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GAZETA DIARIO 887

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06 Opinião Foz do Iguaçu, segunda-feira, 3 de junho de 2019<br />

Dr. Marcelo Azevedo<br />

DIREITO E INTERNET<br />

Fake news e seus impactos na<br />

sociedade e na economia<br />

O que são fake news?<br />

As fake news são notícias falsas, inventadas e manipuladas<br />

com o intuito de viralizar na rede mundial de<br />

computadores, atraindo com um pretenso verniz<br />

jornalístico a intenção do público e o resultado financeiro<br />

derivado dos cliques e visitas à página.<br />

Fake news também podem ser conceituadas como notícias<br />

fraudulentas, tendo em vista que, além de trazerem um<br />

conteúdo falso, que não condiz com a realidade, por<br />

intermédio de uma manchete curiosa ou tendenciosa,<br />

induzem o leitor a clicar em um link e tomar determinadas<br />

atitudes a partir desse momento. Tais comportamentos<br />

podem envolver desde a efetivação de uma compra em um<br />

site falso até mesmo o compartilhamento de matéria<br />

negativa ou falsa para terceiros.<br />

Fake news e seu impacto social<br />

Algumas pessoas acreditam que as fake news prejudicam<br />

apenas figuras públicas, mas isso não é uma regra. É o caso<br />

de uma mulher em São Paulo que foi espancada até a<br />

morte depois de ser acusada de sequestrar e matar crianças<br />

para fazer magia negra. Os boatos associavam seu nome e<br />

imagem ao crime, e só após de sua morte a verdade<br />

apareceu.<br />

Outra situação envolvendo fake news foi a da vereadora<br />

Marielle Franco, que teve seu nome vinculado a mentiras<br />

com o intuito de desqualificar sua imagem. Uma das<br />

notícias foi a de que ela seria casada com um traficante e<br />

eleita por uma das maiores facções criminosas do país, o<br />

Comando Vermelho. Contudo tais informações eram<br />

inverídicas!<br />

A divulgação e a proliferação das fake news afetam o meio<br />

social, pois desvirtuam as informações reais, levando as<br />

pessoas a acreditarem em uma mentira como se fosse a<br />

própria realidade. É o famoso "se está na internet é<br />

verdade". Nem sempre! Precisamos ter muito cuidado com<br />

o que lemos antes de divulgar ou compartilhar; devemos<br />

buscar a fonte da notícia para saber se estamos lendo uma<br />

notícia verdadeira ou uma fake news.<br />

Fake news e o impacto na economia<br />

O primeiro grande impacto de uma fake news é na imagem<br />

da marca. Um exemplo aconteceu em 2016, nos Estados<br />

Unidos, durante a corrida presidencial. Na época, a PepsiCo.<br />

sofreu boicote dos eleitores de Donald Trump por conta de<br />

uma declaração que a CEO da empresa nunca fez. O abalo<br />

na imagem leva à falta de credibilidade na instituição e,<br />

consequentemente, perda de clientes e contratos. No caso<br />

PepsiCo., a marca registrou uma queda de 35% nas vendas<br />

dos produtos. O estrago só não foi maior porque a<br />

companhia logo se posicionou evitando maiores perdas.<br />

E no caso da economia, os efeitos podem ser desastrosos.<br />

Diante de um boato ou notícia falsa, segurar profissionais<br />

de qualidade é um grande desafio. É preciso mostrar a<br />

verdade e trabalhar internamente, não só da porta para<br />

fora. As pessoas precisam continuar acreditando na gestão,<br />

na governança e na posição da empresa ou da liderança<br />

sobre aquela notícia falsa.<br />

Não podemos nos esquecer de quem está do lado de fora<br />

da empresa. Quem a corporação não conseguiu abordar<br />

por meio de notas explicativas e teve acesso somente a um<br />

lado da história terá uma imagem parcial e negativa.<br />

Identificar e apresentar a versão real da história a essas<br />

pessoas são uma tarefa mais complicada.<br />

E essa desinformação irá afetar diretamente no<br />

recrutamento de colaboradores, e a empresa terá mais<br />

dificuldade em contratar novos talentos.<br />

"Por mais que seja uma notícia falsa e haja uma reação<br />

rápida, a corporação, assim como a pessoa envolvida, não<br />

sairá ilesa."<br />

No mínimo, fica a dúvida<br />

No mercado, aqueles que não sabem se a notícia é real vão<br />

procurar não se aproximar. Potenciais clientes, em sua<br />

maioria, jogarão a negociação para depois: "Vamos<br />

conversar daqui a um ano, quando ninguém mais se<br />

lembrará disso". De qualquer forma, a dúvida já é uma<br />

forma de fechar portas e arranhar a imagem da empresa. O<br />

que dizer? A desconfiança já foi gerada.<br />

Então, antes de passar para frente aquela notícia recebida<br />

nas redes sociais, verifique a origem, cheque a fonte para<br />

saber se realmente é verdade ou uma fake news. A confiança<br />

é como um vaso de cristal; quando quebrado, por mais que<br />

tentemos colar, jamais voltará a ser como antes. E você<br />

pode responder criminalmente por isso. Precaução, use sem<br />

moderação.<br />

Marcelo Azevedo é advogado (OAB.74325) especializado em direito<br />

empresarial e processo penal, atua em reestruturação de operações<br />

empresariais e está especializando-se em direito de internet.<br />

Cartas ao Corvo<br />

O final de semana foi inspirador<br />

para muitos leitores. Muita gente resolveu<br />

enviar e-mails e notas via redes<br />

sociais. Vamos aproveitar a<br />

"segundona" para publicar a opinião<br />

dos leitores. Haja opinião!<br />

Dona Sanepar<br />

Veja que situação, seu Corvo. Choveu<br />

uma barbaridade nas últimas semanas,<br />

o que não é normal nesta época<br />

do ano. Aí amanheceu um domingão<br />

maravilhoso e, logo ao acordar e ver<br />

aquele sol colorido, pensei: vou fazer<br />

um churrasco! Ainda mais porque estou<br />

com a casa cheia de parentes. Cerca<br />

de 16 pessoas. Uns vieram correr<br />

na maratona e a "veiarada" aproveitou<br />

para passear. Quando saí do meu<br />

quarto levei um susto: tava todo mundo<br />

no corredor, de cara feia. Não tinha<br />

água. Não sobrou água para o povo<br />

escovar os dentes, pensa? E a turma<br />

saiu de beiço para ir na maratona. E<br />

não demorou muito voltaram suados,<br />

fedendo e nada de água. Deu foi um<br />

desespero e, não teve jeito, liguei na<br />

Sanepar. Explicaram que precisaram<br />

cortar o abastecimento para limpar os<br />

tanques. Mas num domingo? Não podiam<br />

fazer isso durante a semana?<br />

Oswaldo Cerias Dal'Loquio<br />

O Corvo comenta: as chuvas sujaram<br />

o reservatório, e isso poderia comprometer<br />

a qualidade da água. Por isso<br />

a Sanepar fez a limpeza na madrugada<br />

de domingo, naturalmente aproveitando<br />

o tempo bom. Por volta das 10h30, o<br />

fornecimento voltou ao normal.<br />

Novo transporte<br />

Corvo, espero que as modificações<br />

façam a cabeça do povo. Faz um<br />

tempão que a minha família não utiliza<br />

o transporte. Hoje a gente pega<br />

aplicativo até para as crianças irem<br />

para a escola. Se dividir por três, sai<br />

mais barato. Mas é bom saber que colocaram<br />

ônibus novos e com ar-condicionado.<br />

Pelo o que vocês publicaram,<br />

boa parte da frota foi renovada. Eu<br />

achei que com a saída da maior empresa<br />

(Gato Branco) as coisas iriam<br />

complicar, mas parece que melhorou!<br />

Vai entender isso... Mas com tantas<br />

ofertas de transporte, pode ser que os<br />

ônibus circulem menos lotados e as<br />

pessoas voltem a utilizá-los.<br />

Lotário Veiga<br />

O Corvo responde: prezado, o transporte<br />

está passando por alterações muito<br />

positivas. O Consórcio Sorriso se organiza<br />

para agradar aos usuários porque,<br />

se não fizer isso, o sistema é quem<br />

paga o pato. Mas conversando com os<br />

empresários e o pessoal do Foztrans, é<br />

provável que as coisas melhorem ainda<br />

mais.<br />

Orçamento<br />

Participativo<br />

Pois então, prezado colunista.<br />

É muito boa a ideia de haver uma<br />

conversa entre a prefeitura e o<br />

povo. Pelo que li no seu jornal, a<br />

primeira edição do Orçamento<br />

Participativo foi bem prestigiada,<br />

com quase 300 pessoas (incluindo<br />

as crianças). Mas não entendi<br />

bem a razão desses encontros.<br />

O que a gente opinar, eles<br />

vão fazer? Porque cansei de ver<br />

político visitar a vila e nada acontecer.<br />

Marcos Hojas<br />

O Corvo responde: em palavras<br />

mais simples, as reuniões visam<br />

a discutir como gastar a grana<br />

do povo em 2020, e nada mais<br />

justo porque a prefeitura é quem<br />

"administra" essa coleta de impostos<br />

e aplica o dinheiro e<br />

benfeitorias repassadas pelos governos<br />

estadual e federal. Sendo<br />

assim, antes de formular o orçamento<br />

e prestar contas, o prefeito<br />

quer a opinião da população. Isso<br />

aproxima mais o cidadão da administração<br />

e Legislativo, fazendoo<br />

sentir-se mais valorizado. Por<br />

outro lado, a cobrança será maior<br />

caso as promessas não sejam<br />

cumpridas.<br />

Câmara<br />

Pois então, Corvo, estamos vivendo<br />

um momento diferente<br />

em Foz. Os vereadores aparecem<br />

mais trabalhando do que<br />

aprontando e se envolvendo em<br />

escândalos. É o velho ditado: o<br />

ócio é o ofício do capeta. Quando<br />

o povo trabalha as coisas<br />

acontecem e a população começa<br />

a acreditar que a política pode<br />

resolver algo.<br />

Martha Mendonça<br />

O Corvo responde: prezada,<br />

a Câmara está alcançando um volume<br />

de atividades acima da média,<br />

se comparado aos anos anteriores.<br />

Isso também quer dizer que<br />

a população pode estar mais ativa,<br />

cobrando mais intensamente<br />

a atividade parlamentar.<br />

Eleições<br />

Prezado e excelentíssimo<br />

senhor Corvo, ouvir falar de eleições<br />

chega a dar uma dor no<br />

estômago da gente. Isso cansa!<br />

Deviam dar um tempo para a<br />

cabeça dos cidadãos e adiar essas<br />

escolhas políticas por alguns<br />

anos. Mal saímos de uma<br />

eleição, vamos entrar em outra.<br />

E agora começa essa onda de<br />

político ficar visitando a gente,<br />

ligando, indo tomar cafezinho<br />

sem ser convidado. O ano eleitoral<br />

é daqui a seis meses. Vamos<br />

relaxar e procurar outra<br />

coisa para fazer. E você, dá um<br />

tempo, Corvo; já fica de veneno<br />

para todo o lado.<br />

Paulo Correa Mello<br />

O Corvo responde: prezado,<br />

isso sempre foi, é e será assim.<br />

Infelizmente o nosso modo de<br />

vida depende disso. Se os nossos<br />

representantes pisarem na bola,<br />

sofreremos as consequências, então<br />

sempre é bom ficar de olho<br />

nas movimentações políticas. O<br />

Brasil vive essa expectativa de<br />

sair da crise, e a participação popular<br />

é essencial. Devemos pensar<br />

em fortalecer a democracia e<br />

não "deixar as coisas para lá".<br />

Tudo começa em nosso bairro, cidade,<br />

estado, e vivemos num país<br />

que requer muitos ajustes e reformas.<br />

General gente boa<br />

Corvo, será que podia me fazer<br />

um favor? Me diz como posso<br />

conhecer o novo diretor-geral<br />

de Itaipu. Queria muito<br />

encontrá-lo para dar um forte<br />

aperto de mão! Puxa vida, o homem<br />

está economizando e fazendo<br />

esse monte de coisas.<br />

Será que isso é possível?<br />

João Antônio Gomes<br />

O Corvo responde: como esta<br />

coluna está sendo elaborada no<br />

domingo, o Corvo não quis entrar<br />

em contato com as assessorias<br />

de Itaipu. Mas o senhor pode<br />

procurar o Centro Executivo, ligando<br />

antes e sabendo se há disponibilidade<br />

na agenda do general<br />

Joaquin Silva e Luna. Como<br />

sabemos, é uma pessoa muito<br />

ocupada, e o senhor, como<br />

barrageiro aposentado, deve saber<br />

disso. De outra maneira, o<br />

general é acessível, simpático e<br />

se considera um servidor público,<br />

como de fato é. Se ele puder,<br />

aceitará o aperto de mão com<br />

prazer.

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