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<strong>Magazine</strong> de informação n.º 1
O <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong> é provavelmente o<br />
programa de rádio mais original a sul do Tejo.<br />
Mensalmente 125 pessoas são convidadas a assistir<br />
e a conviver com os artistas neste programa da Alvor<br />
FM. O pequeno auditório do Teatro TEMPO em<br />
Portimão é palco deste Programa de Rádio, da<br />
celebração desta jam session de artistas, onde outras<br />
formas de arte também têm o seu lugar. A gravação<br />
realizada <strong>ao</strong> vivo vai para o “ar” no Sábado seguinte<br />
na ALVOR FM. Realização, Produção e<br />
apresentação: Júlio Ferreira e Ricardo Coelho.<br />
Mas este é mais que um programa de Rádio!<br />
Outros tipos de arte também estão presentes em todos os programas do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong>. O<br />
pintor João Sena é presença habitual nas nossas emissões desde o primeiro dia. De 2 em 2 meses<br />
este artista plástico apresenta novas telas pintadas exclusivamente para o <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong><br />
<strong>Vivo</strong> que são exibidas por trás dos artistas e que a assistência do programa é convidada a dar nome.<br />
Os convidados a assistir <strong>ao</strong> programa <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong> podem ainda celebrar no final de cada<br />
programa connosco e conhecer o Algarve em estado líquido, provando vinhos, cervejas ou licores<br />
regionais... Parceria com a Rota dos vinhos do Algarve, que em cada programa apresenta diferentes<br />
propostas. Para acompanhar os vinhos após a gravação do programa os convidados também provam<br />
os deliciosos salgados e os bolos com o mesmo nome do programa, idealizados e concebidos pela<br />
Pastelaria Delicias de Portimão.<br />
A caminho dos dois anos desde o inicio<br />
desta aventura eis que dois amigos<br />
aceitam participar na nossa loucura e<br />
compõem o primeiro tema original para<br />
o <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong>. Um sonho<br />
tornado realidade!<br />
O que vocês vão poder ouvir é um<br />
instrumental de uma beleza única de<br />
autoria de Ricardo J. Martins na<br />
guitarra Portuguesa, com mistura,<br />
arranjos e produção do DJ Sickonce.<br />
Júlio Ferreira<br />
2
3
Ricardo J. Martins<br />
Ricardo J. Martins nasce em Faro a 3<br />
de Fevereiro de 1984.<br />
Desde sempre influenciado por vários<br />
géneros musicais encontrou na<br />
Guitarra Portuguesa a forma de<br />
exprimir os seus sentimentos<br />
sonoros.<br />
Desde a primeira audição de temas<br />
de Carlos Paredes que o som deste<br />
instrumento lhe mostrou o caminho<br />
musical a seguir.<br />
Embora maioritariamente se dedique<br />
a acompanhar Fado, vê na Guitarra<br />
Portuguesa uma enorme capacidade<br />
como instrumento solista, tocando,<br />
tanto a Guitarra de Lisboa como a<br />
Guitarra de Coimbra.<br />
Gravou no ano de 2014 o seu primeiro disco de Guitarra Portuguesa instrumental denominado<br />
apenas “Ricardo J. Martins”, essencialmente de adaptações de temas fora do ambiente musical da<br />
Guitarra Portuguesa e versões de temas típicos do instrumento com arranjos próprios . Deste disco<br />
destaca-se o tema original e single “Danças na Eira”.<br />
Constantemente em busca de novos caminhos para o instrumento, compondo e tocando, mas<br />
sempre sem esquecer as raízes editou em 2017 o disco sucessor de nome “Cantos e Lamentos”.<br />
Este trabalho conta com várias participações especiais de músicos e instrumentos fora do Fado, como<br />
é o caso da flauta de bisel, acordeão, voz lírica e percussões, bem com vivências musicais diferentes,<br />
dando a este trabalho um cunho pessoal único que vai desde a música tradicional portuguesa até à<br />
música clássica.<br />
No seu percurso musical apresentou<br />
a sua música nos mais diferentes<br />
países: Portugal, Espanha, França,<br />
Bélgica, Holanda, Luxemburgo,<br />
Sérvia, Inglaterra, Alemanha, Canadá,<br />
Estados Unidos da América, China,<br />
Ucrânia e Cabo Verde.<br />
Teve o privilégio de tocar com<br />
grandes nomes do nosso panorama<br />
musical como é o caso de Viviane<br />
(Entre Aspas), Marco Rodrigues,<br />
Filipa Cardoso, Ana Sofia Varela, Ilda<br />
Maria e Pedro Jóia.<br />
info@ricardomartinsgpt.com<br />
2018<br />
Melhor Música Instrumental<br />
“Corre Corre Corridinho”<br />
4
Sickonce<br />
Produtor e DJ há mais de 20 anos,<br />
proveniente do Algarve, tem tocado<br />
um pouco por todo o país, a solo ou<br />
com os seus projetos, assinando<br />
Gijoe (como DJ) e SICKONCE (como<br />
produtor).<br />
Pertence à direção da editora<br />
independente Kimahera, pela qual<br />
foram editados mais de 40 álbuns<br />
nos últimos 10 anos.<br />
Na sua discografia, entre álbuns e<br />
EPs, físicos e digitais, já conta com<br />
mais de 30 lançamentos.<br />
Faz parte de projetos como<br />
TRIBRUTO, Deep:her (Gijoe + emmy<br />
Curl), REFLECT, Bullet (com Armando<br />
Teixeira), Perigo Público, entre<br />
outros.<br />
Os palcos que tem pisado têm sido os mais variados, desde bares, discotecas, clubes, festivais,<br />
eventos privados, teatros, bibliotecas, auditórios, eventos desportivos, sendo de destacar alguns<br />
como Rock In Rio, MeoSW (Sudoeste), TEMPO (Teatro Municipal de Portimão), Semanas Académicas<br />
e Queimas das Fitas (por todo país), Casa da Música (Porto), Music Box, Festival MED (Loulé), LUX,<br />
Bafo de Baco (Loulé), Rebel Bingo, Cabaré (Faro), Hardclub (Porto), LX Factory, Avante, Santiago<br />
Alquimista, contando já com mais de mil atuações no seu currículo.<br />
Na base está o Hip-Hop, as suas técnicas, o uso do gira-discos como instrumento musical e alguma da<br />
sua estética, complementado com a electrónica e a bass music. Prova disso é ter sido convidado para<br />
leccionar e coordenar o curso de música electrónica da Etic_Algarve e os muitos Workshops que tem<br />
dado.<br />
Na RUA FM (102.7) conta com o<br />
programa ANTIESTÁTICO, onde dá a<br />
conhecer nova música, intercalada<br />
com o que de bom se tem vindo a<br />
fazer por todo o mundo nestes estilos<br />
musicais.<br />
Rafael Correia<br />
gijoe@kimahera.pt<br />
(+351) 936 435 883<br />
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Vera Lisa Cipriano<br />
Há coisas na vida difíceis de explicar em palavras e que só se conseguem perceber e sentir quando<br />
as vivemos e presenciamos de perto.<br />
Prova disso é o <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> vivo, um programa conceituado da Rádio Alvor com uma longa<br />
história que todos os meses reúne no Teatro Municipal de Portimão grandes talentos da música. Uns<br />
mais conhecidos do grande público do que outros, mas todos com o mesmo denominador comum -<br />
o talento.<br />
Para além do concerto, o tempo é preenchido com entrevista com os artistas que têm sempre tanto<br />
para contar e ensinar. Sim, é verdade, aprende-se imenso. Aprende-se a dar valor <strong>ao</strong>s artistas, que<br />
muitos nem sabem que existem, <strong>ao</strong>s excelentes vinhos regionais, à doçaria, à arte com os quadros<br />
brilhantes do artista João Sena, aprende-se principalmente a dar valor à cultura.<br />
O público foi sendo conquistado <strong>ao</strong>s poucos e crescendo, concerto após concerto. O ambiente é<br />
descontraído e quem vai pela primeira vez já não deixa de voltar.<br />
No final do concerto há espaço com vinhos, bolos e convívio entre todos.<br />
Sente-se que cada concerto é um passo em frente que se dá num caminho de crescimento cultural.<br />
Mas como já referi é difícil explicar, o melhor é não perder o próximo concerto!<br />
Fernando Mendes e Paulo Terrão<br />
D`Alma<br />
Luís Galrito<br />
6
7
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Começaram na Black Box, uma sala onde só<br />
cabem 50 pessoas, mais tarde passaram<br />
para o Pequeno Auditório, que tem uma<br />
lotação de 125 mas, mesmo assim, na maior<br />
parte das vezes, há gente que fica de fora por<br />
falta de espaço.<br />
AM – O <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> é um programa da<br />
Rádio Alvor que existe já há muitos anos.<br />
Como é que surgiu a ideia de fazer uma versão<br />
<strong>ao</strong> vivo?<br />
Sam Alone & The Gravediggers<br />
AM – E foi fácil concretizar o projecto?<br />
Júlio Ferreira (JF) – Estávamos conscientes das<br />
dificuldades. Fomos falar com os responsáveis<br />
do TEMPO e sugerimos fazer o programa na<br />
Black Box. Por um lado, porque era uma sala<br />
pouco utilizada e, por outro, porque<br />
entendíamos ser o espaço ideal para acolher o<br />
programa, que queríamos que fosse intimista.<br />
Também é verdade que tínhamos algum receio<br />
sobre a receptividade do público, nunca<br />
pensámos que acabasse por ter o sucesso que<br />
tem. E, portanto, <strong>ao</strong> ir para aquela sala que<br />
tem lotação para 50 pessoas, ficávamos<br />
‘defendidos’, se lá conseguíssemos colocar 30<br />
ou 40 espectadores já seria bom, a sala<br />
pareceria estar quase cheia.<br />
RC – Começámos a pensar em artistas para lá<br />
levar e um dos contactos que fizemos foi com<br />
o responsável de uma editora que nos disse<br />
que aquilo era um projecto muito giro e<br />
começou a dar-nos sugestões de nomes de<br />
artistas. A primeira banda de fora da região<br />
que cá veio foram os Benshee, curiosamente,<br />
dos primeiros a disponibilizarem-se para isso.<br />
Só que, acho que estávamos em Novembro,<br />
eles queriam vir em Abril e eu tinha dúvidas<br />
que o programa durasse esses meses todos.<br />
Ricardo Coelho (RC) – Em determinada altura,<br />
eu e o Júlio Ferreira fizemos um programa <strong>ao</strong><br />
vivo num mercado e gostámos da experiência.<br />
No final, o Júlio sugeriu que fizéssemos um<br />
espectáculo no TEMPO (Teatro Municipal de<br />
Portimão). Respondi-lhe que há uns anos tinha<br />
pensado nisso, ainda fiz uns contactos, mas, na<br />
altura, acabou por não se concretizar a ideia e<br />
nunca mais pensei nela. Ele ofereceu-se para<br />
apresentar o programa comigo e concordei. Esta<br />
conversa deu-se a num Sábado e na Segundafeira<br />
seguinte começámos a tratar das coisas.<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Tércio Nanook<br />
Continua…<br />
8
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
AM – Trazer <strong>ao</strong> TEMPO artistas e bandas da<br />
região, em princípio, em termos logísticos, não<br />
deverá ser muito difícil, mas têm tido gente<br />
vinda de Lisboa e de outros pontos do país, o<br />
que já é mais complicado. Como é que<br />
conseguem isso, tendo em conta que vocês<br />
não têm cachet para lhes pagar?<br />
RC – É o grande problema… Por isso é que, no<br />
início, fizemos uma lista constituída,<br />
essencialmente, por amigos nossos da região,<br />
que seria fácil convencer a alinhar. Mas, quando<br />
há uma pessoa de uma editora nacional que<br />
acha a ideia gira, abrem-se outras<br />
possibilidades. Depois, o que começou a<br />
acontecer foi o boca-a-boca. Um artista ou um<br />
grupo de outro ponto do país que veio cá e<br />
gostou, falou nisso a amigos dele que também<br />
são músicos e que ficaram interessados… a<br />
partir daí era uma questão de aproveitar uma<br />
altura em que viessem <strong>ao</strong> Algarve.<br />
Vitor Bacalhau<br />
JF – Nós começámos com o Nanook e e eu,<br />
ainda em Novembro, organizei a gala dos<br />
Bombeiros onde consegui levar o Sam Alone.<br />
Aproveitei a oportunidade para tentar<br />
convencê-lo a vir também <strong>ao</strong> <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong>,<br />
ele concordou e foi o segundo a estar no<br />
programa. Tudo o resto foi uma questão de<br />
aproveitar as oportunidades que iam surgindo.<br />
Aos poucos, começámos também a<br />
acrescentar algo mais <strong>ao</strong> <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong>. Uma<br />
das ideias que surgiu foi a de promover<br />
produtos regionais algarvios. Eu sugeri o vinho<br />
algarvio, através de uma colaboração com a<br />
Rota dos Vinhos, e o Ricardo foi falar com o<br />
dono das Delícias de Portimão, que já<br />
colaborava com a rádio, e que passou a<br />
confeccionar os bolos que oferecemos <strong>ao</strong>s<br />
espectadores no final de cada espectáculo,<br />
juntamente com o vinho.<br />
Depois surgiu a colaboração do pintor João<br />
Sena. Combinei um encontro com ele e o<br />
Ricardo e quando chegámos <strong>ao</strong> seu atelier,<br />
estava a pintar uma tela que lhe tinha pedido<br />
para os Bombeiros. O Ricardo ficou muito<br />
agradado com o trabalho dele, que não<br />
conhecia bem, e o João alinhou logo na<br />
brincadeira e, no fundo, acaba por ser, de nós<br />
três, aquele que mais trabalho tem.<br />
Dário Guerreiro<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Continua…<br />
9
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
RC – O João começou logo por pintar uma tela<br />
com aquela que seria a primeira imagem do<br />
<strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong>… Nesta altura já perdemos a<br />
conta dos quadros que ele pintou para o<br />
programa, mas são bastantes. Depois, e para<br />
além disso, também retratou alguns dos<br />
convidados que passaram pelo <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong>, que me deixaram de boca aberta. Ele é<br />
fabuloso.<br />
JF – Temos a ideia de, mais cedo ou mais tarde,<br />
fazer uma revista em papel ou digital, com<br />
textos de todos os artistas que passaram pelo<br />
<strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong>, com as imagens das<br />
telas do João, já com os respectivos nomes<br />
atribuídos pelos ouvintes, e também com<br />
alguns textos sobre os trabalhos do João<br />
escritos por ouvintes e por pessoas que já<br />
passaram pelo programa.<br />
Jorge Serafim<br />
RC – Acho que o primeiro <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong><br />
<strong>Vivo</strong> no Pequeno Auditório foi com o Môce<br />
dum Cabréste, porque é uma pessoa da terra,<br />
o espectáculo estava inserido no Março Jovem<br />
e também porque houve um problema com a<br />
mesa de mistura da Black Box, que até acabou<br />
por calhar bem e lá fomos experimentar o<br />
Pequeno Auditório.<br />
JF – É de referir que, a partir de uma<br />
determinada altura, o TEMPO destacou um<br />
técnico em exclusivo para o programa, nós só<br />
temos de avisar com antecedência quando é<br />
que é o programa e ele trata da parte técnica.<br />
Os 50 lugares da Black Box já eram poucos e<br />
agora os 125 do Pequeno Auditório também.<br />
Por exemplo, antes do programa com o José<br />
Cid tivemos algumas noites complicadas<br />
porque havia muitas pessoas que queriam ir,<br />
nós queríamos que elas fossem, mas não<br />
tínhamos forma de as colocar lá e também não<br />
queríamos ir para o Grande Auditório, pois<br />
havia essa possibilidade, porque aí perdia-se a<br />
essência do programa, que é aquela<br />
intimidade entre o artista e o público.<br />
No futuro, tencionamos levar artistas que<br />
estiveram na Black Box <strong>ao</strong> Pequeno Auditório…<br />
AM – Ao fim de alguns programas tiveram que<br />
mudar da Black Box para o Pequeno Auditório<br />
do TEMPO que, muitas vezes, até já faz jus <strong>ao</strong><br />
nome e é realmente pequeno para acolher<br />
todas as pessoas que querem ir <strong>ao</strong><br />
espectáculo…<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Brasa Doirada<br />
Continua… 10
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Por exemplo, com os Aurora foi complicado<br />
porque só tínhamos 50 lugares e havia fãs deles<br />
a ligar-nos de todos os pontos do Algarve que<br />
queriam vir vê-los e não foi fácil convencê-los a<br />
não virem porque diziam que não se<br />
importavam de ficar de pé ou sentados no chão.<br />
Aurora<br />
Disse-lhe que tínhamos acabado de receber o<br />
disco, que gostávamos de o entrevistar e<br />
expliquei-lhe o conceito do programa.<br />
Perguntei-lhe se tinha algum espectáculo na<br />
zona, ele foi buscar a agenda e disse que tinha<br />
um a 27 de Janeiro em Silves. Sugeri-lhe que<br />
fizéssemos o programa no dia anterior ou no<br />
dia seguinte e arranjávamos-lhe estadia cá<br />
para passar a noite.<br />
Ele respondeu que tinha um espectáculo<br />
noutro ponto do país no dia anterior e que<br />
também gostava era de dormir na sua cama.<br />
Portanto, ficou de vir cedo para o Algarve,<br />
trazendo o piano debaixo do braço e de fazer o<br />
programa em Portimão à tarde, seguindo,<br />
depois, para Silves onde, à noite, tinha o<br />
concerto marcado. Foi assim que o José Cid<br />
actuou no nosso programa de aniversário e foi<br />
das pessoas que nos deu mais gozo entrevistar.<br />
AM – O nome mais famoso ou com maior<br />
currículo que tiveram foi o José Cid. Como é<br />
que o convenceram a vir cá?<br />
JF – Quando recebemos o novo disco do José<br />
Cid, que a editora nos tinha enviado, reparámos<br />
que havia na contracapa um número de<br />
telemóvel para marcação de entrevistas. Ao ver<br />
aquilo disse para o Ricardo: “como estamos<br />
quase a fazer um ano de <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong><br />
<strong>Vivo</strong>, que tal se convidasse o homem para vir<br />
cá?” Debatemos a questão, pensámos que a<br />
chamada iria parar <strong>ao</strong> agente dele, que nos<br />
colocaria uma série de questões e problemas,<br />
mas, mesmo assim, lá acabei por telefonar e foi<br />
o próprio José Cid que atendeu.<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Benshee<br />
Continua… 11
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
AM – O formato do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
que inclui actuação musical, entrevista,<br />
apresentação de vinho e de quadros, para<br />
além do convívio final com o público, não deve<br />
ser muito comum no país…<br />
Júlio Ferreira (JF) – Não é, não. Quando alguém<br />
com a experiência e a carreira que o José Cid faz<br />
grandes elogios <strong>ao</strong> programa e <strong>ao</strong> formato, isso<br />
faz-nos ver que não é assim tão comum. O<br />
programa tem uma filosofia que até nos leva a<br />
recusar artistas que achamos não se<br />
enquadrarem nela…<br />
Ricardo Coelho (RC) – E isso não tem a ver com<br />
o facto de se tratar de alguém que é ou não é<br />
muito conhecido, não estamos a medir a fama<br />
de ninguém, o que por vezes acontece é que<br />
achamos que alguns não encaixam no formato<br />
do programa.<br />
Daniel Kemish<br />
JF – São situações que surgiram a partir de<br />
uma brincadeira. Sugerimos o bolo com o<br />
nome do programa e o pessoal da Delícias<br />
achou engraçado e confeccionou-o. Quanto à<br />
piza, um amigo nosso, que é assíduo ouvinte e<br />
que tem ido a quase todos os programas <strong>ao</strong><br />
vivo, abriu uma pizzaria e até partiu dele a<br />
ideia de fazer uma piza com o nosso nome.<br />
São, de alguma forma, sinais da popularidade<br />
crescente do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong>. Aliás, no<br />
programa de 28 de Fevereiro pensámos em<br />
voltar às origens, ou seja, à Black Box do<br />
TEMPO, mas em praticamente 10 horas,<br />
esgotaram os 50 lugares disponíveis e meiahora<br />
depois já tínhamos mais 20 pedidos<br />
suplementares e tivemos que decidir fazer o<br />
programa com o Ricardo J. Martins no<br />
Pequeno Auditório.<br />
RC – Acho que, depois dessa situação, muito<br />
dificilmente vamos voltar à Black Box.<br />
JF – O que constatamos é que há cada vez mais<br />
pessoas que gostam do programa, que<br />
entendem o seu formato e, às vezes, até já<br />
nem interessa saber quem é o convidado<br />
porque o selo de qualidade do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong> é de tal forma que garante que<br />
qualquer artista que lá vá é de qualidade.<br />
AM – Nesta altura já há um bolo e uma piza<br />
com o nome do programa. Há mais produtos<br />
na calha para os próximos tempos?<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
oLudo<br />
Continua… 12
<strong>Choque</strong><br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
AM – Isso terá também a ver com o facto de<br />
não se tratar de um concerto, é um programa<br />
que tem mais do que isso. A pessoa até pode<br />
não apreciar particularmente um dos artistas<br />
que lá vai e, provavelmente, não iria a um seu<br />
concerto, mas vai por causa do ambiente, da<br />
conversa e de todas as outras envolventes do<br />
programa…<br />
Irís<br />
JF – Não tem… É claro que sabemos que tudo<br />
tem um começo, um meio e um fim, mas<br />
queremos deixar esse fim para o mais tarde<br />
possível.<br />
Temos convites para sair de Portimão,<br />
inclusivamente, fizemos um programa em<br />
Armação de Pêra, que foi um grande sucesso,<br />
com mais de mil pessoas <strong>ao</strong> ar livre. Temos<br />
contactos de muitos artistas que querem vir <strong>ao</strong><br />
programa, outros que queremos que eles<br />
venham, mas, por vezes, sentimos alguma<br />
dificuldades em marcar porque não temos<br />
apoios para pagar sequer as portagens e<br />
viagens de quem vem de fora da região e fica<br />
caro fazer uma viagem de Lisboa <strong>ao</strong> Algarve só<br />
para vir, de borla, a um programa de rádio.<br />
Por isso é que, nesses casos, procuramos<br />
conciliar as datas dos programas com as de<br />
concertos que esses cantores ou bandas<br />
tenham na região algarvia e aí já conseguimos<br />
– através das empresas e entidades que<br />
apoiam o programa – facultar-lhes refeições e<br />
alojamento para o caso de terem de cá ficar de<br />
um dia para o outro.<br />
RC – A nossa preocupação foi sempre explicar<br />
isso e ficamos felizes por verificar que as<br />
pessoas entendem que vão a um programa de<br />
rádio e não a um espectáculo. Não vão lá<br />
porque o artista é o A, o B ou o C, vão porque<br />
experimentaram uma vez e gostaram… no<br />
fundo o que fazemos ali é o que fazemos em<br />
estúdio quando entrevistamos um cantor ou<br />
uma banda. A única diferença é que, em vez de<br />
pelo meio, irmos passando música de cd’s, ali é<br />
o artista que toca e canta.<br />
AM – O primeiro ano de emissões <strong>ao</strong> vivo já lá<br />
vai, começaram o segundo e imagino que o<br />
programa não tenha certidão de óbito<br />
agendada.<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Kimahera<br />
Continua… 13
<strong>Choque</strong><br />
União das Tribos<br />
Os segredos do <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
AM – Se há isso tudo e imagino que também<br />
exista público porque é que acham que não há<br />
esse circuito para actuações <strong>ao</strong> vivo?<br />
RC – Não sei dizer se haverá público, se calhar,<br />
não há assim tanto para este tipo de bandas,<br />
que têm os seus próprios originais e não são<br />
muito conhecidas. Dá-me ideia que as pessoas,<br />
de uma forma geral, só vão a espectáculos de<br />
músicos e bandas que conhecem, que já sabem<br />
o que podem esperar.<br />
E por isso fico satisfeito por saber que no<br />
<strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong>, <strong>ao</strong> meio da semana,<br />
conseguimos que apareçam 120 pessoas. Vão<br />
ver artistas que conhecem, como o Mário Mata,<br />
o José Cid, os Íris, mas depois também vão ver<br />
alguns de que nunca ouviram falar. Esse é o<br />
trabalho mais importante que estamos a fazer:<br />
dar a conhecer às pessoas bandas e músicos da<br />
região que tocam e cantam muito bem, que, em<br />
alguns casos, até já têm algum reconhecimento<br />
a nível nacional, mas que não são conhecidos<br />
dos algarvios.<br />
<strong>Frontal</strong><br />
<strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong><br />
Mopho<br />
Ricardo J. Martins<br />
Nuno Barroso<br />
14
15
O último <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong> foi assim…<br />
último <strong>Choque</strong> <strong>Frontal</strong> <strong>ao</strong> <strong>Vivo</strong> foi assim…<br />
Se as paredes do Marginália em Portimão falassem, teriam muito para contar. Muito. Aquelas paredes<br />
tresandam mesmo a Rock´n´Roll, a cerveja peganhenta no chão, a ar repleto de fumo…Mas também iriam<br />
falar dos tempos em que surgiu uma banda com o nome The Presidents …<br />
Se as paredes do Marginália em Portimão falassem, teriam muito para contar. Muito. Aquelas paredes<br />
tresandam mesmo a Rock´n´Roll, a cerveja peganhenta no chão, a ar repleto de fumo…Mas também iriam<br />
falar dos tempos em que surgiu uma banda com o nome The Presidents …Raras foram as vezes em que<br />
não incendiaram o palco. Certas noites tocaram bem, alto, majestosos, arrogantes. Outras…bem…<br />
Raras simplesmente foram as tocaram vezes em mal! que Nem não incendiaram todas as noites o palco. são iguais Certas e, noites por vezes, tocaram a lua bem, cheia alto, também majestosos, não ajuda. As<br />
arrogantes. paredes afinal Outras…bem… falam por si simplesmente mesmo. Ainda tocaram ali está literalmente mal! Nem todas o suor, as as noites discórdias, são iguais o sangue, por vezes, as marcas a lua<br />
cheia das lutas, também os bocados não ajuda. de copos As paredes partidos, afinal assim falam como por pedaços si mesmo. de Ainda guitarras ali está e cordas. literalmente Nem o o graffiti suor, as com o<br />
discórdias, nome da banda, o sangue, parece as marcas querer sair! das lutas, os bocados de copos partidos, assim como pedaços de guitarras e<br />
cordas. Nem o graffiti com o nome da banda, parece querer sair!<br />
“ A nossa ideia é fazer muitos concertos, espalhar a nossa música pelo Mundo.<br />
Isto para nós é Incrível…”<br />
Ray Van D. 16
“ Há uma coisa que nos une, existe uma química entre nós que não conseguimos sentir com mais<br />
ninguém…”<br />
Ray Van D.<br />
“ É duro continuar no Mundo da música. Partir pedra, significa trabalhar duro, ter perseverança, acreditar e<br />
lutar pelos sonhos e isso é muito duro.<br />
É partindo pedra que seguimos em frente…”<br />
Ray Van D.<br />
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“ Nós gravámos este EP em Lisboa, com o algarvio Pedro Gerardo em apenas 2 dias. Foi tudo gravado como<br />
um concerto <strong>ao</strong> vivo, só assim conseguimos aquilo que queríamos, passar esta energia…”<br />
Ray Van D.<br />
Por vezes, os juízos temperados a álcool<br />
levou-os mais longe durante a noite. Mas<br />
voltam sempre a ser responsáveis<br />
durante o dia. Quase… Mas era altura de<br />
dar o passo em frente. Sem calculismos,<br />
mas com esperanças. Sem arrogância,<br />
mas com mestria. Nasce a vontade e o<br />
desejo de compor temas originais: É-lhes<br />
tão natural como querer criar e amar.<br />
Dos The Presidentes, nasceram os Stone<br />
Breaker. O ideal e a filosofia são os<br />
mesmos! Não se levando a sério,<br />
entregues de corpo e alma como se não<br />
houvesse amanha. Até porque talvez não<br />
o haja. Stone Breaker é isso mesmo.<br />
É pedra, é partir…é recuperar do que<br />
está partido/sem imitar os erros do<br />
passado, é recomeçar apesar de difícil e<br />
duro, é seguir o sonho, com alma, com<br />
coração. De peito feito às balas e notas<br />
<strong>ao</strong> alto, a trabalhar duro e brincar duro…<br />
esta é a filosofia e a fibra deste grupo de<br />
Rock.<br />
“ Os temas nascem nos ensaios e no trabalho que depois fazemos em casa. Numa constante dinâmica de<br />
comunicação, proporcionada pelas novas tecnologias. Somos acordados ás 2 da madrugada com<br />
mensagens de um de nós com uma ideia ou som novo. Nós vibramos com as ideias de cada um, é super<br />
excitante mas dificil…”<br />
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Ray Van D.
Género:<br />
Rock & Blues<br />
Membros da Banda:<br />
Ray Van D – Vocals<br />
Ivo Perpétuo – Guitars<br />
Vasco Moura – Bass<br />
Bruno Vitor Martins – Drums<br />
thestonebreakermusic@gmail.com<br />
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choquefrontal<strong>ao</strong>vivo@gmail.com