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Portfólio Saúde Coletiva II...

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COLETIVA<br />

<strong>Saúde</strong> <strong>Coletiva</strong> <strong>II</strong> - Nutrição UFRGS<br />

Atenção Primária à <strong>Saúde</strong><br />

SUS e Políticas de <strong>Saúde</strong><br />

E muito mais


editorial<br />

A universidade contra o desmonte do SUS<br />

Em 2016 vimos a democracia ser golpeada. Desde<br />

então muitos direitos estão sendo negados, ignorados ou<br />

removidos dos cidadãos. Devagar, sorrateiramente. PEC 65.<br />

PNAB 2017. Mudanças sutis cujos efeitos serão sentidos logo<br />

mais por quem mais precisa, até que pouco a pouco mudem<br />

completamente o cenário que conhecemos. E o SUS como o<br />

conhecemos, construído a várias mãos e ainda em construção<br />

pode deixar de sê-lo. É o chamado desmonte do SUS.<br />

Parte da população segue alheia a essas mudanças. Outra<br />

parte escolhe ignorar por ora tais fatos. Nessa perspectiva<br />

torna-se vital a importância da universidade no caráter formador<br />

de cidadãos críticos e reflexivos, agentes de transformação<br />

da sociedade. Especialmente nos cursos da área<br />

da saúde, disciplinas como <strong>Saúde</strong> e Cidadania, cumprem<br />

esse papel ao permitir o desenvolvimento de “habilidades e<br />

competências no campo da atenção à saúde e das relações<br />

interpessoais para perceber-se como sujeito ativo e participativo<br />

na construção do Sistema Único de <strong>Saúde</strong> (SUS) e nas<br />

políticas profissionais, capaz de identificar os problemas dos<br />

territórios de saúde”, conforme consta no plano da disciplina.<br />

Desse modo, esta edição traz o histórico do sistema de saúde<br />

brasileiro, comparações com outros sistemas de saúde<br />

pelo mundo, as políticas de saúde, o papel do profissional,<br />

do estudante e do cidadão-usuário na construção do SUS,<br />

entre outras temáticas. Debates. Produção audiovisual. Saídas<br />

de Campo. Tudo registrado pela equipe de jornalismo<br />

de <strong>Saúde</strong> <strong>Coletiva</strong> <strong>II</strong> nesta edição. Confira.<br />

Apresentação<br />

Vim de um curso todo cheio de verão,<br />

cujo mercado de trabalho requer<br />

profissionais tropicalientes como tal.<br />

Talvez faltasse-me esse calor. Talvez<br />

fosse excesso de sazonalidade em minha<br />

personalidade geminiana. Talvez<br />

simplesmente não fosse meu destino.<br />

Fato é que, no meio deste percurso<br />

conheci a saúde pública e minha trajetória<br />

profissional saiu do eixo. E foi<br />

ótimo! Entrei, meio sem querer, meio<br />

de metida, em um projeto maravilhoso<br />

de imersão no SUS e é esse oceano<br />

que eu desejo seguir explorando.<br />

Por isso fiz teatro. Arte. Residência em<br />

saúde mental com arte. Era o objetivo<br />

pós jornalismo. Algum tempo depois<br />

percebi que meu Sol não precisava ser<br />

de 40 ºC para florir o que pulsava em<br />

mim. Me investiguei, me percebi, me<br />

encontrei. Nutrição era meu mar pra<br />

desaguar no SUS. E aqui estou. Depois<br />

de toda bioquímica, fisiologia, histologia,<br />

necessárias, mas desgastantes,<br />

meu desfolhado e desflorido ganha as<br />

cores da primavera, na disciplina pela<br />

qual que tanto ansiei.<br />

Expediente<br />

<strong>Coletiva</strong> é uma publicação produzida<br />

para a disciplina de <strong>Saúde</strong> <strong>Coletiva</strong> <strong>II</strong><br />

do curso de Nutrição da UFRGS em<br />

2018/2.<br />

Jornalista Responsável:<br />

Angélica Dias Pinheiro<br />

Tiragem: 1 exemplar


Direções. Sentidos. Atenção Básica.<br />

Uma dinâmida de grupo. Vários grupos.<br />

A cada um, um sentido: olfato, paladar, tato,<br />

audição, visão. O objetivo? Discutir amplamente<br />

a atenção primária à saúde/atenção básica.<br />

Após uma leitura prévia realizada em<br />

casa da nova PNAB 2017, orientada a partir de<br />

um estudo dirigido e sugestões de vídeos, foi<br />

possível linkar elementos da atenção básica<br />

com os sentidos e os elementos presentes em<br />

cada roda de cada grupo.<br />

Em alguns havia mapas, imagens de<br />

computadores, barbantes. Em outro havia chá,<br />

café e chimarrão. Confetes em outro. Uma<br />

música de uma casa sem parede, sem teto, sem<br />

nada. Um saco preto com remédios, chá e uma<br />

bola. Desvendar significados baseados nos<br />

princípios do SUS e da APS/AB era o desafio.<br />

O colhimento que deve ser gentil e<br />

generoso nos lembra o café e o chimarrão,<br />

convidaditos. Na mesma linha, ao escutarmos<br />

a música, é clara a lembrança de que se não<br />

houver pessoas, não importa a qualidade da<br />

casa ou da unidade de saúde. Assim, acolher<br />

bem para que sintam-se pertencentes àquele<br />

serviço de saúde é indispensável.<br />

Imagens de crianças nos lembraram da<br />

longitudinalidade do cuidado, que inicia desde<br />

o pré-natal e não acaba enquanto houver vida.<br />

Confetes, a equidade e a igualdade diante das<br />

diferenças, de raça, classe social, etnia, religião,<br />

gênero etc.<br />

Ao mesmo tempo, elementos variados<br />

chamaram a atenção para a educação popular,<br />

na figura do chazinho; a educação permanente,<br />

com os computadores, que nos remetem a<br />

necessidade de atualização constante dos<br />

profissionais para bem atender à população;<br />

Territorialização e rede interligando os<br />

diferentes níveis de atenção na figura do mapa<br />

e do barbante.<br />

Educação de verdade e resignificação<br />

do processo de ensino-aprendiagem com<br />

dinâmicas convidativas à reflexão.


Mudanças na<br />

Atenção Básica<br />

O modelo de saúde dominante no Brasil<br />

até a criação do SUS e principalmente da Política<br />

de Atenção Básica era bastante centrado na figura<br />

do médico, mais fragmentado por especialidades,<br />

hospitalocêntrico e exclusivamente biologicista,<br />

deixando de lado aspectos culturais, econômicos<br />

e sociais na processo de saúde-doença. O<br />

financiamento da saúde estava determinado por<br />

procedimentos e o próprio conceito de saúde era<br />

focado na mera ausência de doença.<br />

Com o modelo sanitarista passa a<br />

existir uma poliarquia, o trabalho em rede, foco<br />

também na promoção e prevenção com a<br />

atenção primária à saúde/atenção básica. O SUS<br />

passa a ser financiado por valor global e levar<br />

em consideração outros aspectos envolvidos no<br />

processo saúde-doença.<br />

Isso tudo se consolida ainda mais com<br />

a política Nacional de Atenção Básica, de 2006,<br />

com o Programa de <strong>Saúde</strong> da Família. Em 2011<br />

essa política tem uma consolidação significativa<br />

e o Programa de <strong>Saúde</strong> da Família se torna<br />

uma Estratégia, a ESF, tornando assim a saúde<br />

da família como estratégia prioritária para a<br />

organização da atenção primária à saúde (APS),<br />

de acordo com os preceitos do SUS.<br />

Um conjunto de ações individuais e<br />

coletivas, de atendimento integral à saúde,<br />

territorialização, consideração do indivíduo como<br />

alguém inserido em uma cultura econômica,<br />

social, religiosa e a interação entre esses aspectos<br />

para sua condição de saúde, o foco na promoção<br />

e manutenção da saúde, entre outras ações e<br />

considerações foram importantíssimas para o<br />

avanço da APS, tanto com a PANB 2011 como<br />

com outras legislações anteriores a ela, como<br />

a Portaria n. 154/2008, que cria o Núcleo de<br />

Apoio à<strong>Saúde</strong> da Família (NASF) e, com ele,<br />

novos avanços, como a clínica ampliada, a<br />

possibilidade de discussão de casos e a multi e<br />

interdisciplinaridade na saúde, além do projeto<br />

terapêutico singular, que são estratégias que<br />

permitem o trabalho de vários profissionais<br />

focados nas singularidades de cada indivíduo<br />

e, pela primeira vez, apoiado pela legislação, o<br />

reconhecimento da autonomia do usuário na<br />

construção do próprio tratamento, em conjunto<br />

com a equipe.<br />

Infelizmente, no entanto, a nova revisão na<br />

PNAB, que levou à PNAB 2017 traz retrocessos em<br />

relação a alguns avanços conquistados e gerou<br />

e vem gerando discussões e descontentamento<br />

entre profissionais e entidades e organizações<br />

sociais da área da saúde.<br />

A nova PANB prevê novas possibilidades,<br />

que não apenas a Estratégia de <strong>Saúde</strong> da Família<br />

(ESF) como único modelo de organização das<br />

equipes na Atenção Básica. A mudança coloca<br />

agora a possibilidade de uma equipe de <strong>Saúde</strong><br />

da Família e outra equipe de Atenção Básica,<br />

não sendo obrigatória a presença de agentes<br />

comunitário de saúde (ACS) na equipe de<br />

Atenção Básica, apenas na equipe de <strong>Saúde</strong> da<br />

Família. Além disso, a cobertura populacional<br />

100% pelos ACS da eSF é recomendada apenas<br />

em áreas de grande dispersão territorial e de risco<br />

e vulnerabilidade social. E com a possibilidade de<br />

haver equipes sem ACS e sem a obrigatoriedade<br />

de 40h de todos os profissionais da equipe, a<br />

mesma fica prejudicada reduzindo a qualidade<br />

do atendimento à população.<br />

A justificativa é o finaciamento para a APS,<br />

que estaria prejudicado havendo a necessidade de<br />

atender a essas demandas. Entretantoentidades<br />

e movimentos em defesa da saúde pública a<br />

consideram um retrocesso diante dos avanços<br />

conquistados com o modelo de Atenção<br />

Primaria a <strong>Saúde</strong>/Atenção Básica que estava se<br />

consolidando e que precisava ser fortalecido. A<br />

nova PNAB não favorece esse fortalecimento.


PNAB 2017<br />

traz retrocessos<br />

em relação a<br />

alguns avanços<br />

conquistados


NASF E NUTRIÇÃO:<br />

APS, ALIMENTAÇÃO E<br />

DIREITOS HUMANOS<br />

Difícil iniciar esse artigo<br />

sem lembrar que 10 de<br />

dezembro marca os 70 anos<br />

da Declaração Universal dos<br />

Direitos Humanos. Setenta<br />

anos. E mesmo assim, tanto<br />

tempo após a publicação do<br />

texto histórico que garante<br />

direitos básicos para a dignidade<br />

humana, é preciso lutar<br />

para fazer valer seus 30 artigos<br />

e lembrar ao mundo que<br />

direito humano é para todos<br />

os humanos. O que esperar<br />

do SUS, com seus recém completados<br />

30 anos?<br />

Vivemos uma onda de<br />

distorções de significados de<br />

tudo o que diz respeito aos<br />

direitos humanos e políticas<br />

públicas e sociais promovida<br />

por um intensivo crescimento<br />

do neoliberalismo no mundo<br />

todo. No Brasil não é diferente.<br />

A eleição de Jair Bolsonaro,<br />

defensor declarado de premissas<br />

como “bandido bom é<br />

bandido morto”, é uma prova<br />

disso. E esse movimento no<br />

sentido contrário da democracia<br />

e dos direitos humanos<br />

vem sendo percebida já<br />

há alguns anos. Um exemplo:<br />

a nova PNAB que, orientada<br />

por argumentos econômicos<br />

dos gestores municipais, segundo<br />

seus defensores, representa<br />

um retrocesso no<br />

ainda frágil fortalecimento da<br />

Atenção Básica que estava em<br />

curso até então.<br />

ALÉM DO NASF<br />

Nesse cenário, onde fica a nutrição?<br />

No NASF? Segundo<br />

dados do Cadastro Nacional<br />

de Estabelecimentos de <strong>Saúde</strong><br />

(CNES), em 2016 80% das<br />

nutricionistas que atuantes na<br />

atenção primária estavam no<br />

NASF. E é esse, de fato, o principal<br />

local de atuação da nutrição<br />

a APS. Entretanto, embora<br />

sejam de extrema importância<br />

as atividade de matriciamento,<br />

educação permanente para<br />

outros profissionais, e mesmo<br />

os atendimentos individuais<br />

promovidos pela atuação no<br />

NASF, é importante lembrar<br />

que antes da alimentação e<br />

da nutrição vêm as pessoas.<br />

O nutricionista é, portanto,<br />

antes de mais nada, um profissional<br />

de saúde. E como tal,<br />

pode atuar diretamente nas<br />

unidades de saúde e mais do<br />

que qualquer coisa, deve estar<br />

atento aos determinantes de<br />

saúde. E é aqui que voltamos<br />

ao ponto de partida desse<br />

texto, os direitos humanos.<br />

A APS desempenha<br />

um papel fundamental na garantia<br />

de direitos, na medida<br />

em que se entende a saúde<br />

em seu conceito ampliado,<br />

muito além da mera ausência<br />

de doença e considerando<br />

os determinantes sociais de<br />

saúde, que incluem moradia<br />

digna, trabalho, renda, classe,<br />

cor, gênero e tantos outros.<br />

Por essa razão a promoção<br />

de saúde deve passar pela garantia<br />

de direitos. E no tange o<br />

direito à alimentação adequada<br />

e saudável não é diferente.<br />

Dessa forma, para concretização<br />

efetiva dos princípios<br />

básicos que orientam<br />

a atenção primária, o SUS e<br />

mesmo a Declaração Universal<br />

dos Direitos Humanos, é<br />

necessário pensar fora da caixa,<br />

cuidar das pessoas, ir além<br />

daquilo que já está estabelecido,<br />

aprender com as demais<br />

profissões da saúde, com os<br />

usuários e permanecer em<br />

luta e defesa do SUS e dos direitos<br />

humanos.


Como falar de <strong>Saúde</strong> sem lembrar<br />

de Direitos Humanos?<br />

Clínica ampliada<br />

A Clínica Amplicada é uma das diretrizes da Política<br />

Nacional de Humanização e tem como objetivo<br />

qualificar os processos de promoção, prevenção,<br />

tratamento e cura no fazer da saúde. Ampliar a clínica<br />

significa, portanto, uma abertura das possibilidades<br />

e das parcerias em prol do usuário do serviço de<br />

saúde. Trabalhar a integralidade, a multi e a interdisciplinaridade,<br />

a partilha de responsabilidades com o<br />

usuário, a autocrítica, o respeito e a empatia, o acolhimento,<br />

abandono da arrogância sobre o próprio<br />

saber ão indispensáveis. E esse talvez seja o maior<br />

desafio da clínica ampliada. Compreender que o usuário<br />

pode conhecer os riscos à saúde de uma determinada<br />

conduta e mesmo assim praticá-la. Por que?<br />

Entender o porquê, se conectar à realidade dele pode<br />

ser mais útil à saúde dele e à construção do projeto<br />

terapêutico do que tentar convencê-lo a abandonar<br />

aquela conduta. Aceitar esse desafio e aceitar que<br />

a autonomia do usuário é tão importante quanto o<br />

diagnóstico corretoé um grande desafio.


Territorialização<br />

“O território é<br />

vivo”<br />

“O território<br />

tem valor<br />

simbólico”<br />

CECCIM, R.B. Educação permanente em saúde:<br />

descentralização e disseminação de capacidade<br />

pedagógica na saúde. Ciência &<br />

<strong>Saúde</strong> <strong>Coletiva</strong>, v. 10, n. 4, p. 975-986, 2005.<br />

Geograficamente, território é uma extensão de terra<br />

delimitada. Politicamente, um espaço delimitado por relações de<br />

poder. Economicamente, por fonte de recursos. Culturalmente,<br />

é o espaço valorizado simbolicamente a partir de significados<br />

individuais ou sociais.<br />

Para o SUS a atuação em territórios é fundamental<br />

para garantir o caráter administrativo, gerencial, econômico e<br />

político da atenção à saúde. Além disso, a divisão territorial<br />

permite o funcionamento da Atenção Básica focando o<br />

cuidado nas necessidades específicas de uma população, de<br />

uma comunidade. A territorialiação permite apropriação do<br />

perfil de uma área de atuação e sua comunidade, permitindo<br />

assim entender os problemas e necessidades da comunidade.<br />

É possível assim potencializar recursos existentes e colaborar<br />

com o desenho constante do perfil epidemiológico da<br />

população.<br />

ADSCRIÇÃO<br />

Na atenção primária fala-se muito em população<br />

adscrita, que é aquele pertencente ao território referncial de<br />

uma unidade. Mas o que significa adscrição?<br />

A adscrição é a concepção de território prevalente, com<br />

cadastro da clientela e o entendimento de território na sua<br />

perspectiva parcial, na vertente jurídico-política, sem considerar<br />

as outras territorialidades existentes no momento da definição<br />

de áreas e microáreas. Desse modo, sem uma concepção<br />

integradora e relacional de território, permitindo incorporar a<br />

multiterritorialidade na prática de trabalho, a intersetorialidade<br />

das ações de saúde seria prejudicada.<br />

Assim, para alguns autores processo de territorialização<br />

“é a construção da integralidade; da humanização e da<br />

qualidade na atenção e na gestão em saúde; um sistema e<br />

serviços capazes de acolher o outro; responsabilidade para<br />

com os impactos das práticas adotadas [...]” (Ceccim, 2005).


USF Estrada dos Alpes<br />

Muro da parte interna da unidade<br />

Escondidinha abaixo do nível da rua,<br />

foi difícil encontrar a USF Estrada dos Alpes.<br />

Ao menos para nós que nunca<br />

estivéramos ali anteriormente.<br />

Mas com um pouco de observação<br />

foi fácil, seguindo as pessoas<br />

que iam pela rua, todas m<br />

direção à unidade.<br />

Com pouco tempo na<br />

unidade, mesmo depois de<br />

uma breve confusão sobre nosso horáriode<br />

vista, é possível notar que ela é como a casa<br />

de vó: simples e acolhedora. Escondidinha,<br />

pequena, mas sempre de portas abertas. Essa<br />

sensação se confirma conforme a vamos conhecendo<br />

melhor a cada visita.<br />

GRUPO DE CONVIVÊNCIA<br />

Em nosso primeir dia na unidade tivemos<br />

a oportiunidade de participar de um<br />

grupo de convivência, cujo tema na ocasião<br />

era o setembro amarelo. Com muita comida<br />

levada pelos usuários, profissionais de psicologia<br />

de fora que foram convidados, profissionais<br />

da unidade e estudantes de medicina<br />

A USF Estrada dos<br />

Alpes é como casa<br />

de vó: simples, mas<br />

acolhedora.<br />

e nutrição (nós), foi um fim de manhã muito<br />

divertido e sério ao mesmo tempo. Houve dinâmica<br />

para iniciar as disvcussões<br />

e entre os depoimentos,<br />

um usuário de mais de 70 anos<br />

relatou que aquilo era o que<br />

o mantinha vivo ainda depois<br />

da morte de sua companheira.<br />

Além desse, vários outros relatos<br />

mostraram a importância<br />

de espeaços como esse na unidade. Foi um<br />

primeiro dia de vistação intenso e inspirador.<br />

No segundo dia conhecemos o estonteante<br />

território cheio de contradições<br />

econômicas e paisagens maravilhosas. No<br />

terceiro foram as visitas domiciliares que<br />

confirmaram a relação amigável e próxima da<br />

comunidade com a unidade, especialmente<br />

na figura das agentes comunitárias.<br />

Mas nem tudo é perfeito. A unidade<br />

acaba de ficar sem médico e já trabalha com<br />

uma agente comunitária a mesmo. No entanto,<br />

todos esforçam-se para fazer seu melhor<br />

diante das dificuldades. O passo mais importante<br />

foi dado, portanto.

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