />

estrangeiras que<br />

decidirem fabricar no<br />

país, e há um único imposto<br />

de 1% do valor<br />

agregado para a exportação.<br />

Em contrapartida, a<br />

empresa deve exportar<br />

100% de sua produção<br />

até completar um ano no<br />

regime.<br />

Mas há ainda outros<br />

benefícios para quem pretende<br />

investir no Paraguai:<br />

o país conta com<br />

baixa inflação e economia<br />

estável. Além disso,<br />

a legislação trabalhista é<br />

mais flexível, com encargos<br />

sociais 35% mais em<br />

conta, e a energia elétrica<br />

é quase 50% mais barata.<br />

A previsão é de que<br />

com este baixo custo de<br />

produção o empresário<br />

brasileiro chegue a uma<br />

economia de até 20% se<br />

comparado ao que gastaria<br />

ao produzir no Brasil.<br />

As empresas brasileiras<br />

que lá se estabelecem<br />

contam também com rapidez<br />

para abastecer e repor<br />

mercadorias, além de<br />

poder acessar mais facilmente<br />

alguns mercados,<br />

como a Europa.<br />

Com o regime especial<br />

da maquila, o Paraguai<br />

quer substituir os produtos<br />

que as empresas brasileiras<br />

trazem da China.<br />

Para algumas indústrias,<br />

que importam dos chineses,<br />

está saindo mais barato<br />

fabricar no país vizinho.<br />

Além disso, a exportação<br />

com baixíssimo imposto<br />

também favorece a<br />

competitividade — no<br />

Brasil, cobra-se até 35%<br />

de imposto para importar<br />

da China e não é possível<br />

reexportar o produto, pela<br />

grande quantidade de impostos<br />

a serem pagos.<br />

(Fonte: Interseas)

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