Jubileu: 50 estudos sobre pobreza e justiça

ESTUDO 8
REFLEXÃO:
Sete temas em Levítico 25 e o nosso chamado para
o Jubileu
Levítico 25
R. SCOTT RODIN
A missão da Tearfund é apoiar as
comunidades ao redor do mundo para que
escapem dos piores efeitos da pobreza e
dos desastres. Como esta missão pode
estar relacionada com o conceito bíblico
do Jubileu? Em Levítico 25 encontramos
sete temas que descrevem um movimento
duplo da ação de Deus e da nossa resposta,
permitindo-nos alcançar uma vida melhor
que Deus tem reservada para nós.
1. O domínio de Deus e a nossa
responsabilidade em cuidar
Levítico 25 começa com a seguinte frase:
“Quando vocês entrarem na terra que lhes
dou...”. Desde o princípio, Deus anunciava
que aquela terra era Sua, para ser dada.
Ele definiu regras para aqueles que a
receberam. Os israelitas tinham apenas
uma responsabilidade temporária por
Canaã, devendo ser cuidadores, tomando
conta da terra de acordo com os desejos
do proprietário, mas nunca deveriam ser
proprietários definitivos dela. Nós também
devemos ser cuidadores do que Deus nos
confiou, seja muito ou pouco. O desejo de
cuidar é uma disposição do coração antes
de ser uma obra externa das nossas mãos.
É a nossa declaração de fé de que tudo
pertence a Deus.
2. A provisão de Deus e a nossa
confiança
Em Levítico 25:20–22, Deus promete um
milagre a cada sexto ano; uma colheita
abundante capaz de alimentar o povo
durante os próximos três anos de Jubileu,
plantando e colhendo. Deus pede que Seu
povo confie sua vida nessa promessa. Ele
proveria como o fez no deserto. Era um
prenúncio do pão da vida que viria dos
céus. Os israelitas não deviam ter receio,
mas confiar que Deus atenderia às suas
necessidades.
3. A justiça de Deus e a nossa
obediência
O Ano do Jubileu anuncia a justiça de Deus
e Seu chamado à obediência, apesar das
questões econômicas que gerar. Na justiça
de Deus, ninguém deve se enriquecer
de maneira exorbitante, acumulando
terras e lucros, e nenhuma família deve
ser condenada à pobreza perpétua. Deus
abençoa o espírito empreendedor, mas
abomina a exploração e o consumismo. Na
economia de Deus, o Ano do Jubileu faz
com que as coisas voltem ao seu estado
original e garante que as necessidades de
todos sejam atendidas.
4. A misericórdia de Deus e o nosso
cuidado pelas pessoas pobres
Em Levítico 25:6–7 e 25:38, Deus demonstra
Sua misericórdia e exige que Seu povo faça
o mesmo, especialmente em relação às
pessoas pobres. O povo de Deus deveria
permitir que todos colhessem o que a terra
produzisse no Ano do Jubileu, para que
não fosse tentado a guardá-lo para si. Em
duas ocasiões, Deus lembrou as pessoas
de que pertence a Ele. Deus ordenou que
Seus servos cuidassem das pessoas pobres,
demonstrando misericórdia, tal como Ele
o fazia, e por que Seus servos haviam se
beneficiado com a mesma misericórdia.
5. A proteção de Deus e a nossa
confiança
Nos versículos 18 e 19, Deus promete
proteger o Seu povo dos opressores externos
e a dar-lhe segurança interna que procede
de um espírito confiante. Seu povo não
devia temer o mal, mas permanecer em paz.
Segurança também pressupõe provisão, pois
“comerão até fartar-se”. Se obedecerem a
Deus, suas necessidades serão atendidas,
serão protegidos de seus inimigos e poderão
viver em paz em Sua terra.
6. As prioridades de Deus e o
nosso descanso
Enquanto o descanso do sétimo Ano do
Jubileu era para a terra, no versículo 11 Deus
proclama que o 50º ano era um período
de descanso para o povo de Deus. Gênesis
ensina que fomos criados para descansar
em Deus; seis dias para trabalhar e um
sétimo dia para descansar. É necessário ter
fé para poder descansar. Quando deixamos
de trabalhar, anunciamos que Deus proverá
para nós até mesmo quando descansarmos.
A prioridade de Deus é que busquemos
ter intimidade com Ele, como nosso
maior chamado.
7. A santidade de Deus e a nossa
adoração
Finalmente, no versículo 12, Deus anuncia
que o Jubileu é sagrado. Deus consagrou
esse ano para Seu povo e Seus propósitos.
É um descanso santo porque é descanso
em um Deus santo, que trabalha em
nós e por meio de nós, sob a forma do
descanso sabático. Ele se aproxima de
nós, restaurando-nos para o trabalho ao
qual Ele nos chama. Nossa resposta deve
ser veneração, louvor, adoração, oração,
meditação e alento ao espírito que se
regozija em obedecê-lo.
Estes sete temas de soberania, provisão,
justiça, misericórdia, proteção, descanso e
DISCUSSÃO
santidade podem nos capacitar para servir a
Deus em nosso trabalho de cuidar e de nos
importar com as pessoas pobres e de buscar
justiça para os oprimidos. Ao considerar o
papel destes temas em sua vida e em seu
trabalho, aqui estão três perguntas para
uma discussão mais profunda.
PERGUNTAS
Quais destes temas lhe dá maior alegria?
Por quê?
Quais destes temas é o mais desafiador
para você? Por quê?
O que Deus pode estar pedindo para
que você mude em sua vida em resposta
a este estudo?
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