Cultura de cores, sabores e resist?ncia no Semi?rido
Natural da cidade de Mossor, no Estado do Rio Grande do Norte, Maria de Ftima Fonseca, mudou-se em 2001, com sua me Maria Salete de 80 anos, desde ento mora no Assentamento Nova Descoberta, localizado na Zona Rural de Assu/RN.
Natural da cidade de Mossor, no Estado do Rio Grande do Norte, Maria de Ftima Fonseca, mudou-se em 2001, com sua me Maria Salete de 80 anos, desde ento mora no Assentamento Nova Descoberta, localizado na Zona Rural de Assu/RN.
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
A<strong>no</strong> 12 • nº2376<br />
Julho/2018<br />
ASSÚ/RN<br />
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />
<strong>Cultura</strong> <strong>de</strong> <strong>cores</strong>, <strong>sabores</strong> e <strong>resist</strong>ê<strong>ncia</strong> <strong>no</strong><br />
<strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong><br />
“Antes eu pedia um pedaço <strong>de</strong> terra à Deus para eu plantar minhas roseiras, aí Deus ouviu e me <strong>de</strong>u mais<br />
pra eu plantar minhas roseiras e fruteiras.”<br />
Natural da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Mossoró, <strong>no</strong> Estado do Rio<br />
Gran<strong>de</strong> do Norte, Maria <strong>de</strong> Fátima Fonseca, mudou-se<br />
em 2001, com sua mãe Maria Salete <strong>de</strong> 80 a<strong>no</strong>s, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />
então mora <strong>no</strong> Assentamento Nova Descoberta,<br />
localizado na Zona Rural <strong>de</strong> Assu/RN.<br />
Mãe <strong>de</strong> três filhos/as, hoje todos/as casados/as e<br />
morando fora do Assentamento, Dona Fátima relata sua<br />
história <strong>de</strong> luta, que não é diferente da maioria das<br />
brasileiras que precisaram assumir a responsabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> criar os filhos sem ajuda do pai. “Eu criei meus filhos,<br />
crio meus animais, minhas plantas, tudo sozinha, e isso<br />
nunca me atrapalhou em nada”.<br />
Do seu quintal colo<strong>rido</strong>, po<strong>de</strong>mos observar uma<br />
diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>cores</strong> e <strong>sabores</strong> cultivados com práticas<br />
agroecológicas e sustentáveis para o consumo, garantindo a<br />
segurança alimentar e nutricional da família.<br />
Maria das plantas, como também é conhecida por causa<br />
da sua produção, cultiva em seu quintal uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fruteiras (abacate, acerola, carambola, caju, banana, pitaya,<br />
cajá, goiaba, azeitona, coco, açaí, tâmara, babaçu e pinha)<br />
hortaliças (cebolinha, pimentão, coentro) plantas medicinais<br />
(hortelã,insulina, quebra pedra, capim santo) plantas<br />
ornamentais (roseiras, girassóis, trepa<strong>de</strong>ira, palmeiras,<br />
samambaias). Além <strong>de</strong>sses cultivos, Dona Fátima tem uma<br />
criação <strong>de</strong> ovi<strong>no</strong>s, e em época <strong>de</strong> bom inver<strong>no</strong> produz safra <strong>de</strong><br />
feijão e milho.
Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas<br />
Articulação <strong>Semi</strong>á<strong>rido</strong> Brasileiro – Rio Gran<strong>de</strong> do Norte<br />
‘É ruim a seca, mas dá pra conviver com o semiá<strong>rido</strong>.’’<br />
Apesar dos longos períodos <strong>de</strong><br />
estiagem, Maria das plantas enche os olhos<br />
<strong>de</strong> esperança ao relatar a chegada da<br />
cisterna calçadão através do P1+2, que<br />
possibilitou o aumento do seu cultivo e a<br />
criação animal <strong>de</strong> peque<strong>no</strong> porte. Com sua<br />
simplicida<strong>de</strong>, ela consegue executar<br />
t é c n i c a s d e m a n e j o q u e a j u d a a<br />
reaproveitar a água para aguar as fruteiras<br />
e roseiras. “Aquela água que eu uso do<br />
banho, aquela água que eu uso da louça, é<br />
tudo <strong>no</strong>s bal<strong>de</strong>s, aon<strong>de</strong> tem uma torneira<br />
tem um bal<strong>de</strong> embaixo pra eu pegar e aguar minhas plantas”.<br />
Mesmo com a chegada das tec<strong>no</strong>logias<br />
sociais <strong>de</strong> água, a dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> chuvas em<br />
época <strong>de</strong> estiagem impossibilita o aumento da<br />
produção e a comercialização dos seus<br />
produtos. No entanto, essas dificulda<strong>de</strong>s não<br />
diminuem a <strong>de</strong>dicação e o amor que Dona<br />
Fátima tem por suas plantas e animais. “Não<br />
<strong>de</strong>sejo sair da minha roça pra cida<strong>de</strong> gran<strong>de</strong><br />
não, eu sou feliz aqui.”<br />
Realização<br />
Apoio