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GAZETA DIARIO 887

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08 Cidade Foz do Iguaçu, segunda-feira, 3 de junho de 2019<br />

Fábio Campana<br />

Bolsonaro e as 'sabotagens'<br />

'Já chorei pra caramba', disse o presidente Jair<br />

Bolsonaro em entrevista; também disse que<br />

"imaginava que ia ser difícil, mas não tão difícil<br />

assim", sobre comandar o país. Ele-diz-que-sofresabotagens-e-muita-pressão-no-governo.<br />

Denunciou<br />

que sofre "sabotagens" no governo, com ministérios<br />

aparelhados e políticos inexperientes que<br />

esperavam dele resolver problemas "no peito e na<br />

raça". Em entrevista à revista Veja , publicada na<br />

manhã desta sexta-feira (31), o presidente criticou a<br />

influência da esquerda sobre o Ministério da<br />

Educação e até o da Defesa.<br />

"É uma luta de poder. Há sabotagens às vezes de<br />

onde você nem imagina. No Ministério da Defesa,<br />

por exemplo, colocamos militares nos postos de<br />

comando. Antes, o ministério estava aparelhado por<br />

civis. Havia lá uma mulher em cargo de comando<br />

que era esposa do 02 do MST. Tinha ex-deputada do<br />

PT, gente de esquerda… Pode isso? Mas o<br />

aparelhamento mais forte mesmo é no Ministério da<br />

Educação", disse Bolsonaro .<br />

O presidente disse não ser contra os estudos nas<br />

escolas e universidades sobre Che Guevara, o<br />

guerrilheiro líder da Revolução Cubana, contanto<br />

que também se fale aos estudantes sobre o coronel<br />

Brilhante Ustra (apontado como torturador durante<br />

a ditadura militar).<br />

Deputado do PSL agride<br />

O deputado federal Julian Lemos (PSL-PB), que foi<br />

coordenador da campanha presidencial de Jair<br />

Bolsonaro no Nordeste, agrediu com uma cabeçada<br />

o seu colega deputado Expedito Netto (PSD-RO) no<br />

plenário da Câmara na quarta-feira, 29. Netto disse<br />

que vai denunciar o colega ao Conselho de Ética, que<br />

tem a prerrogativa de recomendar a cassação do<br />

mandato. A confusão começou quando Lemos deu<br />

um empurrão no deputado Edmilson Rodrigues<br />

(PSOL-PA). Netto foi repreender verbalmente o<br />

deputado do PSL, que reagiu com a cabeçada.<br />

Fraca, incompetente<br />

Nas redes sociais, o deputado Alexandre Frota (PSL-<br />

SP), ao comentar o fato, perguntou se o deputado<br />

Expedito Netto vai responder, no Conselho de Ética da<br />

Câmara, pelas "agressões verbais recentemente<br />

dirigidas a deputada Geovania de Sá (PSDB-SC),<br />

quando disse, aos gritos, que ela era fraca e<br />

incompetente". A deputada afirmou que também<br />

levará o caso ao Conselho de Ética, segundo o Estadão.<br />

Estudantes repõem faixa<br />

Para provar a força do movimento, nada, nem<br />

mesmo chuva e frio, conseguiu diminuir a<br />

manifestação de protesto contra os cortes de<br />

recursos do governo Bolsonaro para a educação. O<br />

momento mais importante foi o da recolocação da<br />

faixa "EM DEFESA DA EDUCAÇÃO" na fachada do<br />

prédio da Universidade Federal do Paraná. Maior e<br />

num ponto mais alto das colunas do prédio histórico.<br />

A faixa havia fora retirada por manifestantes de<br />

Bolsonaro, no último domingo.<br />

Resistência<br />

"Isso mostra que toda vez que a educação for<br />

atacada estaremos aqui para defendê-la e colocá-la<br />

num ponto ainda mais alto", disse Paulo Vieira Neto,<br />

presidente da Associação dos Professores da UFPR,<br />

uma das entidades que participam do ato em<br />

Curitiba. A nova faixa traz novamente a frase "em<br />

defesa da Educação". Tem, porém, uma observação<br />

sobre quem custeou sua confecção: "este material<br />

foi produzido e pago com recursos de colaboradores<br />

externos, ex-alunos, alunos, técnicos e professores".<br />

"Temos responsabilidade e não usamos dinheiro<br />

público para nos manifestar", lembrou o estudante<br />

Edilonson de Oliveira, integrante do DCE (Diretório<br />

Central dos Estudantes) da UFPR.<br />

Joice será candidata<br />

Lideranças do PSL se reuniram na tarde desta quintafeira<br />

30 a pedido do presidente nacional do partido,<br />

Luciano Bívar. Participaram a deputada Joice<br />

Hasselmann (SP), Alexandre Frota (SP), Junior Bozzella<br />

(SP) e Felipe Francischini (PR). O encontro aconteceu<br />

um dia após Frota e Bozella entrarem com pedido<br />

junto à direção do partido para que o deputado<br />

Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, seja<br />

desligado da presidência da legenda em São Paulo.<br />

PARALISAÇÃO NACIONAL<br />

Sindicato diz que maioria<br />

das escolas e CMEIs<br />

fechará no dia 14 de junho<br />

Profissionais da educação se preparam para aumentar a<br />

pressão; categoria propõe repor dia de trabalho<br />

Da redação com assessoria<br />

Reportagem<br />

Mais de 60 representantes<br />

de escolas municipais e<br />

CMEIs de Foz do Iguaçu<br />

participaram de reunião<br />

com líderes do Sindicato<br />

dos Professores e Profissionais<br />

da Educação Pública<br />

Municipal de Foz do Iguaçu<br />

(Sinprefi), na Escola Municipal<br />

Josinete Holler.<br />

O assunto principal do<br />

encontro foi a participação<br />

dos profissionais da educação<br />

municipal na Greve<br />

Geral convocada para 14 de<br />

junho, em todo o país. A<br />

maioria das escolas e dos<br />

CMEIs da cidade deverá<br />

fechar nesse dia.<br />

"A adesão está grande.<br />

Estamos negociando a reposição<br />

deste dia de trabalho<br />

e pedimos que os pais de<br />

alunos nos apoiem nessa<br />

luta, que é por toda a educação<br />

pública, incluindo a<br />

educação básica", explica a<br />

presidente do Sinprefi,<br />

Marli M. de Queiroz.<br />

Durante a reunião, os<br />

representantes das unidades<br />

escolares foram informados<br />

dos motivos que levaram<br />

ao protesto: reforma<br />

da Previdência e cortes que<br />

afetam a Educação, especialmente<br />

os recursos do Fundo<br />

de Manutenção e Desenvolvimento<br />

da Educação<br />

Básica (Fundeb).<br />

O município de Foz do<br />

Iguaçu tem recebido em torno<br />

de R$ 8,5 milhões do Fundeb<br />

por mês, segundo o presidente<br />

do Conselho de<br />

Acompanhamento e Controle<br />

Social do Fundeb local, Síl-<br />

Durante a assembleia, os professores prometeram aderir ao movimento nacional<br />

vio Benitez — que também é<br />

diretor de Assuntos Sociais e<br />

Saúde do Sinprefi.<br />

A verba garante praticamente<br />

a metade do orçamento<br />

da Secretaria Municipal<br />

da Educação. "Esse dinheiro<br />

é usado, principalmente,<br />

para o pagamento<br />

dos salários dos professores.<br />

Reduzir esse repasse<br />

pode afetar em cheio a valorização<br />

profissional que<br />

tanto buscamos", avalia.<br />

A estimativa é de que as<br />

Marli Queiroz: "A<br />

adesão é grande"<br />

perdas sejam de mais de R$<br />

4 milhões, por mês, para Foz<br />

do Iguaçu. Sílvio Benitez<br />

aponta também que os recursos<br />

do Fundeb são originários,<br />

especialmente, de<br />

impostos como o Imposto<br />

Sobre Circulação de Mercadorias<br />

e Serviços<br />

(ICMS), Imposto sobre<br />

Produtos Industrializados<br />

(IPI) e Imposto sobre a<br />

Propriedade de Veículos<br />

Automotores (IPVA).<br />

Conselho Estadual aprova<br />

estado de greve no Paraná<br />

Professores e funcionários dos 29 núcleos<br />

sindicais da APP, como integrantes do Conselho<br />

Estadual, participaram de uma reunião, na sede<br />

do sindicato em Curitiba, para analisar as<br />

mobilizações e atos da categoria no último<br />

período e, coletivamente, decidir sobre as<br />

próximas ações em defesa de uma educação<br />

pública com mais qualidade.<br />

A manhã de debates começou com uma análise de<br />

conjuntura feita pela direção estadual e<br />

convidados manifestando apoio à luta pela<br />

data-base e contra a reforma da Previdência.<br />

O economista Cid Coordeiro, um dos responsáveis<br />

pelos estudos técnicos do Fórum das Entidades<br />

Sindicais (FES), também conversou com os<br />

representantes demonstrando as possibilidades<br />

financeiras para o pagamento da data-base.<br />

Reforçando a argumentação do FES, que o calote<br />

na reposição da inflação (acumulada há mais de<br />

três anos), é um impasse político, e não<br />

financeiro, portanto, as mobilizações da APP-<br />

Sindicato são a forma<br />

que a categoria tem para<br />

resistir e avançar.<br />

A direção estadual<br />

propôs, e o conselho<br />

auxiliou na construção<br />

de um documento<br />

público chamado<br />

Manifesto da Educação.<br />

O documento aponta<br />

quais são as propostas e<br />

defesas da APP-Sindicato<br />

para uma educação<br />

pública humanizadora,<br />

gratuita, democrática,<br />

laica, integral, desmilitarizada<br />

e de qualidade para<br />

todos e todas.

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