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Revista da Desenvolve SP 6ª Edição

A era 4.0 já começou. Sua empresa vai sobreviver?

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nos Estados Unidos para se referir às startups<br />

volta<strong>da</strong>s ao agronegócio. Em 2013, a<br />

Monsanto comprou a americana Climate<br />

por US$ 930 milhões e, tempos depois, a<br />

trouxe para o Brasil. Poucos investidores<br />

internacionais se interessavam por agtechs<br />

antes dessa negociação. Mas de lá para cá o<br />

cenário mudou e, no final de 2016, a Climate<br />

também anunciou parcerias com as<br />

gaúchas Checkplant e AEGRO e o paulista<br />

IBRA Laboratórios. Para Sergio Barbosa,<br />

gerente executivo <strong>da</strong> incubadora de empresas<br />

EsalqTec, de Piracicaba, a agricultura<br />

4.0 chegou para ser mais uma ferramenta<br />

de sustentabili<strong>da</strong>de do agronegócio, não só<br />

do ponto de vista ambiental, mas também<br />

socioeconômico, pois permite fazer muito<br />

mais com menos. “É possível produzir mais<br />

grãos, biomassa e proteína animal com menos<br />

terra, insumos, água e tempo”, ressalta.<br />

SÃO PAULO NA VANGUARDA<br />

Segundo o Goldman Sachs Global Investment<br />

Research, tecnologias liga<strong>da</strong>s à<br />

Agricultura de Precisão, que permitem a<br />

exploração mais racional dos recursos, podem<br />

aumentar a produtivi<strong>da</strong>de mundial<br />

em 70% até 2050 – o que representaria R$<br />

240 bilhões a mais no mercado de agrotecnologia.<br />

Uma dessas inovações é a Agrosmart,<br />

plataforma líder na América Latina,<br />

que promete economia de 60% de água e de<br />

40% de energia, além do ganho de 20% em<br />

produtivi<strong>da</strong>de na irrigação. “Entendemos<br />

a real necessi<strong>da</strong>de <strong>da</strong> plantação com sensores<br />

que coletam <strong>da</strong>dos meteorológicos e<br />

de níveis de chuva em tempo real”, explica<br />

Mariana Vasconcelos, CEO <strong>da</strong> agtech, sedia-<br />

Silvia Massruhá,<br />

chefe-geral <strong>da</strong><br />

Embrapa Informática<br />

Agropecuária<br />

Sergio Barbosa,<br />

gerente executivo<br />

<strong>da</strong> incubadora de<br />

empresas EsalqTec<br />

<strong>da</strong> em Campinas. “Recomen<strong>da</strong>mos a quanti<strong>da</strong>de<br />

ideal a ser irriga<strong>da</strong> em ca<strong>da</strong> área de<br />

cultivo”. Tudo com aplicativos que podem<br />

ser controlados remotamente.<br />

Já a plataforma Agronow, de São José<br />

dos Campos, analisa o potencial de cultivo<br />

e monitora plantações pelo mundo agora<br />

com base em imagens de satélites. Ela envia<br />

alertas como de colheita, quebra de produção<br />

e quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> safra. “A tecnologia tem<br />

evoluído a passos largos, mas muita gente<br />

ain<strong>da</strong> não se deu conta de que o modelo de<br />

negócio atual pode mu<strong>da</strong>r completamente”,<br />

diz Rafael Coelho, CEO <strong>da</strong> empresa. Agrosmart<br />

e Agronow receberam aportes do Fundo<br />

Inovação Paulista (FIP), idealizado pela<br />

<strong>Desenvolve</strong> <strong>SP</strong>. “São Paulo é um dos maiores<br />

produtores de conhecimento de fronteira<br />

para agricultura tropical no mundo”, diz<br />

Francisco Jardim, fun<strong>da</strong>dor <strong>da</strong> <strong>SP</strong> Ventures,<br />

gestora do FIP.<br />

Mariana<br />

Vasconcelos,<br />

CEO <strong>da</strong> Agrosmart<br />

Outro importante segmento <strong>da</strong>s agtechs<br />

é o de controle biológico de pragas, com<br />

ácaros pre<strong>da</strong>dores usados como complemento<br />

aos agroquímicos. Trata-se de uma<br />

prática mais sustentável, pois reduz a utilização<br />

de agrotóxicos que podem contaminar<br />

o solo e lençóis freáticos. A VitalForce,<br />

de Barretos (<strong>SP</strong>), pôde ampliar seu negócio<br />

e se dedicar a essa tecnologia após receber<br />

financiamento <strong>da</strong> <strong>Desenvolve</strong> <strong>SP</strong>. “Além<br />

de aumentar a produção, iniciamos a fabricação<br />

<strong>da</strong> linha de produtos biológicos,<br />

um mercado do qual antes não participávamos”,<br />

conta Gustavo Boscon, diretor de<br />

marketing e ven<strong>da</strong>s <strong>da</strong> empresa. “O Brasil<br />

está no caminho <strong>da</strong> transformação para a<br />

agricultura 4.0, que é um ambiente totalmente<br />

digitalizado”, salienta Jardim. “O<br />

desafio agora é melhorar a infraestrutura,<br />

investindo em conectivi<strong>da</strong>de, seja por Wi-<br />

-Fi, 4G ou satélite”.<br />

O EXEMPLO DE<br />

PIRACICABA<br />

Piracicaba, a 160 quilômetros <strong>da</strong><br />

capital, respira inovação. Graças a um<br />

ecossistema composto por cerca de 80<br />

empreendimentos de base tecnológica, em<br />

torno <strong>da</strong> Escola Superior de Agricultura Luiz<br />

de Queiroz (ESALQ) <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de de São<br />

Paulo, o município vem se firmando com<br />

um celeiro de soluções para o agronegócio.<br />

Um dos exemplos é a Gênica, que atua<br />

no próspero segmento dos biodefensivos,<br />

e recebeu R$ 6 milhões <strong>da</strong> <strong>SP</strong> Ventures,<br />

o mais alto aporte já feito pelo fundo em<br />

uma agtech. A intensiva produção de<br />

conhecimento, alia<strong>da</strong> à antiga vocação<br />

local para a agricultura, levou a incubadora<br />

EsalqTec a criar o AgTech Valley – Vale do<br />

Piracicaba, numa referência ao Vale do Silício<br />

americano. Sergio Barbosa, <strong>da</strong> EsalqTec, diz<br />

que a iniciativa “não tem dono”, e que é<br />

um movimento orgânico entre academia,<br />

empresas e a comuni<strong>da</strong>de científica.<br />

Bagagem eles têm. A ESALQ é a quinta<br />

melhor instituição de ensino de ciências<br />

agrárias do mundo, e a única na faixa<br />

tropical, segundo ranking divulgado em 2015<br />

pelo jornal US News and World Report.<br />

revista desenvolvesp 19

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