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Foz do Iguaçu, terça-feira, 12 de março de 2019<br />
Política<br />
03<br />
INTEGRAÇÃO<br />
Bolsonaro e Benítez podem definir<br />
hoje data para iniciar a 2ª ponte<br />
Durante encontro em Brasília, os dois presidentes também debaterão o Mercosul,<br />
a crise na Venezuela, acordos comerciais e crimes transfronteiriços<br />
Adelino de Souza<br />
Freelancer<br />
Foto: Alexandre Marchetti<br />
Os presidentes Benítez e Bolsonaro vão<br />
encontrar-se novamente nesta terça em Brasília<br />
Na primeira visita<br />
oficial que o presidente<br />
paraguaio fará ao Brasil,<br />
na manhã desta terçafeira<br />
(12), poderá ser<br />
anunciada a data para o<br />
início das obras da segunda<br />
ponte ligando Foz<br />
do Iguaçu a Puerto Franco.<br />
Os dois presidentes<br />
já haviam se encontrado<br />
no mês passado, durante<br />
a posse do novo<br />
diretor da Itaipu, quando<br />
reafirmaram a intenção<br />
de construir duas<br />
novas pontes, sendo uma<br />
em Foz e outra no Mato<br />
Grosso do Sul.<br />
A segunda ligação<br />
em Foz será construída<br />
sobre o Rio Paraná, na<br />
região do bairro Porto<br />
Meira. No lado paraguaio,<br />
a obra vai alcançar<br />
o município de Puerto<br />
Franco, vizinho a Ciudad<br />
del Este, onde está a<br />
Ponte Internacional da<br />
Amizade. Com a obra,<br />
todo o transporte de cargas<br />
será feito pela nova<br />
passagem, e a atual vai<br />
atender somente turistas<br />
e moradores locais.<br />
A Ponte da Amizade,<br />
construída em 1965, é o<br />
principal corredor logístico<br />
entre Brasil e Paraguai<br />
e está sobrecarregada.<br />
Além das pessoas que<br />
circulam entre Foz e Ciudad<br />
del Este, ela também<br />
concentra o trânsito de<br />
caminhões. Com a nova<br />
ligação, ficará exclusiva<br />
para veículos leves e ônibus<br />
de turismo.<br />
Reunião fechada<br />
Haverá duas reuniões<br />
nesta terça. A primeira<br />
será reservada entre<br />
Jair Bolsonaro e Mario<br />
Abdo Benítez. Nesta reunião,<br />
os dois deverão debater,<br />
principalmente, a<br />
crise na Venezuela. Os<br />
dois presidentes reconhecem<br />
Juan Guaidó<br />
como mandatário legítimo<br />
e querem a saída do<br />
atual presidente, Nicolás<br />
Maduro.<br />
Na segunda reunião,<br />
desta vez com ministros<br />
dos dois países, estarão<br />
em pauta diversos assuntos.<br />
Além da construção<br />
das duas pontes, as comitivas<br />
presidenciais irão<br />
tratar da renegociação do<br />
Anexo C do Tratado de<br />
Itaipu, além de segurança<br />
de fronteira e cooperação<br />
comercial.<br />
O tratado de Itaipu<br />
será o tema mais espinhoso.<br />
Esse tratado foi<br />
firmado em 1973 e vencerá<br />
em 2023. O Paraguai<br />
pressiona o Brasil<br />
para agilizar as negociações<br />
em torno do Anexo<br />
C, que estabelece a revisão<br />
de algumas disposições<br />
ao completar 50<br />
anos da assinatura do<br />
convênio. Bolsonaro tem<br />
dito que ainda é cedo,<br />
pois faltam quatro anos.<br />
O Anexo C estabelece<br />
que o Paraguai receba<br />
a metade da energia gerada<br />
em Itaipu. Como ele<br />
não a consome em sua<br />
totalidade, fica obrigado<br />
a vender o excedente ao<br />
Brasil a preço de custo.<br />
O Paraguai quer mudar<br />
essa regra para poder comercializar<br />
o excedente<br />
com outros países e obter<br />
lucro. Para garantir<br />
um acordo favorável, o<br />
país já contratou especialistas,<br />
inclusive o famoso<br />
economista Jeffrey<br />
Sachs, dos EUA.<br />
O Mercosul também<br />
entrará na pauta. O bloco<br />
formado por Brasil,<br />
Paraguai, Argentina,<br />
Uruguai e Venezuela tem<br />
avançado e recuado, mediante<br />
acontecimentos<br />
políticos. O Paraguai<br />
pensa em derrubar barreiras<br />
comerciais e flexibilizar<br />
algumas normas<br />
rígidas que impedem os<br />
sócios de promover negócios<br />
individuais de acordos<br />
externos.<br />
Paraguai quer o retorno<br />
de Arrom e Martí<br />
Outro assunto que Benítez irá debater com Bolsonaro<br />
será a revogação do status de refugiados dos<br />
paraguaios Juan Arrom e Anuncio Martí, acusados de<br />
participar de sequestro e assassinatos no Paraguai. O<br />
refúgio foi concedido pelo presidente Lula porque os<br />
dois alegaram estarem sofrendo perseguição política.<br />
Benítez tem demonstrado otimismo com as<br />
negociações. "Estamos muito otimistas de que<br />
teremos bons resultados em nosso pedido para que o<br />
status de refugiado de Arrom e Martí seja cancelado",<br />
comentou o presidente com jornalistas de seu país.<br />
Arrom e Martí acusam policiais de torturá-los e<br />
cobram indenização do Estado. Benítez diz que não<br />
pagará um único centavo. O governo do Paraguai<br />
recorreu, e houve interferência da Corte<br />
Interamericana de Direitos Humanos. Em 7 de<br />
fevereiro, o Paraguai apresentou argumentos<br />
alegando que ambos são fugitivos da Justiça.<br />
O processo está na Corte Interamericana de Direitos<br />
Humanos (CIDH), e os dois acusados querem US$ 123<br />
milhões de reparação de danos. O governo do<br />
Paraguai deve aguardar até abril, mês em que se<br />
realizará a segunda reunião do tribunal.<br />
Anuncio Martí e Juan Arrom estão<br />
refugiados no Brasil<br />
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