06.02.2020 Views

amigos, pipoca & filminho.

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Skate

Skate é um filme sobre auto-conhecimento, sobre

pertencer a algum lugar e também sobre autenticidade. Seu pano de

fundo é a cidade de Nova York, as ruas movimentadas de

Manhattan e um grupo de garotas que andam de skate. Primeiro

longa ficcional de Crystal Moselle, vencedora do Grande

Prêmio do Juri do festival de Sundance em 2015 pelo

documentário Os Irmãos Lobo, seu mais recente trabalho traça

um olhar sobre a juventude da geração do milênio, jovens que

Kitchen

se

conectam através de gostos em comum, curtidas no Instagram e

compartilhamentos no Facebook.

O enredo, também assinado por Moselle, de certa forma é

bastante simples: aqui conhecemos Camille (Rachelle Vinberg),

uma garota de 18 anos de Long Island que embrenha-se em

complicações recorrentes da idade: seu relacionamento com os pais,

amigos e interesses amorosos. Sua vida é o skate, seu celular e as

redes sociais. Com a mãe, uma enfermeira latina que trabalha

turnos extensos e exaustivos, partilha um relacionamento

conturbado; seus pais são divorciados, depois de morar alguns anos

com ele, Camille decide se mudar e passar um tempo com ela, que,

por sua vez, desaprova o interesse da filha pelo skate, suas amizades e

seu modo de se vestir. Mas a jovem é autêntica. Na internet toma

conhecimento de um grupo de garotas em Manhattan que se

encontram para andar de skate, registrar seus feitos em vídeos ou

fotos, e que se divertem em festas alternativas, regadas a álcool e

maconha.

O grupo é então formado por Kurt (Nina Moran), Janay

(Ardelia Lovelace) e Kabrina (Kabrina Adams), um

seleção de skatistas profissionais e não necessariamente atrizes, o que

reforça a impressão de estarmos a todo o momento assistindo a um

documentário. Não que o trabalho do grupo deixe a desejar, muito

pelo contrário. Quando elas jogam conversa fora, discutindo sobre

temas variados como feminismo, manobras específicas, sexualidade

ou absorventes internos, temos a sensação de uma verosimilidade que

impressiona.

No fim, os grandes destaques deste

Skate Kitchen são os elementos que

tornam sua narrativa tão real: seus

personagens, as relações que se constroem

entre eles e os diálogos. Sua trilha sonora

também é parte importante da experiencia

imersiva em seu universo, assim como a

cidade de Nova York, que estende-se em

cada quadro com os contornos gigantes de

seus prédios e trânsito caótico. Seu

terceiro ato, no entanto, é o mais fraco,

quando a premissa original que o longa

vinha apresentando se esvai dando lugar a

um drama adolescente comum e

dispensável, que parece estar ali apenas

como um gancho para o seu desfecho,

simples e previsível.

Ainda assim, de um modo geral, o saldo

aqui é bastante positivo, muito em razão

da importante mensagem - e imagem -

que aborda.✦

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