Viagem á Alemanha

Tropeçando sobre o passado.
“Aqui vivia Otto Kemmer assassinado em
27/6/1941 | Sanatório / Linz – Ação T4”.
A memória ao holocausto
está presente na paisagem urbana
da Alemanha. Em várias cidades
importantes, ou não. Em Kitzingen
também!
Começou em Colônia,
em 1990, um desses “pequenos”
projetos que mantém viva a lembrança
dos horrores da Guerra.
Trata-se de placas de 10 x 12 cm,
espalhadas pelas cidades, onde
estão gravados o nome e os dados
sobre diversas vítimas do nazismo.
Como eu gosto de História
e já fiz muitos trabalhos de
escola sobre a 2ª. Guerra Mundial,
eu pesquisei na Internet. Só em
Colônia tem mais de 1.200 “pontos
de memória”, como eles chamam.
Geralmente estão em frente
às residências de onde os judeus
foram “arrancados” e levados para
as câmaras de torturas..
“Não são lápides de túmulos,
sobre as quais não se pode
pisar, mas sim placas sobre as
quais corre-se o risco de tropeçar,
parar para ver e, acima de tudo,
para lembrar”. O responsável por
essas “placas do tropeço” (que ultrapassaram
fronteiras), é Gunter
Demnig, um artista gráfico, de Colônia.
Passei com o Paulo numa
calçada dessas e fotografamos em
frente de uma casa. “Aqui vivia
Otto Kemmer – assassinado no
Sanatório de Extermínio em Linz
(Áustria) 27.06.1941”, Ação T4 era
a designação de matança sistemática
na câmara de gás.
“Discretas, porém inevitáveis,
as placas estão encaixadas
em várias calçadas da cidade.
Quanto mais as pessoas caminham
sobre essas placas, mais
polidas elas se tornam e mais fácil
se torna a leitura do texto aí gravado”.
O passado é eloquentemente
lembrado e sentido. Em tom baixo
e não estrondoso como as edificações
monumentais, que são gigantes,
sim, porém, muitas vezes,
anônimas.
DIRCEU BOMBONATTI
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