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RCIA - ED. 157 - AGOSTO 2018

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“A gente tinha o hábito de ir à<br />

matiné aos domingos, passando<br />

pela Rua 2, entre a Avenida<br />

Osório e Barroso. Ali era um<br />

sobradinho. Ouvi um barulho de<br />

música; era uma bateria e de<br />

vez em quando o som de uma<br />

guitarra bem destonada. Algum<br />

tempo depois fui ver que era um<br />

pessoal que morava alí e onde<br />

mais tarde virou uma choperia<br />

(Bilica); antes, um depósito,<br />

extensão da antiga Casa Costa”<br />

O engenheiro<br />

civil Vilcides<br />

Pedro, em sua<br />

casa na Vila<br />

Xavier<br />

É assim que Vilcides J. A. Pedro,<br />

um dos integrantes do The Snakes começa<br />

a narrar a história de fundação<br />

do grupo musical que abalou a cidade<br />

no início dos anos 60. Araraquara,<br />

emergente para os padrões da época<br />

com seus 60 mil habitantes, já estava<br />

configurada como verdadeiro centro<br />

de talentos artísticos.<br />

Vilcides lembra que naquele local<br />

morava a família do Cláudio de Almeida,<br />

além do velho Caiuby. Foi lá que<br />

ele bateu e disse ao Cláudio, o primeiro<br />

a sair: “Sou músico e gostaria<br />

de ouvir o que vocês estão tocando”.<br />

Ele diz que o Cláudio pediu para<br />

entrar, onde então encontra Luiz Antônio<br />

Pavan com uma guitarra caseira,<br />

molecote mas dedicado ao extremo<br />

no estudo, não falhando em nenhuma<br />

nota muical. No primeiro contato com<br />

o grupo, Vilcides observou um saxofone<br />

- quem tocava era um garoto chamado<br />

Paulo - tinha o Wilson Orselli,<br />

que cantava no programa do Denisar<br />

Alves, na Rádio A Voz da Araraquarense.<br />

Entre uma lembrança e outra,<br />

pois são 55 anos, ele se recorda de<br />

Djalma do Carmo Ferreira, colega de<br />

Engenharia, também cantor no grupo.<br />

Naquela rodinha de amigos formados<br />

em tão pouco tempo, estava José Carlos<br />

Terezani, o contra-baixista.<br />

Nessa história toda eu cheguei<br />

com o trumpete (piston), argumenta<br />

Vilcides, declarando estar constituído<br />

o conjunto The Snakes que foi fazer<br />

sua primeira apresentação em junho<br />

na quadra do Colégio São Bento, em<br />

uma festa junina. Era o Baile The Winter<br />

Bossa Nova Day (Bossa Nova em<br />

dia de inverno), organizado por José<br />

Ignácio Pizanni, aluno do São Bento<br />

(hoje dono da TV Clube em Ribeirão).<br />

Logo após sua estreia o conjunto<br />

teve sua primeira baixa: a saída de<br />

Paulo, que tocava sax. O grupo passou<br />

a se apresentar com cinco elementos,<br />

recorda Vilcides.<br />

As dificuldades enfrentadas nos<br />

meses seguintes não chegaram a desestruturar<br />

“os cobras”, pois sendo<br />

menores, chegou a hora do alistamento<br />

militar: primeiro o Wilson Orselli,<br />

depois o Pavan, em seguida o<br />

Vilcides e o Cláudio: “Não tinha jeito<br />

de fugir e fomos nós para o Tiro, ali na<br />

Rua Expedicionários do Brasil. Uma<br />

ou outra apresentação só mesmo no<br />

meio de semana pois fatalmente as<br />

instruções militares aconteciam aos<br />

sábados e domingos.<br />

À esquerda, o cartaz<br />

mostrando The Snakes; à<br />

direita, o compacto duplo<br />

gravado em 1967<br />

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