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Link Zine - Edição 01

Edição 01 - nº 00 - Ano I / 2018 - bimestre novembro/dezembro

Edição 01 - nº 00 - Ano I / 2018 - bimestre novembro/dezembro

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<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> - Ano I - Número 00 - Novembro/Dezembro 2<strong>01</strong>8<br />

U m a N o v a A l t e r n a t i v a<br />

FEMINICÍDIO<br />

Não podemos nos omitir<br />

Distribuição Gratuita<br />

e mais<br />

Adelina<br />

Willdy<br />

HQA primeira<br />

Hemetrio<br />

Vanessa<br />

Cândido<br />

P at a r o<br />

exposição<br />

mundial<br />

aconteceu no Brasil<br />

Lembra do KICHUTE?


Uma Nova Alternativa<br />

<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> Ano 1 nº00<br />

Uma Nova Alternativa<br />

Criado em 2<strong>01</strong>8<br />

Editor: Cláudio Marcoh<br />

Editorial<br />

<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong> Recomenda<br />

ADMINISTRADORES DE REDES SOCIAS<br />

Cláudio Marcoh<br />

Lillian Braga<br />

Poetise - Willdy Hemétrio<br />

Crônica - Vanessa Cândido Pataro<br />

Quadrinhos<br />

- A primeira exposição Internacional de Quadrinhos<br />

aconteceu no Brasil<br />

- Maternidade de Heróis por Lucas Eduardo Nascimento<br />

- HQ não é coisa “só de menino”<br />

imagem web<br />

COLABORADORES DESTA EDIÇÃO<br />

Lucas Nascimento - @dragonartez<br />

Vanessa Cândido Pataro<br />

Willdy Hemetrio<br />

PROJETO GRÁFICO<br />

<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong><br />

www.linkzine.com.br<br />

FONTES CITADAS (ar gos)<br />

Revista “Discu ndo Literatura”<br />

[especial] Quadrinhos, Editora Escala Educacional.<br />

Revista Fórum<br />

Quem foi<br />

Adelina Gomes<br />

BH<br />

Capa<br />

Feminicídio - um assunto sério que deve<br />

ser abordado<br />

Os serviços oferecidos em Belo Horizonte na área<br />

de saúde mental<br />

Anos 80<br />

Lembra do Kichute?<br />

Nossa história<br />

Diretas Já<br />

IMAGENS CREDITADAS<br />

Adelina Gomes<br />

Ana Carolina Cunha<br />

Arquivo Guia EBAL<br />

Arquivo Sefot<br />

Auremar de Castro/CPDoc JB<br />

CPDoc JB<br />

Helen Nakao<br />

Henfil<br />

Joana Pereira de Miranda<br />

Júlia Helena Simões Moreira<br />

Lucas Nascimento<br />

Luta An manicomial - BH<br />

Raphaela B. Felix<br />

Rebeca Prado<br />

Sheila Cruz Bastos<br />

<strong>Link</strong> zine é uma publicação alterna va, independente, sem fins lucra vos,<br />

que divulga toda e qualquer manifestação ar s ca e cultural de Belo<br />

Horizonte, que possa fortalecer e empoderar comunidades em sua<br />

cidadania e pessoas ou grupos em seu reconhecimento.<br />

Para anunciar:<br />

linkzine@linkzine.com.br<br />

(31)99480-<strong>01</strong>40<br />

Contatos<br />

www.linkzine.com.br<br />

@linkzinerevista<br />

Rua Júlio Corrêa Pinto, 329 – Bairro das Indústrias I<br />

CEP 30.610-290 - Belo Horizonte – Minas Gerais<br />

Ao se deparar com<br />

ou ícones semelhantes, clique e interaja com<br />

informações complementares.<br />

<strong>Link</strong> <strong>Zine</strong><br />

<strong>Edição</strong> <strong>01</strong> - nº 00 - 2<strong>01</strong>8 - Ano I<br />

Bimestre: novembro/dezembro<br />

Impressa pela Eskenazi Indústria Gráfica - São Paulo/SP


Nasceu!<br />

Depois de muito planejamento, obstáculos, imprevistos (e inúmeras<br />

pausas), aqui está nosso primeiro impresso.<br />

Como algo novo, sabemos que ainda temos muito que aprender, mas<br />

acreditamos que este aprendizado será profícuo pois queremos contar<br />

com a pessoa mais importante para nós e nosso grande motivador deste<br />

empreendimento: VOCÊ!<br />

Uma nova alternativa<br />

Muitos poderão dizer que o <strong>Link</strong> <strong>Zine</strong> é uma espécie de “novo/mais-domesmo”,<br />

outros que “nada-de-novo/repaginado”, terá aqueles que<br />

acharão uma “inutilidade-útil”, bem como para outros será uma<br />

“utilidade-inútil”... Que venham os rótulos, as classificações e todas as<br />

alcunhas, afinal atingir a perfeição não é nossa intenção. Nos outorgamos<br />

de uma certa dose de liberdade e de maneira análoga abrimos as “asas de<br />

nossas mentes”<br />

O certo é que queremos sim, fazer a diferença, (se possível bem-sucedida)<br />

mesmo em um mundo cada vez mais conectado. Acreditamos que tem<br />

muita coisa BBB verdadeira - boa, bonita e bacana - acontecendo abaixo<br />

do radar das mídias oficiais, e das redes sociais, (que acreditamos ser<br />

canais de disseminação extra-oficial), mas que têm se tornado terra de<br />

ninguém.<br />

Nosso objetivo é privilegiar e divulgar as produções artísticas da nossa<br />

região, ressaltando o rico panorama que compõe nossa formação cultural;<br />

aliar sofisticação e popularidade com informação e criação de uma<br />

identidade que valorize as tradições, sem deixar de curvar-se as inovações.<br />

Sendo assim, com todo carinho, entregamos a você nosso bebê, cuide e nos<br />

ajude a criá-lo, pois pessoas, grupos e comunidades empoderadas de<br />

conhecimento e lazer, são mais críticas e sabedoras dos seus deveres e<br />

direitos de cidadania.<br />

Divirta-se<br />

Claudio Marcoh


A primeira exposição internacional de quadrinhos<br />

brasileiríssima do mundo é<br />

Aconteceu em 1951 e não foi fácil<br />

Na época,<br />

os quadrinhos eram<br />

tachados de subliteratura,<br />

destruidores culturais e havia até mesmo<br />

um dossiê elaborado por pedagogos do Instituto<br />

Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), em 1944,<br />

que garantia: “quadrinhos causam preguiça mental<br />

nas crianças e as deseducam para a leitura de<br />

tgammps<br />

wretidj<br />

fdgtcbeo<br />

kcbdgfirj<br />

fbgtsdds<br />

livros”. E mais, no Congresso Nacional, um<br />

deputado tentava aprovar um projeto para<br />

censurar as HQs no país.<br />

A 1ª Exposição Internacional de<br />

Histórias em Quadrinhos do mundo foi<br />

realizada no Brasil.<br />

Ela aconteceu no dia 18 de junho de<br />

1951, em São Paulo, no bairro judeu do<br />

Bom Retiro, na Rua José Paulino, 64, no<br />

Centro Cultura e Progresso. Ela foi<br />

organizada por um grupo de jovens<br />

desenhistas: Jayme Cortez, Syllas<br />

Roberg, Reinaldo de Oliveira, Miguel<br />

Penteado e por mim, Álvaro de Moya.<br />

Era uma antevisão das teorias futuras<br />

de comunicação de massa. Ali, os<br />

quadrinhos foram relacionados com a<br />

literatura e o cinema e se analisava o<br />

que, mais tarde, seria considerada a<br />

linguagem dos quadrinhos; ressaltava o<br />

Em meio a este preconceito<br />

todos os então jovens: Álvaro de Moya,<br />

Miguel Penteado, Reynaldo de Oliveira, Jayme<br />

Cortez e Syllas Roberg organizaram a Primeira<br />

Exposição Didática Internacional de Histórias em<br />

Quadrinhos. E o próprio Moya conta em seu livro<br />

Anos 50 – 50 Anos, como aconteceu.<br />

sfsvddofmfm<br />

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texto e a imagem e sua inter-relação;<br />

r e p e t i a o t e r m o e x p r e s s ã o e<br />

e x p r e s s i o n i s m o . E s s e e v e n t o é<br />

considerado pelos europeus e norteamericanos<br />

como o pioneiro no gênero.<br />

Realizou-se onze anos antes dos<br />

europeus “descobrirem” os comics.<br />

Somente em 1965, a Itália, em<br />

Bordighera fez sua primeira expo. Em<br />

1950, nos Estados Unidos, em pleno<br />

período da Guerra Fria havia a<br />

p e r s e g u i ç ã o a o s c o m u n i s t a s ,<br />

esquerdistas e simpatizantes – uma caça<br />

às bruxas -, e as histórias em quadrinhos<br />

também foram estigmatizadas.<br />

Os padres, os pais, os professores,<br />

todos eram contra os quadrinhos.<br />

Achavam que era coisa que criança não<br />

devia ler. Os professores pegavam as revistinhas que as crianças levavam na escola e no recreio<br />

as queimavam – um típico Fahrenheit 451 dos gibis. Havia uma perseguição à HQ aqui no Brasil e<br />

também aos autores infantis. Havia críticas contra Monteiro Lobato, dizendo que ele jamais<br />

tinha citado Deus em suas histórias e que era comunista, pois defendia nosso petróleo.<br />

Foi quando formamos uma turma. Concordávamos que a HQ tinha muito a ver com literatura.<br />

Então, eu tive uma idéia – talvez por ser o mais moleque – “Escuta, e se nós escrevêssemos para o<br />

Alex Raymond, Hal Foster, Milton Caniff, Al Capp, Will Eisner, para eles mandarem uns<br />

originais? Aí, a gente vai ver como é que eles fazem, qual é o papel que usam, se é pena ou pincel, a<br />

tinta e tudo mais.”<br />

Na carta, para justificar esse nosso interesse por eles, aleguei que queríamos os originais para<br />

montar uma exposição no Brasil. Um deles respondeu primeiro, Hal Foster, depois vieram<br />

cartas de Milton Caniff, Will Eisner e do Alex Raymond. Todos diziam que levavam muito a<br />

sério os comics. Um deles dizia que era a primeira vez que alguém pedia seus originais para uma<br />

exposição. Daí, pensamos: “Puxa vida, nunca ninguém fez uma exposição de histórias em<br />

quadrinhos no mundo, nós somos os primeiros!” De repente, chega pelo correio aquele material<br />

maravilhoso: páginas originais do Flash Gordon de um metro de altura, do Príncipe Valente,<br />

Krazy Kat, Steve Canyon, Rip Kirby, arte-final lindíssima, papel Shoeller, traços a pincel,<br />

retoques a guache e a gilete. Papel “crafting” nos desenhos de Roy Crane. Encantados, fomos<br />

abaixo capas de publicações (déc. 50) da extinta Editora Ebal, dedicada a Hqs - arq. Guia EBAL


mostrar para o professor Pietro Maria Bardi.<br />

Queríamos fazer a exposição no MASP mas o secretário dele olhou os originais e disse:<br />

“História em quadrinhos? Não, não interessa isso!” Um amigo nosso, Maurício Kus,<br />

juntamente com nossa amiga Liba Fridman nos conseguiu o Centro de Cultura e Progresso, no<br />

bairro do Bom Retiro. Passamos dias montando os painéis. Brigávamos muito. Uns queriam os<br />

textos intelectuais, outros didáticos e menos provocativos. No dia 18 de junho de 1951,<br />

inauguramos a exposição. (*)<br />

(*) Originalmente publicada na revista “Discutindo<br />

Literatura” [especial] Quadrinhos, Editora Escala<br />

Educacional.<br />

Conheça o Catálogo de Heróis Brasileiros<br />

elaborado por Lancelott Martins.<br />

Último romance escrito<br />

por Lima Barreto, (publicado<br />

postumamente), Clara dos<br />

Anjos é também o livro que<br />

condensa grande parte das<br />

preocupações que rondaram a<br />

obra do autor. Lá estão o<br />

subúrbio carioca, as questões<br />

raciais, as diferenças de classe<br />

e a modernização do Rio de<br />

Álvaro de Moya, além de ilustrador, foi um Janeiro no início do século XX.<br />

jornalista, escritor, produtor, e diretor de cinema A personagem central, Clara<br />

e televisão. É considerado por alguns como o dos Anjos é uma mulata pobre<br />

maior especialista em histórias em quadrinhos<br />

do Brasil. Morreu em 14 de agosto de 2<strong>01</strong>7 aos do subúrbio, filha do carteiro João dos Anjos e de Engrácia,<br />

87 anos.<br />

uma mulher “sedentária e caseira”. Por meio de amigos do pai,<br />

Clara conhece Cassi Jones, malandro de família mais<br />

abastada e notório galanteador. A despeito dos alertas de seu<br />

padrinho - que será brutalmente assassinado -, Clara inicia<br />

uma relação com Cassi.<br />

A partir desse encontro fadado à tragédia, Lima coloca o leitor<br />

dentro de um jogo de tensões de classe, sedução e preconceito. Ao mesmo tempo, traça um rico e<br />

minucioso panorama do cotidiano nos subúrbios do Rio, com suas tristezas e mazelas, mas também<br />

como local onde a vida da cidade acontece.<br />

Nesta adaptação para os quadrinhos, os subúrbios saltam literalmente à vida, no magistral traço de Lélis.<br />

Apoiado em fotografias e gravuras, o artista recriou de maneira fiel o ambiente de Clara dos Anjos, além<br />

de emprestar agilidade e drama à história. E Wander Antunes, que adaptou o texto, soube captar e<br />

condensar a intensidade da trama, sem perder o que ela tem de mais forte.<br />

Capa: Helen Nakao - Lançamento: 2<strong>01</strong>1 - Selo: Quadrinhos na Cia


Flagrantes de uma<br />

Maternidade<br />

de<br />

conheça mais deste artista em dragonarte.com.br


Sheila Cruz Bastos (omamori studio) - Juiz de Fora/MG<br />

As mulheres e os quadrinhos<br />

Apesar do número cada vez mai r de mulheres<br />

ua ini tas no Brasil e no mundo, s grandes<br />

prêmi s e as edit ras de renome ainda são<br />

dominad s p r homens – e pela alsa ideia de ue<br />

é “coisa de menino”<br />

Marjane Satrapi, Alison Bechdel, Belle Yang, Maitena,<br />

Julie Maroh, Gabriela “Lovelove6” Masson, Adriana Melo,<br />

Julia Bax, Sirlanney Nogueira, Lu Cafaggi, Gabrielle Bell,<br />

Aline Crumb. Estes são apenas alguns dos nomes das<br />

artistas de quadrinhos mais famosas do Brasil e do<br />

mundo – mulheres que não desistiram de fazer HQs só<br />

porque elas são consideradas “coisa de menino”. “Meu<br />

livro de histórias em quadrinhos foi impresso graças ao apoio do<br />

público, em financiamento coletivo. E 90% desse público é composto por<br />

mulheres”, coloca<br />

Sirlanney Nogueira,<br />

quadrinista e criadora da<br />

HQ Magra de Ruim – cuja<br />

página no Facebook beira<br />

os 250 mil seguidores.<br />

De fato a pequena<br />

participação das<br />

mulheres no universo<br />

“mainstream” dos<br />

quadrinhos não é<br />

questão de poucas<br />

interessadas. Este<br />

mundo é vetado às<br />

quadrinistas e às leitoras<br />

por um machismo que domina todas as suas esferas: as editoras, os fãs, as convenções,<br />

os prêmios e até os comerciantes. Ana Costa, sócia da Gibiteria – uma popular loja de<br />

quadrinhos em São Paulo -, conta que é comum que os clientes homens duvidem do<br />

conhecimento dela sobre quadrinhos. “Eles<br />

Joana Pereira de Miranda (joana miranda) - Belo Horizonte/MG me testam, perguntam detalhes do mundo<br />

nerd, e em geral não querem ser atendidos<br />

por mim. Muitos confundem outros clientes<br />

com vendedores, porque é mais fácil<br />

acreditar que qualquer cara seja o<br />

vendedor, e não eu, a única menina.”<br />

Até as informações sobre as artistas são<br />

de difícil acesso. No processo de escrita de<br />

“Mulheres nas Histórias em Quadrinhos”,<br />

Karina Goto lembra que este foi o maior dos<br />

desafios. “Nos bancos de dados sobre<br />

quadrinhos, os verbetes de mulheres


contêm informações mínimas e as exposições<br />

não prestigiam as autoras e seus trabalhos.” Ela<br />

conta também que, nos principais prêmios<br />

nacionais e internacionais, responsáveis pelo<br />

lançamento de vários novos autores, as<br />

mulheres são excluídas ou muito pouco<br />

respeitadas.<br />

Uma das formas de quebrar a argumentação<br />

sexista que impera nos quadrinhos (e no mundo)<br />

é citar as mulheres que, nas palavras de Ana, são<br />

“constantemente apagadas da história só pelo<br />

fato de serem mulheres”.<br />

Caitlin McGurk é a curadora da Biblioteca Billy<br />

Ireland, lar da maior coleção de quadrinhos do<br />

mundo. Em entrevista ao jornal The Guardian, ela<br />

sublinha que, por mais de 100 anos, as mulheres<br />

Ana Carolina Cunha (carol cunha) - Belo Horizonte/MG<br />

têm atuado nos quadrinhos. Um dos problemas,<br />

segundo ela, é que durante a primeira metade do<br />

século XX, essas autoras usavam pseudônimos<br />

masculinos ou andróginos para aumentar a<br />

popularidade de suas obras. A quadrinista June<br />

Mills, por exemplo, criadora da Miss Fury (a<br />

primeira heroína dos quadrinhos nos EUA, muito<br />

anterior à Mulher Maravilha), assinava com uma<br />

versão de seu nome do meio, Tarpé, em 1941.<br />

No Brasil, não era diferente. As quadrinistas da<br />

virada do século XIX para o XX são pouco<br />

lembradas simplesmente porque nenhum espaço<br />

era aberto para elas. Em seu estudo, Karina cita<br />

Nair de Teffé, a primeira cartunista brasileira,<br />

considerada por alguns historiadores como uma<br />

das primeiras caricaturistas do mundo. Assim<br />

Raphaela B. Felix (carmina usher) - Juiz de Fora/MG


como Tarpé, Nair usava um pseudônimo um tanto ambíguo: Rian.<br />

O dom de Nair era tido como uma excentricidade, e a artista teve<br />

sérios atritos com o pai, o barão de Teffé, que não aprovava as<br />

caricaturas. Hoje, apesar de importantes para a história dos<br />

quadrinhos, tanto Rian quanto Tarpé são nomes desconhecidos<br />

para grande parte das pessoas – enquanto Will Eisner, Joe<br />

Shuster e Stan Lee são parte da cultura popular.<br />

Gravuras (ao fundo) de Rebeca Prado - Belo Horizonte/MG<br />

Karina acrescenta, ainda, que as iniciativas femininas vão além<br />

das publicações e dos websites. Em contraponto aos prêmios<br />

tradicionais, geralmente dominados por homens, grupos de<br />

mulheres se uniram e criaram premiações voltadas para as<br />

autoras, como o francês Artémisia, e festivais, como o espanhol<br />

Festival de Cómic de Mujeres de Granada. “Vale apontar a<br />

resposta das mulheres em relação ao machismo no meio, pois<br />

isso mostra que elas estão se organizando”, comenta a<br />

jornalista.<br />

Os leitores também podem ajudar as quadrinistas a quebrar a<br />

lógica patriarcal do mercado. Comprar HQs feitas por mulheres,<br />

ler e criticar de forma construtiva esses quadrinhos, abrir<br />

espaço para a exposição e a venda das publicações femininas e<br />

compartilhar esses materiais online são algumas das formas de<br />

participar dessa luta. “Não adianta falar e não fazer, como<br />

aconteceu com o HQMix. Esse preconceito tem que acabar, e só<br />

vai acabar na prática”, salienta Ana.<br />

Para Sirlanney, a atual efervescência de mulheres na cena dos<br />

quadrinhos só se tornou realidade depois de muita luta feminista.<br />

A artista, entretanto, lembra que essa batalha específica ainda<br />

está no começo, e que muito esforço e união por parte das<br />

“minas” ainda são necessários. Se tomarmos a fala de Bondoux<br />

como uma amostra do senso comum, de fato, Sirlanney tem<br />

razão – ainda falta um longo caminho para a igualdade de gênero<br />

no mundo das HQs. “Temos que dar, todas juntas, um chute na<br />

porta, porque sozinha ela não vai abrir”, conclui a quadrinista.<br />

Compilado do texto de Helô D'Angelo,<br />

originalmente publicado na Revista Fórum<br />

Rebeca Prado - BH/MG<br />

Ana C. Cunha<br />

(carol cunha) - BH/MG<br />

Júlia Helena Simões Moreira (Julhelena) - Belo Horizonte/MG<br />

J. P. de Miranda<br />

(joana miranda) - BH/MG


Viaje mais<br />

peloBrasil<br />

mundo<br />

ou pelo<br />

Colecionando histórias com você<br />

Pacotes Nacionais e Internacionais<br />

Aéreos, rodoviários e marítimos<br />

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r. Maria de Lourdes Manso, 250 - Bairro das Indústrias/BH<br />

www.ypeturismo.com.br


S<br />

O<br />

B<br />

R<br />

E<br />

Willdy Hemetrio Nepomuceno tem 53 anos, Relações Públicas e<br />

empresário no ramo de laboratórios veterinários, é autor do livro<br />

Apenas um Ano e da peça teatral Meu gênio e seus três desejos.


Feminicídio é uma palavra nova para uma prá ca an ga,<br />

uma vez que as mulheres morrem de formas trágicas todos<br />

os dias no Brasil: são espancadas, estranguladas, e/ou agredidas<br />

brutalmente até o momento em que perdem a vida. A palavra feminicídio<br />

passou a ser usada para designar um crime no Brasil a par r de 2<strong>01</strong>5, pois<br />

existe nela uma par cularidade, ela define o homicídio de mulheres como<br />

crime hediondo quando envolve menosprezo ou discriminação à condição<br />

de mulher e violência domés ca e familiar. A lei define o feminicídio como<br />

“o assassinato de uma mulher come do por razões da condição de sexo<br />

feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de<br />

12 a 30 anos.<br />

Ano passado, o Brasil registrou mais de 63.800 mortes<br />

violentas, o que representa o maior número de homicídios<br />

na história do país, um aumento de 2,9%, se comparados com os dados de<br />

2<strong>01</strong>6. Minas Gerais, pelo segundo ano consecu vo, é o estado com maior<br />

número de ví mas por feminicídio, dos 1.133 casos registrados no país,<br />

nosso estado concentrou 145 deles. O número apresentou um aumento<br />

de 11 casos, se comparado aos 134 acontecidos 2<strong>01</strong>6, dados do 12º<br />

Anuário de Segurança Pública.<br />

O<br />

principal mo vo para o uso da palavra feminicídio é de<br />

que o crime é diferente por si só, por ser um crime de<br />

discriminação, come do contra uma mulher pelo fato de ela ser mulher.<br />

Essa discriminação provém do machismo e do patriarcado, que são<br />

maneiras culturais de nossa sociedade colocar a mulher num lugar de<br />

Assista depoimento em post do canal Feminicídio no Brasil<br />

“Legí ma defesa da honra” = ilegí ma impunidade de assassinos<br />

A figura da “legí ma defesa da honra” nunca exis u no marco legal<br />

brasileiro, pelo contrário, fere tanto leis nacionais como tratados e<br />

normas internacionais dos quais o Brasil é signatário.<br />

Apesar de não ter amparo legal, o Brasil é apontado como um dos países da região<br />

la no-americana com o mais tradicional, largo e profundo histórico de decisões<br />

jurisprudenciais que acolheram – e muitas vezes ainda acolhem – a tese da “legí ma defesa<br />

da honra” para crimes de homicídio e agressões contra mulheres, sobretudo aqueles<br />

pra cados por parceiros atuais ou ex.<br />

Assim, a figura da “legí ma defesa da honra” é uma tese jurídica fincada sob bases culturais<br />

discriminatórias e que visa tornar impunes maridos, irmãos, pais ou ex-companheiros e<br />

namorados que matam ou agridem suas esposas, irmãs, filhas, ex-mulheres e namoradas sob<br />

a 'jus fica va' da defesa da honra da família ou da honra conjugal.<br />

cesse o link de nossa fan-page (@linkzinerevista) e saiba mais!<br />

A Lei Maria da Penha recebeu<br />

esse nome em homenagem à<br />

biofarmacêutica cearense Maria<br />

da Penha Maia Fernandes, que,<br />

após ter sofrido duas tentativas<br />

de homicídio por seu marido,<br />

lutou para a criação de uma<br />

lei que contribuísse para a<br />

diminuição da violência doméstica<br />

e familiar contra a mulher.<br />

No ano de 20<strong>01</strong>, a Comissão<br />

Interamericana de Direitos<br />

Humanos, em seu Relatório<br />

54/<strong>01</strong>, responsabilizou o<br />

Estado brasileiro por negligência,<br />

omissão e tolerância em relação<br />

à violência doméstica contra<br />

mulheres. O órgão recomendou<br />

que fosse criada uma legislação<br />

adequada a esse tipo de<br />

violência.<br />

A violência doméstica pode ser:<br />

Física: qualquer conduta que<br />

ofenda a integridade ou a<br />

saúde corporal da mulher.<br />

Psicológica: qualquer conduta<br />

que cause à mulher dano<br />

emocional e diminuição da<br />

autoestima.<br />

Sexual: qualquer conduta que<br />

constranja a mulher a<br />

presenciar, a manter ou a<br />

participar de relação sexual não<br />

desejada.<br />

Patrimonial: qualquer conduta<br />

que configure retenção,<br />

subtração, destruição parcial ou<br />

total de objetos, instrumentos<br />

de trabalho, documentos<br />

pessoais, bens, ou recursos<br />

econômicos da mulher<br />

Moral: qualquer conduta que<br />

configure calúnia, difamação ou<br />

injúria.


No Brasil<br />

221.238<br />

registros de<br />

violência doméstica<br />

em 2<strong>01</strong>7<br />

(Lesão corporal dolosa)<br />

606 casos<br />

por dia<br />

LEI MARIA da PENHA<br />

60.<strong>01</strong>8<br />

Estupros em 2<strong>01</strong>7<br />

crescimento de 8,4%<br />

em relação a 2<strong>01</strong>6<br />

4.539<br />

mulheres vitimas de<br />

HOMICÍDIO em 2<strong>01</strong>7<br />

crescimento de 6,1%<br />

em relação a 2<strong>01</strong>6<br />

1.133<br />

FEMINICÍDIOS<br />

em 2<strong>01</strong>7<br />

em Minas Gerais<br />

145<br />

casos<br />

fonte:<br />

12º Anuário Brasileiro de Segurança Pública<br />

Os feminicídios acontecem tanto<br />

no âmbito privado como no<br />

público, em circunstâncias e<br />

contextos diversos, em que as discriminações e<br />

menosprezos com a condição feminina<br />

assumem variadas formas, mais ou menos<br />

evidentes. Elas são assassinadas por<br />

parceiros ou ex, por familiares, por<br />

desconhecidos, estupradas, esganadas,<br />

espancadas, mu ladas, negligenciadas,<br />

v i o l a d a s , e m s u a condição, p o r<br />

ins tuições públicas.<br />

Invisibilizadas, várias<br />

m u l h e r e s m o r r e m<br />

barbaramente todos os dias no<br />

Brasil e as mortes anunciadas<br />

seguem acontecendo, e<br />

essas são “mortes evitáveis<br />

porque há uma série de<br />

v i o l ê n c i a s q u e s ã o<br />

c o n s t u i n t e s e<br />

antecedentes a ela. O<br />

feminicídio é a ponta do<br />

iceberg, é a consequência.<br />

Então, temos que ter um olhar muito<br />

mais cuidadoso para o que veio antes”, diz<br />

Carmen Hein de Campos, advogada<br />

doutora em Ciências Criminais e<br />

consultora da CPMI-VCM.<br />

Di v e r s a s l e i s e d i s p o s i v o s<br />

cons tucionais nacionais, e tratados<br />

internacionais dos quais o Brasil é signatário,<br />

apontam os deveres do Estado em punir, coibir e<br />

prevenir as violências que levam ao assassinato de<br />

mulheres e, assim, os feminicídios, neste sen do,<br />

especialistas apontam que é preciso fortalecer ações<br />

integradas para que o poder público se faça presente<br />

e atuante, e apontam algumas medidas no<br />

enfrentamento à violência como sendo fundamentais<br />

para evitar que os casos se perpetuem até o<br />

feminicídio. (Veja quadro no alto da página seguinte).<br />

De acordo com a ex-secretária nacional<br />

adjunta de enfrentamento à violência<br />

contra as mulheres, a advogada Aline Yamamoto, o<br />

principal avanço que o Brasil alcançou com a sanção<br />

d a L e i M a r i a d a P e n h a f o i r e s p a l d a r a<br />

ins tucionalidade necessária para que as polí cas<br />

para as mulheres se estruturassem.<br />

Telefones úteis<br />

Serviço de recebimento de<br />

denúncias de violência contra a<br />

mulher – 100 - opção 6<br />

(o denunciante não precisa se<br />

iden ficar)<br />

SAMU - 192<br />

Depam - Deleg. de Plantão de<br />

Atendimento à Mulher<br />

(31) 3295-6913<br />

NUDEM - Defensoria Pública de<br />

Defesa da Mulher<br />

(31) 3270-3202<br />

18ª Promotoria especializada<br />

no combate à violência<br />

domés ca e familiar contra a<br />

mulher<br />

(31) 3337-6996


Segundo especialistas, algumas ações realizadas em rede, podem auxiliar na<br />

diminuição dos atos de feminicídio que acontecem no país, entre elas, destacam-se:<br />

1) Criação de serviços em todo o território nacional, com inves mento<br />

financeiro adequado;<br />

2) Serviços integrados com acolhimento de qualidade e perspec va de<br />

gênero;<br />

3) Produção de dados e indicadores para elaboração, implementação e<br />

monitoramento das polí cas públicas;<br />

4) Promoção de ações de prevenção à violência e desconstrução das<br />

desigualdades de gênero, envolvendo educação e mídia.<br />

Benvinda - Centro de Apoio à<br />

Mulher<br />

(31) 3277-4379 / 4380<br />

Casa Colmeia - Apoio à Mulher<br />

Grávida<br />

(31) 3372-3693<br />

Centro Risoleta Neves de<br />

Atendimento à Mulher de BH<br />

(31) 3270-3235<br />

Conselho Mun. de BH dos<br />

Direitos da Mulher e Coord.<br />

Mun. dos Direitos da Mulher<br />

(31) 3277-9756 / 3277-4346<br />

Consórcio Mulheres das Gerais<br />

(31) 3484-2387<br />

Pastoral da Mulher<br />

(31) 3272-7349<br />

Apesar de insuficientes em relação às necessidades<br />

da população, os serviços criados apontaram<br />

caminhos para efe vamente coibir a violência e prevenir o<br />

feminicídio. A par r da criação dos serviços especializados,<br />

muitos profissionais que atuam no enfrentamento da<br />

violência contra as mulheres têm se engajados em dar<br />

respostas para os desafios que encontram no dia a dia,<br />

organizando a produção de indicadores, as parcerias com<br />

serviços de empoderamento da mulher e com a sociedade civil e,<br />

também, realizando trabalhos de responsabilização de homens<br />

agressores. Vale destacar que os avanços não são lineares, já que,<br />

como são recentes e contam com um amparo ins tucional limitado e com<br />

pouca prioridade orçamentária, as ações e serviços ficam vulneráveis às<br />

alternâncias polí<br />

A<br />

cas em todas as esferas.<br />

expecta va de muitos brasileiros e brasileiras é<br />

que as denúncias passem a receber um<br />

tratamento diferenciado do tradicional, que o pedido de ajuda<br />

da mulher ameaçada e/ou agredida não seja negligenciado ou<br />

ignorado pela autoridade policial. A prisão e punição penal do<br />

autor não devolve a vida, somente deixa um rastro de revolta e<br />

reforça a descrença na capacidade de resposta do poder público,<br />

tal descrédito precisa acabar e isso só ocorrerá com um Estado<br />

eficiente na contenção da violência não só contra as mulheres, mas<br />

contra todos os cidadãos que, há muito, clamam por um país pacificado.<br />

O Estado pode ser responsabilizado por vidas interrompidas<br />

Nos casos em que a mulher buscou os meios legais previstos em lei para sua proteção e ainda<br />

assim veio a ser assassinada é possível analisar o cabimento de ação indenizatória contra o Estado e<br />

demonstrar que obje vamente houve falha, por ação ou omissão, em proteger a vida da mulher –<br />

como em casos que há a demora injus ficada na concessão de medidas de proteção, falhas na<br />

in mação do agressor sobre a medida, inexistência de formas de fiscalizar o cumprimento da ordem<br />

de proteção, quando a mulher não é devidamente no ficada que o agressor saiu da prisão, entre<br />

outros casos.<br />

Além de casos individuais, tanto o Ministério Público como a Defensoria Pública podem<br />

mover ações cole vas em face do poder público, judiciais ou extrajudiciais, a par r da reunião das<br />

informações de vários casos semelhantes e que apontam falhas sistêmicas do Estado na garan a dos<br />

direitos das mulheres em situação de violência, obrigando-os a implementar serviços ou melhorar a<br />

qualidade dos já existentes.<br />

saiba mais em Dossiê Feminicídio


ÚMESA<br />

manheceu. Acorda bem, levanta com disposição, pois o céu<br />

está com um azul contagiante, o sol aquecendo o coração<br />

como nunca e a canção dos pássaros soam como uma<br />

orquestra sinfônica matinal. É dia de alegria, de aconchego, de<br />

abraço e beijo. Dia de aquecer o coração e a alma, renovar as<br />

energias, deixar rastros de amor e paixão no ar como se fosse<br />

um perfume que hipnotiza os sentidos.<br />

O<br />

grande encontro novamente! Sorrisos, abraço apertado<br />

que suspende os pés do chão, corações grudados e<br />

devidamente aquecidos e radiantes. Os olhos brilham, o sorriso<br />

grudado na face, congelado, estático. O amor exalando pelos<br />

poros de tamanha satisfação, saudade contida e esquecida. Dois<br />

corpos se libertam e se entregam ao prazer e aconchego do<br />

amor.<br />

Mas espera! O que ousa interromper tamanha constelação de corações apaixonados!?<br />

or apenas segundos... Frio começa na barriga, sobe feito uma bola de gelo, atinge o coração que<br />

Pcomeça a palpitar no ritmo do carnaval, acelera os pensamentos na velocidade da luz. O corpo<br />

responde mais, ligou no 22Ow. Arrepio, olhos vidrados, sorriso invertido, pernas enfraquecidas...<br />

Escureceu, os pássaros emudeceram, o sol esfriou, o azul acinzentado do céu mando o sinal fatídico.<br />

orque tocou, quem é, o que quer, porque, como, será, talvez, certeza, dúvida, ele, ela, eles?... Não tem<br />

Pmais nós dois!<br />

Devem estar se perguntando porque tamanho jogo de palavras, mistura de sensações, mudança de<br />

cenário tão adverso. Pois bem! Pensem no coração dos amantes e apaixonados acometidos por um<br />

furacão chamado ciúme. Sim, o famoso e ilustríssimo ciúme! Esse pequeno no nome, mas gigante na<br />

intensidade de suas emanações, provoca em segundos uma mudança no estado emocional de um sujeito<br />

de proporções às vezes difícil de mensurar e de explicar em palavras para quem assiste do camarote<br />

nada convencional. Ele apenas sente, sente muito, forte e assustador. Pede ajuda, grita por dentro em<br />

busca de socorro. Polícia, médico, bombeiros... qualquer coisa! Como diria Maria Lima: " O meu medo<br />

é uma coisa assim; Que corre por fora entra, vai e volta sem sair".<br />

is que vem a ajuda tão solicitada e providencial. Ele, o magnânimo, único, sublime e<br />

Eincondicional... o amor. "É só o amor, que conhece o que é verdade. O amor é bom, não quer o<br />

mal [...] Ainda que eu falasse a língua dos homens e falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada<br />

seria" (Monte Castelo - Legião Urbana).<br />

Nesse caso em questão o socorro vem da pessoa amada e seu incondicional amor, carinho e afeto.<br />

Sábias palavras, escuta livre de barreiras. Com sabedoria e paciência injeta as palavras certas que<br />

surgiram no segundo errado na vida de sua amada.<br />

stalo! O céu volta a ficar azul, o coração acelera no ritmo das paixões, a mente refresca como se<br />

Etivesse tomando um banho de cachoeira no verão. A paz volta a reinar, mas até quando?<br />

E<br />

sse é apenas um relato rebuscado, romântico e ansioso de uma pessoa acometida de um momento<br />

de ciúme. Posso citar diversos exemplos, que você leitor(a) poderia se reconhecer neles ou identificar<br />

atributos que percebeu na sua pessoa amada, familiar, amigos ou qualquer pessoa de seu convívio, pois<br />

trata-se de um sentimento bastante comum, mas que possui proporções diferenciadas e até mesmo


Assista o curta “Entre Paredes” de Eric Laurence<br />

O ciúme é um tema que gera muita discussão na população em geral. Ele é um<br />

sentimento egoísta onde a pessoa que está acometida desse mal se sente<br />

incapaz de obter a atenção da pessoa amada. O texto acima discorre sobre o<br />

tema na ótica de três tipos de ciúmes: o Normal, o Neurótico e o Delirante<br />

(Paranoico). Onde o normal é aquele que ocorre quando a pessoa amada dá<br />

motivo para o parceiro sentir ciúmes. O neurótico é aquele cujo o sentimento de<br />

angústia é permanente. Nele o ciumento tem consciência de que seu ciúme é<br />

exagerado, mas não consegue se controlar. E o terceiro caso, é visto como o mais<br />

grave e de maior preocupação, pois é aquele onde o indivíduo fantasia uma<br />

possível traição podendo ser agressivo e até mesmo cometer insanidades contra<br />

o parceiro.<br />

Ciúme<br />

O lado amargo do amor<br />

Escrito por Eduardo Ferreira-<br />

Santos, o autor, que é<br />

psiquiatra, mergulha no tema<br />

do ciúme, mostrando as<br />

causas de seu surgimento e<br />

suas consequências para as<br />

relações afetivas - como<br />

dependência, perda de<br />

autoestima e até distúrbios<br />

psicológicos graves. Ele<br />

também aponta saídas para<br />

situações neuróticas, e dá um<br />

choque de realidade no<br />

ciumento compulsivo, tocando<br />

em conflitos de egos,<br />

hipocrisia familiar e desajuste<br />

emocional. Afinal, o ciúme<br />

acaba transformando o amor,<br />

sentimento altruísta por<br />

natureza, no mais exacerbado<br />

egoísmo.<br />

"Infelizmente, as vítimas do<br />

ciúme demoram para percebêlo<br />

e para reagir contra o<br />

ciumento. Isso se dá por várias<br />

razões, e a principal é que elas<br />

são seduzidas pela ideia<br />

romântica de que o ciúme é<br />

uma demonstração de amor.<br />

Podem também colocá-lo em<br />

segundo plano, envolvidas<br />

pelo entusiasmo que<br />

caracteriza os primeiros<br />

tempos de uma relação.<br />

Podem, ainda, existir motivos<br />

indiretos, que são<br />

inconsistentes, na escolha de<br />

um parceiro ciumento. Por<br />

exemplo, há milhares de<br />

mulheres que, para fugir do<br />

assédio excessivo, real ou não,<br />

procuram um homem ciumento<br />

que tome posse delas e as<br />

proteja", escreve o médico no<br />

capítulo "Uma história de<br />

Barbie".


No Reino das Mães<br />

Entre os anos de 1983 e<br />

1985, o cineasta brasileiro<br />

Leon Hirszman, em<br />

parceria com a<br />

psicanalista Nise da<br />

Silveira (1905-1999),<br />

produziu uma trilogia<br />

baseada no livro “Imagens<br />

do Inconsciente”,<br />

composta pelos filmes “Em<br />

Busca do Espaço<br />

Cotidiano”, “No Reino das<br />

Mães” e “A Barca do<br />

Sol”.<br />

“No Reino das Mães”<br />

aborda a história da<br />

paciente Adelina Gomes<br />

(1916-1984),<br />

diagnosticada com<br />

esquizofrenia e internada<br />

em 1937, aos 21 anos, no<br />

Centro Psiquiátrico D.<br />

Pedro II, no Rio de<br />

Janeiro. Após quase dez<br />

anos de internação, sem<br />

nenhuma melhora, passa a<br />

frequentar o Ateliê de<br />

Pintura e Modelagem,<br />

criado por Nise da<br />

Silveira, em 1946, que<br />

seria mais tarde, o Museu<br />

de Imagens do<br />

Inconsciente.<br />

Durante este processo,<br />

Adelina, antes vista como<br />

uma pessoa violenta e<br />

pessimista, tornou-se mais<br />

amável e atenciosa,<br />

centrada em suas<br />

atividades e até a sua<br />

morte, ela produziu 17.500<br />

obras, entre o<br />

abstracionismo e a<br />

figuração, que podem ser<br />

vistas no Museu de<br />

Imagens do Inconsciente,<br />

fundado em 1952, no Rio<br />

de Janeiro, pela<br />

psicanalista.<br />

Adelina<br />

Quem foi<br />

Gomes<br />

Mulher pobre, nascida em 1916 em Campos (RJ), lha de<br />

camponeses, cursou o primário e aprendeu variados<br />

trabalhos manuais numa escola prossional. Obediente aos pais,<br />

era muito apegada a mãe, além de tímida e sem vaidade.<br />

Apaixonou-se por um homem aos 18 anos, mas o mesmo não era<br />

aceito por sua genitora, tornando-se cada vez mais retraída e após<br />

um surto psicótico onde acabou estrangulando a gata de<br />

estimação da família, pela qual tinha um carinho muito grande,<br />

foi internada em 1937 no Centro Psiquiátrico D. Pedro II, no Rio de<br />

Janeiro, aos 21 anos.<br />

Após o episódio do estrangulamento, é diagnosticada com<br />

esquizofrenia, e quase dez anos depois de internação, sem<br />

nenhuma melhora, passa a frequentar o Ateliê de Pintura e<br />

Modelagem, criado pela Drª Nise da Silveira, em 1946, que seria<br />

mais tarde, o Museu de Imagens do Inconsciente. É nesse ambiente<br />

que ela vivência o processo mitológico, da qual emergem do<br />

inconsciente as imagens arquetípicas femininas (mães arcaicas,<br />

a deusa grega Hécate acompanhada da gura do cão, a ninfa<br />

grega Dafne – Mito de Dafne que identica uma relação mãe e lha<br />

muito estreita, de submissão -, deusa grega Deméter e a Virgem<br />

Maria), expressas através de suas esculturas e pinturas criando<br />

uma atmosfera onírica.<br />

In i c i a l m e n t e<br />

dedicava-se ao trabalho em<br />

barro, modelando guras que<br />

i m p r e s s i o n a m p e l a s u a<br />

semelhança com imagens<br />

d a t a d a s d o p e r í o d o<br />

neolítico, das suas pinturas<br />

podem-se acompanhar passo<br />

a p a s s o a s i n c r í v e i s<br />

metamorfoses vegetais que<br />

ela vivenciou (o que originou<br />

o famoso estudo da Drª Nise,<br />

comparando-as com o mito<br />

de Dafne)<br />

Ne s s e p r o c e s s o –<br />

antes vista como uma pessoa<br />

agressiva, negativista e<br />

considerada perigosa –<br />

t o r n o u - s e m a i s d ó c i l ,<br />

c e n t r a d a e m s u a s<br />

atividades, até a sua morte<br />

e m 1 9 8 4 c o m 6 4 a n o s .<br />

Assista ao filme<br />

“Reino das Mães”


Sem título<br />

Sem data<br />

Cópia em gesso de modelagem em barro<br />

20 x 34 x 24 cm<br />

Museu de Imagens do Inconsciente<br />

Sem título<br />

Década de 50<br />

Cópia em gesso de modelagem em barro<br />

20 x 34 x 24 cm<br />

Museu de Imagens do Inconsciente


Sem título<br />

1953<br />

Óleo sobre tela<br />

33 x 41 cm<br />

Museu de Imagens do Inconsciente<br />

Na página XX, ao fundo<br />

Sem título - 1953<br />

Óleo sobre tela - 38 x 46 cm<br />

Museu de Imagens do Inconsciente<br />

Sem título<br />

1954<br />

Óleo sobre tela<br />

38 x 46 cm<br />

Museu de Imagens do Inconsciente


Ouça o samba enredo do<br />

Dia da Luta Antimanicomial - BH (2<strong>01</strong>3)<br />

Você conhece os serviços oferecidos pela PBH na área de saúde mental?<br />

O trabalho de assistência à saúde mental oferecido<br />

pela Prefeitura de Belo Horizonte segue a lógica<br />

antimanicomial, que valoriza o cuidado em<br />

liberdade, busca a conquista da cidadania e a<br />

reinserção social. A perspectiva é a construção de<br />

ações coletivas e intersetoriais. Os recursos<br />

financeiros até então destinados aos hospitais<br />

psiquiátricos estão sendo investidos na rede de<br />

serviços substitutiva dos leitos desativados. Os<br />

serviços são assim distribuídos:<br />

SUP (Serviço de Urgência Psiquiátrica)<br />

Com funcionamento exclusivamente noturno,<br />

oferece cuidado aos casos inscritos em<br />

Hospitalidade Noturna nos CERSAM, CERSAM-<br />

AD e CERSAMI. Também recebe os casos<br />

encaminhados pelo SAMU e diversos serviços de<br />

urgência da cidade.<br />

CERSAM (Centro de Referência em Saúde<br />

Mental)<br />

A rede municipal possui CERSAM(s) em diferentes<br />

regiões, que cobre toda a cidade. O funcionamento é<br />

das 7 às 19 horas, todos os dias da semana,<br />

inclusive feriados. Os usuários podem lá<br />

permanecer pelo tempo necessário, nos CERSAM,<br />

o tratamento busca a estabilização do quadro<br />

clínico, a reconstrução da vida pessoal, o suporte<br />

necessário aos familiares, o convívio e a reinserção<br />

social. Oferece os atendimentos próprios a cada<br />

caso, com a presença constante de equipe<br />

multiprofissional, oficinas e atividades de cultura e<br />

lazer, a cidade conta com 07 CERSAM, 03<br />

CERSAM-AD (Centro de Referência em Saúde Mental<br />

Álcool e Drogas) e 02 CERSAMI (Centro de Referência<br />

em Saúde Mental Infantil).<br />

Na regional Barreiro: Rua Ribeiro da Luz, 29 –<br />

Bairro Barreiro. Fone: 3277-1530/5908<br />

CERSAM-AD<br />

Os usuários de álcool e outras drogas podem contar<br />

com este serviço, que funciona todos os dias da<br />

semana, 24 horas por dia.<br />

Rua Monte Alto, 211 - Bairro Cardoso. Fone: 3277-<br />

3630/3632/3631<br />

CERSAMI<br />

Rua Camarugi, 10 - Bairro Padre Eustáquio. Fone:<br />

3277-9279 (regional Noroeste)<br />

Para ter acesso ao CERSAM, CERSAM AD ou<br />

CERSAMI, basta procurar as unidades. Não é<br />

necessário agendamento, nem marcação prévia ou<br />

encaminhamento.<br />

Centros de Convivência<br />

São 09 Centros de Convivência que oferecem<br />

oficinas de música, teatro, pintura, marcenaria,<br />

costura e várias outras, assim como passeios, idas ao<br />

cinema e festas.<br />

Centro de Convivência Barreiro<br />

Rua Pinheiro Chagas, 252 - Bairro Barreiro. Fone:<br />

3277-5889<br />

Consultórios de Rua<br />

Os consultórios de rua apontam os cuidados com a<br />

saúde mental como uma das formas de melhoria da<br />

qualidade de vida dos usuários das ruas com o<br />

fortalecimento de vínculos e de laços sociais. Como<br />

consequência podem ser observadas mudanças nos<br />

processos de exclusão e seus efeitos perversos na<br />

vida das pessoas. A atuação conjunta entre os<br />

diversos setores: saúde, assistência social e outros<br />

atores incluindo a sociedade civil, têm<br />

potencializado as ações propostas.<br />

Consultório de Rua Regional Oeste - Fone: 98447-<br />

6415


Ouça o samba enredo do<br />

Dia da Luta Antimanicomial - BH (2<strong>01</strong>8)<br />

Equipes Complementares<br />

As equipes complementares são composições<br />

específicas localizadas estrategicamente em um<br />

Centro de Saúde por Regional de Saúde. É<br />

composta por médico psiquiatra infantil,<br />

fonoaudiólogo e terapeuta ocupacional. Atendem<br />

as crianças e adolescentes em sofrimento mental<br />

grave, em parceria com as equipes de saúde mental,<br />

equipes de saúde da família e outros dispositivos<br />

como o Arte da Saúde e os CERSAMI.<br />

Equipes de Saúde Mental em Centros de<br />

Saúde<br />

Os profissionais de saúde mental acompanham nos<br />

Centros de Saúde os casos que podem ser tratados<br />

em ambulatório.<br />

Arte da Saúde Ateliê de Cidadania<br />

O Arte da Saúde é um programa desenvolvido em<br />

parceria com Caritas Regional Minas Gerais. É<br />

uma prática de promoção à saúde voltada para<br />

c r i a n ç a s e a d o l e s c e n t e s q u e b u s c a m o<br />

enfrentamento de situações de vulnerabilidade,<br />

risco social e/ou pessoal, usando a arte e suas<br />

diversas expressões como principais ferramentas<br />

de produção de cidadania e protagonismo infantojuvenil.<br />

O Arte da Saúde oferece oficinas de arte em<br />

várias modalidades: artes plásticas, artesanato,<br />

dança, música, teatro, circo e outras, além de<br />

atividades socioculturais, capazes de potencializar<br />

talentos e aptidões, desenvolvendo e fortalecendo<br />

autoestima e habilidades. O programa promove<br />

ainda a circulação urbana, como idas ao cinema,<br />

espetáculos teatrais, apresentações musicais,<br />

museus, parques, ampliando as oportunidades de<br />

pertencimento à cidade. Atende crianças e<br />

adolescentes entre 6 e 18 anos.<br />

I n f o r m a ç õ e s n a R e g i o n a l B a r r e i r o :<br />

(gerasab@pbh.gov.br/ 3277-5914/5915)<br />

S U R I C A T O ( I n c u b a d o r a d e<br />

Empreendimentos Econômicos e Solidários)<br />

Dispositivo de trabalho e geração de renda para<br />

usuários acompanhados nos serviços de Saúde<br />

Mental. A incubadora dá apoio financeiro, técnico e<br />

político à Suricato Associação de Trabalho e<br />

Produção Solidária, ONG criada e gerenciada pelos<br />

usuários que agrega quatro grupos de produção:<br />

marcenaria, mosaico, culinária e moda e design.<br />

Estes grupos se constituíram no processo de<br />

qualificação profissional oferecido pelo Fórum<br />

Mineiro de Saúde Mental.<br />

SRT (Serviços Residenciais Terapêuticos)<br />

São 33 casas espalhadas pela cidade destinadas a<br />

cuidar dos portadores de transtorno mentais egressos<br />

de internações psiquiátricas de longa permanência,<br />

que não possuam suporte social e laços familiares e,<br />

que viabilizem sua inserção social.<br />

fonte: Portal da PBH<br />

Se você tem conhecimento do mau ou não funcionamento de algum destes serviços, cobre<br />

sua manutenção. Faça valer seus impostos. Registre sua manifestação na Ouvidoria da PBH:<br />

https://prefeitura.pbh.gov.br/ouvidoria/<br />

Lembre-se, órgãos públicos não fornecem nenhum serviço gratuito.<br />

Todos são pagos com seus impostos, é direito seu ter uma boa prestação de serviços.<br />

Abaixo e no alto (pág. anterior) recortes de cartazes comemorativos ao Dia da Luta Antimanicomial - BH


Por baixo da sola...<br />

Se você tem mais de quarenta anos, viveu (ou no mínimo conheceu alguém)<br />

sob este dilema: Como amarrar o kichute?<br />

Em 78, quase 10 milhões de “brasileirinhos”<br />

tinham um par do tênis de lona e<br />

borracha preta com cravos de<br />

araque na sola – como se fosse<br />

uma chuteira, isto atingia a<br />

marca impressionante de<br />

10% da população do país.<br />

O calçado foi lançado pela<br />

Alpargatas (para muitos,<br />

“alpergatas”) em 15 de junho de 70,<br />

durante a copa do México, que estudava desde 65 um produto que aproveitasse a febre futebolística<br />

do Brasil, à época, bicampeão mundial. Quando do nosso tricampeonato mundial, o termômetro de<br />

vendas do Kichute explodiu.<br />

Mas não somente este fato explica o sucesso do produto. Outros fatores como por exemplo,<br />

resistência e preço foram fundamentais. O kichute era barato – seu público alvo inicial eram as classes<br />

C e D – e durava (e como durava!). Também havia o fator versatilidade, os pais iam comprar um tênis<br />

que era chuteira, ou vice-versa, pronto, tinham na mão um “dois em um”.<br />

Até meados dos anos 80, segundo a fabricante, o Kichute continuou vendendo bem, porém o Brasil<br />

não ganhava mais a Copa, e os fracassos de 82, 86 e 90, contribuíram nas quedas de vendas, e na<br />

década de 90 o pisante viveu um semi-ostracismo. Atualmente, o calçado é “souvenir” para<br />

saudosistas ou “distribuído como calçado de utilidade e uniformização”, segundo a empresa.<br />

Mas afinal, qual era a melhor forma de amarrar o cadarço do Kichute? “O cadarço era grande para<br />

dar várias opções de amarração. A que passava pelo solado do tênis dava maior segurança ao jogar<br />

bola.” Disse Eduardo Sabanai, quando gerente de produto da Alpargatas. Diante disto, o mais<br />

Assista comercial<br />

A Alpargatas investia pesado em publicidade.<br />

Em uma das campanhas de TV, ninguém menos que o<br />

craque Zico foi contratado como garoto-propaganda.<br />

Devido ao sucesso e popularidade, a empresa chegou<br />

a lançar produtos complementares à marca Kichute,<br />

como as bolas de futebol de campo e de salão.


Baseado no livro homônimo de Márcio Américo, também coroteirista,<br />

Meninos de Kichute é um filme de Luca Amberg<br />

focado na figura de Beto, um garoto de 12 anos, de família<br />

simples, que resolve ser goleiro. A estória é ambientada nos<br />

anos 70, em um bairro pobre, onde um garoto comum, filho<br />

do meio de uma família, vê no autoritarismo do pai, um<br />

religioso que considera a competição como pecado, o maior<br />

obstáculo para a realização de seu sonho.<br />

...ou em volta do tornozelo<br />

razoável, para o<br />

r e s t a n t e , s e r i a<br />

amarrar o cadarço<br />

no tornozelo.<br />

Maldade! Esta<br />

i n f o r m a ç ã o t e r i a<br />

facilitado a vida de 9, 7<br />

milhões de “brasileirinhos”<br />

em 78.<br />

8 Curiosidades sobre o Kichute<br />

1 - Nada de colorido<br />

O tênis foi uma espécie de instituição em colégios, que na época<br />

exigiam uso de calçados pretos.<br />

2 - Cadarço de vários nós<br />

Dizia a lenda que quem os amarrava os cadarços sob a sola era<br />

bom de bola. Quem amarrava nos tornozelos era perna-de-pau.<br />

3 - Investimento pesado<br />

O jogador Zico, considerado um craque do futebol brasileiro, foi<br />

garoto-propaganda do Kichute.<br />

4 - Cheirinho desagradável<br />

Um dos problemas do pisante era o “maldito” chulé após usar o<br />

tênis, que esquentava muito no sol.<br />

5 - Elas também eram cobiçadas!<br />

O Kichute lançou bolas de futebol de campo e salão com a<br />

marca, hoje, verdadeiras preciosidades!<br />

6 - Coisa de grife<br />

Estilistas famosos como Alexandre Herchcovitch já usaram o<br />

tênis em suas coleções.<br />

7 - Nas telas do cinema<br />

O calçado inspirou um filme, “Meninos de Kichute”, lançado em<br />

2009, adaptação de livro homônimo de Márcio Américo.<br />

8 - Marca offline<br />

Sinal do desinteresse da Alpargatas com o Kichute, até o site da<br />

marca foi desativado: www.kichute.com.br.<br />

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Nossa<br />

história<br />

Se hoje nos é dado o direito de escolher o<br />

presidente da nação, não podemos esquecer<br />

que tal “privilégio” só se tornou possível<br />

devido um passado recente de nossa<br />

história.<br />

Em 1983 (apenas 35 anos atrás), iniciou-se o Movimento das Diretas Já, a<br />

partir da apresentação da Emenda Dante de Oliveira – a qual previa o<br />

restabelecimento das eleições diretas para presidente da República depois<br />

de duas décadas –, o clamor ganhou as ruas das principais cidades<br />

brasileiras no início de 1984. Em janeiro, um comício pelas Diretas Já atraiu<br />

um público de cerca de 300 mil pessoas na Praça da Sé.<br />

O anseio por democracia somava-se ao descontentamento pela situação<br />

econômica do País, e as manifestações se espalharam por todo o Brasil nos<br />

meses seguintes, reunindo 250 mil pessoas em<br />

Curitiba, (número igual em Belo Horizonte), um<br />

milhão no Rio e 1,7 milhão em São Paulo.<br />

Além de juntar nos palanques os principais<br />

personagens da oposição ao regime militar como<br />

Ulysses Guimarães – apelidado de “Sr. Diretas”,<br />

Deputado Dante de Oliveira - arquivo Sefot morto em um acidente aéreo de helicóptero no litoral<br />

de Angra dos Reis, sul do estado do Rio de Janeiro em<br />

outubro de 1992 (seu corpo nunca foi encontrado) –, Leonel Brizola –<br />

falecido, em 2004, vítima de um infarto agudo do miocárdio –, Miguel Arraes<br />

– morto em junho de 2005 de infecção respiratória, agravada por<br />

insuciência renal –, Tancredo Neves – morto em abril de 1985, de infecção<br />

generalizada (fato que ainda levanta<br />

teorias de conspiração por alguns),<br />

Franco Montoro – falecido em julho<br />

de 1999 de ataque cardíaco –, Mário<br />

Covas – morto em março de 2<strong>01</strong>1 de<br />

câncer na bexiga –,Fernan do<br />

Henrique Cardoso – atualmente<br />

preside a fundação que leva seu<br />

nome e é presidente do honra do<br />

PSDB –, Luiz Inácio Lula da Silva –<br />

atualmente detido na carceragem da<br />

Polícia Federal – e muitos outros; os<br />

Ouça reportagem especial realizada<br />

pela Câmara dos Deputados<br />

Manifestação pelas Diretas Já em Belo Horizonte - Auremar de Castro/CPDoc JB<br />

atos contavam também com a participação de personalidades do mundo<br />

artístico e cultural.<br />

Mas a despeito do clamor popular, manifestado nas ruas de forma<br />

contundente, a Emenda Dante de Oliveira acabou sendo derrotada em 25 de<br />

abril de 1984, com o Congresso cercado pelo Exército e as manifestações<br />

proibidas num raio de dois quilômetros, a votação resultou em 298 votos a<br />

favor, 65 contra e três abstenções, número insuciente, pois era<br />

necessário atingir dois terços dos votos por se tratar de Emenda<br />

Constitucional. Para não terem de assumir sua posições contrárias às<br />

eleições, 113 parlamentares governistas não apareceram para votar.


Ainda não seria desta vez que<br />

os brasileiros poderiam<br />

escolher seu presidente.<br />

Mesmo permanecendo de<br />

forma indireta, as eleições de<br />

Votação pelas Diretas Já<br />

1895, realizada pelo colégio<br />

eleitoral consagrou o candidato da oposição, o civil Tancredo Neves. O<br />

candidato apoiado pelos militares, Paulo Maluf, foi derrotado. Tancredo não<br />

assumiu a presidência, pois adoeceu e morreu sem tomar posse. Seu vice,<br />

José Sarney, assumiu no lugar. No ano de 1989, cinco anos após a rejeição da<br />

Emenda e um ano após promulgação da Constituinte, Fernando Collor de<br />

Mello foi eleito presidente do Brasil, o primeiro por voto popular depois do<br />

regime militar.<br />

Saiba mais<br />

E a coisa ficou assim...<br />

Nada fácil para os presidentes eleitos após<br />

o período da ditadura militar, dos quatro<br />

que assumiram a principal função do Poder<br />

Executivo do país, somente dois concluíram<br />

seus mandatos. (veja quadro abaixo)<br />

Comício pelas Diretas Já realizado no Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1984 - CPDoc JB<br />

Presidente Partido Período como foi quem assumiu<br />

Fernando Collor de Melo PTB 1990 a 1992 renunciou após<br />

vice Itamar Franco (PMDB)<br />

impeachment<br />

Fernando Henrique PSDB 1995 a 1998 cumpriu os dois mandatos<br />

Cardoso<br />

1999 a 2002<br />

Luiz Inácio Lula da Silva PT 2003 a 2006 cumpriu os dois mandatos<br />

2007 a 2<strong>01</strong>0<br />

Dilma Roussef PT 2<strong>01</strong>1 a 2<strong>01</strong>4<br />

2<strong>01</strong>5 a 2<strong>01</strong>6<br />

cumpriu primeiro mandato e<br />

foi afastada por<br />

impeachment após reeleição<br />

vice Michel Temer (MDB,<br />

antigo PMDB)<br />

Antes do voto eletrônico, os brasileiros<br />

podiam demonstrar sua insatisfação com a política<br />

tradicional de forma bem mais criativa. Nas<br />

eleições municipais de 1959, em São Paulo, o<br />

candidato a vereador mais votado respondia pela<br />

alcunha de Cacareco. Não era um personagem<br />

folclórico ou uma celebridade comum: Cacareco<br />

era um rinoceronte que acabou recebendo cerca<br />

de 100 mil votos naquele pleito.<br />

O Macaco Tião foi outra celebridade no Brasil, quando em 1988, foi lançada sua candidatura à<br />

Prefeitura do Rio de Janeiro pela revista humorística Casseta Popular, com apoio do deputado<br />

Fernando Gabeira (PV), como forma de voto de protesto. O resultado foram 400 mil votos, o que<br />

colocaria Tião como o 3º mais bem-colocado nos resultados, caso sua candidatura fosse<br />

validada pelo Tribunal Regional Eleitoral. Tal fato<br />

colocou-o no Guinness World Records como o<br />

chimpanzé a receber mais votos no mundo.<br />

A urna eletrônica, ícone dos tempos modernos,<br />

assegurou, entre outras coisas, a rapidez na<br />

contagem de votos, mas tornou o voto de protesto<br />

menos divertido.<br />

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