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RCIA - ED. 157 - AGOSTO 2018

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“Aceitação é complexa. Ainda é difícil<br />

um profissional trabalhar ao lado<br />

de um concorrente e entender que,<br />

na verdade, ele pode ser um parceiro<br />

comercial. A aceitação maior ainda<br />

é das salas privativas. Mas é uma<br />

questão de se trabalhar o conceito”,<br />

relata.<br />

Como é uma nova forma de se<br />

pensar o ambiente de trabalho, as<br />

pessoas não estão familiarizadas<br />

com a ideia. De acordo com o Censo<br />

2017, realizado pelo site “Coworking<br />

Brasil”, um projeto conjunto de diversos<br />

fundadores de espaço de coworking<br />

no país, hoje existem 810<br />

espaços conhecidos, 114% a mais<br />

com relação a 2016 – que registrava<br />

378 espaços.<br />

Para ele, “o segredo não é somente<br />

a estrutura física em si, mas<br />

sim a gestão interna”. Willian conta<br />

que existe um cargo específico para<br />

isso – o Gestor de Comunidade, ou<br />

Comunity Manager, em inglês. Esse<br />

profissional é o principal responsável<br />

por fazer as pessoas conversarem,<br />

interagirem, criando um ambiente bacana<br />

de trabalho. “É o ponto-chave do<br />

coworking”, ressalta.<br />

Apesar de ser um dos “negócios<br />

do momento”, não é um empreendimento<br />

tão lucrativo. “Não é igual vender<br />

coisas no supermercado. Como é<br />

por necessidade, o consumo é direcionado.<br />

Ele é feito para facilitar, para<br />

usar só o que você precisa”, enfatiza<br />

o arquiteto.<br />

Mas acima de tudo, coworking é<br />

também conhecido por ser um movimento<br />

global de cultura. “É preciso explicar<br />

para as pessoas como funciona<br />

o coworking. Elas entendem rápido,<br />

mas ainda têm um pouco de receio”.<br />

O coworking faz parte de uma<br />

tendência mundial conhecida como<br />

Economia Compartilhada. O conceito<br />

desse novo modelo surgiu por volta<br />

de 2008, mas teve grande crescimento<br />

em virtude das inovações tecnológicas<br />

e popularizou-se principalmente<br />

com o uso de aplicativos voltados<br />

para a locomoção e hospedagem,<br />

como o Uber e o Airbnb.<br />

Algumas questões como preocupações<br />

ambientais, a recessão global,<br />

as tecnologias e redes sociais e a redefinição<br />

do sentido de comunidade<br />

fazem parte das ideias centrais que<br />

conduzem esse modelo econômico.<br />

Partindo do princípio do “reduza,<br />

reuse, recicle, repare e redistribua”, a<br />

economia compartilhada engloba estilos<br />

de vida colaborativos (compartilhamento<br />

de recursos como dinheiro,<br />

habilidades e tempo) e também sistemas<br />

de produtos e serviços, onde<br />

o consumidor paga pelo benefício do<br />

estranheza além de uma série de<br />

controvérsias, principalmente dos<br />

setores mais tradicionais do mercado.<br />

Uma das principais dificuldades<br />

de quem atua com a Economia Compartilhada<br />

é explicar o conceito a<br />

quem não o conhece. “O mais complicado<br />

de tudo foi explicar a ideia para<br />

a família. Eu falava para o meu pai:<br />

- Pai, vou montar um escritório onde<br />

várias pessoas podem alugar um<br />

espaço para trabalhar e pagar mais<br />

barato. E ele respondia: - Para quê?<br />

Não vai dar certo isso, você vai gastar<br />

seu dinheiro à toa. E hoje o Coletivo<br />

faz dois anos”, se diverte Willian.<br />

Outra questão que gera estranhamento<br />

é a questão do endereço fiscal.<br />

O COMPARTILHAMENTO<br />

O gráfico mostra as vertentes da economia compartilhada<br />

produto e não pelo produto em si (por<br />

exemplo, precisamos da música e não<br />

necessariamente do CD, como ocorre<br />

com o aplicativo Spotify).<br />

Essa tendência contraria os clássicos<br />

modelos econômicos a que<br />

estamos acostumados e tem gerado<br />

É possível abrir uma empresa alugando<br />

o endereço jurídico de um espaço<br />

compartilhado. “Você vai abrir uma<br />

empresa, mas você não quer abrir na<br />

sua casa. E você não quer alugar um<br />

imóvel inteiro só para poder abrir a<br />

empresa. Então você pode alugar o<br />

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