Revista 92 Festa Agosto 2018 edicao 129

Santíssima Trindade
Mistério Central da Fé Cristã!
Como pode três pessoas viver em uma
só? Dizia o catecismo das crianças: O
Pai é Deus? Sim, o Pai é Deus. Jesus
é Deus? Sim, Jesus é Deus. O Espírito
Santo é Deus? Sim, o Espírito Santo é
Deus. Deus Pai é o Criador. Deus Filho
é o Redentor e Deus Espírito Santo é o
Santificador.
Quando o período pascal vai terminando
em cada ano após ter ocorrido
a quaresma, paixão, morte e ressurreição
do Senhor, varias festas acontecem
no encerramento desse período
como a Ascensão do Senhor, a Festa de
Pentecostes – descida do Espírito Santo
e por último, a Festa da Santíssima
Trindade, que neste ano será celebrada
no dia 16 de Junho, fechando com
tamanha solenidade esse tempo vivido
fortemente na fé pelos cristão . Na
quinta feira que sucede o domingo é
celebrada também com não menos solenidade
a festa de Corpus Christi que
tem como espiritualidade, abençoar as
ruas, moradores do bairro na presença
do Cristo que permaneceu entre nós na
Eucaristia.
A DOUTRINA CRISTÃ DA TRINDADE
Mas, o que é a Santíssima Trindade? A
palavra “Trindade” vem do latim “trinitas”
e do grego “triados”. Foi utilizada
pela primeira vez por Teófilo de Antioquia,
por volta do ano 170, para expressar
a união das três divinas pessoas
em um só Deus.
O Compêndio do Catecismo da Igreja
Católica (CIC) explica assim: “A Igreja
exprime a sua fé trinitária ao confessar
um só Deus em três Pessoas: Pai e
Filho e Espírito Santo. As três Pessoas
divinas são um só Deus porque cada
uma delas é idêntica à plenitude da
única e indivisível natureza divina.
Elas são realmente distintas entre si
pelas relações que as põem em referência
umas com as outras: o Pai gera
o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito
Santo procede do Pai e do Filho”
(CIC, 48). “O mistério central da fé e da
vida cristã é o mistério da Santíssima
Trindade.” (CIC, 44).
O dogma da Trindade se definiu em
duas etapas, no primeiro Concílio de
Nicéia (325 d.C.) e no primeiro Concílio
de Constantinopla (381 d.C.). No Concílio
de Niceia foi definida a divindade
do Filho e foi escrito a parte do Creio
que se refere ao Filho de Deus que por
sua paixão, morte e ressurreição têm o
dom da redimir os filhos de Deus. No
Concílio de Constantinopla foi definida
a divindade do Espírito Santo que
tem o dom de Santificar. “O mistério
da Santíssima Trindade não pode ser
conhecido pela pura razão humana. É
com os olhos da fé que nos enxergamos
tamanho mistério de amor. Mistério
inacessível revelado por Jesus
Cristo, fonte de todos os outros mistérios”
(CIC, 45).
A TRINDADE NAS SAGRADAS ESCRI-
TURAS
Podemos encontrar na Bíblia muitas
frases que indicam a presença de um
só Deus agindo em três pessoas:
No Evangelho de São Mateus: “Ide e fazei
que todas as nações se tornem discípulas,
batizando-as em nome do Pai,
do Filho e do Espírito Santo”. Mt 28,18s.
Ainda: “Todas as coisas me foram dadas
por meu Pai; ninguém conhece o
Filho, senão o Pai, e ninguém conhece
o Pai, senão o Filho e aquele a quem o
Filho quiser revelá-lo” (Mt 11, 27). E se
completa com a frase: “Quando vier o
Paráclito, que vos enviarei da parte do
Pai, o Espírito da Verdade, que procede
do Pai, ele dará testemunho de mim”
(Jo 15,26). Estes textos bíblicos revelam
um único Deus, mas em três pessoas
divinas que se intercomunicam e
se unificam na mesma divindade.
TRINDADE: MISTÉRIO DE AMOR
Deus é um mistério de amor. O princípio
desse amor chama-se Pai. Sua
realização completa é o Filho. A perpetuação
desse amor é o Espírito Santo.
É impossível entender o mistério da
Santíssima Trindade sem uma experiência
concreta de amor-comunhão.
Em uma linguagem mais fácil, podemos
entender assim: Deus é amor. E,
numa explosão de amor, ele criou o
mundo. A humanidade se fragilizou e
Ele, num transbordamento de amor-
-misericórdia, enviou sua Palavra ao
mundo: “E o verbo se fez carne e habitou
entre nós”. A Palavra encarnada é
para nos o caminho, a verdade e a vida
e deixou conosco, para nos guiar, iluminar
e santificar, o Espírito Santo, que
é o amor que existe entre o Pai e o Filho
e que é doado para cada um de nós por
meio do Espírito Santo.
O mistério trinitário não é uma teoria
de termos complexos, um enigma ou
uma mera formalidade teológica, mas
plenitude de vida. Não se entende a
Trindade, porque é difícil imaginar
como é possível amar tanto e doar-se
na totalidade. O Deus-Amor é único e,
ao mesmo tempo, trino, na medida em
que isso é necessário para a perfeita
comunhão de vida.
TRINDADE E COMUNIDADE CRISTÃ
A Santíssima Trindade (Pai Criador,
Filho Redentor e Espírito Santo Santificador),
é um mistério de comunhão e
se apresenta modelo ideal da sociedade
humana, da Igreja e de toda a comunidade
humana e religiosa. É o sentido
e a missão da Igreja, sacramento da
unidade do gênero humano. Unidade
da Trindade, reunida pela unidade da
Trindade! Essa relação de amor, em
vista da vivência da comunhão, revela-se
para nós como fundamento e estímulo
da prática da caridade fraterna
e do apostolado. Já que o ser humano
foi criado à imagem e semelhança divina,
ou seja, criados à imagem e semelhança
do Amor deveram corresponder
a essa participação na comunhão da
Trindade com atitudes de transbordamento
de amor, superando as divisões,
as competições, as fraquezas humanas,
que a sociedade vigente constantemente
apresenta como padrão de
comportamento e meta de vida. Viver o
amor da Santíssima Trindade é trilhar
um dinâmico caminho de conversão e
arrependimento que nos coloque numa
permanente atitude de abertura amorosa
é de necessidade de viver profundamente
o amor verdadeiro.
A comunhão exige uma saudável
e madura relação entre as individualidades
de cada pessoa, pois a
comunhão na verdade não significa
aniquilamento da individualidade, mas
enriquecimento dela à luz do amor
verdadeiro que harmoniza e equilibra
as diferenças. Quando a pessoa busca
se autoafirmar no egoísmo e individualismo,
Cida tendo Godoy o outro -Pastoral como Afromero
instrumento dos seus interesses ou
algo descartável, não existe comunhão,
mas exploração e instrumentalização
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