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Skate
Skate é um filme sobre auto-conhecimento, sobre
pertencer a algum lugar e também sobre autenticidade. Seu pano de
fundo é a cidade de Nova York, as ruas movimentadas de
Manhattan e um grupo de garotas que andam de skate. Primeiro
longa ficcional de Crystal Moselle, vencedora do Grande
Prêmio do Juri do festival de Sundance em 2015 pelo
documentário Os Irmãos Lobo, seu mais recente trabalho traça
um olhar sobre a juventude da geração do milênio, jovens que
Kitchen
se
conectam através de gostos em comum, curtidas no Instagram e
compartilhamentos no Facebook.
O enredo, também assinado por Moselle, de certa forma é
bastante simples: aqui conhecemos Camille (Rachelle Vinberg),
uma garota de 18 anos de Long Island que embrenha-se em
complicações recorrentes da idade: seu relacionamento com os pais,
amigos e interesses amorosos. Sua vida é o skate, seu celular e as
redes sociais. Com a mãe, uma enfermeira latina que trabalha
turnos extensos e exaustivos, partilha um relacionamento
conturbado; seus pais são divorciados, depois de morar alguns anos
com ele, Camille decide se mudar e passar um tempo com ela, que,
por sua vez, desaprova o interesse da filha pelo skate, suas amizades e
seu modo de se vestir. Mas a jovem é autêntica. Na internet toma
conhecimento de um grupo de garotas em Manhattan que se
encontram para andar de skate, registrar seus feitos em vídeos ou
fotos, e que se divertem em festas alternativas, regadas a álcool e
maconha.
O grupo é então formado por Kurt (Nina Moran), Janay
(Ardelia Lovelace) e Kabrina (Kabrina Adams), um
seleção de skatistas profissionais e não necessariamente atrizes, o que
reforça a impressão de estarmos a todo o momento assistindo a um
documentário. Não que o trabalho do grupo deixe a desejar, muito
pelo contrário. Quando elas jogam conversa fora, discutindo sobre
temas variados como feminismo, manobras específicas, sexualidade
ou absorventes internos, temos a sensação de uma verosimilidade que
impressiona.
No fim, os grandes destaques deste
Skate Kitchen são os elementos que
tornam sua narrativa tão real: seus
personagens, as relações que se constroem
entre eles e os diálogos. Sua trilha sonora
também é parte importante da experiencia
imersiva em seu universo, assim como a
cidade de Nova York, que estende-se em
cada quadro com os contornos gigantes de
seus prédios e trânsito caótico. Seu
terceiro ato, no entanto, é o mais fraco,
quando a premissa original que o longa
vinha apresentando se esvai dando lugar a
um drama adolescente comum e
dispensável, que parece estar ali apenas
como um gancho para o seu desfecho,
simples e previsível.
Ainda assim, de um modo geral, o saldo
aqui é bastante positivo, muito em razão
da importante mensagem - e imagem -
que aborda.✦