04.11.2018 Views

Manual-de-decisões-penais-para-site

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

<strong>Manual</strong> Prático <strong>de</strong> Decisões Penais – Enfam<br />

Os efeitos <strong>de</strong>correntes da tardia correção ou anulação <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões judiciais po<strong>de</strong>m incluir não<br />

somente os danos irreparáveis aos indivíduos afetados pelo ato, mas também o comprometimento da<br />

legitimida<strong>de</strong> do sistema <strong>de</strong> justiça criminal, que, <strong>para</strong> funcionar a contento e mediante parâmetros<br />

<strong>de</strong> legalida<strong>de</strong> e eficiência, necessita <strong>de</strong> um mínimo <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>, coerência e cientificida<strong>de</strong> na atuação<br />

dos membros do Po<strong>de</strong>r Judiciário.<br />

Acreditamos no aperfeiçoamento funcional constante, na conscientização crescente sobre<br />

os <strong>de</strong>veres inerentes ao cargo e na percepção <strong>de</strong> que qualquer <strong>de</strong>cisão judicial – nomeadamente<br />

as que interferem na liberda<strong>de</strong> humana – pressupõe um atento olhar sobre as peculiarida<strong>de</strong>s que<br />

singularizam cada caso trazido à apreciação judicial. Não é, portanto, válida, como indica o art. 489,<br />

§ 1º do CPC, a <strong>de</strong>cisão que: I – se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase <strong>de</strong> ato normativo,<br />

sem explicar sua relação com a causa ou a questão <strong>de</strong>cidida; II – empregar conceitos jurídicos<br />

in<strong>de</strong>terminados, sem explicar o motivo concreto <strong>de</strong> sua incidência no caso; III – invocar motivos<br />

que se prestariam a justificar qualquer outra <strong>de</strong>cisão; IV – não enfrentar todos os argumentos<br />

<strong>de</strong>duzidos no processo que sejam capazes <strong>de</strong>, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;<br />

V – se limitar a invocar prece<strong>de</strong>nte ou enunciado <strong>de</strong> súmula, sem i<strong>de</strong>ntificar seus fundamentos<br />

<strong>de</strong>terminantes nem <strong>de</strong>monstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; VI –<br />

<strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> seguir enunciado <strong>de</strong> súmula, jurisprudência ou prece<strong>de</strong>nte invocado pela parte, sem<br />

<strong>de</strong>monstrar a existência <strong>de</strong> distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento.<br />

Esperamos que este <strong>Manual</strong> seja útil a todos os integrantes da magistratura que atuam<br />

na seara criminal e que, por conseguinte, consigamos maximizar a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa atuação<br />

funcional em prol da socieda<strong>de</strong> e dos indivíduos que a integram.<br />

7

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!