You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
e sem nenhuma perspectiva em vista, me uni a uma<br />
amiga, Deise, que era da área de cinema e também<br />
estava desempregada. Ela vendia pastel e eu vendia<br />
roupa. Comecei vendendo as minhas próprias roupas,<br />
no Brechó da Troca, e também trocava peças com<br />
outras mulheres <strong>para</strong> ter um acervo maior e com diversidade<br />
de tamanhos. O sistema todo era bem simples:<br />
as pessoas se interessavam e eu trocava as peças<br />
com elas. Tudo com uma estrutura básica de araras e<br />
mesas de suporte <strong>para</strong> a venda de acessórios que me<br />
permitia participar de diferentes feiras e mercados alternativos.<br />
De feira em feira, vendia as peças com uma<br />
pequena margem de lucro e reinvestia na compra de<br />
outros <strong>pro</strong>dutos usados. Durante uma dessas feiras,<br />
houve um arrastão e perdi quase toda a mercadoria.<br />
Naquele momento, parecia que voltaríamos à<br />
estaca zero, mas foi quando resolvemos que era hora<br />
de montar a nossa própria feira. Na época, o bairro<br />
da Vila Madalena era um ponto de concentração de<br />
casas noturnas de black music, havia uma forte influência<br />
da cultura negra e americana. Já frequentávamos<br />
bastante aquelas festas e eu ficava intrigada em<br />
ver que o público era de jovens negros, o DJ era negro,<br />
as hostess eram negras, mas, no <strong>final</strong> da noite, quem<br />
contava o dinheiro eram os homens brancos, donos<br />
32 • Itaú Mulher Empreendedora