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RCIA - ED. 157 - AGOSTO 2018

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ÍNDICE<br />

<strong>ED</strong>IÇÃO N°<strong>157</strong> - <strong>AGOSTO</strong>/<strong>2018</strong><br />

CAPA<br />

Colégio Interativo<br />

ECONOMIA<br />

Firjan anuncia índices<br />

URBANISMO<br />

Esse tal Parque dos Trilhos<br />

SINCOMERCIO<br />

O conceito OmniChanel<br />

12 8 15<br />

23<br />

40<br />

Interativo inaugura prédio e entre<br />

os seus novos conceitos, está<br />

maior acolhimento ao aluno.<br />

Números mostram que a<br />

cidade vem despencando<br />

gradativamente no ranking.<br />

Não podemos planejar o futuro<br />

da cidade sem lembrar do<br />

passado; e os trilhos não saem.<br />

Entidade mostra que a tecnologia<br />

tem facilitado a propagação<br />

desse novo conceito. Conheça.<br />

CIESP<br />

10| Refrigerantes Jaboti e Rodocap<br />

são os novos associados da<br />

instituição. Sejam bem-vindos.<br />

Comércio<br />

29| Copa do Mundo parou o País e<br />

vendas despencaram em pelo<br />

menos 25%, diz pesquisa.<br />

Antigomobilismo<br />

33| Milton Pirolla vendeu seu pé-debode<br />

para o cantor Daniel e diz o<br />

que é restaurar um carro antigo.<br />

SinHoRes<br />

52| Pizzaria de Araraquara chega<br />

em quarto lugar na Copa Brasil<br />

de Pizzarias em São Paulo.<br />

Eis o lugar onde funcionava a Nova Moto<br />

A região do Melhado vive problemas<br />

relacionados a prédios abandonados.<br />

Um dos que tem gerado diversas<br />

reclamações é onde funcionava<br />

a Novamoto. Para averiguar as<br />

reclamações, o vereador Elton Negrini<br />

(PSDB) esteve no local. Ao chegar, se<br />

deparou com um lugar destruído e<br />

com muito lixo, onde pessoas usam<br />

para dormir e fazer suas necessidades<br />

fisiológicas. Viu pessoas vivendo em<br />

situação de extrema falta de higiene e de<br />

estrutura, além de risco social e sanitário.<br />

Ninguém da prefeitura passou por lá.<br />

Elton Negrini pede providências urgentes<br />

em nome dos moradores do bairro<br />

Hora imprópria<br />

Não é preciso ir muito longe para<br />

se observar o desleixo da CPFL com<br />

a cidade. Se antes, qualquer serviço<br />

na rede era levado para o final de<br />

semana, agora por conta de horasextras<br />

dos funcionários, a companhia<br />

busca fazer de segunda a sextafeira.<br />

Pede suporte para a Guarda<br />

Municipal, coloca os cones no meio<br />

da rua e seja lá o que Deus quiser. Na<br />

Avenida 36 tem sido assim e pouco<br />

importa se é hora de pico. Ela quer<br />

resolver o problema dela e a cidade<br />

que se dane...<br />

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DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />

AGRONEGÓCIO<br />

Dia do Agricultor<br />

GRANDES BANDAS<br />

Eternamente The Snakes<br />

por: Sônia Maria Marques<br />

201 anos e o cuidado que<br />

devemos ter no futuro<br />

Os dados do Firjan divulgados em julho podem ser<br />

considerados preocupantes para a nossa cidade. É verdade<br />

que a crise econômica, que teve início em 2014 e causou<br />

forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico<br />

das cidades brasileiras retrocedesse três anos. Embora os<br />

números sejam de 2016, acreditamos que pouco ou quase<br />

nada mudou, ao contrário, há setores em que existe enorme<br />

desequilíbrio econômico e o Brasil terá que percorrer longo<br />

caminho para resgatar a confiança.<br />

Canasol<br />

55<br />

Entre os homenageados estava o<br />

associado do Sindicato Rural de<br />

Araraquara, Aldo Rapatoni.<br />

68| Associado Sérgio Luíz Bortolozzo<br />

assume presidência da Federação<br />

da Agricultura no Piauí.<br />

77<br />

Vilcides Pedro traz de volta a<br />

emoção ao narrar a trajetória do<br />

grupo nos anos 60.<br />

Sérgio Sanches<br />

74| Ele estreia com a coluna<br />

Assunto Música, lembrando a<br />

Abbey Road e os Beatles.<br />

Marcelo Barbieri lança biografia<br />

Na comparação com 2015, as áreas de Educação e Saúde<br />

tiveram o menor avanço da última década, juntando-se as<br />

perdas do mercado de trabalho nos últimos anos. Assim,<br />

Araraquara não poderia ser diferente de outros municípios e<br />

vem apresentando resultado de nível historicamente baixo.<br />

Olhamos a cidade em seus 201 anos de vida com<br />

apreensão, pois dentro dela existe mais insegurança que<br />

estabilidade econômica; e, se a estudarmos sem tanta<br />

paixão, veremos que a sua crise é tão severa que mesmo<br />

que o IFDM Emprego e Renda cresça nos próximos anos com<br />

variação média de 1,5% - taxa média do indicador entre<br />

2009 e 2012 – ele só alcançará o nível de 2013 em 2027,<br />

o que aponta que a recessão custou mais de uma década<br />

de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos<br />

municípios. Mas parabéns Araraquara pelos 201 anos e<br />

vamos torcer para que a cidade tenha um futuro promissor.<br />

Foi lançado em julho no<br />

Salão Nobre da Câmara<br />

Federal, em Brasília, o livro<br />

“Marcelo Barbieri: lutas<br />

e conquistas na política<br />

brasileira”, escrito pela<br />

jornalista Fernanda Stella<br />

Cavicchia. A publicação<br />

conta os mais de 40 anos<br />

de atuação pública do<br />

ex-prefeito de Araraquara,<br />

hoje subchefe de Assuntos<br />

Federativos da Secretaria<br />

de Governo da Presidência<br />

da República.<br />

A autora diz que<br />

o livro ao narrar a<br />

história do político,<br />

reconstrói o processo de<br />

redemocratização do<br />

Brasil e a participação<br />

dele no movimento<br />

estudantil no combate à<br />

ditadura militar. Relata<br />

também, a formação e<br />

o desenvolvimento do<br />

maior partido do país: o<br />

MDB, além de abordar as<br />

atividades do Congresso<br />

Nacional durante os 14<br />

anos de atuação como<br />

deputado federal. Tendo<br />

como um dos cenários o<br />

município de Araraquara,<br />

a biografia apresenta,<br />

ainda, a vida e o progresso<br />

do interior paulista, a partir<br />

das conquistas políticas<br />

e econômicas da nossa<br />

cidade.<br />

Izadora,<br />

Caio e<br />

Matheus<br />

Barbieri,<br />

deputado<br />

federal<br />

Baleia Rossi,<br />

Marcelo, Zi<br />

e Fernanda<br />

Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />

Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />

Editor: Nádia Salmeron<br />

Design: Bete Campos e Érica Menezes<br />

PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433<br />

Tiragem: 5 mil exemplares<br />

Impressão: Grafinew - (16) 3322-6131<br />

A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio<br />

é distribuida gratuitamente em Araraquara e região<br />

Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM<br />

* COORDENAÇÃO, <strong>ED</strong>ITORAÇÃO, R<strong>ED</strong>AÇÃO E PUBLICIDADE<br />

Atendimento: (16) 3336 4433<br />

Rua Tupi, 245 - Centro<br />

Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />

marzo@marzo.com.br<br />

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De olho no mercado,<br />

empresas se unem ao Ciesp<br />

Refrigerantes Jaboti e Rodocap são os novos associados da instituição<br />

Jaboti/Grupo Palazzo - Uma das marcas de refrigerante<br />

mais conhecida do interior de São Paulo,<br />

a Jaboti é um dos novos associados do Centro<br />

das Indústrias do Estado de São Paulo – Regional<br />

Araraquara (Ciesp). Famoso por seu sabor, o rótulo<br />

integra o grande portfólio de produtos do Grupo Palazzo,<br />

indústria de Jaboticabal-SP.<br />

Sempre evoluindo em sintonia com o mercado<br />

e os desejos do consumidor, a Jaboti e o Grupo<br />

Palazzo prezam por linhas de produção com rigorosos<br />

controles de qualidade. Esta preocupação<br />

leva até os clientes bebidas de altíssimo padrão.<br />

Atualmente, o grupo produz 11 milhões de litros<br />

de bebidas por mês, em um parque industrial de<br />

90.000 m². Toda essa estrutura leva os produtos<br />

Palazzo para todo o Brasil e, ao lado do Ciesp, o<br />

objetivo é crescer ainda mais. Contato: www.refrigerantesjaboti.com.br.<br />

Rodocap - Concessionária com matriz instalada<br />

em Araraquara e na ativa desde 1997, a<br />

Rodocap é distribuidora exclusiva da Randon,<br />

trabalhando com implementos rodoviários, carrocerias<br />

e equipamentos para retroescavadeiras,<br />

caminhões e máquinas.<br />

A empresa também é um dos novos associados<br />

Ciesp e pretente ampliar seu mercado. Posicionada<br />

estrategicamente no centro do estado,<br />

a concessionária, inclusive, auxiliou na implantação<br />

da fábrica da Randon na Morada do Sol.<br />

Preparada para atender a todas as necessidades<br />

dos clientes na área de produtos, consórcios,<br />

peças e serviços, a empresa vislumbra<br />

avanços significativos nos próximos anos e, ao<br />

lado do Ciesp, pretende se fortalecer ainda mais<br />

como referência dentro do seu setor de atuação.<br />

Contato: www.rodocap.com.br.<br />

EVENTOS CIESP<br />

O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo –<br />

Regional Araraquara (Ciesp) promove, em agosto e<br />

setembro, diversas atividades para seus associados<br />

e também para não associados. Confira a programação<br />

de eventos e participe!<br />

<strong>AGOSTO</strong><br />

15 e 16/08 – Treinamento MASP em 8<br />

disciplinas I e II<br />

Horário: das 18 às 22 horas<br />

Local: Coworking Araraquara<br />

SETEMBRO<br />

13/09 – Treinamento Práticas de Liderança<br />

para Equipes do Chão de Fábrica<br />

Horário: das 18 às 22 horas<br />

Local: Coworking Araraquara<br />

26 e 27/09 –Treinamento Kaizen - Melhoria<br />

Contínua na Empresa e na Vida I e II<br />

Horário: das 18 às 22 horas<br />

Local: Coworking Araraquara<br />

Para consultar valores e participar das atividades,<br />

entre em contato com o Ciesp pelo e-mail<br />

eventos@ciespara.com.br ou pelo telefone<br />

(16) 3322-1339. Outras informações estão<br />

disponíveis no site www.ciesp.com.br/araraquara.<br />

SAVE THE DATE - Rodada de Negócios <strong>2018</strong><br />

Em novembro, o Ciesp Araraquara promoverá a<br />

Rodada de Negócios <strong>2018</strong>. Será um dia repleto de<br />

contatos e networking, que tem como objetivo principal<br />

fomentar os negócios entre as empresas. Em<br />

breve, data e local da iniciativa serão divulgadas.<br />

16 3322 1339<br />

16 3322 7823<br />

ciesp.com.br/araraquara<br />

|10<br />

facebook.com/ciespararaquara<br />

instagram.com/ciespararaquara<br />

linkedin.com/company/ciesp-araraquara<br />

ARARAQUARA


<strong>ED</strong>ITORIAL<br />

por: Ivan Roberto Peroni<br />

No cenário da minha cidade, o São Geraldo<br />

também é o retrato das praças abandonadas<br />

Seis horas da tarde. Havia já um bom tempo que eu não parava pelos lados da pastelaria no São<br />

Geraldo, na Rua 7 (Itália) bem em direção da igreja; olhando para cima, o Posto Vila Rica e pelas<br />

minhas contas uns dois bares - do Jacintho e do antigo Gavião, sem contar o empório do ‘seo’<br />

Antônio Medeiros logo na esquina. Conto isso, porque há décadas não ouvia o badalar dos sinos em<br />

uma igreja e tão pouco o som de uma Ave Maria anunciando o começo da noite.<br />

Mas as coisas mudaram muito.<br />

‘Seo Antônio’, pai do Takao que<br />

tem a pastelaria na Alameda<br />

Paulista já faleceu e hoje vejo o<br />

neto dele no caixa; o Vila Rica<br />

já não é do Antonio Narcizo<br />

Donato, o Bar do Gavião migrou<br />

para a Avenida 36, o Bar do<br />

Zelão que também morreu,<br />

se transformou em quitanda<br />

e o ‘seo Antônio Medeiros’ do<br />

empório, baixou as portas e eu<br />

nunca mais soube dele.<br />

Mas o santo, São Geraldo,<br />

um aprendiz de alfaiate que a<br />

partir do século XVII passou a<br />

ser o protetor das grávidas, ali<br />

está, impávido e colosso numa<br />

espécie de redoma, com o<br />

relógio acima da sua cabeça e<br />

a caveira nos pés, a olhar quem<br />

sabe, as coisas que acontecem<br />

no bairro e os segredos dos<br />

confessionários.<br />

Saudosismo a parte, a economia nos diz que é um bairro de<br />

aposentados e que um certo dia por força da fidelidade dos<br />

moradores, elegeu vereador Waldemar De Santi e anos mais tarde,<br />

prefeito por três vezes desta cidade. Isso também mudou: velhos<br />

eleitores já morreram, filhos e netos já não se casam com pessoas<br />

do mesmo bairro e na rota da miscigenação, o São Geraldo com o<br />

tempo, foi perdendo um pouco das suas linhas conservadoras.<br />

Dizer que o São Geraldo de todo tornou-se um bairro moderno,<br />

atraente, nem pensar. Sem o cheiro das indústrias e um comércio<br />

que se reduz a contar com clientes tradicionais, ele pouco ou quase<br />

nada tem a oferecer a não ser a Paz. Se era um bairro que tinha<br />

a severidade do padre Armando, espécie de xerife a espantar os<br />

desocupados da praça e atendente a qualquer hora para dar a<br />

extremunção aos moradores, não dá mais pra tê-lo com a mesma<br />

forma que eu conheci. Olhar para a praça é vê-la imunda, na mistura<br />

de mato e poucas plantas. Figueiras que serviam em seu dorso para<br />

assinaturas desencontradas feitas por corações flechados, delas não<br />

se cuidaram. Morrem aos poucos, velhas é lógico.<br />

Seis da tarde, dispara o sino, toca a Ave Maria e confesso no mesmo<br />

jeito estiloso do padre Armando dentro daquele cenário desfalecido<br />

e de calmaria: “A música parece chorar pelo mundo que estamos<br />

vivendo de tão linda que é”. Só agradeço a Deus por ter me dado<br />

esse lugar pra minha infância.<br />

11|


OLHANDO PARA O FUTURO<br />

Colégio Interativo inaugura novo prédio<br />

para expansão dos seus projetos<br />

Sustentabilidade, acessibilidade e maior acolhimento ao aluno são alguns dos<br />

conceitos presentes no novo edifício.<br />

Com o intuito de melhorar a qualidade<br />

de ensino para os seus alunos,<br />

o Colégio Interativo Araraquara<br />

inaugurou, no dia 28 de julho, suas<br />

novas instalações. O novo espaço, localizado<br />

na Avenida Arquiteto Walter<br />

Logatti, número 894, no Jardim Higienópolis,<br />

fica próximo ao endereço antigo,<br />

o que facilita o deslocamento e<br />

não altera muito a rotina dos alunos.<br />

De acordo com a diretora, Fabiana<br />

Furlan Bazaca Campanini, a mudança<br />

foi motivada em virtude da necessidade<br />

de melhorar a qualidade<br />

de ensino. “Nosso foco é na melhoria<br />

da qualidade de ensino da escola.<br />

Estamos melhorando as instalações<br />

para os alunos para que o aprendizado<br />

seja melhor. Os recursos físicos<br />

influenciam na qualidade de uma boa<br />

aula”, enfatiza.<br />

Com estrutura mais moderna, o<br />

novo espaço conta com diferenciais<br />

como a adequação às normas de<br />

acessibilidade; melhor estruturação<br />

dos espaços de lazer, esporte e convivência;<br />

maior distribuição e organização<br />

de recursos e salas de aulas<br />

com tamanho ampliado.<br />

“Quero que meus alunos aprendam<br />

felizes, como um todo. Minha<br />

motivação de trabalho é essa. E essa<br />

felicidade tem vários pontos. O aluno<br />

precisa estar satisfeito, tem que estar<br />

Alexandre e Adriana Figueiredo, donos do<br />

imóvel, durante a cerimônia de inauguração<br />

animado na parte motivacional, com<br />

aulas bem preparadas, com espaço<br />

físico adequado e agradável, que é<br />

algo que interfere na aprendizagem”,<br />

declara Fabiana.<br />

Além disso, ela ressalta a preocupação<br />

com a socialização e com o<br />

respeito mútuo entre alunos, funcionário<br />

e professores. “Todos têm que<br />

ser respeitados”, ressalta Fabiana.<br />

Descerramento<br />

da placa<br />

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ACESSIBILIDADE<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

Entrada da Escola<br />

A inclusão das pessoas portadoras<br />

de deficiências também é uma<br />

preocupação do Interativo.<br />

Pensando nisso, o novo espaço<br />

foi totalmente adequado junto às<br />

normas de acessibilidade. O prédio<br />

possui elevador especial para cadeirantes,<br />

piso tátil, placas e sinalização<br />

em Braille e banheiros exclusivos para<br />

atender necessidades específicas.<br />

Seguindo as atuais tendências<br />

de sustentabilidade e preocupação<br />

com o meio ambiente, o novo prédio<br />

possui em seu subsolo um reservatório<br />

desenvolvido para coletar água<br />

de chuva. A água armazenada será<br />

utilizada para realizar serviços e necessidades<br />

como: descargas, limpeza<br />

da quadra de esportes, irrigação de<br />

áreas verdes, entre outras funções,<br />

reaproveitando a utilização do recurso<br />

natural.<br />

Além disso, outras medidas foram<br />

pensadas de acordo com o viés ecológico,<br />

como a priorização da iluminação<br />

solar na quadra de esportes e a<br />

inclusão de espaços verdes na área<br />

de lazer da escola.<br />

Espaço “Goumet”<br />

ACOLHIMENTO<br />

“O acolhimento é muito importante.<br />

O aluno e a família têm que se<br />

sentir seguros e acolhidos, sempre.<br />

Na minha gestão, uma das preocupações<br />

é que a família se sinta muito<br />

à vontade com a direção e com<br />

todos os funcionários. Eu não gosto<br />

de manter distância. Estou sempre<br />

à disposição e não é preciso marcar<br />

horário. A escola e a família têm que<br />

caminhar juntas”, ressalta Fabiana,<br />

com entusiasmo.<br />

Seguindo essa diretriz e com a<br />

intenção de que os alunos se sintam<br />

confortáveis e “em casa”, a nova instalação<br />

do Interativo conta também<br />

com ambientes funcionais, como o<br />

“Espaço Gourmet”.<br />

No local, há uma minicozinha,<br />

com micro-ondas, pia e geladeira,<br />

disponibilizada para que os alunos<br />

organizem e tenham autonomia para<br />

realizarem suas refeições, se optarem<br />

por trazê-las de casa. Oferece<br />

também uma cantina, com opções<br />

de refeições completas e saudáveis,<br />

coordenado por nutricionista.<br />

“Isso faz parte da questão do<br />

aluno se sentir bem, se sentir “em<br />

casa”. Quanto mais você confia no<br />

aluno, mais o aluno te devolve essa<br />

Sala de Informática<br />

INTERATIVO<br />

confiança”, enfatiza a Diretora.<br />

O Curso e Colégio Interativo nasceu<br />

em 1998 em São Carlos, com<br />

uma proposta de ensino diferente e<br />

professores apaixonados pela arte de<br />

educar. Em 2004, Araraquara ganha<br />

uma unidade do colégio, dando um<br />

importante passo em sua história.<br />

São quase 15 anos de história somente<br />

em Araraquara, em uma trajetória<br />

de sucesso e com uma perspectiva<br />

única de aprendizado, atendendo<br />

desde o Ensino Fundamental (1º ao 9º<br />

ano) até o Ensino Médio (1ª a 3ª série).<br />

Com ótimos materiais de estudo,<br />

como o “Ser” e o “Pierre de Fermat” –<br />

apostilado construído pelos próprios<br />

professores - o Interativo se destaca<br />

pela qualidade e preparação de seus<br />

alunos para o vestibular. “Nossa intenção<br />

é que eles passem direto, sem<br />

necessidade de fazer cursinho”, ressalta<br />

Fabiana.<br />

Projetos como a gincana “Interaginca”<br />

e a feira de conhecimentos<br />

“Interafec” também fazem parte do<br />

escopo da escola, que está sempre<br />

disponível para visitação.<br />

Laboratório de Ciências Sala de alfabetização Brinquedoteca<br />

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OLHANDO PARA O FUTURO<br />

DOCUMENTO<br />

PESQUISA<br />

Dados do Índice Firjan assustam<br />

uma velha senhora de 201 anos<br />

Números do último levantamento feito pela Firjan mostram que Araraquara caiu<br />

da 50º para a 76º posição, em nível nacional. Mas o que isso realmente quer dizer?<br />

Aponta que é hora de olhar para onde estamos caminhando.<br />

Agosto, 22, aniversário da nossa<br />

cidade. São 201 anos de história e<br />

de desenvolvimento de uma área produtiva<br />

bem no centro do Estado de<br />

São Paulo. Temos muitas conquistas<br />

a celebrar, apesar da cidade ter perdido<br />

posições no recente levantamento<br />

do Índice Firjan de Desenvolvimento<br />

Municipal.<br />

Araraquara ficou na 46ª posição<br />

no âmbito estadual e 76ª no nacional,<br />

dentre as mais de 5 mil cidades analisadas<br />

pelo indicador. Embora os resultados<br />

tenham sido lançados agora,<br />

os dados remetem ao ano de 2016,<br />

data base da realização da pesquisa.<br />

“Diante dos números publicados,<br />

é notório que a cidade perdeu espaço<br />

no cenário nacional e estadual.<br />

Estamos trabalhando firmemente<br />

para mudar essa realidade. Temos<br />

confiança que, em breve, vamos<br />

recuperar a qualidade das políticas<br />

públicas e retomaremos a posição de<br />

destaque novamente tanto no cenário<br />

estadual, como nacional”, é o que<br />

afirma o prefeito Edinho Silva.<br />

De certa forma, a pesquisa nos<br />

faz olhar para um passado não muito<br />

distante. Mas, se quisermos melhorar<br />

esses indicadores, é preciso “arregaçar<br />

as mangas” e começar a planejar<br />

a cidade que queremos, pensando a<br />

muito longo prazo, no futuro.<br />

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />

15|


Posições da cidade de Araraquara em todas as edições do ìndice Firjan de Desenvolvimento Municipal<br />

|16<br />

ÍNDICE FIRJAN<br />

Ferramenta de referência para o<br />

acompanhamento do desenvolvimento<br />

socioeconômico dos municípios<br />

brasileiros, o índice Firjan foi criado<br />

em 2008 e é um indicador composto<br />

que acompanha três áreas do desenvolvimento<br />

humano: Emprego &<br />

Renda, Educação e Saúde, sempre<br />

utilizando como base as estatísticas<br />

públicas oficiais. Sua leitura é simples:<br />

o índice varia de 0 a 1, sendo<br />

que, quanto mais próximo de 1, maior<br />

o desenvolvimento da localidade.<br />

De acordo com Cláudio César de<br />

Paiva, professor e pesquisador do Departamento<br />

de Economia da Unesp e<br />

atualmente Diretor da Faculdade de<br />

Ciências e Letras da Unesp – Araraquara<br />

e também Vice-Presidente do<br />

Conselho Municipal de Planejamento<br />

e Política Urbana Ambiental de Araraquara,<br />

é preciso olhar para os indicadores<br />

de uma forma mais ampla e entender<br />

como a pesquisa é realizada.<br />

“A leitura dos dados da Firjan precisa<br />

ser feita com cautela. É necessário fazer<br />

uma leitura para além dos dados”,<br />

ressalta o professor.<br />

Apesar de ser uma ferramenta<br />

de análise, Cláudio ressalta que o<br />

índice Firjan não consegue abarcar<br />

todas as variáveis que influenciam<br />

no desenvolvimento econômico de<br />

uma cidade. No caso da saúde, por<br />

exemplo, apenas quatro variáveis são<br />

observadas na pesquisa: proporção<br />

de atendimento adequado de pré-natal,<br />

óbitos por causas mal definidas,<br />

óbitos infantis por causas evitáveis e<br />

internação sensível à atenção básica<br />

– uma pequena amostra, comparada<br />

à complexidade da área da saúde. Por<br />

isso, não deve ser utilizado como um<br />

índice definitivo, mas como uma ferramenta<br />

de avaliação, de prospecção.<br />

Ao observar os dados do indicador<br />

Emprego & Renda, o professor<br />

explica que foram esses números que<br />

“puxaram” a nota de Araraquara para<br />

baixo. A queda começa em 2013<br />

(ano das manifestações políticas)<br />

com pontuação de 0,7986; cai para<br />

0,7373 em 2014; chega a seu nível<br />

mais baixo em 2015 com 0,6318 e<br />

tem leve recuperação em 2016 com<br />

0,6465. O mesmo ocorreu com a<br />

maioria dos municípios analisados.<br />

‘<br />

De acordo com os<br />

resultados finais da<br />

Firjan, a crise econômica<br />

custou três anos ao<br />

desenvolvimento dos<br />

municípios e mais de<br />

uma década ao mercado<br />

de trabalho.<br />

‘<br />

A forte recessão que o Brasil passou<br />

nos últimos anos influenciou o<br />

mercado de trabalho. Entre 2015 e<br />

2016 foram fechados quase 3 milhões<br />

de postos de trabalho formais<br />

no país, sendo esse o fator decisivo<br />

para interromper a trajetória de desenvolvimento<br />

socioeconômico dos<br />

municípios.<br />

“Os dados na verdade apontam<br />

para um grande desafio”, enfatiza<br />

Cláudio. Ele ressalta a necessidade<br />

de olhar para os indicadores e usar<br />

essas informações para se pensar<br />

no futuro da cidade. “É preciso voltar<br />

a planejar, mas esse planejamento<br />

tem que ser a longo prazo. Nós pecamos<br />

em não pensar, não planejar, e a<br />

construção deste planejamento precisa<br />

ser coletiva. Não devemos olhar<br />

somente para o retrovisor”, salienta.<br />

CIDADE DO FUTURO<br />

Para o pesquisador, nem retrovisores<br />

a cidade do futuro deveria ter,<br />

pois metrópoles internacionais como<br />

Madri, Paris, Londres, Hamburgo, Helsinki,<br />

Nova Iorque, entre outras, estão<br />

abolindo a utilização de carros. Algumas<br />

delas já proibiram a circulação<br />

dos veículos no centro da cidade. Ele<br />

explica que “a tendência internacio-


nal é projetar a mobilidade urbana<br />

sem o uso de carros, com foco no pedestre,<br />

ciclista e transporte público”.<br />

A mobilidade urbana é um entrave e<br />

um problema das grandes cidades,<br />

gerando consequências, como por<br />

exemplo, poluição e aumento de acidentes.<br />

Outro ponto levantado por Cláudio<br />

é o aumento da expectativa de<br />

vida da sociedade, que vem subindo.<br />

No final de julho, o IBGE divulgou estudo<br />

que afirma que a longevidade<br />

dos brasileiros atingiu a maior média<br />

da história: 76 anos. Um salto de 22<br />

Professor Cláudio<br />

Paiva enfatiza<br />

os principais<br />

conceitos de<br />

uma cidade<br />

ideal: integrada,<br />

policêntrica e<br />

compacta.<br />

Índice Firjan de<br />

Desenvolvimento<br />

Municipal em<br />

sua versão<br />

consolidada,<br />

mostrando a<br />

evolução da nota<br />

geral atribuída a<br />

Araraquara nos<br />

últimos anos.<br />

anos em relação ao registrado na<br />

década de 1960. Ainda de acordo<br />

com o IBGE, o Brasil atingiu a marca<br />

de 208,4 milhões de habitantes em<br />

<strong>2018</strong>, e até 2060, a população com<br />

mais de 60 anos mais que dobrará<br />

de tamanho, devendo atingir 32,1%<br />

do total de habitantes – atualmente<br />

ela representa 13,44%. “As cidades<br />

não estão preparadas para essa faixa<br />

etária”, ressalta o pesquisador.<br />

17|


Evolução e projeção do IFDM Emprego & Renda. O ano de 2012 foi o período de maior crescimento da vertente na hitória da pesquisa.<br />

Entretanto, a crise econômica foi tão severa que custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal<br />

dos municípios. Se mantiver o crescimento médio de 1,5% ao ano, o país alcançará o nível de 2013 apenas em 2027.<br />

Além da mobilidade urbana ativa<br />

e da faixa etária da população, é<br />

preciso levar em consideração uma<br />

série de fatores no planejamento<br />

das cidades. “A cidade precisa ser<br />

integrada, policêntrica e compacta”,<br />

aponta Cláudio.<br />

Policêntrica, no sentido de não<br />

existir apenas um “centro da cidade”,<br />

mas de cada bairro dar aos habitantes<br />

a possibilidade de resolução de<br />

suas necessidades, sem precisar se<br />

deslocar para outras regiões. Integrada,<br />

no intento de estar adaptada ao<br />

grupo ou sociedade de que faz parte,<br />

com maior inclusão social, mais acessível<br />

e inclusiva a deficientes físicos,<br />

com maior diversidade de pessoas<br />

e menores desigualdades, como de<br />

raça, classe e inclusive de gêneros.<br />

Compacta, no intuito de não expandir<br />

criando bairros isolados, não segregar<br />

os habitantes, mas sim de<br />

utilizar os espaços. “Um quarto do<br />

espaço de Araraquara é vazio urbano,<br />

com grandes áreas desocupadas”,<br />

afirma Cláudio.<br />

As transformações culturais e<br />

tendências crescem. Sustentabilidade,<br />

diversidade, economia compartilhada<br />

e tecnologias como a “internet<br />

das coisas”, tudo isso influencia no<br />

planejamento das cidades do futuro.<br />

“Mas a revolução pode começar com<br />

a construção de uma simples calçada”,<br />

finaliza o pesquisador.<br />

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Araraquara 201 anos<br />

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TRILHOS DO AMANHÃ<br />

Senhor, até quando?<br />

Entra prefeito, sai prefeito, entra deputado, sai deputado e a retirada dos trilhos<br />

não acontece. E na verdade, quando se planeja uma cidade do futuro, o passado<br />

atrapalha, pois ele ainda interfere no cotidiano e na mobilidade urbana.<br />

Por quase um século, a ferrovia<br />

foi o principal meio de transporte de<br />

passageiros e de carga em Araraquara.<br />

De certa maneira, foi sua ligação<br />

com o mundo. Acompanhando a expansão<br />

cafeeira no final do século XIX<br />

e com o intuito de escoar a produção<br />

dos grãos, os fazendeiros da região<br />

araraquarense construíram uma nova<br />

estrada – a Estrada de Ferro Araraquara<br />

(EFA).<br />

Primeiro como uma companhia<br />

privada, depois estatizada pelo estado<br />

de São Paulo, os trilhos da antiga<br />

EFA serviam de escoadouro da imensa<br />

produção agrícola das regiões de<br />

Catanduva, São José do Rio Preto,<br />

Votuporanga, Fernandópolis, entre<br />

outras cidades.<br />

Entretanto, os tempos mudaram.<br />

O sistema de transporte também se<br />

modificou. A cidade cresceu. E hoje os<br />

trilhos da antiga EFA estão inseridos<br />

bem no centro da cidade.<br />

Exatamente os mesmos trilhos<br />

que promoveram o desenvolvimento<br />

da região, agora são motivo de entrave,<br />

principalmente com relação à<br />

mobilidade urbana e à segregação socioespacial<br />

da cidade. Como aproveitar<br />

o melhor que eles têm a oferecer,<br />

sem perder a tradição com a ferrovia?<br />

Como pensar uma cidade do futuro<br />

sem pensar na questão da mobilidade<br />

urbana? “A solução é aproveitar<br />

racionalmente essa área”, é o que<br />

afirma Elias Chediek Neto, ferroviário<br />

aposentado, que foi responsável pela<br />

manutenção da via permanente e da<br />

chefia de transportes e circulação da<br />

EFA – Estrada de Ferro Araraquara,<br />

atualmente vereador na cidade.<br />

PARQUE DOS TRILHOS<br />

A proposta do Parque dos Trilhos<br />

surgiu para suprir a necessidade de<br />

uma região de potencial em Araraquara.<br />

Previsto como “CEU” – Corredor<br />

Estrutural de Urbanidade no Plano Diretor<br />

de Araraquara de 2014, a área<br />

é vista como de grande importância<br />

para o desenvolvimento da cidade.<br />

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />

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MAPA DAS<br />

VOCAÇÕES<br />

PARQUE DOS<br />

TRILHOS<br />

SETORIZAÇÃO / VOCAÇÃO<br />

Unidade de Vizinhança<br />

Cidade Jurídica<br />

Centro Esportivo - Araraquara Olímpica<br />

Centro Cívico e Tecnológico<br />

Centro Cultural e Educacional<br />

Centro Gastronômico e de Economia Criativa<br />

Centro de Atividades Voltadas para os Idosos<br />

municipais e tiveram como objetivo a<br />

geração de imagens tridimensionais<br />

eletrônicas para divulgação e incentivo<br />

do debate público. Já esta proposta<br />

foi desenvolvida no final de 2016,<br />

pela Secretaria de Desenvolvimento<br />

Urbano e por uma Comissão Especial<br />

de Estudos da Câmara Municipal.<br />

A proposta do estudo é trabalhar<br />

as áreas do Parque dos Trilhos, por<br />

vocações, aproveitando o próprio<br />

potencial de cada uma e utilizar os<br />

trilhos para a instalação do VLT – Veículo<br />

Leve sobre Trilhos, com estações<br />

pré-determinadas distribuídas por<br />

toda a malha – desde o Pinheirinho<br />

até a Randon. Seriam aproximadamente<br />

14 km de trajetória, que com<br />

uma velocidade média de 40 km por<br />

hora, seriam percorridos em 23 minutos<br />

(parando em todos os pontos).<br />

E cada estação daria acesso a terminais<br />

de ônibus.<br />

Sobre a implantação do projeto,<br />

Chediek se mostra otimista. “No nosso<br />

caso, temos a faixa de domínio, os<br />

trilhos e temos essa facilidade da malha<br />

já estar no centro da cidade. [...]<br />

Para nós, inclusive, seria bem mais<br />

barato porque não precisamos desapropriar<br />

nada ou fazer linhas, apenas<br />

adaptar as linhas que já temos. Só falta<br />

o veículo, adaptar algumas coisas<br />

e melhorar a ideia das estações da<br />

cidade”, ressalta o vereador.<br />

A ideia a princípio é atender a cidade<br />

de Araraquara, mas futuramente o<br />

projeto poderia ser ampliado também<br />

para as cidades da região.<br />

VOCAÇÕES DA CIDADE<br />

Descrevemos a seguir cada uma<br />

das áreas que compõem o mapa das<br />

vocações do Parque dos Trilhos.<br />

Azul claro - Unidade de Vizinhança<br />

Engloba também questões como:<br />

a necessidade de criação de novas<br />

conexões entre trechos da cidade; a<br />

criação de um parque central e consequente<br />

benefício para os moradores;<br />

a reativação ou reutilização de<br />

áreas que sofrem com abandono e<br />

também a oportunidade da integração<br />

de transporte intermodal.<br />

Alguns estudos preliminares sobre<br />

o assunto foram apresentados em<br />

2012, durante o processo de eleições<br />

Devido ao seu formato, estreito e longo,<br />

esta área verde tem vocação para<br />

ser um local de lazer e convivência<br />

pública, com a implantação de equipamentos<br />

de lazer e atividades ao ar<br />

livre. A ideia é melhorar a qualidade<br />

de vida dos moradores.<br />

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25|


Cinza – Cidade Jurídica<br />

Esta região, por ter grande área,<br />

seria destinada à implantação da<br />

Cidade Judiciária, constituída pelos<br />

órgãos do Poder Judiciário com melhoria<br />

de comunicação entre todas as<br />

instâncias.<br />

Rosa – Centro Esportivo –<br />

Araraquara Olímpica<br />

Por estar em um eixo de equipamentos<br />

esportivos como, por exemplo,<br />

o Gigantão, Arena da Fonte, a<br />

Secretaria de Esporte e Lazer e a<br />

Praça Scalamandré Sobrinho, a região<br />

se mostra inclinada para a vocação<br />

aos esportes. Para essa área foi<br />

pensada a implantação da Secretaria<br />

do Esporte e a Secretaria da Saúde.<br />

Aliado a isso, temos uma demanda<br />

de serviços hoteleiros que, na época<br />

dos jogos regionais e estudantis, não<br />

são suportados pelos hotéis já existentes,<br />

se tornando assim uma área<br />

interessante para o desenvolvimento<br />

destes serviços.<br />

Verde – Centro Cívico e Tecnológico<br />

Por ser uma área central na cidade,<br />

é cotada como bom lugar para a<br />

mudança do Centro Administrativo da<br />

cidade. Neste local seriam transferidos<br />

o Paço Municipal e a Câmara Municipal.<br />

Abrigaria também o Polo de<br />

Inovação Tecnológica, local pensado<br />

para incubação e desenvolvimento de<br />

projetos inovadores. Além disso, um<br />

dos motivos que afirmam a vocação<br />

do Centro Cívico, é evitar que com a<br />

mudança, exista o êxodo do centro<br />

urbano atual.<br />

Amarelo – Centro de Cultura e<br />

Educação<br />

Aproveitando a existência do Museu<br />

Ferroviário e da Escola Municipal<br />

de Dança Iracema Nogueira, nesta<br />

área a proposta é a implantação da<br />

Secretaria da Cultura, fazendo eixo<br />

com a já existente Secretaria da Educação.<br />

A Feira Noturna permaneceria<br />

no local, entendida como ferramenta<br />

importante para manter o reavivamento<br />

desta área. A Coordenadoria<br />

de Turismo também seria instalada,<br />

com previsão de trens turísticos saindo<br />

da estação, dando assim suporte<br />

e reafirmando vocação educacional,<br />

cultural e histórica da região.<br />

Laranja – Centro Gastronômico e de<br />

Economia Criativa<br />

A área, onde hoje se encontra a<br />

CEAGESP, possui grande potencial<br />

histórico e cultural em seu entorno,<br />

devido a sua localização central e<br />

ao tamanho do lote, no entanto é<br />

entendida como um grande vazio se<br />

for desocupada futuramente. Pensando<br />

nisso, a proposta é a criação<br />

de um Centro Gastronômico, juntamente<br />

com uma Escola de Capacitação<br />

Técnica voltada à gastronomia.<br />

O projeto pretende atrair a atividade<br />

turística, gerar empregos e aumentar<br />

a permanência no fluxo de pessoas<br />

e atividades na área. A Secretaria da<br />

Agricultura seria instalada no setor<br />

juntamente com uma área para desenvolvimento<br />

de Economia Criativa.<br />

Roxo - Centro de Atividades com<br />

Idosos<br />

Com o aumento da expectativa de<br />

vida e crescimento da população de<br />

idosos, a cidade carece de um espaço<br />

voltado para assistência e lazer dessa<br />

faixa etária. Neste local, onde há<br />

uma grande concentração dos idosos<br />

da cidade, duas secretarias seriam<br />

implantadas: a Secretaria de Desenvolvimento<br />

Social e o Fundo Social.<br />

OLHANDO PARA O FUTURO<br />

O trânsito e o transporte público<br />

de Araraquara estão problemáticos.<br />

E com o crescimento acelerado da cidade,<br />

a tendência é piorar. Soluções<br />

paliativas não resolvem o problema a<br />

longo prazo, além de gerar altos custos.<br />

Neste caso, o VLT se apresenta<br />

como uma alternativa que aproveitaria<br />

o leito ferroviário já existente.<br />

Entretanto, o projeto do Parque<br />

dos Trilhos não teve avanços significativos<br />

nos últimos anos. “Teve toda<br />

essa desaceleração, até por conta da<br />

própria crise. No começo, não tivemos<br />

dificuldades para discutir a ideia<br />

do Parque dos Trilhos. Agora precisamos<br />

voltar à discussão, montar uma<br />

comissão para aprofundar e reformular<br />

os estudos para poder avançar<br />

com o projeto”, enfatiza Chediek.<br />

A busca agora é por planejamento<br />

de passos futuros. “É preciso ter<br />

políticas de longo prazo. Precisamos<br />

eleger prioridades e mantê-las. O que<br />

não se pode mudar é o plano diretor<br />

da cidade”, enfatiza o vereador. E<br />

também de um maior envolvimento<br />

com a comunidade. “Não queremos<br />

fazer uma coisa separada”, finaliza<br />

o vereador.<br />

Este texto faz parte de uma série de<br />

reportagens sobre as cidades do futuro.<br />

Confira nas próximas edições mais<br />

matérias sobre o assunto.<br />

O vereador Chediek<br />

apresentando detalhes<br />

do projeto<br />

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COMÉRCIO<br />

Com a Copa do Mundo encerrada, é<br />

hora de ver se ela atrapalhou as vendas<br />

Com queda média de 25% nas vendas apenas na primeira fase<br />

dos jogos da Copa, o comércio precisa suar a camisa para buscar<br />

perspectivas de recuperação.<br />

A Copa do Mundo terminou,<br />

a França ganhou a taça e o Brasil<br />

nem chegou às semifinais.<br />

Apesar da animação e empolgação<br />

das pessoas durante o<br />

torneio, o impacto sofrido pela<br />

Economia durante o período<br />

dos jogos na Rússia pode ser<br />

comparado a um forte chute<br />

direto – só que para bem longe<br />

do gol.<br />

Apenas na primeira fase da<br />

Copa, o comércio teve queda<br />

média de 25% na receita, aponta<br />

estudo realizado pela Cielo.<br />

Alguns setores do varejo tiveram<br />

quedas de vendas superiores a<br />

40%. Os setores mais negativamente<br />

impactados foram os de<br />

Hora de levantar a cabeça e seguir avante<br />

vestuário, móveis, eletrodomésticos<br />

e lojas de departamentos. Em alguns<br />

casos, os dados da Cielo apontam lojas<br />

com faturamento zero no período<br />

dos jogos, indicando que muitas<br />

resolveram fechar as portas durante<br />

as partidas. O setor que sofreu impacto<br />

menor foi o de supermercados,<br />

com queda no faturamento em 4,4%<br />

e pequenos picos de vendas antes<br />

das partidas.<br />

O Índice Cielo do Varejo Ampliado<br />

– ICVA acompanha mensalmente<br />

a evolução do varejo brasileiro de<br />

Gráfico do ICVA mostra como a Copa afetou as vendas no início dos jogos<br />

acordo com a sua receita<br />

de vendas, com base em<br />

um grupo de mais de 20 setores,<br />

mapeados pela Cielo,<br />

responsáveis por 1,4 milhão<br />

de pontos de venda ativos<br />

credenciados à companhia.<br />

CONTRA-ATAQUE<br />

De acordo com a pesquisa,<br />

o único setor que não foi<br />

afetado pelas baixas vendas<br />

foram as padarias, que tiveram<br />

crescimento de 7,1%. O motivo pode<br />

ter sido o fuso horário dos jogos, na<br />

maioria realizados na parte da manhã.<br />

Entretanto, em Araraquara, nem<br />

as padarias sentiram a melhora.<br />

Christian Ciarlariello, proprietário da<br />

Padaria Néctar dos Pães, diz que não<br />

enxergou esse aumento de vendas<br />

exposto pelo ICVA.<br />

Ele conta que na maior parte dos<br />

dias, o estabelecimento ficou deserto.<br />

De acordo com o empresário, o<br />

único produto mais vendido foi o<br />

pão francês. “Teve um dia, em que o<br />

jogo foi de manhã, que até acabou o<br />

pãozinho. Mas o comércio em geral<br />

ficou parado. Estranhei que até os<br />

restaurantes ficaram vazios... houve<br />

muito pouco movimento de pessoas<br />

na cidade”.<br />

Além da Copa do Mundo, outros<br />

fatores afetaram a economia brasileira<br />

nos últimos meses, tornando o<br />

cenário nebuloso. A primeira queda<br />

de vendas do comércio aconteceu em<br />

maio, em virtude da greve dos caminhoneiros,<br />

que resultou em desabastecimento<br />

de mercadorias e dificuldade<br />

de circulação dos consumidores.<br />

Na época, o único setor que teve<br />

um crescimento de vendas foi o de<br />

supermercados, devido em parte, por<br />

um movimento de estocagem, promovido<br />

pelos consumidores preocupados<br />

com a escassez de alimentos. Houve<br />

em determinadas situações até mesmo<br />

um exagero dos consumidores.<br />

CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />

29|


O PIOR ESTÁ POR VIR<br />

A instabilidade política, a incerteza<br />

em torno das eleições do futuro<br />

presidente, que se arrastará até outubro<br />

é outro fator que causa preocupação.<br />

A estagnação do rendimento da<br />

população e a fraqueza do mercado<br />

de trabalho também são motivos de<br />

pessimismo.<br />

De acordo com os cálculos do<br />

Instituto Brasileiro de Economia da<br />

Fundação Getúlio Vargas (Ibre - FGV),<br />

existe a possibilidade de que a economia<br />

demore quase três anos para<br />

voltar ao nível que se encontrava<br />

antes da crise, caso o ritmo atual de<br />

crescimento seja mantido.<br />

Mas, na verdade, não há um consenso<br />

a respeito da efetiva recuperação.<br />

No Boletim Focus, divulgado em<br />

julho pelo Banco Central, o consenso<br />

de mercado para o crescimento de<br />

Christian Ciarlariello, da padaria Néctar dos Pães: “A cidade ficou deserta”.<br />

<strong>2018</strong> recuou de 1,53% para 1,50%.<br />

Se a previsão se confirmar, será<br />

a recuperação mais demorada da<br />

história brasileira, além de ser um<br />

número desanimador, para uma economia<br />

que cresceu apenas 1% no ano<br />

passado.<br />

Mas o pior está por vir. Faltam<br />

quatro anos para a Copa do Mundo<br />

2022 no Catar. Pela primeira vez na<br />

história, a competição será realizada<br />

no fim do ano. A Federação Internacional<br />

de Futebol (Fifa) definiu que<br />

a 22ª edição do torneio acontecerá<br />

entre os dias 21 de novembro e 18<br />

de dezembro.<br />

A Copa é realizada, tradicionalmente,<br />

entre os meses de maio e<br />

julho. Nesse período, a temperatura<br />

no Catar costuma variar entre 40°C<br />

e 50°C. Com isso, a Fifa mudou as<br />

datas do certame para novembro e<br />

dezembro, quando as temperaturas<br />

oscilam entre 20°C e 30°C.<br />

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Milton Pìrolla exibe com<br />

orgulho a foto do Ford 1929,<br />

que foi vendido ao cantor<br />

Daniel. Na foto o autógrafo<br />

dado pelo cantor.<br />

DE VOLTA AO PASSADO<br />

Adoráveis tempos dos carros que<br />

circulavam pela minha cidade<br />

Milton Ruy Pirolla é o<br />

caminho para quem deseja<br />

falar ou pedir opinião sobre<br />

carros antigos. Sua vida<br />

está intimamente ligada à<br />

restauração de veículos.<br />

Os carros antigos exercem fascínio.<br />

Os colecionadores apaixonados<br />

por antigomobilismo concordam plenamente<br />

com essa afirmação. Fragmentos<br />

de eras passadas, os carros<br />

antigos são uma representação física<br />

da história da produção automobilística<br />

brasileira e mundial. Suas peças,<br />

algumas obsoletas atualmente, guardam<br />

em si a memória da evolução<br />

tecnológica e da produção industrial.<br />

Seus motores, inclusive movidos a álcool,<br />

retratam a inovação brasileira<br />

na área de biocombustíveis e trazem<br />

resquícios das políticas públicas e da<br />

economia de décadas passadas, que<br />

geraram um mercado único no mundo<br />

– o de carros flex. Suas linhas e<br />

curvas preservam o desenvolvimento<br />

do design automobilístico que mudou<br />

muito nos últimos tempos. Mais do<br />

que itens de colecionadores, carros<br />

antigos são memórias que andam.<br />

Mas a preservação dessas memórias<br />

exige cuidado constante. Exige<br />

também custos. E, ao contrário do<br />

que se imagina, o preço é contemporâneo.<br />

O RESTAURADOR<br />

Milton Ruy Pirolla, de 85 anos, é<br />

um dos mais conhecidos restauradores<br />

e antigomobilistas de Araraquara.<br />

Ele é um dos moradores mais antigos<br />

do São Geraldo, bairro tradicional da<br />

cidade e por lá quem perguntar “onde<br />

mora o Milton Pirolla”, qualquer um<br />

vai dizer que é na Avenida Cristovão<br />

Colombo.<br />

Ele conta que dois fatores são<br />

principais ao se pensar na restauração<br />

dos veículos: encontrar as peças<br />

originais (ou que se adaptem) e ter<br />

mão de obra especializada.<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

33|


“Na época em que o dólar estava 1<br />

por 1, era muito mais fácil”, relembra<br />

Milton, que importou diversas peças<br />

dos Estados Unidos. Ele aponta que é<br />

difícil achar mão de obra especializada,<br />

tanto na cidade quanto na região.<br />

E diz que cada etapa acaba sendo<br />

feita em um lugar e por uma pessoa<br />

diferente. Por exemplo, a pintura dos<br />

veículos que ele restaura - que é uma<br />

das etapas mais caras – geralmente<br />

é realizada em Franca. “São raras as<br />

pessoas que trabalham com carros<br />

antigos. Daí uma das dificuldades de<br />

se reformar um carro”, afirma.<br />

E os custos também são altos. A<br />

pintura por vezes chega a custar até<br />

15 mil reais. “Uma tinta especial que<br />

fui procurar custava 450 reais o litro.<br />

É um passatempo caro”, afirma Carlos<br />

Henrique Pirolla, filho de Milton.<br />

Ele cita que outros processos, como<br />

a cromagem das peças, o conserto<br />

da funilaria e a reprodução do estofamento<br />

também são trabalhosos e<br />

dispendiosos.<br />

Carlos, que herdou a paixão pelo<br />

antigomobilismo do pai, conta que<br />

para restaurar o veículo é preciso ir<br />

procurando peças, comprando e trocando<br />

partes – quase como a montagem<br />

de um enorme quebra-cabeça.<br />

“O grande barato do antigomobilismo<br />

é o garimpo que temos que fazer para<br />

achar as peças. E também os “rolos”<br />

que surgem na troca por essas peças.<br />

Eu, por exemplo, troquei uma caçamba<br />

de caminhonete por um para-choque”<br />

diz Carlos, animado.<br />

Todo mundo<br />

que gosta de<br />

carro antigo é,<br />

no mínimo,<br />

meio doido.<br />

O famoso “Fordinho” 1929, que levou 11 anos para ser totalmente restaurado<br />

O COLECIONADOR<br />

Um dos xodós de Milton é o Ford<br />

1929, primeiro carro que ele restaurou<br />

e que levou 11 anos para ficar<br />

pronto. “O carro estava muito bem<br />

feito, porque foi feito para mim, do<br />

meu jeito”, orgulha-se.<br />

Por um bom tempo Pirolla circulou<br />

com o Fordinho pelas ruas da cidade,<br />

sendo o São Geraldo seu ponto de<br />

partida. A buzina festivamente era<br />

acionada com som de calhambeque<br />

quando o dono via um amigo. Tudo<br />

nele era praticamente original.<br />

O “Fordinho”, como é carinhosamente<br />

chamado, foi feito do zero –<br />

desmanchado desde a sua base e totalmente<br />

restaurado. “Ficou em cima<br />

de quatro cavaletes só o chassi dele.<br />

Ficou pelado”, relembra Milton. Mas<br />

ele diz que nesta época não sofreu<br />

tanto para reformar o carro, porque o<br />

irmão tinha uma oficina e o ajudava.<br />

Quando finalizado, o carro era<br />

alugado para casamentos. Milton<br />

diz que perdeu a conta de quantas<br />

noivas levou no “Fordinho”. E o fato<br />

mais curioso é que este veículo hoje<br />

é propriedade do cantor Daniel e está<br />

em Brotas, onde reside.<br />

O “Fordinho” acabou sendo vendido<br />

para o cantor Daniel, em 2013,<br />

por 46 mil reais. Milton lembra que a<br />

negociação foi intermediada pelo pai<br />

do cantor, José Sebastião Camilo. Por<br />

meio de um conhecido em comum,<br />

que era morador de Brotas, José ficou<br />

sabendo do carro e entrou em contato<br />

para fechar negócio. Até hoje a família<br />

guarda com carinho uma cópia do<br />

cheque emitido pelo cantor.<br />

Os irmãos Pirolla reformando um fusca<br />

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“Hoje um carro como esse vale<br />

em média 130 mil reais – preço de<br />

um carro novo” ressalta Carlos. Nos<br />

últimos dez anos, alguns automóveis<br />

antigos, como os mais clássicos,<br />

chegaram a valorizar mais que<br />

investimentos tradicionais, como a<br />

poupança, CDB e Tesouro Direto. Um<br />

Carlos Pirolla mostra algumas peças e conta sobre a dificuldade de<br />

consegui-las: “Verdadeiro desafio”, comenta.<br />

Exposição de carros<br />

antigos em um<br />

evento organizado<br />

pelo Clube Náutico<br />

Araraquara<br />

estudo realizado pela Escola de Administração<br />

de Empresas de São Paulo<br />

da Fundação Getúlio Vargas (FGV EA-<br />

ESP), feito em 2017, analisou 24 modelos<br />

entre os anos de 2005/2006 e<br />

2015/2016 e apontou que, em média,<br />

os veículos valorizaram 23,9%<br />

acima da variação da Selic em dez<br />

anos.<br />

35|


SOLIDARI<strong>ED</strong>ADE<br />

Tanabata entrega<br />

mais de 5 toneladas<br />

de alimentos ao Fundo<br />

A colônia japonesa<br />

comemora sucesso do evento<br />

que mobiliza mais de 16 mil<br />

visitantes todos os anos.<br />

O 23º Festival Tanabata da Associação<br />

Cultural Nipo Brasileira de<br />

A colônia<br />

japonesa hoje<br />

em Araraquara é<br />

representada por<br />

duas entidades: a<br />

Associação Cultural<br />

Nipo Brasileira<br />

e a Associação<br />

Okinawa de<br />

Araraquara. Ambas<br />

desenvolvem um<br />

notável trabalho<br />

em benefício dos<br />

seus associados<br />

Araraquara, realizado entre os dias<br />

20 e 22 de julho, arrecadou mais de<br />

cinco toneladas e meia de alimentos.<br />

Os produtos foram entregues<br />

cinco dias depois ao Fundo Social<br />

de Solidariedade e Fisa e também<br />

às entidades Vicentinos do São Geraldo,<br />

C.E. Aprendizes do Evangelho,<br />

Instituto dos Cegos Santa Luzia, N. A.<br />

Bezerra Menezes e Sacrário do Amor.<br />

No total, foram arrecadados 5.532<br />

quilos de alimentos, como arroz, feijão,<br />

macarrão, óleo, farinha de trigo,<br />

leite, café, açúcar, sal e molho de tomate,<br />

entre outros produtos básicos.<br />

Com apoio da Prefeitura, Sesc e<br />

diversas empresas e instituições, o<br />

Festival Tanabata reuniu milhares de<br />

pessoas nos três dias de realização<br />

na cidade.<br />

A presidente do Fundo Social, Cidinha<br />

Silva, agradeceu à Associação<br />

Cultural Nipo Brasileira pelas doações.<br />

“São produtos que chegam num<br />

momento importante para compormos<br />

cestas básicas e distribuirmos a<br />

pessoas e famílias que precisam de<br />

alimentos”, acrescenta Cidinha.<br />

GRANDE EVENTO<br />

Com apresentações de dança,<br />

música e culinária japonesas, o Festival<br />

Tanabata objetiva valorizar seus<br />

costumes, além de ampliar o relacionamento<br />

com a comunidade araraquarense.<br />

A Nipo tem como presidente, Sérgio<br />

Tanizaki e na diretoria social, Leiko<br />

Hanai.<br />

|36


COWORKING<br />

Conceito inovador de trabalho colaborativo<br />

ganha espaço em Araraquara<br />

Com custos altos de manutenção, os tradicionais escritórios estão aos<br />

poucos migrando para os espaços de trabalho compartilhados.<br />

Os chamados “coworkings”, que<br />

basicamente são espaços de trabalho<br />

compartilhados entre diversos profissionais<br />

e empresas, vêm crescendo<br />

nos últimos anos, principalmente em<br />

grandes centros urbanos. Mas muita<br />

gente ainda desconhece o sentido da<br />

palavra – e até estranha – quando<br />

ouve o conceito pela primeira vez.<br />

Por definição, coworking é um<br />

novo modelo de trabalho, que preza o<br />

compartilhamento. Envolve principalmente<br />

profissionais liberais, autônomos,<br />

freelancers e pequenas empresas,<br />

que se reúnem em um mesmo<br />

ambiente físico para compartilhar experiências,<br />

conhecimentos, contatos,<br />

custos, entre outras coisas.<br />

“A ideia do coworking em si<br />

acompanha o jeito de trabalho da<br />

faculdade, com vários amigos e<br />

profissionais com quem você pode<br />

trocar experiências, num trabalho<br />

colaborativo. O que acontece é que<br />

depois que você se forma, existe um<br />

rompimento – cada profissional se<br />

torna independente e você perde o<br />

contato com esses profissionais”,<br />

relata Willian Sormani, arquiteto e<br />

proprietário do “Coletivo”.<br />

MODELO DE NEGÓCIO<br />

Ele diz que uma das intenções<br />

do coworking é resgatar a interação<br />

perdida. “Coworking é mais filosofia<br />

do que modelo de negócios. Isso me<br />

levou a abrir esse negócio, a filosofia<br />

do compartilhamento”, ressalta.<br />

Willian conta que, antes de abrir<br />

o seu próprio espaço, pesquisou sobre<br />

o tema por quatro anos e visitou<br />

muitos locais aqui no Brasil e fora do<br />

país. “A hora que surgiu a oportunidade<br />

de ter o meu próprio empreendimento,<br />

com local e investimento,<br />

o meu projeto e todas as pesquisas<br />

(que são as partes mais difíceis) já<br />

estavam prontos. Então não foi muito<br />

complexo fazer esse modelo de negócio<br />

funcionar”, conta.<br />

Uma das dificuldades que ele<br />

aponta sobre a gestão é relacionada<br />

à captação de clientes. Willian diz que<br />

a aceitação é difícil, pois envolve uma<br />

questão de mudança de mentalidade.<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

37|


“Aceitação é complexa. Ainda é difícil<br />

um profissional trabalhar ao lado<br />

de um concorrente e entender que,<br />

na verdade, ele pode ser um parceiro<br />

comercial. A aceitação maior ainda<br />

é das salas privativas. Mas é uma<br />

questão de se trabalhar o conceito”,<br />

relata.<br />

Como é uma nova forma de se<br />

pensar o ambiente de trabalho, as<br />

pessoas não estão familiarizadas<br />

com a ideia. De acordo com o Censo<br />

2017, realizado pelo site “Coworking<br />

Brasil”, um projeto conjunto de diversos<br />

fundadores de espaço de coworking<br />

no país, hoje existem 810<br />

espaços conhecidos, 114% a mais<br />

com relação a 2016 – que registrava<br />

378 espaços.<br />

Para ele, “o segredo não é somente<br />

a estrutura física em si, mas<br />

sim a gestão interna”. Willian conta<br />

que existe um cargo específico para<br />

isso – o Gestor de Comunidade, ou<br />

Comunity Manager, em inglês. Esse<br />

profissional é o principal responsável<br />

por fazer as pessoas conversarem,<br />

interagirem, criando um ambiente bacana<br />

de trabalho. “É o ponto-chave do<br />

coworking”, ressalta.<br />

Apesar de ser um dos “negócios<br />

do momento”, não é um empreendimento<br />

tão lucrativo. “Não é igual vender<br />

coisas no supermercado. Como é<br />

por necessidade, o consumo é direcionado.<br />

Ele é feito para facilitar, para<br />

usar só o que você precisa”, enfatiza<br />

o arquiteto.<br />

Mas acima de tudo, coworking é<br />

também conhecido por ser um movimento<br />

global de cultura. “É preciso explicar<br />

para as pessoas como funciona<br />

o coworking. Elas entendem rápido,<br />

mas ainda têm um pouco de receio”.<br />

O coworking faz parte de uma<br />

tendência mundial conhecida como<br />

Economia Compartilhada. O conceito<br />

desse novo modelo surgiu por volta<br />

de 2008, mas teve grande crescimento<br />

em virtude das inovações tecnológicas<br />

e popularizou-se principalmente<br />

com o uso de aplicativos voltados<br />

para a locomoção e hospedagem,<br />

como o Uber e o Airbnb.<br />

Algumas questões como preocupações<br />

ambientais, a recessão global,<br />

as tecnologias e redes sociais e a redefinição<br />

do sentido de comunidade<br />

fazem parte das ideias centrais que<br />

conduzem esse modelo econômico.<br />

Partindo do princípio do “reduza,<br />

reuse, recicle, repare e redistribua”, a<br />

economia compartilhada engloba estilos<br />

de vida colaborativos (compartilhamento<br />

de recursos como dinheiro,<br />

habilidades e tempo) e também sistemas<br />

de produtos e serviços, onde<br />

o consumidor paga pelo benefício do<br />

estranheza além de uma série de<br />

controvérsias, principalmente dos<br />

setores mais tradicionais do mercado.<br />

Uma das principais dificuldades<br />

de quem atua com a Economia Compartilhada<br />

é explicar o conceito a<br />

quem não o conhece. “O mais complicado<br />

de tudo foi explicar a ideia para<br />

a família. Eu falava para o meu pai:<br />

- Pai, vou montar um escritório onde<br />

várias pessoas podem alugar um<br />

espaço para trabalhar e pagar mais<br />

barato. E ele respondia: - Para quê?<br />

Não vai dar certo isso, você vai gastar<br />

seu dinheiro à toa. E hoje o Coletivo<br />

faz dois anos”, se diverte Willian.<br />

Outra questão que gera estranhamento<br />

é a questão do endereço fiscal.<br />

O COMPARTILHAMENTO<br />

O gráfico mostra as vertentes da economia compartilhada<br />

produto e não pelo produto em si (por<br />

exemplo, precisamos da música e não<br />

necessariamente do CD, como ocorre<br />

com o aplicativo Spotify).<br />

Essa tendência contraria os clássicos<br />

modelos econômicos a que<br />

estamos acostumados e tem gerado<br />

É possível abrir uma empresa alugando<br />

o endereço jurídico de um espaço<br />

compartilhado. “Você vai abrir uma<br />

empresa, mas você não quer abrir na<br />

sua casa. E você não quer alugar um<br />

imóvel inteiro só para poder abrir a<br />

empresa. Então você pode alugar o<br />

|38


endereço de um coworking, e ele se<br />

torna o seu endereço jurídico. Mas na<br />

hora que o fiscal da prefeitura chega,<br />

ele fica confuso”, aponta o arquiteto.<br />

Como é algo muito novo, ainda falta<br />

uma regulamentação específica no<br />

país, mas os serviços de coworking<br />

basicamente se inserem como prestação<br />

de serviços.<br />

COWORKING NA MORADA<br />

Em Araraquara, a onda dos espaços<br />

compartilhados de trabalho<br />

começou em 2015, com o “Espaço<br />

Jurídico”. No mesmo ano surgiu o<br />

“Loca Office”. Em 2016 inauguraram<br />

“Mundo Livre”, “Coletivo” e “Lemon”.<br />

Já em 2017 apontaram “Global Labs”<br />

e “Colméia”. E neste ano surgiu o “Coworking<br />

Araraquara” além de mais<br />

dois espaços, que ainda serão inaugurados:<br />

“Soul Café & Coworking”<br />

e “Infinity Work”, que é um prédio<br />

comercial com espaços de trabalho<br />

compartilhados. Além dos espaços<br />

já citados, será lançado<br />

também o edifício<br />

residencial “La<br />

Vie”, que oferecerá<br />

dentro do prédio um<br />

espaço de cowoking<br />

integrado, mas com O empreendedor e<br />

arquiteto Willian Sormani<br />

acesso apenas aos<br />

moradores.<br />

Nem todos os<br />

empreendimentos já inaugurados gócios”, enfatiza.<br />

continuam ativos, mas a tendência E para quem está pensando em<br />

é de crescimento. Aparentemente, a abrir o seu empreendimento, ele<br />

Economia Compartilhada é um caminho<br />

sem volta. William acredita que a aventurar em um negócio, pesquise<br />

deixa como dica: “Antes de você se<br />

tendência é aumentar cada vez mais muito antes. Se eu não tivesse quatro<br />

anos de pesquisa, provavelmente<br />

o cenário de coworkings no Brasil.<br />

“Com certeza vai crescer muito! Mesmo<br />

em cidades do interior. O Coletivo seis meses. E isso vale para qualquer<br />

eu já teria fechado meu negócio em<br />

foi o quarto coworking a ser aberto na negócio. Pesquise bastante. Tenha o<br />

cidade. Desses primeiros, é o único máximo de informação possível. Tenta<br />

conversar com quem já é do ramo.<br />

que continua ativo. Assim como os<br />

negócios da moda, como barbearias, Se você não tiver concorrência, você<br />

espaços de café e de açaí, vão surgir não melhora. E contrate profissionais<br />

vários, mas só os de maior peso vão adequados. Enfim, se cerque de pessoas<br />

boas”, argumenta o jovem em-<br />

sobreviver, da mesma forma como<br />

acontece em qualquer ramo de ne- preendedor.<br />

39|


TENDÊNCIA<br />

O novo conceito do<br />

varejo OmniChannel<br />

A tecnologia tem facilitado a propagação desse movimento,<br />

que objetiva integrar lojas físicas, virtuais e compradores<br />

A tecnologia entrou na vida do consumidor<br />

e tende a ganhar cada vez<br />

mais espaço, afetando diretamente a<br />

sua intenção de compra. Nesse novo<br />

contexto, tudo estará integrado por<br />

novas tecnologias, com o objetivo de<br />

melhor atender às necessidades desse<br />

novo consumidor. Esse movimento<br />

já é realidade em alguns países, como<br />

Estados Unidos e Inglaterra, e começa<br />

a ganhar força no mundo inteiro.<br />

O “varejo OmniChannel” torna-<br />

-se protagonista nesse novo cenário,<br />

com base na convergência entre<br />

todos os canais de venda utilizados<br />

por uma empresa e rompendo com<br />

as diferenças existentes entre o meio<br />

on-line e off-line. O objetivo é integrar<br />

lojas físicas, virtuais e compradores,<br />

criando, dessa maneira diversas possibilidades<br />

de interação entre lojista<br />

e cliente. A tendência é uma evolução<br />

do conceito de multicanal, pois<br />

tem o consumidor como foco principal<br />

e sua experiência de compra<br />

deve ser a melhor possível, independentemente<br />

do canal que ele utilizar.<br />

A implantação desse novo modelo<br />

de negócio permite, por exemplo, que<br />

o consumidor compre na loja virtual<br />

e retire ou troque em qualquer loja<br />

física. Para que funcione, a logística<br />

de vendas e o estoque devem garantir<br />

que a operação aconteça sem que<br />

ocorram complicações.<br />

Outro exemplo interessante são<br />

as compras “on-the-go”, nas quais o<br />

cliente compra pelo aplicativo da loja<br />

antes de chegar ao estabelecimento<br />

e apenas retira seu pedido quando<br />

chegar, economizando tempo.<br />

É o que acontece, por<br />

exemplo, nas lojas da<br />

Starbucks dos Estados<br />

Unidos, onde 15% das<br />

vendas já ocorrem dessa<br />

maneira e têm crescido<br />

nos últimos anos.<br />

Muitos acreditam que<br />

as grandes empresas sairão<br />

na frente nesse contexto devido<br />

ao acesso à tecnologia. Para<br />

Antonio Deliza Neto, presidente do<br />

Sindicato do Comércio Varejista de<br />

Araraquara (Sincomercio), o pequeno<br />

varejista também possui grandes<br />

oportunidades, justamente por<br />

conhecer melhor os seus clientes e<br />

suas preferências, garantindo mais<br />

proximidade e mais chances de fidelização.<br />

“É preciso estar atento a<br />

esta mudança de comportamento<br />

tecnológico do consumidor, pretendemos<br />

oferecer palestras para os<br />

comerciantes sobre esse novo conceito”,<br />

comenta.<br />

Os custos tecnológicos têm caído<br />

bastante nos últimos anos e garantido<br />

acesso a um maior número de<br />

consumidores, assim como tem ocorrido<br />

com o aumento da variedade de<br />

tecnologias oferecidas ao empresário<br />

com custos cada vez mais baixos.<br />

“Para auxiliar nossos associados,<br />

estamos desenvolvendo um aplicativo<br />

que terá todos esses benefícios e<br />

comodidades aos consumidores de<br />

500<br />

Araraquara.” explica Deliza.<br />

400<br />

331,7<br />

Usuários de Internet<br />

Mobile e Desktop<br />

(Em milhões)<br />

América Latina<br />

Brasil<br />

414,3<br />

|40<br />

300<br />

200<br />

113,7<br />

231<br />

143,6


Gerson Braz, proprietário da loja<br />

Sépia, de roupas e sapatos femininos,<br />

trabalha há 20 anos no comércio de<br />

Araraquara. Ele utiliza todos os canais<br />

de acesso ao cliente e garante que o<br />

conceito OmniChannel é uma necessidade<br />

que os comerciantes vão precisar<br />

aderir em algum momento. “Atualmente<br />

é preciso estar presente em todos<br />

os canais de comunicação, prestando<br />

serviço aos clientes com informações<br />

e conteúdos relevantes. Esses diferenciais<br />

atraem o consumidor e acabam<br />

gerando mais vendas”, ressalta.<br />

O principal ponto do OmniChannel<br />

é que a loja física deixa de ser concorrente<br />

da loja on-line e ambas atuam<br />

em harmonia. Dessa forma, além de<br />

facilitar a logística interna da empresa,<br />

aceleram o processo de compra. Já é<br />

comprovado por diversas pesquisas<br />

que os produtos que são divulgados<br />

pelas redes sociais são mais procurados<br />

pelos clientes nas lojas físicas,<br />

aumentando o desejo por aquele item.<br />

Com tantas informações sabemos<br />

que o mundo do varejo nunca mais<br />

será o mesmo. Apenas no Brasil, em<br />

2015, 55% da população já tinha acesso<br />

à internet desktop e 42% à internet<br />

mobile. Em 2020, as estimativas são<br />

de que esses números alcancem 70%<br />

e 56,5% da população respectivamente.<br />

Portanto, o número de usuários de<br />

internet no Brasil vem crescendo cada<br />

vez mais rápido, e as estratégias dos<br />

grandes e pequenos varejistas deverão<br />

focar mais no uso intenso da tecnologia,<br />

levando em consideração as mudanças<br />

de hábito do consumidor e essa nova<br />

realidade, que acaba com as antigas diferenças<br />

entre o varejo on-line e off-line.<br />

América Latina<br />

Brasil<br />

500<br />

400<br />

331,7<br />

414,3<br />

395,4<br />

SERVIÇO<br />

300<br />

231<br />

200<br />

143,6<br />

113,7<br />

84,9<br />

100<br />

0<br />

395,4<br />

antigas diferenças entre o varejo on-line e off-line.<br />

Usuários de Internet – Mobile e Desktop (Em milhões)<br />

119,8<br />

Sindicato do Comércio Varejista<br />

de Araraquara (Sincomercio)<br />

Avenida São Paulo, 660 – Centro<br />

Contato: (16) 3334 7070 ou sincomercio@<br />

sincomercioararaquara.com.br<br />

www.sincomercioararaquara.com.br<br />

41|<br />

119,8<br />

América Latina<br />

Brasil


É NATAL<br />

Decoração pode<br />

vir da reciclagem<br />

Com recursos escassos e<br />

criatividade para colocar<br />

em prática, organizadores<br />

pensam envolver oficinas<br />

culturais no movimento.<br />

O Papai Noel de Santa Fé do Sul<br />

Enfeitar a cidade para o Natal e<br />

gerar renda. Com esse objetivo, a<br />

vereadora Juliana Damus promoveu<br />

em julho uma reunião na Casa da Cultura<br />

com representantes da Cultura<br />

do município. “Nossa ideia é não só<br />

enfeitar a cidade, mas realizar uma<br />

ação que sirva de fonte de renda”,<br />

explicou a parlamentar.<br />

A presidente da Fundação de Arte<br />

e Cultura (Fundart), Gabriela Palombo,<br />

afirmou que irá fazer uma articulação<br />

com as oficinas de artesanato<br />

e buscará apoiadores. A Prefeitura<br />

entraria com o material e poderia<br />

até comprar o trabalho final, gerando<br />

renda para as pessoas envolvidas<br />

na criação. “Vamos utilizar as turmas<br />

que já temos e podemos até criar outras.<br />

A produção do segundo semestre<br />

das oficinas ficaria voltada para o<br />

final do ano”, detalhou.<br />

Juliana usou como exemplo a<br />

decoração que é feita na cidade de<br />

Santa Fé do Sul, com a utilização de<br />

materiais recicláveis. “É muito interessante<br />

a pessoa poder ver os enfeites<br />

na cidade e saber que participou<br />

do processo”, pontuou.<br />

Já foi definido que serão realizadas<br />

campanhas para arrecadar garrafas<br />

pet e caixas de leite, e a Prefeitura<br />

deverá providenciar materiais como<br />

arames, tintas, cola e tesoura. Está<br />

sendo realizado agora um estudo<br />

Criatividade natalina de uma cidade<br />

de 40 mil habitantes<br />

sobre os locais para instalação dos<br />

enfeites. Praças e ruas centrais já foram<br />

citadas como possíveis destinos.<br />

SANTA FÉ DO SUL<br />

Santa Fé do Sul, a que se refere<br />

Juliana Damus, é o ponto final da antiga<br />

Estrada de Ferro Araraquara, nas<br />

barrancas do Rio Grande. Tem menos<br />

de 40 mil habitantes e a cidade surgiu<br />

das terras compradas por acionistas<br />

da EFA, cuja sede era em Araraquara.<br />

|42


43|


DIA DOS PAIS<br />

Vendas devem apresentar<br />

variação de 3% a 5%<br />

Programado para ser comemorado no dia 12 de agosto<br />

neste ano pode alavancar um pouco mais o nosso comércio.<br />

As pesquisas até aqui estimam<br />

que neste Dia dos Pais o movimento<br />

de vendas deverá crescer entre 3%<br />

e 5% no varejo, em relação ao ano<br />

passado.<br />

“Um fator importante é o tempo.<br />

Se a temperatura cair, roupas e<br />

calçados da moda Outono-Inverno<br />

podem ter bastante procura. Além<br />

disso, o Dia dos Pais é uma data<br />

de presentes pessoais e as<br />

lojas anteciparam a liquidação<br />

de seus estoques, o que<br />

também pode favorecer o<br />

segmento”, analisa Marcel<br />

Solimeo, superintendente<br />

institucional da ACSP.<br />

Na área de bens duráveis,<br />

existe uma avaliação de<br />

que os celulares sempre são<br />

uma opção e TVs também<br />

podem ter boa saída se houver<br />

ofertas atrativas quanto<br />

a preço e prazo. “Há um estoque<br />

grande de TVs, resultante da saída<br />

prematura da seleção brasileira da<br />

Copa do Mundo”.<br />

Por fim, Burti frisa que o cenário<br />

macroeconômico está mais favorável<br />

para compras agora em comparação<br />

com 2017, principalmente por<br />

conta da queda da taxa de juros. “Por<br />

outro lado, o dólar está mais alto e,<br />

com isso, presentes como perfume e<br />

vinho podem ficar mais caros”.<br />

EXPLICANDO<br />

No ano passado a expectativa do<br />

setor teve uma estimativa de alta de<br />

7%. Os economistas salientam que<br />

as projeções se referem às vendas<br />

totais do varejo no mês, não estando<br />

necessariamente embasadas no<br />

movimento decorrente da data comemorativa<br />

no período.<br />

Em Araraquara, o comércio terá<br />

horário especial de funcionamento<br />

no dia 10, ficando aberto até às 22h.<br />

|44


45|


LEMBRANÇAS<br />

O estimado<br />

Mauro Solssia<br />

A simplicidade era sua<br />

característica, aliada ao<br />

sorriso em festa e alegria de<br />

viver. Lutou contra a doença<br />

por quase dois anos e ao<br />

partir, deixa na comunidade<br />

um enorme vazio.<br />

Faleceu em São Paulo na madrugada<br />

de 13 de julho, o empresário<br />

Mauro Solssia, um dos profissionais<br />

mais respeitados da cidade na área<br />

de seguros e pessoa de enorme convivência<br />

com Araraquara. Mauro e o<br />

irmão Sérgio, criaram a Solssia Corretora<br />

de Seguros.<br />

“Maurão” como era chamado<br />

entre os amigos, não foi apenas um<br />

empreendedor predestinado ao sucesso,<br />

face à responsabilidade com<br />

que sempre atuou ao lado da sua<br />

equipe no mundo dos negócios. A<br />

simplicidade era a marca que sempre<br />

preservou com seu espírito alegre<br />

e festivo, participando dos movimentos<br />

sociais e demonstrando<br />

profundo amor pela sua terra natal.<br />

Em foto especial para a nossa revista, Mauro e os troféus conquistados pelo desempenho<br />

da sua corretora de segudos<br />

Sempre rodeado por amizades<br />

que ele fazia questão de preservar,<br />

viveu com intensidade o lado esportivo<br />

da cidade jogando em clubes<br />

amadores; quando não estava presente<br />

às competições esportivas nos<br />

clubes Náutico e Araraquarense, ou<br />

defendendo o antigo time da Associação<br />

dos Cronistas Esportivos de<br />

Araraquara. À família, Mauro Solssia<br />

devotou amor, carinho e respeito;<br />

assim tornou-se um cidadão que temos<br />

na conta de um dos filhos mais<br />

ilustres.<br />

Até que tentou a sorte como jogador<br />

de futebol profissional; sua<br />

passagem pelo time amador da Ferroviária<br />

foi rápida. Não que ele não<br />

aceitasse continuar jogando. Muito<br />

pelo contrário. Se fosse aos moldes<br />

do que vemos hoje, com certeza seria<br />

diferente para ele e outros milhares<br />

de jogadores de futebol.<br />

O QUE ELE CONTAVA<br />

“Na época, eu já comecei a trabalhar<br />

na área de seguros com outra<br />

pessoa. No futebol não se pagava,<br />

principalmente o que se paga hoje.<br />

Precisava me sustentar. Então, no<br />

fim de 1976, com 22 anos, decidi<br />

pendurar as chuteiras”, contou Mauro<br />

à nossa revista um certo dia.<br />

Mesmo encerrando a carreira<br />

precocemente, o preparador físico<br />

da época do time principal, Bebeto<br />

de Freitas, elogiou o ex-zagueiro para<br />

o novo treinador, muito conhecido<br />

pelos brasileiros da época.<br />

“Quando o Vail Mota saiu e o<br />

Aymoré Moreira entrou no comando<br />

da Ferroviária, o Bebeto, que gostava<br />

do meu estilo de jogo, falava<br />

pra eu voltar e pediu que treinasse<br />

no time principal. Fiquei por quinze<br />

dias e posso dizer que, durante este<br />

Ele até que procurou<br />

ser um jogador de<br />

futebol, atuando na<br />

base da Ferroviária e<br />

depois foi treinar com<br />

os profissionais, porém,<br />

sentiu que era preciso<br />

trabalhar; Bazani<br />

chegou a ser o seu<br />

treinador.<br />

|46


tempo, o Aymoré foi o melhor treinador<br />

com quem eu já trabalhei. A<br />

visão dele pelo futebol era muito diferenciada.<br />

Mesmo assim, não deu<br />

para seguir no futebol por causa do<br />

trabalho e dos estudos”, relembrava<br />

sempre.<br />

Pelo time amador da Ferroviária,<br />

Solssia conquistou os títulos de<br />

1973 e 1975. O ex-jogador falava<br />

com os amigos sobre o tempo em<br />

que o futebol amador tinha um grande<br />

prestígio na cidade. “Por ser Ferroviária,<br />

os outros times da cidade<br />

sempre entravam com uma vontade<br />

a mais. O pessoal não gostava do<br />

nosso time até por ter uma equipe<br />

profissional. De rivalidade mesmo<br />

posso considerar contra o Benfica,<br />

já que era do Carmo e a ADA era de<br />

lá também”.<br />

Era esse o jeito do vigoroso zagueiro<br />

no futebol amador e nos clubes<br />

e do qual os atacantes tentavam<br />

dar um jeito de fugir da marcação.<br />

Casado com Tânia, Mauro deixou<br />

os filhos Bruno e Ana Laura. O corpo<br />

do empresário foi trazido de São Paulo<br />

onde permaneceu internado por<br />

cerca de 50 dias; seu sepultamento<br />

deu-se no sábado (14), saindo do Velório<br />

Municipal para o Cemitério São<br />

Bento. Nas redes sociais milhares de<br />

pessoas se manifestaram demonstrando<br />

solidariedade à família.<br />

Mesmo adoentado seguiu<br />

trabalhando na corretora ao<br />

lado do filho Bruno, do sobrinho<br />

Thiago e do irmão Sergio Solssia<br />

Ao lado dos<br />

colegas do IEBA,<br />

ele marcou<br />

participação<br />

nas competições<br />

esportivas da<br />

classe estudantil<br />

47|


No pódio, como não havia dirigente da Secretaria<br />

de Esportes e Fundesport, o ex-técnico de basquete,<br />

Paulinho Rodrigues, representou a cidade<br />

JOGOS REGIONAIS<br />

Araraquara<br />

é bicampeã<br />

O bom desempenho dos<br />

atletas levou a cidade a<br />

ganhar novamente o título.<br />

Mais uma edição dos Jogos<br />

Regionais chega ao seu<br />

final. Outra vez Araraquara<br />

conquista o título na classificação<br />

geral, tornando-se<br />

bicampeã, repetindo assim<br />

o feito de Sertãozinho, no<br />

ano passado.<br />

Cada treinador das diversas<br />

seleções mantidas<br />

pela Fundesport já havia<br />

feito um prognóstico antes<br />

do início da competição, de<br />

que havia acontecido uma<br />

evolução na preparação<br />

dos atletas. De fato, o bom<br />

desempenho ocorreu e com<br />

isso alcançamos 313 pontos, pouco<br />

mais que 306,5 da cidade de Franca.<br />

Ao encerrar o torneio, a Comissão<br />

Organizadora anunciou Araraquara<br />

como vencedora. Observou-se ao<br />

longo dos jogos um grande equilíbrio<br />

com duas cidades que sempre estiveram<br />

nas primeiras colocações em<br />

jornadas anteriores: Ribeirão Preto e<br />

a própria Franca.<br />

O que rendeu pontos para Araraquara<br />

foram as conquistas do ouro<br />

em pelo menos seis medalhas de<br />

ouro, uma delas na Ginástica Feminina,<br />

uma das mais importantes modalidades<br />

mantidas pela Fundesport.<br />

Com a classificação, a nossa cidade<br />

está garantida na elite dos Jogos<br />

Abertos do Interior que serão realizados<br />

em São Carlos, em novembro, enquanto<br />

os Jogos Regionais do ano que<br />

vem serão disputados em Barretos.<br />

ARARAQUARA AUSENTE<br />

O que destoou na participação de<br />

Araraquara nos Jogos Regionais foi<br />

sua ausência para receber o troféu de<br />

campeã em <strong>2018</strong>. No pódio estavam<br />

os representantes de Franca e Ribeirão<br />

Preto e como na chamada não<br />

se apresentou nenhum dirigente de<br />

Araraquara, o ex-técnico de basquete<br />

Paulinho Gonzales, que também<br />

é um dos coordenadores do torneio,<br />

foi chamado para o recebimento do<br />

troféu.<br />

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49|


DIA DE VISITA<br />

MANOEL ROSALEZ<br />

EM NOSSA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />

Manoel Rosalez, em sua passagem<br />

por aqui, relembrando os velhos e<br />

bons tempos do futebol amador de<br />

Araraquara. Ele jogou em alguns clubes<br />

e como profissional da construção civil,<br />

se mantém como exemplo para novas<br />

gerações.<br />

JORGE LORENZETTI<br />

FATOS & FOTOS<br />

DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />

MÁ<strong>RCIA</strong> LIA CHORA PELA LIBERDADE DE LULA<br />

Márcia não se conteve quando anunciada a liberdade<br />

Durante quase dois minutos de uma<br />

mensagem que a deputada estadual<br />

Márcia Lia postou nas redes sociais<br />

no dia 8 de julho, observou-se nela a<br />

demonstração de carinho e respeito<br />

que ela tem pelo ex-presidente Luiz<br />

SUBINDO<br />

Partido Novo<br />

em Araraquara<br />

tem conquistado<br />

importante<br />

espaço diante<br />

da instabilidade<br />

política que vivemos.<br />

Alexandre Machado<br />

se apresenta como<br />

uma das importantes<br />

lideranças do<br />

partido, juntamente<br />

com Pedro Tedde,<br />

que a cidade<br />

tem na conta de<br />

cidadão respeitado e<br />

admirado no mundo<br />

dos negócios.<br />

Parabéns.<br />

DESCENDO<br />

Com o fim do<br />

Estádio Rubens<br />

Cruz (Palmeirinha),<br />

Estádio Flávio<br />

Ferraz de Carvalho<br />

(Estrela), Estádio<br />

Municipal e agora o<br />

campo da Atlética,<br />

o futebol amador<br />

parece predestinado<br />

a acabar de forma<br />

melancólica, ainda<br />

que se anuncie que<br />

outros seis campos<br />

serão ajeitados para<br />

acomodação dos<br />

times que restam.<br />

É a tendência<br />

seguindo os novos<br />

tempos.<br />

Inácio Lula da Silva. A<br />

cena que mais parecia<br />

novela mexicana tinha<br />

uma explicação: festejar<br />

a liberdade do líder preso<br />

em Curitiba, o que não<br />

aconteceu naquele dia.<br />

Mas entre o solta e o não<br />

solta Lula, a parlamentar<br />

viveu a emoção do “teje<br />

livre companheiro” e logo o<br />

xororô viralizou nas redes sociais, não<br />

faltando críticas. “A justiça está sendo<br />

restabelecida neste país”, comentou<br />

Márcia Lia em um dos momentos que<br />

a soltura de Lula estava garantida<br />

pelo desembargador Rogério Favreto.<br />

Estragou tudo<br />

O antigo estacionamento<br />

do Clube Araraquarense<br />

em um dos pontos mais<br />

privilegiados da cidade - o<br />

centro antigo - ocupa uma<br />

área bastante cobiçada.<br />

O terreno até que chegou<br />

a ser vendido, no entanto,<br />

uma árvore inserida no raio<br />

de preservação histórica<br />

de Araraquara acabou<br />

atrapalhando. Ainda<br />

que tenha pago algumas<br />

parcelas, o proprietário<br />

decidiu devolver o terreno<br />

sob a alegação de que com<br />

a árvore no caminho não<br />

poderia executar o projeto<br />

que pretendia. O terreno<br />

voltou ao Clube.<br />

A morte do nosso poeta Dovílio Rodrigues<br />

Jorge Lorenzetti é consultor imobiliário<br />

e pessoa das mais queridas em nossa<br />

comunidade. Ele tem intensa atividade<br />

com o trabalho filantrópico, servindo o<br />

Lar Escola Redenção com muito esmero,<br />

seguindo os passos do pai, ‘seo Ângelo’.<br />

Dovílio Rodrigues teve<br />

passagens pelos jornais O<br />

Diário da Araraquarense e O<br />

Imparcial nos anos 70/80<br />

Araraquara amanheceu enlutada no dia 9 de<br />

julho com a morte de Dovílio Rodrigues, que<br />

entre outras atividades (barbeiro e fotógrafo),<br />

era um praticante da doutrina espírita na<br />

cidade. Esse foi um dos motivos que o levou<br />

a escrever vários livros e depois receber o<br />

título de “Cidadão Araraquarense”. Em sua<br />

barbearia na Rua Itália, Dovílio também<br />

convivia com os pássaros que cantavam para<br />

os clientes ou durante as partidas de damas<br />

que ele organizava. Foi fotógrafo da Polícia<br />

Técnica nos tempos do Vitor Maria Pelozzi,<br />

Edvard, Lamoréa e tantos outros policiais que<br />

orgulharam nossa cidade. Nossos sentimentos.<br />

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FRASE<br />

“A ampliação corrige<br />

um problema antigo<br />

de excesso de água<br />

superficiais nas vias João Bernal<br />

Norberto Dini Monteiro, Jonas Pinheiro, José<br />

Antônio Filpi e fundos da Vila Dignidade”.<br />

Comentário do engenheiro João Luís<br />

Bernal, também secretário municipal<br />

de Obras, sobre a construção de um<br />

reservatório de detenção para 650 mil litros<br />

com alambrado e dissipador de energia,<br />

além das galerias pluviais. Segundo ele, o<br />

alagamento na região dos Altos do Cecap<br />

era constante durante o verão com as<br />

fortes chuvas. Agora, com reservatório de<br />

detenção e galeria de águas pluviais, o<br />

problema será resolvido. O investimento é<br />

de R$ 425 mil. O bairro agradece.<br />

Qualidade de vida<br />

Leonardo Saniotto durante palestra<br />

na Semana Interna de Prevenção de<br />

Acidentes da Câmara, em julho<br />

Funcionários da Câmara Municipal<br />

em julho recordaram a importância<br />

da atividade física, inclusive no<br />

ambiente profissional para manter<br />

a saúde, ao participarem de uma<br />

palestra do educador físico Leonardo<br />

Saniotto. Na oportunidade, Saniotto<br />

disse a eles que, por passarmos muito<br />

tempo no trabalho, acumulamos<br />

tensões; a atividade física, unida<br />

a uma alimentação saudável e ao<br />

autoconhecimento, formam o tripé<br />

da qualidade de vida,<br />

Beabá do trânsito<br />

O vereador Tenente Santana está<br />

propondo educação para o trânsito<br />

nas escolas da rede municipal de<br />

ensino. Segundo ele, a melhor fase<br />

da vida para aprender, formar valores<br />

e princípios, bases da personalidade,<br />

é a dos anos da primeira e segunda<br />

infância, favoráveis à absorção para<br />

se aprender coisas novas. O vereador<br />

tem razão e merece os nossos<br />

aplausos pela iniciativa.<br />

51|


COPA BRASILEIRA DE PIZZARIAS<br />

É de Araraquara o quarto<br />

melhor pizzaiolo do Brasil<br />

Duas pizzarias de Araraquara, as únicas do Estado de São<br />

Paulo, foram para a semifinal em São Paulo; uma delas<br />

chegou na final e conseguiu o quarto lugar brasileiro.<br />

Com o tema “Sabores Regionais<br />

Brasileiros”, a Copa Brasileira de Pizzarias<br />

é um concurso aberto a todas as<br />

pizzarias do Brasil, sendo um projeto<br />

desenvolvido pelo CTP – Centro Tecnológico<br />

de Desenvolvimento de Pizzas<br />

e Massas no Brasil, realizado em parceria<br />

com a Fispal Food Service, uma<br />

das mais conceituadas feiras do setor.<br />

A final desta disputa aconteceu<br />

durante a própria feira realizada no<br />

período de 12 a 15 de junho no Expo<br />

Center Norte, em São Paulo. Os participantes<br />

confeccionaram suas pizzas<br />

utilizando os produtos dos patrocinadores.<br />

Para o presidente do SinHoRes<br />

de Araraquara, José Carlos Pascoal<br />

Cardozo, participar da finalíssima<br />

na capital foi emocionante, pois o<br />

sindicado que ele dirige levou duas<br />

pizzarias da cidade para concorrer<br />

com outras de todo o país. “Tivemos<br />

representantes de vários estados; de<br />

São Paulo, apenas a nossa cidade estava<br />

presente“, disse ele.<br />

O SABOR DO INTERIOR<br />

Após a eliminatória da Copa Brasileira<br />

de Pizzarias realizada em nossa<br />

cidade, onde foram classificadas<br />

cinco pizzarias do interior do Estado,<br />

sendo duas de Araraquara - Pizzaria<br />

Galli e Pizzaria Alecrim - as atenções<br />

se voltaram para a fase semifinal da<br />

competição, dentro da Fispal.<br />

Orgulhosamente, assegura Cardozo,<br />

Araraquara conseguiu entrar<br />

para a final com a Pizzaria Galli chegando<br />

em quarto lugar: “O que nos<br />

enviadece é saber que do Estado de<br />

São Paulo, já na semifinal, apenas as<br />

nossas pizzarias estavam presentes.<br />

Isso mostra o trabalho desenvolvido<br />

pela Alecrim e a Galli”, comenta o dirigente.<br />

Cardozo lembra que este<br />

mérito da cidade chegar<br />

em quarto lugar devese<br />

ao pizzaiolo Marcelo<br />

que elaborou uma receita<br />

diferenciada que encantou<br />

os jurados.<br />

FORTALECIMENTO<br />

Para o presidente do SinHoRes,<br />

participar de um<br />

evento de tão grande repercussão<br />

fortalece a classe e<br />

principalmente o trabalho<br />

que os pizzaiolos desenvolvem.<br />

Chamamos isso, lembra<br />

Cardozo, de interação, pois ocorre<br />

uma troca de informações entre os<br />

participantes. Para ele, o sindicato<br />

cumpre sua finalidade que é fortalecer<br />

o setor.<br />

Os araraquarenses<br />

entre os participantes<br />

da grande semi-final<br />

com Ronaldo Ayres,<br />

o Sr. Pizza<br />

Marcelo preparando a massa durante a fase<br />

final da Copa Brasileira de Pizzarias<br />

“Temos certeza que as duas<br />

pizzarias de Araraquara saíram<br />

desta competição com uma outra<br />

filosofia de trabalho, tornando-se<br />

um referencial para os seus clientes<br />

em nossa cidade”, comentou o<br />

presidente.<br />

Quando questionado sobre o<br />

acesso da tecnologia neste ramo<br />

O presidente José Carlos Cardozo com os dois<br />

araraquarenses semifinalistas da competição<br />

de atividade, Cardozo ressalta que<br />

é inevitável o uso de novas técnicas<br />

no setor, explicando que anualmente<br />

o sindicato freta um ônibus e gratuitamente<br />

os empresários da área são<br />

levados à Fispal: “É importante conhecer<br />

as novas tendências. Posso<br />

citar a existência de uma fôrma que<br />

corta pizza no formato e tamanho que<br />

você deseja sem o uso manual. Além<br />

disso conhecer a massa, fazer a massa<br />

normal ou integral, é interessante<br />

participar e acompanhar as novidades”,<br />

conclui.<br />

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INFORMATIVO<br />

AGRO<br />

N E G Ó C I O S<br />

Edição: Agosto/<strong>2018</strong><br />

O VALOR DO HOMEM DO CAMPO<br />

Sindicato Rural organizou festa para<br />

comemorar o Dia do Agricultor<br />

Cerca de 500 produtores rurais se reuniram no salão de festas do Lar Nosso Ninho, em<br />

julho, com foco no fortalecimento da classe.<br />

Todos sabiam que o encontro<br />

seria um sucesso. Não foi diferente.<br />

O salão lotado demonstrou uma vez<br />

mais a força do homem do campo, a<br />

união da classe e o companheirismo<br />

que existe no setor que carrega a economia<br />

brasileira.<br />

A solenidade marcou pelo oitavo<br />

ano seguido, as comemorações do<br />

Dia do Agricultor, organizada pelo<br />

Sindicato Rural, Faesp/Senar, tendo<br />

como apoiadores: Sebrae-SP, Canasol,<br />

CATI, Secretaria da Agricultura<br />

e Abastecimento do Estado de São<br />

Paulo, Prefeitura do Município de<br />

Araraquara e o Governo do Estado<br />

de São Paulo.<br />

O presidente do sindicato, Nicolau<br />

de Souza Freitas, disse na abertura<br />

que ano após ano, a entidade e os<br />

parceiros envolvidos constroem um<br />

novo evento para reconhecer o valor<br />

do empreendedor rural.<br />

Já o presidente da Canasol, Luís<br />

Henrique Scabello de Oliveira, fez<br />

um histórico das tratativas que ele e<br />

Nicolau têm participado em Brasília<br />

nas reuniões da Feplana e Ministério<br />

da Agricultura. O dirigente ressaltou<br />

a importância do trabalho do agricultor,<br />

porém, ponderou a necessidade<br />

da união visando o empoderamento<br />

do setor.<br />

As mensagens apresentadas pelo<br />

vice-prefeito Damiano Neto, Evandro<br />

Ditódaro (gerente interino do Sebrae<br />

em Araraquara), João Brunelli e<br />

Presidentes Nicolau de Souza Freitas (Sindicato Rural) e Luís Henrique Scabello de<br />

Oliveira (Canasol), durante a abertura do Dia do Agricultor em Araraquara<br />

Nestor Jamami (CATI) e do vereador<br />

Gérson da Farmácia, representando<br />

o Legislativo, seguiram uma uniformidade,<br />

sempre destacando a figura do<br />

produtor rural.<br />

A TRADIÇÃO<br />

O acontecimento contou na abertura<br />

com a missa sertaneja celebrada<br />

pelo padre Luís Antenor. Também ocorreram<br />

várias palestras na parte externa<br />

do salão onde estavam situados<br />

os expositores de veículos, máquinas<br />

agrícolas e produtos agrícolas.<br />

Além do almoço, tivemos show sertanejo<br />

e sorteio de brindes entre os<br />

participantes da festa que já tornou-se<br />

tradicional em Araraquara.<br />

Padre Luís Antenor celebrando a Missa<br />

Sertaneja que sempre foi considerada<br />

uma das atrações do evento<br />

NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

APRESENTAMOS OS ILUSTRES<br />

HOMENAGEADOS NO DIA DO<br />

AGRICULTOR<br />

55|


SINDICATO RURAL DE ARARAQUARA<br />

Aldo Fernando Rapatoni<br />

Considerado agricultor<br />

de visão, até 2005 ele<br />

trabalhou em parcerias,<br />

plantando em terras<br />

de terceiros. Neste ano<br />

comprou sua primeira<br />

propriedade no campo.<br />

Considerado um agricultor de visão<br />

aguçada, Aldo Fernando Rapatoni<br />

comenta que a parceria agrícola lhe<br />

garantiu enorme experiência para desenvolver<br />

projetos que hoje tornam<br />

seu plantio de soja plenamente estabilizado.<br />

“Mas nem de todo é fácil o<br />

trabalho, ainda mais quando vivemos<br />

uma política econômica de profundas<br />

transformações”, confessa.<br />

Para ele no entanto, que tem a<br />

ajuda do filho Fernando, de 38 anos<br />

e a quem transferiu a responsabilidade<br />

de seguir com o negócio, os caminhos<br />

são mais tranquilos em relação<br />

ao passado. Ele mesmo considera a<br />

importância da tecnologia na atualidade,<br />

onde ela se apresenta com<br />

a finalidade de agregar praticidade<br />

e facilitar a execução de tarefas, sobretudo<br />

na agricultura. Com essas<br />

transformações, novos sistemas de<br />

gerenciamento foram desenvolvidos<br />

para lidar com a competitividade do<br />

setor. Assim, experiência e inovação<br />

caminham com pai e filho.<br />

Formado em Técnico Agrícola e<br />

Administrador de Empresas, Aldo Rapatoni<br />

está iniciando a implantação<br />

de um projeto de irrigação em laranja<br />

na sua propriedade para cobertura<br />

de 80 mil pés (atualmente são 60<br />

mil). A perfuração do poço artesiano<br />

com cerca de 300 metros de profundidade<br />

está concluída e as operações<br />

devem começar nos próximos três<br />

meses com a possibilidade de atingir<br />

300m³/hora.<br />

Natural de Rincão, 62 anos, Aldo<br />

O reconhecimento<br />

do Sindicato Rural<br />

ao trabalho de<br />

Aldo Fernando<br />

Rapatoni<br />

Rapatoni hoje faz da Fazenda Bom Retiro<br />

em Boa Esperança do Sul a razão<br />

de viver com aquilo que mais gosta: a<br />

agricultura. São 120 alqueires que se<br />

espalham em uma área voltada para<br />

a cultura da cana-de-açúcar e laranja.<br />

É viúvo de Elizabete Aparecida Stivaletti<br />

e além do filho Fernando tem a<br />

filha Liane, oncologista no Hospital<br />

das Clínicas em Ribeirão Preto.<br />

CANASOL<br />

Eraldo Polez<br />

O mundo<br />

maravilhoso de<br />

Eraldo Polez<br />

Cercado pelo carinho de<br />

uma família fantástica,<br />

Eraldo é o respeitado<br />

lavrador que soube<br />

transformar em realidade<br />

todos os seus sonhos.<br />

“Eu fui roceiro e desde os 8 anos<br />

eu carpia algodão com o meu avô; eu<br />

ia na escola até o meio-dia e depois<br />

ia pra roça”. É assim vestido pela humildade<br />

que Eraldo Polez lembra da<br />

sua infância com as lágrimas escorrendo<br />

pelos cantos dos olhos.<br />

As dificuldades pontuaram a vida<br />

da família e não há como se emocionar,<br />

diz ele. Lembra até de 1948<br />

quando seu pai vendeu para o Sano<br />

um ‘chevrolezinho’ por 20 mil cruzeiros.<br />

Foi com muita insistência que<br />

Eraldo e o irmão Elio convenceram<br />

o pai a dar os 20 mil cruzeiros para<br />

entrada num sítio que queriam comprar<br />

e que o dono pedia 60 mil.<br />

No dia 27 de julho de 1949 a família<br />

se mudou para o sítio chamado<br />

Serra Alta (15 alqueires) em Guarapiranga,<br />

começando o trabalho<br />

com um arado puxado pelo burro e<br />

o dinheiro que surgia era guardado<br />

debaixo do colchão. O primeiro trator<br />

só foi comprado em 1956. “A gente<br />

era muito pequeno e casamento<br />

mesmo era só entre lavrador e a filha<br />

de outro lavrador”, lembra.<br />

Foi trabalhando muito que os filhos<br />

do ‘seo’ Fioravante Polez e Lúzia<br />

Ferro Polez foram comprando novas<br />

propriedades ao redor da Serra<br />

Alta. Elio, Hélcio, Eraldo, Herivelto e<br />

Maria Regina formavam uma família<br />

predestinada ao crescimento.<br />

Eraldo conta com orgulho que<br />

são quase 250 alqueires em uma<br />

das mais ricas regiões do país, agora<br />

fruto do trabalho em parceria com os<br />

filhos Eraldo e Romualdo.<br />

Com a esposa Maria Helena,<br />

Eraldo Polez se emociona ao falar do<br />

passado, do companheirismo com o<br />

irmão Elio, lembranças que lhe dão<br />

um caminhar digno e honrado, tal<br />

como o pai Fioravante lhe ensinou.<br />

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PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA<br />

Jermano Rodrigues<br />

‘Seo Jermano’ como é<br />

chamado pelos amigos, tem<br />

o jeitão daqueles matutos<br />

para sempre transformar a<br />

vida de todos num mundo<br />

de felicidade. Como ele diz -<br />

a vida é bela.<br />

Perto de completar 90 anos de<br />

idade lá vai ‘seo Jermano’, franzino,<br />

como bom mineiro, a caminhar lentamente,<br />

levando nos pensamentos<br />

os detalhes que formam a sua vida<br />

de sertanejo.<br />

Natural de Rubim, cidade das Minas<br />

Gerais, ‘seo Jermano’ não teve<br />

estudos, porém a vida lhe ensinou<br />

cumprir o que seus pais sempre<br />

exigiram: a honestidade. E isso ele<br />

leva para os negócios e no trato com<br />

suas amizades.<br />

Em um primeiro relacionamento<br />

com Durvalina Alves Passos, criou<br />

oito filhos, sendo três de um primeiro<br />

casamento da esposa e dois deles<br />

de criação, como dizem os antigos.<br />

Após serem emancipados, dois<br />

deles venderam a propriedade e a<br />

família teve que deixar a fazenda<br />

passando a viver de forma nômade;<br />

por um bom tempo trabalhou na<br />

roça em Minas Gerais e de lá veio<br />

para São Paulo, permanecendo em<br />

Sertãozinho onde foi convidado para<br />

se fixar no Monte Alegre. Só que ele<br />

e mais 11 famílias dois anos depois,<br />

foram chamados para permanecerem<br />

no Bela Vista que iniciava o processo<br />

de terras assentadas.<br />

Ele já não podia ser assentado<br />

tendo em vista a idade avançada,<br />

razão pela qual assentou seu filho<br />

Sebastião para não perder o direito<br />

conquistado. E aqui hoje, diz ele,<br />

vive eu, mais filho, nora e neto, graças<br />

ao bom Deus, em uma terra conquistada<br />

com muita luta.<br />

Jermano Rodrigues, acostumado à vida do<br />

campo, ainda apanha a viola nos fins de<br />

tarde para cantarolar<br />

Jermano é o verdadeiro retrato<br />

do matuto (habitante do campo),<br />

sertanejo da gema, desses que de<br />

vez em quando empunha a viola e<br />

sai a fazer cantorias. Na sua história,<br />

que ele diz não ter lugar para os fracos,<br />

há frases que guarda e às vezes<br />

as solta como: “Se Deus quis aqui<br />

como morada nossa, aqui vou viver”.<br />

PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA<br />

José Aparecido de Souza<br />

O antigo caminhoneiro<br />

um certo dia pensou que<br />

poderia fazer o que mais<br />

gosta: trabalhar com a terra<br />

num espaço todinho seu.<br />

Hoje são 15 hectares para<br />

plantar e colher.<br />

José Aparecido de Souza ou simplesmente<br />

“Zé Aparecido”, é uma<br />

dessas pessoas que enraizadas em<br />

meio às plantações, tem uma característica<br />

própria de falar e sorrir,<br />

mesmo que as agruras da vida de<br />

vez em quando estão a rodeá-lo.<br />

Nascido em 15 de julho de 1962,<br />

na pequena Jaguapitã, no Paraná,<br />

onde cursou o primário, José Aparecido<br />

decidiu um dia ser caminhoneiro,<br />

trabalhando por mais de 20 anos<br />

nas estradas brasileiras.<br />

Casado com Maria de Lourdes<br />

Oliveira Souza teve o filho Wanderson,<br />

que faleceu aos 33 anos em<br />

setembro do ano passado, vítima de<br />

um acidente na rodovia. Nem bem<br />

refeito do trauma, eis que, em junho<br />

último, o casal perdeu o neto Kauan<br />

Felipe de Souza, de 6 anos, ampliando<br />

logicamente a tristeza na família<br />

que ainda busca se fortalecer.<br />

“Eu moro no Assentamento Monte<br />

Alegre há 12 anos, no Sítio Monte<br />

Alegre III, tendo uma pequena lavoura<br />

de café, além da horta, cujos produtos<br />

são disponibilizados ao mercado<br />

local”, diz José Aparecido, sempre<br />

disposto a enfrentar novos desafios.<br />

Na propriedade de 15 hectares as<br />

preocupações também são diárias e<br />

de sol a sol, a família se entrega ao<br />

trabalho, buscando a expansão das<br />

atividades e maior rentabilidade em<br />

seus negócios.<br />

“Posso dizer que é uma vida em<br />

família, cada um sabendo da sua<br />

missão e também da sua responsabilidade.<br />

Minha mulher, meu pai<br />

e meu tio, mais minha sobrinha formamos<br />

essa família sempre disposta<br />

a encarar os desafios”, comenta<br />

José Aparecido de Souza dentro da<br />

sua simplicidade. “Sou agradecido à<br />

Deus pelo que Ele me concede”, diz.<br />

57|


CATI<br />

Sérgio e José, os Irmãos Pacheco<br />

Mesmo mergulhados em<br />

tanto trabalho e dificuldades,<br />

o mundo parece sorrir para<br />

eles e os tornam ricos num<br />

cenário de beleza e alegria<br />

que a lavoura proporciona.<br />

O despertador nem bem anunciou<br />

quatro horas da madrugada e lá<br />

estão eles - Antônio Sérgio e José Roberto<br />

- conhecidos nas lavouras da<br />

região como os irmãos Pacheco, enxergando<br />

a linha do horizonte e prontos<br />

para mais um dia de batalha.<br />

Os filhos de dona Maria Solssia<br />

e Antonio Fernandes Pacheco, irmãos<br />

de Filomena, Maria Inês, Rita<br />

e Elaine além de saberem o caminho<br />

‘decor e salteado’, vão conversando<br />

pelo caminho e cada um tem na sua<br />

lembrança o começo de tudo na<br />

Fazenda Santa Filomena, no bairro<br />

chamado Cabeceira do Boi.<br />

CATI<br />

Laércio Aparecido da Silva<br />

Se alguém precisar de um<br />

bom amigo, o Laércio é o<br />

cara. Assim se expressam as<br />

pessoas que o conhecem e<br />

tiveram a felicidade de tê-lo<br />

como colega de trabalho na<br />

CATI, em Araraquara.<br />

Laércio Aparecido da Silva é uma<br />

pessoa especial, contam os amigos.<br />

Trabalhador é o que a maioria diz, porém,<br />

sua vida se complementa por ser<br />

um bom pai e um avô amável. Quando<br />

não está cercado pelos carinhos dos<br />

filhos André Luiz e Bruna, certamente<br />

está bem próximo da neta Ana Clara.<br />

Fez o ensino fundamental na Escola<br />

Estadual “Antônio Joaquim de<br />

Carvalho” e o ensino médio na Escola<br />

Estadual “João Pires de Camargo”.<br />

Logo que deixou a vida escolar por<br />

conta da necessidade, foi trabalhar<br />

Primeiro foram os 10 alqueires,<br />

hoje são 15 em uma sociedade tocada<br />

à mão de ferro plantando cana,<br />

laranja, além de soja em áreas que<br />

eles alugam anualmente, a mais<br />

próxima a 30 km de casa. Cada qual<br />

tem seus tratores e colheitadeiras<br />

sempre dispostas em trabalhar nas<br />

áreas vizinhas.<br />

Um coisa diferencia os dois: Sérgio<br />

(60 anos) mora na cidade (Araraquara)<br />

com a mulher Vilma e a filha<br />

Mariana; e José Roberto (56 anos)<br />

não arreda o pé do campo: ali estão<br />

a esposa Geni e também a dona<br />

Maria Aparecida, mãe de quem ela<br />

ainda chama de “meninos”. Os filhos<br />

Josiane e José Antônio são casados<br />

e moram em nossa cidade.<br />

É no andar de lá pra cá que os<br />

dois começam a falar dos avós paternos,<br />

dona Benta e seo João Fernandes<br />

Pacheco que há mais de<br />

80 anos se embrenharam naquela<br />

na Indústria de Embalagens Barg,<br />

por pelo menos um ano; em seguida<br />

tornou-se servidor municipal e não<br />

pensou duas vezes quando surgiu a<br />

oportunidade de ser funcionário da<br />

CATI, onde permaneceu por 36 anos<br />

de atividades.<br />

Curioso é que ao longo da sua vida<br />

profissional, exercendo a função de<br />

Auxiliar de Apoio à Agricultura, Laércio<br />

diariamente ia de bicicleta do bairro<br />

de São José até a Vila Xavier, onde<br />

está localizada a CATI.<br />

Por esta dedicação tornou-se um<br />

grande companheiro de todos, pessoa<br />

indispensável nas conversas e<br />

nos encontros que se organizavam no<br />

escritório. Para muitos, suas palavras<br />

representavam um alento, servindo<br />

de estímulo para o trabalho e mais<br />

que isso, para o preenchimento interior<br />

dos seres humanos.<br />

No começo do ano ele se apo-<br />

José Roberto e Antônio Sérgio<br />

região em busca do seu El Dorado.<br />

O que encontraram de fato foi muito<br />

trabalho e o resultado obtido por<br />

eles é que sinaliza um mundo bom<br />

de ternura e interação familiar.<br />

Agora que o dia clareou, os irmãos<br />

Pacheco olham aquela imensa<br />

plantação de cana que lhes dá o<br />

sustento, sem se descuidar da soja<br />

que virá na colheita do ano que vem,<br />

plantada em terra de terceiros.<br />

Essa disposição para o trabalho,<br />

até mesmo por necessidade, sempre<br />

será preciso preservar, pois o que se<br />

tem agora, veio pelas mãos dos seus<br />

antepassados, depois de muita luta.<br />

Laércio Aparecido da Silva<br />

sentou. Sentiu que era hora de parar,<br />

daí a razão da homenagem que<br />

a CATI promoveu a ele, reconhecendo<br />

seu extraordinário valor, não apenas<br />

como profissional, mas principalmente<br />

como ser humano notável e<br />

um dedicado companheiro para todas<br />

as horas.<br />

|58


CATI<br />

APROTABA - Tabatinga<br />

Ao ingressar no Projeto<br />

Microbacia II, a entidade<br />

avançou em suas ações e<br />

hoje é uma das principais<br />

associações de classe da<br />

nossa região.<br />

A Associação dos Produtores Rurais<br />

de Tabatinga – APROTABA foi<br />

formada em 2011 por 20 produtores<br />

que buscavam no cultivo do pimentão<br />

em estufa, uma alternativa para<br />

melhoria da renda, que diminuiu<br />

quando da substituição da citricultura<br />

pela cana-de-açúcar. O objetivo<br />

era a multiplicação, disseminação<br />

das boas práticas e tecnologias de<br />

cultivo, além da busca de melhores<br />

condições de vendas dos produtos.<br />

Em 2014, a entidade recebeu<br />

para uso em comodato, o Barracão<br />

do Agronegócio, através da Prefeitura<br />

Municipal, criando estrutura para<br />

fornecer alimentos aos municípios<br />

da região o que lhe valeu aderir ao<br />

projeto Microbacia II, passando então<br />

a participar de programas governamentais.<br />

Com essas conquistas,<br />

aumentou o número de associados<br />

de 63 para 106. Sua produção se<br />

diversificou, tornando-se um modelo<br />

em seu segmento.<br />

O Programa Microbacias II –<br />

Acesso ao Mercado, da Coordenadoria<br />

de Assistência Técnica Integral,<br />

a CATI, órgão da Secretaria de Agricultura<br />

e Abastecimento do Governo<br />

do Estado de São Paulo, propiciou<br />

à APROTABA desenvolver a agricultura<br />

familiar no município. Através<br />

deste programa, a associação com<br />

43 produtores participantes fez um<br />

Plano de Negócios e comprou dois<br />

caminhões com baú, câmara frigorífica<br />

e também reforma e adequação<br />

do barracão, além de equipamentos<br />

de informática em investimento total<br />

João Vitor de Oliveira Mattoso, vicepresidente,<br />

representando a Aprotaba<br />

de R$ 403.104,00, sendo que 70%,<br />

ou seja, R$ 282.172,80 oriundos do<br />

programa, com recursos do acordo<br />

de empréstimo do Banco Mundial<br />

pelo Governo paulista e os 30% restantes<br />

rateados entre os produtores.<br />

Alguns deles também foram beneficiados<br />

com máquinas e equipamentos,<br />

criação de projeto individual<br />

de propriedade entrando com 30%<br />

dos recursos e o restante bancado<br />

pelo programa. Tabatinga também<br />

acabou ganhando, pois conquistou<br />

recursos para melhorar as estradas<br />

rurais, facilitando o escoamento dos<br />

produtos.<br />

O momento de realizar os<br />

melhores negócios está chegando!<br />

Todos os dias, dinâmicas de tecnologias de precisão,<br />

ILPF e hortifrúti.<br />

Presença das maiores empresas de insumos, máquinas e<br />

implementos agrícolas do país.<br />

Condições facilitadas de pagamento.<br />

2<br />

0<br />

1<br />

8<br />

TECNOLOGIA E<br />

SUSTENTABILIDADE<br />

30 de julho a 02 de agosto,<br />

das 08 às18h.<br />

EECB - Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro - Rodovia Brigadeiro Faria Lima, Km 384. Bebedouro SP.<br />

Instituição Financeira:<br />

Realização:<br />

Patrocinadores Master:<br />

coopercitrusoficial<br />

www.coopercitrus.com.br<br />

59|


De bike, carro ou moto,<br />

o roteiro com pontos<br />

de vendas pode ser<br />

visitado por todos<br />

BEM-VINDOS À NOSSA ROÇA<br />

Roteiro dos ciclistas agora se transforma no<br />

Circuito dos Sabores<br />

Foi com recursos destinados<br />

pelo SENAR SP e FAESP que<br />

o Sindicato Rural conseguiu<br />

mapear um roteiro para os<br />

“bikeiros” e transformar pelo<br />

menos 15 propriedades em<br />

pontos específicos de vendas<br />

dos produtos rurais.<br />

Local: Assentamento Monte Alegre,<br />

onde seis núcleos se espalham<br />

com propriedades rurais nascidas a<br />

partir dos anos 80/90 e onde residem<br />

cerca de 6 mil pessoas, todas<br />

elas praticamente envolvidas de<br />

uma forma ou de outra com a vida<br />

no campo.<br />

Em 2011, o Sindicato Rural de<br />

Araraquara com recursos destinados<br />

pelo SENAR (Serviço Nacional<br />

de Aprendizagem Rural) e FAESP<br />

(Federação da Agricultura do Estado<br />

de São Paulo), iniciou a implantação<br />

de um projeto audacioso: capacitar<br />

15 proprietários dessas áreas para<br />

a produção de queijos, polpas de<br />

Em dezembro<br />

do ano passado,<br />

o presidente<br />

Nicolau<br />

de Souza<br />

Freitas, do<br />

Sindicato Rural,<br />

apresentou<br />

o roteiro do<br />

Circuito dos<br />

Sabores<br />

frutas, pães, cachaças, dando assim<br />

início à criação de restaurantes e padarias.<br />

“Este trabalho devemos muito à<br />

instrutora Ângela Barbieri Nigro, que<br />

de maneira paciente orientou e ensinou<br />

os interessados em ter alternativas<br />

de plantio, colheita e venda, gerando<br />

valores em suas propriedades<br />

|60


Carlos César Rocha da Silva, da Fundação Itesp, mostra a roteirização das<br />

propriedades que fazem parte do circuito<br />

e fortalendo os laços familiares no<br />

campo”, comentou João Henrique de<br />

Souza Freitas, coordenador regional<br />

do SENAR SP e diretor do Sindicato<br />

Rural de Araraquara.<br />

Mas para que o projeto tivesse<br />

êxito, foi preciso contar com a parceria<br />

da Fundação Itesp, do Sebrae e<br />

da Prefeitura Municipal de Araraquara<br />

e Prefeitura Municipal de Motuca.<br />

Com a união de todos, assinalou o<br />

dirigente, podemos comemorar o sucesso<br />

de um empreendimento que<br />

entra para a história da cidade, afinal<br />

todos cumpriram suas finalidades<br />

sociais e entregam à comunidade<br />

um centro de compras no campo<br />

e com um roteiro pré-estabelecido.<br />

COMO TUDO ACONTECEU<br />

“O projeto é verdade, justifica-se<br />

devido ao potencial que existe para a<br />

atividade do turismo rural no Monte<br />

Alegre. Além dos atrativos relacionados<br />

à produção diversificada da agricultura<br />

familiar, a área possui atrações<br />

naturais e culturais, tais como<br />

cachoeiras, matas conservadas, riachos<br />

entre outros. Assim, durante 7<br />

anos, participaram 7 turmas e cerca<br />

de 100 propriedades sentiram-se<br />

envolvidas nas capacitações. Foi<br />

através então destas atividades contínuas<br />

de capacitação, que surgiram<br />

várias ideias de diversificação das<br />

atividades”, explicou Ângela Barbieri<br />

Nigro.<br />

O APOIO DOS PARCEIROS<br />

Para Maria Clara Piai da Silva,<br />

da Fundação Itesp, a convivência<br />

do órgão com a vida no campo trouxe<br />

incondicional apoio à iniciativa.<br />

“Aproveitando uma oportunidade de<br />

mercado e de pesquisa local, observou-se<br />

que a área é frequentada por<br />

ciclistas, uma vez que eles possuem<br />

um perfil de consumo interessante e<br />

que estão a procura de produtos que<br />

apresentam características locais e<br />

personalizadas. Outro fato interessante<br />

é que existe uma demanda por<br />

parte desse público em conhecer<br />

melhor os moradores locais e obter<br />

o acesso adequado da informação e<br />

localização”, comentou.<br />

De fato, a Padaria AMA (Associação<br />

de Mulheres Assentadas), tornou-se<br />

em ponto de concentração e<br />

infraestrutura de apoio para os ciclistas<br />

que param por ali, descansam e<br />

Produção de cachaças, uma das atrações constantes deste<br />

passeio ao Monte Alegre<br />

seguem com suas pedaladas. As<br />

associadas da AMA também foram<br />

capacitadas no Programa Turismo<br />

Rural, atuando na área de panificação<br />

e produção de alimentos. Como<br />

recompensa a essa dedicação, elas<br />

recebem assistência técnica e consultoria<br />

de diversas instituições,<br />

dentre elas: Fundação Itesp – GTC<br />

Araraquara, Sebrae-SP, Prefeitura<br />

Municipal, UNIARA, Consul (através<br />

do Prêmio do Concurso Consulado<br />

da Mulher), além de profissionais<br />

liberais que auxiliam as associadas<br />

em suas atividades.<br />

Os traços e os costumes do campo são<br />

encontrados no roteiro criado para receber<br />

as pessoas da região urbana. Uma gostosa<br />

convivência e o resgate do passado.<br />

A compra de frutas e<br />

o momento em que os<br />

“bikeiros” param na<br />

Padóka para um folêgo.<br />

Tudo agora é atração no<br />

Circuito dos Sabores.<br />

CONTINUA NAS<br />

PÁGINAS SEGUINTES<br />

61|


|62


63|


CIRCUITO DOS SABORES<br />

Um prêmio à<br />

união de todos<br />

Produtores rurais e também<br />

os “bikeiros comemoram o<br />

lançamento do Circuito dos<br />

Sabores em manhã de festa<br />

para o Monte Alegre.<br />

Nos últimos três anos observouse<br />

que nos fins de semana passam<br />

pela Padaria AMA ou Padóka, aproximadamente<br />

150 ciclistas. Diante da<br />

necessidade de maior visibilidade das<br />

propriedades no local e da vida do<br />

campo, justificava-se a execução de<br />

um circuito que viesse a inserir novos<br />

pontos de venda para produtos<br />

alimentícios artesanais.<br />

Para concluir o projeto, os proprietários<br />

da fazenda Monte Alegre participaram<br />

em junho e julho do curso<br />

de Comercialização de Produtos para<br />

o Turismo Rural, uma parceria do Sebrae,<br />

SENAR/FAESP, Fundação Itesp e<br />

o Sindicato Rural de Araraquara. Seria<br />

imprescindível que deste movimento<br />

também partipasse a Prefeitura Municipal,<br />

através da Coordenadoria de<br />

Agricultura e o Conselho Municipal de<br />

Turismo (Comtur).<br />

“O curso visava o que estamos<br />

vendo hoje, o aprimoramento dos produtos,<br />

sua comercialização sempre<br />

com o foco no cliente, consolidando<br />

um circuito de Turismo Rural nos Assentamentos<br />

Monte Alegre e desencadeando<br />

mais uma alternativa para<br />

o desenvolvimento local, propiciando<br />

o fortalecimento e organização dos<br />

produtores interessados na atividade”,<br />

comentou Silvani Silva, coordenadora<br />

de Agricultura no município.<br />

Para tanto, foi organizado um grupo<br />

de proprietários rurais e os locais<br />

de venda foram roteirizados para ampla<br />

divulgação dos produtos alimentícios<br />

que poderão ser encontrados<br />

pelo caminho a partir de agora.<br />

ORADORES DURANTE O EVENTO<br />

O diretor do Sindicato<br />

Rural e coordenador<br />

regional do SENAR<br />

SP, João Henrique<br />

de Souza Freitas,<br />

destacou a importância<br />

da integração da<br />

Fundação Itesp,<br />

Sebrae, Prefeituras de<br />

Araraquara e Motuca<br />

para que tudo<br />

desse certo<br />

Luiz Felipe Cavallari<br />

Sebrae Regional Araraquara<br />

Mário Contarim<br />

Prefeitura de Motuca<br />

Márcia Firmino falou<br />

em nome do grupo de<br />

produtores participantes<br />

do circuito<br />

Maria Clara Piai da Silva<br />

Fundação Itesp<br />

Silvani Silva<br />

Coordenadora de Agricultura<br />

Ângela Nigro<br />

Instrutora SENAR SP<br />

Damiano Neto<br />

Vice-Prefeito Araraquara<br />

Em sua mensagem, o prefeito Edinho Silva destacou o trabalho<br />

dos produtores rurais e lembrou a criação da Padóka, a<br />

padaria mantida pela Associação de Mulheres Assentadas<br />

no Monte Alegre<br />

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65|


Os participantes<br />

do projeto já estão<br />

preparando sua horta e<br />

logo haverá a colheita<br />

PARCERIA LEVA CONHECIMENTO AO CAMPO<br />

João Henrique: “Estamos preparando<br />

o jovem agricultor do futuro”<br />

Eles são jovens ainda e com a vida enraizada no campo, convivendo com os pais em<br />

assentamento ou com os costumes da pequena Motuca que mantém traços bem agrícolas.<br />

Através da parceria entre SENAR,<br />

Sindicato Rural de Araraquara, Fundação<br />

Itesp - GTC Araraquara e Prefeitura<br />

de Motuca, foi iniciado o Programa<br />

Jovem Agricultor do Futuro, reunindo<br />

participantes de 14 a 17 anos, residentes<br />

nos assentamentos Monte<br />

Alegre e cidade de Motuca.<br />

O programa, de acordo com o<br />

coordenador regional do SENAR SP,<br />

João Henrique de Souza Freitas,<br />

possibilita que o jovem adquira uma<br />

série de habilidades e competências<br />

relacionadas ao desenvolvimento da<br />

autonomia, escolhas profissionais,<br />

ética, coletividade e cidadania, além<br />

de sensibilizar sobre a importância<br />

da agricultura, produção de alimentos,<br />

preservação e recuperação ambiental,<br />

ou seja, sensibiliza e trabalha<br />

em contexto amplo a formação cidadã<br />

com foco no meio rural.<br />

O projeto está estruturado em<br />

atividades que partem de eixos específicos:<br />

ser pessoa, profissional e<br />

cidadão. Mas ser também, diz Ma-<br />

O interesse em anotar toda informação<br />

passada durante as aulas<br />

|66


ia Clara Piai da Silva, da Fundação<br />

Itesp, um profissional da agricultura<br />

e pecuária, além de um empreendedor<br />

rural. “Inerentes a estes eixos,<br />

existem os projetos articuladores que<br />

relacionam diversas ações com foco<br />

nas habilidades e competências já<br />

citadas”, completa Maria Clara.<br />

COMO FUNCIONA<br />

A solicitação do projeto parte da<br />

relevância destas atividades com jovens<br />

desta faixa etária visto que, a<br />

longo prazo, pode gerar resultados<br />

positivos ao público, desenvolvendo<br />

a visão empreendedora e de geração<br />

de renda em relação ao campo. Tais<br />

elementos que servem como regra,<br />

contribuem para a permanência dos<br />

jovens no campo e o seu envolvimento<br />

com as atividades agropecuárias<br />

exercidas por suas famílias. “No caso<br />

dos jovens da cidade, contribui para<br />

a formação cidadã com foco no meio<br />

ambiente, cidadania e produção de<br />

alimentos”, lembra João Henrique.<br />

Visita na área de<br />

produção da Carol<br />

e Eduardo da<br />

SumuHumus, na<br />

Chácara Flora, que<br />

vendem cestas de<br />

produtos orgânicos e<br />

fazem feira<br />

As atividades são desenvolvidas<br />

pelas instrutoras Mariana Crespo<br />

Mello e Juliana Petrazzo, que orientam<br />

nas áreas técnica e pedagógica,<br />

respectivamente.<br />

O projeto também envolve atividades<br />

no campo, visitas técnicas realizadas<br />

nos assentamentos, dinâmicas<br />

e diversas outras ações que serão desenvolvidas<br />

até dezembro.<br />

Ao longo do cronograma, finaliza<br />

Maria Clara, planejaremos atividades<br />

que envolvam servidores da Fundação<br />

Itesp - GTC Araraquara a fim de<br />

contribuírem para os conteúdos do<br />

programa que estejam relacionados<br />

às práticas de assistência técnica que<br />

exercem nos assentamentos.<br />

CURSOS<br />

ANO / <strong>2018</strong><br />

CURSOS EM <strong>AGOSTO</strong><br />

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />

01/08 até 31/08<br />

Local: Motuca<br />

• MANUTENÇÃO DE TRATORES<br />

AGRÍCOLAS<br />

01/08 até 03/08<br />

Local: Canasol<br />

• TOMATE ORGÂNICO - (MÓDULO VI)<br />

06/08 e 08/08<br />

Local: Sítio 3 Ramos e Sítio Vitória<br />

• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS<br />

COM PULVERIZADOR DE BARRAS<br />

07/08 até 08/08 (fechado)<br />

Local: Usina São Martinho (Américo)<br />

• PROCESSAMENTO ARTESANAL DE<br />

OLERÍCOLAS - TÉCNICAS<br />

13/08 até 17/08 (fechado)<br />

Local: Canasol<br />

• ARTESANATO EM BANANEIRA<br />

- UTILITÁRIOS E DECORATIVOS -<br />

TÉCNICAS<br />

13,14,28,29/08<br />

Local: Sítio 3 Ramos<br />

• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />

01/08 até 31/08<br />

Local: Motuca<br />

• FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />

(MÓDULO V)<br />

20/08 a 23/08<br />

Local: Sítio 3 Ramos<br />

• OPERAÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS<br />

COM SEMEADORA DE PRECISÃO<br />

21 a 26/08<br />

Local: Santa Lúcia<br />

• FACIRA <strong>2018</strong> - FEIRA AGRO<br />

COME<strong>RCIA</strong>L E INDUSTRIAL DA REGIÃO<br />

DE ARARAQUARA<br />

21 a 26/08<br />

Local: CEAR<br />

• MOTIVAÇÃO DE EQUIPES - TÉCNICAS<br />

27/08<br />

Local: Canasol<br />

CONVITE<br />

O Sindicato Rural de Araraquara, o SENAR<br />

SP, a FAESP e a Canasol, estarão presentes<br />

durante o período de realização da FACIRA<br />

<strong>2018</strong> e sentem-se honrados em convidar<br />

seus associados e os produtores rurais em<br />

geral para visitarem o nosso estande.<br />

Durante agosto este<br />

grupo vai continuar<br />

tendo aulas teóricas<br />

e práticas ministradas<br />

pelas instrutoras<br />

Mariana Crespo<br />

Mello e Juliana<br />

Petrazzo<br />

Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />

João Henrique de Souza Freitas<br />

67|


NOTÍCIAS<br />

CANAS L<br />

<strong>ED</strong>IÇÃO<br />

<strong>AGOSTO</strong> | <strong>2018</strong><br />

SÉRGIO BORTOLOZZO<br />

Associado da Canasol é empossado na<br />

Federação da Agricultura e Pecuária do Piauí<br />

A Associação dos<br />

Fornecedores de Cana<br />

de Araraquara - Canasol<br />

comemorou em junho<br />

mais um aniversário.<br />

São 66 anos de luta em<br />

defesa dos interesses dos<br />

fornecedores de cana da<br />

região de Araraquara.<br />

O empresário araraquarense e<br />

associado da Canasol, Sérgio Bortolozzo,<br />

foi empossado recentemente<br />

na Presidência da Federação da Agricultura<br />

e Pecuária do Estado do Piauí.<br />

É também Presidente Institucional da<br />

Abramilho - Associação Brasileira dos<br />

Produtos de Milho e foi Presidente da<br />

Maizall - aliança não governamental<br />

privada dos produtores nos principais<br />

países exportadores de milho. Juntamente<br />

com seus familiares, Sérgio<br />

foi um dos pioneiros na produção de<br />

grãos no cerrado piauiense, onde<br />

produzem soja, milho, algodão, eucalipto,<br />

gado, frango de corte, realizam<br />

o beneficiamento de algodão,<br />

fabricação de rações e mineração de<br />

calcário, além de outras atividades,<br />

através do complexo denominado Fazendas<br />

Canel que este ano completa<br />

30 anos. No município de Trabiju-SP<br />

a família possui a Fazenda Santa Terezinha<br />

onde produz cana-de-açúcar.<br />

Para o presidente Luís Henrique,<br />

é um grande orgulho para a Canasol<br />

ter como associado uma pessoa<br />

Sérgio Bortolozzo<br />

como Sérgio Bortolozzo, integrante de<br />

uma das famílias mais tradicionais da<br />

agricultura da região de Araraquara.<br />

Parabéns Sérgio, sucesso!<br />

O ETANOL<br />

Venda direta das Usinas<br />

para os Postos é<br />

defendida pelos<br />

Produtores de Cana<br />

Mesmo aprovado pelo Senado e<br />

contando com o apoio dos Produtores<br />

de Cana, o Projeto de Resolução<br />

apresentado pelo Senador Otto Alencar<br />

tem enfrentado forte oposição na<br />

Câmara Federal onde está em fase<br />

de análise. A venda de etanol diretamente<br />

das Usinas para os postos<br />

de combustíveis é defendida pelos<br />

produtores de cana, mas é atacada<br />

pelos empresários ligados às Distribuidoras.<br />

Os defensores do projeto dizem<br />

que a venda direta do etanol traria<br />

uma série de benefícios, pois aumentaria<br />

a concorrência e provocaria<br />

uma redução de preço do produto na<br />

bomba, incentivando o uso do etanol.<br />

Pelo sistema atual, o etanol produzido<br />

pelas Usinas é transportado até<br />

às Distribuidoras para retornar aos<br />

Tatiana e Luís<br />

Henrique com<br />

os deputados<br />

Jair Bolsonaro e<br />

Victorio Galli<br />

postos de combustíveis, muitas vezes<br />

localizados praticamente ao lado das<br />

usinas, fazendo um verdadeiro “passeio”<br />

sem sentido econômico.<br />

A União Nacional da Indústria de<br />

Cana-de-açúcar (UNICA) - que reúne<br />

as principais usinas do país - é uma<br />

das entidades contrárias ao projeto<br />

e faz forte oposição à sua aprovação<br />

na Câmara Federal. Para representantes<br />

da entidade, a pulverização<br />

na distribuição do etanol dificultaria<br />

a fiscalização da venda, facilitaria a<br />

adulteração, diminuindo a qualidade<br />

do produto e, consequentemente, elevaria<br />

a sonegação de impostos o que,<br />

em cadeia, provocaria o aumento dos<br />

custos de produção e aumentando<br />

o preço ao consumidor. Entretanto,<br />

essa opinião não é unânime entre as<br />

próprias usinas e é veementemente<br />

refutada pelos produtores de cana.<br />

|68


CUIDADOS<br />

Queimadas urbanas e rurais, uma ameaça<br />

ao meio ambiente e à saúde pública<br />

Paulo Leal e Alexandre Lima (Feplana),<br />

Nicolau, Arnaldo Jardim (deputado<br />

Federal), Luís Henrique e Tatiana<br />

Dirigentes cumprem<br />

atividades em Brasília<br />

O presidente da Canasol, Luís<br />

Henrique, que também responde<br />

pelo cargo de secretário da FEPLA-<br />

NA, esteve em Brasília em julho para<br />

acompanhar na Câmara Federal a discussão<br />

sobre o Projeto que defende a<br />

venda direta de etanol para os Postos<br />

de Combustíveis.<br />

Acompanhado da vice-presidente<br />

Tatiana Campos Leite e do diretor Nicolau<br />

de Souza Freitas, Luís Henrique<br />

manteve contato com vários deputados<br />

pedindo apoio ao projeto. Para<br />

o presidente da Canasol a medida é<br />

salutar para o setor, usinas e consumidor<br />

e incentivaria o consumo de um<br />

combustível nacional que gera empregos<br />

e é ambientalmente favorável.<br />

Ainda na capital federal, Luís Henrique,<br />

Tatiana e Nicolau prestigiaram<br />

o lançamento do livro sobre Marcelo<br />

Barbieri, ex-prefeito de Araraquara<br />

que atualmente ocupa cargo na Secretaria<br />

de Governo da Presidência<br />

da República. O livro “Marcelo Barbieri<br />

– Lutas e conquistas na politica<br />

brasileira” escrito pela jornalista Fernanda<br />

Stella Cavícchia, é prefaciado<br />

pelo Presidente Michel Temer.<br />

Lançada a biografia de Marcelo Barbieri<br />

Curso de prevenção contra incêndios ministrado na Canasol<br />

A falta de chuva, sem dúvida, é<br />

um dos fatores do aumento substancial<br />

de incêndios nas áreas de<br />

vegetação nativa, tanto na cidade,<br />

como no campo, nesta época do<br />

ano.<br />

O uso do fogo como método de<br />

limpeza da vegetação, a queima<br />

de lixo ou materiais indesejáveis, o<br />

lançamento de pontas de cigarro às<br />

margens de estradas e até mesmo<br />

a irresponsabilidade de algumas<br />

pessoas, são as principais causas<br />

da ocorrência de incêndios de grandes<br />

proporções.<br />

Apesar das campanhas desenvolvidas<br />

pelo poder público e entidades<br />

privadas como a Canasol,<br />

focos de incêndios frequentemente<br />

são vistos na região. Ainda recentemente,<br />

um incêndio de grandes<br />

proporções atingiu as margens do<br />

Córrego Marivan, destruindo a vegetação,<br />

vitimando animais silvestres<br />

como répteis e roedores, além<br />

de espalhar fumaça pela região,<br />

provocando a piora da qualidade<br />

do ar.<br />

O Córrego Marivan é um dos<br />

afluentes da represa das Cruzes,<br />

que abastece grande parte da cidade<br />

e sofre muito com o despejo<br />

de lixo e entulho em suas margens,<br />

além das frequentes queimadas.<br />

AÇÕES DA CANASOL<br />

É verdade que, com o tempo<br />

seco e a baixa umidade do ar neste<br />

período do ano, essa incidência<br />

de incêndios tem sido maior e traz<br />

preocupação para os produtores<br />

rurais, principalmente para aqueles<br />

que possuem canaviais em suas<br />

propriedades.<br />

Buscando oferecer suporte técnico<br />

e apoio para seus associados,<br />

periodicamente a Canasol promove<br />

treinamentos visando orientar<br />

os produtores sobre as melhores<br />

maneiras de evitar a ocorrência de<br />

incêndios e as formas mais adequadas<br />

de combate.<br />

Em julho aconteceu na Canasol<br />

mais um treinamento ministrado<br />

pelo instrutor do SENAR, Henry Lopes,<br />

sobre as técnicas de prevenção<br />

e combate a incêndios no campo.<br />

Além da parte teórica, os participantes<br />

tiveram uma atividade prática<br />

simulando um incêndio.<br />

O objetivo principal deste tipo de<br />

treinamento é fornecer subsídios e<br />

conhecimentos aos participantes<br />

para que eles levem aos seus companheiros<br />

de trabalho e familiares,<br />

orientações para que todos estejam<br />

preparados caso venha ocorrer<br />

algum incêndio.<br />

69|


SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />

SAMUEL BRASIL BUENO - IN MEMORIAM<br />

Texto extraído do livro<br />

“Senhores dos Verdes Campos”<br />

do jornalista Ivan Roberto Peroni<br />

P<strong>ED</strong>RO JOSÉ NETO<br />

O que a história pode falar<br />

do fundador da nossa terra<br />

Há exatos 201 anos, Araraquara era fundada por Pedro<br />

José Neto. O dia 22 de agosto, simplesmente sexta-feira<br />

de quarto crescente, perpetuou-se pela ousadia do carioca<br />

nascido em Nossa Senhora da Piedade de Inhomirim,<br />

Bispado do Rio de Janeiro, em 1760.<br />

O Rio Inhomirim era uma importante<br />

via fluvial da Baixada Fluminense.<br />

Por ele, entraram colonos que se<br />

estabeleceram em terras planas e<br />

férteis. Segundo Monsenhor Pizarro,<br />

visitador pastoral em 1795, por<br />

iniciativa dos moradores, foi construída<br />

uma capela dedicada à Nossa<br />

Senhora da Piedade do Inhomirim,<br />

às margens do caminho de Inhomirim.<br />

A data da fundação e o nome do<br />

doador do terreno não se sabe “em<br />

razão da antiguidade deste templo”.<br />

Inhomirim significa, em tupi-guarani<br />

“campo pequeno”, lembrando que,<br />

antes dos portugueses, as terras<br />

eram dos índios Tupinambás.<br />

Com vinte anos de idade, Pedro<br />

José Neto mudou-se para a freguesia<br />

de Piedade da Borda do Campo,<br />

hoje Barbacena, em Minas Gerais.<br />

Nessa freguesia, a 12 de agosto de<br />

1784, casou-se com Ignácia Maria,<br />

também fluminense. Teve com ela,<br />

dois filhos: José da Silva Neto e Joaquim<br />

Ferreira Neto, que faleceram<br />

em Araraquara.<br />

Em 1787, Pedro José Neto e sua<br />

família mudaram-se para Itu, em São<br />

Paulo. Alguns anos depois, devido a<br />

problemas políticos locais, a Justiça<br />

de Itu, por seu capitão-mor Vicente<br />

Taques Góis e Aranha, condenou-o<br />

ao desterro na freguesia de Piracicaba,<br />

em São Paulo, dando ao réu, a<br />

oportunidade de deixar seu domicílio<br />

por uma ordem legal ou então por<br />

vontade própria.<br />

A HISTÓRIA<br />

Em 1807, ele adentrou às matas<br />

onde hoje está São Carlos, fixando-se<br />

depois nos campos de Araraquara.<br />

Em 1809, juntamente com seus filhos,<br />

requereu a posse de uma sesmaria,<br />

cujos domínios principiavam<br />

no Morro do Espigão que verte para<br />

Primeiro templo da fé em Araraquara,<br />

Capelinha de São Bento, construída em<br />

1817. Os sinos ficavam do lado de fora.<br />

Nesta igreja construída em 1696, em<br />

Inhomirim, Rio de Janeiro, foi batizado<br />

em 1760, Pedro José Neto<br />

o córrego do Brejo Grande, buscando<br />

o Ribeirão do Barreiro. Era a sesmaria<br />

do Ouro onde construiu uma capelinha<br />

dedicada a São Bento (padroeiro)<br />

nos Campos de Aracoara (lugar onde<br />

mora a luz do dia, a “Morada do Sol”)<br />

na região habitada pelos indígenas da<br />

tribo Guayanás.<br />

Com o aparecimento de novos<br />

exploradores e preocupado em não<br />

arrumar atritos, Pedro José Neto<br />

indicou-lhes a existência de terras<br />

devolutas, contíguas à sua, para que<br />

eles, por meios regulares, também<br />

se estabelecessem e se tornassem<br />

senhores dos respectivos territórios.<br />

Essas sesmarias - Rancho Queimado,<br />

Cruzes, Lageado, Cambuy, Bonfim,<br />

Monte Alegre e Monte Alegre<br />

das Almas foram demarcadas oficialmente<br />

entre 1812 e 1819.<br />

Em 22 de agosto de 1817, de<br />

acordo com o decreto real nº 32, foi<br />

criada a freguesia de São Bento, na<br />

época com cerca de 336 habitantes.<br />

Sua economia inicial estava basea-<br />

|70


Inauguração<br />

da Estação da<br />

Estrada de Ferro<br />

Araraquara,<br />

em 1885; era<br />

o primeiro<br />

passo para se<br />

tornar a cidade<br />

emergente no<br />

fim do Século XIX<br />

da na pecuária e agricultura de subsistência.<br />

Em 30 de outubro de 1817, foi<br />

elevada a distrito e em 10 de julho<br />

de 1832 passou à categoria de município,<br />

o qual somente foi instalado<br />

em 24 de agosto de 1833. Foi neste<br />

período, que José Joaquim de Sampaio<br />

trouxe para Araraquara as primeiras<br />

mudas de café e de laranja,<br />

entendendo a importância do futuro.<br />

AS MUDANÇAS<br />

Durante a década de 1830 a<br />

1885, o café teve pouca importância<br />

na economia da cidade, devido<br />

ao alto custo do transporte e mão de<br />

obra escrava; dos quase sete mil habitantes<br />

da cidade na época, cerca<br />

de mil eram escravos.<br />

Araraquara passou à categoria<br />

de comarca em 20 de abril de 1866,<br />

de acordo com a lei provincial nº 61.<br />

Neste período a cidade já possuía<br />

um aspecto urbano agradável, de<br />

acordo com relatos do Tenente - Bacharel<br />

Alfredo D. ’Escragnole, durante<br />

sua volta da Guerra do Paraguai.<br />

Com a chegada da ferrovia em<br />

1884, a mão de obra escrava é<br />

substituída pela mão de obra do<br />

imigrante (principalmente italianos,<br />

portugueses e espanhóis) e a cidade<br />

entra no complexo comercial do<br />

café.<br />

Pouco antes do advento da República,<br />

em 6 de fevereiro de 1889 se<br />

transforma em cidade pela lei provincial<br />

de nº 07.<br />

HOMENAGEM<br />

O nome de Pedro José Neto está<br />

em uma das mais importantes escolas<br />

da cidade, na Rua Padre Duarte.<br />

Primeiro era chamado de Terceiro<br />

Grupo Escolar de Araraquara, depois<br />

Grupo Escolar São Geraldo. Em julho<br />

de 1945 tornou-se Pedro José Neto.<br />

Grupo Escolar<br />

Pedro José<br />

Neto, na Rua<br />

Padre Duarte<br />

já foi chamado<br />

de Terceiro<br />

Grupo Escolar<br />

de Araraquara<br />

e Grupo Escolar<br />

São Geraldo. Em<br />

1945 tornou-se<br />

Pedro José Neto,<br />

como homenagem<br />

ao fundador da<br />

cidade.<br />

71|


Largada da corrida de<br />

carros na Fonte Luminosa<br />

VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />

As Araraquara’s de Minha Vida<br />

Benê conta que guarda na memória, sua infância vivida até os meus 12 anos<br />

de idade, onde muitas emoções se misturam.<br />

,<br />

O meu amor verdadeiro<br />

por corridas, minha infância<br />

de feliz convivência com<br />

irmãos e primos e a sorte de<br />

ter nascido em uma época<br />

que tudo aconteceu: carros,<br />

motocicletas, futebol, Jovem<br />

Guarda e o privilégio dos<br />

irmãos, dos primos, do<br />

professores e dos amigos<br />

que a vida me proporcionou<br />

desde muito cedo,<br />

Benê<br />

de ter um pai ferroviário, ter crescido<br />

em uma família de nove irmãos, foi<br />

única. O prazer de dormir todos em<br />

um quarto pequeno, de acordar feliz<br />

cantando “Quem não quer capim gordura,<br />

bate o pé reclama, quer grama”<br />

junto com Nhô Zélio e de dividir o pão<br />

do café com pouca manteiga é indescritível.<br />

Uma única volta de bicicleta,<br />

que era o meio de transporte do meu<br />

Expedito Marazzi<br />

e Eduardo Luzia<br />

Texto: Benedito<br />

Salvador Carlos,<br />

o Benê, com a<br />

colaboração de<br />

Deives Meciano<br />

pai, no quarteirão de domingo, êxtase<br />

puro que minhas pernas até hoje<br />

tremem. Vira e mexe, meu coração<br />

palpitante se transporta lá para o Grupo<br />

Escolar Professor Augusto da Silva<br />

Sempre que 22 de Agosto se<br />

aproxima, aniversário de Araraquara,<br />

varias lembranças vão aflorando minha<br />

memória e um turbilhão de emoções<br />

se espalhando por meu corpo,<br />

revivendo cada uma delas como se<br />

fossem únicas. Graças a Deus nasci<br />

pobre, muito pobre e a experiência<br />

|72


Cesar, antigo prédio localizado na Rua<br />

Expedicionários do Brasil (8) com a<br />

Avenida Sebastião Lacerda Corrêa e<br />

que tinha entre tantas outras coisas,<br />

minha classe do quarto ano separada<br />

por um lençol de cor branca. Como<br />

se os anos nunca tivessem passado,<br />

viajo sonhando ao encontro de Dona<br />

Cecília, Dona Diva, Dona Samira Gibran<br />

e ao saudoso Professor Geraldo<br />

Honorato Azzi Sachs, pegando em<br />

minhas mãos e professorando saber,<br />

dignidade e amor. Meu carrinho de rolemã<br />

que com meu irmão Assis e meu<br />

primo Nivaldo Coelho, descíamos a<br />

Rua Comendador Pedro Morganti (11)<br />

sob o olhar assustado de Dona Sulina<br />

até parar no paredão de terra na<br />

Avenida Francisco Sampaio Peixoto<br />

(29) e ainda com Assis e Nivaldo, já<br />

com bicicletas próprias indo para as<br />

aulas do curso preparatório no prédio<br />

do Albergue Noturno, Lar Mei Mei, na<br />

Rua Itália (7) perto da Avenida José<br />

Bonifácio aprender matemática e português<br />

com o Professor Walace Leal<br />

Valentim Rodrigues. Meu primeiro emprego<br />

com oito anos de idade na alfaiataria<br />

do Sr. Julião Pereira, na Rua<br />

Padre Duarte (4), defronte o Jardim<br />

Público e ao lado do prédio da Chalu<br />

que simultaneamente me ofereceu<br />

a oportunidade de também servir à<br />

tinturaria da Dona Maria Japonesa,<br />

mãe de Clara, Ana Maria, Tamiko e<br />

Largada da corrida na Alameda Paulista<br />

Tadame Hayashida. Tudo isso me lembro<br />

com frescor, mais nada fixou tanto<br />

na minha memória quanto as corridas<br />

de carros realizadas na Avenida Padre<br />

Francisco Salles Colturato (36), daquele<br />

som ensandecido do DKW 10,<br />

magistralmente dirigido por Marinho<br />

Camargo Filho, da Alameda Paulista,<br />

verdadeiro formigueiro humano encantado<br />

com as presenças de Penha<br />

(José da Penha Moreira), Neto (Olimpio<br />

Bernardes Ferreira Neto), Eduardo<br />

Luzia, Victorinho Barbugli, Salerno, Zé<br />

Faito, Zé Duvilio, Dinho Dall’ Acqua,<br />

Pinho, Dario Pires, Engenheiro Murilo<br />

Leonardi, Manolo e Braz Passalacqua,<br />

que espalhavam no final de semana<br />

de cada corrida, o doce aroma<br />

da gasolina azul misturada com óleo<br />

Valvoline Racing, que entraram por<br />

Dinho Dall<br />

Acqua e Braz<br />

Passalacqua<br />

no balão da<br />

Alameda Paulista<br />

meus poros e nunca mais saíram da<br />

minha alma. Do meu Colégio Victor<br />

Lacôrte, que a sorte me ofereceu entre<br />

outros, ser aluno dos Professores<br />

Rodolpho Tellaroli, Mivaldo Messias<br />

Ferrari, Rubens Dias Maia, Sidney Rodrigues,<br />

Luzia de Mello, Ana Talarico,<br />

Helio Senne, Alice e Osmar Malaspina.<br />

O aniversário de Araraquara era<br />

muito mais, nem sei ao certo dizer de<br />

quantas vezes me emocionei também<br />

com a Esquadrilha da Fumaça, quantas<br />

vezes neste período fui na praça<br />

Frederico Di Marco, ver o pouso dos<br />

balões livres de Victorio Truffi. Quantas<br />

vezes, oh meu Deus do céu, quantas<br />

vezes, para chegar nas corridas<br />

de carro, dormir na casa de minha tia<br />

Inês na Rua Voluntários da Pátria (5)<br />

com a Avenida 38 e quantas vezes<br />

para assistir às corridas de motocicleta,<br />

na companhia de meu irmão<br />

Haroldo, emendar a semana na casa<br />

lá da Vila Xavier de meu tio Eusébio<br />

Quadrado, na companhia inesquecível<br />

dos primos Luiz Carlos, Sebastião<br />

e João Batista fazer o tempo, jogar<br />

futebol, ver uma verdadeira erudição<br />

do samba de raiz no Ponto Chic com<br />

José Roberto Tellarolli, Salomão e<br />

companhia e assistir na TV Record<br />

“As jovens tardes de domingo do Rei<br />

Roberto, Erasmo e Wandeca”. Velhos<br />

tempos, Belos Dias.<br />

73|


APOIO:<br />

Por Sérgio Sanchez<br />

ABBEY ROAD<br />

completa 49 anos<br />

Em 26 de setembro de <strong>2018</strong>, “Abbey Road” completa 49 anos.<br />

O álbum, último dos Beatles a ser gravado (apesar de ter sido lançado<br />

antes do derradeiro, “Let it be”), em fevereiro daquele ano, foi feito em<br />

um clima tenso. Logo após, John Lennon deixou secretamente a banda,<br />

sendo seguido por Paul McCartney, no ano seguinte.<br />

O álbum conta com 15<br />

faixas, “Here Comes<br />

The Sun” e “Something”,<br />

compostas por George<br />

Harrison, “Oh! Darling”,<br />

“Come Together” e<br />

“I Want You”, os maiores<br />

sucessos do disco.<br />

|74


George Harrison Paul McCartney Jonh Lennon Ringo Starr<br />

Os Beatles puderam contar com Alan Parsons<br />

Alan, músico e produtor, na época<br />

era engenheiro de som e estava<br />

no começo de uma brilhante carreira.<br />

Ainda muito jovem, nos anos<br />

60, ele trabalhou como engenheiro<br />

de som nos estúdios da Abbey<br />

Road, participando da elaboração<br />

do «Abbey Road», e celebrizou-se<br />

ao produzir o álbum The Dark Side<br />

of the Moon, a obra-prima do PINK<br />

FLOYD.<br />

A PAIXÃO<br />

Não, “Abbey Road” não foi gravado<br />

no lendário estúdio homônimo,<br />

mas sim nos Trident Studios.<br />

As gravações começaram em 22<br />

de fevereiro e se estenderam pelos<br />

meses de maio e julho/agosto, com<br />

pausas entre as sessões (inclusive<br />

para John Lennon se recuperar de<br />

um acidente de carro sofrido naquele<br />

ano).<br />

George Martin produziu e orquestrou<br />

o disco junto com Geoff<br />

Emerick como engenheiro de som,<br />

Alan Parsons como assistente de<br />

som e Tony Banks como operador<br />

de fitas. Martin considera Abbey<br />

Road o melhor disco que os Beatles<br />

fizeram. E não é por menos: ele é o<br />

mais bem acabado de todos e um<br />

dos mais cuidadosamente produ-<br />

Beto Placco, baterista da banda The Beatles Again de Araraquara, sempre<br />

foi um apaixonado pelos 4 rapazes de liverpool. Vinil dos Beatles não faltou<br />

em sua caminhada musical, em especial Abbey Road onde afirma que a<br />

sonoridade deste álbum é fantástica em função de novas tecnologias e óbvio, a<br />

criatividade musical sempre inovadora dos Beatles. Beto, experiente baterista já<br />

participou de vários grupos, como: The Hippies, Som Beat e Onix.<br />

Alan Parsons<br />

zidos (comparável somente a Sgt.<br />

Pepper’s Lonely Hearts Club Band).<br />

Sua estrutura foi bastante pensada<br />

e discutida e as visões discordantes<br />

dos integrantes da banda só contribuíram<br />

para a riqueza da criação<br />

final.<br />

75|


|76


Luiz Antonio Pavan, Wilson José Orselli, José Carlos Terezani, Cláudio Almeida e Vilcides Pedro, na formação<br />

de um grupo musical que embalou os anos 60 em brincadeiras dançantes, bailes e festas escolares.<br />

Eles foram como The Snakes para<br />

São Paulo. Voltaram como Os Panteras.<br />

A foto parece ter o cheiro da madrugada<br />

de um certo dia do mês de abril de 1963.<br />

No vazio da noite, entre o silêncio da Casa<br />

dos Padres Redentoristas e a Igreja de Santa<br />

Cruz, o romatismo da José Bonifácio e São<br />

Bento se anima com o som que sai do Piston<br />

empunhado pelo menino Vilcides.<br />

A música “Tema de Lara”, de Maurice Jarre,<br />

acabara de invadir o Cine Odeon, numa<br />

dessas sessões em que as meninas apertavam<br />

as mãos do namoradinho, numa trégua de<br />

amor eterno e que se de lá alguém ouvisse,<br />

cairia na quadra do Colégio São Bento, onde<br />

se fazia badalada festa junina.<br />

Os cinco meninos, de abril a junho,<br />

mergulharam em um apurado repertório<br />

para animar o Baile The Winter Bossa Nova<br />

Day. Seria aquela a primeira apresentação de<br />

um grupo promissor recomendado por José<br />

Ignácio Pizzani, Trindade, Altino e Zé Rubens<br />

de Barros, alunos da época, em busca de caixa<br />

para o Baile de Formatura.<br />

The Snakes, ou simplesmente Os Cobras,<br />

sentiam o mundo explodir nas cores de<br />

um novo tempo, de compromissos e<br />

responsabilidades dentro de uma cidade com<br />

pouco mais de 50 mil habitantes.<br />

CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />

77|


“A gente tinha o hábito de ir à<br />

matiné aos domingos, passando<br />

pela Rua 2, entre a Avenida<br />

Osório e Barroso. Ali era um<br />

sobradinho. Ouvi um barulho de<br />

música; era uma bateria e de<br />

vez em quando o som de uma<br />

guitarra bem destonada. Algum<br />

tempo depois fui ver que era um<br />

pessoal que morava alí e onde<br />

mais tarde virou uma choperia<br />

(Bilica); antes, um depósito,<br />

extensão da antiga Casa Costa”<br />

O engenheiro<br />

civil Vilcides<br />

Pedro, em sua<br />

casa na Vila<br />

Xavier<br />

É assim que Vilcides J. A. Pedro,<br />

um dos integrantes do The Snakes começa<br />

a narrar a história de fundação<br />

do grupo musical que abalou a cidade<br />

no início dos anos 60. Araraquara,<br />

emergente para os padrões da época<br />

com seus 60 mil habitantes, já estava<br />

configurada como verdadeiro centro<br />

de talentos artísticos.<br />

Vilcides lembra que naquele local<br />

morava a família do Cláudio de Almeida,<br />

além do velho Caiuby. Foi lá que<br />

ele bateu e disse ao Cláudio, o primeiro<br />

a sair: “Sou músico e gostaria<br />

de ouvir o que vocês estão tocando”.<br />

Ele diz que o Cláudio pediu para<br />

entrar, onde então encontra Luiz Antônio<br />

Pavan com uma guitarra caseira,<br />

molecote mas dedicado ao extremo<br />

no estudo, não falhando em nenhuma<br />

nota muical. No primeiro contato com<br />

o grupo, Vilcides observou um saxofone<br />

- quem tocava era um garoto chamado<br />

Paulo - tinha o Wilson Orselli,<br />

que cantava no programa do Denisar<br />

Alves, na Rádio A Voz da Araraquarense.<br />

Entre uma lembrança e outra,<br />

pois são 55 anos, ele se recorda de<br />

Djalma do Carmo Ferreira, colega de<br />

Engenharia, também cantor no grupo.<br />

Naquela rodinha de amigos formados<br />

em tão pouco tempo, estava José Carlos<br />

Terezani, o contra-baixista.<br />

Nessa história toda eu cheguei<br />

com o trumpete (piston), argumenta<br />

Vilcides, declarando estar constituído<br />

o conjunto The Snakes que foi fazer<br />

sua primeira apresentação em junho<br />

na quadra do Colégio São Bento, em<br />

uma festa junina. Era o Baile The Winter<br />

Bossa Nova Day (Bossa Nova em<br />

dia de inverno), organizado por José<br />

Ignácio Pizanni, aluno do São Bento<br />

(hoje dono da TV Clube em Ribeirão).<br />

Logo após sua estreia o conjunto<br />

teve sua primeira baixa: a saída de<br />

Paulo, que tocava sax. O grupo passou<br />

a se apresentar com cinco elementos,<br />

recorda Vilcides.<br />

As dificuldades enfrentadas nos<br />

meses seguintes não chegaram a desestruturar<br />

“os cobras”, pois sendo<br />

menores, chegou a hora do alistamento<br />

militar: primeiro o Wilson Orselli,<br />

depois o Pavan, em seguida o<br />

Vilcides e o Cláudio: “Não tinha jeito<br />

de fugir e fomos nós para o Tiro, ali na<br />

Rua Expedicionários do Brasil. Uma<br />

ou outra apresentação só mesmo no<br />

meio de semana pois fatalmente as<br />

instruções militares aconteciam aos<br />

sábados e domingos.<br />

À esquerda, o cartaz<br />

mostrando The Snakes; à<br />

direita, o compacto duplo<br />

gravado em 1967<br />

|78


Valtinho e<br />

Luizinho<br />

Pavan,<br />

uma outra<br />

formação do<br />

The Snakers<br />

Terminado o serviço militar, comenta<br />

Vilcides, aventamos a possibilidade<br />

da profissionalização do grupo<br />

e a gravação do primeiro e único disco<br />

em São Paulo, onde desembarcamos<br />

dois anos depois. Neste período, brincadeiras<br />

dançantes e bailes rolaram<br />

nos clubes Araraquarense e 22 de<br />

Agosto, além das escolas que promoviam<br />

eventos para obtenção de<br />

recursos destinados às formaturas.<br />

Curioso mesmo é que saímos de<br />

Araraquara como The Snakes e voltamos<br />

como Os Panteras. Em São Paulo<br />

fomos aconselhados pelo pessoal da<br />

gravadora que já havia um grupo chamado<br />

The Snakes na Argentina e certamente<br />

encontraríamos problemas<br />

com os direitos autorais, diz Vilcides.<br />

Gravado o compacto duplo com<br />

quatro faixas: O Touro Solitário, Tema<br />

de Lara, Tereza Cristina e Pato Donald,<br />

duas delas feitas por Orselli,<br />

agora éramos Os Panteras, indo na<br />

esteira do sucesso alcançado pela<br />

série da Pantera Cor de Rosa, na televisão.<br />

Vilcides recorda que nesta nova<br />

fase surgiu um grande parceiro para<br />

o grupo. Antonio Carlos Rodrigues dos<br />

Santos, o Toninho da Rádio Cultura,<br />

que em algumas oportunidades se<br />

transformou no “crooner” dos Panteras,<br />

cantando músicas dos Beatles:<br />

“A presença do Toninho nos levou a<br />

participar de um programa de auditório<br />

na Cultura nas tardes de sábado”,<br />

afirma.<br />

Uma das coisas que Os Panteras<br />

passaram a enfrentar foi achar um<br />

local para a realização dos ensaios;<br />

a vizinhança de Orselli na Rua Tupi<br />

não aguentava mais, ironiza Vilcides.<br />

Assim os meninos foram chamados<br />

por Paulo Billy Cortês, diretor técnico<br />

da Rádio A Voz da Araraquarense e<br />

integrante do conjunto Os Profetas,<br />

para ensaios nos fundos da Casa<br />

Barbieri (Avenida Duque de Caxias).<br />

Apadrinhados agora por Billy, o grupo<br />

passou a participar de um novo<br />

programa na Voz, aos domingos de<br />

manhã no Salão de Festas da Igreja<br />

de Santa Cruz. Billy tornou-se membro<br />

dos Panteras a partir daí como<br />

excelente contra-baixista, relembra.<br />

O FIM DA ESTRADA<br />

“Infelizmente os estudos e a necessidade<br />

de trabalhar foram motivos<br />

para o grupo encerrar suas atividades,<br />

em 1968; o Orselli com o fim da<br />

EFA, onde trabalhava, foi para São<br />

Paulo; o Pavan, no DER; me formei<br />

Engenheiro Civil e fui fazer a minha<br />

vida. Chegamos num ponto que o<br />

melhor mesmo seria parar e deixar<br />

o nosso nome na história musical da<br />

cidade”, encerra Vilcides.<br />

Em plenos tempos da<br />

ditadura militar, os<br />

meninos que formavam<br />

o Conjunto The Snakes,<br />

depois Os Panteras,<br />

tinham uma vida agitada,<br />

cheia de compromissos e<br />

muita responsabilidade.<br />

Aproveitaram a<br />

oportunidade para<br />

a gravação de um<br />

único compacto<br />

duplo, posteriormente<br />

reaproveitado em um LP<br />

79|


VIP<br />

VIDA SOCIAL por Maribel Santos<br />

Aracoara, 200 + 1<br />

Olá querido, leitor! O mês é de festa e de comemorações. Nossa cidade<br />

faz aniversário no próximo dia 22 de agosto e o Sol que escolheu<br />

aqui para ser sua morada, brilha com mais intensidade iluminando<br />

nossa Aracoara. São 201 anos que merecem ser festejados com<br />

alegria. Seja participativo, cuide com carinho da nossa cidade e com<br />

responsabilidade, faça uma escolha consciente votando em quem<br />

merece seu voto nas próximas eleições. Deixo um abraço carinhoso<br />

para todos os papais por conta da data que é comemorada no<br />

segundo domingo de agosto. Namastê!<br />

José Alberto Silva e Maria Elisabete Silva<br />

Fotos: Marcela Campos<br />

Clube Araraquarense<br />

Edson Lima,<br />

Moacyr<br />

Franco,<br />

João Rossi<br />

e Sidney<br />

Ferrarezi<br />

Junior<br />

Cidico Costa e Joel Salgueiro<br />

Foto: Maribel Santos<br />

João Bosco, Gil Torres, Rosangela Torres e Vinícius<br />

Pessoal animado curtindo o show da dupla João Bosco &<br />

Vinícius no Clube Araraquarense<br />

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81|


Velho Armazém conta com<br />

a experiência internacional do<br />

renomado chef Paulo Pirola<br />

Texto: Maribel Santos<br />

O restaurante Velho Armazém um<br />

dos mais tradicionais da cidade, oferece<br />

ótima gastronomia desde a sua<br />

fundação. Com um cardápio variado,<br />

além dos tradicionais pratos, tem<br />

aos domingos um buffet com saladas,<br />

carnes, massas e peixes entre<br />

outras opções. O atual responsável<br />

pelo sucesso é o novo chef de cozinha,<br />

Paulo Roberto Pirola. Araraquarense,<br />

apaixonado por gastronomia<br />

desde a infância por influência de<br />

sua querida mãe Therezinha Pirola,<br />

cursou faculdade de Engenharia de<br />

Agrimensura, Engenharia Civil e Administração<br />

de Empresas antes de<br />

mergulhar de vez no universo das<br />

panelas e preparar receitas irresistíveis.<br />

Entre outros cursos, frequentou<br />

nos anos 2004/2005 o Senac Águas<br />

de São Pedro para cursar Extensão<br />

Universitária em Chefe de Cozinha<br />

Internacional e Extensão Universitária<br />

em Formação de Sommeliers.<br />

Sua primeira experiência como chef<br />

foi aqui em Araraquara em 1994,<br />

como proprietário do Restaurante<br />

Pasta & Cia. Em 2005 se mudou<br />

para Campinas e em 2006 foi para<br />

a França ficando por lá seis meses<br />

na Compagnie Hotelière et Fermière<br />

d’ Eugénie Lês Bains SA. Fez estágio<br />

na área de preparação e cocção, logística<br />

no transporte de alimentos.<br />

Retornou a Campinas e com vasta<br />

experiência construiu uma carreira<br />

de sucesso. Amigo de infância da<br />

família Segnini, Paulo recebeu um<br />

convite meses atrás para fazer uma<br />

consultoria ao restaurante. Entusiasmado,<br />

assumiu o desafio aceitando<br />

ser o novo chef do tradicional<br />

restaurante que sempre primou por<br />

apresentar um cardápio caprichado,<br />

garantindo qualidade da matériaprima<br />

para elaborar suas receitas e<br />

oferecer excelência aos seus clientes.<br />

Convide seus amigos, leve sua<br />

família, desfrute de ótima gastronomia<br />

em um ambiente acolhedor com<br />

excelente atendimento. Vem você<br />

também pro Velho Armazém!<br />

SERVIÇO:<br />

O Velho Armazém está localizado no<br />

bairro do Carmo na Rua Comendador<br />

Pedro Morganti, 1313. Informações e<br />

reservas: (16) 3332.1156<br />

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VIPS<br />

EM DESTAQUE<br />

Tacciana Sallaberry Merlos,<br />

Francisco Merlos<br />

e João Paulo Trentim<br />

Larissa Paro, Luiz Fernando de Oliveira,<br />

Gilmar Duarte e Dri Frangiotti<br />

O casal Mangilli, Elaine e Paulo<br />

83|


Super<br />

MULHERES<br />

EMPREEND<strong>ED</strong>ORAS<br />

DE ARARAQUARA<br />

É o nome do grupo criado em março deste ano.<br />

A ideia foi de Aline Carrascosa para comemorar o Dia<br />

Internacional da Mulher, homenageando suas clientes e<br />

amigas. Os encontros ocorreram nas quatro quintas-feiras<br />

de março, com boa música, gastronomia e bom papo.<br />

O grupo cresceu e se reúne desde então uma vez por mês<br />

no Antonella Emporium, ressaltando a importância do<br />

networking e das parcerias. Tenho orgulho em fazer parte do<br />

grupo. Conheça algumas das empreendedoras integrantes.<br />

Ficou interessada?<br />

Estamos no Facebook:<br />

/supermulheresempreendedoras<br />

Junte-se a nós, você será muito bem-vinda!<br />

Miriam Luci é esteticista<br />

e pioneira ao oferecer o<br />

método Haguihara<br />

na cidade<br />

Aline Carrascosa é chef<br />

de cozinha, proprietária<br />

do Antonella Emporium e<br />

consultora gastronômica<br />

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Bianca Pipoli é<br />

nutricionista e<br />

pós-graduanda pelo<br />

Hospital Albert Einstein<br />

em doenças crônicas<br />

não transmissíveis<br />

Quele Pipoli é consultora<br />

independente Herbalife<br />

Ana Carrascosa é artista<br />

plástica, professora<br />

do ensino médio e<br />

fundamental, empresária<br />

e representante/ponto de<br />

vendas do café Marita<br />

Patrícia Taldivo Ferreira é<br />

empresária, proprietária da<br />

Gelato Borelli Araraquara,<br />

no Shopping Jaraguá<br />

85|


VIPS<br />

EM DESTAQUE<br />

Gian Mendes, Alzira Mendes e Iva Zanetti<br />

Juvenal Cardoso e Roseli Fernandes da Silva<br />

Ana Maria Gomes Jardim, Ivana Coracin,<br />

Walkirya Bacci, Luciene Cristina Celli<br />

e Eliane Martins<br />

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87|


VITRINE<br />

VITRINE<br />

DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />

JOÃO CARLOS<br />

UM NOVO E BELO PRÉDIO ABRIGA<br />

O COLÉGIO INTERATIVO<br />

No dia 28 de julho, o Colégio<br />

Interativo Araraquara inaugurou<br />

suas novas instalações. Com o<br />

intuito de melhorar a qualidade de<br />

ensino para os seus alunos, o novo<br />

espaço está localizado na Avenida<br />

Arquiteto Walter Logatti, número<br />

894, no Jardim Higienópolis.<br />

Fabiana à esquerda,<br />

Luiz Eduardo à direita<br />

com a equipe do<br />

Colégio Interativo<br />

A diretora Fabiana Campanini, saúda os<br />

visitantes e o público durante o evento<br />

Elton Negrini e Eliane, Fabiana Campanini, Pedro Walter<br />

Pinto Ferraz, José Carlos Porsani e Marisa, Luiz Eduardo Faria<br />

Iglesias e Luís Antonio Pereira dos Santos<br />

Alunos e<br />

pais de<br />

alunos<br />

foram<br />

conhecer<br />

o novo<br />

prédio<br />

ANIVERSÁRIOS<br />

Agosto|<strong>2018</strong><br />

A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes<br />

DATA<br />

NOME<br />

EMPRESA<br />

DATA<br />

NOME<br />

EMPRESA<br />

02/08<br />

05/08<br />

06/08<br />

07/08<br />

08/08<br />

09/08<br />

10/08<br />

11/08<br />

11/08<br />

12/08<br />

12/08<br />

14/08<br />

15/08<br />

15/08<br />

15/08<br />

Paulo Guilherme Pires<br />

Antonio C. da Silva<br />

Daniel Antoniolli Vicente<br />

Thamiris Cristina Rossi<br />

José Roberto Carlos<br />

Antonio Estrella<br />

Lourenço Legal Toqueiro<br />

Luiz Belotti<br />

Sandra Heloísa Costa Pilon<br />

Gilberto Manduca<br />

Paulo Abilio Lazaro<br />

Edgar Santa Rosa Esteves<br />

Cláudio Renato Simões<br />

Maria H. Magrini Simões<br />

Pedro Henrique Costa<br />

Alfa HP Tecnologia<br />

Letícia Folheados<br />

S.R. Comercial<br />

Charutaria Paratodos<br />

Gráfica Benê<br />

Drogaria Santa Terezinha<br />

Cesta Básica União<br />

Mercúrio Equip. para Escritório<br />

Jopasa<br />

G.G.M. Serralheria e Tornearia<br />

Power Escapamentos<br />

Agrometa<br />

Bacana Auto Center<br />

Maria Helena - Drª<br />

Passarinho Hortifruti<br />

15/08<br />

17/08<br />

20/08<br />

20/08<br />

21/08<br />

22/08<br />

24/08<br />

24/08<br />

25/08<br />

25/08<br />

26/08<br />

27/08<br />

28/08<br />

30/08<br />

31/08<br />

Priscila Ventura Lorenzetti<br />

Edgard Regolão<br />

Aluísio Zocal<br />

Renato Alves Oliveira<br />

Henrique Duran M. de Jesus<br />

Katia R. G. Marcondes<br />

Alberto Z. Neves<br />

Iago Rodrigues<br />

Luciano Galvão Cruz<br />

Nelci Padrenosso Pena<br />

Egydio Argenti Filho<br />

Henrique Rodrigues Barbosa<br />

Oswaldo Irineu Giglio<br />

Evandro Pacheco Lustosa<br />

Silvia Renata Valente<br />

Lorenzetti Movelaria<br />

Móveis Estrela<br />

Zocal<br />

Aramix<br />

Parque Arpoador<br />

Beija Flor Tintas<br />

Alfa HP Tecnologia<br />

Grupo Sinergia<br />

Super Antenas e Alarmes<br />

Vestylle Mega Store<br />

Egydio Motors<br />

Alfa HP Tecnologia<br />

Aramix<br />

Agrotécnica<br />

Vent Luz<br />

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VIDA DE UMA CIDADE<br />

Angélica Bombarda é uma apaixonada pela arte cerâmica. Tendo<br />

cursado a Escola de Belas Artes de Araraquara, ela vem se aprimorando<br />

cada vez mais e hoje divide sua arte com algumas alunas. Diz ela que o<br />

uso da argila a cada dia é mais criativo em formas e cores. Em <strong>2018</strong> ela<br />

comemora 46 anos de atividades.<br />

Por conta da gestão praticada pelo pediatra<br />

Valter Cury Rodrigues, a Santa Casa de<br />

Araraquara vive uma fase de absoluta<br />

expansão. Considerado referência em<br />

algumas especialidades e desenvolvendo<br />

constantemente procedimentos de alta<br />

complexidade, o hospital em julho inaugurou<br />

sua nova fachada, preservando os traços<br />

originais que datam dos anos 30.<br />

89|


Luís Carlos<br />

B<strong>ED</strong>RAN<br />

Sociólogo e cronista da Revista Comércio,<br />

Indústria e Agronegócio de Araraquara<br />

Mania de ler<br />

Guilherme de Almeida, intelectual de destaque na primeira<br />

metade do século XX<br />

Nem sei quando comecei a gostar<br />

de ler. Devia ter uns 12 anos. Séculos<br />

se passaram, nem me lembro mais.<br />

Perguntei ao pai se ele havia lido todos<br />

aqueles livros que enchiam suas<br />

estantes. Tinha sim. E ainda continuava<br />

a adquiri-los todos os meses como<br />

assinante que era do “Clube do Livro’,<br />

além das “Seleções do Readers Digest”.<br />

Aquela uma coleção e tanto. Desde<br />

o primeiro volume de “O Guarani”, de<br />

1945, até os romances dos bons autores<br />

nacionais e outros estrangeiros famosos.<br />

Mas também algumas biografias,<br />

poesias do Guilherme de Almeida,<br />

dicionários e até os do Stefan Zweig,<br />

caprichosamente encadernados pela<br />

mãe que os trouxera para casa ainda<br />

quando solteira. Sem contar quase<br />

toda a antiga coleção dos de Medeiros<br />

e Albuquerque.<br />

Fundamental é que tivesse uma<br />

lareira para que, à medida que<br />

fosse adquirindo novos livros,<br />

os outros lá seriam queimados.<br />

Devo ter pensado comigo mesmo,<br />

lançando um desafio pessoal: “se ele<br />

leu, então vou ler também”. Devorei-os<br />

todos (até o quase proibido “O Crime<br />

do Padre Amaro”) mas, não contente,<br />

tornei-me um rato da biblioteca pública,<br />

pensando ingenuamente que conseguiria<br />

ler todos os livros do mundo.<br />

Então, de manhã emprestava um livro;<br />

à tardezinha devolvia-o e, logo em seguida,<br />

emprestava outro, lendo-o de<br />

madrugada e assim por muito tempo.<br />

Confesso-lhes que absurdamente<br />

ainda continuo tentando, mesmo<br />

após o Dr. Fairbanks, meu velho professor<br />

da Faculdade de Direito, muito<br />

culto, haver dito que também chegou<br />

a ter essa vontade em sua juventude,<br />

mas que, pelas contas que fez, isso<br />

seria impossível de acontecer. Afinal,<br />

quantos livros se poderiam ler, um por<br />

dia, durante toda uma vida?<br />

Essa curiosidade, essa busca pelo<br />

saber direcionou minha vida, que<br />

nunca chegou a ser prática; mas posso<br />

dizer-lhes que deu para o gasto,<br />

quebrou o galho. O pior é que essa<br />

mania ainda continua. Perdi muito<br />

tempo lendo aqueles, hoje não valeriam<br />

a pena, mas, conhecendo-os,<br />

pelo menos serviram para valorizar<br />

os me- lhores. Plínio, o Velho, já dizia<br />

que “nenhum livro é tão ruim que, sob<br />

algum aspecto, não tenha utilidade”.<br />

Porém, que não se chegue a tanto,<br />

pois, como disse Petrarca, “os livros<br />

levaram alguns à ciência, outros à insânia”.<br />

Li de tudo, sem censura, sem<br />

limites. Centenas de policiais, Simenon,<br />

Agatha Christie, ficção científica,<br />

“bestsellers” americanos, romances,<br />

peças de teatro, poesias, poucas biografias,<br />

obras políticas, além, evidentemente,<br />

daqueles obrigatórios que<br />

embasaram o curso de Sociologia e<br />

o de Direito.<br />

Como estou no fim da vida e como<br />

ainda a vista permite lê-los, graças aos<br />

inúmeros óculos espalhados em todos<br />

os cantos da casa, tento ser seletivo.<br />

Procuro ler e reler os melhores, muito<br />

embora não resista aos modernos,<br />

mormente os de literatura, o que hoje<br />

me obriga a comprá-los nas livrarias<br />

e nos sebos, coisa essa impossível de<br />

ocorrer no passado.<br />

E a releitura torna-se obrigatória.<br />

Vocês sabem por quê? É que uma<br />

coisa é ler, por exemplo, Machado de<br />

Assis ou Dostoiéviski, quando se é jovem;<br />

outra é lê-los quando se é velho,<br />

porque pela vivência são melhor compreendidos.<br />

Um autor disse que uma biblioteca<br />

é uma coleção de autores já mortos;<br />

que leitura não é vida. Perde-se tempo,<br />

pois deixa-se de viver plenamente.<br />

Essa curiosidade infinda em tentar ler<br />

(e reler) cada vez mais, está me levando<br />

a uma tal confusão e a tal ponto,<br />

que nem mesmo chego a terminar um,<br />

já me precipito em ler outro, tudo para<br />

não perder tempo.<br />

E depois volto onde parei, recomeço<br />

a lê-lo e a tentar relembrar o que<br />

já havia lido. O pior é que ainda não<br />

consegui classificá-los em minha bibliotecazinha;<br />

perco-os, porque não<br />

sei quais estão atrás dos outros. Porém<br />

não chego a ter as ideias (esquisitas)<br />

de Don Rigoberto, o personagem<br />

criado por Mário Vargas Llosa, em seu<br />

livro com esse título (e nem digo das<br />

de Kien, o estranho personagem do<br />

“Auto-de-Fé”, de Elias Canetti).<br />

Pois ele pediu para um arquiteto<br />

projetar sua casa, mas de tal forma que<br />

desse menos ênfase ao conforto das<br />

pessoas, do que à sua biblioteca, onde<br />

deveriam caber apenas 4.000 volumes.<br />

Nem mais e nem menos. Fundamental<br />

é que tivesse uma lareira para que, à<br />

medida que fosse adqui-rindo novos<br />

livros, os outros lá seriam queimados.<br />

Uma “crítica literária radical e combustível”.<br />

Disse que chegou a essa conclusão<br />

porque, para ele, mais importante<br />

são os livros do que as pessoas. Confesso<br />

que ainda não é o meu caso...<br />

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