RCIA - ED. 157 - AGOSTO 2018
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ÍNDICE<br />
<strong>ED</strong>IÇÃO N°<strong>157</strong> - <strong>AGOSTO</strong>/<strong>2018</strong><br />
CAPA<br />
Colégio Interativo<br />
ECONOMIA<br />
Firjan anuncia índices<br />
URBANISMO<br />
Esse tal Parque dos Trilhos<br />
SINCOMERCIO<br />
O conceito OmniChanel<br />
12 8 15<br />
23<br />
40<br />
Interativo inaugura prédio e entre<br />
os seus novos conceitos, está<br />
maior acolhimento ao aluno.<br />
Números mostram que a<br />
cidade vem despencando<br />
gradativamente no ranking.<br />
Não podemos planejar o futuro<br />
da cidade sem lembrar do<br />
passado; e os trilhos não saem.<br />
Entidade mostra que a tecnologia<br />
tem facilitado a propagação<br />
desse novo conceito. Conheça.<br />
CIESP<br />
10| Refrigerantes Jaboti e Rodocap<br />
são os novos associados da<br />
instituição. Sejam bem-vindos.<br />
Comércio<br />
29| Copa do Mundo parou o País e<br />
vendas despencaram em pelo<br />
menos 25%, diz pesquisa.<br />
Antigomobilismo<br />
33| Milton Pirolla vendeu seu pé-debode<br />
para o cantor Daniel e diz o<br />
que é restaurar um carro antigo.<br />
SinHoRes<br />
52| Pizzaria de Araraquara chega<br />
em quarto lugar na Copa Brasil<br />
de Pizzarias em São Paulo.<br />
Eis o lugar onde funcionava a Nova Moto<br />
A região do Melhado vive problemas<br />
relacionados a prédios abandonados.<br />
Um dos que tem gerado diversas<br />
reclamações é onde funcionava<br />
a Novamoto. Para averiguar as<br />
reclamações, o vereador Elton Negrini<br />
(PSDB) esteve no local. Ao chegar, se<br />
deparou com um lugar destruído e<br />
com muito lixo, onde pessoas usam<br />
para dormir e fazer suas necessidades<br />
fisiológicas. Viu pessoas vivendo em<br />
situação de extrema falta de higiene e de<br />
estrutura, além de risco social e sanitário.<br />
Ninguém da prefeitura passou por lá.<br />
Elton Negrini pede providências urgentes<br />
em nome dos moradores do bairro<br />
Hora imprópria<br />
Não é preciso ir muito longe para<br />
se observar o desleixo da CPFL com<br />
a cidade. Se antes, qualquer serviço<br />
na rede era levado para o final de<br />
semana, agora por conta de horasextras<br />
dos funcionários, a companhia<br />
busca fazer de segunda a sextafeira.<br />
Pede suporte para a Guarda<br />
Municipal, coloca os cones no meio<br />
da rua e seja lá o que Deus quiser. Na<br />
Avenida 36 tem sido assim e pouco<br />
importa se é hora de pico. Ela quer<br />
resolver o problema dela e a cidade<br />
que se dane...<br />
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DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
AGRONEGÓCIO<br />
Dia do Agricultor<br />
GRANDES BANDAS<br />
Eternamente The Snakes<br />
por: Sônia Maria Marques<br />
201 anos e o cuidado que<br />
devemos ter no futuro<br />
Os dados do Firjan divulgados em julho podem ser<br />
considerados preocupantes para a nossa cidade. É verdade<br />
que a crise econômica, que teve início em 2014 e causou<br />
forte recessão no país, fez com que o nível socioeconômico<br />
das cidades brasileiras retrocedesse três anos. Embora os<br />
números sejam de 2016, acreditamos que pouco ou quase<br />
nada mudou, ao contrário, há setores em que existe enorme<br />
desequilíbrio econômico e o Brasil terá que percorrer longo<br />
caminho para resgatar a confiança.<br />
Canasol<br />
55<br />
Entre os homenageados estava o<br />
associado do Sindicato Rural de<br />
Araraquara, Aldo Rapatoni.<br />
68| Associado Sérgio Luíz Bortolozzo<br />
assume presidência da Federação<br />
da Agricultura no Piauí.<br />
77<br />
Vilcides Pedro traz de volta a<br />
emoção ao narrar a trajetória do<br />
grupo nos anos 60.<br />
Sérgio Sanches<br />
74| Ele estreia com a coluna<br />
Assunto Música, lembrando a<br />
Abbey Road e os Beatles.<br />
Marcelo Barbieri lança biografia<br />
Na comparação com 2015, as áreas de Educação e Saúde<br />
tiveram o menor avanço da última década, juntando-se as<br />
perdas do mercado de trabalho nos últimos anos. Assim,<br />
Araraquara não poderia ser diferente de outros municípios e<br />
vem apresentando resultado de nível historicamente baixo.<br />
Olhamos a cidade em seus 201 anos de vida com<br />
apreensão, pois dentro dela existe mais insegurança que<br />
estabilidade econômica; e, se a estudarmos sem tanta<br />
paixão, veremos que a sua crise é tão severa que mesmo<br />
que o IFDM Emprego e Renda cresça nos próximos anos com<br />
variação média de 1,5% - taxa média do indicador entre<br />
2009 e 2012 – ele só alcançará o nível de 2013 em 2027,<br />
o que aponta que a recessão custou mais de uma década<br />
de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal dos<br />
municípios. Mas parabéns Araraquara pelos 201 anos e<br />
vamos torcer para que a cidade tenha um futuro promissor.<br />
Foi lançado em julho no<br />
Salão Nobre da Câmara<br />
Federal, em Brasília, o livro<br />
“Marcelo Barbieri: lutas<br />
e conquistas na política<br />
brasileira”, escrito pela<br />
jornalista Fernanda Stella<br />
Cavicchia. A publicação<br />
conta os mais de 40 anos<br />
de atuação pública do<br />
ex-prefeito de Araraquara,<br />
hoje subchefe de Assuntos<br />
Federativos da Secretaria<br />
de Governo da Presidência<br />
da República.<br />
A autora diz que<br />
o livro ao narrar a<br />
história do político,<br />
reconstrói o processo de<br />
redemocratização do<br />
Brasil e a participação<br />
dele no movimento<br />
estudantil no combate à<br />
ditadura militar. Relata<br />
também, a formação e<br />
o desenvolvimento do<br />
maior partido do país: o<br />
MDB, além de abordar as<br />
atividades do Congresso<br />
Nacional durante os 14<br />
anos de atuação como<br />
deputado federal. Tendo<br />
como um dos cenários o<br />
município de Araraquara,<br />
a biografia apresenta,<br />
ainda, a vida e o progresso<br />
do interior paulista, a partir<br />
das conquistas políticas<br />
e econômicas da nossa<br />
cidade.<br />
Izadora,<br />
Caio e<br />
Matheus<br />
Barbieri,<br />
deputado<br />
federal<br />
Baleia Rossi,<br />
Marcelo, Zi<br />
e Fernanda<br />
Diretor Editorial: Ivan Roberto Peroni<br />
Supervisora Editorial: Sônia Marques<br />
Editor: Nádia Salmeron<br />
Design: Bete Campos e Érica Menezes<br />
PARA ANUNCIAR: (16) 3336 4433<br />
Tiragem: 5 mil exemplares<br />
Impressão: Grafinew - (16) 3322-6131<br />
A Revista Comércio, Indústria e Agronegócio<br />
é distribuida gratuitamente em Araraquara e região<br />
Portal <strong>RCIA</strong>RARAQUARA.COM<br />
* COORDENAÇÃO, <strong>ED</strong>ITORAÇÃO, R<strong>ED</strong>AÇÃO E PUBLICIDADE<br />
Atendimento: (16) 3336 4433<br />
Rua Tupi, 245 - Centro<br />
Araraquara/SP - CEP: 14801-307<br />
marzo@marzo.com.br<br />
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De olho no mercado,<br />
empresas se unem ao Ciesp<br />
Refrigerantes Jaboti e Rodocap são os novos associados da instituição<br />
Jaboti/Grupo Palazzo - Uma das marcas de refrigerante<br />
mais conhecida do interior de São Paulo,<br />
a Jaboti é um dos novos associados do Centro<br />
das Indústrias do Estado de São Paulo – Regional<br />
Araraquara (Ciesp). Famoso por seu sabor, o rótulo<br />
integra o grande portfólio de produtos do Grupo Palazzo,<br />
indústria de Jaboticabal-SP.<br />
Sempre evoluindo em sintonia com o mercado<br />
e os desejos do consumidor, a Jaboti e o Grupo<br />
Palazzo prezam por linhas de produção com rigorosos<br />
controles de qualidade. Esta preocupação<br />
leva até os clientes bebidas de altíssimo padrão.<br />
Atualmente, o grupo produz 11 milhões de litros<br />
de bebidas por mês, em um parque industrial de<br />
90.000 m². Toda essa estrutura leva os produtos<br />
Palazzo para todo o Brasil e, ao lado do Ciesp, o<br />
objetivo é crescer ainda mais. Contato: www.refrigerantesjaboti.com.br.<br />
Rodocap - Concessionária com matriz instalada<br />
em Araraquara e na ativa desde 1997, a<br />
Rodocap é distribuidora exclusiva da Randon,<br />
trabalhando com implementos rodoviários, carrocerias<br />
e equipamentos para retroescavadeiras,<br />
caminhões e máquinas.<br />
A empresa também é um dos novos associados<br />
Ciesp e pretente ampliar seu mercado. Posicionada<br />
estrategicamente no centro do estado,<br />
a concessionária, inclusive, auxiliou na implantação<br />
da fábrica da Randon na Morada do Sol.<br />
Preparada para atender a todas as necessidades<br />
dos clientes na área de produtos, consórcios,<br />
peças e serviços, a empresa vislumbra<br />
avanços significativos nos próximos anos e, ao<br />
lado do Ciesp, pretende se fortalecer ainda mais<br />
como referência dentro do seu setor de atuação.<br />
Contato: www.rodocap.com.br.<br />
EVENTOS CIESP<br />
O Centro das Indústrias do Estado de São Paulo –<br />
Regional Araraquara (Ciesp) promove, em agosto e<br />
setembro, diversas atividades para seus associados<br />
e também para não associados. Confira a programação<br />
de eventos e participe!<br />
<strong>AGOSTO</strong><br />
15 e 16/08 – Treinamento MASP em 8<br />
disciplinas I e II<br />
Horário: das 18 às 22 horas<br />
Local: Coworking Araraquara<br />
SETEMBRO<br />
13/09 – Treinamento Práticas de Liderança<br />
para Equipes do Chão de Fábrica<br />
Horário: das 18 às 22 horas<br />
Local: Coworking Araraquara<br />
26 e 27/09 –Treinamento Kaizen - Melhoria<br />
Contínua na Empresa e na Vida I e II<br />
Horário: das 18 às 22 horas<br />
Local: Coworking Araraquara<br />
Para consultar valores e participar das atividades,<br />
entre em contato com o Ciesp pelo e-mail<br />
eventos@ciespara.com.br ou pelo telefone<br />
(16) 3322-1339. Outras informações estão<br />
disponíveis no site www.ciesp.com.br/araraquara.<br />
SAVE THE DATE - Rodada de Negócios <strong>2018</strong><br />
Em novembro, o Ciesp Araraquara promoverá a<br />
Rodada de Negócios <strong>2018</strong>. Será um dia repleto de<br />
contatos e networking, que tem como objetivo principal<br />
fomentar os negócios entre as empresas. Em<br />
breve, data e local da iniciativa serão divulgadas.<br />
16 3322 1339<br />
16 3322 7823<br />
ciesp.com.br/araraquara<br />
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facebook.com/ciespararaquara<br />
instagram.com/ciespararaquara<br />
linkedin.com/company/ciesp-araraquara<br />
ARARAQUARA
<strong>ED</strong>ITORIAL<br />
por: Ivan Roberto Peroni<br />
No cenário da minha cidade, o São Geraldo<br />
também é o retrato das praças abandonadas<br />
Seis horas da tarde. Havia já um bom tempo que eu não parava pelos lados da pastelaria no São<br />
Geraldo, na Rua 7 (Itália) bem em direção da igreja; olhando para cima, o Posto Vila Rica e pelas<br />
minhas contas uns dois bares - do Jacintho e do antigo Gavião, sem contar o empório do ‘seo’<br />
Antônio Medeiros logo na esquina. Conto isso, porque há décadas não ouvia o badalar dos sinos em<br />
uma igreja e tão pouco o som de uma Ave Maria anunciando o começo da noite.<br />
Mas as coisas mudaram muito.<br />
‘Seo Antônio’, pai do Takao que<br />
tem a pastelaria na Alameda<br />
Paulista já faleceu e hoje vejo o<br />
neto dele no caixa; o Vila Rica<br />
já não é do Antonio Narcizo<br />
Donato, o Bar do Gavião migrou<br />
para a Avenida 36, o Bar do<br />
Zelão que também morreu,<br />
se transformou em quitanda<br />
e o ‘seo Antônio Medeiros’ do<br />
empório, baixou as portas e eu<br />
nunca mais soube dele.<br />
Mas o santo, São Geraldo,<br />
um aprendiz de alfaiate que a<br />
partir do século XVII passou a<br />
ser o protetor das grávidas, ali<br />
está, impávido e colosso numa<br />
espécie de redoma, com o<br />
relógio acima da sua cabeça e<br />
a caveira nos pés, a olhar quem<br />
sabe, as coisas que acontecem<br />
no bairro e os segredos dos<br />
confessionários.<br />
Saudosismo a parte, a economia nos diz que é um bairro de<br />
aposentados e que um certo dia por força da fidelidade dos<br />
moradores, elegeu vereador Waldemar De Santi e anos mais tarde,<br />
prefeito por três vezes desta cidade. Isso também mudou: velhos<br />
eleitores já morreram, filhos e netos já não se casam com pessoas<br />
do mesmo bairro e na rota da miscigenação, o São Geraldo com o<br />
tempo, foi perdendo um pouco das suas linhas conservadoras.<br />
Dizer que o São Geraldo de todo tornou-se um bairro moderno,<br />
atraente, nem pensar. Sem o cheiro das indústrias e um comércio<br />
que se reduz a contar com clientes tradicionais, ele pouco ou quase<br />
nada tem a oferecer a não ser a Paz. Se era um bairro que tinha<br />
a severidade do padre Armando, espécie de xerife a espantar os<br />
desocupados da praça e atendente a qualquer hora para dar a<br />
extremunção aos moradores, não dá mais pra tê-lo com a mesma<br />
forma que eu conheci. Olhar para a praça é vê-la imunda, na mistura<br />
de mato e poucas plantas. Figueiras que serviam em seu dorso para<br />
assinaturas desencontradas feitas por corações flechados, delas não<br />
se cuidaram. Morrem aos poucos, velhas é lógico.<br />
Seis da tarde, dispara o sino, toca a Ave Maria e confesso no mesmo<br />
jeito estiloso do padre Armando dentro daquele cenário desfalecido<br />
e de calmaria: “A música parece chorar pelo mundo que estamos<br />
vivendo de tão linda que é”. Só agradeço a Deus por ter me dado<br />
esse lugar pra minha infância.<br />
11|
OLHANDO PARA O FUTURO<br />
Colégio Interativo inaugura novo prédio<br />
para expansão dos seus projetos<br />
Sustentabilidade, acessibilidade e maior acolhimento ao aluno são alguns dos<br />
conceitos presentes no novo edifício.<br />
Com o intuito de melhorar a qualidade<br />
de ensino para os seus alunos,<br />
o Colégio Interativo Araraquara<br />
inaugurou, no dia 28 de julho, suas<br />
novas instalações. O novo espaço, localizado<br />
na Avenida Arquiteto Walter<br />
Logatti, número 894, no Jardim Higienópolis,<br />
fica próximo ao endereço antigo,<br />
o que facilita o deslocamento e<br />
não altera muito a rotina dos alunos.<br />
De acordo com a diretora, Fabiana<br />
Furlan Bazaca Campanini, a mudança<br />
foi motivada em virtude da necessidade<br />
de melhorar a qualidade<br />
de ensino. “Nosso foco é na melhoria<br />
da qualidade de ensino da escola.<br />
Estamos melhorando as instalações<br />
para os alunos para que o aprendizado<br />
seja melhor. Os recursos físicos<br />
influenciam na qualidade de uma boa<br />
aula”, enfatiza.<br />
Com estrutura mais moderna, o<br />
novo espaço conta com diferenciais<br />
como a adequação às normas de<br />
acessibilidade; melhor estruturação<br />
dos espaços de lazer, esporte e convivência;<br />
maior distribuição e organização<br />
de recursos e salas de aulas<br />
com tamanho ampliado.<br />
“Quero que meus alunos aprendam<br />
felizes, como um todo. Minha<br />
motivação de trabalho é essa. E essa<br />
felicidade tem vários pontos. O aluno<br />
precisa estar satisfeito, tem que estar<br />
Alexandre e Adriana Figueiredo, donos do<br />
imóvel, durante a cerimônia de inauguração<br />
animado na parte motivacional, com<br />
aulas bem preparadas, com espaço<br />
físico adequado e agradável, que é<br />
algo que interfere na aprendizagem”,<br />
declara Fabiana.<br />
Além disso, ela ressalta a preocupação<br />
com a socialização e com o<br />
respeito mútuo entre alunos, funcionário<br />
e professores. “Todos têm que<br />
ser respeitados”, ressalta Fabiana.<br />
Descerramento<br />
da placa<br />
|12
ACESSIBILIDADE<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
Entrada da Escola<br />
A inclusão das pessoas portadoras<br />
de deficiências também é uma<br />
preocupação do Interativo.<br />
Pensando nisso, o novo espaço<br />
foi totalmente adequado junto às<br />
normas de acessibilidade. O prédio<br />
possui elevador especial para cadeirantes,<br />
piso tátil, placas e sinalização<br />
em Braille e banheiros exclusivos para<br />
atender necessidades específicas.<br />
Seguindo as atuais tendências<br />
de sustentabilidade e preocupação<br />
com o meio ambiente, o novo prédio<br />
possui em seu subsolo um reservatório<br />
desenvolvido para coletar água<br />
de chuva. A água armazenada será<br />
utilizada para realizar serviços e necessidades<br />
como: descargas, limpeza<br />
da quadra de esportes, irrigação de<br />
áreas verdes, entre outras funções,<br />
reaproveitando a utilização do recurso<br />
natural.<br />
Além disso, outras medidas foram<br />
pensadas de acordo com o viés ecológico,<br />
como a priorização da iluminação<br />
solar na quadra de esportes e a<br />
inclusão de espaços verdes na área<br />
de lazer da escola.<br />
Espaço “Goumet”<br />
ACOLHIMENTO<br />
“O acolhimento é muito importante.<br />
O aluno e a família têm que se<br />
sentir seguros e acolhidos, sempre.<br />
Na minha gestão, uma das preocupações<br />
é que a família se sinta muito<br />
à vontade com a direção e com<br />
todos os funcionários. Eu não gosto<br />
de manter distância. Estou sempre<br />
à disposição e não é preciso marcar<br />
horário. A escola e a família têm que<br />
caminhar juntas”, ressalta Fabiana,<br />
com entusiasmo.<br />
Seguindo essa diretriz e com a<br />
intenção de que os alunos se sintam<br />
confortáveis e “em casa”, a nova instalação<br />
do Interativo conta também<br />
com ambientes funcionais, como o<br />
“Espaço Gourmet”.<br />
No local, há uma minicozinha,<br />
com micro-ondas, pia e geladeira,<br />
disponibilizada para que os alunos<br />
organizem e tenham autonomia para<br />
realizarem suas refeições, se optarem<br />
por trazê-las de casa. Oferece<br />
também uma cantina, com opções<br />
de refeições completas e saudáveis,<br />
coordenado por nutricionista.<br />
“Isso faz parte da questão do<br />
aluno se sentir bem, se sentir “em<br />
casa”. Quanto mais você confia no<br />
aluno, mais o aluno te devolve essa<br />
Sala de Informática<br />
INTERATIVO<br />
confiança”, enfatiza a Diretora.<br />
O Curso e Colégio Interativo nasceu<br />
em 1998 em São Carlos, com<br />
uma proposta de ensino diferente e<br />
professores apaixonados pela arte de<br />
educar. Em 2004, Araraquara ganha<br />
uma unidade do colégio, dando um<br />
importante passo em sua história.<br />
São quase 15 anos de história somente<br />
em Araraquara, em uma trajetória<br />
de sucesso e com uma perspectiva<br />
única de aprendizado, atendendo<br />
desde o Ensino Fundamental (1º ao 9º<br />
ano) até o Ensino Médio (1ª a 3ª série).<br />
Com ótimos materiais de estudo,<br />
como o “Ser” e o “Pierre de Fermat” –<br />
apostilado construído pelos próprios<br />
professores - o Interativo se destaca<br />
pela qualidade e preparação de seus<br />
alunos para o vestibular. “Nossa intenção<br />
é que eles passem direto, sem<br />
necessidade de fazer cursinho”, ressalta<br />
Fabiana.<br />
Projetos como a gincana “Interaginca”<br />
e a feira de conhecimentos<br />
“Interafec” também fazem parte do<br />
escopo da escola, que está sempre<br />
disponível para visitação.<br />
Laboratório de Ciências Sala de alfabetização Brinquedoteca<br />
13|
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OLHANDO PARA O FUTURO<br />
DOCUMENTO<br />
PESQUISA<br />
Dados do Índice Firjan assustam<br />
uma velha senhora de 201 anos<br />
Números do último levantamento feito pela Firjan mostram que Araraquara caiu<br />
da 50º para a 76º posição, em nível nacional. Mas o que isso realmente quer dizer?<br />
Aponta que é hora de olhar para onde estamos caminhando.<br />
Agosto, 22, aniversário da nossa<br />
cidade. São 201 anos de história e<br />
de desenvolvimento de uma área produtiva<br />
bem no centro do Estado de<br />
São Paulo. Temos muitas conquistas<br />
a celebrar, apesar da cidade ter perdido<br />
posições no recente levantamento<br />
do Índice Firjan de Desenvolvimento<br />
Municipal.<br />
Araraquara ficou na 46ª posição<br />
no âmbito estadual e 76ª no nacional,<br />
dentre as mais de 5 mil cidades analisadas<br />
pelo indicador. Embora os resultados<br />
tenham sido lançados agora,<br />
os dados remetem ao ano de 2016,<br />
data base da realização da pesquisa.<br />
“Diante dos números publicados,<br />
é notório que a cidade perdeu espaço<br />
no cenário nacional e estadual.<br />
Estamos trabalhando firmemente<br />
para mudar essa realidade. Temos<br />
confiança que, em breve, vamos<br />
recuperar a qualidade das políticas<br />
públicas e retomaremos a posição de<br />
destaque novamente tanto no cenário<br />
estadual, como nacional”, é o que<br />
afirma o prefeito Edinho Silva.<br />
De certa forma, a pesquisa nos<br />
faz olhar para um passado não muito<br />
distante. Mas, se quisermos melhorar<br />
esses indicadores, é preciso “arregaçar<br />
as mangas” e começar a planejar<br />
a cidade que queremos, pensando a<br />
muito longo prazo, no futuro.<br />
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />
15|
Posições da cidade de Araraquara em todas as edições do ìndice Firjan de Desenvolvimento Municipal<br />
|16<br />
ÍNDICE FIRJAN<br />
Ferramenta de referência para o<br />
acompanhamento do desenvolvimento<br />
socioeconômico dos municípios<br />
brasileiros, o índice Firjan foi criado<br />
em 2008 e é um indicador composto<br />
que acompanha três áreas do desenvolvimento<br />
humano: Emprego &<br />
Renda, Educação e Saúde, sempre<br />
utilizando como base as estatísticas<br />
públicas oficiais. Sua leitura é simples:<br />
o índice varia de 0 a 1, sendo<br />
que, quanto mais próximo de 1, maior<br />
o desenvolvimento da localidade.<br />
De acordo com Cláudio César de<br />
Paiva, professor e pesquisador do Departamento<br />
de Economia da Unesp e<br />
atualmente Diretor da Faculdade de<br />
Ciências e Letras da Unesp – Araraquara<br />
e também Vice-Presidente do<br />
Conselho Municipal de Planejamento<br />
e Política Urbana Ambiental de Araraquara,<br />
é preciso olhar para os indicadores<br />
de uma forma mais ampla e entender<br />
como a pesquisa é realizada.<br />
“A leitura dos dados da Firjan precisa<br />
ser feita com cautela. É necessário fazer<br />
uma leitura para além dos dados”,<br />
ressalta o professor.<br />
Apesar de ser uma ferramenta<br />
de análise, Cláudio ressalta que o<br />
índice Firjan não consegue abarcar<br />
todas as variáveis que influenciam<br />
no desenvolvimento econômico de<br />
uma cidade. No caso da saúde, por<br />
exemplo, apenas quatro variáveis são<br />
observadas na pesquisa: proporção<br />
de atendimento adequado de pré-natal,<br />
óbitos por causas mal definidas,<br />
óbitos infantis por causas evitáveis e<br />
internação sensível à atenção básica<br />
– uma pequena amostra, comparada<br />
à complexidade da área da saúde. Por<br />
isso, não deve ser utilizado como um<br />
índice definitivo, mas como uma ferramenta<br />
de avaliação, de prospecção.<br />
Ao observar os dados do indicador<br />
Emprego & Renda, o professor<br />
explica que foram esses números que<br />
“puxaram” a nota de Araraquara para<br />
baixo. A queda começa em 2013<br />
(ano das manifestações políticas)<br />
com pontuação de 0,7986; cai para<br />
0,7373 em 2014; chega a seu nível<br />
mais baixo em 2015 com 0,6318 e<br />
tem leve recuperação em 2016 com<br />
0,6465. O mesmo ocorreu com a<br />
maioria dos municípios analisados.<br />
‘<br />
De acordo com os<br />
resultados finais da<br />
Firjan, a crise econômica<br />
custou três anos ao<br />
desenvolvimento dos<br />
municípios e mais de<br />
uma década ao mercado<br />
de trabalho.<br />
‘<br />
A forte recessão que o Brasil passou<br />
nos últimos anos influenciou o<br />
mercado de trabalho. Entre 2015 e<br />
2016 foram fechados quase 3 milhões<br />
de postos de trabalho formais<br />
no país, sendo esse o fator decisivo<br />
para interromper a trajetória de desenvolvimento<br />
socioeconômico dos<br />
municípios.<br />
“Os dados na verdade apontam<br />
para um grande desafio”, enfatiza<br />
Cláudio. Ele ressalta a necessidade<br />
de olhar para os indicadores e usar<br />
essas informações para se pensar<br />
no futuro da cidade. “É preciso voltar<br />
a planejar, mas esse planejamento<br />
tem que ser a longo prazo. Nós pecamos<br />
em não pensar, não planejar, e a<br />
construção deste planejamento precisa<br />
ser coletiva. Não devemos olhar<br />
somente para o retrovisor”, salienta.<br />
CIDADE DO FUTURO<br />
Para o pesquisador, nem retrovisores<br />
a cidade do futuro deveria ter,<br />
pois metrópoles internacionais como<br />
Madri, Paris, Londres, Hamburgo, Helsinki,<br />
Nova Iorque, entre outras, estão<br />
abolindo a utilização de carros. Algumas<br />
delas já proibiram a circulação<br />
dos veículos no centro da cidade. Ele<br />
explica que “a tendência internacio-
nal é projetar a mobilidade urbana<br />
sem o uso de carros, com foco no pedestre,<br />
ciclista e transporte público”.<br />
A mobilidade urbana é um entrave e<br />
um problema das grandes cidades,<br />
gerando consequências, como por<br />
exemplo, poluição e aumento de acidentes.<br />
Outro ponto levantado por Cláudio<br />
é o aumento da expectativa de<br />
vida da sociedade, que vem subindo.<br />
No final de julho, o IBGE divulgou estudo<br />
que afirma que a longevidade<br />
dos brasileiros atingiu a maior média<br />
da história: 76 anos. Um salto de 22<br />
Professor Cláudio<br />
Paiva enfatiza<br />
os principais<br />
conceitos de<br />
uma cidade<br />
ideal: integrada,<br />
policêntrica e<br />
compacta.<br />
Índice Firjan de<br />
Desenvolvimento<br />
Municipal em<br />
sua versão<br />
consolidada,<br />
mostrando a<br />
evolução da nota<br />
geral atribuída a<br />
Araraquara nos<br />
últimos anos.<br />
anos em relação ao registrado na<br />
década de 1960. Ainda de acordo<br />
com o IBGE, o Brasil atingiu a marca<br />
de 208,4 milhões de habitantes em<br />
<strong>2018</strong>, e até 2060, a população com<br />
mais de 60 anos mais que dobrará<br />
de tamanho, devendo atingir 32,1%<br />
do total de habitantes – atualmente<br />
ela representa 13,44%. “As cidades<br />
não estão preparadas para essa faixa<br />
etária”, ressalta o pesquisador.<br />
17|
Evolução e projeção do IFDM Emprego & Renda. O ano de 2012 foi o período de maior crescimento da vertente na hitória da pesquisa.<br />
Entretanto, a crise econômica foi tão severa que custou mais de uma década de desenvolvimento para o mercado de trabalho formal<br />
dos municípios. Se mantiver o crescimento médio de 1,5% ao ano, o país alcançará o nível de 2013 apenas em 2027.<br />
Além da mobilidade urbana ativa<br />
e da faixa etária da população, é<br />
preciso levar em consideração uma<br />
série de fatores no planejamento<br />
das cidades. “A cidade precisa ser<br />
integrada, policêntrica e compacta”,<br />
aponta Cláudio.<br />
Policêntrica, no sentido de não<br />
existir apenas um “centro da cidade”,<br />
mas de cada bairro dar aos habitantes<br />
a possibilidade de resolução de<br />
suas necessidades, sem precisar se<br />
deslocar para outras regiões. Integrada,<br />
no intento de estar adaptada ao<br />
grupo ou sociedade de que faz parte,<br />
com maior inclusão social, mais acessível<br />
e inclusiva a deficientes físicos,<br />
com maior diversidade de pessoas<br />
e menores desigualdades, como de<br />
raça, classe e inclusive de gêneros.<br />
Compacta, no intuito de não expandir<br />
criando bairros isolados, não segregar<br />
os habitantes, mas sim de<br />
utilizar os espaços. “Um quarto do<br />
espaço de Araraquara é vazio urbano,<br />
com grandes áreas desocupadas”,<br />
afirma Cláudio.<br />
As transformações culturais e<br />
tendências crescem. Sustentabilidade,<br />
diversidade, economia compartilhada<br />
e tecnologias como a “internet<br />
das coisas”, tudo isso influencia no<br />
planejamento das cidades do futuro.<br />
“Mas a revolução pode começar com<br />
a construção de uma simples calçada”,<br />
finaliza o pesquisador.<br />
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TRILHOS DO AMANHÃ<br />
Senhor, até quando?<br />
Entra prefeito, sai prefeito, entra deputado, sai deputado e a retirada dos trilhos<br />
não acontece. E na verdade, quando se planeja uma cidade do futuro, o passado<br />
atrapalha, pois ele ainda interfere no cotidiano e na mobilidade urbana.<br />
Por quase um século, a ferrovia<br />
foi o principal meio de transporte de<br />
passageiros e de carga em Araraquara.<br />
De certa maneira, foi sua ligação<br />
com o mundo. Acompanhando a expansão<br />
cafeeira no final do século XIX<br />
e com o intuito de escoar a produção<br />
dos grãos, os fazendeiros da região<br />
araraquarense construíram uma nova<br />
estrada – a Estrada de Ferro Araraquara<br />
(EFA).<br />
Primeiro como uma companhia<br />
privada, depois estatizada pelo estado<br />
de São Paulo, os trilhos da antiga<br />
EFA serviam de escoadouro da imensa<br />
produção agrícola das regiões de<br />
Catanduva, São José do Rio Preto,<br />
Votuporanga, Fernandópolis, entre<br />
outras cidades.<br />
Entretanto, os tempos mudaram.<br />
O sistema de transporte também se<br />
modificou. A cidade cresceu. E hoje os<br />
trilhos da antiga EFA estão inseridos<br />
bem no centro da cidade.<br />
Exatamente os mesmos trilhos<br />
que promoveram o desenvolvimento<br />
da região, agora são motivo de entrave,<br />
principalmente com relação à<br />
mobilidade urbana e à segregação socioespacial<br />
da cidade. Como aproveitar<br />
o melhor que eles têm a oferecer,<br />
sem perder a tradição com a ferrovia?<br />
Como pensar uma cidade do futuro<br />
sem pensar na questão da mobilidade<br />
urbana? “A solução é aproveitar<br />
racionalmente essa área”, é o que<br />
afirma Elias Chediek Neto, ferroviário<br />
aposentado, que foi responsável pela<br />
manutenção da via permanente e da<br />
chefia de transportes e circulação da<br />
EFA – Estrada de Ferro Araraquara,<br />
atualmente vereador na cidade.<br />
PARQUE DOS TRILHOS<br />
A proposta do Parque dos Trilhos<br />
surgiu para suprir a necessidade de<br />
uma região de potencial em Araraquara.<br />
Previsto como “CEU” – Corredor<br />
Estrutural de Urbanidade no Plano Diretor<br />
de Araraquara de 2014, a área<br />
é vista como de grande importância<br />
para o desenvolvimento da cidade.<br />
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />
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MAPA DAS<br />
VOCAÇÕES<br />
PARQUE DOS<br />
TRILHOS<br />
SETORIZAÇÃO / VOCAÇÃO<br />
Unidade de Vizinhança<br />
Cidade Jurídica<br />
Centro Esportivo - Araraquara Olímpica<br />
Centro Cívico e Tecnológico<br />
Centro Cultural e Educacional<br />
Centro Gastronômico e de Economia Criativa<br />
Centro de Atividades Voltadas para os Idosos<br />
municipais e tiveram como objetivo a<br />
geração de imagens tridimensionais<br />
eletrônicas para divulgação e incentivo<br />
do debate público. Já esta proposta<br />
foi desenvolvida no final de 2016,<br />
pela Secretaria de Desenvolvimento<br />
Urbano e por uma Comissão Especial<br />
de Estudos da Câmara Municipal.<br />
A proposta do estudo é trabalhar<br />
as áreas do Parque dos Trilhos, por<br />
vocações, aproveitando o próprio<br />
potencial de cada uma e utilizar os<br />
trilhos para a instalação do VLT – Veículo<br />
Leve sobre Trilhos, com estações<br />
pré-determinadas distribuídas por<br />
toda a malha – desde o Pinheirinho<br />
até a Randon. Seriam aproximadamente<br />
14 km de trajetória, que com<br />
uma velocidade média de 40 km por<br />
hora, seriam percorridos em 23 minutos<br />
(parando em todos os pontos).<br />
E cada estação daria acesso a terminais<br />
de ônibus.<br />
Sobre a implantação do projeto,<br />
Chediek se mostra otimista. “No nosso<br />
caso, temos a faixa de domínio, os<br />
trilhos e temos essa facilidade da malha<br />
já estar no centro da cidade. [...]<br />
Para nós, inclusive, seria bem mais<br />
barato porque não precisamos desapropriar<br />
nada ou fazer linhas, apenas<br />
adaptar as linhas que já temos. Só falta<br />
o veículo, adaptar algumas coisas<br />
e melhorar a ideia das estações da<br />
cidade”, ressalta o vereador.<br />
A ideia a princípio é atender a cidade<br />
de Araraquara, mas futuramente o<br />
projeto poderia ser ampliado também<br />
para as cidades da região.<br />
VOCAÇÕES DA CIDADE<br />
Descrevemos a seguir cada uma<br />
das áreas que compõem o mapa das<br />
vocações do Parque dos Trilhos.<br />
Azul claro - Unidade de Vizinhança<br />
Engloba também questões como:<br />
a necessidade de criação de novas<br />
conexões entre trechos da cidade; a<br />
criação de um parque central e consequente<br />
benefício para os moradores;<br />
a reativação ou reutilização de<br />
áreas que sofrem com abandono e<br />
também a oportunidade da integração<br />
de transporte intermodal.<br />
Alguns estudos preliminares sobre<br />
o assunto foram apresentados em<br />
2012, durante o processo de eleições<br />
Devido ao seu formato, estreito e longo,<br />
esta área verde tem vocação para<br />
ser um local de lazer e convivência<br />
pública, com a implantação de equipamentos<br />
de lazer e atividades ao ar<br />
livre. A ideia é melhorar a qualidade<br />
de vida dos moradores.<br />
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Cinza – Cidade Jurídica<br />
Esta região, por ter grande área,<br />
seria destinada à implantação da<br />
Cidade Judiciária, constituída pelos<br />
órgãos do Poder Judiciário com melhoria<br />
de comunicação entre todas as<br />
instâncias.<br />
Rosa – Centro Esportivo –<br />
Araraquara Olímpica<br />
Por estar em um eixo de equipamentos<br />
esportivos como, por exemplo,<br />
o Gigantão, Arena da Fonte, a<br />
Secretaria de Esporte e Lazer e a<br />
Praça Scalamandré Sobrinho, a região<br />
se mostra inclinada para a vocação<br />
aos esportes. Para essa área foi<br />
pensada a implantação da Secretaria<br />
do Esporte e a Secretaria da Saúde.<br />
Aliado a isso, temos uma demanda<br />
de serviços hoteleiros que, na época<br />
dos jogos regionais e estudantis, não<br />
são suportados pelos hotéis já existentes,<br />
se tornando assim uma área<br />
interessante para o desenvolvimento<br />
destes serviços.<br />
Verde – Centro Cívico e Tecnológico<br />
Por ser uma área central na cidade,<br />
é cotada como bom lugar para a<br />
mudança do Centro Administrativo da<br />
cidade. Neste local seriam transferidos<br />
o Paço Municipal e a Câmara Municipal.<br />
Abrigaria também o Polo de<br />
Inovação Tecnológica, local pensado<br />
para incubação e desenvolvimento de<br />
projetos inovadores. Além disso, um<br />
dos motivos que afirmam a vocação<br />
do Centro Cívico, é evitar que com a<br />
mudança, exista o êxodo do centro<br />
urbano atual.<br />
Amarelo – Centro de Cultura e<br />
Educação<br />
Aproveitando a existência do Museu<br />
Ferroviário e da Escola Municipal<br />
de Dança Iracema Nogueira, nesta<br />
área a proposta é a implantação da<br />
Secretaria da Cultura, fazendo eixo<br />
com a já existente Secretaria da Educação.<br />
A Feira Noturna permaneceria<br />
no local, entendida como ferramenta<br />
importante para manter o reavivamento<br />
desta área. A Coordenadoria<br />
de Turismo também seria instalada,<br />
com previsão de trens turísticos saindo<br />
da estação, dando assim suporte<br />
e reafirmando vocação educacional,<br />
cultural e histórica da região.<br />
Laranja – Centro Gastronômico e de<br />
Economia Criativa<br />
A área, onde hoje se encontra a<br />
CEAGESP, possui grande potencial<br />
histórico e cultural em seu entorno,<br />
devido a sua localização central e<br />
ao tamanho do lote, no entanto é<br />
entendida como um grande vazio se<br />
for desocupada futuramente. Pensando<br />
nisso, a proposta é a criação<br />
de um Centro Gastronômico, juntamente<br />
com uma Escola de Capacitação<br />
Técnica voltada à gastronomia.<br />
O projeto pretende atrair a atividade<br />
turística, gerar empregos e aumentar<br />
a permanência no fluxo de pessoas<br />
e atividades na área. A Secretaria da<br />
Agricultura seria instalada no setor<br />
juntamente com uma área para desenvolvimento<br />
de Economia Criativa.<br />
Roxo - Centro de Atividades com<br />
Idosos<br />
Com o aumento da expectativa de<br />
vida e crescimento da população de<br />
idosos, a cidade carece de um espaço<br />
voltado para assistência e lazer dessa<br />
faixa etária. Neste local, onde há<br />
uma grande concentração dos idosos<br />
da cidade, duas secretarias seriam<br />
implantadas: a Secretaria de Desenvolvimento<br />
Social e o Fundo Social.<br />
OLHANDO PARA O FUTURO<br />
O trânsito e o transporte público<br />
de Araraquara estão problemáticos.<br />
E com o crescimento acelerado da cidade,<br />
a tendência é piorar. Soluções<br />
paliativas não resolvem o problema a<br />
longo prazo, além de gerar altos custos.<br />
Neste caso, o VLT se apresenta<br />
como uma alternativa que aproveitaria<br />
o leito ferroviário já existente.<br />
Entretanto, o projeto do Parque<br />
dos Trilhos não teve avanços significativos<br />
nos últimos anos. “Teve toda<br />
essa desaceleração, até por conta da<br />
própria crise. No começo, não tivemos<br />
dificuldades para discutir a ideia<br />
do Parque dos Trilhos. Agora precisamos<br />
voltar à discussão, montar uma<br />
comissão para aprofundar e reformular<br />
os estudos para poder avançar<br />
com o projeto”, enfatiza Chediek.<br />
A busca agora é por planejamento<br />
de passos futuros. “É preciso ter<br />
políticas de longo prazo. Precisamos<br />
eleger prioridades e mantê-las. O que<br />
não se pode mudar é o plano diretor<br />
da cidade”, enfatiza o vereador. E<br />
também de um maior envolvimento<br />
com a comunidade. “Não queremos<br />
fazer uma coisa separada”, finaliza<br />
o vereador.<br />
Este texto faz parte de uma série de<br />
reportagens sobre as cidades do futuro.<br />
Confira nas próximas edições mais<br />
matérias sobre o assunto.<br />
O vereador Chediek<br />
apresentando detalhes<br />
do projeto<br />
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COMÉRCIO<br />
Com a Copa do Mundo encerrada, é<br />
hora de ver se ela atrapalhou as vendas<br />
Com queda média de 25% nas vendas apenas na primeira fase<br />
dos jogos da Copa, o comércio precisa suar a camisa para buscar<br />
perspectivas de recuperação.<br />
A Copa do Mundo terminou,<br />
a França ganhou a taça e o Brasil<br />
nem chegou às semifinais.<br />
Apesar da animação e empolgação<br />
das pessoas durante o<br />
torneio, o impacto sofrido pela<br />
Economia durante o período<br />
dos jogos na Rússia pode ser<br />
comparado a um forte chute<br />
direto – só que para bem longe<br />
do gol.<br />
Apenas na primeira fase da<br />
Copa, o comércio teve queda<br />
média de 25% na receita, aponta<br />
estudo realizado pela Cielo.<br />
Alguns setores do varejo tiveram<br />
quedas de vendas superiores a<br />
40%. Os setores mais negativamente<br />
impactados foram os de<br />
Hora de levantar a cabeça e seguir avante<br />
vestuário, móveis, eletrodomésticos<br />
e lojas de departamentos. Em alguns<br />
casos, os dados da Cielo apontam lojas<br />
com faturamento zero no período<br />
dos jogos, indicando que muitas<br />
resolveram fechar as portas durante<br />
as partidas. O setor que sofreu impacto<br />
menor foi o de supermercados,<br />
com queda no faturamento em 4,4%<br />
e pequenos picos de vendas antes<br />
das partidas.<br />
O Índice Cielo do Varejo Ampliado<br />
– ICVA acompanha mensalmente<br />
a evolução do varejo brasileiro de<br />
Gráfico do ICVA mostra como a Copa afetou as vendas no início dos jogos<br />
acordo com a sua receita<br />
de vendas, com base em<br />
um grupo de mais de 20 setores,<br />
mapeados pela Cielo,<br />
responsáveis por 1,4 milhão<br />
de pontos de venda ativos<br />
credenciados à companhia.<br />
CONTRA-ATAQUE<br />
De acordo com a pesquisa,<br />
o único setor que não foi<br />
afetado pelas baixas vendas<br />
foram as padarias, que tiveram<br />
crescimento de 7,1%. O motivo pode<br />
ter sido o fuso horário dos jogos, na<br />
maioria realizados na parte da manhã.<br />
Entretanto, em Araraquara, nem<br />
as padarias sentiram a melhora.<br />
Christian Ciarlariello, proprietário da<br />
Padaria Néctar dos Pães, diz que não<br />
enxergou esse aumento de vendas<br />
exposto pelo ICVA.<br />
Ele conta que na maior parte dos<br />
dias, o estabelecimento ficou deserto.<br />
De acordo com o empresário, o<br />
único produto mais vendido foi o<br />
pão francês. “Teve um dia, em que o<br />
jogo foi de manhã, que até acabou o<br />
pãozinho. Mas o comércio em geral<br />
ficou parado. Estranhei que até os<br />
restaurantes ficaram vazios... houve<br />
muito pouco movimento de pessoas<br />
na cidade”.<br />
Além da Copa do Mundo, outros<br />
fatores afetaram a economia brasileira<br />
nos últimos meses, tornando o<br />
cenário nebuloso. A primeira queda<br />
de vendas do comércio aconteceu em<br />
maio, em virtude da greve dos caminhoneiros,<br />
que resultou em desabastecimento<br />
de mercadorias e dificuldade<br />
de circulação dos consumidores.<br />
Na época, o único setor que teve<br />
um crescimento de vendas foi o de<br />
supermercados, devido em parte, por<br />
um movimento de estocagem, promovido<br />
pelos consumidores preocupados<br />
com a escassez de alimentos. Houve<br />
em determinadas situações até mesmo<br />
um exagero dos consumidores.<br />
CONTINUA NA PÁGINA SEGUINTE<br />
29|
O PIOR ESTÁ POR VIR<br />
A instabilidade política, a incerteza<br />
em torno das eleições do futuro<br />
presidente, que se arrastará até outubro<br />
é outro fator que causa preocupação.<br />
A estagnação do rendimento da<br />
população e a fraqueza do mercado<br />
de trabalho também são motivos de<br />
pessimismo.<br />
De acordo com os cálculos do<br />
Instituto Brasileiro de Economia da<br />
Fundação Getúlio Vargas (Ibre - FGV),<br />
existe a possibilidade de que a economia<br />
demore quase três anos para<br />
voltar ao nível que se encontrava<br />
antes da crise, caso o ritmo atual de<br />
crescimento seja mantido.<br />
Mas, na verdade, não há um consenso<br />
a respeito da efetiva recuperação.<br />
No Boletim Focus, divulgado em<br />
julho pelo Banco Central, o consenso<br />
de mercado para o crescimento de<br />
Christian Ciarlariello, da padaria Néctar dos Pães: “A cidade ficou deserta”.<br />
<strong>2018</strong> recuou de 1,53% para 1,50%.<br />
Se a previsão se confirmar, será<br />
a recuperação mais demorada da<br />
história brasileira, além de ser um<br />
número desanimador, para uma economia<br />
que cresceu apenas 1% no ano<br />
passado.<br />
Mas o pior está por vir. Faltam<br />
quatro anos para a Copa do Mundo<br />
2022 no Catar. Pela primeira vez na<br />
história, a competição será realizada<br />
no fim do ano. A Federação Internacional<br />
de Futebol (Fifa) definiu que<br />
a 22ª edição do torneio acontecerá<br />
entre os dias 21 de novembro e 18<br />
de dezembro.<br />
A Copa é realizada, tradicionalmente,<br />
entre os meses de maio e<br />
julho. Nesse período, a temperatura<br />
no Catar costuma variar entre 40°C<br />
e 50°C. Com isso, a Fifa mudou as<br />
datas do certame para novembro e<br />
dezembro, quando as temperaturas<br />
oscilam entre 20°C e 30°C.<br />
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Milton Pìrolla exibe com<br />
orgulho a foto do Ford 1929,<br />
que foi vendido ao cantor<br />
Daniel. Na foto o autógrafo<br />
dado pelo cantor.<br />
DE VOLTA AO PASSADO<br />
Adoráveis tempos dos carros que<br />
circulavam pela minha cidade<br />
Milton Ruy Pirolla é o<br />
caminho para quem deseja<br />
falar ou pedir opinião sobre<br />
carros antigos. Sua vida<br />
está intimamente ligada à<br />
restauração de veículos.<br />
Os carros antigos exercem fascínio.<br />
Os colecionadores apaixonados<br />
por antigomobilismo concordam plenamente<br />
com essa afirmação. Fragmentos<br />
de eras passadas, os carros<br />
antigos são uma representação física<br />
da história da produção automobilística<br />
brasileira e mundial. Suas peças,<br />
algumas obsoletas atualmente, guardam<br />
em si a memória da evolução<br />
tecnológica e da produção industrial.<br />
Seus motores, inclusive movidos a álcool,<br />
retratam a inovação brasileira<br />
na área de biocombustíveis e trazem<br />
resquícios das políticas públicas e da<br />
economia de décadas passadas, que<br />
geraram um mercado único no mundo<br />
– o de carros flex. Suas linhas e<br />
curvas preservam o desenvolvimento<br />
do design automobilístico que mudou<br />
muito nos últimos tempos. Mais do<br />
que itens de colecionadores, carros<br />
antigos são memórias que andam.<br />
Mas a preservação dessas memórias<br />
exige cuidado constante. Exige<br />
também custos. E, ao contrário do<br />
que se imagina, o preço é contemporâneo.<br />
O RESTAURADOR<br />
Milton Ruy Pirolla, de 85 anos, é<br />
um dos mais conhecidos restauradores<br />
e antigomobilistas de Araraquara.<br />
Ele é um dos moradores mais antigos<br />
do São Geraldo, bairro tradicional da<br />
cidade e por lá quem perguntar “onde<br />
mora o Milton Pirolla”, qualquer um<br />
vai dizer que é na Avenida Cristovão<br />
Colombo.<br />
Ele conta que dois fatores são<br />
principais ao se pensar na restauração<br />
dos veículos: encontrar as peças<br />
originais (ou que se adaptem) e ter<br />
mão de obra especializada.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
33|
“Na época em que o dólar estava 1<br />
por 1, era muito mais fácil”, relembra<br />
Milton, que importou diversas peças<br />
dos Estados Unidos. Ele aponta que é<br />
difícil achar mão de obra especializada,<br />
tanto na cidade quanto na região.<br />
E diz que cada etapa acaba sendo<br />
feita em um lugar e por uma pessoa<br />
diferente. Por exemplo, a pintura dos<br />
veículos que ele restaura - que é uma<br />
das etapas mais caras – geralmente<br />
é realizada em Franca. “São raras as<br />
pessoas que trabalham com carros<br />
antigos. Daí uma das dificuldades de<br />
se reformar um carro”, afirma.<br />
E os custos também são altos. A<br />
pintura por vezes chega a custar até<br />
15 mil reais. “Uma tinta especial que<br />
fui procurar custava 450 reais o litro.<br />
É um passatempo caro”, afirma Carlos<br />
Henrique Pirolla, filho de Milton.<br />
Ele cita que outros processos, como<br />
a cromagem das peças, o conserto<br />
da funilaria e a reprodução do estofamento<br />
também são trabalhosos e<br />
dispendiosos.<br />
Carlos, que herdou a paixão pelo<br />
antigomobilismo do pai, conta que<br />
para restaurar o veículo é preciso ir<br />
procurando peças, comprando e trocando<br />
partes – quase como a montagem<br />
de um enorme quebra-cabeça.<br />
“O grande barato do antigomobilismo<br />
é o garimpo que temos que fazer para<br />
achar as peças. E também os “rolos”<br />
que surgem na troca por essas peças.<br />
Eu, por exemplo, troquei uma caçamba<br />
de caminhonete por um para-choque”<br />
diz Carlos, animado.<br />
Todo mundo<br />
que gosta de<br />
carro antigo é,<br />
no mínimo,<br />
meio doido.<br />
O famoso “Fordinho” 1929, que levou 11 anos para ser totalmente restaurado<br />
O COLECIONADOR<br />
Um dos xodós de Milton é o Ford<br />
1929, primeiro carro que ele restaurou<br />
e que levou 11 anos para ficar<br />
pronto. “O carro estava muito bem<br />
feito, porque foi feito para mim, do<br />
meu jeito”, orgulha-se.<br />
Por um bom tempo Pirolla circulou<br />
com o Fordinho pelas ruas da cidade,<br />
sendo o São Geraldo seu ponto de<br />
partida. A buzina festivamente era<br />
acionada com som de calhambeque<br />
quando o dono via um amigo. Tudo<br />
nele era praticamente original.<br />
O “Fordinho”, como é carinhosamente<br />
chamado, foi feito do zero –<br />
desmanchado desde a sua base e totalmente<br />
restaurado. “Ficou em cima<br />
de quatro cavaletes só o chassi dele.<br />
Ficou pelado”, relembra Milton. Mas<br />
ele diz que nesta época não sofreu<br />
tanto para reformar o carro, porque o<br />
irmão tinha uma oficina e o ajudava.<br />
Quando finalizado, o carro era<br />
alugado para casamentos. Milton<br />
diz que perdeu a conta de quantas<br />
noivas levou no “Fordinho”. E o fato<br />
mais curioso é que este veículo hoje<br />
é propriedade do cantor Daniel e está<br />
em Brotas, onde reside.<br />
O “Fordinho” acabou sendo vendido<br />
para o cantor Daniel, em 2013,<br />
por 46 mil reais. Milton lembra que a<br />
negociação foi intermediada pelo pai<br />
do cantor, José Sebastião Camilo. Por<br />
meio de um conhecido em comum,<br />
que era morador de Brotas, José ficou<br />
sabendo do carro e entrou em contato<br />
para fechar negócio. Até hoje a família<br />
guarda com carinho uma cópia do<br />
cheque emitido pelo cantor.<br />
Os irmãos Pirolla reformando um fusca<br />
|34
“Hoje um carro como esse vale<br />
em média 130 mil reais – preço de<br />
um carro novo” ressalta Carlos. Nos<br />
últimos dez anos, alguns automóveis<br />
antigos, como os mais clássicos,<br />
chegaram a valorizar mais que<br />
investimentos tradicionais, como a<br />
poupança, CDB e Tesouro Direto. Um<br />
Carlos Pirolla mostra algumas peças e conta sobre a dificuldade de<br />
consegui-las: “Verdadeiro desafio”, comenta.<br />
Exposição de carros<br />
antigos em um<br />
evento organizado<br />
pelo Clube Náutico<br />
Araraquara<br />
estudo realizado pela Escola de Administração<br />
de Empresas de São Paulo<br />
da Fundação Getúlio Vargas (FGV EA-<br />
ESP), feito em 2017, analisou 24 modelos<br />
entre os anos de 2005/2006 e<br />
2015/2016 e apontou que, em média,<br />
os veículos valorizaram 23,9%<br />
acima da variação da Selic em dez<br />
anos.<br />
35|
SOLIDARI<strong>ED</strong>ADE<br />
Tanabata entrega<br />
mais de 5 toneladas<br />
de alimentos ao Fundo<br />
A colônia japonesa<br />
comemora sucesso do evento<br />
que mobiliza mais de 16 mil<br />
visitantes todos os anos.<br />
O 23º Festival Tanabata da Associação<br />
Cultural Nipo Brasileira de<br />
A colônia<br />
japonesa hoje<br />
em Araraquara é<br />
representada por<br />
duas entidades: a<br />
Associação Cultural<br />
Nipo Brasileira<br />
e a Associação<br />
Okinawa de<br />
Araraquara. Ambas<br />
desenvolvem um<br />
notável trabalho<br />
em benefício dos<br />
seus associados<br />
Araraquara, realizado entre os dias<br />
20 e 22 de julho, arrecadou mais de<br />
cinco toneladas e meia de alimentos.<br />
Os produtos foram entregues<br />
cinco dias depois ao Fundo Social<br />
de Solidariedade e Fisa e também<br />
às entidades Vicentinos do São Geraldo,<br />
C.E. Aprendizes do Evangelho,<br />
Instituto dos Cegos Santa Luzia, N. A.<br />
Bezerra Menezes e Sacrário do Amor.<br />
No total, foram arrecadados 5.532<br />
quilos de alimentos, como arroz, feijão,<br />
macarrão, óleo, farinha de trigo,<br />
leite, café, açúcar, sal e molho de tomate,<br />
entre outros produtos básicos.<br />
Com apoio da Prefeitura, Sesc e<br />
diversas empresas e instituições, o<br />
Festival Tanabata reuniu milhares de<br />
pessoas nos três dias de realização<br />
na cidade.<br />
A presidente do Fundo Social, Cidinha<br />
Silva, agradeceu à Associação<br />
Cultural Nipo Brasileira pelas doações.<br />
“São produtos que chegam num<br />
momento importante para compormos<br />
cestas básicas e distribuirmos a<br />
pessoas e famílias que precisam de<br />
alimentos”, acrescenta Cidinha.<br />
GRANDE EVENTO<br />
Com apresentações de dança,<br />
música e culinária japonesas, o Festival<br />
Tanabata objetiva valorizar seus<br />
costumes, além de ampliar o relacionamento<br />
com a comunidade araraquarense.<br />
A Nipo tem como presidente, Sérgio<br />
Tanizaki e na diretoria social, Leiko<br />
Hanai.<br />
|36
COWORKING<br />
Conceito inovador de trabalho colaborativo<br />
ganha espaço em Araraquara<br />
Com custos altos de manutenção, os tradicionais escritórios estão aos<br />
poucos migrando para os espaços de trabalho compartilhados.<br />
Os chamados “coworkings”, que<br />
basicamente são espaços de trabalho<br />
compartilhados entre diversos profissionais<br />
e empresas, vêm crescendo<br />
nos últimos anos, principalmente em<br />
grandes centros urbanos. Mas muita<br />
gente ainda desconhece o sentido da<br />
palavra – e até estranha – quando<br />
ouve o conceito pela primeira vez.<br />
Por definição, coworking é um<br />
novo modelo de trabalho, que preza o<br />
compartilhamento. Envolve principalmente<br />
profissionais liberais, autônomos,<br />
freelancers e pequenas empresas,<br />
que se reúnem em um mesmo<br />
ambiente físico para compartilhar experiências,<br />
conhecimentos, contatos,<br />
custos, entre outras coisas.<br />
“A ideia do coworking em si<br />
acompanha o jeito de trabalho da<br />
faculdade, com vários amigos e<br />
profissionais com quem você pode<br />
trocar experiências, num trabalho<br />
colaborativo. O que acontece é que<br />
depois que você se forma, existe um<br />
rompimento – cada profissional se<br />
torna independente e você perde o<br />
contato com esses profissionais”,<br />
relata Willian Sormani, arquiteto e<br />
proprietário do “Coletivo”.<br />
MODELO DE NEGÓCIO<br />
Ele diz que uma das intenções<br />
do coworking é resgatar a interação<br />
perdida. “Coworking é mais filosofia<br />
do que modelo de negócios. Isso me<br />
levou a abrir esse negócio, a filosofia<br />
do compartilhamento”, ressalta.<br />
Willian conta que, antes de abrir<br />
o seu próprio espaço, pesquisou sobre<br />
o tema por quatro anos e visitou<br />
muitos locais aqui no Brasil e fora do<br />
país. “A hora que surgiu a oportunidade<br />
de ter o meu próprio empreendimento,<br />
com local e investimento,<br />
o meu projeto e todas as pesquisas<br />
(que são as partes mais difíceis) já<br />
estavam prontos. Então não foi muito<br />
complexo fazer esse modelo de negócio<br />
funcionar”, conta.<br />
Uma das dificuldades que ele<br />
aponta sobre a gestão é relacionada<br />
à captação de clientes. Willian diz que<br />
a aceitação é difícil, pois envolve uma<br />
questão de mudança de mentalidade.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
37|
“Aceitação é complexa. Ainda é difícil<br />
um profissional trabalhar ao lado<br />
de um concorrente e entender que,<br />
na verdade, ele pode ser um parceiro<br />
comercial. A aceitação maior ainda<br />
é das salas privativas. Mas é uma<br />
questão de se trabalhar o conceito”,<br />
relata.<br />
Como é uma nova forma de se<br />
pensar o ambiente de trabalho, as<br />
pessoas não estão familiarizadas<br />
com a ideia. De acordo com o Censo<br />
2017, realizado pelo site “Coworking<br />
Brasil”, um projeto conjunto de diversos<br />
fundadores de espaço de coworking<br />
no país, hoje existem 810<br />
espaços conhecidos, 114% a mais<br />
com relação a 2016 – que registrava<br />
378 espaços.<br />
Para ele, “o segredo não é somente<br />
a estrutura física em si, mas<br />
sim a gestão interna”. Willian conta<br />
que existe um cargo específico para<br />
isso – o Gestor de Comunidade, ou<br />
Comunity Manager, em inglês. Esse<br />
profissional é o principal responsável<br />
por fazer as pessoas conversarem,<br />
interagirem, criando um ambiente bacana<br />
de trabalho. “É o ponto-chave do<br />
coworking”, ressalta.<br />
Apesar de ser um dos “negócios<br />
do momento”, não é um empreendimento<br />
tão lucrativo. “Não é igual vender<br />
coisas no supermercado. Como é<br />
por necessidade, o consumo é direcionado.<br />
Ele é feito para facilitar, para<br />
usar só o que você precisa”, enfatiza<br />
o arquiteto.<br />
Mas acima de tudo, coworking é<br />
também conhecido por ser um movimento<br />
global de cultura. “É preciso explicar<br />
para as pessoas como funciona<br />
o coworking. Elas entendem rápido,<br />
mas ainda têm um pouco de receio”.<br />
O coworking faz parte de uma<br />
tendência mundial conhecida como<br />
Economia Compartilhada. O conceito<br />
desse novo modelo surgiu por volta<br />
de 2008, mas teve grande crescimento<br />
em virtude das inovações tecnológicas<br />
e popularizou-se principalmente<br />
com o uso de aplicativos voltados<br />
para a locomoção e hospedagem,<br />
como o Uber e o Airbnb.<br />
Algumas questões como preocupações<br />
ambientais, a recessão global,<br />
as tecnologias e redes sociais e a redefinição<br />
do sentido de comunidade<br />
fazem parte das ideias centrais que<br />
conduzem esse modelo econômico.<br />
Partindo do princípio do “reduza,<br />
reuse, recicle, repare e redistribua”, a<br />
economia compartilhada engloba estilos<br />
de vida colaborativos (compartilhamento<br />
de recursos como dinheiro,<br />
habilidades e tempo) e também sistemas<br />
de produtos e serviços, onde<br />
o consumidor paga pelo benefício do<br />
estranheza além de uma série de<br />
controvérsias, principalmente dos<br />
setores mais tradicionais do mercado.<br />
Uma das principais dificuldades<br />
de quem atua com a Economia Compartilhada<br />
é explicar o conceito a<br />
quem não o conhece. “O mais complicado<br />
de tudo foi explicar a ideia para<br />
a família. Eu falava para o meu pai:<br />
- Pai, vou montar um escritório onde<br />
várias pessoas podem alugar um<br />
espaço para trabalhar e pagar mais<br />
barato. E ele respondia: - Para quê?<br />
Não vai dar certo isso, você vai gastar<br />
seu dinheiro à toa. E hoje o Coletivo<br />
faz dois anos”, se diverte Willian.<br />
Outra questão que gera estranhamento<br />
é a questão do endereço fiscal.<br />
O COMPARTILHAMENTO<br />
O gráfico mostra as vertentes da economia compartilhada<br />
produto e não pelo produto em si (por<br />
exemplo, precisamos da música e não<br />
necessariamente do CD, como ocorre<br />
com o aplicativo Spotify).<br />
Essa tendência contraria os clássicos<br />
modelos econômicos a que<br />
estamos acostumados e tem gerado<br />
É possível abrir uma empresa alugando<br />
o endereço jurídico de um espaço<br />
compartilhado. “Você vai abrir uma<br />
empresa, mas você não quer abrir na<br />
sua casa. E você não quer alugar um<br />
imóvel inteiro só para poder abrir a<br />
empresa. Então você pode alugar o<br />
|38
endereço de um coworking, e ele se<br />
torna o seu endereço jurídico. Mas na<br />
hora que o fiscal da prefeitura chega,<br />
ele fica confuso”, aponta o arquiteto.<br />
Como é algo muito novo, ainda falta<br />
uma regulamentação específica no<br />
país, mas os serviços de coworking<br />
basicamente se inserem como prestação<br />
de serviços.<br />
COWORKING NA MORADA<br />
Em Araraquara, a onda dos espaços<br />
compartilhados de trabalho<br />
começou em 2015, com o “Espaço<br />
Jurídico”. No mesmo ano surgiu o<br />
“Loca Office”. Em 2016 inauguraram<br />
“Mundo Livre”, “Coletivo” e “Lemon”.<br />
Já em 2017 apontaram “Global Labs”<br />
e “Colméia”. E neste ano surgiu o “Coworking<br />
Araraquara” além de mais<br />
dois espaços, que ainda serão inaugurados:<br />
“Soul Café & Coworking”<br />
e “Infinity Work”, que é um prédio<br />
comercial com espaços de trabalho<br />
compartilhados. Além dos espaços<br />
já citados, será lançado<br />
também o edifício<br />
residencial “La<br />
Vie”, que oferecerá<br />
dentro do prédio um<br />
espaço de cowoking<br />
integrado, mas com O empreendedor e<br />
arquiteto Willian Sormani<br />
acesso apenas aos<br />
moradores.<br />
Nem todos os<br />
empreendimentos já inaugurados gócios”, enfatiza.<br />
continuam ativos, mas a tendência E para quem está pensando em<br />
é de crescimento. Aparentemente, a abrir o seu empreendimento, ele<br />
Economia Compartilhada é um caminho<br />
sem volta. William acredita que a aventurar em um negócio, pesquise<br />
deixa como dica: “Antes de você se<br />
tendência é aumentar cada vez mais muito antes. Se eu não tivesse quatro<br />
anos de pesquisa, provavelmente<br />
o cenário de coworkings no Brasil.<br />
“Com certeza vai crescer muito! Mesmo<br />
em cidades do interior. O Coletivo seis meses. E isso vale para qualquer<br />
eu já teria fechado meu negócio em<br />
foi o quarto coworking a ser aberto na negócio. Pesquise bastante. Tenha o<br />
cidade. Desses primeiros, é o único máximo de informação possível. Tenta<br />
conversar com quem já é do ramo.<br />
que continua ativo. Assim como os<br />
negócios da moda, como barbearias, Se você não tiver concorrência, você<br />
espaços de café e de açaí, vão surgir não melhora. E contrate profissionais<br />
vários, mas só os de maior peso vão adequados. Enfim, se cerque de pessoas<br />
boas”, argumenta o jovem em-<br />
sobreviver, da mesma forma como<br />
acontece em qualquer ramo de ne- preendedor.<br />
39|
TENDÊNCIA<br />
O novo conceito do<br />
varejo OmniChannel<br />
A tecnologia tem facilitado a propagação desse movimento,<br />
que objetiva integrar lojas físicas, virtuais e compradores<br />
A tecnologia entrou na vida do consumidor<br />
e tende a ganhar cada vez<br />
mais espaço, afetando diretamente a<br />
sua intenção de compra. Nesse novo<br />
contexto, tudo estará integrado por<br />
novas tecnologias, com o objetivo de<br />
melhor atender às necessidades desse<br />
novo consumidor. Esse movimento<br />
já é realidade em alguns países, como<br />
Estados Unidos e Inglaterra, e começa<br />
a ganhar força no mundo inteiro.<br />
O “varejo OmniChannel” torna-<br />
-se protagonista nesse novo cenário,<br />
com base na convergência entre<br />
todos os canais de venda utilizados<br />
por uma empresa e rompendo com<br />
as diferenças existentes entre o meio<br />
on-line e off-line. O objetivo é integrar<br />
lojas físicas, virtuais e compradores,<br />
criando, dessa maneira diversas possibilidades<br />
de interação entre lojista<br />
e cliente. A tendência é uma evolução<br />
do conceito de multicanal, pois<br />
tem o consumidor como foco principal<br />
e sua experiência de compra<br />
deve ser a melhor possível, independentemente<br />
do canal que ele utilizar.<br />
A implantação desse novo modelo<br />
de negócio permite, por exemplo, que<br />
o consumidor compre na loja virtual<br />
e retire ou troque em qualquer loja<br />
física. Para que funcione, a logística<br />
de vendas e o estoque devem garantir<br />
que a operação aconteça sem que<br />
ocorram complicações.<br />
Outro exemplo interessante são<br />
as compras “on-the-go”, nas quais o<br />
cliente compra pelo aplicativo da loja<br />
antes de chegar ao estabelecimento<br />
e apenas retira seu pedido quando<br />
chegar, economizando tempo.<br />
É o que acontece, por<br />
exemplo, nas lojas da<br />
Starbucks dos Estados<br />
Unidos, onde 15% das<br />
vendas já ocorrem dessa<br />
maneira e têm crescido<br />
nos últimos anos.<br />
Muitos acreditam que<br />
as grandes empresas sairão<br />
na frente nesse contexto devido<br />
ao acesso à tecnologia. Para<br />
Antonio Deliza Neto, presidente do<br />
Sindicato do Comércio Varejista de<br />
Araraquara (Sincomercio), o pequeno<br />
varejista também possui grandes<br />
oportunidades, justamente por<br />
conhecer melhor os seus clientes e<br />
suas preferências, garantindo mais<br />
proximidade e mais chances de fidelização.<br />
“É preciso estar atento a<br />
esta mudança de comportamento<br />
tecnológico do consumidor, pretendemos<br />
oferecer palestras para os<br />
comerciantes sobre esse novo conceito”,<br />
comenta.<br />
Os custos tecnológicos têm caído<br />
bastante nos últimos anos e garantido<br />
acesso a um maior número de<br />
consumidores, assim como tem ocorrido<br />
com o aumento da variedade de<br />
tecnologias oferecidas ao empresário<br />
com custos cada vez mais baixos.<br />
“Para auxiliar nossos associados,<br />
estamos desenvolvendo um aplicativo<br />
que terá todos esses benefícios e<br />
comodidades aos consumidores de<br />
500<br />
Araraquara.” explica Deliza.<br />
400<br />
331,7<br />
Usuários de Internet<br />
Mobile e Desktop<br />
(Em milhões)<br />
América Latina<br />
Brasil<br />
414,3<br />
|40<br />
300<br />
200<br />
113,7<br />
231<br />
143,6
Gerson Braz, proprietário da loja<br />
Sépia, de roupas e sapatos femininos,<br />
trabalha há 20 anos no comércio de<br />
Araraquara. Ele utiliza todos os canais<br />
de acesso ao cliente e garante que o<br />
conceito OmniChannel é uma necessidade<br />
que os comerciantes vão precisar<br />
aderir em algum momento. “Atualmente<br />
é preciso estar presente em todos<br />
os canais de comunicação, prestando<br />
serviço aos clientes com informações<br />
e conteúdos relevantes. Esses diferenciais<br />
atraem o consumidor e acabam<br />
gerando mais vendas”, ressalta.<br />
O principal ponto do OmniChannel<br />
é que a loja física deixa de ser concorrente<br />
da loja on-line e ambas atuam<br />
em harmonia. Dessa forma, além de<br />
facilitar a logística interna da empresa,<br />
aceleram o processo de compra. Já é<br />
comprovado por diversas pesquisas<br />
que os produtos que são divulgados<br />
pelas redes sociais são mais procurados<br />
pelos clientes nas lojas físicas,<br />
aumentando o desejo por aquele item.<br />
Com tantas informações sabemos<br />
que o mundo do varejo nunca mais<br />
será o mesmo. Apenas no Brasil, em<br />
2015, 55% da população já tinha acesso<br />
à internet desktop e 42% à internet<br />
mobile. Em 2020, as estimativas são<br />
de que esses números alcancem 70%<br />
e 56,5% da população respectivamente.<br />
Portanto, o número de usuários de<br />
internet no Brasil vem crescendo cada<br />
vez mais rápido, e as estratégias dos<br />
grandes e pequenos varejistas deverão<br />
focar mais no uso intenso da tecnologia,<br />
levando em consideração as mudanças<br />
de hábito do consumidor e essa nova<br />
realidade, que acaba com as antigas diferenças<br />
entre o varejo on-line e off-line.<br />
América Latina<br />
Brasil<br />
500<br />
400<br />
331,7<br />
414,3<br />
395,4<br />
SERVIÇO<br />
300<br />
231<br />
200<br />
143,6<br />
113,7<br />
84,9<br />
100<br />
0<br />
395,4<br />
antigas diferenças entre o varejo on-line e off-line.<br />
Usuários de Internet – Mobile e Desktop (Em milhões)<br />
119,8<br />
Sindicato do Comércio Varejista<br />
de Araraquara (Sincomercio)<br />
Avenida São Paulo, 660 – Centro<br />
Contato: (16) 3334 7070 ou sincomercio@<br />
sincomercioararaquara.com.br<br />
www.sincomercioararaquara.com.br<br />
41|<br />
119,8<br />
América Latina<br />
Brasil
É NATAL<br />
Decoração pode<br />
vir da reciclagem<br />
Com recursos escassos e<br />
criatividade para colocar<br />
em prática, organizadores<br />
pensam envolver oficinas<br />
culturais no movimento.<br />
O Papai Noel de Santa Fé do Sul<br />
Enfeitar a cidade para o Natal e<br />
gerar renda. Com esse objetivo, a<br />
vereadora Juliana Damus promoveu<br />
em julho uma reunião na Casa da Cultura<br />
com representantes da Cultura<br />
do município. “Nossa ideia é não só<br />
enfeitar a cidade, mas realizar uma<br />
ação que sirva de fonte de renda”,<br />
explicou a parlamentar.<br />
A presidente da Fundação de Arte<br />
e Cultura (Fundart), Gabriela Palombo,<br />
afirmou que irá fazer uma articulação<br />
com as oficinas de artesanato<br />
e buscará apoiadores. A Prefeitura<br />
entraria com o material e poderia<br />
até comprar o trabalho final, gerando<br />
renda para as pessoas envolvidas<br />
na criação. “Vamos utilizar as turmas<br />
que já temos e podemos até criar outras.<br />
A produção do segundo semestre<br />
das oficinas ficaria voltada para o<br />
final do ano”, detalhou.<br />
Juliana usou como exemplo a<br />
decoração que é feita na cidade de<br />
Santa Fé do Sul, com a utilização de<br />
materiais recicláveis. “É muito interessante<br />
a pessoa poder ver os enfeites<br />
na cidade e saber que participou<br />
do processo”, pontuou.<br />
Já foi definido que serão realizadas<br />
campanhas para arrecadar garrafas<br />
pet e caixas de leite, e a Prefeitura<br />
deverá providenciar materiais como<br />
arames, tintas, cola e tesoura. Está<br />
sendo realizado agora um estudo<br />
Criatividade natalina de uma cidade<br />
de 40 mil habitantes<br />
sobre os locais para instalação dos<br />
enfeites. Praças e ruas centrais já foram<br />
citadas como possíveis destinos.<br />
SANTA FÉ DO SUL<br />
Santa Fé do Sul, a que se refere<br />
Juliana Damus, é o ponto final da antiga<br />
Estrada de Ferro Araraquara, nas<br />
barrancas do Rio Grande. Tem menos<br />
de 40 mil habitantes e a cidade surgiu<br />
das terras compradas por acionistas<br />
da EFA, cuja sede era em Araraquara.<br />
|42
43|
DIA DOS PAIS<br />
Vendas devem apresentar<br />
variação de 3% a 5%<br />
Programado para ser comemorado no dia 12 de agosto<br />
neste ano pode alavancar um pouco mais o nosso comércio.<br />
As pesquisas até aqui estimam<br />
que neste Dia dos Pais o movimento<br />
de vendas deverá crescer entre 3%<br />
e 5% no varejo, em relação ao ano<br />
passado.<br />
“Um fator importante é o tempo.<br />
Se a temperatura cair, roupas e<br />
calçados da moda Outono-Inverno<br />
podem ter bastante procura. Além<br />
disso, o Dia dos Pais é uma data<br />
de presentes pessoais e as<br />
lojas anteciparam a liquidação<br />
de seus estoques, o que<br />
também pode favorecer o<br />
segmento”, analisa Marcel<br />
Solimeo, superintendente<br />
institucional da ACSP.<br />
Na área de bens duráveis,<br />
existe uma avaliação de<br />
que os celulares sempre são<br />
uma opção e TVs também<br />
podem ter boa saída se houver<br />
ofertas atrativas quanto<br />
a preço e prazo. “Há um estoque<br />
grande de TVs, resultante da saída<br />
prematura da seleção brasileira da<br />
Copa do Mundo”.<br />
Por fim, Burti frisa que o cenário<br />
macroeconômico está mais favorável<br />
para compras agora em comparação<br />
com 2017, principalmente por<br />
conta da queda da taxa de juros. “Por<br />
outro lado, o dólar está mais alto e,<br />
com isso, presentes como perfume e<br />
vinho podem ficar mais caros”.<br />
EXPLICANDO<br />
No ano passado a expectativa do<br />
setor teve uma estimativa de alta de<br />
7%. Os economistas salientam que<br />
as projeções se referem às vendas<br />
totais do varejo no mês, não estando<br />
necessariamente embasadas no<br />
movimento decorrente da data comemorativa<br />
no período.<br />
Em Araraquara, o comércio terá<br />
horário especial de funcionamento<br />
no dia 10, ficando aberto até às 22h.<br />
|44
45|
LEMBRANÇAS<br />
O estimado<br />
Mauro Solssia<br />
A simplicidade era sua<br />
característica, aliada ao<br />
sorriso em festa e alegria de<br />
viver. Lutou contra a doença<br />
por quase dois anos e ao<br />
partir, deixa na comunidade<br />
um enorme vazio.<br />
Faleceu em São Paulo na madrugada<br />
de 13 de julho, o empresário<br />
Mauro Solssia, um dos profissionais<br />
mais respeitados da cidade na área<br />
de seguros e pessoa de enorme convivência<br />
com Araraquara. Mauro e o<br />
irmão Sérgio, criaram a Solssia Corretora<br />
de Seguros.<br />
“Maurão” como era chamado<br />
entre os amigos, não foi apenas um<br />
empreendedor predestinado ao sucesso,<br />
face à responsabilidade com<br />
que sempre atuou ao lado da sua<br />
equipe no mundo dos negócios. A<br />
simplicidade era a marca que sempre<br />
preservou com seu espírito alegre<br />
e festivo, participando dos movimentos<br />
sociais e demonstrando<br />
profundo amor pela sua terra natal.<br />
Em foto especial para a nossa revista, Mauro e os troféus conquistados pelo desempenho<br />
da sua corretora de segudos<br />
Sempre rodeado por amizades<br />
que ele fazia questão de preservar,<br />
viveu com intensidade o lado esportivo<br />
da cidade jogando em clubes<br />
amadores; quando não estava presente<br />
às competições esportivas nos<br />
clubes Náutico e Araraquarense, ou<br />
defendendo o antigo time da Associação<br />
dos Cronistas Esportivos de<br />
Araraquara. À família, Mauro Solssia<br />
devotou amor, carinho e respeito;<br />
assim tornou-se um cidadão que temos<br />
na conta de um dos filhos mais<br />
ilustres.<br />
Até que tentou a sorte como jogador<br />
de futebol profissional; sua<br />
passagem pelo time amador da Ferroviária<br />
foi rápida. Não que ele não<br />
aceitasse continuar jogando. Muito<br />
pelo contrário. Se fosse aos moldes<br />
do que vemos hoje, com certeza seria<br />
diferente para ele e outros milhares<br />
de jogadores de futebol.<br />
O QUE ELE CONTAVA<br />
“Na época, eu já comecei a trabalhar<br />
na área de seguros com outra<br />
pessoa. No futebol não se pagava,<br />
principalmente o que se paga hoje.<br />
Precisava me sustentar. Então, no<br />
fim de 1976, com 22 anos, decidi<br />
pendurar as chuteiras”, contou Mauro<br />
à nossa revista um certo dia.<br />
Mesmo encerrando a carreira<br />
precocemente, o preparador físico<br />
da época do time principal, Bebeto<br />
de Freitas, elogiou o ex-zagueiro para<br />
o novo treinador, muito conhecido<br />
pelos brasileiros da época.<br />
“Quando o Vail Mota saiu e o<br />
Aymoré Moreira entrou no comando<br />
da Ferroviária, o Bebeto, que gostava<br />
do meu estilo de jogo, falava<br />
pra eu voltar e pediu que treinasse<br />
no time principal. Fiquei por quinze<br />
dias e posso dizer que, durante este<br />
Ele até que procurou<br />
ser um jogador de<br />
futebol, atuando na<br />
base da Ferroviária e<br />
depois foi treinar com<br />
os profissionais, porém,<br />
sentiu que era preciso<br />
trabalhar; Bazani<br />
chegou a ser o seu<br />
treinador.<br />
|46
tempo, o Aymoré foi o melhor treinador<br />
com quem eu já trabalhei. A<br />
visão dele pelo futebol era muito diferenciada.<br />
Mesmo assim, não deu<br />
para seguir no futebol por causa do<br />
trabalho e dos estudos”, relembrava<br />
sempre.<br />
Pelo time amador da Ferroviária,<br />
Solssia conquistou os títulos de<br />
1973 e 1975. O ex-jogador falava<br />
com os amigos sobre o tempo em<br />
que o futebol amador tinha um grande<br />
prestígio na cidade. “Por ser Ferroviária,<br />
os outros times da cidade<br />
sempre entravam com uma vontade<br />
a mais. O pessoal não gostava do<br />
nosso time até por ter uma equipe<br />
profissional. De rivalidade mesmo<br />
posso considerar contra o Benfica,<br />
já que era do Carmo e a ADA era de<br />
lá também”.<br />
Era esse o jeito do vigoroso zagueiro<br />
no futebol amador e nos clubes<br />
e do qual os atacantes tentavam<br />
dar um jeito de fugir da marcação.<br />
Casado com Tânia, Mauro deixou<br />
os filhos Bruno e Ana Laura. O corpo<br />
do empresário foi trazido de São Paulo<br />
onde permaneceu internado por<br />
cerca de 50 dias; seu sepultamento<br />
deu-se no sábado (14), saindo do Velório<br />
Municipal para o Cemitério São<br />
Bento. Nas redes sociais milhares de<br />
pessoas se manifestaram demonstrando<br />
solidariedade à família.<br />
Mesmo adoentado seguiu<br />
trabalhando na corretora ao<br />
lado do filho Bruno, do sobrinho<br />
Thiago e do irmão Sergio Solssia<br />
Ao lado dos<br />
colegas do IEBA,<br />
ele marcou<br />
participação<br />
nas competições<br />
esportivas da<br />
classe estudantil<br />
47|
No pódio, como não havia dirigente da Secretaria<br />
de Esportes e Fundesport, o ex-técnico de basquete,<br />
Paulinho Rodrigues, representou a cidade<br />
JOGOS REGIONAIS<br />
Araraquara<br />
é bicampeã<br />
O bom desempenho dos<br />
atletas levou a cidade a<br />
ganhar novamente o título.<br />
Mais uma edição dos Jogos<br />
Regionais chega ao seu<br />
final. Outra vez Araraquara<br />
conquista o título na classificação<br />
geral, tornando-se<br />
bicampeã, repetindo assim<br />
o feito de Sertãozinho, no<br />
ano passado.<br />
Cada treinador das diversas<br />
seleções mantidas<br />
pela Fundesport já havia<br />
feito um prognóstico antes<br />
do início da competição, de<br />
que havia acontecido uma<br />
evolução na preparação<br />
dos atletas. De fato, o bom<br />
desempenho ocorreu e com<br />
isso alcançamos 313 pontos, pouco<br />
mais que 306,5 da cidade de Franca.<br />
Ao encerrar o torneio, a Comissão<br />
Organizadora anunciou Araraquara<br />
como vencedora. Observou-se ao<br />
longo dos jogos um grande equilíbrio<br />
com duas cidades que sempre estiveram<br />
nas primeiras colocações em<br />
jornadas anteriores: Ribeirão Preto e<br />
a própria Franca.<br />
O que rendeu pontos para Araraquara<br />
foram as conquistas do ouro<br />
em pelo menos seis medalhas de<br />
ouro, uma delas na Ginástica Feminina,<br />
uma das mais importantes modalidades<br />
mantidas pela Fundesport.<br />
Com a classificação, a nossa cidade<br />
está garantida na elite dos Jogos<br />
Abertos do Interior que serão realizados<br />
em São Carlos, em novembro, enquanto<br />
os Jogos Regionais do ano que<br />
vem serão disputados em Barretos.<br />
ARARAQUARA AUSENTE<br />
O que destoou na participação de<br />
Araraquara nos Jogos Regionais foi<br />
sua ausência para receber o troféu de<br />
campeã em <strong>2018</strong>. No pódio estavam<br />
os representantes de Franca e Ribeirão<br />
Preto e como na chamada não<br />
se apresentou nenhum dirigente de<br />
Araraquara, o ex-técnico de basquete<br />
Paulinho Gonzales, que também<br />
é um dos coordenadores do torneio,<br />
foi chamado para o recebimento do<br />
troféu.<br />
|48
49|
DIA DE VISITA<br />
MANOEL ROSALEZ<br />
EM NOSSA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
Manoel Rosalez, em sua passagem<br />
por aqui, relembrando os velhos e<br />
bons tempos do futebol amador de<br />
Araraquara. Ele jogou em alguns clubes<br />
e como profissional da construção civil,<br />
se mantém como exemplo para novas<br />
gerações.<br />
JORGE LORENZETTI<br />
FATOS & FOTOS<br />
DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
MÁ<strong>RCIA</strong> LIA CHORA PELA LIBERDADE DE LULA<br />
Márcia não se conteve quando anunciada a liberdade<br />
Durante quase dois minutos de uma<br />
mensagem que a deputada estadual<br />
Márcia Lia postou nas redes sociais<br />
no dia 8 de julho, observou-se nela a<br />
demonstração de carinho e respeito<br />
que ela tem pelo ex-presidente Luiz<br />
SUBINDO<br />
Partido Novo<br />
em Araraquara<br />
tem conquistado<br />
importante<br />
espaço diante<br />
da instabilidade<br />
política que vivemos.<br />
Alexandre Machado<br />
se apresenta como<br />
uma das importantes<br />
lideranças do<br />
partido, juntamente<br />
com Pedro Tedde,<br />
que a cidade<br />
tem na conta de<br />
cidadão respeitado e<br />
admirado no mundo<br />
dos negócios.<br />
Parabéns.<br />
DESCENDO<br />
Com o fim do<br />
Estádio Rubens<br />
Cruz (Palmeirinha),<br />
Estádio Flávio<br />
Ferraz de Carvalho<br />
(Estrela), Estádio<br />
Municipal e agora o<br />
campo da Atlética,<br />
o futebol amador<br />
parece predestinado<br />
a acabar de forma<br />
melancólica, ainda<br />
que se anuncie que<br />
outros seis campos<br />
serão ajeitados para<br />
acomodação dos<br />
times que restam.<br />
É a tendência<br />
seguindo os novos<br />
tempos.<br />
Inácio Lula da Silva. A<br />
cena que mais parecia<br />
novela mexicana tinha<br />
uma explicação: festejar<br />
a liberdade do líder preso<br />
em Curitiba, o que não<br />
aconteceu naquele dia.<br />
Mas entre o solta e o não<br />
solta Lula, a parlamentar<br />
viveu a emoção do “teje<br />
livre companheiro” e logo o<br />
xororô viralizou nas redes sociais, não<br />
faltando críticas. “A justiça está sendo<br />
restabelecida neste país”, comentou<br />
Márcia Lia em um dos momentos que<br />
a soltura de Lula estava garantida<br />
pelo desembargador Rogério Favreto.<br />
Estragou tudo<br />
O antigo estacionamento<br />
do Clube Araraquarense<br />
em um dos pontos mais<br />
privilegiados da cidade - o<br />
centro antigo - ocupa uma<br />
área bastante cobiçada.<br />
O terreno até que chegou<br />
a ser vendido, no entanto,<br />
uma árvore inserida no raio<br />
de preservação histórica<br />
de Araraquara acabou<br />
atrapalhando. Ainda<br />
que tenha pago algumas<br />
parcelas, o proprietário<br />
decidiu devolver o terreno<br />
sob a alegação de que com<br />
a árvore no caminho não<br />
poderia executar o projeto<br />
que pretendia. O terreno<br />
voltou ao Clube.<br />
A morte do nosso poeta Dovílio Rodrigues<br />
Jorge Lorenzetti é consultor imobiliário<br />
e pessoa das mais queridas em nossa<br />
comunidade. Ele tem intensa atividade<br />
com o trabalho filantrópico, servindo o<br />
Lar Escola Redenção com muito esmero,<br />
seguindo os passos do pai, ‘seo Ângelo’.<br />
Dovílio Rodrigues teve<br />
passagens pelos jornais O<br />
Diário da Araraquarense e O<br />
Imparcial nos anos 70/80<br />
Araraquara amanheceu enlutada no dia 9 de<br />
julho com a morte de Dovílio Rodrigues, que<br />
entre outras atividades (barbeiro e fotógrafo),<br />
era um praticante da doutrina espírita na<br />
cidade. Esse foi um dos motivos que o levou<br />
a escrever vários livros e depois receber o<br />
título de “Cidadão Araraquarense”. Em sua<br />
barbearia na Rua Itália, Dovílio também<br />
convivia com os pássaros que cantavam para<br />
os clientes ou durante as partidas de damas<br />
que ele organizava. Foi fotógrafo da Polícia<br />
Técnica nos tempos do Vitor Maria Pelozzi,<br />
Edvard, Lamoréa e tantos outros policiais que<br />
orgulharam nossa cidade. Nossos sentimentos.<br />
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FRASE<br />
“A ampliação corrige<br />
um problema antigo<br />
de excesso de água<br />
superficiais nas vias João Bernal<br />
Norberto Dini Monteiro, Jonas Pinheiro, José<br />
Antônio Filpi e fundos da Vila Dignidade”.<br />
Comentário do engenheiro João Luís<br />
Bernal, também secretário municipal<br />
de Obras, sobre a construção de um<br />
reservatório de detenção para 650 mil litros<br />
com alambrado e dissipador de energia,<br />
além das galerias pluviais. Segundo ele, o<br />
alagamento na região dos Altos do Cecap<br />
era constante durante o verão com as<br />
fortes chuvas. Agora, com reservatório de<br />
detenção e galeria de águas pluviais, o<br />
problema será resolvido. O investimento é<br />
de R$ 425 mil. O bairro agradece.<br />
Qualidade de vida<br />
Leonardo Saniotto durante palestra<br />
na Semana Interna de Prevenção de<br />
Acidentes da Câmara, em julho<br />
Funcionários da Câmara Municipal<br />
em julho recordaram a importância<br />
da atividade física, inclusive no<br />
ambiente profissional para manter<br />
a saúde, ao participarem de uma<br />
palestra do educador físico Leonardo<br />
Saniotto. Na oportunidade, Saniotto<br />
disse a eles que, por passarmos muito<br />
tempo no trabalho, acumulamos<br />
tensões; a atividade física, unida<br />
a uma alimentação saudável e ao<br />
autoconhecimento, formam o tripé<br />
da qualidade de vida,<br />
Beabá do trânsito<br />
O vereador Tenente Santana está<br />
propondo educação para o trânsito<br />
nas escolas da rede municipal de<br />
ensino. Segundo ele, a melhor fase<br />
da vida para aprender, formar valores<br />
e princípios, bases da personalidade,<br />
é a dos anos da primeira e segunda<br />
infância, favoráveis à absorção para<br />
se aprender coisas novas. O vereador<br />
tem razão e merece os nossos<br />
aplausos pela iniciativa.<br />
51|
COPA BRASILEIRA DE PIZZARIAS<br />
É de Araraquara o quarto<br />
melhor pizzaiolo do Brasil<br />
Duas pizzarias de Araraquara, as únicas do Estado de São<br />
Paulo, foram para a semifinal em São Paulo; uma delas<br />
chegou na final e conseguiu o quarto lugar brasileiro.<br />
Com o tema “Sabores Regionais<br />
Brasileiros”, a Copa Brasileira de Pizzarias<br />
é um concurso aberto a todas as<br />
pizzarias do Brasil, sendo um projeto<br />
desenvolvido pelo CTP – Centro Tecnológico<br />
de Desenvolvimento de Pizzas<br />
e Massas no Brasil, realizado em parceria<br />
com a Fispal Food Service, uma<br />
das mais conceituadas feiras do setor.<br />
A final desta disputa aconteceu<br />
durante a própria feira realizada no<br />
período de 12 a 15 de junho no Expo<br />
Center Norte, em São Paulo. Os participantes<br />
confeccionaram suas pizzas<br />
utilizando os produtos dos patrocinadores.<br />
Para o presidente do SinHoRes<br />
de Araraquara, José Carlos Pascoal<br />
Cardozo, participar da finalíssima<br />
na capital foi emocionante, pois o<br />
sindicado que ele dirige levou duas<br />
pizzarias da cidade para concorrer<br />
com outras de todo o país. “Tivemos<br />
representantes de vários estados; de<br />
São Paulo, apenas a nossa cidade estava<br />
presente“, disse ele.<br />
O SABOR DO INTERIOR<br />
Após a eliminatória da Copa Brasileira<br />
de Pizzarias realizada em nossa<br />
cidade, onde foram classificadas<br />
cinco pizzarias do interior do Estado,<br />
sendo duas de Araraquara - Pizzaria<br />
Galli e Pizzaria Alecrim - as atenções<br />
se voltaram para a fase semifinal da<br />
competição, dentro da Fispal.<br />
Orgulhosamente, assegura Cardozo,<br />
Araraquara conseguiu entrar<br />
para a final com a Pizzaria Galli chegando<br />
em quarto lugar: “O que nos<br />
enviadece é saber que do Estado de<br />
São Paulo, já na semifinal, apenas as<br />
nossas pizzarias estavam presentes.<br />
Isso mostra o trabalho desenvolvido<br />
pela Alecrim e a Galli”, comenta o dirigente.<br />
Cardozo lembra que este<br />
mérito da cidade chegar<br />
em quarto lugar devese<br />
ao pizzaiolo Marcelo<br />
que elaborou uma receita<br />
diferenciada que encantou<br />
os jurados.<br />
FORTALECIMENTO<br />
Para o presidente do SinHoRes,<br />
participar de um<br />
evento de tão grande repercussão<br />
fortalece a classe e<br />
principalmente o trabalho<br />
que os pizzaiolos desenvolvem.<br />
Chamamos isso, lembra<br />
Cardozo, de interação, pois ocorre<br />
uma troca de informações entre os<br />
participantes. Para ele, o sindicato<br />
cumpre sua finalidade que é fortalecer<br />
o setor.<br />
Os araraquarenses<br />
entre os participantes<br />
da grande semi-final<br />
com Ronaldo Ayres,<br />
o Sr. Pizza<br />
Marcelo preparando a massa durante a fase<br />
final da Copa Brasileira de Pizzarias<br />
“Temos certeza que as duas<br />
pizzarias de Araraquara saíram<br />
desta competição com uma outra<br />
filosofia de trabalho, tornando-se<br />
um referencial para os seus clientes<br />
em nossa cidade”, comentou o<br />
presidente.<br />
Quando questionado sobre o<br />
acesso da tecnologia neste ramo<br />
O presidente José Carlos Cardozo com os dois<br />
araraquarenses semifinalistas da competição<br />
de atividade, Cardozo ressalta que<br />
é inevitável o uso de novas técnicas<br />
no setor, explicando que anualmente<br />
o sindicato freta um ônibus e gratuitamente<br />
os empresários da área são<br />
levados à Fispal: “É importante conhecer<br />
as novas tendências. Posso<br />
citar a existência de uma fôrma que<br />
corta pizza no formato e tamanho que<br />
você deseja sem o uso manual. Além<br />
disso conhecer a massa, fazer a massa<br />
normal ou integral, é interessante<br />
participar e acompanhar as novidades”,<br />
conclui.<br />
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53|
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INFORMATIVO<br />
AGRO<br />
N E G Ó C I O S<br />
Edição: Agosto/<strong>2018</strong><br />
O VALOR DO HOMEM DO CAMPO<br />
Sindicato Rural organizou festa para<br />
comemorar o Dia do Agricultor<br />
Cerca de 500 produtores rurais se reuniram no salão de festas do Lar Nosso Ninho, em<br />
julho, com foco no fortalecimento da classe.<br />
Todos sabiam que o encontro<br />
seria um sucesso. Não foi diferente.<br />
O salão lotado demonstrou uma vez<br />
mais a força do homem do campo, a<br />
união da classe e o companheirismo<br />
que existe no setor que carrega a economia<br />
brasileira.<br />
A solenidade marcou pelo oitavo<br />
ano seguido, as comemorações do<br />
Dia do Agricultor, organizada pelo<br />
Sindicato Rural, Faesp/Senar, tendo<br />
como apoiadores: Sebrae-SP, Canasol,<br />
CATI, Secretaria da Agricultura<br />
e Abastecimento do Estado de São<br />
Paulo, Prefeitura do Município de<br />
Araraquara e o Governo do Estado<br />
de São Paulo.<br />
O presidente do sindicato, Nicolau<br />
de Souza Freitas, disse na abertura<br />
que ano após ano, a entidade e os<br />
parceiros envolvidos constroem um<br />
novo evento para reconhecer o valor<br />
do empreendedor rural.<br />
Já o presidente da Canasol, Luís<br />
Henrique Scabello de Oliveira, fez<br />
um histórico das tratativas que ele e<br />
Nicolau têm participado em Brasília<br />
nas reuniões da Feplana e Ministério<br />
da Agricultura. O dirigente ressaltou<br />
a importância do trabalho do agricultor,<br />
porém, ponderou a necessidade<br />
da união visando o empoderamento<br />
do setor.<br />
As mensagens apresentadas pelo<br />
vice-prefeito Damiano Neto, Evandro<br />
Ditódaro (gerente interino do Sebrae<br />
em Araraquara), João Brunelli e<br />
Presidentes Nicolau de Souza Freitas (Sindicato Rural) e Luís Henrique Scabello de<br />
Oliveira (Canasol), durante a abertura do Dia do Agricultor em Araraquara<br />
Nestor Jamami (CATI) e do vereador<br />
Gérson da Farmácia, representando<br />
o Legislativo, seguiram uma uniformidade,<br />
sempre destacando a figura do<br />
produtor rural.<br />
A TRADIÇÃO<br />
O acontecimento contou na abertura<br />
com a missa sertaneja celebrada<br />
pelo padre Luís Antenor. Também ocorreram<br />
várias palestras na parte externa<br />
do salão onde estavam situados<br />
os expositores de veículos, máquinas<br />
agrícolas e produtos agrícolas.<br />
Além do almoço, tivemos show sertanejo<br />
e sorteio de brindes entre os<br />
participantes da festa que já tornou-se<br />
tradicional em Araraquara.<br />
Padre Luís Antenor celebrando a Missa<br />
Sertaneja que sempre foi considerada<br />
uma das atrações do evento<br />
NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
APRESENTAMOS OS ILUSTRES<br />
HOMENAGEADOS NO DIA DO<br />
AGRICULTOR<br />
55|
SINDICATO RURAL DE ARARAQUARA<br />
Aldo Fernando Rapatoni<br />
Considerado agricultor<br />
de visão, até 2005 ele<br />
trabalhou em parcerias,<br />
plantando em terras<br />
de terceiros. Neste ano<br />
comprou sua primeira<br />
propriedade no campo.<br />
Considerado um agricultor de visão<br />
aguçada, Aldo Fernando Rapatoni<br />
comenta que a parceria agrícola lhe<br />
garantiu enorme experiência para desenvolver<br />
projetos que hoje tornam<br />
seu plantio de soja plenamente estabilizado.<br />
“Mas nem de todo é fácil o<br />
trabalho, ainda mais quando vivemos<br />
uma política econômica de profundas<br />
transformações”, confessa.<br />
Para ele no entanto, que tem a<br />
ajuda do filho Fernando, de 38 anos<br />
e a quem transferiu a responsabilidade<br />
de seguir com o negócio, os caminhos<br />
são mais tranquilos em relação<br />
ao passado. Ele mesmo considera a<br />
importância da tecnologia na atualidade,<br />
onde ela se apresenta com<br />
a finalidade de agregar praticidade<br />
e facilitar a execução de tarefas, sobretudo<br />
na agricultura. Com essas<br />
transformações, novos sistemas de<br />
gerenciamento foram desenvolvidos<br />
para lidar com a competitividade do<br />
setor. Assim, experiência e inovação<br />
caminham com pai e filho.<br />
Formado em Técnico Agrícola e<br />
Administrador de Empresas, Aldo Rapatoni<br />
está iniciando a implantação<br />
de um projeto de irrigação em laranja<br />
na sua propriedade para cobertura<br />
de 80 mil pés (atualmente são 60<br />
mil). A perfuração do poço artesiano<br />
com cerca de 300 metros de profundidade<br />
está concluída e as operações<br />
devem começar nos próximos três<br />
meses com a possibilidade de atingir<br />
300m³/hora.<br />
Natural de Rincão, 62 anos, Aldo<br />
O reconhecimento<br />
do Sindicato Rural<br />
ao trabalho de<br />
Aldo Fernando<br />
Rapatoni<br />
Rapatoni hoje faz da Fazenda Bom Retiro<br />
em Boa Esperança do Sul a razão<br />
de viver com aquilo que mais gosta: a<br />
agricultura. São 120 alqueires que se<br />
espalham em uma área voltada para<br />
a cultura da cana-de-açúcar e laranja.<br />
É viúvo de Elizabete Aparecida Stivaletti<br />
e além do filho Fernando tem a<br />
filha Liane, oncologista no Hospital<br />
das Clínicas em Ribeirão Preto.<br />
CANASOL<br />
Eraldo Polez<br />
O mundo<br />
maravilhoso de<br />
Eraldo Polez<br />
Cercado pelo carinho de<br />
uma família fantástica,<br />
Eraldo é o respeitado<br />
lavrador que soube<br />
transformar em realidade<br />
todos os seus sonhos.<br />
“Eu fui roceiro e desde os 8 anos<br />
eu carpia algodão com o meu avô; eu<br />
ia na escola até o meio-dia e depois<br />
ia pra roça”. É assim vestido pela humildade<br />
que Eraldo Polez lembra da<br />
sua infância com as lágrimas escorrendo<br />
pelos cantos dos olhos.<br />
As dificuldades pontuaram a vida<br />
da família e não há como se emocionar,<br />
diz ele. Lembra até de 1948<br />
quando seu pai vendeu para o Sano<br />
um ‘chevrolezinho’ por 20 mil cruzeiros.<br />
Foi com muita insistência que<br />
Eraldo e o irmão Elio convenceram<br />
o pai a dar os 20 mil cruzeiros para<br />
entrada num sítio que queriam comprar<br />
e que o dono pedia 60 mil.<br />
No dia 27 de julho de 1949 a família<br />
se mudou para o sítio chamado<br />
Serra Alta (15 alqueires) em Guarapiranga,<br />
começando o trabalho<br />
com um arado puxado pelo burro e<br />
o dinheiro que surgia era guardado<br />
debaixo do colchão. O primeiro trator<br />
só foi comprado em 1956. “A gente<br />
era muito pequeno e casamento<br />
mesmo era só entre lavrador e a filha<br />
de outro lavrador”, lembra.<br />
Foi trabalhando muito que os filhos<br />
do ‘seo’ Fioravante Polez e Lúzia<br />
Ferro Polez foram comprando novas<br />
propriedades ao redor da Serra<br />
Alta. Elio, Hélcio, Eraldo, Herivelto e<br />
Maria Regina formavam uma família<br />
predestinada ao crescimento.<br />
Eraldo conta com orgulho que<br />
são quase 250 alqueires em uma<br />
das mais ricas regiões do país, agora<br />
fruto do trabalho em parceria com os<br />
filhos Eraldo e Romualdo.<br />
Com a esposa Maria Helena,<br />
Eraldo Polez se emociona ao falar do<br />
passado, do companheirismo com o<br />
irmão Elio, lembranças que lhe dão<br />
um caminhar digno e honrado, tal<br />
como o pai Fioravante lhe ensinou.<br />
|56
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA<br />
Jermano Rodrigues<br />
‘Seo Jermano’ como é<br />
chamado pelos amigos, tem<br />
o jeitão daqueles matutos<br />
para sempre transformar a<br />
vida de todos num mundo<br />
de felicidade. Como ele diz -<br />
a vida é bela.<br />
Perto de completar 90 anos de<br />
idade lá vai ‘seo Jermano’, franzino,<br />
como bom mineiro, a caminhar lentamente,<br />
levando nos pensamentos<br />
os detalhes que formam a sua vida<br />
de sertanejo.<br />
Natural de Rubim, cidade das Minas<br />
Gerais, ‘seo Jermano’ não teve<br />
estudos, porém a vida lhe ensinou<br />
cumprir o que seus pais sempre<br />
exigiram: a honestidade. E isso ele<br />
leva para os negócios e no trato com<br />
suas amizades.<br />
Em um primeiro relacionamento<br />
com Durvalina Alves Passos, criou<br />
oito filhos, sendo três de um primeiro<br />
casamento da esposa e dois deles<br />
de criação, como dizem os antigos.<br />
Após serem emancipados, dois<br />
deles venderam a propriedade e a<br />
família teve que deixar a fazenda<br />
passando a viver de forma nômade;<br />
por um bom tempo trabalhou na<br />
roça em Minas Gerais e de lá veio<br />
para São Paulo, permanecendo em<br />
Sertãozinho onde foi convidado para<br />
se fixar no Monte Alegre. Só que ele<br />
e mais 11 famílias dois anos depois,<br />
foram chamados para permanecerem<br />
no Bela Vista que iniciava o processo<br />
de terras assentadas.<br />
Ele já não podia ser assentado<br />
tendo em vista a idade avançada,<br />
razão pela qual assentou seu filho<br />
Sebastião para não perder o direito<br />
conquistado. E aqui hoje, diz ele,<br />
vive eu, mais filho, nora e neto, graças<br />
ao bom Deus, em uma terra conquistada<br />
com muita luta.<br />
Jermano Rodrigues, acostumado à vida do<br />
campo, ainda apanha a viola nos fins de<br />
tarde para cantarolar<br />
Jermano é o verdadeiro retrato<br />
do matuto (habitante do campo),<br />
sertanejo da gema, desses que de<br />
vez em quando empunha a viola e<br />
sai a fazer cantorias. Na sua história,<br />
que ele diz não ter lugar para os fracos,<br />
há frases que guarda e às vezes<br />
as solta como: “Se Deus quis aqui<br />
como morada nossa, aqui vou viver”.<br />
PREFEITURA MUNICIPAL DE ARARAQUARA<br />
José Aparecido de Souza<br />
O antigo caminhoneiro<br />
um certo dia pensou que<br />
poderia fazer o que mais<br />
gosta: trabalhar com a terra<br />
num espaço todinho seu.<br />
Hoje são 15 hectares para<br />
plantar e colher.<br />
José Aparecido de Souza ou simplesmente<br />
“Zé Aparecido”, é uma<br />
dessas pessoas que enraizadas em<br />
meio às plantações, tem uma característica<br />
própria de falar e sorrir,<br />
mesmo que as agruras da vida de<br />
vez em quando estão a rodeá-lo.<br />
Nascido em 15 de julho de 1962,<br />
na pequena Jaguapitã, no Paraná,<br />
onde cursou o primário, José Aparecido<br />
decidiu um dia ser caminhoneiro,<br />
trabalhando por mais de 20 anos<br />
nas estradas brasileiras.<br />
Casado com Maria de Lourdes<br />
Oliveira Souza teve o filho Wanderson,<br />
que faleceu aos 33 anos em<br />
setembro do ano passado, vítima de<br />
um acidente na rodovia. Nem bem<br />
refeito do trauma, eis que, em junho<br />
último, o casal perdeu o neto Kauan<br />
Felipe de Souza, de 6 anos, ampliando<br />
logicamente a tristeza na família<br />
que ainda busca se fortalecer.<br />
“Eu moro no Assentamento Monte<br />
Alegre há 12 anos, no Sítio Monte<br />
Alegre III, tendo uma pequena lavoura<br />
de café, além da horta, cujos produtos<br />
são disponibilizados ao mercado<br />
local”, diz José Aparecido, sempre<br />
disposto a enfrentar novos desafios.<br />
Na propriedade de 15 hectares as<br />
preocupações também são diárias e<br />
de sol a sol, a família se entrega ao<br />
trabalho, buscando a expansão das<br />
atividades e maior rentabilidade em<br />
seus negócios.<br />
“Posso dizer que é uma vida em<br />
família, cada um sabendo da sua<br />
missão e também da sua responsabilidade.<br />
Minha mulher, meu pai<br />
e meu tio, mais minha sobrinha formamos<br />
essa família sempre disposta<br />
a encarar os desafios”, comenta<br />
José Aparecido de Souza dentro da<br />
sua simplicidade. “Sou agradecido à<br />
Deus pelo que Ele me concede”, diz.<br />
57|
CATI<br />
Sérgio e José, os Irmãos Pacheco<br />
Mesmo mergulhados em<br />
tanto trabalho e dificuldades,<br />
o mundo parece sorrir para<br />
eles e os tornam ricos num<br />
cenário de beleza e alegria<br />
que a lavoura proporciona.<br />
O despertador nem bem anunciou<br />
quatro horas da madrugada e lá<br />
estão eles - Antônio Sérgio e José Roberto<br />
- conhecidos nas lavouras da<br />
região como os irmãos Pacheco, enxergando<br />
a linha do horizonte e prontos<br />
para mais um dia de batalha.<br />
Os filhos de dona Maria Solssia<br />
e Antonio Fernandes Pacheco, irmãos<br />
de Filomena, Maria Inês, Rita<br />
e Elaine além de saberem o caminho<br />
‘decor e salteado’, vão conversando<br />
pelo caminho e cada um tem na sua<br />
lembrança o começo de tudo na<br />
Fazenda Santa Filomena, no bairro<br />
chamado Cabeceira do Boi.<br />
CATI<br />
Laércio Aparecido da Silva<br />
Se alguém precisar de um<br />
bom amigo, o Laércio é o<br />
cara. Assim se expressam as<br />
pessoas que o conhecem e<br />
tiveram a felicidade de tê-lo<br />
como colega de trabalho na<br />
CATI, em Araraquara.<br />
Laércio Aparecido da Silva é uma<br />
pessoa especial, contam os amigos.<br />
Trabalhador é o que a maioria diz, porém,<br />
sua vida se complementa por ser<br />
um bom pai e um avô amável. Quando<br />
não está cercado pelos carinhos dos<br />
filhos André Luiz e Bruna, certamente<br />
está bem próximo da neta Ana Clara.<br />
Fez o ensino fundamental na Escola<br />
Estadual “Antônio Joaquim de<br />
Carvalho” e o ensino médio na Escola<br />
Estadual “João Pires de Camargo”.<br />
Logo que deixou a vida escolar por<br />
conta da necessidade, foi trabalhar<br />
Primeiro foram os 10 alqueires,<br />
hoje são 15 em uma sociedade tocada<br />
à mão de ferro plantando cana,<br />
laranja, além de soja em áreas que<br />
eles alugam anualmente, a mais<br />
próxima a 30 km de casa. Cada qual<br />
tem seus tratores e colheitadeiras<br />
sempre dispostas em trabalhar nas<br />
áreas vizinhas.<br />
Um coisa diferencia os dois: Sérgio<br />
(60 anos) mora na cidade (Araraquara)<br />
com a mulher Vilma e a filha<br />
Mariana; e José Roberto (56 anos)<br />
não arreda o pé do campo: ali estão<br />
a esposa Geni e também a dona<br />
Maria Aparecida, mãe de quem ela<br />
ainda chama de “meninos”. Os filhos<br />
Josiane e José Antônio são casados<br />
e moram em nossa cidade.<br />
É no andar de lá pra cá que os<br />
dois começam a falar dos avós paternos,<br />
dona Benta e seo João Fernandes<br />
Pacheco que há mais de<br />
80 anos se embrenharam naquela<br />
na Indústria de Embalagens Barg,<br />
por pelo menos um ano; em seguida<br />
tornou-se servidor municipal e não<br />
pensou duas vezes quando surgiu a<br />
oportunidade de ser funcionário da<br />
CATI, onde permaneceu por 36 anos<br />
de atividades.<br />
Curioso é que ao longo da sua vida<br />
profissional, exercendo a função de<br />
Auxiliar de Apoio à Agricultura, Laércio<br />
diariamente ia de bicicleta do bairro<br />
de São José até a Vila Xavier, onde<br />
está localizada a CATI.<br />
Por esta dedicação tornou-se um<br />
grande companheiro de todos, pessoa<br />
indispensável nas conversas e<br />
nos encontros que se organizavam no<br />
escritório. Para muitos, suas palavras<br />
representavam um alento, servindo<br />
de estímulo para o trabalho e mais<br />
que isso, para o preenchimento interior<br />
dos seres humanos.<br />
No começo do ano ele se apo-<br />
José Roberto e Antônio Sérgio<br />
região em busca do seu El Dorado.<br />
O que encontraram de fato foi muito<br />
trabalho e o resultado obtido por<br />
eles é que sinaliza um mundo bom<br />
de ternura e interação familiar.<br />
Agora que o dia clareou, os irmãos<br />
Pacheco olham aquela imensa<br />
plantação de cana que lhes dá o<br />
sustento, sem se descuidar da soja<br />
que virá na colheita do ano que vem,<br />
plantada em terra de terceiros.<br />
Essa disposição para o trabalho,<br />
até mesmo por necessidade, sempre<br />
será preciso preservar, pois o que se<br />
tem agora, veio pelas mãos dos seus<br />
antepassados, depois de muita luta.<br />
Laércio Aparecido da Silva<br />
sentou. Sentiu que era hora de parar,<br />
daí a razão da homenagem que<br />
a CATI promoveu a ele, reconhecendo<br />
seu extraordinário valor, não apenas<br />
como profissional, mas principalmente<br />
como ser humano notável e<br />
um dedicado companheiro para todas<br />
as horas.<br />
|58
CATI<br />
APROTABA - Tabatinga<br />
Ao ingressar no Projeto<br />
Microbacia II, a entidade<br />
avançou em suas ações e<br />
hoje é uma das principais<br />
associações de classe da<br />
nossa região.<br />
A Associação dos Produtores Rurais<br />
de Tabatinga – APROTABA foi<br />
formada em 2011 por 20 produtores<br />
que buscavam no cultivo do pimentão<br />
em estufa, uma alternativa para<br />
melhoria da renda, que diminuiu<br />
quando da substituição da citricultura<br />
pela cana-de-açúcar. O objetivo<br />
era a multiplicação, disseminação<br />
das boas práticas e tecnologias de<br />
cultivo, além da busca de melhores<br />
condições de vendas dos produtos.<br />
Em 2014, a entidade recebeu<br />
para uso em comodato, o Barracão<br />
do Agronegócio, através da Prefeitura<br />
Municipal, criando estrutura para<br />
fornecer alimentos aos municípios<br />
da região o que lhe valeu aderir ao<br />
projeto Microbacia II, passando então<br />
a participar de programas governamentais.<br />
Com essas conquistas,<br />
aumentou o número de associados<br />
de 63 para 106. Sua produção se<br />
diversificou, tornando-se um modelo<br />
em seu segmento.<br />
O Programa Microbacias II –<br />
Acesso ao Mercado, da Coordenadoria<br />
de Assistência Técnica Integral,<br />
a CATI, órgão da Secretaria de Agricultura<br />
e Abastecimento do Governo<br />
do Estado de São Paulo, propiciou<br />
à APROTABA desenvolver a agricultura<br />
familiar no município. Através<br />
deste programa, a associação com<br />
43 produtores participantes fez um<br />
Plano de Negócios e comprou dois<br />
caminhões com baú, câmara frigorífica<br />
e também reforma e adequação<br />
do barracão, além de equipamentos<br />
de informática em investimento total<br />
João Vitor de Oliveira Mattoso, vicepresidente,<br />
representando a Aprotaba<br />
de R$ 403.104,00, sendo que 70%,<br />
ou seja, R$ 282.172,80 oriundos do<br />
programa, com recursos do acordo<br />
de empréstimo do Banco Mundial<br />
pelo Governo paulista e os 30% restantes<br />
rateados entre os produtores.<br />
Alguns deles também foram beneficiados<br />
com máquinas e equipamentos,<br />
criação de projeto individual<br />
de propriedade entrando com 30%<br />
dos recursos e o restante bancado<br />
pelo programa. Tabatinga também<br />
acabou ganhando, pois conquistou<br />
recursos para melhorar as estradas<br />
rurais, facilitando o escoamento dos<br />
produtos.<br />
O momento de realizar os<br />
melhores negócios está chegando!<br />
Todos os dias, dinâmicas de tecnologias de precisão,<br />
ILPF e hortifrúti.<br />
Presença das maiores empresas de insumos, máquinas e<br />
implementos agrícolas do país.<br />
Condições facilitadas de pagamento.<br />
2<br />
0<br />
1<br />
8<br />
TECNOLOGIA E<br />
SUSTENTABILIDADE<br />
30 de julho a 02 de agosto,<br />
das 08 às18h.<br />
EECB - Estação Experimental de Citricultura de Bebedouro - Rodovia Brigadeiro Faria Lima, Km 384. Bebedouro SP.<br />
Instituição Financeira:<br />
Realização:<br />
Patrocinadores Master:<br />
coopercitrusoficial<br />
www.coopercitrus.com.br<br />
59|
De bike, carro ou moto,<br />
o roteiro com pontos<br />
de vendas pode ser<br />
visitado por todos<br />
BEM-VINDOS À NOSSA ROÇA<br />
Roteiro dos ciclistas agora se transforma no<br />
Circuito dos Sabores<br />
Foi com recursos destinados<br />
pelo SENAR SP e FAESP que<br />
o Sindicato Rural conseguiu<br />
mapear um roteiro para os<br />
“bikeiros” e transformar pelo<br />
menos 15 propriedades em<br />
pontos específicos de vendas<br />
dos produtos rurais.<br />
Local: Assentamento Monte Alegre,<br />
onde seis núcleos se espalham<br />
com propriedades rurais nascidas a<br />
partir dos anos 80/90 e onde residem<br />
cerca de 6 mil pessoas, todas<br />
elas praticamente envolvidas de<br />
uma forma ou de outra com a vida<br />
no campo.<br />
Em 2011, o Sindicato Rural de<br />
Araraquara com recursos destinados<br />
pelo SENAR (Serviço Nacional<br />
de Aprendizagem Rural) e FAESP<br />
(Federação da Agricultura do Estado<br />
de São Paulo), iniciou a implantação<br />
de um projeto audacioso: capacitar<br />
15 proprietários dessas áreas para<br />
a produção de queijos, polpas de<br />
Em dezembro<br />
do ano passado,<br />
o presidente<br />
Nicolau<br />
de Souza<br />
Freitas, do<br />
Sindicato Rural,<br />
apresentou<br />
o roteiro do<br />
Circuito dos<br />
Sabores<br />
frutas, pães, cachaças, dando assim<br />
início à criação de restaurantes e padarias.<br />
“Este trabalho devemos muito à<br />
instrutora Ângela Barbieri Nigro, que<br />
de maneira paciente orientou e ensinou<br />
os interessados em ter alternativas<br />
de plantio, colheita e venda, gerando<br />
valores em suas propriedades<br />
|60
Carlos César Rocha da Silva, da Fundação Itesp, mostra a roteirização das<br />
propriedades que fazem parte do circuito<br />
e fortalendo os laços familiares no<br />
campo”, comentou João Henrique de<br />
Souza Freitas, coordenador regional<br />
do SENAR SP e diretor do Sindicato<br />
Rural de Araraquara.<br />
Mas para que o projeto tivesse<br />
êxito, foi preciso contar com a parceria<br />
da Fundação Itesp, do Sebrae e<br />
da Prefeitura Municipal de Araraquara<br />
e Prefeitura Municipal de Motuca.<br />
Com a união de todos, assinalou o<br />
dirigente, podemos comemorar o sucesso<br />
de um empreendimento que<br />
entra para a história da cidade, afinal<br />
todos cumpriram suas finalidades<br />
sociais e entregam à comunidade<br />
um centro de compras no campo<br />
e com um roteiro pré-estabelecido.<br />
COMO TUDO ACONTECEU<br />
“O projeto é verdade, justifica-se<br />
devido ao potencial que existe para a<br />
atividade do turismo rural no Monte<br />
Alegre. Além dos atrativos relacionados<br />
à produção diversificada da agricultura<br />
familiar, a área possui atrações<br />
naturais e culturais, tais como<br />
cachoeiras, matas conservadas, riachos<br />
entre outros. Assim, durante 7<br />
anos, participaram 7 turmas e cerca<br />
de 100 propriedades sentiram-se<br />
envolvidas nas capacitações. Foi<br />
através então destas atividades contínuas<br />
de capacitação, que surgiram<br />
várias ideias de diversificação das<br />
atividades”, explicou Ângela Barbieri<br />
Nigro.<br />
O APOIO DOS PARCEIROS<br />
Para Maria Clara Piai da Silva,<br />
da Fundação Itesp, a convivência<br />
do órgão com a vida no campo trouxe<br />
incondicional apoio à iniciativa.<br />
“Aproveitando uma oportunidade de<br />
mercado e de pesquisa local, observou-se<br />
que a área é frequentada por<br />
ciclistas, uma vez que eles possuem<br />
um perfil de consumo interessante e<br />
que estão a procura de produtos que<br />
apresentam características locais e<br />
personalizadas. Outro fato interessante<br />
é que existe uma demanda por<br />
parte desse público em conhecer<br />
melhor os moradores locais e obter<br />
o acesso adequado da informação e<br />
localização”, comentou.<br />
De fato, a Padaria AMA (Associação<br />
de Mulheres Assentadas), tornou-se<br />
em ponto de concentração e<br />
infraestrutura de apoio para os ciclistas<br />
que param por ali, descansam e<br />
Produção de cachaças, uma das atrações constantes deste<br />
passeio ao Monte Alegre<br />
seguem com suas pedaladas. As<br />
associadas da AMA também foram<br />
capacitadas no Programa Turismo<br />
Rural, atuando na área de panificação<br />
e produção de alimentos. Como<br />
recompensa a essa dedicação, elas<br />
recebem assistência técnica e consultoria<br />
de diversas instituições,<br />
dentre elas: Fundação Itesp – GTC<br />
Araraquara, Sebrae-SP, Prefeitura<br />
Municipal, UNIARA, Consul (através<br />
do Prêmio do Concurso Consulado<br />
da Mulher), além de profissionais<br />
liberais que auxiliam as associadas<br />
em suas atividades.<br />
Os traços e os costumes do campo são<br />
encontrados no roteiro criado para receber<br />
as pessoas da região urbana. Uma gostosa<br />
convivência e o resgate do passado.<br />
A compra de frutas e<br />
o momento em que os<br />
“bikeiros” param na<br />
Padóka para um folêgo.<br />
Tudo agora é atração no<br />
Circuito dos Sabores.<br />
CONTINUA NAS<br />
PÁGINAS SEGUINTES<br />
61|
|62
63|
CIRCUITO DOS SABORES<br />
Um prêmio à<br />
união de todos<br />
Produtores rurais e também<br />
os “bikeiros comemoram o<br />
lançamento do Circuito dos<br />
Sabores em manhã de festa<br />
para o Monte Alegre.<br />
Nos últimos três anos observouse<br />
que nos fins de semana passam<br />
pela Padaria AMA ou Padóka, aproximadamente<br />
150 ciclistas. Diante da<br />
necessidade de maior visibilidade das<br />
propriedades no local e da vida do<br />
campo, justificava-se a execução de<br />
um circuito que viesse a inserir novos<br />
pontos de venda para produtos<br />
alimentícios artesanais.<br />
Para concluir o projeto, os proprietários<br />
da fazenda Monte Alegre participaram<br />
em junho e julho do curso<br />
de Comercialização de Produtos para<br />
o Turismo Rural, uma parceria do Sebrae,<br />
SENAR/FAESP, Fundação Itesp e<br />
o Sindicato Rural de Araraquara. Seria<br />
imprescindível que deste movimento<br />
também partipasse a Prefeitura Municipal,<br />
através da Coordenadoria de<br />
Agricultura e o Conselho Municipal de<br />
Turismo (Comtur).<br />
“O curso visava o que estamos<br />
vendo hoje, o aprimoramento dos produtos,<br />
sua comercialização sempre<br />
com o foco no cliente, consolidando<br />
um circuito de Turismo Rural nos Assentamentos<br />
Monte Alegre e desencadeando<br />
mais uma alternativa para<br />
o desenvolvimento local, propiciando<br />
o fortalecimento e organização dos<br />
produtores interessados na atividade”,<br />
comentou Silvani Silva, coordenadora<br />
de Agricultura no município.<br />
Para tanto, foi organizado um grupo<br />
de proprietários rurais e os locais<br />
de venda foram roteirizados para ampla<br />
divulgação dos produtos alimentícios<br />
que poderão ser encontrados<br />
pelo caminho a partir de agora.<br />
ORADORES DURANTE O EVENTO<br />
O diretor do Sindicato<br />
Rural e coordenador<br />
regional do SENAR<br />
SP, João Henrique<br />
de Souza Freitas,<br />
destacou a importância<br />
da integração da<br />
Fundação Itesp,<br />
Sebrae, Prefeituras de<br />
Araraquara e Motuca<br />
para que tudo<br />
desse certo<br />
Luiz Felipe Cavallari<br />
Sebrae Regional Araraquara<br />
Mário Contarim<br />
Prefeitura de Motuca<br />
Márcia Firmino falou<br />
em nome do grupo de<br />
produtores participantes<br />
do circuito<br />
Maria Clara Piai da Silva<br />
Fundação Itesp<br />
Silvani Silva<br />
Coordenadora de Agricultura<br />
Ângela Nigro<br />
Instrutora SENAR SP<br />
Damiano Neto<br />
Vice-Prefeito Araraquara<br />
Em sua mensagem, o prefeito Edinho Silva destacou o trabalho<br />
dos produtores rurais e lembrou a criação da Padóka, a<br />
padaria mantida pela Associação de Mulheres Assentadas<br />
no Monte Alegre<br />
|64
65|
Os participantes<br />
do projeto já estão<br />
preparando sua horta e<br />
logo haverá a colheita<br />
PARCERIA LEVA CONHECIMENTO AO CAMPO<br />
João Henrique: “Estamos preparando<br />
o jovem agricultor do futuro”<br />
Eles são jovens ainda e com a vida enraizada no campo, convivendo com os pais em<br />
assentamento ou com os costumes da pequena Motuca que mantém traços bem agrícolas.<br />
Através da parceria entre SENAR,<br />
Sindicato Rural de Araraquara, Fundação<br />
Itesp - GTC Araraquara e Prefeitura<br />
de Motuca, foi iniciado o Programa<br />
Jovem Agricultor do Futuro, reunindo<br />
participantes de 14 a 17 anos, residentes<br />
nos assentamentos Monte<br />
Alegre e cidade de Motuca.<br />
O programa, de acordo com o<br />
coordenador regional do SENAR SP,<br />
João Henrique de Souza Freitas,<br />
possibilita que o jovem adquira uma<br />
série de habilidades e competências<br />
relacionadas ao desenvolvimento da<br />
autonomia, escolhas profissionais,<br />
ética, coletividade e cidadania, além<br />
de sensibilizar sobre a importância<br />
da agricultura, produção de alimentos,<br />
preservação e recuperação ambiental,<br />
ou seja, sensibiliza e trabalha<br />
em contexto amplo a formação cidadã<br />
com foco no meio rural.<br />
O projeto está estruturado em<br />
atividades que partem de eixos específicos:<br />
ser pessoa, profissional e<br />
cidadão. Mas ser também, diz Ma-<br />
O interesse em anotar toda informação<br />
passada durante as aulas<br />
|66
ia Clara Piai da Silva, da Fundação<br />
Itesp, um profissional da agricultura<br />
e pecuária, além de um empreendedor<br />
rural. “Inerentes a estes eixos,<br />
existem os projetos articuladores que<br />
relacionam diversas ações com foco<br />
nas habilidades e competências já<br />
citadas”, completa Maria Clara.<br />
COMO FUNCIONA<br />
A solicitação do projeto parte da<br />
relevância destas atividades com jovens<br />
desta faixa etária visto que, a<br />
longo prazo, pode gerar resultados<br />
positivos ao público, desenvolvendo<br />
a visão empreendedora e de geração<br />
de renda em relação ao campo. Tais<br />
elementos que servem como regra,<br />
contribuem para a permanência dos<br />
jovens no campo e o seu envolvimento<br />
com as atividades agropecuárias<br />
exercidas por suas famílias. “No caso<br />
dos jovens da cidade, contribui para<br />
a formação cidadã com foco no meio<br />
ambiente, cidadania e produção de<br />
alimentos”, lembra João Henrique.<br />
Visita na área de<br />
produção da Carol<br />
e Eduardo da<br />
SumuHumus, na<br />
Chácara Flora, que<br />
vendem cestas de<br />
produtos orgânicos e<br />
fazem feira<br />
As atividades são desenvolvidas<br />
pelas instrutoras Mariana Crespo<br />
Mello e Juliana Petrazzo, que orientam<br />
nas áreas técnica e pedagógica,<br />
respectivamente.<br />
O projeto também envolve atividades<br />
no campo, visitas técnicas realizadas<br />
nos assentamentos, dinâmicas<br />
e diversas outras ações que serão desenvolvidas<br />
até dezembro.<br />
Ao longo do cronograma, finaliza<br />
Maria Clara, planejaremos atividades<br />
que envolvam servidores da Fundação<br />
Itesp - GTC Araraquara a fim de<br />
contribuírem para os conteúdos do<br />
programa que estejam relacionados<br />
às práticas de assistência técnica que<br />
exercem nos assentamentos.<br />
CURSOS<br />
ANO / <strong>2018</strong><br />
CURSOS EM <strong>AGOSTO</strong><br />
• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />
01/08 até 31/08<br />
Local: Motuca<br />
• MANUTENÇÃO DE TRATORES<br />
AGRÍCOLAS<br />
01/08 até 03/08<br />
Local: Canasol<br />
• TOMATE ORGÂNICO - (MÓDULO VI)<br />
06/08 e 08/08<br />
Local: Sítio 3 Ramos e Sítio Vitória<br />
• APLICAÇÃO DE AGROTÓXICOS<br />
COM PULVERIZADOR DE BARRAS<br />
07/08 até 08/08 (fechado)<br />
Local: Usina São Martinho (Américo)<br />
• PROCESSAMENTO ARTESANAL DE<br />
OLERÍCOLAS - TÉCNICAS<br />
13/08 até 17/08 (fechado)<br />
Local: Canasol<br />
• ARTESANATO EM BANANEIRA<br />
- UTILITÁRIOS E DECORATIVOS -<br />
TÉCNICAS<br />
13,14,28,29/08<br />
Local: Sítio 3 Ramos<br />
• JOVEM AGRICULTOR DO FUTURO<br />
01/08 até 31/08<br />
Local: Motuca<br />
• FEIRA DO PRODUTOR RURAL<br />
(MÓDULO V)<br />
20/08 a 23/08<br />
Local: Sítio 3 Ramos<br />
• OPERAÇÃO DE TRATORES AGRÍCOLAS<br />
COM SEMEADORA DE PRECISÃO<br />
21 a 26/08<br />
Local: Santa Lúcia<br />
• FACIRA <strong>2018</strong> - FEIRA AGRO<br />
COME<strong>RCIA</strong>L E INDUSTRIAL DA REGIÃO<br />
DE ARARAQUARA<br />
21 a 26/08<br />
Local: CEAR<br />
• MOTIVAÇÃO DE EQUIPES - TÉCNICAS<br />
27/08<br />
Local: Canasol<br />
CONVITE<br />
O Sindicato Rural de Araraquara, o SENAR<br />
SP, a FAESP e a Canasol, estarão presentes<br />
durante o período de realização da FACIRA<br />
<strong>2018</strong> e sentem-se honrados em convidar<br />
seus associados e os produtores rurais em<br />
geral para visitarem o nosso estande.<br />
Durante agosto este<br />
grupo vai continuar<br />
tendo aulas teóricas<br />
e práticas ministradas<br />
pelas instrutoras<br />
Mariana Crespo<br />
Mello e Juliana<br />
Petrazzo<br />
Coordenador SENAR/SP Araraquara:<br />
João Henrique de Souza Freitas<br />
67|
NOTÍCIAS<br />
CANAS L<br />
<strong>ED</strong>IÇÃO<br />
<strong>AGOSTO</strong> | <strong>2018</strong><br />
SÉRGIO BORTOLOZZO<br />
Associado da Canasol é empossado na<br />
Federação da Agricultura e Pecuária do Piauí<br />
A Associação dos<br />
Fornecedores de Cana<br />
de Araraquara - Canasol<br />
comemorou em junho<br />
mais um aniversário.<br />
São 66 anos de luta em<br />
defesa dos interesses dos<br />
fornecedores de cana da<br />
região de Araraquara.<br />
O empresário araraquarense e<br />
associado da Canasol, Sérgio Bortolozzo,<br />
foi empossado recentemente<br />
na Presidência da Federação da Agricultura<br />
e Pecuária do Estado do Piauí.<br />
É também Presidente Institucional da<br />
Abramilho - Associação Brasileira dos<br />
Produtos de Milho e foi Presidente da<br />
Maizall - aliança não governamental<br />
privada dos produtores nos principais<br />
países exportadores de milho. Juntamente<br />
com seus familiares, Sérgio<br />
foi um dos pioneiros na produção de<br />
grãos no cerrado piauiense, onde<br />
produzem soja, milho, algodão, eucalipto,<br />
gado, frango de corte, realizam<br />
o beneficiamento de algodão,<br />
fabricação de rações e mineração de<br />
calcário, além de outras atividades,<br />
através do complexo denominado Fazendas<br />
Canel que este ano completa<br />
30 anos. No município de Trabiju-SP<br />
a família possui a Fazenda Santa Terezinha<br />
onde produz cana-de-açúcar.<br />
Para o presidente Luís Henrique,<br />
é um grande orgulho para a Canasol<br />
ter como associado uma pessoa<br />
Sérgio Bortolozzo<br />
como Sérgio Bortolozzo, integrante de<br />
uma das famílias mais tradicionais da<br />
agricultura da região de Araraquara.<br />
Parabéns Sérgio, sucesso!<br />
O ETANOL<br />
Venda direta das Usinas<br />
para os Postos é<br />
defendida pelos<br />
Produtores de Cana<br />
Mesmo aprovado pelo Senado e<br />
contando com o apoio dos Produtores<br />
de Cana, o Projeto de Resolução<br />
apresentado pelo Senador Otto Alencar<br />
tem enfrentado forte oposição na<br />
Câmara Federal onde está em fase<br />
de análise. A venda de etanol diretamente<br />
das Usinas para os postos<br />
de combustíveis é defendida pelos<br />
produtores de cana, mas é atacada<br />
pelos empresários ligados às Distribuidoras.<br />
Os defensores do projeto dizem<br />
que a venda direta do etanol traria<br />
uma série de benefícios, pois aumentaria<br />
a concorrência e provocaria<br />
uma redução de preço do produto na<br />
bomba, incentivando o uso do etanol.<br />
Pelo sistema atual, o etanol produzido<br />
pelas Usinas é transportado até<br />
às Distribuidoras para retornar aos<br />
Tatiana e Luís<br />
Henrique com<br />
os deputados<br />
Jair Bolsonaro e<br />
Victorio Galli<br />
postos de combustíveis, muitas vezes<br />
localizados praticamente ao lado das<br />
usinas, fazendo um verdadeiro “passeio”<br />
sem sentido econômico.<br />
A União Nacional da Indústria de<br />
Cana-de-açúcar (UNICA) - que reúne<br />
as principais usinas do país - é uma<br />
das entidades contrárias ao projeto<br />
e faz forte oposição à sua aprovação<br />
na Câmara Federal. Para representantes<br />
da entidade, a pulverização<br />
na distribuição do etanol dificultaria<br />
a fiscalização da venda, facilitaria a<br />
adulteração, diminuindo a qualidade<br />
do produto e, consequentemente, elevaria<br />
a sonegação de impostos o que,<br />
em cadeia, provocaria o aumento dos<br />
custos de produção e aumentando<br />
o preço ao consumidor. Entretanto,<br />
essa opinião não é unânime entre as<br />
próprias usinas e é veementemente<br />
refutada pelos produtores de cana.<br />
|68
CUIDADOS<br />
Queimadas urbanas e rurais, uma ameaça<br />
ao meio ambiente e à saúde pública<br />
Paulo Leal e Alexandre Lima (Feplana),<br />
Nicolau, Arnaldo Jardim (deputado<br />
Federal), Luís Henrique e Tatiana<br />
Dirigentes cumprem<br />
atividades em Brasília<br />
O presidente da Canasol, Luís<br />
Henrique, que também responde<br />
pelo cargo de secretário da FEPLA-<br />
NA, esteve em Brasília em julho para<br />
acompanhar na Câmara Federal a discussão<br />
sobre o Projeto que defende a<br />
venda direta de etanol para os Postos<br />
de Combustíveis.<br />
Acompanhado da vice-presidente<br />
Tatiana Campos Leite e do diretor Nicolau<br />
de Souza Freitas, Luís Henrique<br />
manteve contato com vários deputados<br />
pedindo apoio ao projeto. Para<br />
o presidente da Canasol a medida é<br />
salutar para o setor, usinas e consumidor<br />
e incentivaria o consumo de um<br />
combustível nacional que gera empregos<br />
e é ambientalmente favorável.<br />
Ainda na capital federal, Luís Henrique,<br />
Tatiana e Nicolau prestigiaram<br />
o lançamento do livro sobre Marcelo<br />
Barbieri, ex-prefeito de Araraquara<br />
que atualmente ocupa cargo na Secretaria<br />
de Governo da Presidência<br />
da República. O livro “Marcelo Barbieri<br />
– Lutas e conquistas na politica<br />
brasileira” escrito pela jornalista Fernanda<br />
Stella Cavícchia, é prefaciado<br />
pelo Presidente Michel Temer.<br />
Lançada a biografia de Marcelo Barbieri<br />
Curso de prevenção contra incêndios ministrado na Canasol<br />
A falta de chuva, sem dúvida, é<br />
um dos fatores do aumento substancial<br />
de incêndios nas áreas de<br />
vegetação nativa, tanto na cidade,<br />
como no campo, nesta época do<br />
ano.<br />
O uso do fogo como método de<br />
limpeza da vegetação, a queima<br />
de lixo ou materiais indesejáveis, o<br />
lançamento de pontas de cigarro às<br />
margens de estradas e até mesmo<br />
a irresponsabilidade de algumas<br />
pessoas, são as principais causas<br />
da ocorrência de incêndios de grandes<br />
proporções.<br />
Apesar das campanhas desenvolvidas<br />
pelo poder público e entidades<br />
privadas como a Canasol,<br />
focos de incêndios frequentemente<br />
são vistos na região. Ainda recentemente,<br />
um incêndio de grandes<br />
proporções atingiu as margens do<br />
Córrego Marivan, destruindo a vegetação,<br />
vitimando animais silvestres<br />
como répteis e roedores, além<br />
de espalhar fumaça pela região,<br />
provocando a piora da qualidade<br />
do ar.<br />
O Córrego Marivan é um dos<br />
afluentes da represa das Cruzes,<br />
que abastece grande parte da cidade<br />
e sofre muito com o despejo<br />
de lixo e entulho em suas margens,<br />
além das frequentes queimadas.<br />
AÇÕES DA CANASOL<br />
É verdade que, com o tempo<br />
seco e a baixa umidade do ar neste<br />
período do ano, essa incidência<br />
de incêndios tem sido maior e traz<br />
preocupação para os produtores<br />
rurais, principalmente para aqueles<br />
que possuem canaviais em suas<br />
propriedades.<br />
Buscando oferecer suporte técnico<br />
e apoio para seus associados,<br />
periodicamente a Canasol promove<br />
treinamentos visando orientar<br />
os produtores sobre as melhores<br />
maneiras de evitar a ocorrência de<br />
incêndios e as formas mais adequadas<br />
de combate.<br />
Em julho aconteceu na Canasol<br />
mais um treinamento ministrado<br />
pelo instrutor do SENAR, Henry Lopes,<br />
sobre as técnicas de prevenção<br />
e combate a incêndios no campo.<br />
Além da parte teórica, os participantes<br />
tiveram uma atividade prática<br />
simulando um incêndio.<br />
O objetivo principal deste tipo de<br />
treinamento é fornecer subsídios e<br />
conhecimentos aos participantes<br />
para que eles levem aos seus companheiros<br />
de trabalho e familiares,<br />
orientações para que todos estejam<br />
preparados caso venha ocorrer<br />
algum incêndio.<br />
69|
SEU NOME ESTÁ NA RUA<br />
SAMUEL BRASIL BUENO - IN MEMORIAM<br />
Texto extraído do livro<br />
“Senhores dos Verdes Campos”<br />
do jornalista Ivan Roberto Peroni<br />
P<strong>ED</strong>RO JOSÉ NETO<br />
O que a história pode falar<br />
do fundador da nossa terra<br />
Há exatos 201 anos, Araraquara era fundada por Pedro<br />
José Neto. O dia 22 de agosto, simplesmente sexta-feira<br />
de quarto crescente, perpetuou-se pela ousadia do carioca<br />
nascido em Nossa Senhora da Piedade de Inhomirim,<br />
Bispado do Rio de Janeiro, em 1760.<br />
O Rio Inhomirim era uma importante<br />
via fluvial da Baixada Fluminense.<br />
Por ele, entraram colonos que se<br />
estabeleceram em terras planas e<br />
férteis. Segundo Monsenhor Pizarro,<br />
visitador pastoral em 1795, por<br />
iniciativa dos moradores, foi construída<br />
uma capela dedicada à Nossa<br />
Senhora da Piedade do Inhomirim,<br />
às margens do caminho de Inhomirim.<br />
A data da fundação e o nome do<br />
doador do terreno não se sabe “em<br />
razão da antiguidade deste templo”.<br />
Inhomirim significa, em tupi-guarani<br />
“campo pequeno”, lembrando que,<br />
antes dos portugueses, as terras<br />
eram dos índios Tupinambás.<br />
Com vinte anos de idade, Pedro<br />
José Neto mudou-se para a freguesia<br />
de Piedade da Borda do Campo,<br />
hoje Barbacena, em Minas Gerais.<br />
Nessa freguesia, a 12 de agosto de<br />
1784, casou-se com Ignácia Maria,<br />
também fluminense. Teve com ela,<br />
dois filhos: José da Silva Neto e Joaquim<br />
Ferreira Neto, que faleceram<br />
em Araraquara.<br />
Em 1787, Pedro José Neto e sua<br />
família mudaram-se para Itu, em São<br />
Paulo. Alguns anos depois, devido a<br />
problemas políticos locais, a Justiça<br />
de Itu, por seu capitão-mor Vicente<br />
Taques Góis e Aranha, condenou-o<br />
ao desterro na freguesia de Piracicaba,<br />
em São Paulo, dando ao réu, a<br />
oportunidade de deixar seu domicílio<br />
por uma ordem legal ou então por<br />
vontade própria.<br />
A HISTÓRIA<br />
Em 1807, ele adentrou às matas<br />
onde hoje está São Carlos, fixando-se<br />
depois nos campos de Araraquara.<br />
Em 1809, juntamente com seus filhos,<br />
requereu a posse de uma sesmaria,<br />
cujos domínios principiavam<br />
no Morro do Espigão que verte para<br />
Primeiro templo da fé em Araraquara,<br />
Capelinha de São Bento, construída em<br />
1817. Os sinos ficavam do lado de fora.<br />
Nesta igreja construída em 1696, em<br />
Inhomirim, Rio de Janeiro, foi batizado<br />
em 1760, Pedro José Neto<br />
o córrego do Brejo Grande, buscando<br />
o Ribeirão do Barreiro. Era a sesmaria<br />
do Ouro onde construiu uma capelinha<br />
dedicada a São Bento (padroeiro)<br />
nos Campos de Aracoara (lugar onde<br />
mora a luz do dia, a “Morada do Sol”)<br />
na região habitada pelos indígenas da<br />
tribo Guayanás.<br />
Com o aparecimento de novos<br />
exploradores e preocupado em não<br />
arrumar atritos, Pedro José Neto<br />
indicou-lhes a existência de terras<br />
devolutas, contíguas à sua, para que<br />
eles, por meios regulares, também<br />
se estabelecessem e se tornassem<br />
senhores dos respectivos territórios.<br />
Essas sesmarias - Rancho Queimado,<br />
Cruzes, Lageado, Cambuy, Bonfim,<br />
Monte Alegre e Monte Alegre<br />
das Almas foram demarcadas oficialmente<br />
entre 1812 e 1819.<br />
Em 22 de agosto de 1817, de<br />
acordo com o decreto real nº 32, foi<br />
criada a freguesia de São Bento, na<br />
época com cerca de 336 habitantes.<br />
Sua economia inicial estava basea-<br />
|70
Inauguração<br />
da Estação da<br />
Estrada de Ferro<br />
Araraquara,<br />
em 1885; era<br />
o primeiro<br />
passo para se<br />
tornar a cidade<br />
emergente no<br />
fim do Século XIX<br />
da na pecuária e agricultura de subsistência.<br />
Em 30 de outubro de 1817, foi<br />
elevada a distrito e em 10 de julho<br />
de 1832 passou à categoria de município,<br />
o qual somente foi instalado<br />
em 24 de agosto de 1833. Foi neste<br />
período, que José Joaquim de Sampaio<br />
trouxe para Araraquara as primeiras<br />
mudas de café e de laranja,<br />
entendendo a importância do futuro.<br />
AS MUDANÇAS<br />
Durante a década de 1830 a<br />
1885, o café teve pouca importância<br />
na economia da cidade, devido<br />
ao alto custo do transporte e mão de<br />
obra escrava; dos quase sete mil habitantes<br />
da cidade na época, cerca<br />
de mil eram escravos.<br />
Araraquara passou à categoria<br />
de comarca em 20 de abril de 1866,<br />
de acordo com a lei provincial nº 61.<br />
Neste período a cidade já possuía<br />
um aspecto urbano agradável, de<br />
acordo com relatos do Tenente - Bacharel<br />
Alfredo D. ’Escragnole, durante<br />
sua volta da Guerra do Paraguai.<br />
Com a chegada da ferrovia em<br />
1884, a mão de obra escrava é<br />
substituída pela mão de obra do<br />
imigrante (principalmente italianos,<br />
portugueses e espanhóis) e a cidade<br />
entra no complexo comercial do<br />
café.<br />
Pouco antes do advento da República,<br />
em 6 de fevereiro de 1889 se<br />
transforma em cidade pela lei provincial<br />
de nº 07.<br />
HOMENAGEM<br />
O nome de Pedro José Neto está<br />
em uma das mais importantes escolas<br />
da cidade, na Rua Padre Duarte.<br />
Primeiro era chamado de Terceiro<br />
Grupo Escolar de Araraquara, depois<br />
Grupo Escolar São Geraldo. Em julho<br />
de 1945 tornou-se Pedro José Neto.<br />
Grupo Escolar<br />
Pedro José<br />
Neto, na Rua<br />
Padre Duarte<br />
já foi chamado<br />
de Terceiro<br />
Grupo Escolar<br />
de Araraquara<br />
e Grupo Escolar<br />
São Geraldo. Em<br />
1945 tornou-se<br />
Pedro José Neto,<br />
como homenagem<br />
ao fundador da<br />
cidade.<br />
71|
Largada da corrida de<br />
carros na Fonte Luminosa<br />
VELHOS TEMPOS, BELOS DIAS<br />
As Araraquara’s de Minha Vida<br />
Benê conta que guarda na memória, sua infância vivida até os meus 12 anos<br />
de idade, onde muitas emoções se misturam.<br />
,<br />
O meu amor verdadeiro<br />
por corridas, minha infância<br />
de feliz convivência com<br />
irmãos e primos e a sorte de<br />
ter nascido em uma época<br />
que tudo aconteceu: carros,<br />
motocicletas, futebol, Jovem<br />
Guarda e o privilégio dos<br />
irmãos, dos primos, do<br />
professores e dos amigos<br />
que a vida me proporcionou<br />
desde muito cedo,<br />
Benê<br />
de ter um pai ferroviário, ter crescido<br />
em uma família de nove irmãos, foi<br />
única. O prazer de dormir todos em<br />
um quarto pequeno, de acordar feliz<br />
cantando “Quem não quer capim gordura,<br />
bate o pé reclama, quer grama”<br />
junto com Nhô Zélio e de dividir o pão<br />
do café com pouca manteiga é indescritível.<br />
Uma única volta de bicicleta,<br />
que era o meio de transporte do meu<br />
Expedito Marazzi<br />
e Eduardo Luzia<br />
Texto: Benedito<br />
Salvador Carlos,<br />
o Benê, com a<br />
colaboração de<br />
Deives Meciano<br />
pai, no quarteirão de domingo, êxtase<br />
puro que minhas pernas até hoje<br />
tremem. Vira e mexe, meu coração<br />
palpitante se transporta lá para o Grupo<br />
Escolar Professor Augusto da Silva<br />
Sempre que 22 de Agosto se<br />
aproxima, aniversário de Araraquara,<br />
varias lembranças vão aflorando minha<br />
memória e um turbilhão de emoções<br />
se espalhando por meu corpo,<br />
revivendo cada uma delas como se<br />
fossem únicas. Graças a Deus nasci<br />
pobre, muito pobre e a experiência<br />
|72
Cesar, antigo prédio localizado na Rua<br />
Expedicionários do Brasil (8) com a<br />
Avenida Sebastião Lacerda Corrêa e<br />
que tinha entre tantas outras coisas,<br />
minha classe do quarto ano separada<br />
por um lençol de cor branca. Como<br />
se os anos nunca tivessem passado,<br />
viajo sonhando ao encontro de Dona<br />
Cecília, Dona Diva, Dona Samira Gibran<br />
e ao saudoso Professor Geraldo<br />
Honorato Azzi Sachs, pegando em<br />
minhas mãos e professorando saber,<br />
dignidade e amor. Meu carrinho de rolemã<br />
que com meu irmão Assis e meu<br />
primo Nivaldo Coelho, descíamos a<br />
Rua Comendador Pedro Morganti (11)<br />
sob o olhar assustado de Dona Sulina<br />
até parar no paredão de terra na<br />
Avenida Francisco Sampaio Peixoto<br />
(29) e ainda com Assis e Nivaldo, já<br />
com bicicletas próprias indo para as<br />
aulas do curso preparatório no prédio<br />
do Albergue Noturno, Lar Mei Mei, na<br />
Rua Itália (7) perto da Avenida José<br />
Bonifácio aprender matemática e português<br />
com o Professor Walace Leal<br />
Valentim Rodrigues. Meu primeiro emprego<br />
com oito anos de idade na alfaiataria<br />
do Sr. Julião Pereira, na Rua<br />
Padre Duarte (4), defronte o Jardim<br />
Público e ao lado do prédio da Chalu<br />
que simultaneamente me ofereceu<br />
a oportunidade de também servir à<br />
tinturaria da Dona Maria Japonesa,<br />
mãe de Clara, Ana Maria, Tamiko e<br />
Largada da corrida na Alameda Paulista<br />
Tadame Hayashida. Tudo isso me lembro<br />
com frescor, mais nada fixou tanto<br />
na minha memória quanto as corridas<br />
de carros realizadas na Avenida Padre<br />
Francisco Salles Colturato (36), daquele<br />
som ensandecido do DKW 10,<br />
magistralmente dirigido por Marinho<br />
Camargo Filho, da Alameda Paulista,<br />
verdadeiro formigueiro humano encantado<br />
com as presenças de Penha<br />
(José da Penha Moreira), Neto (Olimpio<br />
Bernardes Ferreira Neto), Eduardo<br />
Luzia, Victorinho Barbugli, Salerno, Zé<br />
Faito, Zé Duvilio, Dinho Dall’ Acqua,<br />
Pinho, Dario Pires, Engenheiro Murilo<br />
Leonardi, Manolo e Braz Passalacqua,<br />
que espalhavam no final de semana<br />
de cada corrida, o doce aroma<br />
da gasolina azul misturada com óleo<br />
Valvoline Racing, que entraram por<br />
Dinho Dall<br />
Acqua e Braz<br />
Passalacqua<br />
no balão da<br />
Alameda Paulista<br />
meus poros e nunca mais saíram da<br />
minha alma. Do meu Colégio Victor<br />
Lacôrte, que a sorte me ofereceu entre<br />
outros, ser aluno dos Professores<br />
Rodolpho Tellaroli, Mivaldo Messias<br />
Ferrari, Rubens Dias Maia, Sidney Rodrigues,<br />
Luzia de Mello, Ana Talarico,<br />
Helio Senne, Alice e Osmar Malaspina.<br />
O aniversário de Araraquara era<br />
muito mais, nem sei ao certo dizer de<br />
quantas vezes me emocionei também<br />
com a Esquadrilha da Fumaça, quantas<br />
vezes neste período fui na praça<br />
Frederico Di Marco, ver o pouso dos<br />
balões livres de Victorio Truffi. Quantas<br />
vezes, oh meu Deus do céu, quantas<br />
vezes, para chegar nas corridas<br />
de carro, dormir na casa de minha tia<br />
Inês na Rua Voluntários da Pátria (5)<br />
com a Avenida 38 e quantas vezes<br />
para assistir às corridas de motocicleta,<br />
na companhia de meu irmão<br />
Haroldo, emendar a semana na casa<br />
lá da Vila Xavier de meu tio Eusébio<br />
Quadrado, na companhia inesquecível<br />
dos primos Luiz Carlos, Sebastião<br />
e João Batista fazer o tempo, jogar<br />
futebol, ver uma verdadeira erudição<br />
do samba de raiz no Ponto Chic com<br />
José Roberto Tellarolli, Salomão e<br />
companhia e assistir na TV Record<br />
“As jovens tardes de domingo do Rei<br />
Roberto, Erasmo e Wandeca”. Velhos<br />
tempos, Belos Dias.<br />
73|
APOIO:<br />
Por Sérgio Sanchez<br />
ABBEY ROAD<br />
completa 49 anos<br />
Em 26 de setembro de <strong>2018</strong>, “Abbey Road” completa 49 anos.<br />
O álbum, último dos Beatles a ser gravado (apesar de ter sido lançado<br />
antes do derradeiro, “Let it be”), em fevereiro daquele ano, foi feito em<br />
um clima tenso. Logo após, John Lennon deixou secretamente a banda,<br />
sendo seguido por Paul McCartney, no ano seguinte.<br />
O álbum conta com 15<br />
faixas, “Here Comes<br />
The Sun” e “Something”,<br />
compostas por George<br />
Harrison, “Oh! Darling”,<br />
“Come Together” e<br />
“I Want You”, os maiores<br />
sucessos do disco.<br />
|74
George Harrison Paul McCartney Jonh Lennon Ringo Starr<br />
Os Beatles puderam contar com Alan Parsons<br />
Alan, músico e produtor, na época<br />
era engenheiro de som e estava<br />
no começo de uma brilhante carreira.<br />
Ainda muito jovem, nos anos<br />
60, ele trabalhou como engenheiro<br />
de som nos estúdios da Abbey<br />
Road, participando da elaboração<br />
do «Abbey Road», e celebrizou-se<br />
ao produzir o álbum The Dark Side<br />
of the Moon, a obra-prima do PINK<br />
FLOYD.<br />
A PAIXÃO<br />
Não, “Abbey Road” não foi gravado<br />
no lendário estúdio homônimo,<br />
mas sim nos Trident Studios.<br />
As gravações começaram em 22<br />
de fevereiro e se estenderam pelos<br />
meses de maio e julho/agosto, com<br />
pausas entre as sessões (inclusive<br />
para John Lennon se recuperar de<br />
um acidente de carro sofrido naquele<br />
ano).<br />
George Martin produziu e orquestrou<br />
o disco junto com Geoff<br />
Emerick como engenheiro de som,<br />
Alan Parsons como assistente de<br />
som e Tony Banks como operador<br />
de fitas. Martin considera Abbey<br />
Road o melhor disco que os Beatles<br />
fizeram. E não é por menos: ele é o<br />
mais bem acabado de todos e um<br />
dos mais cuidadosamente produ-<br />
Beto Placco, baterista da banda The Beatles Again de Araraquara, sempre<br />
foi um apaixonado pelos 4 rapazes de liverpool. Vinil dos Beatles não faltou<br />
em sua caminhada musical, em especial Abbey Road onde afirma que a<br />
sonoridade deste álbum é fantástica em função de novas tecnologias e óbvio, a<br />
criatividade musical sempre inovadora dos Beatles. Beto, experiente baterista já<br />
participou de vários grupos, como: The Hippies, Som Beat e Onix.<br />
Alan Parsons<br />
zidos (comparável somente a Sgt.<br />
Pepper’s Lonely Hearts Club Band).<br />
Sua estrutura foi bastante pensada<br />
e discutida e as visões discordantes<br />
dos integrantes da banda só contribuíram<br />
para a riqueza da criação<br />
final.<br />
75|
|76
Luiz Antonio Pavan, Wilson José Orselli, José Carlos Terezani, Cláudio Almeida e Vilcides Pedro, na formação<br />
de um grupo musical que embalou os anos 60 em brincadeiras dançantes, bailes e festas escolares.<br />
Eles foram como The Snakes para<br />
São Paulo. Voltaram como Os Panteras.<br />
A foto parece ter o cheiro da madrugada<br />
de um certo dia do mês de abril de 1963.<br />
No vazio da noite, entre o silêncio da Casa<br />
dos Padres Redentoristas e a Igreja de Santa<br />
Cruz, o romatismo da José Bonifácio e São<br />
Bento se anima com o som que sai do Piston<br />
empunhado pelo menino Vilcides.<br />
A música “Tema de Lara”, de Maurice Jarre,<br />
acabara de invadir o Cine Odeon, numa<br />
dessas sessões em que as meninas apertavam<br />
as mãos do namoradinho, numa trégua de<br />
amor eterno e que se de lá alguém ouvisse,<br />
cairia na quadra do Colégio São Bento, onde<br />
se fazia badalada festa junina.<br />
Os cinco meninos, de abril a junho,<br />
mergulharam em um apurado repertório<br />
para animar o Baile The Winter Bossa Nova<br />
Day. Seria aquela a primeira apresentação de<br />
um grupo promissor recomendado por José<br />
Ignácio Pizzani, Trindade, Altino e Zé Rubens<br />
de Barros, alunos da época, em busca de caixa<br />
para o Baile de Formatura.<br />
The Snakes, ou simplesmente Os Cobras,<br />
sentiam o mundo explodir nas cores de<br />
um novo tempo, de compromissos e<br />
responsabilidades dentro de uma cidade com<br />
pouco mais de 50 mil habitantes.<br />
CONTINUA NAS PÁGINAS SEGUINTES<br />
77|
“A gente tinha o hábito de ir à<br />
matiné aos domingos, passando<br />
pela Rua 2, entre a Avenida<br />
Osório e Barroso. Ali era um<br />
sobradinho. Ouvi um barulho de<br />
música; era uma bateria e de<br />
vez em quando o som de uma<br />
guitarra bem destonada. Algum<br />
tempo depois fui ver que era um<br />
pessoal que morava alí e onde<br />
mais tarde virou uma choperia<br />
(Bilica); antes, um depósito,<br />
extensão da antiga Casa Costa”<br />
O engenheiro<br />
civil Vilcides<br />
Pedro, em sua<br />
casa na Vila<br />
Xavier<br />
É assim que Vilcides J. A. Pedro,<br />
um dos integrantes do The Snakes começa<br />
a narrar a história de fundação<br />
do grupo musical que abalou a cidade<br />
no início dos anos 60. Araraquara,<br />
emergente para os padrões da época<br />
com seus 60 mil habitantes, já estava<br />
configurada como verdadeiro centro<br />
de talentos artísticos.<br />
Vilcides lembra que naquele local<br />
morava a família do Cláudio de Almeida,<br />
além do velho Caiuby. Foi lá que<br />
ele bateu e disse ao Cláudio, o primeiro<br />
a sair: “Sou músico e gostaria<br />
de ouvir o que vocês estão tocando”.<br />
Ele diz que o Cláudio pediu para<br />
entrar, onde então encontra Luiz Antônio<br />
Pavan com uma guitarra caseira,<br />
molecote mas dedicado ao extremo<br />
no estudo, não falhando em nenhuma<br />
nota muical. No primeiro contato com<br />
o grupo, Vilcides observou um saxofone<br />
- quem tocava era um garoto chamado<br />
Paulo - tinha o Wilson Orselli,<br />
que cantava no programa do Denisar<br />
Alves, na Rádio A Voz da Araraquarense.<br />
Entre uma lembrança e outra,<br />
pois são 55 anos, ele se recorda de<br />
Djalma do Carmo Ferreira, colega de<br />
Engenharia, também cantor no grupo.<br />
Naquela rodinha de amigos formados<br />
em tão pouco tempo, estava José Carlos<br />
Terezani, o contra-baixista.<br />
Nessa história toda eu cheguei<br />
com o trumpete (piston), argumenta<br />
Vilcides, declarando estar constituído<br />
o conjunto The Snakes que foi fazer<br />
sua primeira apresentação em junho<br />
na quadra do Colégio São Bento, em<br />
uma festa junina. Era o Baile The Winter<br />
Bossa Nova Day (Bossa Nova em<br />
dia de inverno), organizado por José<br />
Ignácio Pizanni, aluno do São Bento<br />
(hoje dono da TV Clube em Ribeirão).<br />
Logo após sua estreia o conjunto<br />
teve sua primeira baixa: a saída de<br />
Paulo, que tocava sax. O grupo passou<br />
a se apresentar com cinco elementos,<br />
recorda Vilcides.<br />
As dificuldades enfrentadas nos<br />
meses seguintes não chegaram a desestruturar<br />
“os cobras”, pois sendo<br />
menores, chegou a hora do alistamento<br />
militar: primeiro o Wilson Orselli,<br />
depois o Pavan, em seguida o<br />
Vilcides e o Cláudio: “Não tinha jeito<br />
de fugir e fomos nós para o Tiro, ali na<br />
Rua Expedicionários do Brasil. Uma<br />
ou outra apresentação só mesmo no<br />
meio de semana pois fatalmente as<br />
instruções militares aconteciam aos<br />
sábados e domingos.<br />
À esquerda, o cartaz<br />
mostrando The Snakes; à<br />
direita, o compacto duplo<br />
gravado em 1967<br />
|78
Valtinho e<br />
Luizinho<br />
Pavan,<br />
uma outra<br />
formação do<br />
The Snakers<br />
Terminado o serviço militar, comenta<br />
Vilcides, aventamos a possibilidade<br />
da profissionalização do grupo<br />
e a gravação do primeiro e único disco<br />
em São Paulo, onde desembarcamos<br />
dois anos depois. Neste período, brincadeiras<br />
dançantes e bailes rolaram<br />
nos clubes Araraquarense e 22 de<br />
Agosto, além das escolas que promoviam<br />
eventos para obtenção de<br />
recursos destinados às formaturas.<br />
Curioso mesmo é que saímos de<br />
Araraquara como The Snakes e voltamos<br />
como Os Panteras. Em São Paulo<br />
fomos aconselhados pelo pessoal da<br />
gravadora que já havia um grupo chamado<br />
The Snakes na Argentina e certamente<br />
encontraríamos problemas<br />
com os direitos autorais, diz Vilcides.<br />
Gravado o compacto duplo com<br />
quatro faixas: O Touro Solitário, Tema<br />
de Lara, Tereza Cristina e Pato Donald,<br />
duas delas feitas por Orselli,<br />
agora éramos Os Panteras, indo na<br />
esteira do sucesso alcançado pela<br />
série da Pantera Cor de Rosa, na televisão.<br />
Vilcides recorda que nesta nova<br />
fase surgiu um grande parceiro para<br />
o grupo. Antonio Carlos Rodrigues dos<br />
Santos, o Toninho da Rádio Cultura,<br />
que em algumas oportunidades se<br />
transformou no “crooner” dos Panteras,<br />
cantando músicas dos Beatles:<br />
“A presença do Toninho nos levou a<br />
participar de um programa de auditório<br />
na Cultura nas tardes de sábado”,<br />
afirma.<br />
Uma das coisas que Os Panteras<br />
passaram a enfrentar foi achar um<br />
local para a realização dos ensaios;<br />
a vizinhança de Orselli na Rua Tupi<br />
não aguentava mais, ironiza Vilcides.<br />
Assim os meninos foram chamados<br />
por Paulo Billy Cortês, diretor técnico<br />
da Rádio A Voz da Araraquarense e<br />
integrante do conjunto Os Profetas,<br />
para ensaios nos fundos da Casa<br />
Barbieri (Avenida Duque de Caxias).<br />
Apadrinhados agora por Billy, o grupo<br />
passou a participar de um novo<br />
programa na Voz, aos domingos de<br />
manhã no Salão de Festas da Igreja<br />
de Santa Cruz. Billy tornou-se membro<br />
dos Panteras a partir daí como<br />
excelente contra-baixista, relembra.<br />
O FIM DA ESTRADA<br />
“Infelizmente os estudos e a necessidade<br />
de trabalhar foram motivos<br />
para o grupo encerrar suas atividades,<br />
em 1968; o Orselli com o fim da<br />
EFA, onde trabalhava, foi para São<br />
Paulo; o Pavan, no DER; me formei<br />
Engenheiro Civil e fui fazer a minha<br />
vida. Chegamos num ponto que o<br />
melhor mesmo seria parar e deixar<br />
o nosso nome na história musical da<br />
cidade”, encerra Vilcides.<br />
Em plenos tempos da<br />
ditadura militar, os<br />
meninos que formavam<br />
o Conjunto The Snakes,<br />
depois Os Panteras,<br />
tinham uma vida agitada,<br />
cheia de compromissos e<br />
muita responsabilidade.<br />
Aproveitaram a<br />
oportunidade para<br />
a gravação de um<br />
único compacto<br />
duplo, posteriormente<br />
reaproveitado em um LP<br />
79|
VIP<br />
VIDA SOCIAL por Maribel Santos<br />
Aracoara, 200 + 1<br />
Olá querido, leitor! O mês é de festa e de comemorações. Nossa cidade<br />
faz aniversário no próximo dia 22 de agosto e o Sol que escolheu<br />
aqui para ser sua morada, brilha com mais intensidade iluminando<br />
nossa Aracoara. São 201 anos que merecem ser festejados com<br />
alegria. Seja participativo, cuide com carinho da nossa cidade e com<br />
responsabilidade, faça uma escolha consciente votando em quem<br />
merece seu voto nas próximas eleições. Deixo um abraço carinhoso<br />
para todos os papais por conta da data que é comemorada no<br />
segundo domingo de agosto. Namastê!<br />
José Alberto Silva e Maria Elisabete Silva<br />
Fotos: Marcela Campos<br />
Clube Araraquarense<br />
Edson Lima,<br />
Moacyr<br />
Franco,<br />
João Rossi<br />
e Sidney<br />
Ferrarezi<br />
Junior<br />
Cidico Costa e Joel Salgueiro<br />
Foto: Maribel Santos<br />
João Bosco, Gil Torres, Rosangela Torres e Vinícius<br />
Pessoal animado curtindo o show da dupla João Bosco &<br />
Vinícius no Clube Araraquarense<br />
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81|
Velho Armazém conta com<br />
a experiência internacional do<br />
renomado chef Paulo Pirola<br />
Texto: Maribel Santos<br />
O restaurante Velho Armazém um<br />
dos mais tradicionais da cidade, oferece<br />
ótima gastronomia desde a sua<br />
fundação. Com um cardápio variado,<br />
além dos tradicionais pratos, tem<br />
aos domingos um buffet com saladas,<br />
carnes, massas e peixes entre<br />
outras opções. O atual responsável<br />
pelo sucesso é o novo chef de cozinha,<br />
Paulo Roberto Pirola. Araraquarense,<br />
apaixonado por gastronomia<br />
desde a infância por influência de<br />
sua querida mãe Therezinha Pirola,<br />
cursou faculdade de Engenharia de<br />
Agrimensura, Engenharia Civil e Administração<br />
de Empresas antes de<br />
mergulhar de vez no universo das<br />
panelas e preparar receitas irresistíveis.<br />
Entre outros cursos, frequentou<br />
nos anos 2004/2005 o Senac Águas<br />
de São Pedro para cursar Extensão<br />
Universitária em Chefe de Cozinha<br />
Internacional e Extensão Universitária<br />
em Formação de Sommeliers.<br />
Sua primeira experiência como chef<br />
foi aqui em Araraquara em 1994,<br />
como proprietário do Restaurante<br />
Pasta & Cia. Em 2005 se mudou<br />
para Campinas e em 2006 foi para<br />
a França ficando por lá seis meses<br />
na Compagnie Hotelière et Fermière<br />
d’ Eugénie Lês Bains SA. Fez estágio<br />
na área de preparação e cocção, logística<br />
no transporte de alimentos.<br />
Retornou a Campinas e com vasta<br />
experiência construiu uma carreira<br />
de sucesso. Amigo de infância da<br />
família Segnini, Paulo recebeu um<br />
convite meses atrás para fazer uma<br />
consultoria ao restaurante. Entusiasmado,<br />
assumiu o desafio aceitando<br />
ser o novo chef do tradicional<br />
restaurante que sempre primou por<br />
apresentar um cardápio caprichado,<br />
garantindo qualidade da matériaprima<br />
para elaborar suas receitas e<br />
oferecer excelência aos seus clientes.<br />
Convide seus amigos, leve sua<br />
família, desfrute de ótima gastronomia<br />
em um ambiente acolhedor com<br />
excelente atendimento. Vem você<br />
também pro Velho Armazém!<br />
SERVIÇO:<br />
O Velho Armazém está localizado no<br />
bairro do Carmo na Rua Comendador<br />
Pedro Morganti, 1313. Informações e<br />
reservas: (16) 3332.1156<br />
|82
VIPS<br />
EM DESTAQUE<br />
Tacciana Sallaberry Merlos,<br />
Francisco Merlos<br />
e João Paulo Trentim<br />
Larissa Paro, Luiz Fernando de Oliveira,<br />
Gilmar Duarte e Dri Frangiotti<br />
O casal Mangilli, Elaine e Paulo<br />
83|
Super<br />
MULHERES<br />
EMPREEND<strong>ED</strong>ORAS<br />
DE ARARAQUARA<br />
É o nome do grupo criado em março deste ano.<br />
A ideia foi de Aline Carrascosa para comemorar o Dia<br />
Internacional da Mulher, homenageando suas clientes e<br />
amigas. Os encontros ocorreram nas quatro quintas-feiras<br />
de março, com boa música, gastronomia e bom papo.<br />
O grupo cresceu e se reúne desde então uma vez por mês<br />
no Antonella Emporium, ressaltando a importância do<br />
networking e das parcerias. Tenho orgulho em fazer parte do<br />
grupo. Conheça algumas das empreendedoras integrantes.<br />
Ficou interessada?<br />
Estamos no Facebook:<br />
/supermulheresempreendedoras<br />
Junte-se a nós, você será muito bem-vinda!<br />
Miriam Luci é esteticista<br />
e pioneira ao oferecer o<br />
método Haguihara<br />
na cidade<br />
Aline Carrascosa é chef<br />
de cozinha, proprietária<br />
do Antonella Emporium e<br />
consultora gastronômica<br />
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Bianca Pipoli é<br />
nutricionista e<br />
pós-graduanda pelo<br />
Hospital Albert Einstein<br />
em doenças crônicas<br />
não transmissíveis<br />
Quele Pipoli é consultora<br />
independente Herbalife<br />
Ana Carrascosa é artista<br />
plástica, professora<br />
do ensino médio e<br />
fundamental, empresária<br />
e representante/ponto de<br />
vendas do café Marita<br />
Patrícia Taldivo Ferreira é<br />
empresária, proprietária da<br />
Gelato Borelli Araraquara,<br />
no Shopping Jaraguá<br />
85|
VIPS<br />
EM DESTAQUE<br />
Gian Mendes, Alzira Mendes e Iva Zanetti<br />
Juvenal Cardoso e Roseli Fernandes da Silva<br />
Ana Maria Gomes Jardim, Ivana Coracin,<br />
Walkirya Bacci, Luciene Cristina Celli<br />
e Eliane Martins<br />
|86
87|
VITRINE<br />
VITRINE<br />
DA R<strong>ED</strong>AÇÃO<br />
JOÃO CARLOS<br />
UM NOVO E BELO PRÉDIO ABRIGA<br />
O COLÉGIO INTERATIVO<br />
No dia 28 de julho, o Colégio<br />
Interativo Araraquara inaugurou<br />
suas novas instalações. Com o<br />
intuito de melhorar a qualidade de<br />
ensino para os seus alunos, o novo<br />
espaço está localizado na Avenida<br />
Arquiteto Walter Logatti, número<br />
894, no Jardim Higienópolis.<br />
Fabiana à esquerda,<br />
Luiz Eduardo à direita<br />
com a equipe do<br />
Colégio Interativo<br />
A diretora Fabiana Campanini, saúda os<br />
visitantes e o público durante o evento<br />
Elton Negrini e Eliane, Fabiana Campanini, Pedro Walter<br />
Pinto Ferraz, José Carlos Porsani e Marisa, Luiz Eduardo Faria<br />
Iglesias e Luís Antonio Pereira dos Santos<br />
Alunos e<br />
pais de<br />
alunos<br />
foram<br />
conhecer<br />
o novo<br />
prédio<br />
ANIVERSÁRIOS<br />
Agosto|<strong>2018</strong><br />
A diretoria do SINCOMERCIO cumprimenta todos os aniversariantes<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
DATA<br />
NOME<br />
EMPRESA<br />
02/08<br />
05/08<br />
06/08<br />
07/08<br />
08/08<br />
09/08<br />
10/08<br />
11/08<br />
11/08<br />
12/08<br />
12/08<br />
14/08<br />
15/08<br />
15/08<br />
15/08<br />
Paulo Guilherme Pires<br />
Antonio C. da Silva<br />
Daniel Antoniolli Vicente<br />
Thamiris Cristina Rossi<br />
José Roberto Carlos<br />
Antonio Estrella<br />
Lourenço Legal Toqueiro<br />
Luiz Belotti<br />
Sandra Heloísa Costa Pilon<br />
Gilberto Manduca<br />
Paulo Abilio Lazaro<br />
Edgar Santa Rosa Esteves<br />
Cláudio Renato Simões<br />
Maria H. Magrini Simões<br />
Pedro Henrique Costa<br />
Alfa HP Tecnologia<br />
Letícia Folheados<br />
S.R. Comercial<br />
Charutaria Paratodos<br />
Gráfica Benê<br />
Drogaria Santa Terezinha<br />
Cesta Básica União<br />
Mercúrio Equip. para Escritório<br />
Jopasa<br />
G.G.M. Serralheria e Tornearia<br />
Power Escapamentos<br />
Agrometa<br />
Bacana Auto Center<br />
Maria Helena - Drª<br />
Passarinho Hortifruti<br />
15/08<br />
17/08<br />
20/08<br />
20/08<br />
21/08<br />
22/08<br />
24/08<br />
24/08<br />
25/08<br />
25/08<br />
26/08<br />
27/08<br />
28/08<br />
30/08<br />
31/08<br />
Priscila Ventura Lorenzetti<br />
Edgard Regolão<br />
Aluísio Zocal<br />
Renato Alves Oliveira<br />
Henrique Duran M. de Jesus<br />
Katia R. G. Marcondes<br />
Alberto Z. Neves<br />
Iago Rodrigues<br />
Luciano Galvão Cruz<br />
Nelci Padrenosso Pena<br />
Egydio Argenti Filho<br />
Henrique Rodrigues Barbosa<br />
Oswaldo Irineu Giglio<br />
Evandro Pacheco Lustosa<br />
Silvia Renata Valente<br />
Lorenzetti Movelaria<br />
Móveis Estrela<br />
Zocal<br />
Aramix<br />
Parque Arpoador<br />
Beija Flor Tintas<br />
Alfa HP Tecnologia<br />
Grupo Sinergia<br />
Super Antenas e Alarmes<br />
Vestylle Mega Store<br />
Egydio Motors<br />
Alfa HP Tecnologia<br />
Aramix<br />
Agrotécnica<br />
Vent Luz<br />
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VIDA DE UMA CIDADE<br />
Angélica Bombarda é uma apaixonada pela arte cerâmica. Tendo<br />
cursado a Escola de Belas Artes de Araraquara, ela vem se aprimorando<br />
cada vez mais e hoje divide sua arte com algumas alunas. Diz ela que o<br />
uso da argila a cada dia é mais criativo em formas e cores. Em <strong>2018</strong> ela<br />
comemora 46 anos de atividades.<br />
Por conta da gestão praticada pelo pediatra<br />
Valter Cury Rodrigues, a Santa Casa de<br />
Araraquara vive uma fase de absoluta<br />
expansão. Considerado referência em<br />
algumas especialidades e desenvolvendo<br />
constantemente procedimentos de alta<br />
complexidade, o hospital em julho inaugurou<br />
sua nova fachada, preservando os traços<br />
originais que datam dos anos 30.<br />
89|
Luís Carlos<br />
B<strong>ED</strong>RAN<br />
Sociólogo e cronista da Revista Comércio,<br />
Indústria e Agronegócio de Araraquara<br />
Mania de ler<br />
Guilherme de Almeida, intelectual de destaque na primeira<br />
metade do século XX<br />
Nem sei quando comecei a gostar<br />
de ler. Devia ter uns 12 anos. Séculos<br />
se passaram, nem me lembro mais.<br />
Perguntei ao pai se ele havia lido todos<br />
aqueles livros que enchiam suas<br />
estantes. Tinha sim. E ainda continuava<br />
a adquiri-los todos os meses como<br />
assinante que era do “Clube do Livro’,<br />
além das “Seleções do Readers Digest”.<br />
Aquela uma coleção e tanto. Desde<br />
o primeiro volume de “O Guarani”, de<br />
1945, até os romances dos bons autores<br />
nacionais e outros estrangeiros famosos.<br />
Mas também algumas biografias,<br />
poesias do Guilherme de Almeida,<br />
dicionários e até os do Stefan Zweig,<br />
caprichosamente encadernados pela<br />
mãe que os trouxera para casa ainda<br />
quando solteira. Sem contar quase<br />
toda a antiga coleção dos de Medeiros<br />
e Albuquerque.<br />
Fundamental é que tivesse uma<br />
lareira para que, à medida que<br />
fosse adquirindo novos livros,<br />
os outros lá seriam queimados.<br />
Devo ter pensado comigo mesmo,<br />
lançando um desafio pessoal: “se ele<br />
leu, então vou ler também”. Devorei-os<br />
todos (até o quase proibido “O Crime<br />
do Padre Amaro”) mas, não contente,<br />
tornei-me um rato da biblioteca pública,<br />
pensando ingenuamente que conseguiria<br />
ler todos os livros do mundo.<br />
Então, de manhã emprestava um livro;<br />
à tardezinha devolvia-o e, logo em seguida,<br />
emprestava outro, lendo-o de<br />
madrugada e assim por muito tempo.<br />
Confesso-lhes que absurdamente<br />
ainda continuo tentando, mesmo<br />
após o Dr. Fairbanks, meu velho professor<br />
da Faculdade de Direito, muito<br />
culto, haver dito que também chegou<br />
a ter essa vontade em sua juventude,<br />
mas que, pelas contas que fez, isso<br />
seria impossível de acontecer. Afinal,<br />
quantos livros se poderiam ler, um por<br />
dia, durante toda uma vida?<br />
Essa curiosidade, essa busca pelo<br />
saber direcionou minha vida, que<br />
nunca chegou a ser prática; mas posso<br />
dizer-lhes que deu para o gasto,<br />
quebrou o galho. O pior é que essa<br />
mania ainda continua. Perdi muito<br />
tempo lendo aqueles, hoje não valeriam<br />
a pena, mas, conhecendo-os,<br />
pelo menos serviram para valorizar<br />
os me- lhores. Plínio, o Velho, já dizia<br />
que “nenhum livro é tão ruim que, sob<br />
algum aspecto, não tenha utilidade”.<br />
Porém, que não se chegue a tanto,<br />
pois, como disse Petrarca, “os livros<br />
levaram alguns à ciência, outros à insânia”.<br />
Li de tudo, sem censura, sem<br />
limites. Centenas de policiais, Simenon,<br />
Agatha Christie, ficção científica,<br />
“bestsellers” americanos, romances,<br />
peças de teatro, poesias, poucas biografias,<br />
obras políticas, além, evidentemente,<br />
daqueles obrigatórios que<br />
embasaram o curso de Sociologia e<br />
o de Direito.<br />
Como estou no fim da vida e como<br />
ainda a vista permite lê-los, graças aos<br />
inúmeros óculos espalhados em todos<br />
os cantos da casa, tento ser seletivo.<br />
Procuro ler e reler os melhores, muito<br />
embora não resista aos modernos,<br />
mormente os de literatura, o que hoje<br />
me obriga a comprá-los nas livrarias<br />
e nos sebos, coisa essa impossível de<br />
ocorrer no passado.<br />
E a releitura torna-se obrigatória.<br />
Vocês sabem por quê? É que uma<br />
coisa é ler, por exemplo, Machado de<br />
Assis ou Dostoiéviski, quando se é jovem;<br />
outra é lê-los quando se é velho,<br />
porque pela vivência são melhor compreendidos.<br />
Um autor disse que uma biblioteca<br />
é uma coleção de autores já mortos;<br />
que leitura não é vida. Perde-se tempo,<br />
pois deixa-se de viver plenamente.<br />
Essa curiosidade infinda em tentar ler<br />
(e reler) cada vez mais, está me levando<br />
a uma tal confusão e a tal ponto,<br />
que nem mesmo chego a terminar um,<br />
já me precipito em ler outro, tudo para<br />
não perder tempo.<br />
E depois volto onde parei, recomeço<br />
a lê-lo e a tentar relembrar o que<br />
já havia lido. O pior é que ainda não<br />
consegui classificá-los em minha bibliotecazinha;<br />
perco-os, porque não<br />
sei quais estão atrás dos outros. Porém<br />
não chego a ter as ideias (esquisitas)<br />
de Don Rigoberto, o personagem<br />
criado por Mário Vargas Llosa, em seu<br />
livro com esse título (e nem digo das<br />
de Kien, o estranho personagem do<br />
“Auto-de-Fé”, de Elias Canetti).<br />
Pois ele pediu para um arquiteto<br />
projetar sua casa, mas de tal forma que<br />
desse menos ênfase ao conforto das<br />
pessoas, do que à sua biblioteca, onde<br />
deveriam caber apenas 4.000 volumes.<br />
Nem mais e nem menos. Fundamental<br />
é que tivesse uma lareira para que, à<br />
medida que fosse adqui-rindo novos<br />
livros, os outros lá seriam queimados.<br />
Uma “crítica literária radical e combustível”.<br />
Disse que chegou a essa conclusão<br />
porque, para ele, mais importante<br />
são os livros do que as pessoas. Confesso<br />
que ainda não é o meu caso...<br />
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