Contato VIP - Dezembro 2019 - Santa Rosa

COMO ENFRENTAR A PASSAGEM
dos ciclos da vida
O fim de um ano e o início de outro nos inspira a pensar sobre os
ciclos que começam e terminam em nossas vidas – e como pode
ser difícil deixar um ciclo para trás e abrir-se para um novo
Podemos chamar de ciclos,
fases, períodos, momentos ou
qualquer outro sinônimo que
remeta a ideia de algo que
tem um começo e um fim. Mas se existe
um fato irrefutável em nossa vida é que
ela é um ciclo – construída com inúmeros
outros ciclos. A psicóloga Indiamara
Caumo nos ajuda a lembrar que
ao longo da vida vivenciamos vários
deles: a passagem da infância para a
adolescência, as formaturas no âmbito
escolar, casamento, divórcios, perdas,
lutos, trabalho, aposentadoria, entre
inúmeros outros. Porém, por mais que
as trocas de ciclos aconteçam muito em
nossa vida, nem sempre é fácil deixar
um ciclo para trás. “É necessário que
ocorra a transição para outro ciclo com
plenitude e cabe a você decidir fazer
esses rituais de passagem para que
possa estar bem com o corpo, mente e
coração”, destaca Indiamara.
A Terapeuta Quântica e Sistêmica
Nanne Macedo questiona: “Quem já
ouviu a máxima? ‘Queime a ponte
por onde acabou de atravessar!’”. Isso
porque encerrar ciclos está muito além
do que apenas terminar algo. Quando
percebemos que algo não nos pertence
mais surge o momento de encerrar
um ciclo. Parece fácil falar nisso, mas
quando precisamos agir na prática nos
deparamos com apegos e a dificuldade
de deixar aquela etapa para trás. “Você
já parou para pensar sobre seus apegos?
Apegos a aquele projeto inacabado,
as emoções negativas, as decepções,
as frustações...?”, sugere a Terapeuta.
Segundo ela, isso acontece porque as
histórias já vividas são experiências que
compõe a nossa vida e mal percebemos
que podemos ficar presos nestas vivências,
sendo elas boas ou ruins.
Estamos chegando no final de um ciclo
de mais um ano e muitas pessoas ainda
não pararam para pensar na importância
de encerrar os ciclos. Encerrá-los
pode ser um processo doloroso, mas é
fundamental para o novo chegar e para
seguir a vida de uma forma mais leve e
alegre.
Você não precisa
fazer tudo sozinho
Indiamara afirma que através das lentes
de Mônica McGoldrick e Betty Cárter,
em seu livro “As Mudanças no ciclo de
Vida Familiar”, que ter a visão do ciclo
de vida em termos do relacionamento
intergeracional na família é surpreendente
e tem resultados positivos. “A
opinião das autoras é de que a família é
mais do que a soma de duas partes, que
a perspectiva do ciclo de vida familiar
vê sintomas e as disfunções em relação
ao funcionamento normal ao longo do
tempo. Também vê a terapia ajudando
a restabelecer o momento de desenvolvimento
da família, pois o ciclo de vida
individual acontece dentro do ciclo de
vida familiar, que é o contexto primário
do desenvolvimento humano. Nesse
processo todo haverá movimento ocasionando
dor a pessoa, desenvolvendo
problemas emocionais, e muitas vezes a
mudança vem com grandes dores, nesse
caso é necessário perceber o que está
dificultando essa mudança”, pontua.
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