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GAZETA DIARIO 812

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Foz do Iguaçu, sexta-feira, 1 de março de 2019<br />

Cidade<br />

03<br />

Foto: Roger Meireles<br />

NO AGUARDO<br />

Prefeitura não concedeu alvará para<br />

demolição de conjunto habitacional<br />

Advogados dos mutuários aguardam a Justiça manifestar-se a favor ou contra a derrubada agora dos imóveis<br />

Ronildo Pimentel<br />

Reportagem<br />

A prefeitura não concedeu<br />

o alvará para a Caixa Econômica<br />

Federal executar o cronograma<br />

de demolição dos 17 blocos<br />

que formam o Conjunto<br />

Habitacional Duque de Caxias,<br />

na Região Leste de Foz do<br />

Iguaçu. A informação foi confirmada,<br />

no final da tarde dessa<br />

quinta-feira (28), pelo viceprefeito<br />

Nilton Bobato, que<br />

está acompanhando o despejo<br />

das 136 famílias que residem<br />

no local. Advogados entraram<br />

com ações para impedir a derrubada<br />

das estruturas.<br />

O dia ontem foi marcado<br />

pela tristeza e comoção das dezenas<br />

de famílias do local.<br />

Isto porque era o último prazo<br />

para elas desocuparem os<br />

apartamentos. Equipes da<br />

Companhia Paranaense de<br />

Energia Elétrica (Copel) seguiram<br />

o cronograma e iniciaram<br />

logo cedo o corte do fornecimento<br />

de eletricidade e a<br />

retirada dos relógios dos imóveis,<br />

deixando muita gente<br />

"no escuro".<br />

As famílias, sem ter opção<br />

de moradia ou recursos para o<br />

transporte, amontoaram roupas,<br />

utensílios e móveis em<br />

frente aos prédios, na esperança<br />

de sensibilizar as autoridades.<br />

Em entrevista ao Gazeta<br />

Diário, Bobato confirmou que<br />

não havia sido expedido o alvará<br />

necessário para a demolição<br />

dos apartamentos.<br />

"Não concluímos o processo<br />

porque, até as 14h, faltavam<br />

questões a serem resolvidas<br />

pela Caixa", disse o viceprefeito.<br />

Entre as questões citadas,<br />

uma delas é o envio da<br />

documentação com dados técnicos<br />

comprovando a necessidade<br />

da demolição. "Estamos<br />

aguardando isto", ressaltou.<br />

Equipes da Copel efetuaram o corte do fornecimento de luz e a<br />

retirada dos relógios dos imóveis<br />

Foto: Roger Meireles<br />

Moradores amontoaram roupas, utensílios e móveis em frente<br />

aos prédios, na esperança de sensibilizar as autoridades<br />

Ainda ontem, a prefeitura<br />

recebeu dois protocolos pedindo<br />

a suspensão do processo.<br />

"Agora também teremos que<br />

avaliar os pedidos, antes de<br />

decidir pela autorização ou<br />

não", comentou Bobato. Um<br />

dos protocolos, de acordo com<br />

ele, foi encaminhado por um<br />

grupo de engenheiros que teria<br />

participação na execução<br />

das obras.<br />

Toda a documentação já<br />

está com a Procuradoria-Geral<br />

do Município, que irá emitir um<br />

parecer. "Mas por enquanto não<br />

tem autorização alguma para<br />

derrubar os blocos de apartamentos",<br />

completou Bobato.<br />

Jurídico<br />

Enquanto a prefeitura não<br />

autoriza a demolição, os advogados<br />

que representam as famílias<br />

correm contra o tempo<br />

para garantir na Justiça a suspensão.<br />

A advogada Caroline<br />

Lugon, que defende mais de<br />

20 famílias, disse que, além da<br />

medida cautelar, encaminhou<br />

ofícios ao banco, município e<br />

a Defesa Civil para impedir a<br />

derrubada.<br />

"Até porque tomamos conhecimento<br />

de um laudo na<br />

Defesa Civil onde não é informado<br />

ser necessária a demolição",<br />

afirmou Caroline. O<br />

laudo, segundo ela, dá duas<br />

opções para a Caixa, que poderia<br />

fazer o reparo no lugar<br />

de demolir, reduzindo o drama<br />

das famílias que estão sem<br />

casa própria.<br />

"A cautelar que entramos<br />

na Justiça Federal está conclusa<br />

com o juiz, mas não<br />

houve manifestação", informou.<br />

Outra situação relatada<br />

por ela é que a Caixa tinha<br />

se comprometido a pagar o<br />

aluguel social de R$ 890 à vista,<br />

sem qualquer desconto, o<br />

que não estaria acontecendo.<br />

Solicitações<br />

"Na data de ontem [quarta-<br />

-feira, 27], alguns moradores<br />

já tiveram o pagamento,<br />

porém descontado", disse<br />

Caroline. E completou: "Além<br />

de pagar a mudança e todos<br />

os custos que vieram com esta<br />

desocupação, ainda tiveram o<br />

valor do aluguel social<br />

reduzido". Das famílias que<br />

representa, duas<br />

permaneciam nos imóveis até<br />

o fechamento desta edição.<br />

O advogado Almir Santos, que<br />

representa aproximadamente<br />

65 famílias, confirmou que<br />

alguns moradores do local<br />

ficaram sem luz ontem. Ele<br />

contou sobre a entrada de<br />

uma ação de tutela antecipada<br />

para garantir o direito dos<br />

moradores.<br />

"Nosso pedido é para que o<br />

juiz conceda tutela de<br />

urgência para garantir o<br />

direito dos moradores no<br />

sentido de que não sejam<br />

demolidos os blocos antes que<br />

seja feita uma perícia<br />

nomeada pelo juiz", ressaltou.<br />

Os advogados pediram<br />

aumento do auxílio-moradia<br />

para R$ 1.100, que é o mais<br />

justo devido à inflação e o<br />

mais próximo da realidade de<br />

Foz, disse. "Também pedimos<br />

caução de R$ 3,3 mil, porque a<br />

maioria das imobiliárias cobra<br />

três aluguéis antecipados",<br />

informou Almir. "Agora vamos<br />

aguardar o juiz decidir",<br />

completou.<br />

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