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Revista Lubes em Foco - Ed 70 / Lubes em Foco Magazine - Issue 70

Revista Lubes em Foco / Lubes em Foco Magazine Revista sobre lubrificantes e lubrificação - País Brasil / Lubricants and lubrication magazine - Country Brazil

Revista Lubes em Foco / Lubes em Foco Magazine
Revista sobre lubrificantes e lubrificação - País Brasil / Lubricants and lubrication magazine - Country Brazil

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Dez/Jan 19<br />

Ano XII • nº <strong>70</strong><br />

Publicação<br />

Bimestral<br />

EM FOCO<br />

A revista do negócio de lubrificantes<br />

Motores e lubrificantes marítimos<br />

precisam se adaptar à nova realidade<br />

O uso de combustíveis com baixo teor de enxofre (IMO-2020).<br />

O Mercado Brasileiro de Lubrificantes<br />

Como foi o des<strong>em</strong>penho do mercado <strong>em</strong> 2018 e as<br />

peculiaridades de um ano de difícil consolidação.


Estar conectado é estar por<br />

dentro de tudo...<br />

e tudo, você só encontra aqui:<br />

O PORTAL LUBES, o mais novo espaço na internet para a indústria de lubrificantes e<br />

também para o público interessado no segmento industrial e automotivo já está no ar.<br />

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mercado de lubrificantes, eventos, guia de negócios, revista, além das colunas com<br />

opiniões e informações de especialistas do setor.<br />

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2


<strong>Ed</strong>itorial<br />

A Utilizamos ao longo do ano de 2018 os números liberados pelo Sist<strong>em</strong>a Informatizado de Movimentação<br />

de Produtos – SIMP da ANP, entendendo que seria a melhor consolidação de todos os volumes envolvidos na<br />

comercialização de lubrificantes no país.<br />

A tarefa de levantar números precisos para o mercado de lubrificantes nunca foi fácil e t<strong>em</strong> sido um grande<br />

desafio até mesmo para (SIMP), que precisa ser alimentado com números enviados pelo mercado. Dessa forma, a<br />

necessidade de uma análise crítica sobre os números, aliada a uma pesquisa específica com os principais players<br />

do mercado, é imprescindível para que possamos entender melhor o ambiente e as particularidades e chegarmos a<br />

um número aproximado com mais acurácia.<br />

Um olhar para os fatores que impactaram o mercado de lubrificantes no ano de 2018, nos colocou de sobreaviso<br />

a respeito do comportamento desse mercado, que t<strong>em</strong> historicamente acompanhado o desenvolvimento do país e,<br />

mais especificamente, do setor industrial. No ano passado, com impactos da greve dos caminhoneiros e também das<br />

eleições, o PIB Nacional cresceu, <strong>em</strong>bora timidamente, atingindo cerca de 1,1%, enquanto a indústria automobilística<br />

apresentou um des<strong>em</strong>penho muito bom. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e<br />

Estatística – IBGE, o setor de veículos, motos, partes e peças teve um crescimento de 15,1% <strong>em</strong> 2018, o maior <strong>em</strong> 11<br />

anos. A alta foi puxada pela redução de impostos e os lançamentos de carros novos. Enquanto isso, a produção do<br />

agronegócio acenou com boas perspectivas, fazendo com que a produção de máquinas agrícolas crescesse 23,8%<br />

<strong>em</strong> 2018.<br />

Outro fator importante nessa análise é o comportamento do mercado de óleos básicos no ano passado. Foi<br />

observado um crescimento de 19% no mercado total desse insumo, com recorde de importação, aumento da<br />

produção nas refinarias brasileiras e crescimento nas vendas de básicos rerrefinados.<br />

Essa observação nos levou a criticar e aprofundar ainda mais a análise dos números, para concluir que não<br />

poderia haver queda no volume de lubrificantes. Esse detalhamento nos apresentou um crescimento de vendas na<br />

ord<strong>em</strong> de 2,0% com relação a 2017, o que traz coerência e consistência entre os parâmetros adotados.<br />

Os <strong>Ed</strong>itores<br />

Publicado por:<br />

EDITORA ONZE LTDA.<br />

Rua da Glória 366 - sala 1101 - parte<br />

CEP 20241-180 - Rio de Janeiro - RJ - Brasil<br />

Tel.: (5521) 2224-0625<br />

e-mail: comercial@lubes.com.br<br />

Conselho <strong>Ed</strong>itorial<br />

Gustavo <strong>Ed</strong>uardo Zamboni<br />

Pedro Nelson Abicalil Belmiro<br />

Jornalista Responsável<br />

Angela Maria A. Belmiro - reg. 19.544-90-69<br />

<strong>Ed</strong>itor Chefe<br />

Pedro Nelson A. Belmiro<br />

Diretor de Arte<br />

Gustavo <strong>Ed</strong>uardo Zamboni<br />

Capa<br />

Gustavo <strong>Ed</strong>uardo Zamboni<br />

Layout e <strong>Ed</strong>itoração<br />

Gustavo <strong>Ed</strong>uardo Zamboni<br />

Revisão<br />

Angela Belmiro<br />

Impressão<br />

Grafitto Gráfica e <strong>Ed</strong>itora Ltda<br />

Publicidade e Contato Comercial<br />

Shirley Barbosa<br />

(5521) 2224-0625 R-22<br />

shirley@editoraonze.com.br<br />

E-mail dos leitores e site<br />

leitores@lubes.com.br<br />

www.lubes.com.br<br />

Cadastramento de leitor e assinaturas<br />

Portal <strong>Lubes</strong><br />

www.portallubes.com.br<br />

3


4


Sumário<br />

6<br />

Lubrificantes<br />

12<br />

15<br />

17<br />

21<br />

24<br />

26<br />

marítimos<br />

Especialista mostra os impactos dos baixos teores de enxofre<br />

dos combustíveis nas formulações de óleos lubrificantes.<br />

Nova tecnologia API SN-Plus - Novo desafio<br />

A questão do LSPI (Low Speed Pre Ignition), combustão<br />

descontrolada a frio, resolvida com aditivos.<br />

Segurança Química<br />

Especialista da CETESB nos fala da importância do conhecimento<br />

para evitar acidentes com produtos químicos.<br />

A escolha correta do Fluido Hidráulico<br />

O fluido hidráulico é o componente mais crítico e a que se<br />

deve dar maior atenção <strong>em</strong> qualquer sist<strong>em</strong>a hidráulico.<br />

O Mercado Brasileiro de Lubrificantes<br />

Uma análise dos números de mercado para o ano de 2018,<br />

com pesquisa detalhada pela revista <strong>Lubes</strong> <strong>em</strong> <strong>Foco</strong>.<br />

O mercado <strong>em</strong> foco<br />

Um resumo do mercado brasileiro de lubrificantes e a participação<br />

das <strong>em</strong>presas do setor.<br />

Programação de Eventos<br />

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5


LUBRIFICANTES<br />

Lubrificantes<br />

Marítimos<br />

Impacto dos Combustiveis<br />

de Baixo Enxofre nos<br />

Lubrificantes Maritimos<br />

Por: Marcos Davi Rufino dos Santos<br />

A indústria marítima v<strong>em</strong> passando por mudanças s<strong>em</strong> precedentes<br />

na história recente, que impactam diversos atores do<br />

setor. A combinação de varios aspectos, como a nova dinâmica<br />

no ambiente de negócios da indústria , a evolução no desenho<br />

dos motores marítimos de longo curso, a necessidade de expansão<br />

na utilização de básicos Grupo II e as cada vez mais restritas<br />

regulações ambientais e de <strong>em</strong>issões ao redor do mundo, v<strong>em</strong><br />

estabelecendo novos rumos no desenvolvimento de lubricantes<br />

marítimos, aumentando significativamente sua complexidade.<br />

Com a impl<strong>em</strong>entação dos novos limites de enxofre estabecidos<br />

pela IMO (International Maritime Organization) a partir do ano<br />

2020, o t<strong>em</strong>po tornou-se curto para nos prepararmos.<br />

Condições de Mercado<br />

Já há algum t<strong>em</strong>po, as condições de competividade impostas<br />

pelo mercado de transporte marítimo vêm pressionando as companhias<br />

de navegação a reduzir seus custos de operação. Apesar<br />

de alguns sinais de recuperação no comércio internacional, ainda<br />

se registra globalmente um excesso de capacidade na frota atual.<br />

Outro aspecto a ser considerado são as consolidações, alianças e<br />

fusões, o que também contribui para um maior foco na redução<br />

de custos de operação, que impõe, entre outras coisas, o surgimento<br />

de iniciativas para a economia no consumo de lubrificantes.<br />

Apesar da continuidade da pratica de slow steaming na<br />

operação dos navios e redução na carga de operação, o desenho<br />

de motores mais modernos t<strong>em</strong> foco na maior eficiência<br />

de queima de combustivel, o que afeta as condições de combustão,<br />

trazendo como consequência novos requisitos de des<strong>em</strong>penho<br />

para os lubrificantes de motor.<br />

Tradicionalmente, lubrificantes marítimos são formulados<br />

com básicos grupo I, que são preferidos por seu maior poder<br />

de solvência e capacidade de lidar com contaminantes no lubricante<br />

que resultam de sua exposição a combustíveis de alto teor<br />

de enxofre (High Sulfur Fuel Oils - HSFO). Esta tendência está na<br />

contramão de outros setores da indústria, <strong>em</strong> que a utilização<br />

de básicos grupo I v<strong>em</strong> se tornando cada vez mais escassa. Ao<br />

longo dos anos, a produção de bãsicos grupo I v<strong>em</strong> caindo<br />

globalmente, sendo gradualmente substituída por capacidades<br />

extras de grupo II. È cada vez mais importante que os lubricantes<br />

e pacotes de aditivos sejam desenvolvidos para manter seu<br />

des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong> ambos os básicos grupo 1 e grupo II.<br />

Teor de Enxofre nos Combustíveis Navais -<br />

A jornada para 2020<br />

A Figura 1 mostra a evolução na quantidade de enxofre permitido<br />

no combustivel marítimo.<br />

6


A IMO, agência de transporte marítimo das Nações Unidas,<br />

v<strong>em</strong> trabalhando há décadas para reduzir os impactos causados<br />

pelas <strong>em</strong>barcações ao meio ambiente. As regulamentações foram<br />

desenvolvidas com o objetivo de reduzir a poluição atmosférica,<br />

probl<strong>em</strong>as de saúde e meio ambiente. No ano de 2005 ,foi<br />

pela primeira vez estabelecido um limite para o enxofre no combustível<br />

marítimo (Global Sulfur Cap) <strong>em</strong> 4,5% <strong>em</strong> peso, sendo,<br />

<strong>em</strong> seguida, reduzido para 3.5% no ano de 2012.<br />

Nos anos mais recentes, desde 2005, a expansão das zonas<br />

ECA (Emission Control Areas) começou a restringir ainda mais a<br />

utilizaçao de HFO (Heavy Fuel Oil - bunker) <strong>em</strong> determinadas<br />

áreas geográficas: Mar Báltico, Mar do Norte, zonas costeiras dos<br />

Estados Unidos Unidos e Canadá, Caribe Americano e, mais recent<strong>em</strong>ente,<br />

<strong>em</strong> algumas bacias fluviais na Ásia. Originalmente<br />

as zonas ECA limitavam o teor de enxofre a 1.0 %, mas evoluíram<br />

para reducões maiores, chegando hoje a 0.1% de limite máximo.<br />

Em 2008, a IMO estabeleceu que, <strong>em</strong> 2020, o teor de enxofre<br />

nos combustíveis navais seja limitado <strong>em</strong> 0.5 %, reconhecendo<br />

a necessidade de revisão dos impactos e disponibilidade<br />

de combustiveis de baixo enxofre por parte dos refinadores. Em<br />

outubro de 2016, a IMO comunicou sua decisão final de manter<br />

o compromisso com 2020 como ano de início da nova regulamentação,<br />

s<strong>em</strong> possibilidade de atrasos adicionais com novas<br />

revisões. Alguns atores do setor tinham a expectativa de postergação<br />

para 2025, a fim de permitir mas t<strong>em</strong>po para estudos e<br />

preparaçao, mas a decisão da IMO já é aceita como final.<br />

A distribuição dos combustiveis e o universo<br />

dos lubrificantes marítimos serão diferente<br />

A figura 2 representa uma visão sobre os tipos de combustíveis<br />

que estarão disponíveis. Existe uma variedade de pontos<br />

de vista de alguns consultores sobre a participacão relativa entre<br />

as catergorias de combustiveis. Três ex<strong>em</strong>plos inclu<strong>em</strong> a Wood<br />

Mackenzie, PIRA Fuel Outlook (parte da S&P Global Platts) e<br />

Marine and Energy Consulting Limited, entre outras.<br />

A regulamentação IMO 2020 vai forçar uma mudança nas<br />

opções de combustível hoje disponíveis para a indústria naval.<br />

Atualmente o fornecimento está baseado, <strong>em</strong> grande parte, no<br />

óleo combustivel marítimo pesado (HFO), com uma participaçao<br />

de combustiveis destilados na ord<strong>em</strong> dos 20-25% contendo 1%<br />

de enxofre, ou menos. Com a impl<strong>em</strong>entaçao do IMO 2020, o<br />

Figura 1 - Evolução do Teor de Enxofre - IMO Global<br />

7


Figura 2 - Representação da Distribuição de Combustiveis<br />

que se espera é uma redução significativa na utilização do HFO,<br />

expandindo na mesma medida o uso de combustíveis destilados<br />

e LNG (Gas Natural Liquefeito), além de uma nova categoria de<br />

combustiveis que foi introduzida no mercado para atender à especificaçao<br />

de 0.5% S. Este combustivel de 0.5% de teor de enxofre<br />

não existe hoje <strong>em</strong> dia, e é dificil prever com o que exatamente<br />

ele vai se ass<strong>em</strong>elhar. Eles pod<strong>em</strong> ser por ex<strong>em</strong>plo produtos de<br />

um processo mais robusto de refino para r<strong>em</strong>oção de enxofre, ou<br />

pod<strong>em</strong> ser resultado de mistura entre os já existentes HFOs com<br />

combustiveis destilados de baixo enxofre <strong>em</strong> proporções que produzam<br />

os 0.5% de enxofre estabelecidos na mistura final.<br />

È razoavel assumir que não haverá uma solução única, havendo<br />

certamente diversas formas de atender aos requerimentos,<br />

como por ex<strong>em</strong>plo:<br />

• y Continuar a utilizar combustíveis de alto teor de enxofre<br />

(3.5% S ou mais) <strong>em</strong> combinação com sist<strong>em</strong>as eficientes de<br />

lavadores de gases (scrubbers) como alternativa para mitigação;<br />

• y Converter as <strong>em</strong>barcações para trabalhar<strong>em</strong> com combustiveis<br />

refinados de baixo enxofre ou mistura de combustiveis;<br />

• y Ampliar da utilizaçao de combustíveis alternativos, como<br />

por ex<strong>em</strong>plo o LNG.<br />

Os operadores terão que optar entre fazer um investimento<br />

antecipado <strong>em</strong> retrofitting / instalação de lavadoires de gases<br />

(scrubber) ou conversão dos motores para utilizaçao de combustiveis<br />

alternativos de maior custo.<br />

A lubrificaçao será muito mais complexa devido à variedade<br />

de combustíveis que pode ser <strong>em</strong>pregada. Muitas <strong>em</strong>barcações<br />

passarão a ser dual-fuel decretando o fim do one size fits<br />

all para um determinado tipo de motor naval. Em alguns casos,<br />

será necessario comercializar novos aditivos e lubrificantes para<br />

atender a motores utilizando novos tipos de combustíveis.<br />

Motores 2 t<strong>em</strong>pos<br />

Marine Cylinder Lubricant (MCL)<br />

Para motores marítimos de 2 t<strong>em</strong>pos (MCL), o<br />

lubrificante é queimado na câmara de combustão,<br />

sendo, por esta razão, caracterizado como<br />

once-through. Ele t<strong>em</strong> 2 funções principais:<br />

1) Neutralizaçao dos acidos da combustão para<br />

prevenir corrosão;<br />

2) Detergência para prevenir a formação de depósitos<br />

dentro do cilindro.<br />

8


Geralmente para a operação com combustiveis HFO<br />

(2.0 a 3.5% S ou mais), a recomendação do fabricante do<br />

motor fala <strong>em</strong> lufrificantes entre TBN <strong>70</strong>-100 e TBN 40 para<br />

combustíveis com teor de enxofre entre 1-2 %. O TBN é<br />

a medida do poder de neutralização de ácidos de um lubrificante.<br />

Com combustíveis mais limpos, há uma menor<br />

d<strong>em</strong>anda por neutralização de acidos, mas um simples<br />

downtreat (menor TBN e menor taxa de alimentaçaão)<br />

não é a solução adequada para prevenir a formação de<br />

depósitos no motor. O projeto de motores que trabalham<br />

com combustíveis mais limpos ou LNG Engine também traz<br />

novos e diferentes regimes de operação e, por essa razão, a<br />

utilização de um lubrificante padrão de <strong>70</strong> TBN para cobrir<br />

todos os regimes de operação não é aceitável.<br />

A Figura 3 representa a visão da necessidade de expansão<br />

do portfólio de lubrificantes para satisfazer à variedade de tipos<br />

de combustíveis que estarão disponíveis a partir de 2020.<br />

Ainda haverá d<strong>em</strong>anda para os lubrificantes entre <strong>70</strong>-100<br />

TBN para utilização com combustíveis de teor de enxofre<br />

<strong>em</strong> 3.5% S (por ex<strong>em</strong>plo, nas <strong>em</strong>barcaçoes com scrubbers<br />

ou para operações que continu<strong>em</strong> a utilizar combustivel<br />

mais barato de 3.5% S, se a disponibilidade de combustíveis<br />

<strong>em</strong> conformidade com a regulaçao for limitada);<br />

»»<br />

Aumento na utilização dos já existentes lubrificantes<br />

entre 25 e 40 TBN, hoje utilizados com combustíveis de até<br />

0.1 % S ou motores que queimam LNG, já que esses tipos<br />

de combustíveis serão mais amplamente utilizados.<br />

»»<br />

D<strong>em</strong>anda significativa por lubrificantes para trabalhar<br />

com os “novos” blends híbridos de combustível ou com os<br />

ccombustíveis mais refinados que virão para atender ao limite<br />

de 0.5% S.<br />

A Oronite projeta que lubrificantes entre 15 e 40<br />

TBN irão tomar uma parte significante do espaço hoje<br />

ocupado pelos lubrificantes de alto TBN nas aplicaçoes<br />

de MCL, à medida que os operadores for<strong>em</strong> migrando<br />

do consumo tradicional de HFO para combustíveis híbridos<br />

ou destilados.<br />

Motores 4 t<strong>em</strong>pos<br />

Trunk Piston Engine Oils (TPEO)<br />

Para aplicações de motores de 4 t<strong>em</strong>pos, os combustíveis<br />

de baixo teor de enxofre já são utilizados <strong>em</strong> maior<br />

escala quando comparados ao mercado de motores de 2<br />

Figura 3 - Futuro da Categoria de Lubrificantes MCL<br />

9


t<strong>em</strong>pos. Uma incerteza no mercado de TPEO será quanto à<br />

consistência e qualidade dos combustíveis híbridos com mistura<br />

entre HFO e destilados. Pode se esperar, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

uma grande variação nas condições de compatibilidade e<br />

propriedades de manuseio destes combustíveis que pod<strong>em</strong><br />

ser provenientes de diversas fontes. A utilização desses<br />

combustíveis pode alterar de forma expressiva as condições<br />

de operação dos motores, trazendo novos desafios para o<br />

lubrifcante, como, por ex<strong>em</strong>plo, a establidade oxidativa e<br />

maior formação de lacas e vernizes na camisa dos cilindros.<br />

A Figura 4 representa a visão do futuro do portfólio<br />

de lubrificantes para responder a esta veriedade de novos<br />

combustíveis :<br />

»»<br />

Ainda haverá d<strong>em</strong>anda por lubrificantes entre 20-<br />

60 TBN para utilização com combustiveis de 3.5% S, se<br />

a disponibilidade de combustíveis <strong>em</strong> conformidade for<br />

limitada;<br />

»»<br />

Aumento na utilização dos já existentes lubrificantes<br />

entre 5 e 20 BN, hoje utilizados com combustível de<br />

até 0.1 % S ou motores que queimam LNG, já que esses<br />

tipos de combustíveis serão mais amplamente utilizados;<br />

»»<br />

D<strong>em</strong>anda significativa por lubrificantes para trabalhar<br />

com os “novos” blends híbridos de combustível ou<br />

com os combustiveis mais refinados que virão para atender<br />

ao limite de 0.5% S.<br />

A Oronite projeta que lubrificantes entre 12-30 BN<br />

irão tomar uma parte significante do espaço hoje ocupado<br />

pelos lubrificantes de alto TBN nas aplicaçoes de<br />

TPEO, à medida que os operadores for<strong>em</strong> migrando do<br />

consumo tradicional de HFO para combustíveis híbridos<br />

ou destilados.<br />

Etapas do desenvolvimento e prazos para introdução<br />

de novas tecnologias de aditivos<br />

A comercialização de novos aditivos e tecnologia de<br />

lubrificantes depende sobretudo do aceite e aprovação<br />

por parte dos OEMs (construtores dos motores), e o requerimento<br />

atual dos fabricantes consiste <strong>em</strong> completar<br />

extensivos testes de d<strong>em</strong>onstração de des<strong>em</strong>penho <strong>em</strong><br />

campo com motores <strong>em</strong> operação. A duração de uma<br />

prova de mar/campo dura entre 4000-6000 horas de<br />

operação. A indústria naval não possui um padrão de des<strong>em</strong>penho<br />

ou especificação de indústria que permita sua<br />

Figura 4 - Futuro da Categoria de LubrificantesTPEO<br />

10


comprovação de atendimento apenas a partir de testes<br />

analíticos e de bancada. Os fabricantes requer<strong>em</strong> testes<br />

no campo como único caminho para conceder a aprovação<br />

para uso <strong>em</strong> seus motores, garantindo desta forma<br />

a concessão de garantia e o atendimento dos níveis adequados<br />

de des<strong>em</strong>penho.<br />

As <strong>em</strong>presas de aditivos e fornecedores de lubrificantes<br />

usualmente invest<strong>em</strong> algo entre 2-4 anos para<br />

desenvolver e d<strong>em</strong>onstrar uma formulação de produto<br />

baseada <strong>em</strong> componentes existentes. Se uma aplicação<br />

exige o desenvolvimento de uma nova caixa química e<br />

a invenção de novos componentes para, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

garantir o atendimento de algum novo atributo, este<br />

t<strong>em</strong>po pode se estender entre 4 e 6 anos. Há uma progressão<br />

natural de atividades para examinar e d<strong>em</strong>onstrar<br />

uma fórmula de lubrificante acabado:<br />

»»<br />

Incia-se com testes de bancada <strong>em</strong> laboratório<br />

usando ferramentas de análise e testes de bancada representativos<br />

que possam replicar as condições encontradas<br />

nos motores <strong>em</strong> campo;<br />

»»<br />

Ensaios <strong>em</strong> protótipos de motor (pod<strong>em</strong> levar dias<br />

ou até s<strong>em</strong>anas de operação contínua);<br />

»»<br />

Formulação do óleo lubrificante acabado <strong>em</strong> quantidade<br />

suficiente para a condução de testes <strong>em</strong> motores<br />

comerciais <strong>em</strong> operação por 4000-6000 horas (algo entre<br />

6-12 meses).<br />

Existe um custo associado ao fornecimento e envio<br />

de quantidade suficiente de óleo lubrificante para<br />

o teste, custeio das inpeções de campo e reposição de<br />

partes do motores. Isso pode representar um custo entre<br />

US$300 a US$600 mil por teste de campo.<br />

Portanto, para antecipar a identificaçÃo e o desenvolvimento<br />

de novas tecnologias de lubrificantes e aditivos<br />

para operar<strong>em</strong> <strong>em</strong> conformidade com a era pós-<br />

-IMO 2020, é fundamental que o trabalho esteja <strong>em</strong><br />

curso agora!<br />

Marcos Davi é Gerente de Produtos<br />

para America Latina – Industriais e<br />

Especialidades na Chevron Oronite do<br />

Brasil<br />

11


TECNOLOGIA<br />

Nova tecnologia para<br />

novo desafio<br />

Resolvendo a pré-ignição a frio<br />

nas formulações API SN Plus<br />

Por: Equipe Lubrizol<br />

Para atender aos exigentes requisitos<br />

regulatórios, b<strong>em</strong> como à d<strong>em</strong>anda dos<br />

consumidores por mais eficiência e des<strong>em</strong>penho,<br />

as montadoras têm optado cada vez mais por<br />

motores menores e mais leves. Na última década,<br />

você notou, s<strong>em</strong> dúvida, uma mudança significativa<br />

no mercado global de veículos de passageiros com<br />

respeito à adoção de motores equipados com as<br />

tecnologias de injeção direta de gasolina (GDI) e<br />

GDI com turbocompressor (TGDI).<br />

Segundo a IHS, a principal fonte americana<br />

de dados de registro automotivo, a adotação de<br />

motores TDGI nos veiculos produzidos no Brasil<br />

cresceu mais de 30% quando comparado a 2012,<br />

e, por mais surpreendente que seja esse número,<br />

a onda está apenas começando. A previsão é que,<br />

até 2025, 50% dos veículos saiam de fabrica com<br />

esses motores.<br />

Esses motores mais modernos apresentam<br />

características de des<strong>em</strong>penho que são de fato<br />

impressionantes: um motor TGDI de 4 cilindros é<br />

capaz de gerar os mesmos níveis de torque que seu<br />

equivalente PFI (Port Fuel Injection) de 6 cilindros.<br />

No entanto, todo esse poder t<strong>em</strong> um preço: um<br />

ambiente de motor muito mais severo. Na verdade,<br />

a palavra severo pode até não ser suficiente,<br />

considerando as condições brutais criadas pela<br />

maior pressão do cilindro, velocidades de operação<br />

mais lentas e t<strong>em</strong>peraturas mais altas quando<br />

comparadas aos motores de injeção convencional.<br />

Para obter maiores taxas de potência e<br />

compressão, esses motores de tamanho reduzido<br />

operam pulverizando o combustível diretamente<br />

na câmara de combustão, resultando <strong>em</strong> maior<br />

eficiência de combustível. Fabricantes de automóveis<br />

também combinaram turbocompressores com<br />

motores de injeção direta (colocando o T <strong>em</strong> TGDI),<br />

para recuperar energia que é perdida através de<br />

sist<strong>em</strong>as de exaustão, e alcançando então uma<br />

eficiência ainda maior.<br />

Juntamente com essas mudanças drásticas no<br />

design do motor, a indústria desenvolveu avanços<br />

na tecnologia de óleo lubrificante para ajudar<br />

a aproveitar todos os benefícios dos motores<br />

TGDI e contribuir para uma maior economia de<br />

combustível. Isso é possivel com a nova tecnologia<br />

12


de aditivo desenvolvida especificamente para<br />

as condições de operação severas e requisitos<br />

exclusivos de des<strong>em</strong>penho desses motores. A<br />

viscosidade mais baixa de hoje e a d<strong>em</strong>anda por<br />

óleos de motor com maior des<strong>em</strong>penho depend<strong>em</strong><br />

de aditivos mais avançados, que não sacrifiqu<strong>em</strong><br />

a capacidade fundamental dos óleos de limpar e<br />

proteger.<br />

Embora um mecanismo TGDI promova uma<br />

potência robusta, com mais eficiência, ele pode criar<br />

também condições potencialmente prejudiciais.<br />

Primeiro, há a questão de aumentar a diluição<br />

de fulig<strong>em</strong> e combustível devido a mudanças<br />

na injeção e na combustão. Esta nova forma<br />

de fulig<strong>em</strong> nos motores TGDI pode causar um<br />

aumento rápido da viscosidade do óleo, enquanto<br />

a mudança na injeção pode aumentar a diluição<br />

do combustível, acelerando o desgaste. Essas<br />

condições mais exigentes requer<strong>em</strong> lubrificantes<br />

de alto des<strong>em</strong>penho com melhores propriedades<br />

de limpeza e proteção antidesgaste, b<strong>em</strong> como<br />

melhor controle de oxidação.<br />

O desgaste acelerado da corrente é outro<br />

probl<strong>em</strong>a comum causado pelas condições<br />

exclusivas de um motor TGDI, que pode ocorrer<br />

muito mais rapidamente e pr<strong>em</strong>aturamente se nao<br />

houver lubrificantes especificamente projetados<br />

para evitá-lo.<br />

Embora esses probl<strong>em</strong>as com motores TGDI<br />

sejam certamente notáveis, atualmente a questão<br />

mais importante é o LSPI (Low Speed Pre Ignition),<br />

combustão descontrolada que ocorre na câmara<br />

de combustão antes da ignição nos motores de<br />

injeção direta de gasolina (GDI) e motores GDI com<br />

turbocompressor (TGDI).<br />

Com suas altas pressões no cilindro <strong>em</strong><br />

velocidades de operação lentas, um motor TGDI cria<br />

um ambiente <strong>em</strong> que a combustão descontrolada<br />

(ou LSPI) é mais provável de ocorrer antes da<br />

mistura de ar / combustível ser inflamada pela vela<br />

de ignição. Quando isso ocorre, os proprietários<br />

de veículos pod<strong>em</strong> perceber desde o que pode<br />

parecer ser uma batida de motor tradicional (dano<br />

que geralmente se acumula ao longo do t<strong>em</strong>po)<br />

a uma falha súbita do motor - um evento de<br />

combustão catastrófico que destrói o motor. Não<br />

há nenhum aviso antes de um evento catastrófico,<br />

por isso o uso do óleo adequado é necessário.<br />

Figura 1. Dano causado no pistão devido a ocorrência de LSPI<br />

13


As novas tecnologias presentes nos motores de veículos de passeio<br />

Os fabricantes de veículos buscaram<br />

explicitamente a ajuda da indústria de<br />

lubrificantes para ajudar a resolver esse desafio. E<br />

é aí que entra a especificação API SN Plus, que foi<br />

desenvolvida especificamente visando à proteção<br />

dos motores com tecnologias GDI e TGDI, <strong>em</strong><br />

que o lubrificante atua como uma solução para<br />

o probl<strong>em</strong>a da pré-ignição de baixa velocidade<br />

(LSPI). É importante ressaltar que a tecnolgia API SN<br />

Plus é retrocompatível, ou seja, pode ser utlizada<br />

<strong>em</strong> substituição às especificações anteriores como<br />

API SL, SM e SN.<br />

Uma das características marcantes desta nova<br />

tecnologia é a proteção contra LSPI comprovada<br />

<strong>em</strong> todo o intervalo de drenag<strong>em</strong> de óleo, um<br />

atributo atraente para os consumidores.<br />

Qualquer consumidor pode dirigir com uma<br />

confiança muito maior usando apenas óleos de motor<br />

API SN PLUS. Lojas, frotas e funcionários do setor<br />

precisam estar cientes e instruídos sobre exatamente<br />

por que o lubrificante certo é tão importante.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, com a proliferação de novas<br />

tecnologias automotivas, utilizar os fluidos<br />

corretos nos motores é mais importante do que<br />

nunca. O impacto negativo e financeiro com uso<br />

do lubrificante inadequado no motor, pode ser<br />

muito pior do que simplesmente gastar um pouco<br />

mais na troca de óleo.<br />

Por: Equipe técnica da Lubrizol<br />

14


S.M.S<br />

Segurança<br />

Química<br />

Acidentes com produtos<br />

perigosos a importância<br />

da educação <strong>em</strong><br />

segurança química<br />

Por: Agnaldo Ribeiro de Vasconcellos<br />

O processo de industrialização trouxe conforto à<br />

vida moderna com a produção de bens de consumo<br />

<strong>em</strong> larga escala. Grande parte desses insumos t<strong>em</strong> na<br />

sua formulação produtos químicos, que passaram a ser<br />

produzidos <strong>em</strong> larga escala.<br />

A despeito das etapas do processo que envolve<br />

produção e distribuição de substâncias químicas, quais<br />

sejam a transformação, o transporte, o armazenamento<br />

e o manuseio, apesar das ferramentas de controle<br />

disponíveis, não é possível eliminar 100% dos riscos de<br />

ocorrência de acidentes.<br />

Os acidentes tecnológicos, os acidentes ambientais<br />

e as <strong>em</strong>ergências químicas <strong>em</strong> geral, dependendo<br />

das características físicas, químicas e toxicológicas das<br />

substâncias envolvidas, pod<strong>em</strong> originar diferentes<br />

impactos, causando danos ao meio ambiente, à saúde e<br />

à segurança pública.<br />

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo<br />

– CETESB define o termo <strong>em</strong>ergência química como<br />

uma situação envolvendo produtos químicos que<br />

pode, de alguma forma, representar perigo à saúde<br />

e segurança da população, ao meio ambiente e aos<br />

patrimônios público e privado, requerendo, portanto,<br />

intervenções imediatas.<br />

Ambientes que ofereçam riscos decorrentes das<br />

atividades relacionadas aos produtos químicos e que<br />

estejam, por força legal, sob a supervisão de técnicos<br />

responsáveis, como é o caso das indústrias, segu<strong>em</strong><br />

padrões de segurança que buscam prevenir a ocorrência<br />

das <strong>em</strong>ergências químicas. Caso ocorram, planos<br />

de intervenção são impl<strong>em</strong>entados com o intuito de<br />

minimizar suas consequências.<br />

As <strong>em</strong>ergências químicas não se restring<strong>em</strong> a<br />

processos industriais, podendo ocorrer durante o<br />

transporte <strong>em</strong> rodovias, <strong>em</strong> instituições de ensino e até<br />

mesmo <strong>em</strong> residências. O que chama a atenção dos<br />

especialistas é o percentual elevado de acidentes que se<br />

originam pela ausência de percepção do risco por parte<br />

dos envolvidos, consequência da falta de conhecimento<br />

básico relacionado à segurança com substâncias<br />

químicas. Esse fato confere alta prioridade à educação<br />

<strong>em</strong> Segurança Química no país.<br />

A CETESB participa de atendimento a ocorrências<br />

envolvendo substâncias químicas desde 1978, <strong>em</strong><br />

atividades variadas e <strong>em</strong> situações diversas. São<br />

comuns <strong>em</strong>ergências <strong>em</strong> situações que poderiam<br />

ser evitadas ou ter suas consequências minimizadas,<br />

se os envolvidos tivess<strong>em</strong> conhecimento básico dos<br />

riscos associados ao manuseio inadequado dos<br />

produtos químicos.<br />

Situação característica da ausência de educação<br />

básica <strong>em</strong> Segurança Química ocorreu, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

15


S.M.S.<br />

<strong>em</strong> uma <strong>em</strong>presa de galvanoplastia, no município de<br />

São Paulo, onde 4 pessoas foram a óbito <strong>em</strong> acidente<br />

provocado por funcionário que realizou mistura de<br />

substâncias incompatíveis, resultando na geração de gás<br />

cianídrico, que possui alto potencial de toxicidade.<br />

Esse fato d<strong>em</strong>onstra claramente que a ocorrência de<br />

imperícia, imprudência ou negligência do profissional<br />

pode resultar <strong>em</strong> tragédia quando o assunto é a<br />

manipulação de produtos químicos s<strong>em</strong> o conhecimento<br />

el<strong>em</strong>entar dos procedimentos de segurança.<br />

Outro caso <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ático ocorreu no município de<br />

Taboão da Serra (SP), onde, após ter controlado incêndio<br />

<strong>em</strong> galpão de armazenamento de botijões de GLP – Gás<br />

Liquefeito de Petróleo, o responsável pelo comando da<br />

operação orientou sua equipe a romper as válvulas dos<br />

botijões, que ainda permaneciam cheios, para liberar o<br />

gás e assim diluí-lo na atmosfera.<br />

Por falta de conhecimento primário <strong>em</strong> química, a<br />

ação da equipe permitiu que o gás, mais pesado que<br />

o ar invadisse a rede de esgoto até atingir o interior de<br />

duas residências onde encontrou uma fonte de ignição,<br />

provocando explosão e morte de três pessoas.<br />

Os acidentes caseiros também são muito comuns e<br />

<strong>em</strong> sua maioria acontec<strong>em</strong> como resultado da falta de<br />

orientação quanto ao manuseio de substâncias químicas.<br />

Situação ocorreu com a funcionária de minha<br />

residência que ao misturar alvejante (hipoclorito de<br />

sódio) com Ajax (produto a base de amônia), objetivando<br />

obter produto com maior poder de limpeza, provocou<br />

a geração de gases tóxicos (cloraminas) que quase<br />

provocaram sério acidente. Por sorte causou-lhe apenas<br />

um mal-estar.<br />

Fica claro ser imprescindível, à manipulação de<br />

substâncias químicas, conhecimento, ainda que básico,<br />

de suas características e seu comportamento quando<br />

associados entre si, sob risco de ocorrer<strong>em</strong> prejuízos<br />

irreparáveis.<br />

Essas e outras histórias de acidentes envolvendo<br />

produtos químicos d<strong>em</strong>ostram ser prioritária a inclusão do<br />

t<strong>em</strong>a Segurança Química na grade curricular nos níveis<br />

de graduação, criando-se condição para a formação de<br />

professores capacitados no t<strong>em</strong>a, com olhar voltado à<br />

<strong>Ed</strong>ucação Fundamental, intensificando assim a proteção<br />

da saúde da população e do meio ambiente.<br />

A proposta é construir conhecimento específico, já na<br />

idade mais tenra, e estimular a sedimentação do conceito<br />

de sustentabilidade por meio de produtos educativos que<br />

permitam o aprofundamento do conhecimento sobre<br />

substâncias químicas, sua importância, suas aplicações,<br />

suas propriedades e seus efeitos adversos.<br />

Agnaldo Ribeiro de Vasconcellos é<br />

Especialista <strong>em</strong> Gestão Ambiental, Mestre <strong>em</strong><br />

Ciências e M<strong>em</strong>bro da CONASQ - Comissão<br />

Nacional de Segurança Química.<br />

16


LUBRIFICAÇÃO<br />

Fluidos<br />

Hidráulicos<br />

Cuidados básicos<br />

na seleção<br />

Por: Marcos Thadeu Giacomini Lobo<br />

Fluidos hidráulicos pod<strong>em</strong> ser definidos como fluidos<br />

aplicáveis na transmissão de potência de baixa, média e<br />

elevada intensidade gerada <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as hidráulicos de<br />

equipamentos móveis ou industriais. Os fluidos hidráulicos<br />

mais comumente utilizados são compostos por óleos<br />

de base mineral, lubrificantes sintéticos, <strong>em</strong>ulsões formadas<br />

por óleo e água e misturas s<strong>em</strong>issintéticas resistentes<br />

ao fogo à base de água e glicol.<br />

- adequado ponto de fluidez;<br />

- boas características de d<strong>em</strong>ulsibilidade;<br />

- boa propriedade de proteção antiferrug<strong>em</strong>;<br />

- adequada resistência à formação de espuma;<br />

- compatibilidade com os materiais dos retentores.<br />

Fluidos hidráulicos com propriedades antidesgaste<br />

(AW) são, frequent<strong>em</strong>ente, utilizados <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as hidráulicos<br />

que operam a elevadas pressões de trabalho e nos<br />

quais as bombas hidráulicas necessitam proteção adicional<br />

<strong>em</strong> sua lubrificação. Com toda convicção, pode-se afirmar<br />

que o fluido hidráulico é o componente mais crítico e a que<br />

se deve dar maior atenção <strong>em</strong> qualquer sist<strong>em</strong>a hidráulico.<br />

Figuras 1/2 - Fluidos hidráulicos são utilizados <strong>em</strong> transmissão de potência<br />

Algumas características a ser<strong>em</strong> consideradas quando<br />

da escolha de fluido hidráulico para bom des<strong>em</strong>penho<br />

no sist<strong>em</strong>a hidráulico são:<br />

- grau de viscosidade apropriado;<br />

- elevado Índice de Viscosidade (IV);<br />

- proteção antidesgaste (AW), se necessário;<br />

- boa estabilidade quanto à oxidação;<br />

Figuras 3/4 - Resistência à formação de espuma e boa d<strong>em</strong>ulsibilidade:<br />

algumas das propriedades desejáveis <strong>em</strong> fluidos hidráulicos<br />

As funções de um fluido hidráulico pod<strong>em</strong> ser resumidas<br />

<strong>em</strong>:<br />

17


1. Transmitir potência entre pontos distintos;<br />

2. Lubrificar e proteger os componentes móveis do<br />

sist<strong>em</strong>a hidráulico no que se refere ao atrito, desgaste e<br />

contaminação;<br />

3. Transferir e dissipar o calor gerado no sist<strong>em</strong>a hidráulico;<br />

4. Proporcionar selag<strong>em</strong> e manter a pressão gerada pela<br />

bomba hidráulica.<br />

cilindros hidráulicos, motores hidráulicos, válvulas direcionais<br />

e outros componentes mecânicos.<br />

Adicionalmente, o fluido hidráulico protege as superfícies<br />

metálicas dos componentes móveis contra oxidação,<br />

ferrug<strong>em</strong> e desgaste. Pod<strong>em</strong>os dizer, ainda, sobre<br />

os fluidos hidráulicos e suas aplicações:<br />

1. Exist<strong>em</strong> variados tipos de fluidos hidráulicos;<br />

2. Exist<strong>em</strong> diferentes mecanismos de desgaste;<br />

3. Há diversos graus de severidade de desgaste <strong>em</strong><br />

sist<strong>em</strong>as hidráulicos.<br />

Figuras 5/6 - Transmissão de potência entre pontos distintos e refrigeração:<br />

algumas das funções dos fluidos hidráulicos<br />

As funções do fluido hidráulico são várias, sendo produtos<br />

multifuncionais que possu<strong>em</strong>, no entanto, algumas<br />

limitações. Não é incomum deparar-se com fluidos<br />

hidráulicos sendo <strong>em</strong>pregados <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as de lubrificação<br />

centralizados utilizados na lubrificação de redutores<br />

de velocidade e mancais de rolamento <strong>em</strong> plantas industriais,<br />

sites de equipamentos móveis <strong>em</strong> condições<br />

Figuras 7/8 - Redutores de velocidade e mancais de rolamento: minuciosa<br />

avaliação <strong>em</strong> caso de lubrificação com fluidos hidráulicos<br />

severíssimas de carga e regime de operação, a título de<br />

uniformização do inventário de óleos lubrificantes. Essa<br />

prática, possível <strong>em</strong> algumas situações, deve ser analisada<br />

de forma minuciosa, a fim de não se acelerar inintencionalmente<br />

o desgaste de equipamentos mecânicos.<br />

Figuras 11/12 - Diferentes fluidos hidráulicos para diferentes aplicações<br />

Os fluidos hidráulicos são, geralmente, divididos <strong>em</strong> três<br />

categorias principais:<br />

1. Óleos lubrificantes com aditivação R&O ( rust and oxidation<br />

protection ou inibido contra oxidação e ferrug<strong>em</strong>);<br />

2. Óleos lubrificantes com aditivação AW (anti-wear protection<br />

ou proteção antidesgaste);<br />

3. Óleos lubrificantes com aditivação antidesgaste (AW) e<br />

com multiviscosidade (HVI - High Viscosity Index ou Alto Índice<br />

de Viscosidade).<br />

Essas categorias são determinadas pelos variados tipos<br />

e níveis de aditivos presentes no fluido hidráulico. Por<br />

ex<strong>em</strong>plo: fluidos hidráulicos R&O levarão <strong>em</strong> sua composição<br />

inibidores de ferrug<strong>em</strong> e oxidação e agentes antiespumantes,<br />

mas não agentes antidesgaste. Fluidos hidráulicos<br />

AW possu<strong>em</strong> <strong>em</strong> sua formulação agente antidesgaste, usualmente<br />

à base de zinco (tipicamente compostos zinco-fosforosos<br />

tais como o dialquilditiofosfato de zinco ou ZDDP)<br />

juntamente com aditivação anti-ferrug<strong>em</strong> e anti-oxidante<br />

(R&O) além de aditivo antiespumante.<br />

Figuras 9/10 - Fluido hidráulico: lubrificação de componentes mecânicos<br />

Além de prover meios para transmissão de potência<br />

<strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as hidráulicos, o fluido hidráulico lubrifica bombas<br />

hidráulicas, mancais de rolamento e deslizamento,<br />

Figuras 13/14 - Fluidos hidráulicos pod<strong>em</strong> ser aditivados com ZDDP e MIV<br />

18


A aditivação antidesgaste (AW) t<strong>em</strong> a capacidade<br />

de estabelecer filmes sacrificiais bastante resistentes sobre<br />

as superfícies metálicas das partes <strong>em</strong> movimento,<br />

com vistas a reduzir o atrito e o contato metal-metal<br />

quando submetidas a elevados esforços de trabalho.<br />

Lamentavelmente, alguns usuários quando da seleção<br />

de fluidos hidráulicos, privilegiam o custo <strong>em</strong> detrimento<br />

das necessidades técnicas. Desnecessário seria dizer que<br />

a economia não vale a pena, <strong>em</strong> face dos danos mecânicos<br />

e da indisponibilidade de equipamentos que esta<br />

decisão pode causar.<br />

Figuras 15/16 - Indisponibilidade de equipamentos é o mais caro<br />

A customização no uso de fluidos hidráulicos está se<br />

tornando cada vez mais frequente, visto que os OEMs<br />

estão desenvolvendo normas de des<strong>em</strong>penho próprias.<br />

A título de informação, pod<strong>em</strong>os citar a CATERPILLAR,<br />

que recomenda para uso nos sist<strong>em</strong>as hidráulicos dos<br />

equipamentos móveis por ela fabricados óleos lubrificantes<br />

com níveis mínimos de zinco (Zn) e fósforo (P) de<br />

0,09% m (900 mg/kg ou ppm).<br />

Essa exigência se deve ao fato de o zinco (Zn) e o<br />

fósforo (P), como já comentado, ser<strong>em</strong> componentes<br />

da aditivação antidesgaste do óleo lubrificante para<br />

uso <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as hidráulicos (ZDDP – dialquilditiofosfato<br />

de zinco) e de fundamental importância na durabilidade<br />

e proteção de bombas hidráulicas (palhetas ou<br />

pistões), válvulas direcionais, válvulas proporcionais e<br />

outros componentes presentes <strong>em</strong> sist<strong>em</strong>as hidráulicos<br />

e transmissões hidrostáticas de equipamentos móveis,<br />

atuando também como agente antioxidante do<br />

óleo lubrificante para retardar o seu envelhecimento.<br />

Pode-se dizer, então, que determinado fluido hidráulico<br />

AW pode conter ZDDP <strong>em</strong> sua formulação,<br />

mas, ainda assim, não atender às normas de des<strong>em</strong>penho<br />

recomendadas por determinado OEM. A generalização<br />

no uso de fluidos hidráulicos precisa ser realizada<br />

com base não somente <strong>em</strong> custo ou na intenção<br />

de minimizar itens no inventário de lubrificantes, mas<br />

levando-se <strong>em</strong> conta, também, as especificações técnicas<br />

d<strong>em</strong>andadas.<br />

Em condições de operação extr<strong>em</strong>amente severas,<br />

como as encontradas <strong>em</strong> engrenagens e mancais de<br />

rolamento de redutores de velocidade, caixas de mudança<br />

manuais e diferenciais de equipamentos móveis,<br />

torna-se necessária proteção mais efetiva contra o desgaste<br />

provocado pelo contato metal-metal. Nesse caso,<br />

aditivação EP (Extr<strong>em</strong>a-Pressão) fósforo-sulfurosa é utilizada,<br />

<strong>em</strong> face das severas cargas de trabalho e elevadas<br />

t<strong>em</strong>peraturas a que são submetidos os el<strong>em</strong>entos<br />

de máquinas <strong>em</strong> tais conjuntos de acionamento. A aditivação<br />

EP entra <strong>em</strong> operação formando um filme de<br />

sacrifício entre as superfícies metálicas dos componentes<br />

<strong>em</strong> movimento. Após a formação deste filme sacrificial,<br />

qualquer movimento ou ação de engrenamento<br />

entre as superfícies metálicas tende a desgastar o filme<br />

superficial criado pela aditivação EP, antes das superfícies<br />

metálicas. Não é de praxe o uso de aditivação EP<br />

(Extr<strong>em</strong>a-Pressão) <strong>em</strong> fluidos hidráulicos.<br />

Figuras 17/18 - A CATERPILLAR t<strong>em</strong> especificação própria de fluido<br />

hidráulico<br />

Figuras 19/20 - Óleos lubrificantes para uso <strong>em</strong> redutores de velocidade<br />

costumam d<strong>em</strong>andar aditivação EP (Extr<strong>em</strong>a-Pressão)<br />

Um bom programa de lubrificação compreende:<br />

1. Utilizar de óleo ou graxa lubrificante adequados a cada<br />

equipamento móvel ou industrial;<br />

2. Efetuar a aplicação do óleo ou graxa lubrificante no<br />

local correto;<br />

19


3. Efetuar as substituições das cargas de óleo lubrificante<br />

ou efetuar a relubrificação com graxa no momento recomendado<br />

pelo OEM;<br />

4. Utilizar os volumes recomendados de óleo e graxa lubrificantes<br />

pelo fabricante do equipamento com vistas a evitar<br />

excesso ou falta de lubrificação.<br />

Ao seguir-se as sugestões anteriormente apresentadas,<br />

poder<strong>em</strong>os ter como benefícios decorrente de um adequado<br />

programa de lubrificação:<br />

2. Aumento da produção, obtendo-se o máximo des<strong>em</strong>penho<br />

do maquinário;<br />

3. Redução da indisponibilidade de maquinário móvel ou<br />

industrial.<br />

Figuras 23/24 - Equipamento indisponível é motivo de preocupação<br />

para o staff de manutenção<br />

Figura 21 - Máquina <strong>em</strong> operação e <strong>em</strong> máximo des<strong>em</strong>penho torna<br />

o staff de manutenção feliz<br />

1. Prolongamento da vida <strong>em</strong> serviço do equipamento<br />

móvel ou industrial;<br />

Marcos Thadeu Giacomini Lobo<br />

é Engenheiro Mecânico e Consultor<br />

Técnico <strong>em</strong> Lubrificação da Petrobras<br />

Distribuidora S.A.<br />

QT_Anuncio_LF_<strong>Ed</strong>_Jan.pdf 1 28/01/19 09:34<br />

20


MERCADO<br />

O MERCADO<br />

BRASILEIRO DE<br />

LUBRIFICANTES<br />

Por: Pedro Nelson A. Belmiro<br />

A tarefa de levantar números precisos para<br />

o mercado de lubrificantes nunca foi fácil e t<strong>em</strong><br />

sido um grande desafio até mesmo para o sist<strong>em</strong>a<br />

informatizado de movimentação de produtos<br />

da ANP (SIMP), que precisa ser alimentado com<br />

números enviados pelo mercado. Dessa forma,<br />

a necessidade de uma análise crítica sobre os<br />

números, aliada a uma pesquisa específica com<br />

os principais players do mercado, é imprescindível<br />

para que possamos entender melhor o ambiente<br />

e as particularidades e chegarmos a um número<br />

aproximado com mais acurácia.<br />

Fatores relevantes <strong>em</strong> 2018<br />

O mercado de lubrificantes t<strong>em</strong> historicamente<br />

acompanhado o desenvolvimento do país e, mais<br />

especificamente, do setor industrial. Em 2018, com<br />

impactos da greve dos caminhoneiros e também<br />

das eleições, o PIB Nacional cresceu timidamente,<br />

atingindo cerca de 1,1%, enquanto a indústria<br />

automobilística apresentou um des<strong>em</strong>penho muito<br />

bom. De acordo com dados divulgados pelo<br />

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),<br />

o setor de veículos, motos, partes e peças teve um<br />

crescimento de 15,1% <strong>em</strong> 2018, o maior <strong>em</strong> 11<br />

anos. A alta foi puxada pela redução de impostos<br />

e os lançamentos de carros novos. Enquanto isso,<br />

a produção do agronegócio acenou com boas<br />

perspectivas, fazendo com que a produção de<br />

máquinas agrícolas crescesse 23,8% <strong>em</strong> 2018.<br />

Outro fator importante nessa análise é o<br />

comportamento do mercado de óleos básicos<br />

no ano passado. Foi observado um crescimento<br />

de 19% no mercado total desse insumo, com<br />

recorde de importação, aumento da produção nas<br />

refinarias brasileiras e crescimento nas vendas de<br />

básicos rerrefinados.<br />

Mercado brasileiro de lubrificantes <strong>em</strong> alta<br />

Tomando como base os movimentos mercadológicos<br />

acima citados e efetuando uma análise detalhada dos<br />

números obtidos diretamente das <strong>em</strong>presas com uma<br />

efetiva consolidação com os números contabilizados<br />

pelo SIMP da ANP, chegamos à conclusão final de que<br />

o mercado brasileiro de lubrificantes acabados teve um<br />

crescimento de 1,9% no ano de 2018, com relação<br />

ao ano anterior. As vendas totais de óleos atingiram o<br />

montante de 1.299.254 m 3 no ano passado.<br />

21


Acompanhando a tendência mundial, os óleos<br />

automotivos, ou seja, os utilizados <strong>em</strong> motores dos<br />

ciclos Otto e Diesel, compuseram uma fatia <strong>em</strong> torno<br />

de 60% do volume total, enquanto os industriais,<br />

aqui compostos também de óleos para transmissões<br />

e engrenagens, ficaram com os 40% restantes. Essa<br />

é uma análise também com certa dificuldade de<br />

precisão, uma vez que <strong>em</strong>presas adotam diferentes<br />

critérios para a identificação do segmento aplicado,<br />

e, por vezes, uma mesma aplicação pode ter destinos<br />

diferentes na consolidação. Aqui estamos adotando<br />

como automotivos somente os óleos de motor.<br />

As oito <strong>em</strong>presas ligadas à Associação Plural,<br />

antigo Sindicom, compreendendo as distribuidoras<br />

Iconic (Chevron + Ipiranga), Br Distribuidora,<br />

Moove (Cosan), Petronas, Shell, YPF, Total e Castrol,<br />

responderam por 79,5% do mercado, ficando os<br />

outros 20,5% com os d<strong>em</strong>ais 265 produtores e<br />

importadores cadastros na ANP. A novidade para<br />

a análise deste ano é que os números de Ipiranga<br />

e Chevron, até então mostrados separadamente,<br />

estão consolidados sob a marca Iconic, o que<br />

fez com que a disputa pela liderança ficasse b<strong>em</strong><br />

acirrada e a nova <strong>em</strong>presa assumisse o posto mais<br />

alto na divisão do mercado.<br />

Distribuição por região<br />

A região Sudeste, como de costume, lidera o<br />

mercado brasileiro com 46,8% das vendas de óleos<br />

lubrificantes, seguida da região Sul com 19,8%, a<br />

Nordeste com 14,5%, a Centro-Oeste com 11,1% e,<br />

por fim, a região Norte com 7,8%.<br />

Aproximadamente 60% das vendas de óleos<br />

lubrificantes estão <strong>em</strong> apenas cinco estados. São<br />

Paulo é o estado brasileiro que mais consome<br />

lubrificantes, respondendo sozinho por 27,7% de<br />

todo o consumo do país. A seguir v<strong>em</strong> Minas Gerais<br />

com 11,6%, Paraná com 7,9%, Rio Grande do Sul<br />

com 7,2% e Rio de Janeiro com 5,6%.<br />

Mercado brasileiro de lubrificantes<br />

Participação por <strong>em</strong>presa (%)<br />

20,5%<br />

21,3%<br />

1,5%<br />

1,6%<br />

1,7%<br />

8,9%<br />

20,5%<br />

Iconic<br />

BR<br />

Cosan<br />

Shell<br />

Petronas<br />

YPF<br />

Total<br />

Castrol<br />

Outros<br />

9,2%<br />

14,8%<br />

22


O mercado de óleos básicos<br />

Como já é de amplo conhecimento, as refinarias<br />

brasileiras que produz<strong>em</strong> óleos básicos lubrificantes<br />

são apenas três: REDUC, no Rio de Janeiro; RLAN<br />

na Bahia, produzindo apenas óleos do grupo I;<br />

e a Lubnor no Ceará, produtora apenas de óleos<br />

naftênicos. Colaborando significativamente com<br />

a oferta nacional, a indústria do rerrefino coloca<br />

no mercado óleos do grupo I e, através da Lwart<br />

Lubrificantes, produz óleos básicos do grupo II.<br />

Com o desenvolvimento dos motores e<br />

equipamentos <strong>em</strong> geral, aliado às questões<br />

ambientais de economia de combustível e <strong>em</strong>issões<br />

veiculares, as viscosidades dos lubrificantes estão<br />

ficando cada vez mais baixas, exigindo óleos<br />

básicos menos viscosos e mais resistentes. Dessa<br />

forma, o consumo de óleos dos grupos II e III v<strong>em</strong><br />

subindo exponencialmente, fazendo com que as<br />

importações de óleos básicos aument<strong>em</strong> na mesma<br />

proporção.<br />

No ano de 2018, o mercado brasileiro de<br />

óleos básicos situou-se <strong>em</strong> 1.469.092 m 3 , com um<br />

crescimento de 19% <strong>em</strong> relação ao ano anterior. Esse<br />

aumento deveu-se principalmente ao impactante<br />

volume das importações desse segmento, que<br />

atingiram mais de 616 mil m 3 , correspondendo<br />

a um aumento de 48% <strong>em</strong> relação a 2017. Para<br />

se ter uma ideia da importância desse número,<br />

toda a produção das refinarias brasileiras atingiu o<br />

volume de pouco mais de 603 mil m 3 , ou seja, já<br />

importamos mais do que produzimos, <strong>em</strong> termos<br />

de primeiro refino.<br />

Os Estados Unidos são incontestavelmente os maiores<br />

fornecedores de básicos ao Brasil, com cerca de 75,5% do<br />

volume importado para o nosso mercado, seguidos de muito<br />

longe pela Coreia do Sul com 6,2%, a Itália com 4,9%, a<br />

Malásia com 4,4% e o Barein com 3,0%. A eles segu<strong>em</strong>, com<br />

menores quantidades, países como a Suécia, Catar, Canadá,<br />

Rússia, França, Índia, Emirados Árabes e outros.<br />

As vendas de básicos rerrefinados no Brasil superaram<br />

as do ano passado <strong>em</strong> 3,4%, com um total de 257.<strong>70</strong>6 m 3 ,<br />

tendo como seu maior participante a Lwart Lubrificanes, que<br />

Mercado brasileiro de óleos básicos<br />

m 3 %<br />

Mercado local básicos 1.469.092 100,00%<br />

Produção refinarias 602.881 41,00%<br />

Rerrefino 257.<strong>70</strong>6 17,50%<br />

Importação 616.305 42,00%<br />

Exportação 7.800 0,50%<br />

entregou ao mercado 114.400 m 3 , representando 44,4% das<br />

vendas, sendo 80% desse volume de básicos do grupo II. Em<br />

seguida veio a Petrolub com 16,5%, a Lubrasil com 13,0%,<br />

a Tasa com 9,8% e a Proluminas com 9,1%. Completando o<br />

volume total, seguiram-se Lubrificantes Fenix, Petroquímica do<br />

Sul, Falub, Brazão e Supply.<br />

O Brasil seguirá ainda por muitos anos sendo<br />

importador de derivados e também acompanhará<br />

a tendência tecnológica mundial de utilização de<br />

óleos básicos de melhor qualidade e viscosidades<br />

mais baixas, o que diminuirá a utilização de óleos<br />

do grupo I. Já existe uma grande preocupação<br />

das autoridades com relação ao setor de refino<br />

brasileiro, porém até agora todas as preocupaçõles e<br />

expectativas de possíveis parcerias futuras nessa área<br />

cont<strong>em</strong>plam apenas os combustíveis. É importante<br />

que a indústria de lubrificantes fique atenta ao<br />

caminho a ser percorrido pelo país com relação aos<br />

derivados, para que possa se preparar para o futuro,<br />

tanto com logística e capacidades de armazenag<strong>em</strong><br />

de importações como para l<strong>em</strong>brar aos interessados<br />

<strong>em</strong> possíveis investimentos <strong>em</strong> refinarias no país<br />

que existe uma d<strong>em</strong>anda importante para justificar<br />

produção de óleos básicos de grupos II e III<br />

localmente.<br />

Pedro Nelson Belmiro é Engenheiro Químico,<br />

Consultor Técnico <strong>em</strong> lubrificantes, Co-autor<br />

do livro Lubrificantes e Lubrificação Industrial<br />

e coordenador da Comissão de Lubrificantes e<br />

Lubrificação do IBP.<br />

23


O mercado <strong>em</strong> foco<br />

agora no Portal <strong>Lubes</strong><br />

Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) desenvolveu o Sist<strong>em</strong>a de Informações de<br />

Movimentação de Produtos (SIMP) que consolida as informações obrigatórias prestadas por todas as <strong>em</strong>presas registradas<br />

como produtores, importadores, coletores e rerrefinadores, além das plantas e bases de armazenamento.<br />

Para o ano de 2018, a revista <strong>Lubes</strong> <strong>em</strong> <strong>Foco</strong> sentiu necessidade de aprimorar a pesquisa junto a grandes produtores,<br />

efetuando uma análise crítica dos números consolidados com a publicação oficial.<br />

O Portal <strong>Lubes</strong>, no endereço http://portallubes.com.br, publica os principais números do mercado, com análise e<br />

comentários especializados, na velocidade que a mídia digital oferece. Apresentamos aqui um resumo dos números<br />

do mercado brasileiro de lubrificantes.<br />

Resumo do mercado brasileiro de lubrificantes no ano de 2018<br />

Vendas totais de óleos lubrificantes: 1.299.254 m 3<br />

Óleos Básicos: Mercado Local: 1.469.092 m 3<br />

Variação relativa ao ano anterior: + 1,9%<br />

Importação de óleos acabados: 57.072 m 3<br />

Exportação de óleos acabados: 62.136 m 3<br />

Produção nas refinarias: 602.081 m 3<br />

Indústria do Rerrefino: 257.<strong>70</strong>6 m 3<br />

Importação: 616.305 m 3<br />

Exportação: 7.800 m 3<br />

Obs: Valores consolidados pela revista <strong>Lubes</strong> <strong>em</strong> <strong>Foco</strong> de informações obtidas diretamente de fontes oficiais do mercado.<br />

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Participação de Mercado de óleos<br />

Ano de 2017<br />

Participação de Mercado de óleos<br />

Ano de 2018<br />

8,2%<br />

1,5%<br />

1,5%<br />

1,8%<br />

9%<br />

9,0%<br />

17,6%<br />

14%<br />

22,5%<br />

14,9%<br />

BR<br />

Ipiranga<br />

Cosan/Mobil<br />

Chevron<br />

Petronas<br />

Shell<br />

Total Lubrif.<br />

Castrol<br />

YPF<br />

outros<br />

1,5%<br />

1,6%<br />

1,7%<br />

8,9%<br />

9,2%<br />

20,5%<br />

21,3%<br />

20,5%<br />

Iconic<br />

BR<br />

Cosan<br />

Shell<br />

Petronas<br />

YPF<br />

Total<br />

Castrol<br />

Outros<br />

14,8%<br />

NOTA: Os dados de mercado correspondentes a anos anteriores pod<strong>em</strong> ainda ser encontrados no PORTAL LUBES, <strong>em</strong> www.portallubes.com.br, na aba MERCADO.<br />

25


Programação de Eventos<br />

Internacionais<br />

Data<br />

Evento<br />

2019<br />

Janeiro, 22 a 24<br />

Fevereiro, 18 a 22<br />

Março, 04 a 07<br />

Abril, 09 a 10<br />

Maio, 19 a 23<br />

SAE International Powertrains, Fuels & Lubricants Meeting, San Antonio, Texas, USA - https://www.sae.org/attend/ipfl<br />

ICIS World Base Oils & Lubricants Conference, London, UK - https://www.icisevents.com/ehome/worldbaseoils/home/<br />

F+L Week 2019, Cingapura - https://www.flweek2019.fuelsandlubes.com/<br />

ICIS Indian Base Oils & Lubricants Conference, Mumbai - https://www.icisevents.com/ehome/indianbaseoils/home/<br />

STLE 74th Annual Meeting & Exhibition, Nashville, Tennessee, USA - http://www.stle.org/annualmeeting<br />

Nacionais<br />

Data<br />

Evento<br />

2019<br />

Abril, 29 a Maio 3<br />

Maio, 7 a 11<br />

Junho, 11 e 12<br />

Junho, 25 a 29<br />

Agosto, 6 a 8<br />

26ª Agrishow - São Paulo - www.agrishow.com.br<br />

Expomaf - São Paulo Expo Rod. dos Imigrantes - KM 1,5 - https://www.expomafe.com.br/pt/Home.html<br />

9º Encontro com o Mercado - América do Sul, Hotel Windsor Flórida, Rio de janeiro - RJ - www.portallubes.com.br<br />

Fispal Tecnologia - 2019 - São Paulo Expo Center - https://www.fispaltecnologia.com.br/pt/a-feira.html<br />

Mecshow - 12ª Feira Metalmecânica- Espírito Santo - https://www.mecshow.com.br/site/2019/pt/home<br />

Se você t<strong>em</strong> algum evento relevante na área de lubrificantes para registrar neste espaço, favor enviar detalhes para comercial@lubes.com.br,<br />

e, dentro do possível, ele será veiculado na próxima edição.<br />

26


27


Reserve esta data na sua agenda<br />

11 e 12 de junho de 2019<br />

Rio de janeiro - Brasil<br />

O maior evento de lubrificantes<br />

da américa latina<br />

Para mais informações:<br />

• http://portallubes.com.br<br />

• shirley@editoraonze.com.br<br />

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