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GAZETA DIARIO 947

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Foz do Iguaçu, quinta-feira, 15 de agosto de 2019<br />

PECÚLIO/NIPOTI<br />

Cidade<br />

05<br />

Diretor de Pavimentação de Reni<br />

também reafirma esquema criminoso<br />

Em seu depoimento na Justiça Federal, Girnei Azevedo mostrou como a<br />

propina corria solta no setor de obras durante o governo de Reni Pereira<br />

Adelino de Souza<br />

Freelancer<br />

O diretor de Pavimentação<br />

da prefeitura<br />

durante parte do governo<br />

Reni Pereira prestou<br />

depoimento nesta semana<br />

na Justiça Federal.<br />

Girnei Azevedo reafirmou<br />

os termos de sua<br />

delação premiada perante<br />

o Ministério Público<br />

Federal.<br />

Girnei foi preso pela<br />

Polícia Federal em 21 de<br />

junho de 2016, durante<br />

a terceira fase da Operação<br />

Pecúlio. Ele foi<br />

acusado de cobrar propina<br />

de empreiteiras<br />

contratadas pela prefeitura<br />

e repassar aos seus<br />

chefes. Depois de ficar<br />

mais de um mês preso,<br />

fez acordo de delação<br />

premiada e foi solto em<br />

28 de julho.<br />

Nessa fase da Pecúlio,<br />

além de Reni Pereira, foram<br />

envolvidas mais 11<br />

pessoas. No total, a operação<br />

contou com 85<br />

réus, entre o ex-prefeito,<br />

secretários, diretores,<br />

empresários, médicos,<br />

vereadores e servidores<br />

municipais.<br />

"No curso das investigações<br />

coletou-se ampla<br />

prova acerca da existência<br />

de uma organização<br />

criminosa chefiada pelo<br />

prefeito Reni Pereira, infiltrada<br />

na Prefeitura com<br />

o objetivo de obter vantagem<br />

de natureza econômica<br />

e pessoal, mediante<br />

prática de graves infrações<br />

penais, como corrupção<br />

ativa, passiva,<br />

peculato, fraude a licitação,<br />

entro outros", frisou<br />

o MPF em sua denúncia.<br />

Girnei Azevedo reafirmou sua delação premiada<br />

Depoimento<br />

Em 2013 Girnei era<br />

diretor do DRM e confessou<br />

ter emprestado mil<br />

sacas de massa asfáltica<br />

de uma empresa de Cascavel.<br />

Posteriormente, a<br />

empresa que fez a generosidade<br />

venceu uma licitação<br />

para fornecer seis<br />

mil sacas do mesmo produto,<br />

ao valor de R$ 205<br />

mil, e descontou as mil<br />

sacas emprestadas.<br />

Em sua delação, Girnei<br />

disse que, no ano seguinte,<br />

recebeu do representante<br />

dessa empresa<br />

R$ 45 mil, "sendo R$ 10<br />

mil em proveito próprio,<br />

R$ 10 mil para o secretário<br />

Cristiano Fure de<br />

França e o restante foi<br />

entregue para um tal de<br />

Diego, parente de Reni<br />

Pereira". No depoimento<br />

dessa terça, Girnei negou<br />

ter recebido os R$ 10 mil<br />

em benefício próprio e<br />

alegou que foi pagamento<br />

de salário.<br />

Essa, provavelmente,<br />

tenha sido a primeira irregularidade<br />

praticada<br />

por ele como diretor da<br />

prefeitura. Mas gostou da<br />

brincadeira e, em meados<br />

de 2015, segundo o MPF,<br />

fez mais um empréstimo<br />

de massa asfáltica, sendo<br />

o pagamento feito por medição<br />

a mais em uma operação<br />

tapa-buraco.<br />

Com o tempo, Girnei<br />

passou a fazer "negócios"<br />

mais ousados. Em um<br />

contrato da prefeitura<br />

com a Itavel, no valor de<br />

R$ 850 mil, ele pegou R$<br />

70 mil e entregou a Diego<br />

para financiar a campanha<br />

de Claudia Pereira.<br />

Na sequência, pegou<br />

mais duas parcelas de R$<br />

50 mil, entregando o dinheiro<br />

para Melquizedeque<br />

levar ao prefeito Reni<br />

Pereira. O diretor esclareceu<br />

ainda que, em seguida,<br />

o contrato foi aditivado<br />

em 25%. O acordo<br />

foi firmado durante<br />

café da manhã em um<br />

hotel da cidade.<br />

Em outra oportunidade,<br />

Girnei pegou mais R$<br />

100 mil de um empresário<br />

que fazia as obras da<br />

Avenida Felipe Wandscheer<br />

e levou ao secretário<br />

e operador do esquema,<br />

Melquizedeque Correa<br />

de Souza. "Melquizedeque<br />

pediu porque não<br />

entreguei o dinheiro nas<br />

mãos de Reni, e eu disse<br />

não tê-lo encontrado em<br />

casa. Daí o Melque pediu<br />

para levar pessoalmente<br />

a Reni."<br />

Girnei Azevedo também<br />

comentou sua participação<br />

em uma reunião<br />

numa luxuosa churrascaria,<br />

onde Reni acertou<br />

uma doação de R$ 200 mil<br />

com o empresário Paulo<br />

Gorski. Nesse dia, Girnei<br />

pegou R$ 98 mil no estacionamento<br />

do restaurante<br />

e repassou ao ex-prefeito.<br />

Outro lado<br />

A defesa de Reni Pereira<br />

também teve a oportunidade<br />

de questionar<br />

Girnei. Ao final, os advogados<br />

de defesa do exprefeito<br />

disseram que<br />

Azevedo caiu em contradição<br />

pelo menos quatro<br />

vezes. Reafirmaram que<br />

Reni irá provar sua inocência.<br />

Técnico em<br />

radiologia<br />

também<br />

confirma o<br />

esquema<br />

criminoso<br />

O técnico em radiologia<br />

Reginaldo da Silveira<br />

Sobrinho também foi<br />

ouvido nessa terça na<br />

Justiça Federal e refirmou<br />

o que já havia confessado<br />

em sua delação<br />

premiada no MPF.<br />

Reginaldo foi preso em<br />

junho de 2016 e<br />

ganhou liberdade após<br />

fazer acordo de<br />

delação premiada com<br />

o MPF. Ele foi<br />

condenado a quatro<br />

anos de detenção em<br />

regime aberto e<br />

pagamento de R$ 22<br />

mil de multa. O técnico<br />

foi acusado de<br />

intermediar acordo e<br />

favorecer empresários<br />

do ramo da saúde.<br />

Novos depoimentos<br />

Nessa quarta foi<br />

ouvido o principal<br />

empreiteiro da Pecúlio,<br />

Nilton João Beckers.<br />

Seu depoimento<br />

terminou no final da<br />

tarde. Depois seriam<br />

ouvidos Fernando Duso<br />

e Juarez Silva Santos.

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