Feira Artesanato_2019

08 Sexta-feira, 09 de agosto de 2019 FEIRA DE ARTESANATO/ROMARIAS
> BERNARDINO COELHO, ARTESÃO PRESENTE PELA 37ª VEZ NA MOSTRA DE BARCELOS
“A peça que me dá gozo
é aquela que está por vir”
Soma 46 anos de trabalho
em madeira e vai estar na
37ª Mostra de Artesanato
e Cerâmica de Barcelos
pela 37ª vez consecutiva.
Residente em Carvalhal,
Bernardino Coelho
aprendeu “a arte com os
pais, que também já veio
dos avós”.
DANIEL MONTEIRO
O barcelense é filho de Arménio
Coelho, um mestre artesão de
madeira que foi notabilizado em
tempos. Este ano e, mais uma vez, o
artesão marca presença no programa
do evento com um Workshop
Criativo, para além do habitual
stand de exposição.
“Trabalho nisto desde criança,
desde os 11 anos” começou por
recordar Bernardino Coelho. Com
gosto pela arte dos pais e dos avós,
o artesão trabalha apenas na madeira.
“Andava na primária e já
ajudava os meus pais e a partir daí,
Bernardino Coelho, artesão
o meu pai ensinou-me a arte e eu
segui-a, aprendendo a fazer jugos
e já que trabalhava em madeira e
tinha muito trabalho, comecei a
fazer outros tipos de trabalho em
madeira” explicou. Cria as peças
em exposição através do que os
clientes vão pedindo, trabalhando
nos vários tipos de madeira, seja
eucalipto, sobreiro, castanho, sendo
a última e freixo o tipo que mais
gosta de trabalhar.
Residente na freguesia de Carvalhal,
Bernardino tem na sua residência
a sua oficina e ‘sala de exposição’
também. Apesar da evolução
dos tempos, o artesão usa ainda
várias ferramentais antigas como
Oficina de Bernardino Coelho em Carvalhal
os furgões e as serras. Contudo, há
agora também as ferramentas elétricas
que acabam por tirar esforços
aos artistas.
São várias as peças e objetos que
são feitos por Bernardino Coelho.
“Tenho muitos géneros de peças,
para além dos galos que acabam
por ser diferentes, mas também
já fiz muitas peças que gosto e
acho que a preferida é sempre a
última e aquela que está por fazer”
referiu. Com a evolução dos
tempos, o barcelense foi também
seguindo essa linha, pois “às vezes
aprende-se a arte e estamos como
que entalados naquilo que aprendemos
e, muitas vezes, é o cliente
que nos leva com ele, que nos guia
e que nos inspira em certas peças”.
Para além do trabalho árduo e duradouro,
Bernardino sente-se bem
e gosta do que faz.
Na Mostra de Artesanato e Cerâmica
de Barcelos, o artesão vai
trabalhar ao vivo e vai expor os
“bancos, quadros, galos, santos,
tudo o que for em madeira”. No
entanto, nem tudo pode levar para
o Parque da Cidade “por causa
do tamanho e por não ser apropriado,
para além daquelas que
o cliente não quer expor”. Porém,
não só de exposição se vai tratar a
presença de Bernardino Coelho no
certame. Na quarta-feira, dia 8 de
agosto, o artesão vai protagonizar
um Workshop Criativo, intitulado
de “Modelação de Madeira”.
> ANA FILIPA RIBEIRO, CRIADORA E DIRETORA DA STRAWGEN
“Palhinhas comestíveis vão estar
na Praça da Alimentação”
Recentemente fundada, a Strawgen
nasceu de um projeto conjunto
de dois jovens farmacêuticos.
Um deles é a barcelense Ana Filipa
Ribeiro, uma jovem licenciada e
que sempre deu “valor às ideias
ambientais”.
O primeiro contacto ao público
da marca será na 37ª Mostra do Artesanato
e Cerâmica de Barcelos.
“A primeira vez que vamos estar
em contacto com o público
será na Mostra de Artesanato e
Cerâmica de Barcelos” é assim o
grande mote apresentado por Ana
Filipa Ribeiro. Para quem não conhece
será uma novidade e uma
surpresa, mas o que é certo é que
“se fizer consumo lá nos bares vão
ser acompanhados por uma palhinha
super engraçada”, isto na
praça da alimentação do certame.
Fundada em maio deste ano, a Stra-
Ana Filipa Ribeiro, criadora e
diretora
wgen é uma marca que produz “palhinhas
de massa, biodegradáveis
e comestíveis, que vêm suprimir
o uso dos plásticos, das palhinhas
de plástico”.
Feitas à base de massa de arroz
e de trigo, a criadora garante que “é
comestível e sabe a massa esparguete,
mas nem deixa sabor, nem
ganha sabor do líquido”. A ideia
surgiu de dois jovens farmacêuticos
e do pensamento de um planeta
saudável, mais propriamente
“num bar no Porto em que reparamos
que os cocktails, em nosso
redor, todos eles acompanhados
por uma palhinha” relembrou.
Acabou por demorar mais de dois
meses em termos de investigação e
o resultado final é o que está a ser
comercializado. Cada embalagem
traz “quatro cores diferentes de
palhinhas, a que não tem cor, a
laranja que é corada com cenoura,
a vermelha que é de beterraba
e a verde que é de espinafres” explicou
a barcelense. É certo que a
nova palhinha acaba por amolecer
na bebida, mas Ana Filipa garante
que “demora cerca de uma hora e
meia a ficar completamente dissolvida”.
Com cerca de dois meses desde
o início, o projeto acaba também
por apostar na “consciencialização
de cada um e a aceitação de cada
pessoa, mas o que é certo é que
no futuro será obrigatório, por
isso, torna-se importante começar
agora no presente”. A diretora
da Strawgen admitiu “um medo
gigante por entrar no mercado
desta forma, mas acho que todos
no dia-a-dia devemos mudar pequenos
gestos e são esses gestos
que dão grandes causas e se todos
juntos nos unirmos, acho que vamos
conseguir mudar o planeta”.
Com presença confirmada na
37ª Mostra do Artesanato e Cerâmica
de Barcelos, a Strawgen “vai
ter um stand, com campanhas de
sensibilização e o espaço vai estar
decorado dessa forma”. A marca
vai também contar com jogos para
crianças e outras iniciativas, para
além da já adotada pela Associação
Moto Galos, responsável pela Praça
da Alimentação do evento, que já
se vai equipar com as palhinhas comestíveis
durante as duas semanas.
Formada em Ciências Farmacêuticas
e com 26 anos de idade,
Ana Filipa Ribeiro deixou o pedido
para que as pessoas “acreditassem
que não existem gestos demasiados
pequenos que não são capazes
de mudar o nosso mundo, mas
que fossem capazes de pensar que
pequenos gestos todos juntos são
capazes de mover grandes causas
e que devemos deixar um futuro
melhor aos que aí vem”.
DANIEL MONTEIRO