Link Zine - Edição 01
Edição 01 - nº 00 - Ano I / 2018 - bimestre novembro/dezembro
Edição 01 - nº 00 - Ano I / 2018 - bimestre novembro/dezembro
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<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> - Ano I - Número 00 - Novembro/Dezembro 2<strong>01</strong>8<br />
U m a N o v a A l t e r n a t i v a<br />
FEMINICÍDIO<br />
Não podemos nos omitir<br />
Distribuição Gratuita<br />
e mais<br />
Adelina<br />
Willdy<br />
HQA primeira<br />
Hemetrio<br />
Vanessa<br />
Cândido<br />
P at a r o<br />
exposição<br />
mundial<br />
aconteceu no Brasil<br />
Lembra do KICHUTE?
Uma Nova Alternativa<br />
<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> Ano 1 nº00<br />
Uma Nova Alternativa<br />
Criado em 2<strong>01</strong>8<br />
Editor: Cláudio Marcoh<br />
Editorial<br />
<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong> Recomenda<br />
ADMINISTRADORES DE REDES SOCIAS<br />
Cláudio Marcoh<br />
Lillian Braga<br />
Poetise - Willdy Hemétrio<br />
Crônica - Vanessa Cândido Pataro<br />
Quadrinhos<br />
- A primeira exposição Internacional de Quadrinhos<br />
aconteceu no Brasil<br />
- Maternidade de Heróis por Lucas Eduardo Nascimento<br />
- HQ não é coisa “só de menino”<br />
imagem web<br />
COLABORADORES DESTA EDIÇÃO<br />
Lucas Nascimento - @dragonartez<br />
Vanessa Cândido Pataro<br />
Willdy Hemetrio<br />
PROJETO GRÁFICO<br />
<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong><br />
www.linkzine.com.br<br />
FONTES CITADAS (ar gos)<br />
Revista “Discu ndo Literatura”<br />
[especial] Quadrinhos, Editora Escala Educacional.<br />
Revista Fórum<br />
Quem foi<br />
Adelina Gomes<br />
BH<br />
Capa<br />
Feminicídio - um assunto sério que deve<br />
ser abordado<br />
Os serviços oferecidos em Belo Horizonte na área<br />
de saúde mental<br />
Anos 80<br />
Lembra do Kichute?<br />
Nossa história<br />
Diretas Já<br />
IMAGENS CREDITADAS<br />
Adelina Gomes<br />
Ana Carolina Cunha<br />
Arquivo Guia EBAL<br />
Arquivo Sefot<br />
Auremar de Castro/CPDoc JB<br />
CPDoc JB<br />
Helen Nakao<br />
Henfil<br />
Joana Pereira de Miranda<br />
Júlia Helena Simões Moreira<br />
Lucas Nascimento<br />
Luta An manicomial - BH<br />
Raphaela B. Felix<br />
Rebeca Prado<br />
Sheila Cruz Bastos<br />
<strong>Link</strong> zine é uma publicação alterna va, independente, sem fins lucra vos,<br />
que divulga toda e qualquer manifestação ar s ca e cultural de Belo<br />
Horizonte, que possa fortalecer e empoderar comunidades em sua<br />
cidadania e pessoas ou grupos em seu reconhecimento.<br />
Para anunciar:<br />
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(31)99480-<strong>01</strong>40<br />
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<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong><br />
<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> - nº 00 - 2<strong>01</strong>8 - Ano I<br />
Bimestre: novembro/dezembro<br />
Impressa pela Eskenazi Indústria Gráfica - São Paulo/SP
Nasceu!<br />
Depois de muito planejamento, obstáculos, imprevistos (e inúmeras<br />
pausas), aqui está nosso primeiro impresso.<br />
Como algo novo, sabemos que ainda temos muito que aprender, mas<br />
acreditamos que este aprendizado será profícuo pois queremos contar<br />
com a pessoa mais importante para nós e nosso grande motivador deste<br />
empreendimento: VOCÊ!<br />
Uma nova alternativa<br />
Muitos poderão dizer que o <strong>Link</strong> <strong>Zine</strong> é uma espécie de “novo/mais-domesmo”,<br />
outros que “nada-de-novo/repaginado”, terá aqueles que<br />
acharão uma “inutilidade-útil”, bem como para outros será uma<br />
“utilidade-inútil”... Que venham os rótulos, as classificações e todas as<br />
alcunhas, afinal atingir a perfeição não é nossa intenção. Nos outorgamos<br />
de uma certa dose de liberdade e de maneira análoga abrimos as “asas de<br />
nossas mentes”<br />
O certo é que queremos sim, fazer a diferença, (se possível bem-sucedida)<br />
mesmo em um mundo cada vez mais conectado. Acreditamos que tem<br />
muita coisa BBB verdadeira - boa, bonita e bacana - acontecendo abaixo<br />
do radar das mídias oficiais, e das redes sociais, (que acreditamos ser<br />
canais de disseminação extra-oficial), mas que têm se tornado terra de<br />
ninguém.<br />
Nosso objetivo é privilegiar e divulgar as produções artísticas da nossa<br />
região, ressaltando o rico panorama que compõe nossa formação cultural;<br />
aliar sofisticação e popularidade com informação e criação de uma<br />
identidade que valorize as tradições, sem deixar de curvar-se as inovações.<br />
Sendo assim, com todo carinho, entregamos a você nosso bebê, cuide e nos<br />
ajude a criá-lo, pois pessoas, grupos e comunidades empoderadas de<br />
conhecimento e lazer, são mais críticas e sabedoras dos seus deveres e<br />
direitos de cidadania.<br />
Divirta-se<br />
Claudio Marcoh
A primeira exposição internacional de quadrinhos<br />
brasileiríssima do mundo é<br />
Aconteceu em 1951 e não foi fácil<br />
Na época,<br />
os quadrinhos eram<br />
tachados de subliteratura,<br />
destruidores culturais e havia até mesmo<br />
um dossiê elaborado por pedagogos do Instituto<br />
Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), em 1944,<br />
que garantia: “quadrinhos causam preguiça mental<br />
nas crianças e as deseducam para a leitura de<br />
tgammps<br />
wretidj<br />
fdgtcbeo<br />
kcbdgfirj<br />
fbgtsdds<br />
livros”. E mais, no Congresso Nacional, um<br />
deputado tentava aprovar um projeto para<br />
censurar as HQs no país.<br />
A 1ª Exposição Internacional de<br />
Histórias em Quadrinhos do mundo foi<br />
realizada no Brasil.<br />
Ela aconteceu no dia 18 de junho de<br />
1951, em São Paulo, no bairro judeu do<br />
Bom Retiro, na Rua José Paulino, 64, no<br />
Centro Cultura e Progresso. Ela foi<br />
organizada por um grupo de jovens<br />
desenhistas: Jayme Cortez, Syllas<br />
Roberg, Reinaldo de Oliveira, Miguel<br />
Penteado e por mim, Álvaro de Moya.<br />
Era uma antevisão das teorias futuras<br />
de comunicação de massa. Ali, os<br />
quadrinhos foram relacionados com a<br />
literatura e o cinema e se analisava o<br />
que, mais tarde, seria considerada a<br />
linguagem dos quadrinhos; ressaltava o<br />
Em meio a este preconceito<br />
todos os então jovens: Álvaro de Moya,<br />
Miguel Penteado, Reynaldo de Oliveira, Jayme<br />
Cortez e Syllas Roberg organizaram a Primeira<br />
Exposição Didática Internacional de Histórias em<br />
Quadrinhos. E o próprio Moya conta em seu livro<br />
Anos 50 – 50 Anos, como aconteceu.<br />
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texto e a imagem e sua inter-relação;<br />
r e p e t i a o t e r m o e x p r e s s ã o e<br />
e x p r e s s i o n i s m o . E s s e e v e n t o é<br />
considerado pelos europeus e norteamericanos<br />
como o pioneiro no gênero.<br />
Realizou-se onze anos antes dos<br />
europeus “descobrirem” os comics.<br />
Somente em 1965, a Itália, em<br />
Bordighera fez sua primeira expo. Em<br />
1950, nos Estados Unidos, em pleno<br />
período da Guerra Fria havia a<br />
p e r s e g u i ç ã o a o s c o m u n i s t a s ,<br />
esquerdistas e simpatizantes – uma caça<br />
às bruxas -, e as histórias em quadrinhos<br />
também foram estigmatizadas.<br />
Os padres, os pais, os professores,<br />
todos eram contra os quadrinhos.<br />
Achavam que era coisa que criança não<br />
devia ler. Os professores pegavam as revistinhas que as crianças levavam na escola e no recreio<br />
as queimavam – um típico Fahrenheit 451 dos gibis. Havia uma perseguição à HQ aqui no Brasil e<br />
também aos autores infantis. Havia críticas contra Monteiro Lobato, dizendo que ele jamais<br />
tinha citado Deus em suas histórias e que era comunista, pois defendia nosso petróleo.<br />
Foi quando formamos uma turma. Concordávamos que a HQ tinha muito a ver com literatura.<br />
Então, eu tive uma idéia – talvez por ser o mais moleque – “Escuta, e se nós escrevêssemos para o<br />
Alex Raymond, Hal Foster, Milton Caniff, Al Capp, Will Eisner, para eles mandarem uns<br />
originais? Aí, a gente vai ver como é que eles fazem, qual é o papel que usam, se é pena ou pincel, a<br />
tinta e tudo mais.”<br />
Na carta, para justificar esse nosso interesse por eles, aleguei que queríamos os originais para<br />
montar uma exposição no Brasil. Um deles respondeu primeiro, Hal Foster, depois vieram<br />
cartas de Milton Caniff, Will Eisner e do Alex Raymond. Todos diziam que levavam muito a<br />
sério os comics. Um deles dizia que era a primeira vez que alguém pedia seus originais para uma<br />
exposição. Daí, pensamos: “Puxa vida, nunca ninguém fez uma exposição de histórias em<br />
quadrinhos no mundo, nós somos os primeiros!” De repente, chega pelo correio aquele material<br />
maravilhoso: páginas originais do Flash Gordon de um metro de altura, do Príncipe Valente,<br />
Krazy Kat, Steve Canyon, Rip Kirby, arte-final lindíssima, papel Shoeller, traços a pincel,<br />
retoques a guache e a gilete. Papel “crafting” nos desenhos de Roy Crane. Encantados, fomos<br />
abaixo capas de publicações (déc. 50) da extinta Editora Ebal, dedicada a Hqs - arq. Guia EBAL
mostrar para o professor Pietro Maria Bardi.<br />
Queríamos fazer a exposição no MASP mas o secretário dele olhou os originais e disse:<br />
“História em quadrinhos? Não, não interessa isso!” Um amigo nosso, Maurício Kus,<br />
juntamente com nossa amiga Liba Fridman nos conseguiu o Centro de Cultura e Progresso, no<br />
bairro do Bom Retiro. Passamos dias montando os painéis. Brigávamos muito. Uns queriam os<br />
textos intelectuais, outros didáticos e menos provocativos. No dia 18 de junho de 1951,<br />
inauguramos a exposição. (*)<br />
(*) Originalmente publicada na revista “Discutindo<br />
Literatura” [especial] Quadrinhos, Editora Escala<br />
Educacional.<br />
Conheça o Catálogo de Heróis Brasileiros<br />
elaborado por Lancelott Martins.<br />
Último romance escrito<br />
por Lima Barreto, (publicado<br />
postumamente), Clara dos<br />
Anjos é também o livro que<br />
condensa grande parte das<br />
preocupações que rondaram a<br />
obra do autor. Lá estão o<br />
subúrbio carioca, as questões<br />
raciais, as diferenças de classe<br />
e a modernização do Rio de<br />
Álvaro de Moya, além de ilustrador, foi um Janeiro no início do século XX.<br />
jornalista, escritor, produtor, e diretor de cinema A personagem central, Clara<br />
e televisão. É considerado por alguns como o dos Anjos é uma mulata pobre<br />
maior especialista em histórias em quadrinhos<br />
do Brasil. Morreu em 14 de agosto de 2<strong>01</strong>7 aos do subúrbio, filha do carteiro João dos Anjos e de Engrácia,<br />
87 anos.<br />
uma mulher “sedentária e caseira”. Por meio de amigos do pai,<br />
Clara conhece Cassi Jones, malandro de família mais<br />
abastada e notório galanteador. A despeito dos alertas de seu<br />
padrinho - que será brutalmente assassinado -, Clara inicia<br />
uma relação com Cassi.<br />
A partir desse encontro fadado à tragédia, Lima coloca o leitor<br />
dentro de um jogo de tensões de classe, sedução e preconceito. Ao mesmo tempo, traça um rico e<br />
minucioso panorama do cotidiano nos subúrbios do Rio, com suas tristezas e mazelas, mas também<br />
como local onde a vida da cidade acontece.<br />
Nesta adaptação para os quadrinhos, os subúrbios saltam literalmente à vida, no magistral traço de Lélis.<br />
Apoiado em fotografias e gravuras, o artista recriou de maneira fiel o ambiente de Clara dos Anjos, além<br />
de emprestar agilidade e drama à história. E Wander Antunes, que adaptou o texto, soube captar e<br />
condensar a intensidade da trama, sem perder o que ela tem de mais forte.<br />
Capa: Helen Nakao - Lançamento: 2<strong>01</strong>1 - Selo: Quadrinhos na Cia
Flagrantes de uma<br />
Maternidade<br />
de<br />
conheça mais deste artista em dragonarte.com.br
Sheila Cruz Bastos (omamori studio) - Juiz de Fora/MG<br />
As mulheres e os quadrinhos<br />
Apesar do número cada vez mai r de mulheres<br />
ua ini tas no Brasil e no mundo, s grandes<br />
prêmi s e as edit ras de renome ainda são<br />
dominad s p r homens – e pela alsa ideia de ue<br />
é “coisa de menino”<br />
Marjane Satrapi, Alison Bechdel, Belle Yang, Maitena,<br />
Julie Maroh, Gabriela “Lovelove6” Masson, Adriana Melo,<br />
Julia Bax, Sirlanney Nogueira, Lu Cafaggi, Gabrielle Bell,<br />
Aline Crumb. Estes são apenas alguns dos nomes das<br />
artistas de quadrinhos mais famosas do Brasil e do<br />
mundo – mulheres que não desistiram de fazer HQs só<br />
porque elas são consideradas “coisa de menino”. “Meu<br />
livro de histórias em quadrinhos foi impresso graças ao apoio do<br />
público, em financiamento coletivo. E 90% desse público é composto por<br />
mulheres”, coloca<br />
Sirlanney Nogueira,<br />
quadrinista e criadora da<br />
HQ Magra de Ruim – cuja<br />
página no Facebook beira<br />
os 250 mil seguidores.<br />
De fato a pequena<br />
participação das<br />
mulheres no universo<br />
“mainstream” dos<br />
quadrinhos não é<br />
questão de poucas<br />
interessadas. Este<br />
mundo é vetado às<br />
quadrinistas e às leitoras<br />
por um machismo que domina todas as suas esferas: as editoras, os fãs, as convenções,<br />
os prêmios e até os comerciantes. Ana Costa, sócia da Gibiteria – uma popular loja de<br />
quadrinhos em São Paulo -, conta que é comum que os clientes homens duvidem do<br />
conhecimento dela sobre quadrinhos. “Eles<br />
Joana Pereira de Miranda (joana miranda) - Belo Horizonte/MG me testam, perguntam detalhes do mundo<br />
nerd, e em geral não querem ser atendidos<br />
por mim. Muitos confundem outros clientes<br />
com vendedores, porque é mais fácil<br />
acreditar que qualquer cara seja o<br />
vendedor, e não eu, a única menina.”<br />
Até as informações sobre as artistas são<br />
de difícil acesso. No processo de escrita de<br />
“Mulheres nas Histórias em Quadrinhos”,<br />
Karina Goto lembra que este foi o maior dos<br />
desafios. “Nos bancos de dados sobre<br />
quadrinhos, os verbetes de mulheres
contêm informações mínimas e as exposições<br />
não prestigiam as autoras e seus trabalhos.” Ela<br />
conta também que, nos principais prêmios<br />
nacionais e internacionais, responsáveis pelo<br />
lançamento de vários novos autores, as<br />
mulheres são excluídas ou muito pouco<br />
respeitadas.<br />
Uma das formas de quebrar a argumentação<br />
sexista que impera nos quadrinhos (e no mundo)<br />
é citar as mulheres que, nas palavras de Ana, são<br />
“constantemente apagadas da história só pelo<br />
fato de serem mulheres”.<br />
Caitlin McGurk é a curadora da Biblioteca Billy<br />
Ireland, lar da maior coleção de quadrinhos do<br />
mundo. Em entrevista ao jornal The Guardian, ela<br />
sublinha que, por mais de 100 anos, as mulheres<br />
Ana Carolina Cunha (carol cunha) - Belo Horizonte/MG<br />
têm atuado nos quadrinhos. Um dos problemas,<br />
segundo ela, é que durante a primeira metade do<br />
século XX, essas autoras usavam pseudônimos<br />
masculinos ou andróginos para aumentar a<br />
popularidade de suas obras. A quadrinista June<br />
Mills, por exemplo, criadora da Miss Fury (a<br />
primeira heroína dos quadrinhos nos EUA, muito<br />
anterior à Mulher Maravilha), assinava com uma<br />
versão de seu nome do meio, Tarpé, em 1941.<br />
No Brasil, não era diferente. As quadrinistas da<br />
virada do século XIX para o XX são pouco<br />
lembradas simplesmente porque nenhum espaço<br />
era aberto para elas. Em seu estudo, Karina cita<br />
Nair de Teffé, a primeira cartunista brasileira,<br />
considerada por alguns historiadores como uma<br />
das primeiras caricaturistas do mundo. Assim<br />
Raphaela B. Felix (carmina usher) - Juiz de Fora/MG
como Tarpé, Nair usava um pseudônimo um tanto ambíguo: Rian.<br />
O dom de Nair era tido como uma excentricidade, e a artista teve<br />
sérios atritos com o pai, o barão de Teffé, que não aprovava as<br />
caricaturas. Hoje, apesar de importantes para a história dos<br />
quadrinhos, tanto Rian quanto Tarpé são nomes desconhecidos<br />
para grande parte das pessoas – enquanto Will Eisner, Joe<br />
Shuster e Stan Lee são parte da cultura popular.<br />
Gravuras (ao fundo) de Rebeca Prado - Belo Horizonte/MG<br />
Karina acrescenta, ainda, que as iniciativas femininas vão além<br />
das publicações e dos websites. Em contraponto aos prêmios<br />
tradicionais, geralmente dominados por homens, grupos de<br />
mulheres se uniram e criaram premiações voltadas para as<br />
autoras, como o francês Artémisia, e festivais, como o espanhol<br />
Festival de Cómic de Mujeres de Granada. “Vale apontar a<br />
resposta das mulheres em relação ao machismo no meio, pois<br />
isso mostra que elas estão se organizando”, comenta a<br />
jornalista.<br />
Os leitores também podem ajudar as quadrinistas a quebrar a<br />
lógica patriarcal do mercado. Comprar HQs feitas por mulheres,<br />
ler e criticar de forma construtiva esses quadrinhos, abrir<br />
espaço para a exposição e a venda das publicações femininas e<br />
compartilhar esses materiais online são algumas das formas de<br />
participar dessa luta. “Não adianta falar e não fazer, como<br />
aconteceu com o HQMix. Esse preconceito tem que acabar, e só<br />
vai acabar na prática”, salienta Ana.<br />
Para Sirlanney, a atual efervescência de mulheres na cena dos<br />
quadrinhos só se tornou realidade depois de muita luta feminista.<br />
A artista, entretanto, lembra que essa batalha específica ainda<br />
está no começo, e que muito esforço e união por parte das<br />
“minas” ainda são necessários. Se tomarmos a fala de Bondoux<br />
como uma amostra do senso comum, de fato, Sirlanney tem<br />
razão – ainda falta um longo caminho para a igualdade de gênero<br />
no mundo das HQs. “Temos que dar, todas juntas, um chute na<br />
porta, porque sozinha ela não vai abrir”, conclui a quadrinista.<br />
Compilado do texto de Helô D'Angelo,<br />
originalmente publicado na Revista Fórum<br />
Rebeca Prado - BH/MG<br />
Ana C. Cunha<br />
(carol cunha) - BH/MG<br />
Júlia Helena Simões Moreira (Julhelena) - Belo Horizonte/MG<br />
J. P. de Miranda<br />
(joana miranda) - BH/MG
Viaje mais<br />
peloBrasil<br />
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O<br />
B<br />
R<br />
E<br />
Willdy Hemetrio Nepomuceno tem 53 anos, Relações Públicas e<br />
empresário no ramo de laboratórios veterinários, é autor do livro<br />
Apenas um Ano e da peça teatral Meu gênio e seus três desejos.
Feminicídio é uma palavra nova para uma prá ca an ga,<br />
uma vez que as mulheres morrem de formas trágicas todos<br />
os dias no Brasil: são espancadas, estranguladas, e/ou agredidas<br />
brutalmente até o momento em que perdem a vida. A palavra feminicídio<br />
passou a ser usada para designar um crime no Brasil a par r de 2<strong>01</strong>5, pois<br />
existe nela uma par cularidade, ela define o homicídio de mulheres como<br />
crime hediondo quando envolve menosprezo ou discriminação à condição<br />
de mulher e violência domés ca e familiar. A lei define o feminicídio como<br />
“o assassinato de uma mulher come do por razões da condição de sexo<br />
feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de<br />
12 a 30 anos.<br />
Ano passado, o Brasil registrou mais de 63.800 mortes<br />
violentas, o que representa o maior número de homicídios<br />
na história do país, um aumento de 2,9%, se comparados com os dados de<br />
2<strong>01</strong>6. Minas Gerais, pelo segundo ano consecu vo, é o estado com maior<br />
número de ví mas por feminicídio, dos 1.133 casos registrados no país,<br />
nosso estado concentrou 145 deles. O número apresentou um aumento<br />
de 11 casos, se comparado aos 134 acontecidos 2<strong>01</strong>6, dados do 12º<br />
Anuário de Segurança Pública.<br />
O<br />
principal mo vo para o uso da palavra feminicídio é de<br />
que o crime é diferente por si só, por ser um crime de<br />
discriminação, come do contra uma mulher pelo fato de ela ser mulher.<br />
Essa discriminação provém do machismo e do patriarcado, que são<br />
maneiras culturais de nossa sociedade colocar a mulher num lugar de<br />
Assista depoimento em post do canal Feminicídio no Brasil<br />
“Legí ma defesa da honra” = ilegí ma impunidade de assassinos<br />
A figura da “legí ma defesa da honra” nunca exis u no marco legal<br />
brasileiro, pelo contrário, fere tanto leis nacionais como tratados e<br />
normas internacionais dos quais o Brasil é signatário.<br />
Apesar de não ter amparo legal, o Brasil é apontado como um dos países da região<br />
la no-americana com o mais tradicional, largo e profundo histórico de decisões<br />
jurisprudenciais que acolheram – e muitas vezes ainda acolhem – a tese da “legí ma defesa<br />
da honra” para crimes de homicídio e agressões contra mulheres, sobretudo aqueles<br />
pra cados por parceiros atuais ou ex.<br />
Assim, a figura da “legí ma defesa da honra” é uma tese jurídica fincada sob bases culturais<br />
discriminatórias e que visa tornar impunes maridos, irmãos, pais ou ex-companheiros e<br />
namorados que matam ou agridem suas esposas, irmãs, filhas, ex-mulheres e namoradas sob<br />
a 'jus fica va' da defesa da honra da família ou da honra conjugal.<br />
cesse o link de nossa fan-page (@linkzinerevista) e saiba mais!<br />
A Lei Maria da Penha recebeu<br />
esse nome em homenagem à<br />
biofarmacêutica cearense Maria<br />
da Penha Maia Fernandes, que,<br />
após ter sofrido duas tentativas<br />
de homicídio por seu marido,<br />
lutou para a criação de uma<br />
lei que contribuísse para a<br />
diminuição da violência doméstica<br />
e familiar contra a mulher.<br />
No ano de 20<strong>01</strong>, a Comissão<br />
Interamericana de Direitos<br />
Humanos, em seu Relatório<br />
54/<strong>01</strong>, responsabilizou o<br />
Estado brasileiro por negligência,<br />
omissão e tolerância em relação<br />
à violência doméstica contra<br />
mulheres. O órgão recomendou<br />
que fosse criada uma legislação<br />
adequada a esse tipo de<br />
violência.<br />
A violência doméstica pode ser:<br />
Física: qualquer conduta que<br />
ofenda a integridade ou a<br />
saúde corporal da mulher.<br />
Psicológica: qualquer conduta<br />
que cause à mulher dano<br />
emocional e diminuição da<br />
autoestima.<br />
Sexual: qualquer conduta que<br />
constranja a mulher a<br />
presenciar, a manter ou a<br />
participar de relação sexual não<br />
desejada.<br />
Patrimonial: qualquer conduta<br />
que configure retenção,<br />
subtração, destruição parcial ou<br />
total de objetos, instrumentos<br />
de trabalho, documentos<br />
pessoais, bens, ou recursos<br />
econômicos da mulher<br />
Moral: qualquer conduta que<br />
configure calúnia, difamação ou<br />
injúria.
No Brasil<br />
221.238<br />
registros de<br />
violência doméstica<br />
em 2<strong>01</strong>7<br />
(Lesão corporal dolosa)<br />
606 casos<br />
por dia<br />
LEI MARIA da PENHA<br />
60.<strong>01</strong>8<br />
Estupros em 2<strong>01</strong>7<br />
crescimento de 8,4%<br />
em relação a 2<strong>01</strong>6<br />
4.539<br />
mulheres vitimas de<br />
HOMICÍDIO em 2<strong>01</strong>7<br />
crescimento de 6,1%<br />
em relação a 2<strong>01</strong>6<br />
1.133<br />
FEMINICÍDIOS<br />
em 2<strong>01</strong>7<br />
em Minas Gerais<br />
145<br />
casos<br />
fonte:<br />
12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública<br />
Os feminicídios acontecem tanto<br />
no âmbito privado como no<br />
público, em circunstâncias e<br />
contextos diversos, em que as discriminações e<br />
menosprezos com a condição feminina<br />
assumem variadas formas, mais ou menos<br />
evidentes. Elas são assassinadas por<br />
parceiros ou ex, por familiares, por<br />
desconhecidos, estupradas, esganadas,<br />
espancadas, mu ladas, negligenciadas,<br />
v i o l a d a s , e m s u a condição, p o r<br />
ins tuições públicas.<br />
Invisibilizadas, várias<br />
m u l h e r e s m o r r e m<br />
barbaramente todos os dias no<br />
Brasil e as mortes anunciadas<br />
seguem acontecendo, e<br />
essas são “mortes evitáveis<br />
porque há uma série de<br />
v i o l ê n c i a s q u e s ã o<br />
c o n s t u i n t e s e<br />
antecedentes a ela. O<br />
feminicídio é a ponta do<br />
iceberg, é a consequência.<br />
Então, temos que ter um olhar muito<br />
mais cuidadoso para o que veio antes”, diz<br />
Carmen Hein de Campos, advogada<br />
doutora em Ciências Criminais e<br />
consultora da CPMI-VCM.<br />
Di v e r s a s l e i s e d i s p o s i v o s<br />
cons tucionais nacionais, e tratados<br />
internacionais dos quais o Brasil é signatário,<br />
apontam os deveres do Estado em punir, coibir e<br />
prevenir as violências que levam ao assassinato de<br />
mulheres e, assim, os feminicídios, neste sen do,<br />
especialistas apontam que é preciso fortalecer ações<br />
integradas para que o poder público se faça presente<br />
e atuante, e apontam algumas medidas no<br />
enfrentamento à violência como sendo fundamentais<br />
para evitar que os casos se perpetuem até o<br />
feminicídio. (Veja quadro no alto da página seguinte).<br />
De acordo com a ex-secretária nacional<br />
adjunta de enfrentamento à violência<br />
contra as mulheres, a advogada Aline Yamamoto, o<br />
principal avanço que o Brasil alcançou com a sanção<br />
d a L e i M a r i a d a P e n h a f o i r e s p a l d a r a<br />
ins tucionalidade necessária para que as polí cas<br />
para as mulheres se estruturassem.<br />
Telefones úteis<br />
Serviço de recebimento de<br />
denúncias de violência contra a<br />
mulher – 100 - opção 6<br />
(o denunciante não precisa se<br />
iden ficar)<br />
SAMU - 192<br />
Depam - Deleg. de Plantão de<br />
Atendimento à Mulher<br />
(31) 3295-6913<br />
NUDEM - Defensoria Pública de<br />
Defesa da Mulher<br />
(31) 3270-3202<br />
18ª Promotoria especializada<br />
no combate à violência<br />
domés ca e familiar contra a<br />
mulher<br />
(31) 3337-6996
Segundo especialistas, algumas ações realizadas em rede, podem auxiliar na<br />
diminuição dos atos de feminicídio que acontecem no país, entre elas, destacam-se:<br />
1) Criação de serviços em todo o território nacional, com inves mento<br />
financeiro adequado;<br />
2) Serviços integrados com acolhimento de qualidade e perspec va de<br />
gênero;<br />
3) Produção de dados e indicadores para elaboração, implementação e<br />
monitoramento das polí cas públicas;<br />
4) Promoção de ações de prevenção à violência e desconstrução das<br />
desigualdades de gênero, envolvendo educação e mídia.<br />
Benvinda - Centro de Apoio à<br />
Mulher<br />
(31) 3277-4379 / 4380<br />
Casa Colmeia - Apoio à Mulher<br />
Grávida<br />
(31) 3372-3693<br />
Centro Risoleta Neves de<br />
Atendimento à Mulher de BH<br />
(31) 3270-3235<br />
Conselho Mun. de BH dos<br />
Direitos da Mulher e Coord.<br />
Mun. dos Direitos da Mulher<br />
(31) 3277-9756 / 3277-4346<br />
Consórcio Mulheres das Gerais<br />
(31) 3484-2387<br />
Pastoral da Mulher<br />
(31) 3272-7349<br />
Apesar de insuficientes em relação às necessidades<br />
da população, os serviços criados apontaram<br />
caminhos para efe vamente coibir a violência e prevenir o<br />
feminicídio. A par r da criação dos serviços especializados,<br />
muitos profissionais que atuam no enfrentamento da<br />
violência contra as mulheres têm se engajados em dar<br />
respostas para os desafios que encontram no dia a dia,<br />
organizando a produção de indicadores, as parcerias com<br />
serviços de empoderamento da mulher e com a sociedade civil e,<br />
também, realizando trabalhos de responsabilização de homens<br />
agressores. Vale destacar que os avanços não são lineares, já que,<br />
como são recentes e contam com um amparo ins tucional limitado e com<br />
pouca prioridade orçamentária, as ações e serviços ficam vulneráveis às<br />
alternâncias polí<br />
A<br />
cas em todas as esferas.<br />
expecta va de muitos brasileiros e brasileiras é<br />
que as denúncias passem a receber um<br />
tratamento diferenciado do tradicional, que o pedido de ajuda<br />
da mulher ameaçada e/ou agredida não seja negligenciado ou<br />
ignorado pela autoridade policial. A prisão e punição penal do<br />
autor não devolve a vida, somente deixa um rastro de revolta e<br />
reforça a descrença na capacidade de resposta do poder público,<br />
tal descrédito precisa acabar e isso só ocorrerá com um Estado<br />
eficiente na contenção da violência não só contra as mulheres, mas<br />
contra todos os cidadãos que, há muito, clamam por um país pacificado.<br />
O Estado pode ser responsabilizado por vidas interrompidas<br />
Nos casos em que a mulher buscou os meios legais previstos em lei para sua proteção e ainda<br />
assim veio a ser assassinada é possível analisar o cabimento de ação indenizatória contra o Estado e<br />
demonstrar que obje vamente houve falha, por ação ou omissão, em proteger a vida da mulher –<br />
como em casos que há a demora injus ficada na concessão de medidas de proteção, falhas na<br />
in mação do agressor sobre a medida, inexistência de formas de fiscalizar o cumprimento da ordem<br />
de proteção, quando a mulher não é devidamente no ficada que o agressor saiu da prisão, entre<br />
outros casos.<br />
Além de casos individuais, tanto o Ministério Público como a Defensoria Pública podem<br />
mover ações cole vas em face do poder público, judiciais ou extrajudiciais, a par r da reunião das<br />
informações de vários casos semelhantes e que apontam falhas sistêmicas do Estado na garan a dos<br />
direitos das mulheres em situação de violência, obrigando-os a implementar serviços ou melhorar a<br />
qualidade dos já existentes.<br />
saiba mais em Dossiê Feminicídio
ÚMESA<br />
manheceu. Acorda bem, levanta com disposição, pois o céu<br />
está com um azul contagiante, o sol aquecendo o coração<br />
como nunca e a canção dos pássaros soam como uma<br />
orquestra sinfônica matinal. É dia de alegria, de aconchego, de<br />
abraço e beijo. Dia de aquecer o coração e a alma, renovar as<br />
energias, deixar rastros de amor e paixão no ar como se fosse<br />
um perfume que hipnotiza os sentidos.<br />
O<br />
grande encontro novamente! Sorrisos, abraço apertado<br />
que suspende os pés do chão, corações grudados e<br />
devidamente aquecidos e radiantes. Os olhos brilham, o sorriso<br />
grudado na face, congelado, estático. O amor exalando pelos<br />
poros de tamanha satisfação, saudade contida e esquecida. Dois<br />
corpos se libertam e se entregam ao prazer e aconchego do<br />
amor.<br />
Mas espera! O que ousa interromper tamanha constelação de corações apaixonados!?<br />
or apenas segundos... Frio começa na barriga, sobe feito uma bola de gelo, atinge o coração que<br />
Pcomeça a palpitar no ritmo do carnaval, acelera os pensamentos na velocidade da luz. O corpo<br />
responde mais, ligou no 22Ow. Arrepio, olhos vidrados, sorriso invertido, pernas enfraquecidas...<br />
Escureceu, os pássaros emudeceram, o sol esfriou, o azul acinzentado do céu mando o sinal fatídico.<br />
orque tocou, quem é, o que quer, porque, como, será, talvez, certeza, dúvida, ele, ela, eles?... Não tem<br />
Pmais nós dois!<br />
Devem estar se perguntando porque tamanho jogo de palavras, mistura de sensações, mudança de<br />
cenário tão adverso. Pois bem! Pensem no coração dos amantes e apaixonados acometidos por um<br />
furacão chamado ciúme. Sim, o famoso e ilustríssimo ciúme! Esse pequeno no nome, mas gigante na<br />
intensidade de suas emanações, provoca em segundos uma mudança no estado emocional de um sujeito<br />
de proporções às vezes difícil de mensurar e de explicar em palavras para quem assiste do camarote<br />
nada convencional. Ele apenas sente, sente muito, forte e assustador. Pede ajuda, grita por dentro em<br />
busca de socorro. Polícia, médico, bombeiros... qualquer coisa! Como diria Maria Lima: " O meu medo<br />
é uma coisa assim; Que corre por fora entra, vai e volta sem sair".<br />
is que vem a ajuda tão solicitada e providencial. Ele, o magnânimo, único, sublime e<br />
Eincondicional... o amor. "É só o amor, que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o<br />
mal [...] Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada<br />
seria" (Monte Castelo - Legião Urbana).<br />
Nesse caso em questão o socorro vem da pessoa amada e seu incondicional amor, carinho e afeto.<br />
Sábias palavras, escuta livre de barreiras. Com sabedoria e paciência injeta as palavras certas que<br />
surgiram no segundo errado na vida de sua amada.<br />
stalo! O céu volta a ficar azul, o coração acelera no ritmo das paixões, a mente refresca como se<br />
Etivesse tomando um banho de cachoeira no verão. A paz volta a reinar, mas até quando?<br />
E<br />
sse é apenas um relato rebuscado, romântico e ansioso de uma pessoa acometida de um momento<br />
de ciúme. Posso citar diversos exemplos, que você leitor(a) poderia se reconhecer neles ou identificar<br />
atributos que percebeu na sua pessoa amada, familiar, amigos ou qualquer pessoa de seu convívio, pois<br />
trata-se de um sentimento bastante comum, mas que possui proporções diferenciadas e até mesmo
Assista o curta “Entre Paredes” de Eric Laurence<br />
O ciúme é um tema que gera muita discussão na população em geral. Ele é um<br />
sentimento egoísta onde a pessoa que está acometida desse mal se sente<br />
incapaz de obter a atenção da pessoa amada. O texto acima discorre sobre o<br />
tema na ótica de três tipos de ciúmes: o Normal, o Neurótico e o Delirante<br />
(Paranoico). Onde o normal é aquele que ocorre quando a pessoa amada dá<br />
motivo para o parceiro sentir ciúmes. O neurótico é aquele cujo o sentimento de<br />
angústia é permanente. Nele o ciumento tem consciência de que seu ciúme é<br />
exagerado, mas não consegue se controlar. E o terceiro caso, é visto como o mais<br />
grave e de maior preocupação, pois é aquele onde o indivíduo fantasia uma<br />
possível traição podendo ser agressivo e até mesmo cometer insanidades contra<br />
o parceiro.<br />
Ciúme<br />
O lado amargo do amor<br />
Escrito por Eduardo Ferreira-<br />
Santos, o autor, que é<br />
psiquiatra, mergulha no tema<br />
do ciúme, mostrando as<br />
causas de seu surgimento e<br />
suas consequências para as<br />
relações afetivas - como<br />
dependência, perda de<br />
autoestima e até distúrbios<br />
psicológicos graves. Ele<br />
também aponta saídas para<br />
situações neuróticas, e dá um<br />
choque de realidade no<br />
ciumento compulsivo, tocando<br />
em conflitos de egos,<br />
hipocrisia familiar e desajuste<br />
emocional. Afinal, o ciúme<br />
acaba transformando o amor,<br />
sentimento altruísta por<br />
natureza, no mais exacerbado<br />
egoísmo.<br />
"Infelizmente, as vítimas do<br />
ciúme demoram para percebêlo<br />
e para reagir contra o<br />
ciumento. Isso se dá por várias<br />
razões, e a principal é que elas<br />
são seduzidas pela ideia<br />
romântica de que o ciúme é<br />
uma demonstração de amor.<br />
Podem também colocá-lo em<br />
segundo plano, envolvidas<br />
pelo entusiasmo que<br />
caracteriza os primeiros<br />
tempos de uma relação.<br />
Podem, ainda, existir motivos<br />
indiretos, que são<br />
inconsistentes, na escolha de<br />
um parceiro ciumento. Por<br />
exemplo, há milhares de<br />
mulheres que, para fugir do<br />
assédio excessivo, real ou não,<br />
procuram um homem ciumento<br />
que tome posse delas e as<br />
proteja", escreve o médico no<br />
capítulo "Uma história de<br />
Barbie".
No Reino das Mães<br />
Entre os anos de 1983 e<br />
1985, o cineasta brasileiro<br />
Leon Hirszman, em<br />
parceria com a<br />
psicanalista Nise da<br />
Silveira (1905-1999),<br />
produziu uma trilogia<br />
baseada no livro “Imagens<br />
do Inconsciente”,<br />
composta pelos filmes “Em<br />
Busca do Espaço<br />
Cotidiano”, “No Reino das<br />
Mães” e “A Barca do<br />
Sol”.<br />
“No Reino das Mães”<br />
aborda a história da<br />
paciente Adelina Gomes<br />
(1916-1984),<br />
diagnosticada com<br />
esquizofrenia e internada<br />
em 1937, aos 21 anos, no<br />
Centro Psiquiátrico D.<br />
Pedro II, no Rio de<br />
Janeiro. Após quase dez<br />
anos de internação, sem<br />
nenhuma melhora, passa a<br />
frequentar o Ateliê de<br />
Pintura e Modelagem,<br />
criado por Nise da<br />
Silveira, em 1946, que<br />
seria mais tarde, o Museu<br />
de Imagens do<br />
Inconsciente.<br />
Durante este processo,<br />
Adelina, antes vista como<br />
uma pessoa violenta e<br />
pessimista, tornou-se mais<br />
amável e atenciosa,<br />
centrada em suas<br />
atividades e até a sua<br />
morte, ela produziu 17.500<br />
obras, entre o<br />
abstracionismo e a<br />
figuração, que podem ser<br />
vistas no Museu de<br />
Imagens do Inconsciente,<br />
fundado em 1952, no Rio<br />
de Janeiro, pela<br />
psicanalista.<br />
Adelina<br />
Quem foi<br />
Gomes<br />
Mulher pobre, nascida em 1916 em Campos (RJ), lha de<br />
camponeses, cursou o primário e aprendeu variados<br />
trabalhos manuais numa escola prossional. Obediente aos pais,<br />
era muito apegada a mãe, além de tímida e sem vaidade.<br />
Apaixonou-se por um homem aos 18 anos, mas o mesmo não era<br />
aceito por sua genitora, tornando-se cada vez mais retraída e após<br />
um surto psicótico onde acabou estrangulando a gata de<br />
estimação da família, pela qual tinha um carinho muito grande,<br />
foi internada em 1937 no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Rio de<br />
Janeiro, aos 21 anos.<br />
Após o episódio do estrangulamento, é diagnosticada com<br />
esquizofrenia, e quase dez anos depois de internação, sem<br />
nenhuma melhora, passa a frequentar o Ateliê de Pintura e<br />
Modelagem, criado pela Drª Nise da Silveira, em 1946, que seria<br />
mais tarde, o Museu de Imagens do Inconsciente. É nesse ambiente<br />
que ela vivência o processo mitológico, da qual emergem do<br />
inconsciente as imagens arquetípicas femininas (mães arcaicas,<br />
a deusa grega Hécate acompanhada da gura do cão, a ninfa<br />
grega Dafne – Mito de Dafne que identica uma relação mãe e lha<br />
muito estreita, de submissão -, deusa grega Deméter e a Virgem<br />
Maria), expressas através de suas esculturas e pinturas criando<br />
uma atmosfera onírica.<br />
In i c i a l m e n t e<br />
dedicava-se ao trabalho em<br />
barro, modelando guras que<br />
i m p r e s s i o n a m p e l a s u a<br />
semelhança com imagens<br />
d a t a d a s d o p e r í o d o<br />
neolítico, das suas pinturas<br />
podem-se acompanhar passo<br />
a p a s s o a s i n c r í v e i s<br />
metamorfoses vegetais que<br />
ela vivenciou (o que originou<br />
o famoso estudo da Drª Nise,<br />
comparando-as com o mito<br />
de Dafne)<br />
Ne s s e p r o c e s s o –<br />
antes vista como uma pessoa<br />
agressiva, negativista e<br />
considerada perigosa –<br />
t o r n o u - s e m a i s d ó c i l ,<br />
c e n t r a d a e m s u a s<br />
atividades, até a sua morte<br />
e m 1 9 8 4 c o m 6 4 a n o s .<br />
Assista ao filme<br />
“Reino das Mães”
Sem título<br />
Sem data<br />
Cópia em gesso de modelagem em barro<br />
20 x 34 x 24 cm<br />
Museu de Imagens do Inconsciente<br />
Sem título<br />
Década de 50<br />
Cópia em gesso de modelagem em barro<br />
20 x 34 x 24 cm<br />
Museu de Imagens do Inconsciente
Sem título<br />
1953<br />
Óleo sobre tela<br />
33 x 41 cm<br />
Museu de Imagens do Inconsciente<br />
Na página XX, ao fundo<br />
Sem título - 1953<br />
Óleo sobre tela - 38 x 46 cm<br />
Museu de Imagens do Inconsciente<br />
Sem título<br />
1954<br />
Óleo sobre tela<br />
38 x 46 cm<br />
Museu de Imagens do Inconsciente
Ouça o samba enredo do<br />
Dia da Luta Antimanicomial - BH (2<strong>01</strong>3)<br />
Você conhece os serviços oferecidos pela PBH na área de saúde mental?<br />
O trabalho de assistência à saúde mental oferecido<br />
pela Prefeitura de Belo Horizonte segue a lógica<br />
antimanicomial, que valoriza o cuidado em<br />
liberdade, busca a conquista da cidadania e a<br />
reinserção social. A perspectiva é a construção de<br />
ações coletivas e intersetoriais. Os recursos<br />
financeiros até então destinados aos hospitais<br />
psiquiátricos estão sendo investidos na rede de<br />
serviços substitutiva dos leitos desativados. Os<br />
serviços são assim distribuídos:<br />
SUP (Serviço de Urgência Psiquiátrica)<br />
Com funcionamento exclusivamente noturno,<br />
oferece cuidado aos casos inscritos em<br />
Hospitalidade Noturna nos CERSAM, CERSAM-<br />
AD e CERSAMI. Também recebe os casos<br />
encaminhados pelo SAMU e diversos serviços de<br />
urgência da cidade.<br />
CERSAM (Centro de Referência em Saúde<br />
Mental)<br />
A rede municipal possui CERSAM(s) em diferentes<br />
regiões, que cobre toda a cidade. O funcionamento é<br />
das 7 às 19 horas, todos os dias da semana,<br />
inclusive feriados. Os usuários podem lá<br />
permanecer pelo tempo necessário, nos CERSAM,<br />
o tratamento busca a estabilização do quadro<br />
clínico, a reconstrução da vida pessoal, o suporte<br />
necessário aos familiares, o convívio e a reinserção<br />
social. Oferece os atendimentos próprios a cada<br />
caso, com a presença constante de equipe<br />
multiprofissional, oficinas e atividades de cultura e<br />
lazer, a cidade conta com 07 CERSAM, 03<br />
CERSAM-AD (Centro de Referência em Saúde Mental<br />
Álcool e Drogas) e 02 CERSAMI (Centro de Referência<br />
em Saúde Mental Infantil).<br />
Na regional Barreiro: Rua Ribeiro da Luz, 29 –<br />
Bairro Barreiro. Fone: 3277-1530/5908<br />
CERSAM-AD<br />
Os usuários de álcool e outras drogas podem contar<br />
com este serviço, que funciona todos os dias da<br />
semana, 24 horas por dia.<br />
Rua Monte Alto, 211 - Bairro Cardoso. Fone: 3277-<br />
3630/3632/3631<br />
CERSAMI<br />
Rua Camarugi, 10 - Bairro Padre Eustáquio. Fone:<br />
3277-9279 (regional Noroeste)<br />
Para ter acesso ao CERSAM, CERSAM AD ou<br />
CERSAMI, basta procurar as unidades. Não é<br />
necessário agendamento, nem marcação prévia ou<br />
encaminhamento.<br />
Centros de Convivência<br />
São 09 Centros de Convivência que oferecem<br />
oficinas de música, teatro, pintura, marcenaria,<br />
costura e várias outras, assim como passeios, idas ao<br />
cinema e festas.<br />
Centro de Convivência Barreiro<br />
Rua Pinheiro Chagas, 252 - Bairro Barreiro. Fone:<br />
3277-5889<br />
Consultórios de Rua<br />
Os consultórios de rua apontam os cuidados com a<br />
saúde mental como uma das formas de melhoria da<br />
qualidade de vida dos usuários das ruas com o<br />
fortalecimento de vínculos e de laços sociais. Como<br />
consequência podem ser observadas mudanças nos<br />
processos de exclusão e seus efeitos perversos na<br />
vida das pessoas. A atuação conjunta entre os<br />
diversos setores: saúde, assistência social e outros<br />
atores incluindo a sociedade civil, têm<br />
potencializado as ações propostas.<br />
Consultório de Rua Regional Oeste - Fone: 98447-<br />
6415
Ouça o samba enredo do<br />
Dia da Luta Antimanicomial - BH (2<strong>01</strong>8)<br />
Equipes Complementares<br />
As equipes complementares são composições<br />
específicas localizadas estrategicamente em um<br />
Centro de Saúde por Regional de Saúde. É<br />
composta por médico psiquiatra infantil,<br />
fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Atendem<br />
as crianças e adolescentes em sofrimento mental<br />
grave, em parceria com as equipes de saúde mental,<br />
equipes de saúde da família e outros dispositivos<br />
como o Arte da Saúde e os CERSAMI.<br />
Equipes de Saúde Mental em Centros de<br />
Saúde<br />
Os profissionais de saúde mental acompanham nos<br />
Centros de Saúde os casos que podem ser tratados<br />
em ambulatório.<br />
Arte da Saúde Ateliê de Cidadania<br />
O Arte da Saúde é um programa desenvolvido em<br />
parceria com Caritas Regional Minas Gerais. É<br />
uma prática de promoção à saúde voltada para<br />
c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s q u e b u s c a m o<br />
enfrentamento de situações de vulnerabilidade,<br />
risco social e/ou pessoal, usando a arte e suas<br />
diversas expressões como principais ferramentas<br />
de produção de cidadania e protagonismo infantojuvenil.<br />
O Arte da Saúde oferece oficinas de arte em<br />
várias modalidades: artes plásticas, artesanato,<br />
dança, música, teatro, circo e outras, além de<br />
atividades socioculturais, capazes de potencializar<br />
talentos e aptidões, desenvolvendo e fortalecendo<br />
autoestima e habilidades. O programa promove<br />
ainda a circulação urbana, como idas ao cinema,<br />
espetáculos teatrais, apresentações musicais,<br />
museus, parques, ampliando as oportunidades de<br />
pertencimento à cidade. Atende crianças e<br />
adolescentes entre 6 e 18 anos.<br />
I n f o r m a ç õ e s n a R e g i o n a l B a r r e i r o :<br />
(gerasab@pbh.gov.br/ 3277-5914/5915)<br />
S U R I C A T O ( I n c u b a d o r a d e<br />
Empreendimentos Econômicos e Solidários)<br />
Dispositivo de trabalho e geração de renda para<br />
usuários acompanhados nos serviços de Saúde<br />
Mental. A incubadora dá apoio financeiro, técnico e<br />
político à Suricato Associação de Trabalho e<br />
Produção Solidária, ONG criada e gerenciada pelos<br />
usuários que agrega quatro grupos de produção:<br />
marcenaria, mosaico, culinária e moda e design.<br />
Estes grupos se constituíram no processo de<br />
qualificação profissional oferecido pelo Fórum<br />
Mineiro de Saúde Mental.<br />
SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos)<br />
São 33 casas espalhadas pela cidade destinadas a<br />
cuidar dos portadores de transtorno mentais egressos<br />
de internações psiquiátricas de longa permanência,<br />
que não possuam suporte social e laços familiares e,<br />
que viabilizem sua inserção social.<br />
fonte: Portal da PBH<br />
Se você tem conhecimento do mau ou não funcionamento de algum destes serviços, cobre<br />
sua manutenção. Faça valer seus impostos. Registre sua manifestação na Ouvidoria da PBH:<br />
https://prefeitura.pbh.gov.br/ouvidoria/<br />
Lembre-se, órgãos públicos não fornecem nenhum serviço gratuito.<br />
Todos são pagos com seus impostos, é direito seu ter uma boa prestação de serviços.<br />
Abaixo e no alto (pág. anterior) recortes de cartazes comemorativos ao Dia da Luta Antimanicomial - BH
Por baixo da sola...<br />
Se você tem mais de quarenta anos, viveu (ou no mínimo conheceu alguém)<br />
sob este dilema: Como amarrar o kichute?<br />
Em 78, quase 10 milhões de “brasileirinhos”<br />
tinham um par do tênis de lona e<br />
borracha preta com cravos de<br />
araque na sola – como se fosse<br />
uma chuteira, isto atingia a<br />
marca impressionante de<br />
10% da população do país.<br />
O calçado foi lançado pela<br />
Alpargatas (para muitos,<br />
“alpergatas”) em 15 de junho de 70,<br />
durante a copa do México, que estudava desde 65 um produto que aproveitasse a febre futebolística<br />
do Brasil, à época, bicampeão mundial. Quando do nosso tricampeonato mundial, o termômetro de<br />
vendas do Kichute explodiu.<br />
Mas não somente este fato explica o sucesso do produto. Outros fatores como por exemplo,<br />
resistência e preço foram fundamentais. O kichute era barato – seu público alvo inicial eram as classes<br />
C e D – e durava (e como durava!). Também havia o fator versatilidade, os pais iam comprar um tênis<br />
que era chuteira, ou vice-versa, pronto, tinham na mão um “dois em um”.<br />
Até meados dos anos 80, segundo a fabricante, o Kichute continuou vendendo bem, porém o Brasil<br />
não ganhava mais a Copa, e os fracassos de 82, 86 e 90, contribuíram nas quedas de vendas, e na<br />
década de 90 o pisante viveu um semi-ostracismo. Atualmente, o calçado é “souvenir” para<br />
saudosistas ou “distribuído como calçado de utilidade e uniformização”, segundo a empresa.<br />
Mas afinal, qual era a melhor forma de amarrar o cadarço do Kichute? “O cadarço era grande para<br />
dar várias opções de amarração. A que passava pelo solado do tênis dava maior segurança ao jogar<br />
bola.” Disse Eduardo Sabanai, quando gerente de produto da Alpargatas. Diante disto, o mais<br />
Assista comercial<br />
A Alpargatas investia pesado em publicidade.<br />
Em uma das campanhas de TV, ninguém menos que o<br />
craque Zico foi contratado como garoto-propaganda.<br />
Devido ao sucesso e popularidade, a empresa chegou<br />
a lançar produtos complementares à marca Kichute,<br />
como as bolas de futebol de campo e de salão.
Baseado no livro homônimo de Márcio Américo, também coroteirista,<br />
Meninos de Kichute é um filme de Luca Amberg<br />
focado na figura de Beto, um garoto de 12 anos, de família<br />
simples, que resolve ser goleiro. A estória é ambientada nos<br />
anos 70, em um bairro pobre, onde um garoto comum, filho<br />
do meio de uma família, vê no autoritarismo do pai, um<br />
religioso que considera a competição como pecado, o maior<br />
obstáculo para a realização de seu sonho.<br />
...ou em volta do tornozelo<br />
razoável, para o<br />
r e s t a n t e , s e r i a<br />
amarrar o cadarço<br />
no tornozelo.<br />
Maldade! Esta<br />
i n f o r m a ç ã o t e r i a<br />
facilitado a vida de 9, 7<br />
milhões de “brasileirinhos”<br />
em 78.<br />
8 Curiosidades sobre o Kichute<br />
1 - Nada de colorido<br />
O tênis foi uma espécie de instituição em colégios, que na época<br />
exigiam uso de calçados pretos.<br />
2 - Cadarço de vários nós<br />
Dizia a lenda que quem os amarrava os cadarços sob a sola era<br />
bom de bola. Quem amarrava nos tornozelos era perna-de-pau.<br />
3 - Investimento pesado<br />
O jogador Zico, considerado um craque do futebol brasileiro, foi<br />
garoto-propaganda do Kichute.<br />
4 - Cheirinho desagradável<br />
Um dos problemas do pisante era o “maldito” chulé após usar o<br />
tênis, que esquentava muito no sol.<br />
5 - Elas também eram cobiçadas!<br />
O Kichute lançou bolas de futebol de campo e salão com a<br />
marca, hoje, verdadeiras preciosidades!<br />
6 - Coisa de grife<br />
Estilistas famosos como Alexandre Herchcovitch já usaram o<br />
tênis em suas coleções.<br />
7 - Nas telas do cinema<br />
O calçado inspirou um filme, “Meninos de Kichute”, lançado em<br />
2009, adaptação de livro homônimo de Márcio Américo.<br />
8 - Marca offline<br />
Sinal do desinteresse da Alpargatas com o Kichute, até o site da<br />
marca foi desativado: www.kichute.com.br.<br />
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Nossa<br />
história<br />
Se hoje nos é dado o direito de escolher o<br />
presidente da nação, não podemos esquecer<br />
que tal “privilégio” só se tornou possível<br />
devido um passado recente de nossa<br />
história.<br />
Em 1983 (apenas 35 anos atrás), iniciou-se o Movimento das Diretas Já, a<br />
partir da apresentação da Emenda Dante de Oliveira – a qual previa o<br />
restabelecimento das eleições diretas para presidente da República depois<br />
de duas décadas –, o clamor ganhou as ruas das principais cidades<br />
brasileiras no início de 1984. Em janeiro, um comício pelas Diretas Já atraiu<br />
um público de cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé.<br />
O anseio por democracia somava-se ao descontentamento pela situação<br />
econômica do País, e as manifestações se espalharam por todo o Brasil nos<br />
meses seguintes, reunindo 250 mil pessoas em<br />
Curitiba, (número igual em Belo Horizonte), um<br />
milhão no Rio e 1,7 milhão em São Paulo.<br />
Além de juntar nos palanques os principais<br />
personagens da oposição ao regime militar como<br />
Ulysses Guimarães – apelidado de “Sr. Diretas”,<br />
Deputado Dante de Oliveira - arquivo Sefot morto em um acidente aéreo de helicóptero no litoral<br />
de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro em<br />
outubro de 1992 (seu corpo nunca foi encontrado) –, Leonel Brizola –<br />
falecido, em 2004, vítima de um infarto agudo do miocárdio –, Miguel Arraes<br />
– morto em junho de 2005 de infecção respiratória, agravada por<br />
insuciência renal –, Tancredo Neves – morto em abril de 1985, de infecção<br />
generalizada (fato que ainda levanta<br />
teorias de conspiração por alguns),<br />
Franco Montoro – falecido em julho<br />
de 1999 de ataque cardíaco –, Mário<br />
Covas – morto em março de 2<strong>01</strong>1 de<br />
câncer na bexiga –,Fernan do<br />
Henrique Cardoso – atualmente<br />
preside a fundação que leva seu<br />
nome e é presidente do honra do<br />
PSDB –, Luiz Inácio Lula da Silva –<br />
atualmente detido na carceragem da<br />
Polícia Federal – e muitos outros; os<br />
Ouça reportagem especial realizada<br />
pela Câmara dos Deputados<br />
Manifestação pelas Diretas Já em Belo Horizonte - Auremar de Castro/CPDoc JB<br />
atos contavam também com a participação de personalidades do mundo<br />
artístico e cultural.<br />
Mas a despeito do clamor popular, manifestado nas ruas de forma<br />
contundente, a Emenda Dante de Oliveira acabou sendo derrotada em 25 de<br />
abril de 1984, com o Congresso cercado pelo Exército e as manifestações<br />
proibidas num raio de dois quilômetros, a votação resultou em 298 votos a<br />
favor, 65 contra e três abstenções, número insuciente, pois era<br />
necessário atingir dois terços dos votos por se tratar de Emenda<br />
Constitucional. Para não terem de assumir sua posições contrárias às<br />
eleições, 113 parlamentares governistas não apareceram para votar.
Ainda não seria desta vez que<br />
os brasileiros poderiam<br />
escolher seu presidente.<br />
Mesmo permanecendo de<br />
forma indireta, as eleições de<br />
Votação pelas Diretas Já<br />
1895, realizada pelo colégio<br />
eleitoral consagrou o candidato da oposição, o civil Tancredo Neves. O<br />
candidato apoiado pelos militares, Paulo Maluf, foi derrotado. Tancredo não<br />
assumiu a presidência, pois adoeceu e morreu sem tomar posse. Seu vice,<br />
José Sarney, assumiu no lugar. No ano de 1989, cinco anos após a rejeição da<br />
Emenda e um ano após promulgação da Constituinte, Fernando Collor de<br />
Mello foi eleito presidente do Brasil, o primeiro por voto popular depois do<br />
regime militar.<br />
Saiba mais<br />
E a coisa ficou assim...<br />
Nada fácil para os presidentes eleitos após<br />
o período da ditadura militar, dos quatro<br />
que assumiram a principal função do Poder<br />
Executivo do país, somente dois concluíram<br />
seus mandatos. (veja quadro abaixo)<br />
Comício pelas Diretas Já realizado no Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1984 - CPDoc JB<br />
Presidente Partido Período como foi quem assumiu<br />
Fernando Collor de Melo PTB 1990 a 1992 renunciou após<br />
vice Itamar Franco (PMDB)<br />
impeachment<br />
Fernando Henrique PSDB 1995 a 1998 cumpriu os dois mandatos<br />
Cardoso<br />
1999 a 2002<br />
Luiz Inácio Lula da Silva PT 2003 a 2006 cumpriu os dois mandatos<br />
2007 a 2<strong>01</strong>0<br />
Dilma Roussef PT 2<strong>01</strong>1 a 2<strong>01</strong>4<br />
2<strong>01</strong>5 a 2<strong>01</strong>6<br />
cumpriu primeiro mandato e<br />
foi afastada por<br />
impeachment após reeleição<br />
vice Michel Temer (MDB,<br />
antigo PMDB)<br />
Antes do voto eletrônico, os brasileiros<br />
podiam demonstrar sua insatisfação com a política<br />
tradicional de forma bem mais criativa. Nas<br />
eleições municipais de 1959, em São Paulo, o<br />
candidato a vereador mais votado respondia pela<br />
alcunha de Cacareco. Não era um personagem<br />
folclórico ou uma celebridade comum: Cacareco<br />
era um rinoceronte que acabou recebendo cerca<br />
de 100 mil votos naquele pleito.<br />
O Macaco Tião foi outra celebridade no Brasil, quando em 1988, foi lançada sua candidatura à<br />
Prefeitura do Rio de Janeiro pela revista humorística Casseta Popular, com apoio do deputado<br />
Fernando Gabeira (PV), como forma de voto de protesto. O resultado foram 400 mil votos, o que<br />
colocaria Tião como o 3º mais bem-colocado nos resultados, caso sua candidatura fosse<br />
validada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Tal fato<br />
colocou-o no Guinness World Records como o<br />
chimpanzé a receber mais votos no mundo.<br />
A urna eletrônica, ícone dos tempos modernos,<br />
assegurou, entre outras coisas, a rapidez na<br />
contagem de votos, mas tornou o voto de protesto<br />
menos divertido.<br />
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