GAZETA DIARIO 878
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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 23 de maio de 2019<br />
ECONOMIA<br />
Demissões na prefeitura agravam a<br />
crise econômica em Ciudad del Este<br />
Quase mil lojas fecharam as portas em um ano, extinguindo aproximadamente seis mil postos de trabalho<br />
Ronildo Pimentel<br />
Reportagem<br />
A crise econômica<br />
em Ciudad del Este<br />
tende a se agravar. A<br />
prefeitura iniciou nesta<br />
semana a demissão<br />
de quase 900 servidores<br />
contratados nos<br />
últimos três meses,<br />
no governo interino<br />
da ex-prefeita Perla<br />
Rodríguez. Nos últimos<br />
12 meses, o aumento<br />
do dólar espantou<br />
os consumidores,<br />
levando ao fechamento<br />
de mais de mil lojas<br />
do centro comercial<br />
e ao encerramento<br />
de até seis mil postos<br />
de trabalho.<br />
Ao todo, a prefeitura<br />
irá exonerar 861<br />
pessoas, segundo lista<br />
elaborada a partir de<br />
contratos assinados<br />
nos últimos três meses<br />
— procedimento ilegal,<br />
uma vez que não havia<br />
previsão orçamentária<br />
correspondente. Se<br />
mantivesse todos os<br />
contratados, o recémeleito<br />
Miguel Prieto<br />
não teria como pagar<br />
salários e 13º já a partir<br />
de agosto.<br />
Foto: La Nacion<br />
A prefeita interina contratou ilegalmente 1.291 funcionários, dobrando os<br />
gastos municipais com a remuneração de pessoal<br />
De acordo com a imprensa<br />
paraguaia, para<br />
a função pública, a legislação<br />
trabalhista do<br />
país proíbe a contratação<br />
de funcionários sem<br />
contar com previsão<br />
orçamentária. A norma<br />
estabelece ainda que os<br />
primeiros seis meses de<br />
trabalho são considerados<br />
período de experiência<br />
e qualquer das<br />
partes pode rescindir o<br />
contrato.<br />
Legais<br />
Segundo Prieto, as<br />
demissões têm fundamento<br />
legal, por isso a<br />
prefeitura não se endividará<br />
com indenizações.<br />
As pessoas desvinculadas<br />
receberão, no<br />
final do mês, o pagamento<br />
pelos dias trabalhados.<br />
A prefeita interina<br />
contratou ilegalmente<br />
1.291 funcionários,<br />
dobrando os gastos<br />
municipais com a remuneração<br />
de pessoal.<br />
Com as demissões,<br />
prefeito e diretores viraram<br />
alvos de ameaças.<br />
A Câmara de Vereadores<br />
de Ciudad del<br />
Este enviou ofício à prefeitura<br />
pedindo informações<br />
sobre a situação<br />
de trabalho da diretora<br />
de Recursos Humanos,<br />
Yolanda Paredes.<br />
Ela trabalha sem<br />
receber salário.<br />
Geral<br />
Mil lojas fecharam em um ano<br />
O estrago que a crise econômica tem provocado<br />
em Ciudad del Este pode ser medido pelos<br />
números da Federação de Câmaras de Comércio.<br />
De acordo com os dados, das 4,3 mil lojas que<br />
funcionavam no ano passado, aproximadamente<br />
mil fecharam as portas nos últimos 12 meses.<br />
Os motivos já são conhecidos: a alta do dólar e a<br />
crise no Brasil e na Argentina, informa o órgão.<br />
Entre cinco mil e seis mil postos de trabalho foram<br />
encerrados nesse período, afirma o presidente da<br />
entidade, Juan Antonio Santamaría.<br />
A única maneira de sobreviver comercialmente,<br />
acredita o dirigente da federação, é tornar as<br />
empresas mais competitivas, atualizando as<br />
regras para as lojas: "O razoável é dar tempo ao<br />
governo para que possa fazer uma análise da<br />
situação".<br />
A presidente do Conselho de Desenvolvimento<br />
Econômico, Social e Ambiental de Ciudad del Este,<br />
Linda Taiyen, já havia informado que a queda nas<br />
vendas no comércio chega a 50%, em relação ao<br />
ano passado, o que está provocando recessão e<br />
desemprego. E o dólar não para de subir no Brasil.<br />
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