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Agenda Cultural de Proença-a-Nova - Janeiro de 2018

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Património Cinema<br />

ABC DAS LOCALIDADES<br />

PERAL<br />

Percorrendo a estrada nacional 241 encontramos a localida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Peral, uma das<br />

freguesias mais antigas do concelho <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>, atualmente União <strong>de</strong> Freguesias <strong>de</strong><br />

<strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong> e Peral <strong>de</strong>vido à reorganização administrativa do território das freguesias <strong>de</strong><br />

2015. Noutros tempos foi conhecida por freguesia <strong>de</strong> S. Tiago Menor, o padroeiro que lhe <strong>de</strong>u<br />

nome. A festa litúrgica <strong>de</strong>ste santo é celebrada no dia 3 <strong>de</strong> maio, e a festa pagã das “maias”<br />

a 1 <strong>de</strong> maio, ambas comemoradas pela população do Peral que realiza a sua festa anual no<br />

primeiro fim <strong>de</strong> semana <strong>de</strong> maio, juntando as comemorações da festa sacra e da festa<br />

profana. O dia <strong>de</strong> maio é celebrado um pouco por todo o país e no concelho <strong>de</strong><br />

<strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong> é no Peral que é conhecida a “festa das maias”, nome que se dá às giestas<br />

em flor.<br />

Tradicionalmente celebrada entre 30 <strong>de</strong> abril e 1 <strong>de</strong> maio, a tradição manda que se<br />

coloquem à porta ou à janela das casas ramalhetes <strong>de</strong> giestas em flor. De acordo com Maria<br />

Assunção Vilhena, no livro “Aspectos Etnográficos do Concelho <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>”, o maio<br />

era consi<strong>de</strong>rado uma entida<strong>de</strong> pouco bem vista e ninguém queria que este entrasse em casa.<br />

Segundo a mesma autora, a intenção <strong>de</strong> florir as portas e janelas não é unânime: uns diziam<br />

que era para afastar os bichos durante o resto do ano; outros para terem abundância e / ou<br />

para não <strong>de</strong>ixar entrar o maio. No Peral colocavam-se também ramos <strong>de</strong> vi<strong>de</strong>ira na porta da<br />

a<strong>de</strong>ga, que eram preparados na véspera e colocados ao romper do dia <strong>de</strong> maio para terem<br />

abastança durante todo o ano. Porém, a Igreja Católica atribui duas explicações “às maias”:<br />

quando Jesus nasceu e os Ju<strong>de</strong>us o procuraram para o matarem, e para sinalizarem a casa<br />

certa, colocaram-lhe na porta um ramo <strong>de</strong> giesta para no dia seguinte o pren<strong>de</strong>rem. No<br />

entanto, nesse dia todas as casas da povoação apareceram marcadas com ramos <strong>de</strong>sta planta<br />

e os Ju<strong>de</strong>us não conseguiram encontrá-lo; outra explicação é dada à ida da Virgem para o<br />

Egipto, que <strong>de</strong>ixou pelo caminho muitos ramos <strong>de</strong> giesta para não se enganar na volta.<br />

Na Monografia do Concelho <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>, o Padre Manuel Alves Catarino refere<br />

que esta freguesia foi criada pouco <strong>de</strong>pois da freguesia <strong>de</strong> São Pedro do Esteval, por volta <strong>de</strong><br />

1554. Mas o património recentemente explorado pelo Campo Arqueológico Internacional <strong>de</strong><br />

<strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong> prova a antiguida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste lugar. Há vestígios <strong>de</strong> uma antiga povoação,<br />

murada com duas portas, do tempo dos romanos, conhecida por Castelo do Chão do Trigo,<br />

atestada por moedas <strong>de</strong> prata que ali foram encontradas: segundo o Padre Manuel Alves<br />

Catarino, algumas <strong>de</strong>las com data do nascimento <strong>de</strong> Jesus e outras <strong>de</strong>pois. Por volta <strong>de</strong> 1712,<br />

um homem que cavava as suas terras encontrou essas moedas <strong>de</strong> prata com a efígie dos<br />

imperadores romanos. Em 2017, os arqueólogos escavaram pela primeira vez este lugar,<br />

atribuível à Ida<strong>de</strong> do Ferro, estando integrada no projeto <strong>de</strong> investigação Mesopotamos –<br />

Povoamento do 5º ao 1º milénio a. C. entre o Tejo e o Zêzere na atual Beira Baixa. Tal como<br />

<strong>de</strong>screve João Caninas, diretor do Campo Arqueológico Internacional, trata-se <strong>de</strong> um povoado<br />

com uma muralha, envolvido pela ribeira do Estevês, on<strong>de</strong> no século XVIII há referência a um<br />

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