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2 Estruturalismo - esquema completo

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CURSO DE LETRAS<br />

LINGUÍSTICA GERAL<br />

Profª Nívia Naves Garcia<br />

ESTRUTURALISMO<br />

1. INTRODUÇÃO<br />

<strong>Estruturalismo</strong> é a corrente de estudos linguísticos fundada por Ferdinand de<br />

Saussure na Suíça, no início do século XX. Antes de Saussure havia uma confusão<br />

muito grande quanto à terminologia linguística, de forma que os linguistas tratavam<br />

ora de coisas distintas com o mesmo nome, ora tratavam um mesmo objeto por nomes<br />

diferentes.<br />

A terminologia era imprecisa e subjetiva. Por isso, a primeira tarefa de Saussure<br />

foi criar um padrão linguístico para seus estudos. Saussure jamais publicou um livro.<br />

Seus alunos organizaram anotações em sala de aula e publicaram na forma do<br />

conhecido Curso de Linguística Geral.<br />

A Linguística, escreveu ele, “jamais se preocupou em determinar a natureza do<br />

seu objeto de estudo. Ora, sem essa operação elementar, uma ciência é incapaz de<br />

estabelecer um método para si própria” (CLG, p. 10)<br />

Linguagem<br />

Língua<br />

Fala<br />

Língua<br />

Escrita<br />

Sincronia<br />

Diacronia<br />

Rel. sintagmáticas<br />

Rel. paradigmáticas<br />

2. A PRIMEIRA DICOTOMIA SAUSSUREANA: LÍNGUA E FALA<br />

Esta é sua dicotomia básica e, juntamente com o par sincronia/diacronia,<br />

constitui uma das mais fecundas.<br />

Fundamentada na oposição social/ individual, revelou-se com o tempo<br />

extremamente útil.<br />

A linguagem implica, ao mesmo tempo, em um sistema estabelecido e em uma<br />

evolução.<br />

✓ O que é fato da língua (langue) está no campo social;<br />

✓ O que é fato da fala ou discurso (parole) está no campo individual.<br />

Saussure (p. 16) afirma e adverte ao mesmo tempo: “a linguagem tem um lado<br />

individual e um lado social, sendo impossível conceber um sem o outro”.<br />

A LÍNGUA (falada) e a ESCRITA são dois sistemas distintos. A razão de ser da<br />

escrita é representar a língua falada.<br />

A língua tem uma tradição oral independente da escrita. Além disso, deve-se<br />

priorizar o estudo da língua oral: porque a escrita obscurece a visão da língua. (CLG,<br />

p. 40)<br />

A escrita tem incoerências: muitas letras para representar um mesmo som,<br />

muitos sons representados pela mesma letra, variância das regras ortográficas.<br />

Modo de existência da língua: 1 + 1 + 1 + 1 = I<br />

Modo de existência da fala: 1 + 1’ + 1’’ + 1’’’...<br />

“Pode-se [...] falar duma Linguística da fala. Será, porém, necessário não confundi-la<br />

com a Linguística propriamente dita, aquela cujo único objeto é a língua.” (p. 28)<br />

2.1. A FALA<br />

A fala, ao contrário da língua, é múltipla, imprevisível. Os atos linguísticos<br />

individuais são ilimitados, não formam um sistema. Os atos linguísticos sociais, bem<br />

diferentemente, formam um sistema, pela própria natureza homogênea.<br />

Ora, a Linguística como ciência só pode estudar aquilo que é recorrente,<br />

constante, sistemático.<br />

Os elementos da língua podem ser, quando muito, variáveis, mas jamais<br />

apresentam a inconstância, a irreverência, a heterogeneidade características da fala,<br />

a qual, por isso mesmo, não se presta a um estudo sistemático.<br />

2.2. A LÍNGUA<br />

Ocupa o primeiro lugar no estudo da linguagem. (p. 22) É, ao mesmo tempo,<br />

instrumento e produto da fala. (p. 27)<br />

Dentro do Curso de Linguística Geral (CLG) há três concepções de língua:<br />

→ A língua como acervo linguístico:<br />

A língua é uma realidade psíquica formada de significados e imagens acústicas;<br />

“constitui-se num sistema de signos, onde, de essencial, só existe a união do sentido<br />

e da imagem acústica, onde as duas partes do signo são igualmente psíquicas” (p.23);<br />

é “um tesouro depositado pela prática da fala em todos os indivíduos pertencentes à<br />

mesma comunidade, um sistema gramatical que existe virtualmente em cada cérebro<br />

ou, mais exatamente, nos cérebros dum conjunto de indivíduos” (p. 21); a língua é<br />

“uma soma de sinais depositados em cada cérebro, mais ou menos como um<br />

dicionário cujos exemplares, todos idênticos, fossem repartidos entre os indivíduos.”<br />

(p. 27)<br />

→ A língua como instituição social:<br />

Saussure considera que a língua “não está completa em nenhum indivíduo, e<br />

só na massa ela existe de modo <strong>completo</strong>” (p. 21), por isso, ela é, ao mesmo tempo,<br />

realidade psíquica e instituição social.<br />

Para Saussure, a língua “é a parte social da linguagem, exterior ao indivíduo,<br />

que, por si só, não pode nem criá-la nem modificá-la; ela não existe senão em virtude<br />

de uma espécie de contrato social estabelecido entre os membros da comunidade” (p.<br />

22)<br />

→ A língua como realidade sistemática e funcional<br />

É o conteúdo mais importante do conceito saussureano sobre língua.<br />

A língua é, antes de tudo, “um sistema de signos distintos correspondentes a<br />

ideias distintas” (p. 18); é um código, um sistema onde, “de essencial, só existe a união<br />

do sentido e da imagem acústica” (p. 23).<br />

Saussure vê a língua como um objeto de “natureza homogênea” (p. 23) e que,<br />

portanto, se enquadra perfeitamente na sua definição basilar: “a língua é um sistema<br />

de signos que exprimem ideias” (p. 24).<br />

Linguística Geral – Profª Nívia Garcia – ESTRUTURALISMO 1


LÍNGUA<br />

FALA<br />

. social . individual<br />

. homogênea . heterogênea<br />

. sistemática . assistemática<br />

. abstrata . concreta<br />

. constante . variável<br />

. duradoura . momentânea<br />

. conservadora . inovadora<br />

. virtual . real<br />

. permanente . ocasional<br />

. supraindividual . individual<br />

. essencial . acidental<br />

. psíquica . psicofísica<br />

. instituição . práxis (ação)<br />

. essência . existência<br />

. potencialidade . realidade<br />

. fato social . ato individual<br />

. unidade . diversidade<br />

. forma . substância<br />

. produto . Produção<br />

. indivíduo subordinado . indivíduo “senhor”<br />

. instrumento e produto da fala . língua em ação<br />

. sistema . realização<br />

. adotada pela comunidade . surge no indivíduo<br />

. potencialidade ativa . faz evoluir a língua<br />

de produzir a fala<br />

. necessária para a inteligi- . necessária para que a<br />

bilidade e execução da fala<br />

língua se estabeleça<br />

. 1 + 1´+ 1´´...= I . 1 + 1´+ 1´´+...<br />

. competência . desempenho<br />

EXERCÍCIOS<br />

1. Com as palavras língua e fala, complete os espaços em branco:<br />

a) A ...................... é necessária para que a ...................... seja inteligível.<br />

b) A ...................... é necessária para que a ...................... se estabeleça.<br />

c) A............ vem sempre antes da ........................ .<br />

d) A ...................... é o instrumento e o produto da ...................... .<br />

e) A ...................... é que faz evoluir a ...................... .<br />

2. Complete as lacunas:<br />

a) Para Saussure, a língua é a parte ....................... da linguagem. (social/individual)<br />

b) A língua não está completa em nenhum indivíduo, e só na ....................... que ela<br />

existe de modo <strong>completo</strong>. (coletividade/ literatura / linguística)<br />

c) A língua é um sistema de signos que exprimem ............... . (sons / ideias / união)<br />

3. Saussure destaca o papel da língua porque:<br />

a) como representação coletiva, ela se impõe ao indivíduo.<br />

b) como representação coletiva, ela não se impõe ao indivíduo.<br />

c) ela se refere à criação individual.<br />

3. A SEGUNDA DICOTOMIA: SINCRONIA x DIACRONIA<br />

Segunda dicotomia saussureana, foi acolhida amplamente pela Linguística<br />

moderna, principalmente pelos norte-americanos, preocupados em não introduzir<br />

considerações históricas na descrição de um estado de língua.<br />

Para Saussure, sincronia está para um “estado de língua”, assim como<br />

diacronia para uma “fase de evolução” (CLG, p. 96).<br />

Optando pela primeira, afirma que “a multiplicidade dos signos da língua nos<br />

impede absolutamente de estudar-lhe, ao mesmo tempo, as relações no tempo e no<br />

sistema” (CLG, p. 96).<br />

Análise sincrônica: estuda o sistema linguístico num dado ponto no tempo, sem<br />

considerar sua história.<br />

Análise diacrônica: estuda a evolução de um sistema linguístico no seu<br />

desenvolvimento histórico.<br />

Prioridade pelo estudo sincrônico: porque Saussure vê a língua como um<br />

sistema de valores que nada determina fora do estado momentâneo de seus termos.<br />

Exemplo: o jogo de xadrez (CLG, p. 104).<br />

Enquanto a análise sincrônica está preocupada em DESCREVER um estágio<br />

particular da língua, a análise diacrônica está preocupada em EXPLICAR os estágios<br />

por que a língua passou até chegar no ponto em que está. Por isso, o estruturalismo<br />

prioriza a análise descritiva.<br />

SINCRONIA<br />

DIACRONIA<br />

. estática . evolutiva<br />

. descritiva . prospectiva e retrospectiva<br />

. Gramática Geral . Gramática Histórica<br />

. interessa-se pelo sistema . interessa-se pelas evoluções e suas causas<br />

. faz descrições sincrônicas . apoia-se em descrições sincrônicas<br />

. descreve estados de . descreve fenômenos evolutivos<br />

língua e suas relações<br />

individuais<br />

. abstrai o tempo . leva em conta o tempo<br />

. trata de fatos simultâneos . trata de fatos sucessivos<br />

. estuda fatos que formam . estuda fatos que não<br />

sistema entre si<br />

formam sistema entre si<br />

. estuda o modo como . estuda o processo de<br />

a língua funciona<br />

evolução da língua<br />

. descreve determinado estado . confronta estados diferentes de uma<br />

de uma mesma língua<br />

mesma língua<br />

. descrição . explicação<br />

4. A TERCEIRA DICOTOMIA: SINTAGMA E PARADIGMA<br />

Linguística Geral – Profª Nívia Garcia – ESTRUTURALISMO 2


Para Saussure, tudo na sincronia se prende a dois eixos: o eixo associativo (=<br />

paradigmático) e o sintagmático.<br />

4.1. Relações sintagmáticas<br />

As relações sintagmáticas baseiam-se no caráter linear do signo linguístico,<br />

“que exclui a possibilidade de [se] pronunciar dois elementos ao mesmo tempo” (CLG,<br />

142)<br />

A língua é formada de elementos que se sucedem um após o outro linearmente,<br />

isto é, “na cadeia da fala” (CLG, 142). À relação entre esses elementos Saussure (p.<br />

142) chama de sintagma.<br />

É o princípio da linearidade do significante que possibilita a realização do<br />

sintagma, a partir da combinação de elementos que contrastam entre si na cadeia da<br />

fala. Esse contraste ocorre entre unidades do mesmo nível, isto é, um fonema<br />

contrasta com outros fonemas, um morfema contrasta com outros morfemas, e um<br />

termo da oração, com outro termo da oração, formando, desse modo, o chamado<br />

contexto linguístico.<br />

O sintagma se compõe sempre de duas ou mais unidades consecutivas:<br />

• re-ler,<br />

• contra todos,<br />

• a vida humana,<br />

• Deus é bom,<br />

• se fizer bom tempo, sairemos etc.<br />

As relações sintagmáticas são também chamadas in præsentia, pois referemse<br />

a elementos presentes na estrutura.<br />

4.1.1. relações sintagmáticas no português<br />

I. Sintagma fônico<br />

a. Fonêmico: entre vogais, entre consoantes e entre vogais e consoantes.<br />

b. Prosódico: entre sílabas átonas e tônicas ou grupos melódicos<br />

II. Sintagma mórfico<br />

a. Lexical: entre as partes das palavras (am+a+va, planalto=plano+alto)<br />

b. Locucional: intermediário entre lexical e sintático (estrada de ferro, tinha<br />

estudado, de modo que, às pressas)<br />

III. Sintagma sintático<br />

a. sub-oracional: subordinação de sintagmas dentro da oração<br />

b. oracional: caracteriza o período simples (SN + SV)<br />

c. supra-oracional: entre orações subordinadas<br />

4.2. Relações Paradigmáticas ou Associativas<br />

Baseiam-se na associação de um elemento do discurso com outro ausente<br />

nele, mas na memória.<br />

As palavras que oferecem algo de comum se associam na memória e assim se<br />

formam grupos dentro dos quais imperam relações muito diversas [das sintagmáticas].<br />

(CLG, p. 143)<br />

As relações paradigmáticas são também chamadas in absentia, pois referemse<br />

a elementos ausentes na estrutura.<br />

Delimitam campos semânticos, ou seja, elementos que se agrupam pelo<br />

significado.<br />

ensinar<br />

ensinemos<br />

ensinaram<br />

5. A TEORIA DO SIGNO LINGUÍSTICO<br />

5.1. O SIGNO<br />

Para Saussure, a língua é um sistema de signos formados pela união do<br />

sentido e da imagem acústica. Com essa formulação, Saussure mostra que não se<br />

pode ter um conceito sem uma denominação correspondente.<br />

sentido (conceito, ideia, SIGNIFICADO)<br />

SIGNO<br />

imagem acústica (impressão psíquica do som, SIGNIFICANTE)<br />

Os dois elementos do signo são interdependentes e inseparáveis.<br />

Ex.: casa<br />

lugar para morar<br />

(conceito)<br />

/kaza/<br />

(imagem acústica)<br />

SIGNIFICANTE: parte perceptível do signo (pois se pode ouvir).<br />

O significante não é ‘o som’, mas ‘a ideia do som’.<br />

SIGNIFICADO: parte inteligível do signo (pois se pode entender).<br />

O significado não é ‘a coisa’, mas ‘a ideia da coisa’.<br />

5.2. A ARBITRARIEDADE DO SIGNO LINGUÍSTICO<br />

Não existe nenhuma motivação para o significante de um signo ser x ou y,<br />

algo no significado que motive a imagem acústica do signo.<br />

Para Saussure, a relação entre significante e significado é arbitrária.<br />

Para ele, arbitrário<br />

ENSINAMENTO<br />

aprendizagem<br />

educação<br />

processo<br />

não deve dar a ideia de que o significado dependa da livre escolha<br />

do que fala, [porque] não está ao alcance do indivíduo trocar coisa<br />

alguma num signo, uma vez esteja ele estabelecido num grupo<br />

linguístico; queremos dizer que o significante é imotivado, isto é,<br />

arbitrário em relação ao significado, com o qual não tem nenhum<br />

laço natural na realidade (CLG, p. 83).<br />

Exemplo: as palavras mar, ou vaca, ou ainda espelho.<br />

desfiguramento<br />

armamento<br />

incremento<br />

Linguística Geral – Profª Nívia Garcia – ESTRUTURALISMO 3


Um bom argumento é a diferença entre as línguas. Se o significante fosse<br />

motivado, as palavras seriam as mesmas em todas as línguas. No entanto, o<br />

significante para o conceito de mar, em inglês, é /si:/ e em francês é /mér/.<br />

5.2.1. ONOMATOPÉIAS (mugido, miado, sussurro, chiado, reco-reco)<br />

Para Saussure, elas não constituem elementos orgânicos do sistema<br />

linguístico, pois, sendo interpretações aproximadas de ruídos,<br />

- ocorrem em número reduzido;<br />

- só em raros casos há ligação íntima entre significado e significante; e<br />

- sofrem evolução fonética e morfológica, como as outras palavras<br />

5.2.2. INTERJEIÇÕES (ai!, ei!, oi!, uau!, eeeeh!, iiiih!)<br />

Variam muito de uma língua para outra. Exemplo: ai! em português, aie! em<br />

francês, au! em alemão, ouch! em inglês, oh! em italiano.<br />

ARBITRARIEDADE ABSOLUTA: quando o signo é totalmente imotivado.<br />

ARBITRARIEDADE RELATIVA: do conhecimento do significado das partes pode-se<br />

chegar à significação do todo.<br />

Exemplo:<br />

dez + nove = dezenove<br />

pêra + -eira = pereira (banana + -eira, laranja + -eira)<br />

5.3. A LINEARIDADE DO SIGNIFICANTE<br />

O significante, sendo de natureza auditiva, desenvolve-se na linha do tempo,<br />

e por isso é linear.<br />

As unidades discretas são emitidas uma após a outra, pois não há como falar<br />

duas palavras ou dois sons ao mesmo tempo.<br />

EXERCÍCIOS (signo linguístico)<br />

1. O signo linguístico é arbitrário. Isto quer dizer que:<br />

a) Não há uma relação natural entre o significante e o significado.<br />

b) Há uma ligação natural entre a imagem acústica e o conceito.<br />

2. Marque V se a afirmação for verdadeira, e F se for falsa:<br />

a) ( ) Os enunciados vocais decorrem no tempo e são captados pelo ouvido como<br />

sucessões.<br />

b) ( ) O caráter linear dos enunciados explica a sucessividade dos morfemas e<br />

fonemas.<br />

c) ( ) Somente a parte material do signo, o significante, é linear.<br />

d) ( ) Para Saussure, sentido não é a mesma coisa que conceito ou ideia.<br />

e) ( ) O signo linguístico é uma entidade psíquica de duas faces.<br />

3. Relacione as duas colunas:<br />

1- Arbitrariedade absoluta ( ) dezoito<br />

2 – Arbitrariedade relativa ( ) dez<br />

( ) oito<br />

4. Nos exemplos: “Vou tomar (1) a lição.” e “Vou tomar (2) café.”, tomar (1) e tomar (2)<br />

constituem a mesma unidade linguística, isto é, têm o mesmo valor.<br />

( ) certo ( ) errado<br />

5. Em “guarda-roupa”, temos um caso de motivação interna. Justifique.<br />

EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO<br />

1. Assinale a única alternativa que não corresponde a um conceito trabalhado por<br />

Saussure.<br />

a) Teoria do signo linguístico<br />

b) Relações sintagmáticas<br />

c) Faculdade de linguagem<br />

d) Linguística da língua<br />

2. Em relação à dicotomia língua/fala (langue e parole), julgue os itens verdadeiros (V)<br />

ou falsos (F).<br />

I. A fala é variável e assistemática.<br />

II. A língua é instrumento e produto da fala.<br />

III. A fala é um ato social.<br />

IV. O real objeto da linguística é a fala.<br />

Estão corretos os itens:<br />

a) I e III<br />

b) I, II e III<br />

c) II e IV<br />

d) I e II<br />

3. Assinale a única alternativa que não corresponde a uma característica da língua.<br />

a) É circunstancial<br />

b) É um fato social<br />

c) É abstrata<br />

d) É uma realização potencial<br />

4. Em relação à dicotomia sincronia/diacronia, julgue os itens a seguir.<br />

I. Enquanto a linguística sincrônica trata de explicar a língua em um dado período,<br />

a diacrônica descreve a língua comparando dois ou mais períodos.<br />

II. Saussure privilegia o estudo sincrônico por considerar a evolução histórica da<br />

semântica da língua.<br />

III. A tarefa de descrever cabe à sincronia, enquanto a de explicar cabe à diacronia.<br />

Assim, Saussure privilegia a descrição linguística.<br />

Linguística Geral – Profª Nívia Garcia – ESTRUTURALISMO 4


Estão certos os itens:<br />

a) I, II e III<br />

b) I e III<br />

c) II e III<br />

d) I e II<br />

5. Em relação ao signo linguístico, julgue os itens abaixo.<br />

a) ( ) O signo linguístico é composto por duas partes interdependentes: o<br />

significante e o significado.<br />

b) ( ) O significante diz respeito à ideia que se tem da coisa.<br />

c) ( ) O significado é o conceito, o que se sabe sobre a coisa.<br />

d) ( ) Sdo e Ste são como as duas faces de uma moeda, inseparáveis.<br />

e) ( ) Coisas que têm significantes distintos, mas um mesmo significado,<br />

constituem um só signo.<br />

6. Sobre a arbitrariedade do signo linguístico, julgue os itens a seguir.<br />

a) ( ) Não existe nada no conceito do signo que motive sua imagem acústica.<br />

b) ( ) O significado depende da livre escolha de quem fala.<br />

c) ( ) Onomatopeias (representação de sons) e interjeições (verbalização de<br />

impressões de espanto, dor, etc.) são duas exceções à arbitrariedade do signo.<br />

d) ( ) Arbitrariedade absoluta refere-se ao signo completamente motivado.<br />

e) ( ) Arbitrariedade relativa existe quanto, do conhecimento do significado das<br />

partes, chega-se ao conhecimento do significado do todo.<br />

c) Paradigma é uma relação de associação possível de termos situados na memória.<br />

d) Relações paradigmáticas são ordenadas a partir do discurso.<br />

e) Relações paradigmáticas repousam em dois ou mais termos presentes na série<br />

efetiva.<br />

10. Coloque P para oposição estrutural e S para funcional.<br />

( ) rei/rainha ( ) menino/dormiu<br />

( ) verbo/objeto ( ) eu/tu<br />

( ) núcleo/adjunto ( ) fazer/façanha<br />

11. Coloque V ou F.<br />

a) ( ) Telerjista é um exemplo de neologismo sintagmático, a partir da relação<br />

paradigmática com telefonista.<br />

b) ( ) Num estado de língua (sincrônico), tudo se baseia em relações entre os<br />

termos, seja no discurso (sintagma), seja na memória do falante (paradigma).<br />

c) ( ) Enquanto um sintagma não suscita a ideia de uma ordem de sucessão e de<br />

um número determinado de elementos, os termos de uma relação associativa se<br />

apresentam em número definido e numa ordem determinada.<br />

7. Marque a única alternativa que se aplica ao conceito de linearidade do significante.<br />

a) Na equação ilustrativa do signo, o significado aparece como um traço linear.<br />

b) O significante é considerado linear por não conter desvios em relação ao signo.<br />

c) O significante é linear porque a onda sonora produzida na fala é pouco curva.<br />

d) O conceito de linearidade se aplica ao signo à medida que os significantes ocorrem<br />

um após o outro na estrutura linguística.<br />

e) Linearidade e simultaneidade são duas propriedades intrínsecas ao significante.<br />

8. Julgue os itens sobre relações sintagmáticas.<br />

a) ( ) Referem-se à relação que os elementos linguísticos estabelecem na frase.<br />

b) ( ) Não têm relação com a carga semântica.<br />

c) ( ) Por serem explícitas nos elementos da frase, também são chamadas<br />

relações in absentia.<br />

d) ( ) Ocorrem tanto no plano da oração quanto nos planos das palavras e dos<br />

sons.<br />

e) ( ) Os períodos simples compõem-se sintagma nominal (sujeito) e sintagma<br />

verbal (predicado).<br />

9. Assinale a única alternativa que não diz respeito às relações sintagmáticas.<br />

a) O paradigma é virtual, pois estabelece uma relação psíquica entre elementos.<br />

b) A possibilidade de trocar o /p/ de pato por /b/ é da natureza do paradigma.<br />

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