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Agenda Cultural de Proença-a-Nova - Julho 2019

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<strong>Agenda</strong> <strong>Cultural</strong> <strong>de</strong> <strong>Proença</strong>-a-<strong>Nova</strong> julho / Agosto <strong>2019</strong><br />

Souto <strong>de</strong>riva do latim saltus que significa passagem<br />

estreita, floresta e prado, <strong>de</strong> acordo com o dicionário<br />

da Língua Portuguesa. Admite outros significados<br />

como bosque <strong>de</strong>nso = salto; área arborizada<br />

para passeio = alameda; ou mata <strong>de</strong> castanheiros<br />

= castanhal, castanhedo. Atravessada pela estrada<br />

municipal 1322, o enquadramento ver<strong>de</strong> e paisagem<br />

on<strong>de</strong> ainda dominam muitos castanheiros faz jus ao<br />

seu significado. Este lugar era constituído por dois artigos<br />

rústicos, o Souto Cimeiro, proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma<br />

família proveniente da Castanheira, e o Souto Fun<strong>de</strong>iro,<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma família <strong>de</strong> Alvito da Beira. O<br />

avô <strong>de</strong> António Barata, por herança familiar, herdou<br />

um pedaço <strong>de</strong> terra no Souto Cimeiro e aí construiu a<br />

sua casa. Foi o primeiro habitante do Souto, ao qual<br />

se seguiram as gerações seguintes, todos da mesma<br />

família. No Souto Fun<strong>de</strong>iro fixou-se uma família <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>nte<br />

dos Vales e assim se formou esta localida<strong>de</strong>.<br />

Localizada na encosta sul da Serra das Corgas, o Souto<br />

foi quase sempre uma al<strong>de</strong>ia com poucos habitantes:<br />

em 1970 registava 30 moradores, a década com<br />

maior registo, em 2001 eram apenas 21 e em 2011<br />

os Censos indicavam 17. Atualmente são pouco mais<br />

<strong>de</strong> nove os moradores efetivos.<br />

O gran<strong>de</strong> recurso económico do Souto foi a apanha<br />

da castanha, importante fonte <strong>de</strong> rendimento para<br />

os seus habitantes. Depois do apogeu <strong>de</strong>ste fruto,<br />

seguiu-se o pinheiro bravo e a resinagem, impulsionada<br />

pelos resineiros das Corgas que vinham até ao<br />

lado sul da serra para as campanhas até aos anos<br />

90. A agricultura <strong>de</strong> subsistência passou a ser a ativida<strong>de</strong><br />

principal da maioria dos habitantes. Antóabc<br />

das localida<strong>de</strong>s<br />

SOUTO<br />

“<br />

Este lugar era constituído por dois<br />

artigos rústicos, o Souto Cimeiro,<br />

proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma família<br />

proveniente da Castanheira, e o<br />

Souto Fun<strong>de</strong>iro, proprieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

uma família <strong>de</strong> Alvito da Beira<br />

“<br />

nio Salgueiro, <strong>de</strong> 90 anos, tem nas mãos a mestria<br />

das enxertias, cuja fama chegava a vários pontos<br />

do concelho. “É do trabalho que nasce a mestria”,<br />

revela, e tem ensinado este ofício a muitos outros<br />

companheiros para que o seu saber perdure no<br />

tempo. Os gran<strong>de</strong>s agricultores da região, sabendo<br />

da sua arte, vinham contratá-lo ao dia na época<br />

das enxertias das árvores <strong>de</strong> fruto, da vinha e dos<br />

castanheiros. Enquanto fala, as mãos <strong>de</strong> António<br />

Salgueiro acompanham a explicação e ainda não<br />

esqueceram o ofício: corte, pincelar, atar.<br />

“<br />

O gran<strong>de</strong> recurso económico do<br />

Souto foi a apanha da castanha,<br />

importante fonte <strong>de</strong> rendimento para<br />

os seus habitantes. Depois do apogeu<br />

<strong>de</strong>ste fruto, seguiu-se o pinheiro<br />

bravo e a resinagem, impulsionada<br />

pelos resineiros das Corgas que<br />

vinham até ao lado sul da serra para<br />

as campanhas até aos anos 90<br />

As idas à Sobreira Formosa reservavam-se apenas<br />

para as idas à feira e à missa. À se<strong>de</strong> do concelho<br />

era raro ir por ser mais longe e o trajeto era feito a<br />

pé. Nos intervalos que a vida do campo dava ia-se<br />

à pesca na ribeira da Castanheira ou armavam-se as<br />

costelas nos campos.<br />

Livrou-se da tropa, mas não escapou à dureza da<br />

vida <strong>de</strong> ratinho no Alentejo durante sete anos.<br />

“<br />

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