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Administração
de Materiais
Créditos Institucionais
Presidente do Conselho de Administração:
Janguiê Diniz
Diretor-presidente:
Jânio Diniz
Diretoria Executiva de Ensino:
Adriano Azevedo
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos:
Joaldo Diniz
Diretoria de Ensino a Distância:
Enzo Moreira
2019 by Telesapiens
Todos os direitos reservados
A AUTORA
GUSTAVO SILVA OLIVEIRA
Olá. Meu nome é Gustavo Silva 0liveira. Sou Engenheiro
Florestal formado na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),
Mestre em Engenharia Florestal pela Universidade do Estado de
Santa Catarina (UDESC) e atualmente Doutorando do Programa de
Pós-graduação em Engenharia Florestal na Universidade Federal
do Paraná (UFPR) nas áreas de Economia, Política e Administração
Florestal. Possuo experiência como tutor científico no Programa de
Educação Continuada em Ciências Agrárias da Universidade Federal
do Paraná (PECCA/UFPR). Amo minha profissão, meu trabalho e
adoro transmitir meus conhecimentos e as experiências que tive ao
longo da minha carreira. É uma grande satisfação poder contribuir
na formação de pessoas que estão em busca de um futuro melhor e
que almejam ser excelentes profissionais em um futuro bem próximo.
Desse modo, fui convidado pela “Editora Telesapiens” a compor seu
corpo docente e seu elenco de autores independentes. É com grande
satisfação que quero colaborar com você nesta etapa de estudo e
trabalho. Estou aqui para o que precisarem! Contem com a minha
ajuda. Vamos mergulhar nesse universo!
ICONOGRÁFICOS
Esses ícones que irão aparecer em sua trilha de aprendizagem
significam:
+
OBJETIVO
Breve descrição
do objetivo de
aprendizagem;
CITAÇÃO
Parte retirada de um
texto;
TESTANDO
Sugestão de práticas ou
exercícios para fixação
do conteúdo;
IMPORTANTE
O conteúdo em destaque
precisa ser priorizado;
DICA
Um atalho para resolver
algo que foi introduzido
no conteúdo;
EXPLICANDO
DIFERENTE
Um jeito diferente e mais
simples de explicar o que
acaba de ser explicado;
EXEMPLO
Explicação do conteúdo
ou conceito partindo de
um caso prático;
PALAVRA DO
AUTOR
Uma opinião pessoal e
particular do autor da
obra;
+
OBSERVAÇÃO
Uma nota explicativa
sobre o que acaba de
ser dito;
RESUMINDO
Uma síntese das
últimas abordagens;
DEFINIÇÃO
Definição de um
conceito;
ACESSE
Links úteis para
fixação do conteúdo;
SAIBA MAIS
Informações adicionais
sobre o conteúdo e
temas afins;
SOLUÇÃO
Resolução passo a
passo de um problema
ou exercício;
CURIOSIDADE
Indicação de curiosidades
e fatos para reflexão sobre
o tema em estudo;
REFLITA
O texto destacado
deve ser alvo de
reflexão.
SUMÁRIO
Conceitos e organização da administração
de materiais 11
Conceitos 11
Evolução e mudanças na Administração
de Materiais 13
Desafios do administrador de materiais 14
Organização 16
Objetivos e previsão de estoques 19
Objetivos dos estoques 20
Previsão para os estoques 23
Técnicas de previsão do consumo 24
Método do último período 25
Método da média aritmética ou da média móvel 25
Método da média ponderada 25
Método da média móvel exponencialmente
ponderada 26
Método dos mínimos quadrados 26
Custos, níveis, sistemas de controle
e avaliação de estoques 27
Custos de estoques 27
Custos diretamente proporcionais
ao nível do estoque médio 28
Custos inversamente proporcionais
ao nível do estoque médio 29
Custos independentes do nível
do estoque médio 29
Níveis de estoque 29
Curva dente de serra 29
Tempo de reposição: ponto de pedido 30
Estoque mínimo 31
Rotatividade 32
Sistemas de controle de estoque 33
Sistema duas gavetas 34
Sistema dos máximos mínimos 34
Sistema das revisões periódicas 35
MRP, MRP II 35
Just in time/Kanban 36
Avaliação dos estoques 37
Custo médio 37
Método PEPS (FIFO) 37
Método UEPS (LIFO) 38
Classificação ABC e lote econômico 38
Classificação da curva ABC 38
Lote econômico 42
8
Administração de Materiais
UNIDADE
01
Introdução a Administração de
Materiais e Gestão de estoques
Administração de Materiais 9
INTRODUÇÃO
As organizações caracterizam-se como sendo um agregado
de indivíduos que desenvolvem atividades para atingir objetivos
por intermédio da aplicação de meios e recursos, e conduzidos
por indivíduos com capacidade de planejamento. Atualmente
para o funcionamento das organizações, são envolvidos quatro
principais fatores: pessoas, condução de atividades, recursos e
propósitos em comum. Assim, o principal intuito é maximizar
o lucro e expansão empresarial. Mas para isso, as organizações
devem buscar constantemente potencializar seu processo produtivo
e a maneira como realizam sua gestão.
Você sabia que a administração de materiais é o agregado
de operações desenvolvidas no interior de uma empresa, com
a função de preencher as distintas unidades, com materiais
indispensáveis ao funcionamento efetivo das atribuições? Exatamente!
Mas, qual é a real finalidade da administração de
materiais? Essa área do conhecimento permite o suprimento de
materiais na quantidade necessária, qualidade requerida, tempo
oportuno e menor custo.
Então quer dizer que a administração de materiais garante
um estoque estruturado no ambiente empresarial? Isso mesmo,
essa área do conhecimento visa garantir que em hipótese alguma
ocorra falta de itens nos estoques e que não ocorram exageros.
Assim chegou a hora de entendermos como as empresas realizam
sua gestão de materiais da forma mais eficiente e eficaz visando
obter vantagem competitiva para alavancar a produção. E para
que isso ocorra teremos que focar bastante na gestão de estoques.
Pois, é nesse local, que estão todos os materiais acondicionados
no interior da empresa e que se perduram conservados até uma
destinação futura na produção. Mas, fique calmo! Ao longo desta
unidade letiva nós vamos entender todo este cenário.
10
Administração de Materiais
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1 - Introdução
a Administração de Materiais e Gestão de estoques. Nosso
objetivo é auxiliar você a atingir os seguintes objetivos de aprendizagem
até o término desta etapa de estudos:
1Explanar aos alunos a importância da administração
de materiais e das organizações;
2
3
Permitir a compreensão dos objetivos e habilidades
para a previsão de estoques;
Explanar as questões de custos, níveis, sistemas
de controle e avaliação de estoques, visando à
maximização da qualidade na prestação dos
serviços internos e externos;
4
Propiciar ao educando competências e conceitos da
classificação ABC e Lote econômico da gestão de
estoques.
Então? Preparado para uma viagem sem volta
rumo ao conhecimento? Ao trabalho!
Administração de Materiais 11
Conceitos e organização da administração
de materiais
OBJETIVO
Neste capítulo vamos compreender a importância da administração
de materiais e das organizações, além da importância de
estudos voltados para a gestão dentro das empresas. Com estas
informações você saberá como as organizações procedem para
maximizar seus lucros e conduzir um bom atendimento das
vendas. E então? Motivado para desenvolver esta competência?
Então vamos lá. Avante!
Conceitos
A administração de recursos materiais compreende as
atividades que vão desde o reconhecimento do fornecedor,
compras, recebimentos, armazenagem e distribuição até o
consumidor final. Assim, o profissional responsável pela gestão
da empresa na área de materiais, deve buscar constantemente
bons resultados de produção.
Figura 1: Bons resultados dentro das organizações
Fonte: ©Pixabay
12
Administração de Materiais
SAIBA MAIS
Quem comunica ao empresário sobre os custos inerentes a falta
de estoque, pausa em uma linha de produção ou até mesmo
perdas em vendas em virtude da falta de produtos, é o gestor de
materiais?
Com a ascendente globalização e competitividade, cada
vez mais o preço de venda, qualidade do produto e a segurança
são fatores que apresentam pouca flexibilidade e necessitam de
atenção redobrada. Ademais, em virtude da grande concorrência
de mercado as empresas devem estar constantemente em busca
de otimização de desenvolvimento visando adquirir vantagens
competitivas e boa gestão dos recursos materiais.
DEFINIÇÃO
Recurso material é todo o bem físico (tangível) utilizado em uma
organização que detém natureza não permanente. De maneira
ampla, consiste em materiais utilizados em um determinado
período de tempo, e que se constituem em materiais que são
consumidos ao longo do tempo, resultando em bens de estoque.
Dentro dos fatores que compõe a administração de materiais
devem ocorrer indicadores que otimizem o desempenho e que
tragam um bom retorno do capital investido, visando o aumento
dos lucros. Desse modo, o capital das organizações é aplicado em
equipamentos, financiamentos de vendas e estoque. Entretanto,
com os custos crescentes é importante gerir os estoques e
patrimônio produtivo com a máxima eficiência e eficácia.
Administração de Materiais 13
+
OBSERVAÇÃO
A administração de matérias possui grande impacto em três
pontos crucias: lucratividade, qualidade dos produtos e satisfação
dos clientes.
Nesse contexto, deve-se considerar algumas premissas
para avaliar o desenvolvimento do departamento de materiais,
considerando indicadores de desempenho que componham
dados reais das atividades que envolvem a administração de
materiais e que seja possível realizar a tomada de decisões com
enfoque em correções e eliminação de não conformidades.
Assim, as informações devem ser:
Completas e confiáveis;
Simples e de fácil coleta;
Entendimento compreensível para todos os colaboradores.
EXEMPLO
Percentual de mercadorias compras em determinada data; Percentual
de produtos finalizados e entregues com data pré-estabelecida;
Percentual de não conformidades nos pedidos de compra.
Evolução e mudanças na Administração de
Materiais
O grande desafio no ambiente organizacional é vincular
a produção eficaz com a gestão correta de matéria-prima e
produtos finalizados, estocado de maneira que possam suprir as
exigências e desejos dos consumidores.
14
Administração de Materiais
IMPORTANTE
A associação entre as organizações, fornecedores e compradores,
deve ser cada vez mais acentuada buscando ganhos para a toda
a cadeia.
Atualmente a gestão de matérias voltadas para questões dos
estoques é algo muito oneroso para organização. Desse modo,
diversas fases vêm se configurando no interior da administração
de materiais, tais como:
Logística: atividade integrada, responsável pela movimentação
e armazenagem, que permitem o fluxo de
materiais e produtos desde a obtenção até o produto final;
Desenvolvimento de Parcerias e fornecedores preferenciais;
Programação de fornecedores e recursos tecnológicos;
Técnicas de simulações, considerando alterações nas
variáveis que a compõem;
Aquisição de controle estatístico de processos (CEP) para
verificar com agilidade as modificações nos processos
produtivos.
Desafios do administrador de materiais
Visivelmente a grande questão para os gestores é equilibrar
o nível de estoque com os recursos financeiros. Desse modo, o
administrador deve buscar constantemente equilibrar a quantidade
de produtos que mantem em seu estoque com o menor risco de
falta de materiais.
Administração de Materiais 15
Assim, a tendência dentro das empresas é o aprimoramento
de técnicas de previsão que favoreçam a atenuação de erros. Dessa
forma, é de suma importância que o departamento de administração
de materiais apresente características dinâmicas para atender de
forma instantânea as oscilações dentro e fora da empresa.
Figura 2: Características dinâmicas no ambiente organizacional
Fonte: ©Pixabay
RESUMINDO
A administração de materiais é caracterizada como um agregado
de atividades que realizam compras, recebimento, armazenagem,
produção e gestão completa e continua dos estoques. Atualmente,
esta área do conhecimento compreende um sistema completo
que se dividem em distintos subsistemas que se interligam,
considerando tempo adequado e quantidades ideias. Dessa
forma, não conformidades no planejamento da administração de
materiais, podem resultar em problemas e baixa qualidade para
as organizações.
16
Administração de Materiais
Organização
Organização constitui-se como o agregado de dois ou
mais indivíduos que efetuam atividades, seja elas em grupo
ou individualmente de maneira coordenada e controlada
em determinado local ou circunstancia, com objetivo préestabelecido
e auxilio de diversos meios e recursos disponíveis
(NUNES, 2008).
Assim, para a existência e funcionamento de uma
organização deve-se considerar quatro principais fatores: pessoas
que utilizam recursos disponíveis e comandam suas tarefas para
que alcançar objetivos comuns.
Figura 3: Fatores de uma organização
Fonte: elaborada pelo autor, 2019.
Cabe ressaltar que é para fundamental conhecer os
diferentes tipos recursos que podem ser empregados em uma
organização, que podem ser explanados em duas dimensões:
Recursos tangíveis: caracterizam-se como os bens físicos
de uma organização. Exemplo: material de expediente,
equipamentos, material de limpeza etc.
Administração de Materiais 17
Recursos intangíveis: são os bens não físicos de uma
organização. Exemplo: conhecimento, patentes, logomarcas
registradas, reconhecimento mercadológico etc.
Baseando-se em uma visão mais detalhada dos recursos
dentro de uma organização, verifica-se:
Figura 4: Recursos dentro de uma organização
Fonte: Elaborada pelo autor, 92019
Com base na Figura 4, verifica-se que:Sugestão para o
parágrafo acima:
Vamos analisar melhor a figura 4? Pois bem, observe que:
Capital intelectual: São os recursos intangíveis que
corroboram e conferem benefícios positivos quanto
a competitividade. Exemplos: cursos, treinamentos,
experiencias.
Recursos financeiros: é o capital em valores monetários,
disponíveis, da mesma forma que financiamentos.
Exemplos: aquisições, dinheiro disponível.
Recursos humanos: trata-se de todas as competências
relacionadas às habilidades do capital humano, tomada de
decisões, ações. Exemplos: funcionários, colaboradores.
18
Administração de Materiais
Desse modo, baseado nos preceitos dos recursos dentro
das organizações, os sistemas de materiais dentro de um modelo
tradicional organizacional, distribuem suas áreas de concentração
da seguinte maneira:
Controle de estoques: fundamental para que os
procedimentos de produção e de vendas ocorram com o
mínimo de não conformidades. Assim, os estoques podem
configurar-se de matéria-prima, produtos em processo
fabril e produtos finalizados;
Armazenagem: incumbido pelo resguardo físico de todos
os materiais que compõem o estoque para atender a
produção e fornecedores, com exclusão dos produtos em
processo fabril;
Compras: nesse departamento é realizada as atividades
para atender os insumos necessários para os processos
produtivos e sua posterior comercialização. Cabe também
o controle constante de quantidades adequadas, períodos
almejados e preços acessíveis;
Planejamento e controle de produção: em algumas
organizações denominado é utilizada a sigla PCP. Esse
setor sepreocupa com a programação e processo de
produção. Nele os envolvidos devem ter habilidades de
cunho técnico e específico para atendimento das demandas;
Distribuição e transporte: cabe a esse setor as entregas
de insumos e do produto finalizado até os consumidores.
Ademais, as questões de controle de veículos automotores
ou contratação de serviços de transporte também são
praticadas nesse departamento.
Importação: em virtude de questões burocráticas e de
compras essas atividades são de responsabilidade do
departamento de materiais. Assim, são realizadas as
questões de importação de mercadorias por se tratar de
compras e em algumas situações é realizado o processo
administrativo de exportação.
Administração de Materiais 19
Figura 5: Estrutura organizacional do setor de materiais
Fonte: Elabora pelo autor, 2019
Objetivos e previsão de estoques
OBJETIVO
Nesse tópico você irá conhecer quais os principais objetivos dos
estoques dentro do ambiente organizacional e a importância e
necessidade de aplicação de técnicas relacionadas à previsão de
estoques. Preparados? Vamos aprofundar no conteúdo!
20
Administração de Materiais
Objetivos dos estoques
Estoque é todo o material com valor econômico armazzenado,
reservado para utilização futura, quando se fizer
necessário nas operações das empresas.
Figura 6: Gestão de estoques
Fonte: ©Pixabay
O principal objetivo dos estoques é o aperfeiçoamento dos
investimentos, corroborando com o uso correto dos recursos
financeiros e atenuando as necessidades de capital investido
em estoques. Nesse sentido, a gestão de estoques é responsável
por ampliar e facilitar as vendas e o planejamento de produção,
permitindo a redução de perdas, excesso de compras, estocagem
desnecessária.
Para que uma organização opere em plenas condições é
fundamental que apresente um estoque, pois é o interlocutor entre
os níveis de produção e a venda final de um determinado produto.
+
OBSERVAÇÃO
Quanto maiores os investimentos das organizações nos distintos
tipos de estoque, maiores serão as responsabilidades dos departamentos.
Administração de Materiais 21
Se a responsabilidade pelos estoques é também da gerencia
de produção, esses são vistos como um instrumento de respaldo
para a produção. Entretanto, cabe lembrar que em alguns casos
ocorrem divergências na disponibilidade de estoque e a capital.
Em algumas situações o departamento de vendas necessita
de um alto nível de estoque para assistência dos clientes, em
contrapartida o departamento financeiro deseja a atenuação do
capital investido e para isso deseja diminuir os estoques.
Sendo assim, quando ocorrer os conflitos cabe ao sistema
de gestão de estoques intermediar as necessidades, para que
todas as operações com estoques sejam conduzidas de maneira
efetiva. Além disso, cabe à gestão atender o fluxo diário de
vendas e compras e a relação entre os integrantes do fluxo.
SAIBA MAIS
É responsabilidade do gestor de materiais acompanhar
diariamente as novas exigências do mercado, variações nos
preços de venda do seu produto final e variações nos preços de
matéria-prima.
Em condições de incerteza, a política de estoque contribui
para a tomada de decisões. Para a organização que deseja repor
seu estoque em condições de inflação, os pontos limitantes são
muitos, pois variáveis como volume de vendas, preços e margem
de lucro caminham juntas.
Assim, cabe a empresa juntamente com a sua equipe de
materiais definir claramente os objetivos a serem alcançados,
servindo assim de instrumento norteador para o estabelecimento
de padrões para os programadores e controladores.
22
Administração de Materiais
Desse modo, as políticas de estoque apresentam os
seguintes preceitos:
Definição de tempo de entrega;
Quantidade de armazenagem e lista de materiais a serem
estocados;
Revezamento de estoques.
+
OBSERVAÇÃO
A definição dessas políticas é de suma importância para o
funcionamento efetivo da administração de estoque.
Principais desafios do administrador de materiais na manutenção
do estoque na empresa atual:
Gestão das despesas de manutenção (aluguel de armazéns,
salários dos colaboradores);
Para atenuar os custos de manutenção deve-se encomendar
aos fornecedores entregas menores e mais frequentes;
As encomendas realizadas em grandes quantidades,
aumentam o estoque médio e o custo de manutenção;
Existem consequências em manter os estoques, em virtude
dos juros sobre o capital parado;
Uma das formas para resolver questões como a determinação
do lote de dimensão correta;
Adequar o preparo dos equipamentos o mínimo de vezes
possível e fabricar o máximo possível.
Previsão para os estoques
Administração de Materiais 23
A gestão de estoques está tracejada na previsibilidade
da demanda de material. Nesse contexto, os produtos comercializados
e vendidos são estimados conforme a previsão de
estoques. Para isso, são determinados o momento em que: os
produtos serão comprados pelos consumidores; a escolha dos
produtos; e a quantidade desses produtos.
Figura 7: Previsão de estoque
Fonte: ©Freepik
SAIBA MAIS
A previsão de estoques é o início do planejamento inicial e sua
definição deve ser conciliada com os custos envolvidos.
Os esclarecimentos para tomada de decisões referente
aos dimensionamentos e a disposição no tempo dos produtos
acabados, dividem-se em duas esferas: qualitativas (opinião
dos compradores, vendedores, mercado e compradores) e as
quantitativas (vendas passadas, variáveis de segmentação, de
fácil previsão e propaganda).
24
Administração de Materiais
Técnicas de previsão do consumo:
Projeção: nessa técnica adota-se que o futuro é repetição
do passado ou evolução no tempo, assim esse modelo de
técnica é estritamente quantitativa.
Explicação: esclarece o passado por meio de leis e demais
variáveis em que se conhece o progresso, são técnicas de
correlação e regressão.
Predileção: considera-se o conhecimento de todos os colaborados
que detenham experiencia e conhecimento sobre os
elementos que influem nas vendas e no mercado elaborando
a evolução das vendas que ocorrerão futuramente.
A evolução de consumo pode ser exibida em forma de:
modelo de evolução sazonal; modelo de evolução horizontal;
modelo de evolução de consumo sujeito a tendência e ainda
podem ocorrer combinações entre os modelos.
+
OBSERVAÇÃO
As informações sobre a evolução do consumo corroboram a
previsibilidade da evolução futura. Entretanto, essa previsão só
é possível se o consumo for imutável.
De acordo com Dias (2008) as variáveis que podem alterar
o consumo, são:
Influências sazonais
Influencias políticas e conjunturais
Comportamento dos consumidores
Tecnologias
Alteração de produção
Concorrência
Administração de Materiais 25
Posteriormente são apresentadas algumas das técnicas
quantitativas para realizar a previsão de consumo.
Método do último período
Esse compreende o modelo mais simples, pois o consumo
do próximo período é idêntico ao consumo do período anterior.
EXEMPLO
Se o consumo no mês de julho foi de 20 cadeiras, a previsão
adotada para o mês de agosto do respectivo ano é de 20 cadeiras.
Método da média aritmética ou da média móvel
Esse método é uma ampliação do anterior, de modo
que o consumo do próximo período é alcançado a partir da
média aritmética simples dos dados de consumo de períodos
precedentes.
CM = C1 + C2 + C3 + ... + Cn/ n
Em que: CM = consumo médio; C = consumos dos
períodos precedentes; n = número de períodos.
Método da média ponderada
O consumo do período posterior é atingido pela
média ponderada das informações de consumo dos períodos
precedentes. Cabe ressaltar que nesse método são concedidos
pesos maiores para os períodos mais próximos.
Os pesos Ci são decrescentes dos dados obtidos mais
recentes para os mais distantes.
26
Administração de Materiais
Método da média móvel exponencialmente
ponderada
Esse método é recomendado no momento em que o período
precedente ocorre diferença significativa entre o consumo efetivo
e a previsão de consumo.
Desse modo, deve-se determinar se a modificação de
padrão visualizada no período precedente resultou de causas
aleatórias ou pela mudança de comportamento que influenciara
no período posterior.
Para utilização desse método, deve-se avaliar três dados
necessários:
Consumo real do último período;
Previsão de demanda do último período;
Constante que determina o valor ou ponderação dada aos
valores recentes.
Método dos mínimos quadrados
Nesse método é utilizado a regressão linear com informações
de consumo dos meses precedentes. De maneira geral,
determina a melhor linha de ajuste que passa mais perto de todos
os dados coletados, minimizando as distâncias entre cada ponto
de consumo levantado.
Em que: Y = valor real; Yp = valor dos mínimos quadrados.
Administração de Materiais 27
Custos, níveis, sistemas de controle e
avaliação de estoques
OBJETIVO
As atividades que envolvem os estoques são se suma
importância para o funcionamento dos processos produtivos.
Entender os custos, os níveis de estocagem, os sistemas para
controlar esses estoques e os procedimentos de avaliação dos
estoques são fundamentais e devem estar sempre bem alinhado
no planejamento da equipe de gestão de materiais. Deste modo,
neste tópico vamos aprender todas estas questões que envolvem
os estoques dentro da organização. Vamos lá?
Custos de estoques
Os custos do estoque são custos considerados além
daqueles necessários para compra e produção. Deste modo,
qualquer armazenagem de material resulta em custos, dentre eles:
alugueis, juros, equipamentos necessários para a locomoção,
salários dos colaboradores, deterioração e depreciação dos
equipamentos em geral.
Figura 8: Mensuração dos custos
Fonte: ©Pixabay
28
Administração de Materiais
+
OBSERVAÇÃO
Todos os custos de estoque são reunidos nas modalidades de
custos de capital, pessoal, edificações e manutenção.
Considerando todos os custos de estoques, existem dois
fatores que corroboram com os aumentos desses custos, que são:
o tempo de delonga (demora) que o produto fica em estoque, e
a quantidade.
Quanto maior forem as quantidades estocadas dentro
das empresas, maiores são os custos envolvidos com pessoal
para movimentação, e menores volumes causam um efeito
antagônico.
Dentre os custos envolvidos na gestão de estoque, verificase
três distintas esferas:
Custos diretamente proporcionais ao nível do
estoque médio
Esses custos caracterizam-se por aumentaram de acordo
com a quantidade média de estoque. Deste modo, são resultantes
da necessidade de manutenção ou transporte de estoque. Para
obtenção dos custos dessa classificação, devemos somar os
custos inerentes ao armazenamento e os custos de capital.
Atualmente, o número de organizações que focam seu
planejamento para essa categoria de custos aumenta continuamente,
em virtude da evolução competitiva.
Administração de Materiais 29
Custos inversamente proporcionais ao nível do
estoque médio
Nessa categoria, os custos diminuem conforme ocorre o
acréscimo da quantidade média em estoque. São na maioria das
situações referidos como custos de pedido ou custos de produção.
Custos independentes do nível do estoque médio
Nessa categoria, adota-se que um valor fixo e independe
da quantidade de material encontrada em estoque e as despesas
necessárias para a manutenção permanecem imutáveis.
Níveis de estoque
Figura 9: Níveis de estoque
Fonte: ©Freepik
Curva dente de serra
As entradas e saídas dos estoques estão constantemente
relacionadas com o tempo e a quantidade de produtos. Assim, a
curva de dente serra nada mais é que uma representação gráfica
que permite uma visualização mais clara e real.
30
Administração de Materiais
Figura 10: Representação gráfica da curva dente serra
Quantidade
120
100
80
60
40
20
0
Consumo
Consumo
Reposição
Janeiro Junho Dezembro
Tempo
Fonte: Elaborada pelo autor, 2019
Vamos analisar a figura a 9? Vamos lá. Observe a figura 9
e perceba que o estoque inicialmente compreendia 120 unidades
(em janeiro) e conforme foram ocorrendo as demandas de
consumo durante um período de tempo chegou na quantidade
zero (em junho). Posteriormente, no momento em que ese
cenário ocorreu, foi reestabelecida uma quantidade equivalente
a 120 unidades novamente ao estoque.
Dessa forma, este cenário se repetirá e se manterá constante,
considerando que os fatores de tempo, falhas administrativas,
fornecedores e qualidade mantenham-se constantes.
Tempo de reposição: ponto de pedido
A principal variável a ser considerada nesse nível é o
tempo de reposição, pois configura-se nessa situação o tempo
utilizado desde o momento de averiguação de reposição do
estoque até a chegada do material.
De acordo com Dias (2010) esse tempo de pode ser
abordado de três maneiras distintas:
Emissão do pedido: tempo que leva desde a emissão do
pedido de compra até ele chegar ao fornecedor;
Administração de Materiais 31
Preparação do pedido: tempo que leva desde o fornecedor
fabricar os produtos, separar os produtos, emitir faturamento
até deixá-los em condições de serem transportados;
Transporte: tempo que leva da saída do fornecedor até o
recebimento pela empresa dos materiais encomendados.
+
OBSERVAÇÃO
Esse nível de tempo se apresenta de fundamental importância
para o departamento de materiais, assim o tempo de reposição
deve ser definido de maneira real, pois não conformidades nessa
verificação pode acarretar em modificações em toda a estrutura
do sistema de estoque.
No momento em que o estoque obteve o ponto de pedido,
ou seja, quando a quantidade de determinado produto estiver a
baixo do pré-definido pela organização, deve-se considerar as
seguintes premissas:
Estoque efetivo;
Fornecimentos em atraso;
Fornecimentos que ainda não foram entregues, entretanto
ainda não constam como atrasados.
Estoque mínimo
Esse tópico é de suma representatividade dentro do
ambiente organizacional, pois está diretamente relacionado ao
dinheiro imobilizado.
Estoque mínimo é a quantidade mínima que deve conter
nos estoques, com o intuito de suprir as demandas do processo
produtivo, sem que ocorram interrupções.
32
Administração de Materiais
Desse modo, cabe ressaltar os motivos que podem originar
em faltas dentro dos estoques, que são:
Alterações no consumo dentro da empresa;
Atrasos referentes a reposição;
Alterações na qualidade
Problemas com os fornecedores;
Falhas nas contagens.
SAIBA MAIS
Que o estoque mínimo é fundamental para que ocorra o seu
perfeito funcionamento e está diretamente ligado ao estabelecimento
do ponto de pedido.
Destaco que manter elevadas quantidades de material
estocado, visando eliminar quaisquer questões de falta de
suprimentos, pode acarretar em elevados custos. Ademais,
o estabelecimento de um estoque mínimo é o risco que a
organização disponibiliza a assumir com relação à ocorrência de
ausência de estoque.
Rotatividade
A rotatividade consiste na relação entre o consumo anual e
o estoque médio do produto.
Rotatividade = Consumo médio anual/estoque médio
Assim, a rotatividade é manifestada inversamente às
unidades de tempo ou vezes por dia, mês ou ano.
Sistemas de controle de estoque
Figura 11: Gestão de Estoque
Administração de Materiais 33
Fonte: ©Freepik
A grande questão da gestão de estoques é reduzir ao
máximo os estoques em virtude dos custos envolvidos sem afetar
a produção. Nesse contexto, as organizações estão focando suas
energias nas questões de quando realizar as ações. Pois, manter
itens estocados quantidades corretas de nada é valido se não
houver prazos bem definidos no planejamento.
Considera-se que o controle é a peça chave na gestão de
estoque, pois é nessa etapa que são definidas questões como:
Quanto pedir?
Quando pedir?
Quando manter em estoque de segurança?
Onde armazenar?
Cabe ressaltar que não conformidades no gerenciamento e
controle de estoque no ambiente organizacional pode acarretar
em Altos custos financeiros, perda de vendas, dificuldades
na produção, etc. Assim, deve-se atentar para ferramentas
e metodologias que corroborem com a execução correta do
planejamento. Podemos citar, como exemplo, o uso de planilhas
de estoque.
34
Administração de Materiais
Figura 12: Planilhas de controle
Fonte: ©Pixabay
Os sistemas de controles podem ser abordados em quatro
sistemas com abordagens distintas, que são:
Sistema duas gavetas
Trata-se do método com atribuições mais simples para
controle de estoques. Muito utilizado em comércio com características
de varejo de pequeno e médio porte.
Apresenta vantagens no sentido de necessitar de pouco
envolvimento em questões burocráticas de reposição de material
no estoque.
Sistema dos máximos mínimos
Esses sistemas são utilizados em situações em que se torna
muito complexo determinar o consumo e mudanças no tempo de
reposição.
De acordo com Dias (2008) o sistema consiste em:
Definir o consumo previsto para o material almejado;
Fixar o tempo de consumo;
Verificar o ponto do pedido em detrimento do tempo de
reposição pelo fornecedor;
Verificar os lotes de compra.
Sistema das revisões periódicas
Administração de Materiais 35
Para esse sistema considera-se o material restituído em
períodos de tempo iguais, denominado de períodos de revisão.
Nesse contexto, a quantidade solicitada será em função da
demanda do período posterior.
+
OBSERVAÇÃO
O sistema de revisões periódicas caracteriza-se pelas ações em
que nas datas programas devem ser realizadas as reposições de
material. Lembrando também que os intervalos dessas ações
devem ser os mesmos.
Porém, um dos pontos limitantes desse sistema é a
dificuldade em determinar o tempo mais adequado entre as
revisões. Pois, o gestor de materiais deve considerar se a
periodicidade for muito baixa, pode ocorrer um custo muito
elevado e em contrapartida uma periodicidade alta pode acarretar
um custo de pedido muito alto, além do risco de ruptura.
MRP, MRP II
É um dos sistemas mais conhecidos no ambiente
empresarial. Pois, trabalha com suprimentos de materiais, em
que as demandas estão ligadas com o produto final.
DEFINIÇÃO
Consiste em uma série de ações e preceitos de decisão, que visa
atender as necessidades do processo produtivo em um sequenciamento
de tempo para cada item que compõe o produto final.
36
Administração de Materiais
De acordo com Dias (2008) esse sistema apresenta os
seguintes objetivos:
Afirmar a disposição de materiais e produtos para atender
o planejamento da produção e os prazos de entrega;
Garantir que os inventários permaneçam em níveis baixos;
Planejar as atividades de suprimento, entregas e manufatura.
Just in time/Kanban
Esse sistema engloba características em que se busca constantemente
a redução de desperdícios. Assim, o foco é voltado
para demanda efetiva, em que os estoques são repostos com
maior agilidade.
Objetivos do sistema:
Minimizar prazos entre o inicio de produção e produto final;
Atenuação dos níveis de inventário;
Flexibilizar a produção;
Redução do tamanho de lotes fabricados.
EXEMPLO
O Sistema Toyota de Produção utiliza esse sistema. Adotando
uma postura de: o que é necessário, quando é necessário, e na
quantidade necessária.
Já a “Kanban” é um instrumento de controle de estoque
que auxilia o “Just in time” a atingir seus objetivos. Caracterizase
por ser um método simples e com custo relativamente baixo.
Além disso, o sistema corrobora com uma sequencia de produção
mais invariável e com grandes possibilidades de melhorias.
Administração de Materiais 37
+
OBSERVAÇÃO
O sistema “Kanban” possui grande potencial de identificação
e ajustes de velocidade, visando não permitir que ocorram
interrupções no fluxo de produção. Entretanto, esse sistema
apenas colabora com a fabricação no cenário “Just in time’’.
Avaliação dos estoques
A avaliação de estoques engloba o valor das mercadorias,
produtos em fase de fabricação e produtos finalizados. Dessa
forma, para realizar a avaliação desses materiais deve-se
considerar como base os preços de custos ou até mesmo preços
de mercado.
Preço de mercado é aquele pela qual a mercadoria é
comprada e consta em nota fiscal dos fornecedores.
Custo médio
Na metodologia de custo médio, considera-se como base
o preço de todas as saídas, ao preço médio dos suprimentos total
do material em estoque.
Cabe a esse custo manter o equilíbrio de preços de modo
que considerando um período de longo prazo ocorra mudanças
no custo real das compras de material.
Método PEPS (FIFO)
Nesse método, a avaliação ocorre maneira cronológica
conforme as entradas. Adota-se como valor de saída de um item
de material os preços dos itens que deram entrada em data mais
remota, ou seja, o preço do material mais antigo.
38
Administração de Materiais
Método UEPS (LIFO)
No método UEPS, adota-se que “o último a entrar é o
primeiro a sair”. Desse modo, considera-se como valor de saída
de um item de material os preços dos itens que entraram em um
tempo mais próximo.
Esse método de avaliação é recomendado em períodos
em que ocorre muita inflação, pois ele transforma os preços dos
produtos em estoque que posteriormente serão para a venda,
mais constantes.
Classificação ABC e lote econômico
OBJETIVO
Nesse capítulo vamos abordar o método ABC de classificação
nos estoques e, com isso, conhecer esse fantástico instrumento
que facilita o enfoque do administrador de materiais. Ademais,
vamos ampliar nossos conhecimentos quanto à tomada de
decisão de estocar ou não determinado item, considerando
variáveis econômicas. Preparados? Vamos adiante na busca por
conhecimento? Motivados para conhecer mais sobre o estoque
nas organizações? Vamos começar!
Classificação da curva ABC
A classificação ABC, também conhecida como princípio
de Pareto é um instrumento que classifica os materiais contidos
nos estoques de acordo com sua importância. Na maioria dos
casos essa classificação é realizada de acordo com as questões
financeiras.
Administração de Materiais 39
O objetivo da classificação é analisar e identificar os itens
que apresentam o maior valor de demanda e a partir disso realizar
um planejamento mais complexo, principalmente por esses itens
apresentaram um maior investimento, desencadeando em um
impacto na organização (GONÇALVES, 2007).
SAIBA MAIS
A classificação ABC tem sido utilizada em boa parte das
organizações como instrumento eficiente na administração de
estoques, colaborando com a definição de políticas de venda,
definição de prioridades, programação de processos produtivos
e uma gama de outros fatores que podem acarretar em não
conformidades.
Os estoques que apresentarem mais de um item, inevitavelmente
destes itens apresentam maior relevância para a
empresa. Assim, uma pequena proporção dos produtos totais
no estoque, irão futuramente representar uma grande parcela
do valor total contido em estoque. Nesse sentido, tal cenário é
usualmente denominado lei de Pareto.
A partir desta regra o administrador de materiais pode
realizar a tomada de decisão no sentido de controle dos itens
considerados mais significativos. Assim, este método tem como
objetivo distinguir os materiais em três grupos, sendo elas A, B,
C. Tais grupos são distribuídos de acordo com os seus valores
monetários.
Nos estoques, existem um pequeno número de materiais
que apresentam grande valor financeiro, e em contrapartida itens
de baixo valor. Cabe lembrar que a premissa de quantidades
intermediarias também se aplicam.
40
Administração de Materiais
Diante do exposto, comparando os valores dos materiais
adquiridos e sua correlação de necessidades, pode-se abordar a
classificação da seguinte forma:
Classe A: nessa classe os produtos mais importantes
necessitam de maior atenção da administração, ou seja,
itens de maior valor de demanda, em determinado período;
Classe B: produtos em situação intermediaria entre A e C,
ou seja, itens de valor de demanda intermediário;
Classe C: itens de menor importância que necessitam de
baixa atenção por parte da gestão, itens de menor valor de
demanda.
Figura 13: Representação da curva ABC
Fonte: Scesistemas
Muitos são os instrumentos utilizados para elaborar as
curvas ABC. Porém, elas podem ser analisadas conforme um
diagrama de bloco. Esse diagrama visa apresentar de maneira
clara e que sejam abordados todos os aspectos necessários.
Nesse caso, verifica-se a metodologia proposta por Dias
(2010) para a elaboração da curva ABC.
Administração de Materiais 41
1
2
Tabela 1: Metodologia para elaboração da curva ABC
Necessidade de criação da curva ABC
Discussões iniciais
Definição de objetivos
Verificar técnicas para análise
Tratar dados
Cálculos
3 Obtenção das classes
4 Análises e conclusões
5 Providencias e decisões
Fonte: Dias, 2010
Analisando a metodologia exposta na tabela 1, destacamos
os cuidados inerentes à fase de verificação e levantamento das
informações. Dentre as premissas necessárias nesse momento,
tem-se: necessidade de colaboradores preparados para realização
das coletas; planilhas adequadas e procedimentos padrões para
a coleta.
+
OBSERVAÇÃO
É de suma importância que nesse momento de planejamento as
informações coletadas apresentem uniformidade.
Para a etapa dos cálculos, utiliza-se de meios manuais ou
com auxílio de softwares que atualmente estão cada vez mais
eficazes e eficientes. O percentual de materiais em cada classe
pode variar de acordo com a realidade do cenário analisado,
entretanto normalmente as organizações obedecem a um padrão
de 20% dos itens na classe A, 30% na classe B e os 50% restantes
na classe C.
42
Administração de Materiais
Lote econômico
A tomada de decisões no momento de definir o produto
a ser estocado ou não é crucial em qualquer momento. Desse
modo, deve-se considerar dois pontos principais:
Verificar se é econômico aderir algum produto ao estoque;
Até que ponto é indicado estocar determinado produto,
mesmo que este satisfaça as necessidades do cliente;
Atualmente não é considerado econômico o estoque de
produtos que vá além do custo de compra ou até mesmo de
produzir, considerando as necessidade e exigências do consumidor.
Além disso, realizar o estoque de produtos além de quando as
solicitações médias dos consumidores apresentem excesso
equivalente à metade da quantidade econômica do pedido.
Cabe lembrar que há custos que acrescem de acordo com
a quantidade de material, se manter as variáveis de consumo
uniforme. Nesse sentido, esses custos estão diretamente
associados a armazenagem dos materiais. Em contrapartida,
alguns custos reduzem de acordo com o aumento a quantidade
de material solicitada.
+
OBSERVAÇÃO
Os custos reduzem à medida que a quantidade de material
solicitada, com a distribuição de custos fixos por volumes
maiores.
Dentre os tipos de lote econômico, tem-se:
Compra (sem faltas): refere-se ao tipo de lote mais
simplificado. Assim, utiliza-se de uma taxa com valores
constante, consumo mensal determinístico e com premissas
de que a recolocação de material do estoque ocorre quando
chegam a zero.
Administração de Materiais 43
Compra (com faltas): neste momento reconhece os
mesmos preceitos do lote de compras (sem falta), porém
nesne lote é permitido que ocorra faltas no estoque.
+
OBSERVAÇÃO
Nesse tipo de lote deve-se considerar mais um custo envolvido
a gestão de estoque, tais custos representam o custo resultado da
falta de material.
Produção (sem falta): neste tipo de lote as condições
básicas são as mesmas que no modelo de compra, entretanto o
volume produzido é finito e apresenta-se maior que o consumo;
Produção (com faltas): neste cenário as características
são as mesmas que o anterior, entretanto é admitido que
ocorram faltas de produto no estoque de materiais;
Com restrição ao investimento: Os quatro cenários
observados anteriormente partem do pressuposto que
haja uma condição de disponibilidade ilimitada de meios
financeiros independente do volume. Desse modo, cabe
considerar a situação em que ocorra limitação referente ao
capital. Assim, questão deve ser conduzida de forma que o
lote econômico se torne viável.
Lote econômico com desconto: considerando algumas
questões do processo de compra, pode-se em alguns
casos obter descontos no preço de compra. Ademais, o
fornecedor em algumas situações pode conceder descontos
no preço unitário, em virtude do volume comprado.
Nesse sentido, deve-se determinar o que é mais vantajoso
economicamente para a organização, ou seja, obter volume
de itens maiores do que os lotes de compra para reduzir
variáveis de preço ou adquirir volumes determinados pelo
lote em questão, sem considerar o desconto.
44
Administração de Materiais
SAIBA MAIS
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte
fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Administração
de Materiais Uma Abordagem Logística” (DIAS, M. A. P),
acessível pelo link: https://s3.amazonaws.com/academia.
edu.documents/35319003/Administracao_de_Materiais_-_
Marco_Aurelio_P._Dias_-__5%C2%BA_Edicao_-_
Ano_2010.pdf?response-content-disposition=inline%3B%20
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Administração de Materiais 45
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido todos os conceitos
trabalhados na literatura ao longo da evolução da administração
de matérias, competências e responsabilidades dos gestores
de materiais no processo produtivo das empresas. Verificamos
as questões organizacionais, competitividade de mercado e a
importância das empresas em buscar constantemente otimizar
e potencializar seus processos. Com relação à gestão de
estoques, verificamos todas as questões que a compõe, desde a
tomada de decisões em relação aos custos inerentes a cada fase,
quantidades que devem ser armazenadas. Do mesmo modo,
abordamos os níveis de estoque e os sistemas de controle que
corroboram com a eficácia do planejamento e posteriormente
conceitos e premissas para a avaliação desses estoques. E por
fim, verificamos a classificação ABC que permite compreendem
os níveis de importância dos produtos na gestão de estoque, do
mesmo modo que as condicionantes econômicas compreendendo
faltas ou não dos estoques.
46
Administração de Materiais
BIBLIOGRAFIA
MARTINS, P. G.; ALT, P. R. C. (2009) Administração de
materiais e recursos patrimoniais. 3. ed. São Paulo, Saraiva.
POZO, H. (2016) Administração de Recursos Materiais e
Patrimoniais: uma abordagem logística. 7. ed. São Paulo: Atlas.
VIANA, J. J. (2010) Administração de materiais: um enfoque
prático. São Paulo, Atlas.
DIAS, M. A. P. (2008) Administração de Materiais: Princípios,
Conceitos e Gestão. Atlas. São Paulo.
DIAS, M. A. P. (2010) Administração de Materiais: Uma
abordagem logística. Atlas, São Paulo.