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teen
SPIRIT
Teen Spirit é mais um entre muitos. Não há nada de novo aqui, nada que
surpreenda, que faça-o ser lembrado em meio a tantos outros títulos
similares. Talvez, se muito, a boa performance de Elle Fanning, seu carisma
ou sua voz. Poderia isso até ser o bastante, não fosse o roteiro de Max
Minghella (também responsável pela direção do projeto) que revela-se
esquemático, abusa de clichês e que, no fim, mais parece o molde pouco
inspirado de um produto feito para agradar um público já há muito
habituado a consumir o genérico e o descartável. O que é uma pena, claro.
Fanning é a alma do filme, a escolha de trazê-la como protagonista é
certeira, sua voz surpreende e seu talento como atriz em outras
oportunidades já mostrou-se suficiente para “ancorar” produções medianas.
Isso, claro, sem levar em consideração o bom trabalho de Minghella atrás
das câmeras; sua direção é segura, bem conduzida e discreta, não buscando
chamar a atenção para si como é visto entre diretores estreantes que
comumente abusam de planos e movimentos dispensáveis em floreios visuais.
Marcante também é a estética empregada pelo design de produção de
Autumn Durald, pelo contraste das cores (do neutro e dessaturado da vida
cotidiana para o chapado e fluorecente do neon das luzes e holofotes dos
palcos) e a trilha sonora, bastante variada entre o pop instrumental e o
dançante, entre o clássico e o moderno. Mas a preguiça aqui fala alto e
quase anula tudo isso.
Elle Fanning é Violet, uma adolescente polonesa tímida que mora com sua
mãe em uma pequena cidade na Ilha de Wight, no sul da Grã-Bretanha.
Ela sonha com o estrelato pop, com uma fuga de sua rotina de trabalho no
campo, de sua família. Com a ajuda de um mentor, um antigo cantor de
ópera do centro da Europa, no clássico esquema mentor/pupilo, Violet
participa de uma competição de canto internacional que testará sua voz,
seu talento na dança e ambição na busca pelo sucesso.xto
O resto é uma sucessão de audições e bastidores de apresentações televisivas
que exploram o conceito de reality shows como American Idol ou o The Voice,
atrações genéricas e de grande sucesso entre as massas e que por vezes
materializam a superficialidade de boa parte de suas músicas. Há quem
encare tudo isso como uma grande homenagem a clássicos como Dirty
Dancing ou Nasce uma Estrela, o que até certo ponto não deixa de ser
verdade, mas falta aqui uma dose considerável de novidade, de personalidade
e energia. Infelizmente, as boas canções, a performance de Fanning e a
estética aqui empregada não são o bastante para fazer deste Teen
Spirit algo além de mediano. ✦