Agenda Cultural de Proença-a-Nova - Outubro de 2018
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continua a ser a principal fonte <strong>de</strong> rendimento do medronho, mas que a produção<br />
do fruto para consumo em fresco parece ser uma boa aposta, não só por ser um<br />
fruto rico do ponto <strong>de</strong> vista nutricional, mas também do ponto <strong>de</strong> vista da sustentabilida<strong>de</strong><br />
ambiental. No entanto, para a sua comercialização em fresco é necessária<br />
dar continuida<strong>de</strong> aos trabalhos <strong>de</strong> investigação, nomeadamente na instalação <strong>de</strong><br />
infraestruturas para conservação, no <strong>de</strong>sign da embalagem, no armazenamento e<br />
transformação e em ações <strong>de</strong> divulgação, marketing e na procura <strong>de</strong> circuitos <strong>de</strong><br />
comercialização. Das entida<strong>de</strong>s ouvidas neste estudo, todos concordam que será<br />
necessário realizar estudos <strong>de</strong> mercado para comprovar a aceitação dos produtos<br />
do medronho, bem como divulgá-los através <strong>de</strong> ações <strong>de</strong> marketing e estabelecer<br />
elos <strong>de</strong> ligação para programas <strong>de</strong> cooperação e investigação com o objetivo final<br />
<strong>de</strong> partilha <strong>de</strong> informação e aumento da competitivida<strong>de</strong>. Foi para respon<strong>de</strong>r a estes<br />
problemas que em 2014 foi criada a Cooperativa do Medronho, sediada no Parque<br />
Empresarial <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong>, e que junta produtores, autarquias e outras entida<strong>de</strong>s<br />
com a missão <strong>de</strong> promover da cultura do medronheiro e o cooperativismo dos<br />
produtores nacionais.<br />
Valorização do medronheiro e a <strong>de</strong>fesa da floresta<br />
Mas muito importante e um ponto a consi<strong>de</strong>rar é o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tampão do medronheiro<br />
no que se refere à progressão dos incêndios florestais. Num concelho como <strong>Proença</strong>a-<strong>Nova</strong>,<br />
os incêndios das últimas décadas comprometem a viabilida<strong>de</strong> económica<br />
da floresta atual, sendo que “a cultura do medronho representa uma excelente alternativa<br />
para povoamento <strong>de</strong> solos florestais e agrícolas dado que é uma espécie que<br />
não necessita <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s cuidados culturais. Não é exigente em água nem carece <strong>de</strong><br />
tratamentos fitossanitários”, refere Ciel Rodrigues, Técnico Superior do Gabinete <strong>de</strong><br />
Apoio ao Empresário e Agricultor da Câmara Municipal.<br />
As potencialida<strong>de</strong>s do medronheiro têm <strong>de</strong> ser vistas em “pelo menos três gran<strong>de</strong>s<br />
frentes”, <strong>de</strong>staca João Lobo, presi<strong>de</strong>nte da Câmara Municipal. Além das já referidas<br />
utilizações, a vantagem está na criação <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontinuida<strong>de</strong> florestal, contribuindo<br />
para a minimização dos riscos <strong>de</strong> incêndio. O medronheiro tem uma inflamabilida<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> risco mais baixo comparativamente a espécies como o pinheiro bravo, eucalipto,<br />
sobreiro ou castanheiro, po<strong>de</strong>ndo ser utilizado quer compondo o mosaico florestal,<br />
quer servindo <strong>de</strong> corta-fogo nas re<strong>de</strong>s primárias e secundárias <strong>de</strong> proteção e combate<br />
aos incêndios. A sua utilização junto às eólicas, <strong>de</strong>baixo das linhas <strong>de</strong> alta tensão<br />
e junto às linhas corta-fogo primárias, faz parte do plano, isto porque este arbusto<br />
é um corta-fogo muito eficiente, reduz a velocida<strong>de</strong> do fogo e é das plantas que se<br />
regenera mais rapidamente <strong>de</strong>pois do fogo, voltando a produzir em 2/3 anos.<br />
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