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REVISTA ESAJUP

Lançamento do primeiro número e edição comemorativa do jubileu de ouro do Escritório de Assessoria Jurídica Popular da UFU.

Lançamento do primeiro número e edição comemorativa do jubileu de ouro do Escritório de Assessoria Jurídica Popular da UFU.

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ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Neiva Flávia relata sua trajetória<br />

Revista do Escritório de Assessoria Jurídica Popular da UFU<br />

Volume 1 – Número 1 | 2019<br />

50 anos do Escritório de Assessoria<br />

Jurídica da UFU:<br />

de Assistência Judiciária a Centro de<br />

Referência em Direitos Humanos<br />

A construção histórica da<br />

assistência jurídica<br />

Projetos especiais<br />

Entrevista com usuária<br />

Como receber a assessoria<br />

jurídica do <strong>ESAJUP</strong><br />

Carta de serviços<br />

UMA HISTÓRIA DE LUTA<br />

POR UM DIREITO INCLUSIVO,<br />

ACESSÍVEL E HUMANO


3<br />

De assistência Jurídica a<br />

Centro de Rerência em<br />

1Direitos Humanos............................................6<br />

10<br />

Projeto Somos.................................. 30<br />

2<br />

Um panorama da<br />

construção histórica da<br />

Assistência Jurídica no Brasil.......... 12<br />

11<br />

LIVRE........................ 32<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Neiva Flávia de Oliveira, coordenadora do <strong>ESAJUP</strong>..........14<br />

12<br />

Constituição na escola......... 34<br />

3<br />

Como receber a<br />

assessoria jurídica................. 16<br />

13<br />

Comissão da Verdade ou a<br />

Justiça dos Mortos.......................... 36<br />

4<br />

Acolhidas................................................18<br />

5<br />

Assessoria Jurídica para<br />

estrangeiros em Situação<br />

Irregular ou de Risco<br />

AJESIR.............................. 20<br />

15<br />

14<br />

Laboratório de<br />

Direitos Humanos<br />

e Justiça Global.......... 38<br />

Direito Antidiscriminatório<br />

e Relações Étnico-Raciais..... 40<br />

PROGRAMAÇÃO 50 ANOS <strong>ESAJUP</strong><br />

02/09, 8h – Homenagem ao <strong>ESAJUP</strong> na Câmara dos Vereadores de<br />

Uberlândia<br />

6Atimanha.................................................... 22<br />

7<br />

A Liga de Direito dos Negócios<br />

de Uberlândia LIGARE..............24<br />

16<br />

MAGNA Empresa Júnior................42<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

A perspectiva da usuária............................................... 44<br />

03/09, 8h – Homenagem ao <strong>ESAJUP</strong> no Fórum de Uberlândia<br />

04/09, 8h – Exposição no pátio da Reitoria<br />

05/09, 8h – Exposição Jubileu de Ouro e apresentação histórica do <strong>ESAJUP</strong><br />

na FADIR e no Bloco 3Q<br />

8<br />

Clínica de Enfrentamento<br />

ao Trabalho Escravo (CETE)..............26<br />

17<br />

Memória virtual 46<br />

05/09, 19h – Mesa "<strong>ESAJUP</strong> e sua história: a importância do estágio nas<br />

carreiras jurídicas". Bloco 3Q<br />

9Todas por ela.................. 28<br />

18<br />

Carta de serviço aos cidadãos..... 48<br />

06/09, 8h – Apresentação de peça teatral e das atividades realizadas<br />

atualmente no <strong>ESAJUP</strong>. Bloco 3Q<br />

06/09, 19h – Mesa "<strong>ESAJUP</strong> do futuro: construindo o acesso à justiça e<br />

aos direitos humanos" Bloco 3Q


4<br />

5<br />

A Revista do <strong>ESAJUP</strong> é um veículo de<br />

periodicidade bianual para a disseminação das<br />

atividades de assessoria, estágio e extensão<br />

jurídica do Escritório de Assessoria Jurídica<br />

Popular da Faculdade de Direito “Jacy de<br />

Assis” da Universidade Federal de Uberlândia.<br />

A missão da Revista do <strong>ESAJUP</strong> é informar o<br />

público usuário acerca das possibilidades de<br />

se alcançar a justiça a cada caso com o auxílio<br />

dessa unidade da UFU.<br />

Na consecução de seus objetivos, além de<br />

prestar contas à sociedade, a Revista do<br />

<strong>ESAJUP</strong> capacita seus estagiários tanto<br />

em habilidades jurídicas e comunicativas<br />

quanto na formação humana, contando<br />

com a orientação de docentes, técnicos<br />

administrativos e advogados voluntários.<br />

Revista do Escritório de Assessoria Jurídica Popular da<br />

Universidade Federal de Uberlândia<br />

Volume 1, Número 1 – 2º semestre de 2019<br />

ISSN: a ser emitido no próximo número.<br />

Av. João Naves de Ávila, 2121<br />

Campus Santa Mônica Bloco 5V<br />

(entrada pela Av. Segismundo Pereira)<br />

Uberlândia-MG - CEP 38408-100<br />

revistaesajup@gmail.com<br />

http://www.fadir.ufu.br/unidades/esajup<br />

Expediente<br />

Editora<br />

Neiva Flávia de Oliveira<br />

Editores Discentes<br />

Carla Borges Almeida<br />

Catharina Lopes Scodro<br />

Leonardo Marcondes Alves (Registro de jornalista<br />

MTE 0020113/MG)<br />

Editorial<br />

O jubileu de ouro do Escritório de Assessoria<br />

Jurídica Popular marca a solidez da extensão,<br />

ensino e pesquisa da Faculdade de Direito da<br />

Universidade Federal de Uberlândia. De uma<br />

sala no porão do Fórum de Uberlândia ao<br />

atual prédio – o único no câmpus aberto para<br />

a rua, conforme salientou o reitor, professor<br />

Valder Steffen Júnior – o <strong>ESAJUP</strong> faz parte<br />

da história de milhares de pessoas atendidas,<br />

além da história dos estagiários que tiveram<br />

sua formação jurídica e cidadã. Coordenadores,<br />

supervisores, técnicos administrativos,<br />

colaboradores terceirizados e voluntários<br />

também ajudaram a chegar a esse meio século<br />

do <strong>ESAJUP</strong>.<br />

Este número inicial da Revista <strong>ESAJUP</strong> celebra<br />

este notório aniversário – em tempos de<br />

desafios às instituições jurídicas e educacionais<br />

– e informa à sociedade sobre as atividades<br />

de assessoria jurídica popular realizadas por<br />

esse Escritório. Por essa razão, nesse número<br />

contém o registro da história, as informações aos<br />

usuários e a disseminação dos projetos especiais<br />

do <strong>ESAJUP</strong>.<br />

Boa leitura!<br />

Os editores<br />

Revisão Leonardo Marcondes Alves<br />

Projeto Gráfico e diagramação Carla Borges Almeida<br />

Ivan da Silva Lima<br />

JUBILEU DE OURO<br />

50 ANOS DO <strong>ESAJUP</strong><br />

Uma história de luta por um direito<br />

inclusivo, acessível e humano


6<br />

1<br />

De Assistência Jurídica a<br />

Centro de Referência em<br />

Direitos Humanos<br />

Um breve histórico da assistência<br />

judiciária da Faculdade de Direito da<br />

Universidade Federal de Uberlândia<br />

Neiva Flávia de Oliveira | Após<br />

a graduação da segunda turma da<br />

Faculdade de Direito da Universidade<br />

Federal de Uberlândia, no primeiro<br />

de setembro de 1969 foi fundada a<br />

Assistência Judiciária (ASJUD) vinculada<br />

à instituição a fim de proporcionar aos<br />

alunos formação prática. Em seu berço, a<br />

ASJUD não foi pensada como instituição<br />

de ensino como veio a se transformar<br />

posteriormente. A priori, buscava-se<br />

atender as exigências da Lei n. 5.544, de 1968, que deu ensejo à<br />

Reforma Universitária. Essa Reforma Universitária previa, entre seus<br />

objetivos, privilegiar a formação profissional aliada à teórica, que,<br />

pela vivência das lides forenses, ensejaria a formação profissional<br />

consciente e supriria as necessidades da comunidade, promovendo o<br />

acesso à Justiça sem ônus.<br />

Essa ideia perpetuou-se. Nos registros de diferentes períodos, consta<br />

que a Assistência fornecia à população de Uberlândia e região serviços<br />

jurídicos gratuitos. Conforme o discurso do Prof. Geraldo de Carvalho,<br />

em 18 de dezembro de 1980, quando pronunciou em homenagem<br />

pelos 20 anos de criação da Faculdade de Direito: “Nesta noite a casa<br />

Placa da criação do <strong>ESAJUP</strong><br />

de Jacy de Assis, já de tantas tradições,<br />

dá por encerrada a sua atividade,<br />

entendendo que nada mais havia a ser<br />

feito por essa comunidade”.<br />

No Ofício de n. 547, enviado pelo<br />

Secretário do Interior e Justiça João<br />

Frazen de Lima, de 14 de novembro<br />

de 1969, ao Diretor da Faculdade<br />

de Direito de Uberlândia, contendo<br />

felicitações pela colaboração prestada<br />

pela Assistência judiciária ao Governo do<br />

Estado “Acusando recebimento do ofício<br />

de 27 de outubro último, agradece-lhe<br />

a gentileza da comunicação que me faz,<br />

louvando a iniciativa, que merece todos<br />

os aplausos”.<br />

À época, a colaboração com o Governo<br />

fomentava a percepção assistencialista,<br />

que pretendia apenas fazer com que<br />

os atendidos tivessem a ação proposta,<br />

mas não participem de sua solução.<br />

Nesse sentido, é possível afirmar que<br />

a direção da Faculdade se apropriou da<br />

oportunidade da criação da Faculdade<br />

ou da ASJUD para angariar a simpatia<br />

popular e privilégio político, mas também<br />

não é justo pensar o contrário, já que<br />

resta claro pela documentação, que<br />

os envolvidos na gênese destes dois<br />

institutos eram notadamente envolvidos<br />

no meio.<br />

Parece-nos mais acertada, todavia, a<br />

compreensão de que a ideia cultivada na<br />

população de que Faculdade de Direito<br />

7<br />

e, especialmente, a ASJUD desenvolvia um<br />

trabalho que os representava para comunidade<br />

como benfeitores, uma vez que o Estado não<br />

desempenhava a contento suas obrigações no<br />

que se refere ao acesso à Justiça.<br />

Nesse tocante, as atividades da Assistência<br />

Judiciária iniciaram-se em 01 de setembro de<br />

1969 junto à Avenida João Pinheiro, n. 565,<br />

próximo à sede da época da Faculdade de Direito<br />

e contava com a colaboração da advogada Dinah<br />

F. de Carvalho e com apenas cinco alunos,<br />

quintanistas e inscritos como estagiários na<br />

Ordem dos Advogados do Brasil 1 . No período<br />

de quatro meses, foram propostas 35 ações e<br />

resolvidos, amigavelmente, 36 conflitos.<br />

CURTAS SOBRE O <strong>ESAJUP</strong><br />

• A extensão é componente indissociável nos currículos da educação superior<br />

• Os estudantes de Direito da UFU devem cumprir 300 horas de estágio<br />

obrigatório<br />

• No mínimo, 100 horas do estágio obrigatório devem ser no <strong>ESAJUP</strong><br />

• Não se cobra quaisquer formas de honorários ou emolumento da população<br />

atendida<br />

• Soma forças com a assistência jurídica de entes como Defensoria Pública,<br />

Ministério Público, Juizados Especiais, PROCON, Auditoria do Trabalho,<br />

OAB, ONGs e coletivos.<br />

• Pesquisa e monitora temas especiais, produzindo conhecimento que se<br />

traduz em políticas públicas<br />

No final do 1o semestre de 2019 o <strong>ESAJUP</strong> possuía:<br />

• 687 procedimentos judiciais em andamento<br />

• 136 procedimentos pré-processuais aguardando homologação<br />

• 122 atendimentos em andamentos<br />

• Aproximadamente 15 docentes e profissionais voluntários que<br />

supervisionam em média 80 alunos por semestre<br />

No ano de 1976, a coordenação da Assistência Judiciária foi assumida<br />

pelo advogado Celso de Souza Queiroz Júnior, que permaneceu<br />

no cargo até de 1977. Todavia, essas atividades desenvolvidas não<br />

possuíam ainda qualquer cunho didático, uma vez que a criação desta<br />

instituição não foi pensada pedagogicamente, mas tão somente<br />

visando à formação profissional dos acadêmicos, em consonância com<br />

a Lei n. 5544/68. Nesse sentido, no período compreendido entre<br />

1969 e 1977, ainda não é possível associar a Assistência Judiciária à<br />

instituição escolar ou educacional.<br />

Nesse período, as atividades desenvolvidas na ASJUD possuíam um<br />

caráter pragmático e consistiam, basicamente, na prática forense,<br />

a partir do atendimento ao público pelos alunos e da confecção de<br />

peças processuais. Assim, da análise dos Relatórios de Atividade<br />

de 1969 a 1977, percebe-se que as atividades de caráter técnico<br />

1<br />

Relatório de Atividades à Direção; 18 de dezembro de 1969.


8 9<br />

possuíam maior foco, sem reflexões de<br />

natureza acadêmica mais aprofundada,<br />

notável em “(...) é de se louvar o<br />

trabalho desenvolvido pelos citados<br />

alunos, que jamais mediram sacrifícios<br />

para atender com máximo de interesse<br />

aqueles que procuram a justiça<br />

através deste departamento” 2 e “(...)<br />

cumpre louvar o trabalho desenvolvido<br />

pelos referidos alunos, dedicados em<br />

servir com o máximo de interesse a<br />

todos quantos buscaram a parta da<br />

Assistência Judiciária.” 3<br />

Além disso, esse Departamento foi<br />

responsável por trabalhos de natureza<br />

extrajudiciais como minutas de escritura<br />

para reconhecimento de filho ilegítimo,<br />

conforme denominação da época;<br />

minuta para adoção; e atendimento de<br />

687 pessoas. 4<br />

À vista disso, a compreensão da criação<br />

da Assistência Judiciária em 1969, bem<br />

como seu transcurso histórico, passa<br />

obrigatoriamente pela análise do contexto<br />

político, especialmente o impacto do<br />

poder ditatorial instalado no país em um<br />

de seus momentos mais críticos.<br />

A ideia de formação de uma instituição<br />

de formação prática dos acadêmicos<br />

de direito, sob a vigília de seus<br />

professores orientadores, foi gestada<br />

mediante a Reforma Universitária<br />

pelo Governo Militar em 1968, cujos<br />

principais objetivos foram modernizar a<br />

universidade para o projeto econômico<br />

que pretendiam empreender, dentro<br />

de parâmetros de “segurança” que a<br />

ditadura ambicionava para si e para os<br />

interesses do capital que representava.<br />

Para compreender o real significado de<br />

uma Reforma, é necessário mais do que<br />

o simples o exame de documentos e da<br />

legislação.<br />

Essas perspectivas orientaram o discurso<br />

e concepções sobre Universidade no<br />

Brasil no período da Ditadura Civil-<br />

Militar, por meio da Lei n. 5.540/88 e<br />

as influências desse ideário na formação<br />

2<br />

Relatório de Atividade/1969.<br />

3<br />

Relatório de Atividade/1970.<br />

4<br />

Relatório de Atividade/1974.<br />

CRONOLOGIA<br />

Final do século XX – Advogados voluntários e estudantes de<br />

Direito na Europa, nos Estados Unidos, na Argentina e no<br />

Brasil se unem para promover a justiça social, principalmente<br />

a setores da população com menor acesso à jurisdição.<br />

1893 – A Universidade da Pensilvânia formaliza sua clínica<br />

de educação jurídica, a Legal Aid Dispensary.<br />

1917 – O repórter William Rowe publica um artigo<br />

argumentando que a educação integrada à assistência<br />

judiciária seria o melhor método para a formação de juristas.<br />

1960 – Movimentos civis ao redor do mundo levam a<br />

propagação de núcleos de prática jurídica.<br />

1969 – Criação do <strong>ESAJUP</strong>, como a Assistência Judiciária da<br />

Faculdade de Direito de Uberlândia.<br />

1988 – Constitucionalização da assistência jurídica.<br />

2010 – Transformação político-pedagógica reorienta o<br />

<strong>ESAJUP</strong> da assistência jurídica para a assessoria jurídica<br />

integrada ao ensino, pesquisa e extensão. Passa a combinar<br />

a prestação de assessoria legal à comunidade, com a<br />

educação humanizada, crítica e prática, além de servir de<br />

centro para pesquisa e monitoramento de temáticas diversas<br />

que não são tipicamente contempladas por órgãos públicos<br />

de assistência jurídica.<br />

da Assistência Judiciárias da Universidade Federal de Uberlândia. Essa<br />

ideia, não foi um ato arrojado, mas político e ideológico, que atendia<br />

aos contatos estabelecidos entre a direção da Faculdade de Direito e o<br />

Governo Militar vigente.<br />

Tal medida foi ao encontro de uma demanda interiorana, em que os<br />

elaboradores da política educacional preferiram manter dispersas nas<br />

pequenas cidades submetidas ao controle social da oligarquia local,<br />

do que expostas a influências desconhecidas ou simplesmente temidas<br />

nas residências universitárias das cidades maiores e das capitais.<br />

Em 1970, o Ministro Jarbas Passarinho foi paraninfo da turma de<br />

graduandos em Direito, tendo, em outras ocasiões, proferido palestras<br />

e aula magna.<br />

Data dessa mesma época o título de Doutor Honoris Causa<br />

conferido ao General Costa e Silva, que vemos ladeados pela direção<br />

da Faculdade de Direito em várias ocasiões. Nesse contexto, a<br />

Universidade de Uberlândia – UFU – foi federalizada, com aporte no<br />

Ministro da Casa Civil de Costa e Silva Rondon Pacheco, por meio do<br />

Ato Institucional nº 16.<br />

Conforme salientado acima, Rondon Pacheco foi um dos fundadores<br />

da Faculdade de Direito. A ASJUD, portanto, foi criada visando<br />

dar formação prática em um momento que o Governo Militar<br />

pretendia garantir formação profissional ligada à pesquisa e<br />

extensão, preferentemente no interior do país onde a oligarquia local<br />

encarregar-se-ia de controlar qualquer<br />

movimento “inoportuno”.<br />

Posteriormente, com o início do período<br />

de redemocratização no Brasil, em 1988,<br />

e a promulgação da Constituição Federal,<br />

a ASJUD permaneceu com o caráter<br />

assistencialista com o qual foi criado.<br />

O fato de a Assistência Judiciária estar<br />

vinculada à Faculdade de Direito,<br />

prevista como Núcleo no seu regimento,<br />

não atende ao atual projeto pedagógico<br />

da Faculdade de Direito e, do ponto<br />

de vista, da estrutura administrativa<br />

da Universidade, a ASJUD consta como<br />

divisão ligada à Reitoria.<br />

Por outro lado, se a Assistência Judiciária<br />

fosse um órgão suplementar teria<br />

vários níveis de fiscalização – do seu<br />

Conselho, do qual deveriam fazer parte<br />

representantes discentes, docentes<br />

e técnicos da Faculdade de Direito,<br />

da própria faculdade de Direito, das<br />

auditorias internas da Universidade,<br />

do Tribunal de Contas e do Ministério<br />

Público, o gera uma ação responsável.<br />

Há que se salientar também que como<br />

órgão suplementar a Assistência não<br />

perderia o vínculo com a Faculdade de<br />

Direito, pois a supervisão pedagógica<br />

do estágio realizado nela por alunos de<br />

Direito seria da coordenação da citada<br />

faculdade.<br />

Hodiernamente, a “assistência judiciária”<br />

se encontra desatualizado, tendo sido<br />

adaptado, nas faculdades federais de<br />

Direito, ao modelo de “assessoria jurídica<br />

popular”.<br />

Como já se acentuado, o modelo<br />

assistencialista veio do período ditatorial<br />

brasileiro, avaliando o cidadão como<br />

“semicapaz”, ou seja, como alguém que<br />

precisa ser assistido, para efetivar seus<br />

direitos, de sorte que não participa da<br />

construção da solução de seu conflito<br />

jurídico ou sequer compreende o que<br />

foi aplicado ao seu caso. À época, essa<br />

percepção contribuía para que não<br />

houvesse a participação popular ou a<br />

conscientização dos cidadãos de seus<br />

direitos e deveres.<br />

Já em um projeto de “assessoria jurídica<br />

popular”, ao reverso, se busca que cada cidadão compreenda seus<br />

direitos e deveres e construa, junto ao graduando de Direito, a<br />

solução para o seu conflito jurídico. Ainda nesse modelo, se propõe<br />

um atendimento mais amplo, que possa atingir as mais variadas áreas<br />

do Direito, com um olhar transdisciplinar que permite uma formação<br />

completa e crítica do aluno e, em contrapartida, um atendimento com<br />

maior qualidade e eficácia à comunidade local.<br />

Assim, no novo projeto pedagógico da Faculdade de Direito já se<br />

alterou o modelo, o que exige a sua viabilidade prática e efetividade.<br />

Para tanto, é imprescindível a realização de parcerias e convênios<br />

tanto com entidades privadas – com e sem finalidade lucrativa –<br />

quanto com outros órgãos públicos.<br />

Com a implantação do modelo de Assessoria Jurídica Popular, com<br />

estrutura administrativa autônoma, que possa firmar convênios e<br />

parcerias, isto seria possível, o que somente um órgão suplementar<br />

permite.<br />

AS CARACTERÍSTICAS DE<br />

UM ÓRGÃO SUPLEMENTAR<br />

Vinculação direta à Reitoria em<br />

nível administrativo<br />

Atribuições técnicas, culturais,<br />

desportivas, recreativas ou assistenciais<br />

Apoio às atividades de pesquisa,<br />

ensino e extensão<br />

Autonomia para firmar convênios<br />

e parcerias<br />

Autonomia financeira e administrativa,<br />

inclusive, com a obrigatoriedade<br />

de criação de um Conselho<br />

de Administração em Nível<br />

Deliberativo<br />

Compõem o referido Conselho,<br />

representantes das Unidades<br />

Acadêmicas, dos Órgãos da<br />

Administração Superior e das<br />

Entidades da Comunidade que<br />

tenham envolvimento com o<br />

Órgão<br />

CARACTERÍSTICAS DO <strong>ESAJUP</strong><br />

Vinculação administrativa à Reitoria e pedagógica<br />

à Faculdade de Direito;<br />

Atribuição assistencial na versão Assessoria Jurídica<br />

para atendimento à Comunidade de baixa renda<br />

de Uberlândia e Região, quanto às demandas<br />

jurídicas;<br />

Realização de atividades extensionais e de pesquisa<br />

voltadas para a educação e informação jurídica<br />

e atividade de ensino na orientação de estágio a<br />

alunos da Faculdade de Direito<br />

Realização de convênios e parcerias para financiamento<br />

das ações e triagem dos atendimentos;<br />

Fonte de custeio desvinculada da Faculdade de<br />

Direito<br />

Criação do Conselho de Administração com a participação<br />

de representantes do Colegiado de Curso<br />

da Faculdade de Direito, do Diretório Acadêmico<br />

da Faculdade de Direito e do Corpo Técnico da Assessoria<br />

Jurídica Popular, de docentes e discentes<br />

da Assessoria Jurídica Popular<br />

Com base nessas características entende-se que a Assessoria Jurídica<br />

Popular como órgão suplementar.<br />

Ademais, a criação da Assessoria Jurídica como órgão suplementar, nos<br />

termos do inciso VIII, do §2º, do art. 4º, do Decreto Federal 7.233/10,<br />

ampliou os parâmetros considerados para matriz de distribuição e para<br />

alocação de recursos do Ministério da Educação para a Universidade<br />

Federal de Uberlândia, solução para fonte de custeio do órgão.


10<br />

Com vistas à implementação do modelo<br />

de Assessoria Jurídica Popular como órgão<br />

suplementar, a equipe da Assistência<br />

Judiciária vem realizando ações práticas no<br />

sentido de viabilizar o projeto:<br />

1. Viabilização de termos de cooperação<br />

assinados pela Reitoria, junto à Comissão<br />

Mineira da Verdade, por exemplo.<br />

2. Parceria com a ONG SOS- Mulher Família<br />

para enfrentamento das questões de<br />

gênero.<br />

3. Parceria como TJMG para viabilização da<br />

Central de Conciliação.<br />

4. Parceria com o PROCON e Ministério<br />

Público do Consumidor para atender<br />

superendividados e estabelecer a<br />

conciliação.<br />

5. Parceria com o PResp para atender<br />

egressos do sistema prisional.<br />

6. Elaboração de projeto PROEXT para<br />

fomento do <strong>ESAJUP</strong> como centro de<br />

Referência em Direitos Humanos.<br />

7. Obtenção de um veículo junto a Reitoria<br />

da UFU.<br />

8. Mudança de prédio e todo equipamento<br />

e móveis para melhora das condições de<br />

trabalho e atendimento à comunidade.<br />

9. Acréscimo do número assistentes<br />

administrativos e docentes.<br />

10. Implantação de projetos especiais<br />

de assessoria como à estrangeiros<br />

irregulares, questões coletivas, grupo<br />

LGBT+, superendividados.<br />

Como se verificou acima, portanto,<br />

somente em novembro de 2010, com a<br />

aprovação da Resolução n. 44/2010 do<br />

Conselho Universitário da Universidade<br />

Federal de Uberlândia, que aprovou<br />

a revisão do projeto pedagógico<br />

da Faculdade de Direito, mudou-se<br />

definitivamente de ASJUD para <strong>ESAJUP</strong> –<br />

Escritório de Assessoria Jurídica Popular.<br />

Nesse novo modelo, busca-se um perfil<br />

de empoderamento daqueles que<br />

procuram a entidade, em um novo olhar<br />

com uma base paradigmática inovadora.<br />

Agora, a previsão do novo projeto<br />

pedagógico da Faculdade de Direito<br />

estabeleceu o estágio como atividade obrigatória, tornandose<br />

parte efetiva da formação dos alunos. Para garantir<br />

sua infraestrutura, construiu-se um bloco de mais de 875<br />

m 2 para o <strong>ESAJUP</strong> dentro do Campus Santa Mônica da<br />

Universidade Federal de Uberlândia, com dois pavimentos<br />

e ampla estrutura para grupos de trabalhos dos alunos,<br />

atendimentos – tanto individual quanto coletivo. Apesar<br />

disso, ainda não conta com equipamentos para funcionar<br />

plenamente, tampouco o corpo necessário de profissionais.<br />

Entretanto, é necessário mais um passo, ou seja, de<br />

<strong>ESAJUP</strong> para Centro de Referência em Direitos Humanos,<br />

o que requer a ampliação do perfil transdisciplinar,<br />

incluindo o serviço social e a psicologia, bem como um<br />

caráter formativo com ações de educação em Direitos<br />

Humanos, buscando técnicas além das tradicionais.<br />

A concepção dos Centros de Referência em Direitos<br />

Humanos surgiu a partir de experiências realizadas por<br />

órgãos públicos e organizações não governamentais que<br />

possibilitaram o acesso da população de baixa renda a<br />

serviços essenciais como, por exemplo, assistência jurídica<br />

e documentação civil básica.<br />

Assim, os Centros de Referência em Direitos Humanos<br />

atuam como mecanismos de defesa, promoção e<br />

acesso à justiça e estimulam o debate sobre cidadania influenciando<br />

positivamente na conquista dos direitos individuais e coletivos.<br />

O que propõe mais um passo no caminho de ASJUD, <strong>ESAJUP</strong> e agora<br />

Centro de Referência em Direitos Humanos para o estágio e extensão<br />

da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia.<br />

Um Centro de Referência, ao implementar ações que tem como base<br />

a cultura dos Direitos Humanos, como direitos adquiridos que devem<br />

ser assegurados plenamente na linha de dar condições para que as<br />

pessoas, em todas as fases da sua vida, possam estar resguardadas e<br />

desenvolver suas<br />

potencialidades humanas<br />

e sociais, pretendem<br />

levar as pessoas<br />

encontrarem projetos de<br />

vida, visões de mundo,<br />

praticar sociabilidades<br />

diferentes daquelas<br />

apontadas naturalmente<br />

pela vida cotidiana.<br />

Essas ações devem<br />

apontar valores e<br />

linguagens capazes de<br />

atrair àqueles que são<br />

o público alvo, para<br />

uma realidade marcada<br />

pelo pertencimento,<br />

dignidade e valorização<br />

(individual e coletiva).<br />

As equipes envolvidas<br />

nos Centros de Referência<br />

em Direitos Humanos<br />

têm como ponto de<br />

partida atividades que<br />

visam à humanização,<br />

à emancipação do ser<br />

humano, à transformação<br />

social, construindo<br />

realidades mais justas e<br />

igualitárias, o que<br />

ora se propõe.<br />

PRÉDIO DO <strong>ESAJUP</strong><br />

Os Centros de Referência em<br />

Direitos Humanos deverão ser uma<br />

“Casa de Direitos”, de<br />

convivência entre pessoas.<br />

Trata-se de um espaço físico onde<br />

são executadas ações que visam à<br />

defesa e a promoção dos direitos.<br />

O <strong>ESAJUP</strong> passou de uma salinha no<br />

último piso inferior do Fórum a uma<br />

casa na Avenida João XXIII, no bairro<br />

Saraiva, para hoje ocupar o Bloco 5V<br />

no Câmpus Santa Mônica. O prédio,<br />

com 875 m2, possui dois pavimentos<br />

com salas de reunião, auditório e<br />

escritórios administrativos.<br />

A engenheira civil Carla Borges<br />

Almeida participou de sua construção<br />

como fiscal de obra e é agora<br />

discente de Direito (e editora<br />

discente dessa revista).<br />

11<br />

Acordo entre <strong>ESAJUP</strong> e TJ-MG firmado em 20187.<br />

Fotos: Acervo <strong>ESAJUP</strong>


12 13<br />

A união e os Estados<br />

concederão aos necessitados assistência<br />

2<br />

judiciária, criando, para esse efeito,<br />

órgãos especiais assegurando, a isenção<br />

de emolumentos, custas, taxas e selos<br />

Apesar de algumas disposições esparsas,<br />

não havia a figura bem definida da<br />

assistência judiciária gratuita. Então, em<br />

1870, por iniciativa do jurista Joaquim<br />

Nabuco de Araújo, foi criado um<br />

Conselho, o Instituto dos Advogados no<br />

Rio, para prestar assistência judiciária<br />

aos indigentes nas causas cíveis e<br />

criminais, assegurando gratuitamente<br />

as consultas jurídicas e encarregando<br />

UM PANORAMA DA<br />

membros do Instituto a defender os<br />

CONSTRUÇÃO HISTÓRICA DA<br />

direitos dos pobres. Era uma forma de<br />

garantir justiça para os escravos a serem<br />

libertados, de modo que contou com o<br />

ASSISTÊNCIA JURÍDICA<br />

apoio da corrente abolicionista.<br />

Luis Gama (1830 – 1882) foi pioneiro na assistência<br />

Após anos de tentativas de edição de<br />

jurídica no Brasil, defendendo causas abolicionistas<br />

no Brasil<br />

uma legislação que tratasse da garantia<br />

da assistência judiciária, apenas em 1897<br />

houve um real avanço quando da edição garantias individuais, essa disciplina voltou ao texto constitucional<br />

do Decreto 2.457. O artigo 1º iniciava o na Constituição de 1946, mesmo que de forma menos explícita.<br />

texto da seguinte forma:<br />

A <strong>ESAJUP</strong> integra um sistema que ao longo dos séculos vem oferecendo a<br />

No período em que alguns estados ainda não dispunham de órgãos<br />

Art. 1º É instituida no Districto Federal<br />

assistência jurídica à população<br />

específicos para prestação da assistência judiciária, a Ordem dos<br />

a Assistencia Judiciaria, para o patrocinio Advogados do Brasil sanava esse déficit pois dispunha de meios para<br />

Carla Borges Almeida | A Constituição<br />

Federal de 1988 estabelece, dentre os<br />

direitos e garantias fundamentais listados<br />

em seu artigo 5º, a assistência jurídica<br />

integral e gratuita aos que comprovarem<br />

insuficiência de recursos.<br />

Apesar de parecer evidente que, ao<br />

assegurar o contraditório e ampla<br />

defesa aos litigantes o Estado deve<br />

também garantir os meios, não apenas<br />

pecuniários, para que todos os cidadãos<br />

tenham esse acesso, nem sempre foi<br />

assim.<br />

Até início do século XX, o esboço do que<br />

seria a assistência judiciário no Brasil<br />

remontava da herança da colonização<br />

portuguesa, das Ordenações Afonsinas<br />

e das Ordenações Filipinas de 1603.<br />

Dentre os dispositivos das Ordenações<br />

Filipinas, havia a previsão de isenção a<br />

pagamentos de custas pelo réu pobre até quando ele tivesse condições<br />

de pagar. Havia também preceitos para que os advogados custeassem<br />

pobres que fossem parte de processos cíveis ou criminais.<br />

Já nas Afonsinas, havia disposições em seu texto que, sendo o agravante<br />

tão pobre que jurasse “não ter bens imóveis, nem de raiz, nem por onde<br />

pague o agravo” e rezando o Pai-Nosso pela alma do Rei Don Diniz,<br />

ser-lhe-ia considerado como se o agravo tivesse sido pago. No mesmo<br />

texto, havia previsão também de que os pobres estavam dispensados de<br />

depositar caução, desde que tivessem testemunhas da sua condição de<br />

pobreza.<br />

Em 1841, a Lei 261 que reformulava o Código de Processo Criminal da<br />

época (Lei de 29 de novembro de 1832.) fazia previsão, em seu artigo<br />

99 do seguinte:<br />

Art. 99. Sendo o réu tão pobre que não possa pagar as custas,<br />

perceberá o Escrivão a metade dellas do cofre da Camara Municipal da<br />

cabeça do Termo, guardado o seu direito contra o réo quanto à outra<br />

metade.<br />

Posteriormente, em 1842 foi editado Regulamento nº 120 e também a<br />

Lei n. 150 de 09 de abril de 1842 que isentava os litigantes a pagamento<br />

de custas processuais.<br />

gratuito dos pobres que forem litigantes<br />

no civel ou no crime, como autores ou<br />

réos, ou em qualquer outra qualidade.<br />

E para recebimento desse benefício,<br />

considerava como pobre toda pessoa<br />

que estivesse impossibilitada de pagar<br />

custas e despesas processuais sem<br />

que disso decorresse alguma privação<br />

de recursos para manutenção das<br />

despesas familiares.<br />

Em 1934, a assistência judiciária figurou<br />

nos dispositivos constitucionais. O art.<br />

32 dispunha que: “A União e os Estados<br />

concederão aos necessitados assistência<br />

judiciária, criando, para esse efeito,<br />

órgãos especiais assegurando, a isenção<br />

de emolumentos, custas, taxas e selos.”<br />

Nos anos seguintes, entre pequenos<br />

avanços e alguns retrocessos devido<br />

a mudanças políticas e instauração de<br />

regimes que pouco prezavam pelas<br />

assegurar essa garantia.<br />

O próximo grande avanço foi a edição da Lei 1.060, de 1950, que<br />

estabeleceu normas para a concessão de assistência judiciária aos<br />

necessitados, salvaguardando essa garantia.<br />

Finalmente, com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a<br />

assistência jurídica (de caráter mais amplo que a assistência judiciária)<br />

adquiriu status constitucional:<br />

LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos<br />

que comprovarem insuficiência de recursos;<br />

Para concretizar esse mandado constitucional, a Ordem dos Advogados<br />

do Brasil e o Conselho Nacional de Educação (CNE) começaram a<br />

normatizar o funcionamento de núcleos de prática jurídicas nos cursos<br />

de Direito. A Resolução CNE 9/2004, e mais recente a Resolução<br />

CNE 3/2017 e o Parecer 635/2018 do MEC, regulamentaram o<br />

funcionamento da assessoria jurídica nas faculdades, os quais atuam em<br />

próxima colaboração com a OAB, Defensoria Pública, Ministério Público,<br />

PROCON e juizados especiais.<br />

A <strong>ESAJUP</strong> antecede a constitucionalização da assessoria jurídica. Esse<br />

pioneirismo reflete em uma gama de projetos que facilitam tornar<br />

acessível o processo jurídico, bem como a construção da cidadania e a<br />

formação humanística dos estudantes de Direito.


14 15<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

Você teria algum caso impactante para transportes; e a cultura da própria cidade, que pouco vê a<br />

para listar?<br />

realidade de desigualdades sociais e, ao vê-la, prefere escondê-la,<br />

mascará-la.<br />

NEIVA FLÁVIA DE OLIVEIRA,<br />

Me recordo de um atendimento Em relação ao contingenciamento de verbas, por integrar<br />

para uma família em que havia a Faculdade de Direito, esse instituto atraiu para si as<br />

COORDENADORA DO <strong>ESAJUP</strong><br />

uma senhora, a qual foi abusada dificuldades a fim de que o <strong>ESAJUP</strong> e sua infraestrutura não<br />

sexualmente pelo pai desde os sofram negativamente efeitos dessa política. Como exemplo,<br />

Para marcar este jubileu, os<br />

14 anos, com o conhecimento de há a retirada de recursos para as viagens que seriam realizadas<br />

editores discentes escolheram a<br />

coordenadora do <strong>ESAJUP</strong>, Neiva<br />

sua mãe, e teve três filhos. Esses no âmbito da FADIR para manter a disponibilidade, ainda que<br />

Flávia de Oliveira, para narrar<br />

filhos foram criados pelos seus reduzida, de transportes no <strong>ESAJUP</strong>. Além disso, o Escritório<br />

sua trajetória e perspectivas<br />

pais como seus irmãos. Um desses não recebeu nenhuma verba para a realização do seu<br />

quanto à assessoria jurídica<br />

irmãos abusou de sua própria filha, evento comemorativo de 50 anos – “Jubileu de Ouro” – e foi<br />

popular. Foi entrevistada por<br />

engravidando-a. Nessa família, a prejudicado em seus projetos a nível regional que necessitam<br />

Catharina Lopes Scodro.<br />

audiência de conciliação – marcada transporte constantemente.<br />

por vítimas, dores e abusos – foi<br />

NATURALIDADE: São José do<br />

composta por quatro mulheres, Quais são as suas perspectivas para o <strong>ESAJUP</strong>?<br />

Rio Preto/SP<br />

marcadas pelo abuso de homens.<br />

Quais são as suas principais<br />

motivações para atuar?<br />

Primeiramente, enxergo na docência<br />

a competência para melhorar<br />

e transformar pessoas e, por<br />

consequência, o mundo. O Escritório<br />

de Assessoria Jurídica torna possível<br />

que, a partir das atividades de<br />

extensão, a universidade alcance<br />

os grupos vulneráveis, bem como<br />

IDADE: 53 anos (16 fev. 1966)<br />

PROFISSÃO: Docente universitária,<br />

orientadora de estágio. Flávia era<br />

advogada, mas por conta do regime<br />

de dedicação exclusiva concentrou<br />

sua atuação profissional na<br />

Universidade Federal de Uberlândia.<br />

possibilite a construção de cidadania ativa desses indivíduos.<br />

Quais são as causas com as quais mais se identifica?<br />

Relacionadas ao gênero, à violência contra mulher, à<br />

população LGBT+ e, sobretudo, à memória, para que não<br />

se repitam as atrocidades do passado e não se apaguem as<br />

histórias. Nesse sentido, em relação às memórias, me tocam<br />

as questões relacionadas à morte de Ismene Mendes e de<br />

Rosalina Buccironi da Silva, essa assassinada pelo seu esposo<br />

que, apesar de ter sido assassino, ainda é exaltado localmente.<br />

Quais são as principais dificuldades<br />

em estar à frente do <strong>ESAJUP</strong>?<br />

No <strong>ESAJUP</strong>, as dificuldades são<br />

relacionadas a múltiplos fatores,<br />

como financeiro, em razão do<br />

contingenciamento de verbas e dos<br />

cortes; disponibilidade de veículos<br />

O cargo de coordenadora do<br />

<strong>ESAJUP</strong>, hoje ocupado por<br />

Neiva Flávia de Oliveira,<br />

reúne as funções de gestão<br />

administrativa, a orientação<br />

de projetos de extensão,<br />

acompanhamento dos casos<br />

que chegam ao escritório e<br />

a supervisão dos estágios.<br />

Anteriormente ocupado por<br />

advogados, como Dinah<br />

Fernandes de Carvalho e Celso<br />

Queiroz, passou a ser dirigido<br />

por docentes do Direito, como<br />

a professora Djanira Maria<br />

Radamés de Sá e a atual titular.<br />

Reinventar-se. Para se manter, diante de uma conjuntura<br />

desfavorável, a instituição deverá contar com seus parceiros<br />

(como o Ministério Público do Trabalho, Ministério Público<br />

Federal e Ministério Público de Minas Gerais) para cooperar<br />

com a sociedade. Nesse sentido, o <strong>ESAJUP</strong> se manterá como<br />

órgão de acolhimento de pessoas sem recursos e sem terem<br />

para onde ir, mostrando-lhes seus direitos e dando-lhes<br />

Quais são os progressos notáveis na seara da Assessoria<br />

Jurídica?<br />

O atendimento de coletividades, como o ingresso de duas<br />

ações civis públicas que atingiram mais de seiscentas famílias,<br />

e de áreas setorizadas, que, para além do atendimento,<br />

oferecem um suporte amplo aos atendidos.<br />

Nessa perspectiva, recentemente, o Projeto SOMOS, que lida<br />

como demandas relacionadas à população LGBT+, promoveu<br />

um casamento coletivo, a fim de conferir visibilidade,<br />

cidadania e qualidade de vida aos indivíduos. Há ainda o<br />

Projeto Todas Por Ela, que, nas questões relacionadas à<br />

mulher e à violência doméstica, promove atendimentos,<br />

eventos à comunidade e capacitação no âmbito das escolas.<br />

Quem faz o <strong>ESAJUP</strong> são as pessoas: alunas e alunos;<br />

técnicas e técnicos; voluntárias e voluntários; terceirizadas e<br />

terceirizados; parceiras e parceiros; estagiárias e estagiários.<br />

Essas pessoas fazem daqui um lugar de afeto, que oferece<br />

suporte à construção da cidadania ativa dos indivíduos.


16 17<br />

3<br />

Como receber a<br />

assessoria jurídica<br />

Tem alguma causa que<br />

demanda assessoria<br />

jurídica?<br />

O caso será<br />

encerrado<br />

Não é elegível para<br />

receber a assistência<br />

do <strong>ESAJUP</strong><br />

Possui renda familiar de<br />

até dois salários mínimos<br />

ou patrimônio de até<br />

R$ 70 mil?<br />

Agende a triagem<br />

no <strong>ESAJUP</strong><br />

Envolve disputas<br />

com outras<br />

partes?<br />

O <strong>ESAJUP</strong> fará o<br />

processo judicial e, em<br />

alguns casos,<br />

encaminhará para o<br />

Ministério Público<br />

Agendamento para a triagem:<br />

Av. Segismundo Pereira, Bloco 5-V,<br />

Campus Santa Mônica, Uberlândia, MG<br />

(34) 3291-6356<br />

esajup@fadir.ufu.br<br />

Conheça nas páginas seguintes os projetos especiais


18 19<br />

o Acolhidas a amparou<br />

4<br />

e a informou sobre<br />

os procedimentos<br />

que poderiam ser<br />

tomados frente a tal<br />

circunstância, dentre<br />

os quais ela optou<br />

pelo regime especial.<br />

Nesse caso, a aluna foi<br />

liberada da participação<br />

presencial nas aulas<br />

daquele docente,<br />

sendo a ela concedido<br />

o direito de fazer as<br />

provas e exames daquela<br />

disciplina em casa.<br />

Dessa forma, embora<br />

não mais propicie a<br />

assistência jurídica,<br />

o projeto acolhe e<br />

auxilia as vítimas<br />

ACOLHIDAS<br />

dando-lhes apoio e<br />

informações acerca dos<br />

procedimentos legais<br />

que devam ser efetuados<br />

ALIANDO UMA FORMAÇÃO ÉTICA E HUMANA ao companherismo e<br />

e as instituições a<br />

sororidade no acolhimento às mulheres vítimas de violência.<br />

serem procuradas.<br />

Vale dizer ainda<br />

que o Coletivo atua<br />

O<br />

propunham a acolher e auxiliar legalmente as mulheres vinculadas à<br />

promovendo palestras<br />

Integrantes do coletivo Acolhidas.<br />

UFU vítimas de assédio moral, sexual ou violências de gênero. Além<br />

e Cine-Debates, a fim de disseminar<br />

projeto Acolhidas surgiu no ano de de acolher as vítimas, o Acolhidas promovia assistência judiciária,<br />

conhecimento a respeito de suas pautas.<br />

2015, como resposta à tentativa de estupro concebendo atas, ajuizando processos, representando legalmente essas<br />

Assim sendo, toda última quartafeira<br />

do mês o projeto promove um<br />

“PRECISAMOS ENCORAJAR MAIS<br />

sofrida por uma aluna do curso de Direito mulheres perante o Poder Judiciário. Contudo, no primeiro semestre<br />

da Universidade Federal de Uberlândia, de 2019, por razões variadas algumas das alunas e professoras não<br />

evento denominado Quarta-Acolhida<br />

MULHERES A SE ATREVEREM<br />

em dos boxes do banheiro de seu bloco puderam mais integrar o coletivo, assim, para dar continuidade ao<br />

para discutir assuntos relacionados à<br />

A MUDAR O MUNDO”<br />

(3D). Nesse contexto, compreendeu-se a projeto foi preciso que as integrantes restantes se empenhassem na<br />

temática feminista. Esses eventos são<br />

– Chimamanda Ngozi Adichie<br />

necessidade da existência de um coletivo construção de uma nova proposta para o projeto. Houve uma mudança<br />

bastante construtivos e interessantes,<br />

dentro da Universidade, onde mulheres importante na proposta. Alicerçando-se em um viés pedagógico,<br />

trazendo sempre a ideia da necessidade<br />

vítimas de algum tipo de violência ou atualmente o Coletivo está formado majoritariamente por alunas<br />

e importância da união e da sororidade<br />

assédio pudessem encontrar apoio e do curso de Direito da Universidade e coordenado pela professora<br />

entre as mulheres, já que esta é<br />

compreensão das situações que vivem as mulheres, contribuem para<br />

auxílio. Com efeito, pautado em ideais Neiva Flávia de Oliveira. Assim, o Acolhidas tem por objetivo, não<br />

compreendida pelo projeto como a única uma ampla e profunda capacitação. Assim, as participantes adquirem<br />

feministas, surge o Acolhidas. Composto mais a assistência judiciária, mas o acolhimento dessas vítimas e<br />

forma de enfrentar o ambiente hostil habilidades sociais e éticas que uma mera formação técnica não as<br />

estritamente por mulheres defende a ideia o redirecionamento orientado e encaminhamento às instituições<br />

hodiernamente vivenciado dentro da capacitaria.<br />

de que só através da luta e da resistência, apropriadas, além da promoção de eventos para a comunidade<br />

universidade e principalmente fora dela. O Acolhidas é um entre muitos outros projetos que atuam dentro<br />

exercendo sempre o companheirismo e a acadêmica e atividades “extra-muros”.<br />

Além da atividade de extensão, do do Escritório de Assessoria Jurídica (<strong>ESAJUP</strong>) que tem como caráter<br />

sororidade, podemos tornar o ambiente O projeto já efetuou, ao todo, o atendimento de cerca de vinte<br />

ponto de vista educacional o Acolhidas o social, o humanitário. Atuamos em defesa dos direitos e deveres<br />

universitário mais seguro e respeitoso. mulheres vítimas de violência ou assédio dentro da universidade,<br />

proporciona uma formação humana das mulheres, muitas vezes oprimidas e hostilizadas pela sociedade.<br />

Inicialmente, o projeto era composto por inclusive envolvendo docentes da própria instituição. Em um caso<br />

às integrantes. O preparo emocional, Atuamos enfrentando o machismo e o patriarcalismo, enfrentando a<br />

extensionistas, estagiárias, professoras específico, o projeto recebeu uma aluna que estava sendo assediada<br />

a articulação no enfrentamento à desigualdade e a violência dentro do ambiente universitário. Somos<br />

e uma advogada voluntária que se pelo professor e sofrendo por ele constantes ameaças. À vista disso,<br />

hostilidade, o trabalho colaborativo e a poucas, mas juntas fazemos a diferença.<br />

Créditos: coletivo Acolhidas


20<br />

de parentes, que ficaram em seus países<br />

de origem.<br />

Por fim, os imigrantes são encaminhados<br />

à Polícia Federal com os documentos<br />

devidamente organizados para registrar<br />

o requerimento. Deste modo, o<br />

atendimento jurídico é realizado de forma<br />

multidisciplinar, integral e coordenado.<br />

Os atendimentos individuais são realizados<br />

aos sábados das 9h às 11h. Além disso,<br />

o projeto possui vertentes de pesquisa<br />

científica sobre diversas temáticas<br />

da migração, promoção de eventos<br />

acadêmicos (Simpósio sobre Migração e<br />

Proteção de Pessoas), bem como ações<br />

sociais nas comunidades atendidas.<br />

21<br />

O AJESIR assistiu 13 imigrantes e suas famílias de seis nacionalidades<br />

diferentes (Haiti, Bolívia, República Dominicana, Argentina, África do Sul e<br />

Venezuela) em 23 atendimentos durante o primeiro semestre de 2019.<br />

Os casos mais recorrentes foram de reunião familiar, pedido de<br />

cidadania brasileira, solicitação de reconhecimento da condição de<br />

refúgio e autorização de residência pelo Acordo do MERCOSUL.<br />

Em 2018, o AJESIR promoveu duas campanhas sociais – em maio,<br />

campanha do agasalho e em dezembro realizou a campanha de natal<br />

– em prol do Assentamento Fidel Castro onde moram 15 famílias de<br />

imigrantes haitianos.<br />

Anualmente, o AJESIR promove o Simpósio sobre Migração e Proteção<br />

de Pessoas. A primeira edição ocorreu em 2015, a segunda edição foi<br />

realizada em 2016 e a terceira edição em 2018. A quarta edição do<br />

evento acontecerá em setembro de 2019.<br />

5<br />

ASSESSORIA JURÍDICA<br />

para Estrangeiros em Situação<br />

Créditos: AJESIR<br />

Irregular ou de Risco AJESIR<br />

VISIBILIDADE AOS NÃO NACIONAIS: consultoria jurídica para imigrantes<br />

em Uberlândia<br />

Fundada em março de 2015, sob<br />

a coordenação do professor Thiago<br />

Paluma, a Assessoria Jurídica para<br />

Estrangeiros em Situação Irregular<br />

ou de Risco (AJESIR) é um projeto<br />

de extensão da Faculdade de Direito<br />

“Prof. Jacy de Assis”, que atua como<br />

uma das atividades extracurriculares do<br />

Escritório de Assessoria Jurídica Popular<br />

da Universidade Federal de Uberlândia.<br />

Pioneira no atendimento jurídico<br />

popular aos imigrantes no âmbito<br />

das universidades públicas, ao longo<br />

de quatro anos de história, o projeto<br />

conseguiu ajudar dezenas de imigrantes a se regularizarem na cidade<br />

de Uberlândia (MG) e região.<br />

A Assessoria Jurídica para Estrangeiros em Situação Irregular ou de<br />

Risco oferece diversos tipos de apoio aos imigrantes de inúmeras<br />

nacionalidades em situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência. Os<br />

atendimentos são realizados em línguas estrangeiras por acadêmicos<br />

do curso de Direito da Universidade Federal de Uberlândia, que<br />

buscam identificar qual tipo de documento (visto/autorização de<br />

residência/naturalização) mais se adapta a cada caso concreto.<br />

Deste modo, depois de identificado a permissão que deve ser<br />

requisitada junto ao governo brasileiro, os estagiários acompanham o<br />

imigrante na organização e seleção dos documentos necessários para<br />

a obtenção do visto ou permanência. Comumente, os estrangeiros<br />

atendidos pela Assessoria Jurídica requerem as autorizações de<br />

residência por acolhida humanitária, refúgio e para fins laborais. Além<br />

disso, muitos buscam o visto por reunião familiar que permita a vinda<br />

Atuação em campo.<br />

Integrantes da AJESIR<br />

O estrangeiro vive uma<br />

dupla vulnerabilidade por<br />

estar em um país com<br />

um ordenamento jurídico<br />

estranho e pela falta de<br />

documentos apropriados à<br />

participação da vida social.


22 23<br />

reconhecimento dos direitos nos menos favorecidos, mostrando<br />

6<br />

que o Direito e a Arte podem caminhar juntos na busca de um<br />

mundo mais justo para todos.<br />

ARTIMANHA<br />

Engajando a Arte e o Direito<br />

para a conscientização<br />

Créditos: Artimanhas.<br />

O coletivo de Arte e Direito<br />

Artimanha foi criado em meados de<br />

2013 por alunos da Faculdade de Direito<br />

Professor Jacy de Assis. O objetivo do<br />

grupo é utilizar o Direito e a Arte para<br />

levar informação a pessoas que não<br />

estão no meio, de uma forma fácil de<br />

entender, por meio de peças teatrais e<br />

apresentações.<br />

O Artimanha tem o objetivo de produzir<br />

arte engajada. Dentre as suas pautas<br />

estão a defesa dos Direitos Humanos,<br />

a promoção de movimentos sociais, do<br />

acesso à cultura e à justiça, além da<br />

memória de fatos históricos, visando<br />

dar o devido reconhecimento a histórias<br />

apagadas ao longo do tempo.<br />

O projeto teve iniciativa e colaboração da professora Neiva Flávia de<br />

Oliveira, que participou de algumas apresentações juntamente com<br />

os discentes. Além disso, grupo se consolidou com a participação de<br />

alguns alunos do curso de teatro, também da Universidade Federal<br />

de Uberlândia – destaca-se a ilustre contribuição da diretora e<br />

atriz Geovania Dias – com os quais executamos projetos de grande<br />

importância.<br />

Um dos principais materiais produzidos pelo Artimanha foi a peça<br />

Ismênia. O projeto teatral foi construído no contexto da formação<br />

da Comissão da Verdade do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, cujo<br />

objetivo era pesquisar e recontar histórias de pessoas da região que<br />

passaram por violações de direitos fundamentais durante a ditadura.<br />

A peça deu o devido reconhecimento a nomes como o de Ismene<br />

Mendes, vereadora assassinada nos tempos da ditadura militar por<br />

defender a luta de camponeses da região. A peça, embora formada<br />

por vários elementos fictícios, foi de extrema importância para<br />

impulsionar a pesquisa acerca da verdadeira história de Ismene, que<br />

até então só tinha uma versão: a escrita pelos seus algozes.<br />

Assim, o coletivo se fez presente nos últimos anos na busca do<br />

Créditos: Artimanhas.<br />

A representação teatral no Direito<br />

As artes da Artimanha


24<br />

25<br />

7<br />

Créditos: LIGARE<br />

A LIGA DE DIREITO DOS<br />

NEGÓCIOS DE UBERLÂDIA<br />

LIGARE<br />

A LIGAÇÃO ENTRE O DIREITO E OS NEGÓCIOS possibilita aplicar o<br />

conhecimento jurídica em empresas da região<br />

A Liga de Direito dos Negócios de Uberlândia.<br />

A Liga de Direito dos Negócios de<br />

Uberlândia – Ligare é um projeto que<br />

surgiu a partir da iniciativa de alguns<br />

estudantes do curso de Direito da<br />

Universidade Federal de Uberlândia, que<br />

sentiram a necessidade de aproximar a<br />

academia da prática jurídica, com foco na<br />

área dos negócios.<br />

Começou com o Programa de Incubação<br />

de Ligas, da Fundação Estudar, que<br />

tem como principal objetivo estimular<br />

o “Sonho Grande” de jovens brasileiros.<br />

Além de um projeto vinculado ao<br />

Escritório de Assessoria Jurídica Popular - <strong>ESAJUP</strong>, a Liga colabora para<br />

a capacitação dos alunos de Direito fora da sala de aula e os coloca<br />

em contato com figuras importantes do mundo jurídico, empresarial<br />

e áreas correlatas, em Uberlândia, polo atacadista, de localização<br />

logística estratégica e berço de grandes empresas.<br />

As atividades da Ligare colaboram para o reconhecimento da<br />

instituição. Os eventos é um dos principais meios de a Ligare<br />

proporcionar para a comunidade acadêmica e para a sociedade em<br />

geral, o contato com os conhecimentos dentro dela adquiridos, já que<br />

os eventos são abertos para quaisquer interessados.<br />

A Ligare, por meio de suas redes sociais, vem crescendo cada vez<br />

mais dentro Faculdade de Direito Prof. Jacy de Assis, assim como,<br />

também, externamente. Observa-se que, por meio de sua estratégia de<br />

interação com o público, que oferece um escopo claro dos projetos que<br />

desenvolvemos, os canais de marketing da instituição crescem a cada ano,<br />

o que evidencia que o caminho percorrido<br />

pela a Ligare até aqui é de crescimento.<br />

Ressalta-se que este crescimento é<br />

fruto do trabalho constante da Liga em<br />

manter-se constantemente atualizada. A<br />

atualização na área de Direito e Negócios<br />

sofre constantes mudanças, assim a Ligare<br />

busca aprimorar para trazer melhores<br />

resultados destinados a alcançar o nosso<br />

público-alvo.<br />

No Esajup, a Liga conta com o apoio da<br />

instituição em proporcionar o espaço<br />

físico e de regulamentação para o<br />

trabalho da Ligare para a sociedade<br />

acadêmica. A Liga de Direito e Negócios<br />

de Uberlândia vem ganhando forças para crescer e trazer mais<br />

cabeças pensantes<br />

para o mundo<br />

jurídico dentro<br />

da Faculdade de<br />

Direito Prof. Jacy<br />

de Assis, que<br />

visa integrar a<br />

sociedade civil e a<br />

empresarial para<br />

aperfeiçoar, além<br />

da área acadêmica,<br />

o contato com a<br />

comunidade, o<br />

humano.<br />

A Ligare promove:<br />

• grupos de estudos de temáticas<br />

aprofundadas em relação ao conteúdo<br />

programático da graduação;<br />

• mentorias com importantes profissionais<br />

de Uberlândia e região atuantes das áreas<br />

relacionadas aos interesses da Liga; sendo<br />

essas duas formas de otimizar o saber dos<br />

membros;<br />

• eventos como palestras, seminários e<br />

congressos, que atraem relevantes nomes<br />

para a faculdade.


26<br />

27<br />

8<br />

Palestra da CETE à comunidade haitiana em Araguari<br />

CLÍNICA DE<br />

ENFRENTAMENTO AO<br />

TRABALHO ESCRAVO<br />

(CETE)<br />

UM PROJETO PARA PESQUISAR E COMBATER às piores formas de atividade<br />

laboral, especialmente as formas de trabalho escravo contemporâneo.<br />

Criada em 2016 pela professora<br />

Marcia Leonora Santos Regis Orlandini,<br />

a Clínica de Enfrentamento ao Trabalho<br />

Escravo (CETE) é um projeto de extensão<br />

vinculado ao Escritório de Assessoria<br />

Jurídica Popular (<strong>ESAJUP</strong>-UFU).<br />

Por carregar a atribuição de “Clínica”,<br />

se propõe a atuar guiada por uma visão<br />

humanitária sobre o indivíduo na análise<br />

de sua realidade. Nessa perspectiva, esse<br />

Projeto guia-se pela concretização dos<br />

Direitos humanos e fundamentais do trabalhador, a partir do combate<br />

às piores formas de atividade laboral, com ênfase no trabalho escravo<br />

contemporâneo.<br />

A Clínica de Enfrentamento ao Trabalho Escravo, no seguimento das<br />

Clínicas de Direitos Humanos, tem como campo de atuação a análise e<br />

reflexão acerca da motivação e circunstâncias nas quais as pessoas são<br />

colocadas em situação de trabalho escravo contemporâneo, trabalho<br />

forçado ou condição análoga à de escravo.<br />

Temáticas relacionadas às violações da identidade, da dignidade da pessoa<br />

humana, da regionalização do problema, da identificação do trabalhador<br />

local e do trabalho migrante, do mapeamento geográfico dos resgastes<br />

efetivamente realizados, assim como dos violadores desses direitos<br />

inserem-se no contexto de estudo, pesquisa e extensão da Clínica.<br />

O trabalho executado pela Clínica<br />

Jurídica tem por motivação transformar<br />

o sistema universitário jurídico.<br />

Busca-se o protagonismo do aluno,<br />

tornando-o ator e não simplesmente<br />

um mero observador, visando assim,<br />

a modificação na estrutura do ensino<br />

brasileiro e futuros profissionais<br />

engajados na defesa dos Direitos<br />

Humanos. Além disso, a CETE contribui<br />

para o acesso à justiça dos menos<br />

favorecidos.<br />

A Clínica se opõe frontalmente a<br />

qualquer manifestação de redução do<br />

indivíduo trabalhador, proporcionandolhe<br />

dignidade e bem-estar. Para<br />

tanto, a atuação da Clínica, com seu<br />

corpo de estagiários, extensionistas e<br />

advogados voluntários – se direciona à<br />

pesquisa e à prática. Assim, realiza o<br />

acompanhamento, realiza minicursos,<br />

elabora cartilhas e material didático<br />

para capacitação e esclarecimentos<br />

para a comunidade em geral, além<br />

de eventos periódicos no âmbito da<br />

própria Universidade a fim de fomentar<br />

o senso crítico dos estudantes em<br />

relação à realidade de exploração de<br />

trabalhadores. Recentemente, a Clínica<br />

Visita da CETE ao Assentamento Fidel Castro<br />

publicou seu primeiro livro, uma obra coletiva intitulada “Desafios<br />

do trabalho contemporâneo” (EDUFU,<br />

2019), como resultado de um dos eventos<br />

organizados, com artigos de pesquisadores<br />

de diversas instituições.<br />

Há de se ressaltar que a Clínica conta com a<br />

parceria de entidades filantrópicas da região<br />

de Uberlândia, atendendo as demandas<br />

dos trabalhadores locais e migrantes,<br />

trabalhadores estrangeiros refugiados ou<br />

não que, obstados pelo idioma, pela religião,<br />

pelos costumes e pelas diferenças culturais,<br />

acabam encontrando-se em uma posição de<br />

vulnerabilidade.<br />

Baixe o livro: https://repositorio.<br />

ufu.br/handle/123456789/24975<br />

Fotos: CETE


28<br />

29<br />

9<br />

O enfrentamento à violência contra<br />

as mulheres continua sendo um<br />

desafio do Brasil para promoção da<br />

igualdade de gênero, escopo que, uma<br />

vez alcançado, lhes proporcionará<br />

verdadeiro e integral gozo do status<br />

de cidadania, bem como fruição,<br />

de modo equânime, das políticas<br />

públicas, dos serviços e dos direitos<br />

humanos. O nosso compromisso é com<br />

esse ideal.<br />

TODAS POR ELA<br />

Eu e você, até sermos todas<br />

Integrantes do TODOS por ela divulgado seu trabalho<br />

Como reflexo de nossa cultura<br />

patriarcal, em diversas situações, as<br />

mulheres são colocadas em situação<br />

de vulnerabilidade em virtude da<br />

discriminação de gênero. Com isso em<br />

mente, o projeto Todas Por Ela foi criado<br />

em 2016 e, desde então, atua prestando<br />

Assessoria Jurídica gratuita a mulheres e<br />

crianças financeiramente hipossuficientes<br />

que vivem em situação de violência,<br />

especialmente doméstica.<br />

A intenção da iniciativa é auxiliar essas<br />

mulheres e crianças discriminadas ou<br />

violentadas pela sua condição de gênero<br />

a obterem extrajudicial e judicialmente a<br />

reparação dos danos decorrentes e ajudar<br />

na manutenção da integridade física<br />

e mental destas e de seus eventuais<br />

dependentes.<br />

Assim, o trabalho é realizado por advogadas e estagiárias do curso de<br />

Direito, sob a coordenação da professora Neiva Flávia de Oliveira. A<br />

atuação do projeto, contudo, transcende os casos individuais, nutrindo<br />

um olhar atento às ações de impacto macrossocial, especialmente<br />

porque o combate à violência contra as mulheres articula-se em uma<br />

complexa rede organizada em eixos (enfrentamento, prevenção,<br />

assistência e garantia de direitos).<br />

Nessa perspectiva, o grupo atua não só auxiliando juridicamente essa<br />

parte mais vulnerável da população, como também atua em outras<br />

frentes alinhadas à proposta, a exemplo da conscientização de crianças<br />

e adolescentes por meio do “Todas na Escola”. Ainda, o projeto conta<br />

com estudantes extensionistas que promovem anualmente eventos<br />

abertos a toda a sociedade, como o “Meu choro não é nada além de<br />

carnaval”, em 2018, e a transmissão dos jogos da Copa do Mundo de<br />

Futebol Feminino.<br />

O atendimento humanizado, a advocacia ativista e o serviço voluntário<br />

são os pilares do nosso trabalho, realizado às terças e quintas-feiras,<br />

das 13:00h às 17:00h no prédio do<br />

Escritório de Assessoria Jurídica Popular da Universidade Federal de<br />

Uberlândia - <strong>ESAJUP</strong> UFU.<br />

Fotos: TODOS por ela


30<br />

31<br />

10<br />

PROJETO SOMOS<br />

Assessoria Jurídica à População LGBTQ+<br />

UM TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO/INFORMAÇÃO da sociedade<br />

geral, para prevenção de danos, e a construção de um espaço de<br />

aceitação da pessoa LGBTQ+<br />

Amanda Queiroz Mascarenhas<br />

(estagiária); Camila Barbosa de Paiva<br />

(Fundadora e Coordenadora do<br />

Projeto) e Leonardo Mendonça Davi<br />

(Advogado Voluntário) |<br />

O Brasil sofreu transformações profundas<br />

em seu cenário político, acentuadas,<br />

em 2018, pelas eleições presidenciais,<br />

que afetaram diversos setores da vida<br />

dos brasileiros. Uma expressão disso<br />

foi a ascensão do conservadorismo e a<br />

crescente violência direcionada a pessoas<br />

cujas identidades e expressões de gênero<br />

ou sexualidade não condizem com o<br />

dominante (heterossexual e cisgênero),<br />

além do aumento de denúncias de<br />

violações em suas diversas facetas e,<br />

também, do temor.<br />

Assim, diante da demanda advinda da<br />

sociedade civil para que se garantisse<br />

efetivo amparo da comunidade LGBTQ+, o Projeto SOMOS passou<br />

a integrar e somar os quadros do <strong>ESAJUP</strong>. Busca-se, desse modo, a<br />

combinação de conscientização/informação da sociedade geral, para<br />

prevenção de danos, e a construção de um espaço onde a pessoa<br />

LGBTQ+ se identifique com os membros e entenda que está protegida.<br />

Isto, porque a esfera subjetiva, emocional e de vulnerabilidade da<br />

comunidade LGBTQ+ demanda atendimento multidisciplinar, seja para<br />

assessoria jurídica, seja pela noção de acolhimento e pertencimento.<br />

A atuação do Projeto SOMOS enquadra-se nos seguintes eixos:<br />

• assessoria, individual e coletiva, para pessoas LGBTQ+;<br />

• eventos para disseminação de informações;<br />

• intervenção junto a instituições e órgãos, públicos e privados.<br />

Fundado em outubro de 2018, o Projeto Somos, atualmente, é<br />

composto por 22 integrantes, sendo: quatro advogadas e advogados<br />

voluntários, cinco estagiárias e estagiários do curso de direito, e<br />

treze discentes extensionistas dos cursos de direito, psicologia,<br />

Evento organizado pelo SOMOS.<br />

Casamento coletivo.<br />

administração e economia. Conta, além disso, com o valioso apoio de<br />

professoras da Faculdade de Direito e técnicas do <strong>ESAJUP</strong>.<br />

Dos diversos serviços pelo qual o projeto foi demandado, interessante<br />

destacar o atendimento,<br />

no primeiro semestre de<br />

2019, de um casal formado<br />

por duas garotas. Elas as<br />

quais foram vítimas de<br />

ofensas lesbofóbicas, nas<br />

próximidades do campus<br />

da UFU por um servidor<br />

da Universidade. Os<br />

trabalhos consistiram no<br />

assessoramento, em âmbito<br />

criminal, das clientes,<br />

resultando em acordo<br />

judicial, no sentido de<br />

garantia de mútuo respeito<br />

e manutenção de distância<br />

entre vítimas e agressor, e,<br />

em âmbito administrativo,<br />

com a abertura de processos<br />

administrativos perante à UFU.<br />

Os atendimentos do projeto se dão às terças-feiras, das 13h às 17h, e<br />

aos sábados, das 9h às 12 h, na Sala de Projetos 01. O contato pode<br />

ser feito por e-mail (projetosomos.ufu@gmail.com), por nossas redes<br />

sociais, ou diretamente no <strong>ESAJUP</strong>.<br />

Foto: TODOS por ela<br />

Fotos: SOMOS


32 33<br />

11LIVRE<br />

Luta Integrativa Visando a<br />

Ressocialização de Encarcerados<br />

A JUSTIÇA não está completa se não reabilita.<br />

O LIVRE (Luta Integrativa Visando<br />

a Ressocialização de Encarcerados) é<br />

um projeto de extensão do Escritório<br />

de Assessoria Jurídica Popular da<br />

Universidade Federal de Uberlândia que<br />

tem como foco o estudo e a atuação<br />

no sistema penitenciário brasileiro e à<br />

ressocialização de egressos. É composto<br />

por dez alunos do 1º ao 5º semestre da<br />

faculdade de Direito da UFU, além de<br />

um coordenador docente.<br />

O projeto teve início no ano de 2015,<br />

com o objetivo de auxiliar as famílias<br />

de encarcerados. No ano de 2018,<br />

em parceria com o Programa Social<br />

de Inclusão de Egressos<br />

(PRESP), o LIVRE passou<br />

a atuar realizando a<br />

verificação do cabimento<br />

do indulto presidencial<br />

de 2017 aos apenados<br />

em regime aberto e<br />

livramento condicional.<br />

Assim, regulariza a situação<br />

da execução penal e<br />

favorecendo a reinserção<br />

social.<br />

Tenhamos compaixão dos condenados.<br />

Ai de mim!, quem somos nós mesmos?<br />

Quem sou eu, eu que estou falando?<br />

Quem sois vós que me escutais? De<br />

onde vimos nós? Há toda a certeza de<br />

que não tenhamos feito algumas coisas<br />

antes de nascermos? A terra não deixa<br />

de assemelhar-se a uma prisão. Quem<br />

sabe se o homem não foi já condenado<br />

pela justice divina? Victor Hugo.<br />

Atualmente, volta-se principalmente à promoção de eventos na<br />

área do Direito Penal, como os “Diálogos Penais”, a realização de<br />

minicursos, e tem planejado para outubro de 2019 a realização do<br />

nosso primeiro simpósio. Os Diálogos Penais tratam sobre temas<br />

do Direito Penal que estão em voga na sociedade brasileira. Por sua<br />

vez, o minicurso promovido no primeiro semestre de 2019 explorou<br />

Integrantes do LIVRE<br />

sobre a história do cárcere e por outra<br />

perspectiva, adentrou à esfera da política<br />

criminal de desencarceramento. Por<br />

último, o simpósio será um evento de<br />

maior amplitude que, com professores<br />

de outras Universidades, discorrerá sobre<br />

temas referentes à Política Criminal e<br />

Criminologia.<br />

Dessa forma, nossa contribuição está<br />

voltada à concretização dos direitos<br />

humanos através do fomento da<br />

discussão sobre violações da dignidade<br />

humana. Além disso, preza-se por<br />

instituir um ambiente ideal e capaz de<br />

seguir fielmente nosso ordenamento<br />

jurídico, sobretudo, no que toca ao<br />

Direito Penal.<br />

Foto: LIVRE<br />

Wikipedia Commons


34 35<br />

O “Constituição na Escola” é uma<br />

12<br />

valiosa relação de mutualismo entre a Atualmente, o “Constituição na Escola” se alicerça em três<br />

Universidade e o público alvo, qual seja, principais pilares:<br />

crianças de sete a dez anos matriculadas 1. Visitas às escolas – Trabalha-se em escolas públicas de ensino<br />

em escolas públicas.<br />

fundamental, por intermédio da contação de histórias e<br />

Compartilhamos com as crianças,<br />

realização de atividades dinâmicas, noções sobre os direitos e<br />

de modo lúdico, noções correlatas<br />

deveres fundamentais;<br />

aos direitos e deveres previstos na 2. Proseando Sobre Escola – Trata-se de um evento realizado<br />

Constituição, buscando situá-las acerca periodicamente no qual se discute com a comunidade acerca<br />

do lugar que ocupam no mundo a fim de das problemáticas atinentes às relações escolares;<br />

que se sintam integrantes do Estado e 3. Cartilha do projeto – É a sistematização das histórias e<br />

possam se tornar adultos participativos. dinâmicas já desenvolvidas, com o desígnio de possibilitar a<br />

Por seu turno, as crianças nos brindam reprodução da metodologia adotada pelo projeto em outros<br />

com sua ternura, afeto e perspectivas<br />

nichos.<br />

alternativas do fenômeno jurídico.<br />

Para além de todas essas facetas, o<br />

projeto já promoveu diversas iniciativas<br />

pontuais, como o “Constituição<br />

na Estrada” e o “Constituição na<br />

Ocupação”. O “Constituição na Escola”<br />

CONSTITUIÇÃO NA ESCOLA<br />

é coordenado pela professora de Direito<br />

Constitucional da UFU Cândice Lisbôa,<br />

sendo integrado por dezessete membros<br />

que são estudantes de diversos cursos<br />

Semeando os direitos e deveres fundamentais<br />

de graduação e mestrado da UFU,<br />

além de integrantes que cursam outras<br />

para que brotem as flores da cidadania<br />

instituições de ensino do Município de<br />

Uberlândia.<br />

Em quinze de julho de 2016 – fruto<br />

de sonhos coletivos e edificado a várias<br />

mãos – nasceu o projeto “Constituição<br />

na Escola”, visando a que a cultura<br />

jurídica transbordasse pelos muros da<br />

universidade, abraçando aqueles que dela<br />

carecem e, à sua míngua, padecem. O<br />

projeto tomou forma e vida, mostrando<br />

que transcende sobremaneira o mero<br />

“levar o direito”, tendo em vista a<br />

preciosidade daquilo que se traz a cada<br />

visita: uma ressignificação de direitos e<br />

cidadania.<br />

Fotos: Constituição na Escola<br />

Facebook: www.facebook.com/Constituicaonaescola<br />

Instagram: @constituicaonaescola<br />

E-mail: constituicaonaescola@gmail.com<br />

Integrantes da<br />

Constituição<br />

na Escola


36<br />

13<br />

COMISSÃO DA VERDADE<br />

OU A JUSTIÇA DOS MORTOS<br />

Uma luta por quem morreu lutando<br />

Os relatórios foram publicados pela Edufu e<br />

podem ser acessados no link:<br />

<br />

um dia, ver florescer um país de iguais liberdades, onde governam os<br />

direitos humanos e a lembrança da Ditadura é tão somente isso. Uma<br />

lembrança.<br />

Busto de Ismene<br />

Mendes em<br />

frente à Fadir<br />

37<br />

José Renato Resende é advogado, foi<br />

membro e pesquisador da Comissão,<br />

juntamente à professora Neiva Flávia<br />

Oliveira, ao advogado José Carlos<br />

Muniz e aos então discentes Amanda<br />

Pereira, Bárbara Souza, Esther Faria,<br />

Luis Otávio Canevazzi, Luis Fellippe<br />

Fagaráz e Marina Goulart.<br />

José Renato Resende | O Triângulo<br />

Mineiro sofreu severos danos causados<br />

pela Ditadura Civil-Militar de 1964, que,<br />

aqui, além da violência e da repressão,<br />

deixou uma marca bastante peculiar: o<br />

esquecimento. Isso porque os 21 anos de<br />

militarismo passaram pela nossa região,<br />

tão habituada à sua economia agrária,<br />

como passa uma manada, deixando para<br />

trás só poeira e alguns poucos rastros<br />

que se perderam no tempo.<br />

É claro que essa amnésia histórica foi<br />

de muito proveito aos poderosos, que,<br />

desde sempre, se servem da ignorância<br />

para renovar a opressão. Mas é claro,<br />

igualmente, que cada memória/morto<br />

enterrado germina, mais tarde, como<br />

uma semente teimosa, no caso, na<br />

cabeça de alguns estudantes, advogados<br />

e de uma professora da Universidade<br />

Federal de Uberlândia, que se juntaram para formar a Comissão da<br />

Verdade Ismene Mendes.<br />

Falando nela, na Ismene, esse é um ótimo exemplo da dialética do<br />

esquecimento. Morta em 1985, no ocaso da Ditadura, passou quase<br />

30 anos oficialmente como uma vadia, que se “autoestuprou”. E,<br />

dias depois, suicidou-se, porque, afinal, ela era uma vadia. Porém, a<br />

história que a Comissão apurou é outra.<br />

Ismene era advogada dos pobres coitados da sua cidade, em sua<br />

maioria, trabalhadores rurais explorados por latifundiários. Então<br />

passou a receber ameaças para interromper seu ativismo. Não<br />

funcionou. Daí, num prazo de dez dias, mandaram agredi-la, violentála<br />

e matá-la. E, depois, sujar sua memória com uma lama imunda que<br />

a cobriu por três décadas. Até que chegaram as meninas e os meninos<br />

da Comissão, os temerários que passavam tardes revirando velhos<br />

arquivos e afrontando velhos carrascos.<br />

A propósito, em quase três anos, essa Comissão colheu dezenas<br />

de testemunhos, investigou documentos e recontou muita história<br />

mal contada. Tudo isso foi reunido e publicado nos dois volumes de<br />

seu relatório final, disponíveis online. Tudo isso na esperança de se<br />

clarear a verdade, resgatar a memória e promover a justiça. Para,<br />

Reunião da Comissão da<br />

Verdade “Ismene Mendes”<br />

Fotos: Comissão da Verdade


38<br />

39<br />

14<br />

Laboratório de<br />

Direitos Humanos e<br />

Justiça Global<br />

O Laboratório de Direitos Humanos<br />

e Justiça Global surgiu em 2012 por meio<br />

de um grupo de estudos. O objetivo do<br />

Laboratório é capacitar a comunidade<br />

interna e externa acerca dos Direitos<br />

Humanos e temas relacionados.<br />

O Laboratório, atualmente, conta com<br />

seis projetos em andamento. Entre<br />

eles estão o Grupo de Estudo, Curso<br />

Temático em Direitos Humanos, Direitos<br />

Humanos e Empresas, Curso de Formação<br />

de Defensores Populares, Migrações<br />

e Direitos Humanos e Iniciativa para o<br />

Desenvolvimento dos Direitos Econômicos,<br />

Sociais, Culturais e Ambientais.<br />

Quem coordena o projeto desde sua<br />

fundação é o professor Rodrigo Vitorino,<br />

o qual possui a cadeira de professor de<br />

Direitos Fundamentais e de Direitos Humanos na Faculdade de Direito<br />

prof. Jacy de Assis. Ao longo dos anos de projetos, os alunos José<br />

Renato Resende, Natália Brigagão e Luiza Dantas estiveram a frente<br />

dos projetos como coordenadores discente.<br />

No primeiro semestre de 2019, um dos projetos realizados foi a<br />

produção de um amicus curiae na Corte Interamericana de Direitos<br />

Humanos. O caso em julgamento trata da explosão de uma indústria<br />

de fogos de artifícios, que culminou na morte de dezenas de pessoas.<br />

A intenção do amicus desenvolvido foi apontar a negligência do<br />

Estado brasileiro acerca das políticas públicas relacionadas às mulheres<br />

e às crianças.<br />

Aliando a formação discente e o enraizamento dos Direitos Humanos<br />

na ampla sociedade, o Laboratório realiza atividades como a<br />

competição de júri simulado Moot Court em Direitos Humanos. Outras<br />

atividades incluem oficinas, palestras, colóquios, cursos temáticos, além<br />

dos mencionados grupos de estudos.<br />

Atualmente, o projeto não realiza atendimento à comunidade<br />

externa, mas oferece diversos cursos e matérias para capacitação<br />

da comunidade. Desse modo, proporciona a ampla disseminação e<br />

conscientização acerca dos Direitos Humanos.<br />

Cartaz da Moot<br />

Court promovida<br />

pelo Laboratório de<br />

Direitos Humanos e<br />

Justiça Global.


40<br />

41<br />

Sr. José Ventura, na<br />

sede da Associação<br />

Cultural Afro-brasileira<br />

Vovó Ana, na cidade de<br />

Patos de Minas, MG.<br />

Fotos: Sheilla Dourado em 15/07/19<br />

15<br />

Direito Antidiscriminatório<br />

e Relações Étnico-Raciais<br />

EVENTOS RECENTES<br />

• Mesa Redonda Quilombos no Triângulo<br />

Mineiro e Alto Paranaíba, 17/10/2017.<br />

• Exibição do documentário Festa em<br />

Patrimônio: sombra nos edifícios (UNESP/<br />

FAPESP), 10/05/2018.<br />

PROJETO alia a preservação de legado étnico com<br />

combate à discriminação<br />

O projeto Direito<br />

Antidiscriminatório e Relações Étnicoraciais<br />

é desenvolvido desde 2017. A<br />

iniciativa tem como objetivo oferecer<br />

às comunidades interna e externa da<br />

Universidade Federal de Uberlândia<br />

assessoria jurídica popular em matéria de<br />

igualdade racial: crimes raciais e processo<br />

de reconhecimento e titulação de<br />

territórios tradicionais de comunidades<br />

remanescentes de quilombos. O projeto<br />

articula os eixos ensino, pesquisa e<br />

extensão e contempla encontros periódicos de grupo de estudos na<br />

temática dos direitos dos povos e comunidade tradicionais.<br />

Atualmente é prestada assessoria jurídica em sede administrativa e<br />

judicial pelo <strong>ESAJUP</strong> no que tange às questões fundiárias enfrentadas<br />

pelos quilombolas que residem nos municípios de Patos de Minas e<br />

Serra do Salitre (MG) e que reivindicam o reconhecimento de seu<br />

território tradicional e promovem a preservação de seu patrimônio<br />

cultural, em especial o Congado e a Folia de Reis, organizados através<br />

da Associação dos Remanescentes de Quilombo Família Teodoro de<br />

Oliveira e Ventura e da Associação Cultural Afro-brasileira Vovó Ana.<br />

A equipe está hoje formada pelos professores Helvécio Damis de<br />

Oliveira Cunha, Neiva Flávia de Oliveira e Sheilla Dourado, e pela<br />

bacharela em Direito e mestre em Filosofia Vanilda Santos, e estará<br />

admitindo estagiários no mês de agosto de 2019.<br />

Sede da<br />

Associação<br />

Vovó Ana<br />

em Patos<br />

de Minas<br />

Produção de açafrão<br />

pelos quilombolas em<br />

área cuja titularidade<br />

é objeto de ações<br />

judiciais, em Serra do<br />

Salitre – MG.<br />

Saída para trabalho de campo<br />

no território da Associação<br />

Remanescente de Quilombo<br />

Família Teodoro de Oliveira e<br />

Ventura, em Patos de Minas e<br />

Serra do Salitre, 15/07/2019.<br />

Da direita para esquerda,<br />

Profa Sheilla Dourado, o<br />

historiador Jeremias Brasileiro,<br />

Vanilda Santos e a Profa<br />

Neiva Flávia de Oliveira.<br />

• Evento Diálogos: crimes raciais, 04/10/2017.<br />

Evento Racismo Estrutural e Direito<br />

Antidiscriminatório, 14/06/2018.<br />

• Evento Entre a intelectualidade e a<br />

invisibilidade: mulheres negras, 29/06/2018.<br />

• Palestra 131 anos da Lei Áurea e a luta<br />

permanente pela liberdade, 13/05/2019.<br />

• Trabalho de campo Terras remanescentes<br />

de quilombo em Patos de Minas e Serra do<br />

Salitre 15/07/2019.


42 43<br />

16<br />

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Consultoria jurídica de qualidade<br />

A Magna Empresa Jurídica Júnior<br />

presta serviços de qualidade no âmbito<br />

consultivo jurídico com o objetivo de<br />

criar estratégias e soluções jurídicas<br />

práticas para o mercado. Foi fundada no<br />

ano de 2015 e é constituída e administrada por alunos do curso de<br />

Direito da Universidade Federal de Uberlândia.<br />

Nossa missão é transformar a realidade, a partir de microrrevoluções<br />

geradas por ações empreendedoras, empoderando os membros<br />

e impactando a sociedade. Para isso, contamos com uma equipe<br />

altamente comprometida e qualificada, bem como com o apoio de<br />

professores consultores fixos, advogados e parceiros na entrega de<br />

resultados e ainda realizaremos processo seletivo para novos membros<br />

nos dias 14 e 15 de setembro de 2019.<br />

Buscando impulsionar empresas, entidades e a sociedade civil em<br />

geral a se desenvolver e se fortalecer frente ao mercado, realizamos<br />

registro de marcas, consultoria jurídica, pesquisa jurídica, estruturação<br />

de empresa, capacitação e treinamentos jurídicos, assessoria jurídica,<br />

elaboração de contratos, elaboração e revisão de estatuto e regimento<br />

interno sempre tendo em vista segurança jurídica.<br />

Ao longo de sua atuação, a MAGNA tem sido reconhecida pela<br />

qualificação, formação profissional e humana de seus membros e<br />

por disseminar a cultura empreendedora na sociedade. Desse modo,<br />

obtemos no ano de 2018 o selo de EJ de alto crescimento reconhecido<br />

pela Brasil Junior e pela FEJEMG.<br />

Os pilares do nosso trabalho são ação, resiliência, conexão ao<br />

Movimento Empresa Júnior, inconformismo, união e responsabilidade.<br />

Trabalhamos de segunda a sexta-feira<br />

das 8 às11h e das 13 às 21h na<br />

Avenida João Naves de Ávila,<br />

bloco 1A, sala 253,<br />

no bairro Santa Mônica e somos<br />

coordenados pelo Professor Cristiano<br />

Gomes. Para contato temos o número<br />

(34) 3239-4067 e o<br />

endereço eletrônico<br />

negocios@magnaempresajunior.com.br.


44<br />

ENT<strong>REVISTA</strong><br />

A perspectiva da usuária<br />

Acervo de Milton Santos<br />

45<br />

LUIZA B.* concedeu uma entrevista relatando sua<br />

experiÊncia coma <strong>ESAJUP</strong>.<br />

Você foi auxiliada pelo Escritório<br />

de Assessoria Jurídica Popular da<br />

Universidade Federal de Uberlândia,<br />

o que motivou a necessidade de<br />

assessoria jurídica?<br />

Envolvi-me em um acidente no mês<br />

de novembro de 2017, na qual o<br />

veículo que causou a colisão furou<br />

o sinal e não queria arcar com<br />

os prejuízos financeiros gerados<br />

(medicação e conserto do veículo<br />

motocicleta). Procurei a <strong>ESAJUP</strong><br />

para entrar com um processo de<br />

ressarcimento aos danos causados.<br />

Por que escolheu o <strong>ESAJUP</strong> para<br />

resolução dessa demanda?<br />

Como trabalho na Universidade,<br />

fiquei sabendo que a <strong>ESAJUP</strong><br />

trabalhava com causas, um colega de<br />

trabalho que me indicou!<br />

Como foi o atendimento logo que<br />

chegou ao <strong>ESAJUP</strong>?<br />

Muito receptivo, expliquei todo o<br />

ocorrido e apresentei os documentos<br />

solicitados, por ter ocorrido próximo<br />

ao período de férias demorou uns<br />

três meses no ano seguinte para o atendimento. Tive uma<br />

entrevista com uma estagiária e depois falei com a advogada<br />

que tentou por cerca de um mês fazer um acordo com a outra<br />

parte. Findada as tentativas, seguimos<br />

com o processo em juízo.<br />

Quantas reuniões, encontros ou<br />

consultas foram necessários durante<br />

o trâmite desse litígio?<br />

Quatro encontros.<br />

Houve tentativa de conciliação com<br />

a outra parte? Em caso afirmativo,<br />

como ocorreu?<br />

Sim, porém a outra parte não teve<br />

interesse! Foi dado andamento no<br />

processo e finalizado em juízo.<br />

Suas dúvidas foram prontamente<br />

esclarecidas? Por quais vias e-mail,<br />

telefone ou pessoalmente?<br />

Sim, todas! O contato ocorreu via<br />

telefone e pessoalmente!<br />

Quais considerações a respeito do<br />

<strong>ESAJUP</strong> gostaria de acrescentar?<br />

Ótimo trabalho desenvolvido. A equipe<br />

é muito competente e nos atende com<br />

muita disposição e carinho!<br />

Atendimento.<br />

*<br />

Pseudônimo para garantir a privacidade da usuária.


46<br />

47<br />

17<br />

Memória virtual<br />

Acervo de Milton Santos<br />

Antiga sede do <strong>ESAJUP</strong> na<br />

Avenida João XXIII<br />

Inauguração da nova sede do <strong>ESAJUP</strong> no Bloco 5V


48 49<br />

Serviços prestados:<br />

18<br />

• serviços legais à comunidade<br />

• estágio obrigatório dos discentes sob supervisão docente<br />

• propositura de ações, interposição de recursos, adoção de medidas judiciais e<br />

extrajudiciais, privilegiando a adoção de meios alternativos de pacificação de<br />

conflitos<br />

• Cursos de extensão, oficinas, palestras e projetos especiais abertos ao público<br />

Focos:<br />

• assessoria jurídica coletiva<br />

• combate às discriminações étnicorracial ou religiosa<br />

• conciliação familiar<br />

• disseminação do Direito Constitucional e dos Direitos Humanos<br />

• pensão alimentícia<br />

• proteção contra violência de gênero<br />

• reconhecimento de paternidade<br />

• regularização de estrangeiros<br />

• renegociação de superendividamento<br />

• ressocialização de encarcerados, familiares e egressos<br />

Carta de Serviços<br />

Público-alvo: pessoas cuja renda familiar per capita (por pessoa) não ultrapasse o<br />

valor de um salário mínimo vigente, ou mediante comprovação de real necessidade<br />

econômico-financeira<br />

aos Cidadãos<br />

Documentos necessários para triagem: RG e CPF (ou documento equivalente);<br />

carteira de Trabalho e comprovante de rendimentos (holerite ou equivalente). Outros<br />

documentos poderão ser solicitados.<br />

O <strong>ESAJUP</strong> cumpre os requisitos de acessibilidade e oferece e espaço infantil na<br />

recepção enquanto os usuários estiverem em espera ou reuniões.<br />

Agendamentos para a triagem podem ser feitos pelo telefone (34) 3291-6356, pelo<br />

e-mail esajup@fadir.ufu.br.ou visitando o <strong>ESAJUP</strong> no endereço:<br />

Av. João Naves de Ávila, 2121<br />

Campus Santa Mônica Bloco 5V (entrada pela Av. Segismundo Pereira)<br />

Uberlândia-MG - CEP 38408-100.<br />

Funcionamento<br />

De segunda à sexta, das 8:00 às 11:30, e das 14:00 às 16:30<br />

Sábados: das 8:00 ao 12:00.<br />

Coordenadora: profa. Neiva Flávia de Oliveira


SAIBA MAIS<br />

O jubileu do <strong>ESAJUP</strong> foi registrado em diversas mídias. Acompanhe algumas delas:<br />

@esajup50anos<br />

Facebook> www.facebook.com/jubileudeouro.esajup.1<br />

https://www.facebook.com/esajup.ufu<br />

O Comunica UFU gravou uma reportagem celebrando os 50 anos do <strong>ESAJUP</strong>:<br />

https://youtu.br/qfs4ikP6UFw<br />

A história do <strong>ESAJUP</strong> foi tema de uma dissertação de mestrado em 2007:<br />

REZENDE, Tâmara Márcia de Melo. Assistência Judiciária UFU sua história enquanto<br />

instituição educativa: 1977-1987. 2007, 149 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) -<br />

Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007. Disponível em https://repositorio.ufu.br/<br />

handle/123456789/14065<br />

Esta revista está disponível nos seguintes endereços:<br />

Em pdf http://1qr.fr/27420<br />

Yumpu https://www.yumpu.com/user/Revistadaesajup

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