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Alvo dos Famosos - Iza - 2019-11-06

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proporcionando acesso à informação e<br />

ao conhecimento para conquistarem<br />

seu espaço como cidadão. Quando a<br />

gente vinha ao Brasil de férias, eu e<br />

minha esposa, Fernanda Mello, a gente<br />

via muitas crianças com tempo vago e<br />

vimos o quanto um projeto assim<br />

poderia somar na vida delas e me senti<br />

na obrigação de dividir com eles um<br />

pouco da minha experiência.<br />

Quais são as bases artísticas e sociais<br />

do Quabales?<br />

Quabales une arte ao social. Usamos a<br />

música, a arte e a cultura como<br />

ferramentas de transformação,<br />

inclusão social e educação. A arte toca a<br />

alma das pessoas e não tem barreiras.<br />

Oferecemos aulas de canto, violão,<br />

percussão e percussão performática.<br />

Agora com nosso próprio Centro<br />

Cultural Quabales vamos poder<br />

expandir as atividades em <strong>2019</strong>.<br />

No grupo artístico, o Quabales Show, a<br />

gente mistura a percussão baiana, a<br />

performance, o canto, o hip-hop, a MPB,<br />

o eletrônico com a linguagem do Stomp.<br />

Qual é o principal diferencial do<br />

projeto?<br />

Acho que além da própria linguagem de<br />

inclusão e da transformação de<br />

material reciclável em instrumentos, o<br />

que incentiva a criatividade e traz a<br />

importância da conscientização da<br />

reciclagem, o fato de terem no próprio<br />

Quabales referências de pessoas que<br />

vieram da mesma realidade deles e<br />

conquistaram e estão conquistando<br />

seu próprio espaço, como o próprio<br />

Quabales Show, é uma referência muito<br />

positiva e muito importante para a nova<br />

geração.<br />

O projeto Quabales completou sete<br />

anos em janeiro de <strong>2019</strong> e há pouco<br />

mais de três anos surgiu o Quabales<br />

Show que já teve a oportunidade de<br />

tocar em lugares e dividir o palco com<br />

artistas renoma<strong>dos</strong>, participar de vídeo<br />

clipes, shows que jamais imaginávamos<br />

como tocar no Rock in Rio por exemplo.<br />

Com isso servimos de exemplo para<br />

outras gerações mostrando sim que é<br />

possível, através de muito estudo e<br />

disciplina ser da comunidade e<br />

conquistar seu espaço, ser respeitado e<br />

ter fala e reconhecimento. Isso é<br />

cidadania, isso é inclusão.<br />

Além de educar pela arte, o Quabales<br />

também uma forte atividade social.<br />

Poderia citar algumas das ações<br />

realizadas com os jovens que integram<br />

o projeto?<br />

Acho que a ação social quando<br />

realizada pelo próprio beneficiado para<br />

outros é uma das melhores formas de<br />

aprendizagem. Aprendem o quanto<br />

importante eles são e o quanto podem<br />

somar na vida de outros, além de<br />

aprenderem sobre a necessidade do<br />

próximo. Além do Quabales participar<br />

de várias atividades sociais nas escolas<br />

do próprio bairro, participamos<br />

também de várias ações em escolas e<br />

faculdades públicas e particulares, em<br />

asilos, na Fundac, participamos da<br />

Caravana do Esporte e das Artes em<br />

Pirajá, fizemos ações com Seja<br />

Semente, fizemos uma troca de<br />

conhecimentos com a Orquestra de<br />

Cordas da Grota no Rio de Janeiro entre<br />

outras experiências.<br />

O que o projeto Quabales representa<br />

para a sociedade e em especial, para o<br />

Nordeste de Amaralina?<br />

A valorização do ser humano, do<br />

cidadão. Há sete anos o Nordeste vivia<br />

um momento muito difícil por causa da<br />

violência e das guerras de facções. A<br />

chegada do Quabales trouxe outro tipo<br />

de atenção ao bairro. Repórteres nos<br />

agradeciam por estarem indo lá cobrir<br />

notícias positivas e culturais.<br />

Hoje o Quabales representa e divulga o<br />

Nordeste de Amaralina por to<strong>dos</strong> os<br />

lugares que passa. Temos visitantes<br />

estrangeiros e do Brasil todo que vem<br />

conhecer o bairro por causa do<br />

Quabales. Por onde passamos falamos<br />

do bairro e incentivamos que to<strong>dos</strong><br />

venham conhecer.<br />

Hoje to<strong>dos</strong> sabem que o Nordeste tem<br />

muitas coisas positivas para oferecer,<br />

não só notícias negativas. Tentamos<br />

mostrar o poder da educação através<br />

da arte e a comunidade se orgulha<br />

nisso.<br />

O grupo percussivo inaugurou o Centro<br />

Cultural no Nordeste de Amaralina. O<br />

que esse espaço representa para a<br />

comunidade?<br />

Esse espaço representa vitória dentro<br />

de um lugar que teria tudo para dar<br />

errado. Aí e vem um projeto e fala que<br />

sim podemos ter esperança sim, que<br />

podemos ser um cidadão do bem com<br />

oportunidades e acesso à informação<br />

mesmo vindo de um bairro periférico.<br />

Um projeto social dessa magnitude, a<br />

gente imagina que não seja de fácil<br />

manutenção. É possível a sociedade<br />

ajudar nesse processo? De que forma?<br />

Sim é possível e necessário. Nós<br />

começamos o projeto na cara e na<br />

coragem, e graças a Deus tomou uma<br />

dimensão incrível e com isso os sonhos<br />

e planos não param de crescer. To<strong>dos</strong><br />

são muito bem vin<strong>dos</strong> e podem ajudar<br />

da maneira que estiver no alcance de<br />

cada um. Doando seu tempo, dividindo<br />

seus conhecimentos, suas experiências,

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